Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
- -1 SEMIOLOGIA INTRODUÇÃO AO EXAME FÍSICO Ana Gabriela Silva - -2 Olá! Você está na unidade . Conheça aqui como realizar a e comoIntrodução ao exame físico avaliação clínica aplicar a para que o exame físico seja bem-sucedido.instrumentação correta Nessa unidade, você será introduzido ao exame físico, conhecendo como ele deve ser realizado utilizando instrumentais adequados para cada atendimento. Além disso, aprenderá a realizar as técnicas básicas para a realização do procedimento, como a Inspeção, a Ausculta, a Palpação e a Percussão. O enfermeiro que tem o domínio dessas técnicas tem a capacidade de realizar o exame físico de todos os sistemas do corpo humano com qualidade e precisão. Bons estudos! - -3 1 Avaliação clínica para o exame físico O exame físico conta com um item muito importante para a sua realização: a do paciente, que é avaliação clínica baseada em técnicas que norteiam e permitem a eficácia do exame físico. Para que avaliação clínica seja bem-sucedida, o procedimento precisa acontecer de forma eficaz. Embora avanços tecnológicos e o surgimento de diversos equipamentos de última geração propiciaram uma significativa melhora na forma de como praticar o exame físico, o mesmo só é bem-sucedido para paciente e enfermeiro, quando realizado corretamente. - -4 1.1 Exame clínico geral O constitui a primeira parte da avaliação clínica do paciente, sendo realizado de formaexame clínico geral complementar a anamnese (coleta de dados fornecida pelo paciente). Esse procedimento fornece uma visão do paciente como um todo de forma não segmentada, sendo dividido em e .qualitativo quantitativo O exame físico qualitativo avalia aspectos subjetivos do paciente como aspectos gerais do indivíduo. Normalmente esses aspectos são classificados em cruzes, sendo ausência de anormalidade nenhuma cruz, e a intensidade da anormalidade com uma até quatro cruzes, como por exemplo, a desidratação 2+/4+. Esse resultado significa que o paciente está com duas cruzes de desidratação, estado moderado de desidratação, podendo chegar a quatro cruzes, considerado o estado máximo de desidratação. Conforme Potter (2009), "além disso, é importante estar atendo às necessidades humanas básicas de cada indivíduo. Essas necessidades devem ser avaliadas na entrevista e no exame físico, lembrando que as necessidades humanas são individuais". O enfermeiro, ao avaliar o estado geral do paciente, deve observar ele como um todo, verificando o seu estado de consciência, capacidade de fala e mobilidade, além do seu estado mental (lúcido, confuso). A partir dessas observações, o enfermeiro pode classificar o paciente com um , ou bom estado geral regular estado geral mau , dependendo de como o indivíduo se apresenta durante a observação.estado geral Além disso, é importante estar atendo à , uma vez que a idade reflete diretamente no estadoidade do paciente geral do indivíduo, podendo ou não estar associada a alguma patologia. Portanto, fique atento às considerações abaixo: Os adolescentes e adultos apresentam maior capacidade de memorização da história pregressa, noção cronológica do problema apresentado e conseguem relatar com clareza a queixa. Já as crianças e idosos nem sempre conseguem memorizar a história pregressa e explicar com clareza o que estão sentindo. Outro aspecto que o enfermeiro pode avaliar a partir da observação clínica é a da .coloração pele do indivíduo Como exemplo, o paciente pode apresentar palidez. Se a pele do paciente está avermelhada, a avaliação clínica o considera corado. Se está pálido, é considerado descorado. Potter (2009) ressalta que a coloração da pele também pode ser observada avaliando a mucosa palpebral da conjuntiva, mucosa oral, leito ungueal das unhas e palmas das mãos. Durante a avaliação da palidez do paciente, o enfermeiro deve estar atento à cor da pele do indivíduo, pois temos uma miscigenação muito grande no Brasil e a coloração da pele pode ser diversa. Por isso, sempre que possível, devemos avaliar as mucosas, pois elas são mais fidedignas na avaliação da palidez. - -5 Durante a avaliação da palidez, é possível examinar também o grau de hidratação do paciente, observando se a mucosa oral e mucosa dos olhos estão hidratadas. Além disso, avaliar o turgor da pele, ou seja, a capacidade de elasticidade da pele do paciente é importante. Por isso, considere os seguintes pontos abaixo: Nos indivíduos que estão hidratados, a pele apresenta elasticidade, voltando rapidamente à sua formação normal depois que o enfermeiro realizada a pega da pele do paciente. Já no estado de desidratação, a pele não apresenta elasticidade. Neste caso, o enfermeiro também deve atentar- se à idade do paciente, pois a elasticidade se altera com a idade e não pode ser confundida com desidratação, pois é um processo natural do envelhecimento que ocorre com todos os seres humanos. A coloração de principalmente da palma da mão, esclera e do freio da língua,tom amarelado da pele, caracteriza a . No entanto, devemos estar atentos ao padrão alimentar, pois a ingestão excessiva de icterícia alimentos ricos em betacaroteno, como por exemplo, abóbora, cenoura e mamão, podem deixar a pele e mucosa com característica semelhante ao quadro de icterícia. Para diferenciar, é importante sobre os questionar ao paciente, não deixando jamais de examinar a pele, a esclera ocular e o freio da língua,hábitos alimentares pois quando é um quadro de icterícia, a esclera e o freio da língua também apresentam alteração na coloração, ficando com a mucosa amarelada. Ainda sobre a coloração da pele amarelada, o enfermeiro deve estar atento aos , poispacientes idosos e negros eles podem apresentar a esclera amarronzada devido à hiperpigmentação, processo normal para eles. Portanto, para avaliar a presença da icterícia nesses indivíduos, é importante avaliar a porção da esclera que não fica exposta diretamente a luz, ou seja, a porção que fica embaixo da pálpebra, conforme exemplo na imagem. Figura 1 - Exposição da esclera para avaliação de icterícia, descoloração amarelada da esclera, mucosa e pele Fonte: Casa nayafana, Shutterstock, 2020. - -6 #ParaCegoVer: Exposição da esclera ocular de um indivíduo com icterícia, sendo observado a coloração amarelada da conjuntiva dos olhos embaixo da pálpebra ocular. Outra variação da é a presença da coloração azulada dos lábios, leito ungueal e extremidades,coloração da pele que podem indicar da e , denominada .baixa circulação de oxigênio perfusão sanguínea cianose Normalmente, a coloração está presente no paciente devido ao frio, sendo facilmente resolvida com oazulada aquecimento do indivíduo. Porém, o enfermeiro deve estar atento porque se mesmo após o aquecimento o paciente não apresentar redução da cianose ou até mesmo o seu desaparecimento por completo, a causa deve ser investigada, pois pode haver algum comprometimento na ou no do circulação sistema respiratório organismo examinado. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /ca6d42b403d047a40bb7275d63d19504 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/ca6d42b403d047a40bb7275d63d19504 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/ca6d42b403d047a40bb7275d63d19504 - -7 1.2 Preparo para a realização do exame físico O exame físico faz parte da rotina do enfermeiro, podendo estar presente diariamente e sempre quando o paciente apresentar alteração em seu quadro clínico. O exame físico pode ser feito nas unidades de saúde, mas também no atendimento domiciliar, sendo que em domicilio, o exame deve ser feito de forma mais focada à queixa do paciente devido à falta de todos os equipamentos e de todas as condições adequadas para uma avaliação mais completa. Interaja com os botões abaixo para conhecer o que é importante no preparo para a realização do exame físico: • Organização É importante realizaro exame de forma organizada. Um exame físico realizado de forma desordenada pode levar a erros e achados incompletos. Todos os materiais devem estar posicionados em locais adequados. • Segurança É fundamental o enfermeiro estar atento à segurança do paciente, nunca deixando crianças, idosos e os indivíduos que necessitam de apoio, sozinhos, para evitar quedas, por exemplo. • Ambiente O local para a realização do exame físico também é relevante, necessitando estar com boa iluminação, ventilação e privacidade. • Higiene As mãos dos enfermeiros sempre devem ser higienizadas antes e após o exame físico, lembrando que se houver alguma lesão na pele, as mãos devem ser higienizadas durante o procedimento para depois dar continuidade ao exame, com o objetivo de evitar contaminar outras partes do corpo. • Limpeza Além da limpeza obrigatória do local, os utensílios utilizados no exame devem ser higienizados com água e sabão quando houver sujidade visível, ou com álcool 70% quando não apresentar sujidade visível. • Temperatura • • • • • • - -8 Em relação à temperatura dos utensílios, se estiverem frios, é importante não colocá-los no indivíduo, como por exemplo, no diafragma do paciente. Neste caso, o estetoscópio, instrumento para a avaliação clínica, deve ser aquecido antes da realização da ausculta. O paciente também deve ser para o exame. É importante que o enfermeiro epreparado explique cada etapa como ela será feita. Se o exame pedir a necessidade do paciente expor as suas áreas íntimas, o profissional de saúde deve pedir a do indivíduo, pedir ajudar do paciente e jamais deixá-lo exposto mais que opermissão necessário para a realização do exame. O objetivo é durante o exame e a oferecer conforto preservar . Por exemplo, no caso do exame físico das mamas, o enfermeiro deve expor uma mama eintimidade da pessoa depois a outra, e só expor as duas quando for avaliar a simetria em casos de necessidade. - -9 2 Instrumentação no exame físico O exame físico, para ser realizado de forma completa, precisa do auxílio de alguns instrumentais, que podem variar conforme a idade do indivíduo. 2.1 Balança e fita métrica Para começar, a e da faz parte do exame e são importantes paraobservação do peso altura do paciente avaliação do desenvolvimento e crescimento da criança, principalmente, nos dois primeiros anos de vida. No caso da avaliação do adulto e idoso, a observação do peso também é fundamental, pois a partir dessa informação, é possível avaliar o estado nutricional desse tipo de paciente. Por isso, o instrumento é muito utilizado para dos indivíduos avaliados. No caso dosbalança avaliação do peso bebês ou crianças de até dois anos de idade ou máximo de 16 kg, a balança deve apresentar um prato que é onde será colocada a criança. Esse prato deve ter um revestimento impermeável que possa ser lavado ou estar forrado com lençol antes de colocar a criança. Já para o adulto, é utilizada a balança vertical em que o indivíduo fica em pé em cima da balança para avaliação do peso. Conforme Potter (2009), "somando a essa ação, a avaliação da altura dos indivíduos é também fundamental. No caso da criança, o enfermeiro pode mensurar a sua altura com o auxílio de uma fita métrica, fazendo a mensuração até dois anos de idade com a criança deitada e, a partir dos dois anos de idade, com a criança na posição ortostática, ou seja, em pé, igual ao adulto". 2.2 Abaixador de língua e lanterna Outros instrumentos importantes são o , utilizados na abaixador de língua e a lanterna avaliação da cavidade tanto de adultos quanto de crianças. oral No caso do abaixador de língua, é possível que seja de madeira ou de plástico, dependendo do material disponível na instituição. Esse instrumento não precisa ser estéril, mas deve ser descartado. Já a lanterna é utilizada para iluminar o fundo da cavidade oral após baixar a língua, permitindo a avaliação da coloração e dos aspectos físicos. Esse procedimento é o mesmo utilizado para as crianças ou adultos. - -10 2.3 Manguito Como instrumentos do exame físico, temos ainda o , importante na dos domanguito avaliação sinais vitais paciente. O manguito afere a pressão arterial do paciente. Por possuir diversos tamanhos, instrumento deve ser utilizado de acordo com a circunferência do braço do indivíduo. Não devemos utilizar os manguitos muito maiores ou muito menores que o braço analisado, pois os dados fornecidos serão errôneos, podendo gerar um resultado falso de hipertensão, por exemplo. Em casos de pacientes muito obesos que não tem o aparelho adequado devido ao tamanho excessivo do braço ou da própria inexistência do instrumento na unidade de saúde, a aferição pode ser feita no antebraço, minimizando assim os erros. - -11 2.4 Estetoscópio Já o é utilizado na da e também na , possuindoestetoscópio avaliação pressão arterial ausculta do paciente também tamanhos distintos para os adultos e crianças. O estetoscópio é composto pelas olivas auriculares que ficam em contato com o pavilhão auditivo do profissional e pelas hastes de metal e o tubo de condução que conduzem o som. A campânula e o diafragma, também partes do instrumento, entram em contato direto com o corpo do paciente e por isso, devem ser escolhidas de acordo com a idade do indivíduo a ser auscultado. Durante a avaliação da criança, é importante não utilizar um estetoscópio recomendando para adultos, devido ao tamanho, pois na ausculta cardíaca, por exemplo, pode ser que os pontos de ausculta se interliguem, inviabilizando a avaliação. Figura 2 - Estetoscópio Fonte: Korrapon Karapan, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: A imagem mostra um estetoscópio, instrumento utilizado para a ausculta durante o exame físico. 2.5 Termômetro Na avaliação da temperatura do paciente, é utilizado o Esse instrumento precisa ser , pois atermômetro. digital Resolução Nº 145 de 2017 proibiu a fabricação, importação e a comercialização de termômetros de mercúrio no Brasil devido ao risco de contaminação com o mercúrio, quando havia danos termômetros. - -12 2.6 Lupa A é outro equipamento utilizado no auxílio do exame físico. Esse instrumento é amplamente utilizado para lupa de do paciente, pois permitem ampliar a lesão, permitindo melhor avaliação. Nemavaliação lesões de pele todos os serviços de saúde contam com esse aparelho, pois ele é mais utilizado nos serviços de dermatologia. No entanto, isso não significa que o enfermeiro não deva utilizá-lo durante o exame físico do indivíduo. 2.7 Glicômetro O é outro aparelho utilizado no exame físico, principalmente nos pacientes que possuem o glicômetro . Esse aparelho tem capacidade de avaliar instantaneamente a taxa de glicose presentediagnóstico de diabetes no sangue do indivíduo. Para o uso desse instrumento e na avaliação do paciente diabético, é necessário que o enfermeiro providencie a lanceta, o algodão e o álcool, itens que serão utilizados juntamente com o glicômetro. Nesse procedimento, após ser feita a higienização do local a ser perfurado, é feito um pequeno furo no dedo do paciente com a lanceta. A gota de sangue é então colocada na fita que está no aparelho emitindo o valor da glicose naquele momento. Após a verificação do resultado, a fita que entra em contato com o sangue e a lanceta deverão ser descartadas. Essa avaliação só deve ser realizada em pacientes diabéticos ou que apresentam algum sintoma que indica essa avaliação, pois isso não é um procedimento de rotina para todos os pacientes. 2.8 Otoscópio A avaliação física do do paciente é feita com o auxílio de um Esse instrumentosistema auditivo otoscópio. permite a visualização do interior da orelha, permitindo que o enfermeiro observe a parte externa e a interna do órgão, avaliando a integridade da pele, presença de resíduos e a integridade do tímpano. - -13 2.9 Maca com perneiras, espéculos e kit para coleta Quando o atendimento for direcionado para mulheres, a enfermagem precisa estar atenta ao exame derotina ginecológico, o . Esse exame deve ser realizado anualmente por todas as mulheres em idadePapanicolau reprodutiva, após a primeira relação sexual. Para a realização desse exame, é necessário camisola para a mulher utilizar durante o exame, maca com para posicionar a mulher, para fazer a abertura vaginal e o para realizar a perneiras espéculo kit coleta do . Papanicolau Já as mulheres que estiverem gestantes devem fazer esse exame somente se for recomendado, como alguma alteração patológica que indique esse exame. Em gestantes com 12 a 14 semanas de gestação, é utilizado o sonar Doppler para a ausculta dos batimentos cardíacos fetais. Fique de olho O exame físico faz uso de instrumentais, porém, nem todos os instrumentais são utilizados em todas as consultas de enfermagem. O enfermeiro pode fazer uso direcionado dos instrumentais, como por exemplo, em consulta de enfermagem direcionada a Pediatria Preventiva, em que só há a necessidade da utilização de instrumentais pediátricos. Essa ação evita o excesso de instrumentais na sala e deixa o atendimento mais organizado. - -14 3 Técnicas básicas para o exame físico As técnicas de , , e , realizadas nesta ordem, são básicas para o exameInspeção Palpação Percussão Ausculta físico. No entanto, para a realização das mesmas, o enfermeiro necessita de muito conhecimento e atenção para que essas técnicas sejam realizadas de forma bem-sucedida. Essas técnicas exigem habilidade e sensibilidade do enfermeiro, aliadas ao conhecimento da anatomia humana. É imprescindível conhecer o que é normal e o que está alterado em cada uma dessas técnicas. Conheça a seguir, em detalhes: - -15 3.1 Inspeção A , a primeira a ser realizada no exame físico, é uma técnica que requer do profissional de enfermagemInspeção o uso da audição, visão e olfato. Ela começa na interação com o paciente, quando o enfermeiro o acolhe no serviço de saúde e observa as expressões não verbais, roupas vestidas e higiene corporal do indivíduo. A técnica está dividida em dois campos de ação: Clique aqui para conhecer a inspeção geral Na , o enfermeiro deve avaliar vários aspectos como o sexo e a raça do paciente, pois o exameinspeção geral físico é diferente para homens e mulheres. Algumas patologias são mais comuns em raças brancas como o câncer de pele, enquanto que o câncer de próstata é mais comum em indivíduos de pele negra. O câncer de mama é mais comum nas mulheres e o de bexiga é quadro vezes mais frequente nos homens. Além disso, a estrutura corporal, como a condição da musculatura, excesso de peso e falta de peso, são indicativos quanto às condições de saúde do indivíduo. Clique aqui para conhecer a inspeção específica A posição corporal também interfere, podendo indicar lesões posturais ou perda da mobilidade de alguma parte do corpo devido às lesões como o acidente vascular cerebral. Na inspeção específica, o paciente deve ser examinado de frente, de lado e de costas, avaliando a postura, a simetria corporal e a capacidade de movimentação. Assim, o enfermeiro deve manter uma distância mínima do paciente para que ele possa ter uma visão geral do corpo do indivíduo, possibilitando a avaliação céfalo-caudal. Conforme Potter (2009), "ao observar o indivíduo de costas, o enfermeiro deve avaliar a postura da cabeça e o alinhamento com o tronco, além de conferir a simetria dos ombros e a postura. Na avaliação frontal, é importante verificar a rotação da cabeça, podendo identificar, por exemplo, o torcicolo. E por fim, inspecionar o paciente de lado observando curvaturas da coluna normais e anormais, lembrando que os pacientes idosos apresentam curvaturas maiores". Durante a inspeção, ainda é importante avaliar a presença de , , e vesículas cicatrizes deformidades sinais . traumáticos Esses sinais podem indicar ou anteriores, sendo informações relevantes da patologias cirurgias história pregressa do indivíduo. Todos os sistemas devem ser inspecionados, observando , emovimentos involuntários paralisia unilateral com tamanhos diferentes, sendo indicativos de alteração do sistema nervoso. E ainda, o enfermeiromembros deve verificar a expansão do tórax, se é simétrico e bilateral, se tem alguma deformidade, indicando o estado do - -16 sistema respiratório. O formato do abdômen, a presença de hérnia, se o abdômen é simétrico ou algum quadrante está diferente são também alvos da avaliação do profissional de saúde. Além disso, na inspeção, é importante avaliar o estado de e nutrição, hidratação higiene corporal do paciente. Durante a inspeção, o enfermeiro deve estar atento se o indivíduo apresenta condições de desnutrição ou obesidade, por exemplo. Se o aspecto da pele está hidratado, ou se está ressecado ou com sinais de desidratação mais severa. E se a higiene corporal é satisfatória, como couro cabeludo limpo, corpo com aspecto de limpo e com o odor normal, ou se tem odor característico de má higiene. Na fase da Inspeção, o olfato também auxilia podendo reconhecer , tais como:anormalidades O odor de álcool na cavidade oral é indicativo de ingestão de álcool ou diabetes. O odor de amônia na urina é indicativo de infecção ou insuficiência renal. Odor corporal e cheiro de suor excessivo podem indicar falta de higiene ou excesso de transpiração. Odor de fezes pode indicar incontinência fecal ou má higiene corporal. A presença de halitose com odor adocicado é indicativo de diabetes. Já o odor de mofo, principalmente, em feridas ou ataduras, indicam a presença de contaminação fúngica. Para que a seja bem-sucedida, o enfermeiro também deve estar atento à necessidade das condições doInspeção local do exame. Fique de olho A Inspeção deve ser iniciada ainda na chegada do indivíduo ao serviço de saúde, observando como ele está vestido, por exemplo, e se as roupas são adequadas para a estação do ano. São comuns indivíduos que sofreram violência, tentaram autoextermínio ou que fazem uso de drogas injetáveis, por exemplo, utilizarem roupas de mangas longas, mesmo no verão, com o objetivo de esconder as lesões no corpo. - -17 3.2 Ausculta A , a segunda técnica a ser realizada no exame físico, é uma técnica que avalia os dados físicos doAusculta organismo por meio da escuta dos sons emitidos pelo corpo na avaliação pulmonar, cardiológica e abdominal. Essa técnica utiliza o instrumento que já estudamos, o , permitindo a avaliação do sistemaestetoscópio pulmonar, sistema cardíaco e sistema digestivo. Potter (2009) ressalta que durante a dos , é possível verificar a presença de sonsAusculta sons pulmonares normais, denominados murmúrio vesicular. Porém, alguns sons anormais podem ser escutados como os roncos que estão presentes quando há secreção solta nos pulmões, por exemplo. O estetoscópio também permite que o enfermeiro escute os , sons mais agudos, característico de indivíduos com asma. É possível ainda escutarsibilos os sons que são ruídos mais ásperos, indicando a presença de secreções retidas. E porestertores/crepitações fim, o que é semelhante ao gargarejo, indicando obstrução das vias aéreas.som estridor Já a requer a avaliação em pontos específicos do corpo, que permitem ouvir os sons das valvasAusculta cardíaca , sendo eles: Foco mitral localizado no quarto ou quinto espaço intercostal do lado esquerdo da linha hemiclavicular, correspondendo ao ictus cordis (o ápice do coração). F o c o pulmonar localizado no segundo intercostal do lado esquerdo, junto ao osso esterno. Foco aórtico localizado no segundo intercostal do lado direito, junto ao osso esterno. Foco aórtico localizado no terceiro espaço intercostal esquerdo junto ao esterno. F o c o tricúspide localizado na base do apêndice xifoide, levemente para a esquerda. Além desses pontos de Ausculta, que são os mais usados frequentemente no exame físico, temos outros pontos que são: B o r d a eternal esquerda corresponde um espaço entre a área pulmonar e a área tricúspide. - -18 B o r d a esternal direita corresponde auma área entre o foco aórtico e o quinto espaço intercostal direito. Endoápex o u mesocárdio região situada entre o foco tricúspide e o mitral. Os sons cardíacos são breves, sendo produzidos devido à abertura ou fechamento das valvas cardíacas. Esses sons ainda são divididos entre que ocorrem durante a contração cardíaca e, os sons sistólicos sons diastólicos que ocorrem durante o relaxamento cardíaco. Entretanto, durante a Ausculta cardíaca, podem ocorrer alguns sons anormais como o sopro que é uma turbulência no fluxo sanguíneo. Ou ainda, o som anormal de atrito que é caracterizado por um som estridente e áspero, ocorrendo de dois ou três separados, como é o caso da taquicardia. E por fim, a deve ser realizada nos quatro quadrantes do abdômen, sendo eles oausculta do abdômen quadrante superior direito, quadrante superior esquerdo, quadrante inferior esquerdo e quadrante inferior direito. Durante essa ausculta, é importante diferenciar o som normal dos sons anormais. Os ruídos hidroaéreos são considerados normais. Durante a ausculta é importante observar que os sons não são rítmicos e pode ocorrer um ruído a cada 5 a 20 segundos, sendo observados os ruídos por um minuto. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /388becedbe19103565cb4f91e5d21a77 Fique de olho Ausculta abdominal deve ser feita entre as refeições, pois logo após a refeição ou a ingestão de água, os sons são mais frequentes. Quando não for possível realizar nesse intervalo, o enfermeiro deve colocar uma observação, relatando que os sons abdominais foram avaliados após a refeição. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/388becedbe19103565cb4f91e5d21a77 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/388becedbe19103565cb4f91e5d21a77 - -19 - -20 3.3 Palpação A , Palpação a terceira técnica a ser realizada no exame físico, é a por meio do Oavaliação do organismo tato. toque do enfermeiro e a pressão das mãos permite que as estruturas anatômicas sejam sentidas. Desta forma, essa técnica é utilizada para avaliar as modificações de textura, espessura, consistência, sensibilidade, volume e dureza do organismo. A técnica apresenta diversas variações. Conheça-as abaixo: • Palpação com a mão espalmada O enfermeiro deve utilizar a palma da mão de forma espalmada para realizar a palpação. • Palpação com sobreposição das mãos O enfermeiro deve manter as duas mãos sobrepostas, que conferem maior pressão, para avaliar órgãos como fígado e baço. • Palpação com a mão espalmada O enfermeiro deve utilizar a polpa dos dedos e a parte ventral dos dedos apenas para o tato. • Palpação com a borda da mão O enfermeiro deve exercer uma maior pressão em uma área menor com a borda de sua mão. • Palpação utilizando polegar e o indicador em forma de "pinça" O enfermeiro deve avaliar a elasticidade da pele e estado de hidratação, utilizando os dedos polegar e indicador em forma de "pinça". • Palpação dita pressão no membro O enfermeiro deve realizar a palpação com o polegar ou dedo indicador, fazendo a compressão de uma área para avaliar a presença de dor e de edema, conforme imagem a seguir. • • • • • • - -21 Figura 3 - Palpação dita pressão no membro Fonte: Sruilk, Shutterstock, 2020. #PraC : A imagem mostra a pressão com o dedo indicador no membro inferior para avaliação de edema.egoVer A palpação também é utilizada para avaliar a frequência cardíaca a partir da avaliação do pulso, observando a amplitude do pulso, elasticidade, frequência e ritmo. A sensibilidade também pode ser avaliada na palpação, podendo utilizar o algodão, por exemplo, passando ele na pele do indivíduo e questionando se ele sente ou não. O enfermeiro deve estar atento ao avaliar a sensibilidade se o paciente disse que sente porque viu o algodão passando ou se realmente há sensibilidade, pois em casos de hanseníase e diabetes, há perda da sensibilidade da pele. Durante a avaliação da Palpação, o enfermeiro deve realizar o exame no sentido da cabeça para os pés. Neste contexto, veja o que é importante avaliar na técnica da Palpação: Tireoide para detecção de nódulos ou irregularidades. Presença de nódulos em várias partes do corpo. Presença de massa endurecida e qual a região do corpo que está presente. Presença de dor durante a Palpação, sendo um achado anormal. Presença de órgãos palpáveis como o fígado e baço, que em condições saudáveis, não devem ser palpáveis. Temperatura, umidade, textura, turgor, elasticidade, sensibilidade e espessura na palpação da pele. É importante que o enfermeiro esteja atento à a variação de idade, pois a elasticidade e sensibilidade reduzem com o avançar do tempo do organismo. Tamanho, forma, sensibilidade dos órgãos e se os mesmos apresentam alguma massa palpável. E para completar o conhecimento referente à técnica da Palpação, é importante saber que existem duas modalidades nesta prática: - -22 Palpação leve A técnica é feita quando o enfermeiro coloca a mão no local a ser avaliado do corpo. Neste caso, até pelo próprio nome da técnica, as mãos devem realizar uma pressão máxima que não ultrapasse um centímetro de profundidade na pele do paciente. Palpação profunda A técnica é feita quando o enfermeiro usa uma ou ambas as mãos para exercer pressão maior na região avaliada, tendo um aprofundamento no toque de quatro centímetros. Quando for utilizar ambas as mãos, é importante que o profissional de saúde deixe uma mão mais relaxada e a outra exercer a força, permitindo que uma mão fique mais sensitiva às alterações. - -23 3.4 Percussão A , a última técnica a ser aplicada no exame físico, é um procedimento baseado nas vibraçõesPercussão características do próprio corpo. Os sons produzidos apresentam intensidade, timbre e tonalidade, na dependência da estrutura anatômica percutida. Essa técnica pode ser realizada utilizando a , a , a ,Percussão direta Percussão dígito-digital Punho-percussão a e a .Percussão com a borda da mão Percussão tipo piparote • Percussão direta Procedimento realizado por meio do golpeamento direto na região analisada, utilizando as pontas dos dedos. • Percussão dígito-digital Procedimento realizado com golpeando da borda ungueal do dedo médio da mão direita à superfície dorsal da segunda falange do dedo médio ou o indicador da outra mão. Neste caso, o dedo que golpeia designa-se plexor e o que recebe o golpe é o plexímetro. • Punho-percussão Prodecimento feito com a mão fechada, realizando o golpeamento com a borda cubital na região examinada. Essa manobra causa sensação dolorosa, porém quando for uma dor mais intensa é indicativo de alguma alteração. • Percussão com a borda da mão Procedimento realizado com os dedos estendidos e unidos, golpeando-se a região desejada com a borda ulnar, procurando ver alguma sensação dolorosa. Esse procedimento é muito utilizado para a avaliação dos rins. • Percussão piparote Procedimento realizado com uma das mãos do enfermeiro golpeando o abdômen com um piparote, ao mesmo tempo em que a outra mão fica espalmada na região oposta. A piparote é utilizada para avaliar a presença de líquidos abdominais, como exemplo. • • • • • - -24 Figura 4 - Percussão digital-digital realizada no tórax para avaliação pulmonar Fonte: Ocskay Bence, Shutterstock, 2020. #PraCegoVer: A imagem mostra a percussão digital-digital realizada utilizando a mão esquerda espalmada na parte posterior do tórax direito de um indivíduo homem e a mão direita realizando o golpeamento na falange do dedo médio da mão espalmada. Em todos os tipos de Percussão, diversos tipos de sons são gerados, tais como: Som maciço em órgãos sólidos como o fígado. Som timpânico (semelhante de um tambor) na presença de vísceras vazias. Som ressonante (som oco) na percussão pulmonar. Som submaciço (variação do som maciço) na presença de ar em quantidade restrita lhe dá característicapeculiar. Som claro pulmonar no golpe ao tórax normal. - -25 Durante a Percussão, é importante realizar a comparação dos sons do hemitórax direito com o do esquerdo, os sons do ápice e da base pulmonar, observando assim a variação e se há algum som anormal. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /f49ac3682357de74f5c515faef61c2b0 é isso Aí! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • aprender sobre a avaliação clínica a ser realizada no exame físico; • estudar e conhecer os instrumentais que são utilizados para auxiliar o exame físico; • conhecer as técnicas básicas para a realização do exame físico; • estudar a técnica de Inspeção e como ela deve ser feita; • aprender sobre a Ausculta, seus sons e possíveis anormalidades; • conhecer a Palpação, como a técnica deve ser realizada e qual o posicionamento das mãos. Referências POTTER, P.A.; A. P. . (s.l.: s.n.), 2009.Fundamentos da enfermagem • • • • • • https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/f49ac3682357de74f5c515faef61c2b0 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/f49ac3682357de74f5c515faef61c2b0 Olá! 1 Avaliação clínica para o exame físico 1.1 Exame clínico geral Assista aí 1.2 Preparo para a realização do exame físico Organização Segurança Ambiente Higiene Limpeza Temperatura 2 Instrumentação no exame físico 2.1 Balança e fita métrica 2.2 Abaixador de língua e lanterna 2.3 Manguito 2.4 Estetoscópio 2.5 Termômetro 2.6 Lupa 2.7 Glicômetro 2.8 Otoscópio 2.9 Maca com perneiras, espéculos e kit para coleta 3 Técnicas básicas para o exame físico 3.1 Inspeção 3.2 Ausculta Assista aí 3.3 Palpação Palpação com a mão espalmada Palpação com sobreposição das mãos Palpação com a mão espalmada Palpação com a borda da mão Palpação utilizando polegar e o indicador em forma de "pinça" Palpação dita pressão no membro 3.4 Percussão Percussão direta Percussão dígito-digital Punho-percussão Percussão com a borda da mão Percussão piparote Assista aí é isso Aí! Referências
Compartilhar