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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM RELACIONADA A ELIMINAÇÃO URINÁRIA Professora Mestranda Karina Alves Cateterismo vesical Introdução de um tubo de plástico ou de borracha na bexiga, pela uretra. O cateterismo assegura a eliminação contínua de urina, nos casos de incapacidade de controlara micção ou apresentar obstrução do fluxo urinário. É necessário recorrer outros métodos de esvaziamento da bexiga devido risco de infecção das vias urinárias. Rins: -Posicionado 12° vértebra torácica a 13° lombar, rim esq. 1,5-2 cm > dir. Produtos residuais metabolismo (sangue) são filtrados nos rins. -Débito normal eliminação urinária 1500-1600 ml, um débito <30 ml/hora pode indicar alterações renais. -Hormônios produzidos: eritropoietina (produção e maturação dos eritrócitos); Renina (Angiotensina I e II). Ureteres: - Ligação rins a bexiga medem de 25-30 cm. Sua obstrução (cálculos) resulta em ondas peristálticas. Bexiga: - Reservatório de urina e órgão de excreção. Capacidade normal de 600 ml e uma micção pode comportar 300 ml, mas o desejo de micção em média de 150-200 ml adulto. Esfíncter uretral mantêm controle voluntário da micção. Uretra: - Caminho de saída entre bexiga e meio externo (uretra e meato uretral). Mulheres 4-6,5 cm e homens 20 cm. - Fluxo turbulento de diurese depura as bactérias e também o muco bacteriostático uretral. Urina: eliminação de resíduos que não têm utilidade para o nosso organismo O produto da filtração renal passa a ser chamado urina quando atinge a pelve renal, antes não pode ser chamado de urina porque está sendo absorvido e secretado. -Uretra masculina: cerca de 20cm - prostática e peniana (curva peniana) - Uretra feminina: 4 a 6cm e a proximidade do meato uretral ao canal vaginal e ao ânus são as razões da maior freqüência de infecção urinária em mulheres. Urina: – componentes 95% de água; Substâncias inorgânicas: cloretos, fosfatos, sódio, potássio, cálcio, magnésio e ferro; Substâncias orgânicas: uréia, ácido úrico, creatinina e amoníaco Componentes incomuns na urina: glicose, sangue e proteínsas. Sistema Reprodutor Feminino Condições que causam alterações na eliminação urinária Ingestão hídrica: fundamental para o funcionamento dos rins. A queda da eliminação urinária pode significar queda na ingestão hídrica (cuidado de enfermagem incompleto). Infecção renal: pode resultar do refluxo, ascensão do fluxo urinário e introdução de cateteres na uretra (pode levar microrganismos para a bexiga). CONDIÇÕES QUE CAUSAM ALTERAÇÕES NA ELIMINAÇÃO URINÁRIA Insuficiência renal: Pré renais: Diminuição do volume intravascular; Desidratação; Hemorragias; Queimadura; Choque; Sépsis; Reações anafiláticas Falência de bomba cardíaca: ICC, IAM e doença cardíaca hipertensiva. CONDIÇÕES QUE CAUSAM ALTERAÇÕES NA ELIMINAÇÃO URINÁRIA Insuficiência renal: - Renal Agentes nefrotóxicos; Reações a transfusão; Doença do glomérulo; Neoplasias renais; Doenças sistêmicas / hereditárias. CONDIÇÕES QUE CAUSAM ALTERAÇÕES NA ELIMINAÇÃO URINÁRIA Insuficiência renal: - Pós-renais: Obstrução uretral, vesical, coágulo sanguíneo, tumores; Hipertrofia prostática; Bexiga neurogênica (perda da sensação de reprimir o estímulo da micção); Tumores pélvicos. Exame físico: -Pele e mucosas: estado hidratação, turgor cutâneo. -Rins: inflamação, flancos (percussão), palpação. -Bexiga: distensão (acima da sínfise púbica pode ate chegar abaixo do umbigo), percussão (cheia som maciço) - Meato urinário: avaliar presença secreção, inflamação e lesões. CARACTERÍSTICAS A SEREM OBSERVADAS NA URINA # Volume; # Cor; # Aspecto; # Cheiro; # pH; # Densidade. NORMALIDADE -Volume em 24 horas: 1500 a 1600ml; -Volume por hora: 30ml -Cor: amarelo- claro -Aspecto: urina recém eliminada: transparente, límpida, sem sedimentos; -Urina armazenada: degradação da uréia em amônia – turva e opaca; -Cheiro: “sui generis” -pH: ácido – em torno de 6; -Densidade: 1015 a 1025 (d = m/v) AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO URINÁRIA (SINAIS E SINTOMAS) -Diurese: urina por tempo; -Micção: necessidade de eliminação urinária; -Poliúria: volume urinário aumentado; -Oligúria: volume urinário diminuído; -Anúria: ausência de formação de urina (volume < 100ml/24horas); -Nictúria: aumento do volume urinário durante a noite; -Polaciúria: aumento da freqüência das micções, não está relacionado com o volume; -Disúria: dor ao urinar; -Retenção urinária: incapacidade para eliminação urinária; -Incontinência urinária: perda involuntária de urina; -Incontinência de esforço: extravasamento intermitente de urina devido a esforço súbito (espirrar, tossir, rir); -Enurese: eliminação involuntária durante o sono. EXAMES DE URINA Urina tipo I ou urina rotina: -Primeira urina do dia; -É precedido por higiene íntima; -Desprezar o 1º jato e colher jato médio diretamente no frasco; -Enviar ao laboratório no máximo em 30 minutos EXAMES DE URINA Urina de 24 horas: -Verificar proteinúria e glicosúria -Proteinúria: presença de proteínas na urina; -Glicosúria: presença de glicose na urina; -Despreza a 1º micção, em seguida todas as micções serão armazenadas em um frasco com tampa. EXAMES DE URINA Glicosúria fracionada: Necessita de quatro frascos; Eliminação de glicose relacionada com período alimentar Frasco I: 07 às 11h FrascoII: 11 às 22h Frasco III: 17 às 22h Frasco IV: 22 às 07h/ Não despreza a 1º urina Usar frascos de 1000ml se a eliminação ultrapassar 1000ml, usar outro frasco com os mesmo número; Enviar ao laboratório os 4 frascos juntos e identificados EXAMES DE URINA Glicofita de 6 em 6 horas; -Amostra pequena de urina (30ml); -Emergir 5cm de fita; -Esperar 1 minuto; -Comparar com escala de cor da em balagem. EXAMES DE URINA Urina para cultura Higiene íntima rigorosa; Tubo de ensaio ou frasco de vidro estéril; Encaminhar imediatamente ao laboratório ou refrigerar; Se o paciente estiver impossibilitado, realizar cateterismo de alívio. CATETERISMO VESICAL -A utilização pioneira foi 1927 quando Frederic Foley introduziu um cateter através da uretra até a bexiga com a finalidade de controlar o sangramento após uma cirurgia de prostatectomia transuretral; -Atualmente tem-se uma série de finalidades para ouso desse tipo de cateter; -Os cateteres variam de tamanho, formato, comprimento,material e configuração; CATETERISMO VESICAL -O tipo de cateter a ser escolhido depende do objetivo a ser alcançado; -Existe uma multiplicidade de riscos relacionados ao uso do cateter vesical ou à manipulação instrumental das vias urinárias,dessa forma,deve-se avaliar nterdisciplinarmente o risco-benefício desse procedimento para a cada situação de saúde; TIPOS DE CATETERISMO VESICAL Sondagem vesical de demora (SVD) Sondagem Vesical de alívio (SVA) Sondagem/Cateterismo intermitente Cateterismo intermitente e/ou alívio: Uso de sonda reta descartável (sonda vesical de alívio SVA), para esvaziamento da bexiga (5-10 min). A sonda possui um lúmem Cateterismo de demora: sonda vesical de demora (SVD) ou cateter Foley, permanece por um período longo ou até quando o paciente consiga esvaziar a bexiga completa e voluntariamente. A sonda é dois lúmem (convencional) ou de três lúmem (irrigação de líquidos ou medicamentos). Cateterismo de demora /Sonda Vesical de Demora SVD: Intermitente e/ou alívio (SVA): quando o paciente só necessita do cateterismo por curto prazo, o perigo de infecção torna-se menor. 1- Para o alívio imediato da distensão da bexiga - drenar urina no pre-pós operatório (8-12 horas) - incontinência ou retenção urinária -retenção devido traumas de uretra - quando paciente não consegue urinar por se encontrar sob ação de sedativos e/ou analgésicos Indicação do cateterismo/sondagem vesical Intermitente e/ou alívio (SVA): Indicação do cateterismo/sondagem vesical 2- No tratamento prolongado de pacientes com incompetência vesical - nas lesões de medula espinhal -na degeneração neuromuscular progressiva 3- Quando se deseja obter uma amostra estéril 4- Determinar a urina residual após micção ou medir com acurácia volume de diurese de pacientes críticos Indicação do cateterismo/sondagem vesical Cateterismo /sondagem de demora (SVD): é usado no esvaziamento da bexiga a longo prazo. 1- Na presença de obstáculo à eliminação urina - aumento do volume da próstata -estenose de uretra 2- PO uretra e estruturas vizinhas (cicatrização e diminuição de edema) 3- Prevenir a obstrução da uretra por coágulos sanguíneos - tumores de bexiga - cirurgia de uretra Indicação do cateterismo/sondagem vesical SVD: 4- Meio de controlar a diurese, de pacientes comatosos ou estados graves 5- Evitar lesões da pele, no paciente comatosos incontinente ou seriamente desorientado 6- Para possibilitar a irrigação contínua ou intermitente da bexiga Materiais para cateterismo/sondagem vesical - SVD/SVA - luvas cirúrgicas/estéril (2 pares) - bandeja de cateterismo - seringa 20 ml - Bolsa (sistema fechado) - impermeável e/ou comadre - Clorexidina degermante/aquosa - esparadrapo - 20 ml água destilada - lubrificante/xilocaína - gaze - saco de lixo - máscara Foley Sistema de drenagem vesical Fechado TÉCNICA Preparo do material Lavagem das mãos Orientação ao paciente Posicionamento do paciente (privacidade)- Mulheres: ginecológica; -Homens: decúbito dorsal com pernas afastadas; - Após a abertura do pacote de cateterismo, calçar luvas estéreis. Preparo do material Anti-sepssia Colocação de campos “Anestesia” do meato Lubrificação da sonda Introdução da sonda Confirmação da posição Insuflação do balão Conecção da extensão/Fixação da sonda (demora) TÉCNICA EM MULHERES -Abrir material e colocar na bandeja de cateterismo -Realizar antissepsia: entreabrir os pequenos lábios e fazer antissepsia do meato uretral, sempre no sentido uretra-ânus, levando em consideração de que a mão em contato com esta região é contaminada e não deve voltar para o campo, depois pequenos lábios, grandes lábios e região pubiana, e colocar campo fenestrado; -Preparar o material SVA/SVD -Introduzir a sonda lubrificada no meato urinário até a verificação da saída de urina. -Se for uma sonda de foley, insuflar o balão de segurança com água destilada, obedecendo o volume identificado na sonda. -Conectar à extensão, -Fixar a sonda -Reunir o material utilizado. -Se for uma sonda de alívio, aguardar esvaziar a bexiga e remover imediatamente a sonda. SISTEMA REPRODUTOR FEMININO TÉCNICA EM HOMENS Realiza-se o mesmo no pênis (antissepsia), inclusive a glande com movimentos circulares, para corpo do pênis para região púbica, coloque o campo. Para passagem do cateter, traciona-se o mesmo para cima, introduzindo-se a sonda lentamente. ANATOMiIA DO SiSTEMA REPRODUTOR MASCULiNO OBSERVAÇÕES Nas sondagens vesicais de demora, com o sistema de drenagem fechado, deve-se observar algumas regras para diminuição do risco de infecção do trato urinário Nunca elevar a bolsa coletora acima do nível vesical; limpeza completa duas vezes ao dia ao redor do meato uretral; Nunca desconectar o sistema de drenagem fechado, A troca do sistema deve ser realizado na vigência de sinais inflamatórios*. -Verificar se não existem dobras no sistema de tubos -Não deitar o paciente sobre tubos de drenagem -Evitar grandes alças de tubulação do bolsa coletora fique suspensos beira leito -Observar eventual presença de coágulos ou sedimentos, capazes de obstruir a tubulação -cuidados higiene com cateter devem ser realizados duas vezes/dia e em seguida das evacuações - Cuidados com SVD -manter sonda sempre abaixo nível vesical; -trocar esparadrapo quando desfixado ou sujo; -clampar sistema quando for elevara a bolsa coletora/urokit quando elevar acima no nível da bexiga do paciente; -esvaziar bolsa coletora a cada 8/8 horas Cuidados com SVD Cuidados de Enfermagem na irrigação vesical Idem SVD acrescidos: - Volume infundido -Observar o aspecto do líquido drenado - Controle de balanço débito urinário Cuidados de Enfermagem Cuidados de Enfermagem Cuidados de Enfermagem Outros dispositivos utilizados no sistema urológico Dispositivo para incontinência: •É indicado para pacientes do sexo masculino, que apresentam incontinência ou que se encontre em estado de coma, mas com esvaziamento espontâneo da bexiga. -é trocado diariamente Cistostomia Nefrostomia Irrigação contínua IRRIGAÇÃO IRRIGAÇÃO IRRIGAÇÃO Sondagem vesical Supra-púbica (cistostomia) REFERÊNCIAS CRAVEN, R. F.; HIRNLE, C. J. Fundamentos de Enfermagem: saúde e funções humanas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. TAYLOR, C.; LILLIS, C.; LEMONE, P. Fundamentos de enfermagem. Porto Alegre: Artmed, 2007. NETTINA, S. M.; Prática de Enfermagem. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. POTTER, P.; PERREY, G. Grande tratado de Enfermagem prática: clínica e prática hospitalar. São Paulo: Atheneu, 1998.
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