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2 – TIPOS E CARACTERÍSTICAS DE MÁQUINAS DE CC 2.1 – EQUAÇÃO DA TENSÃO INDUZIDA Fig. 2. 1 Máquina CC elementar, com comutador A tensão gerada na bobina a é alternada, dada por e d dt= − λ λ = fluxo concatenado (fluxo φ que atravessa a superfície da bobina) φ = fluxo por pólo da máquina Para uma espira: λ = φcosθ Como a velocidade angular, ω, é constante: θ = ωt, e considerando o número total de espiras em série, por fase, N, λ = Nφcosωt Segue que a tensão gerada é: sen cosd de N t N t dt dt λ φ= − = ω φ ω − ω tensão de velocidade↑ ↑tensão de transformador Nas máquinas CA → sene N t= ω φ ω max 2E N fN= ω φ = π φ e o valor eficaz (onda senoidal) 2 2 E fNπ= φ 4, 44E fN= φ Na máquina CC, mantendo a hipótese de distribuição de fluxo senoidal, a forma de onda de tensão retificada pelo comutador e disponível entre as escovas é como aquelas apresentadas no capítulo 1 (figuras 1.2.1 e 1.2.2.) O valor médio, ou de CC, da tensão entre as escovas é: 0 1 2sen ( )a aE N td t E N π= ω φ ω ω ⇒ = ω φπ π∫ em que ω é a freqüência angular da onda de tensão. Adicionalmente tem-se 2 m pω = ω em que ωm é a velocidade mecânica em rad/seg (ou rpm). A substituição permite escrever: 2 60a m PN nE PN= φω = φπ n – velocidade mecânica em rpm Rotação Escova de carvão Lâminas de cobre do comutador Bobina da armadura, N espiras Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 2 Caso prático = enrolamentos de armadura distribuídos (Fig. 2.2). Fig 2.2 – Seção transversal de uma máquina CC de 2 pólos. (fonte Fitz) N – número total de espiras em série entre os terminais da armadura Considerando-se Z = número total de condutores ativos (1 condutor = 1 lado da espira) a = nº de caminhos paralelos através do enrolamento da armadura Como são necessários 2 lados da bobina para fazer uma espira e 1/a destas são ligadas em série, segue que N = Z / 2 a e 2 60a m a m Z P nE K K a = φω = φω = φπ Ea = tensão entre as escovas para um total de espiras em série N entre os terminais da armadura Ka =constante que depende da máquina φ = fluxo por pólo da máquina ωm = 2πn/60 é velocidade mecânica do rotor (rad/s) n = velocidade mecânica em rpm - A tensão induzida é diretamente proporcional ao fluxo da máquina e a velocidade angular da máquina, - É independente se a máquina opera como gerador (tensão induzida) ou motor (força contra-eletromotriz). Ex. 1: Determine a tensão induzida na armadura de uma máquina CC girando em 1750 rpm, com 4 pólos. O fluxo por pólo é 25mWb e o enrolamento da armadura é imbricado (lap) com 728 condutores. [Resp.: Ea = 530,8 V] Ex. 2: Um enrolamento de armadura imbricado tem 576 condutores e conduz uma corrente de 123,5 A. Se o fluxo por pólo é 20 mWb, calcule o torque eletromagnético desenvolvido pela armadura. [Resp.: T = 226,4 Nm] Ex 3: Se a armadura do ex. 2 anterior gira na velocidade angular de 150 rad/s, qual é a fem induzida na armadura? [Ea = 275 V] Eixo magnético do enrolamento da armadura Eixo magnético do enrolamento de campo Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 3 2.2 – CURVA DE MAGNETIZAÇÃO (OU SATURAÇÃO) DE UMA MÁQUINA CC - 02 circuitos: campo e armadura ? fmm’s em quadratura (Fig. 2.3) - O fluxo por pólo, Φ, depende - Fp (ampères espira) produzidos pelo(s) enrolamento(s) de campo sobre o pólo. - R: relutância do caminho magnético. (Circuito magnético – Fig. 2.4a) - O fluxo passa através do pólo, entreferro, dente do rotor, núcleo do rotor, dente do rotor, pólo oposto e retorna através da carcaça da máquina - O circuito magnético equivalente é mostrado na Fig. 2.4b, na qual seções diferentes do sistema magnético, em que o fluxo magnético pode ser considerado razoavelmente uniforme, são representados por relutâncias Fig. 2.3 – Representação da máquina CC (fonte Sen). Fig. 2.4 – Circuito magnético: (a) seção transversal e (b) circuito equivalente (fonte Sen). Para valores baixos de fluxo Φ, o material magnético pode ser considerado com permeabilidade infinita, fazendo as relutâncias das seções do núcleo magnético iguais a ZERO. O fluxo magnético em cada pólo é então 2 2 P P g g F F R R Φ = = Se FP ? Φ SATURAÇÃO (dentes do rotor) (figuras 2.5 e 2.6) Fig. 2.5 – Relação fluxo x fmm em uma máquina CC (considerando RA nula*) (fonte Sen) Fig. 2.6 – Curva de magnetização. * idealmente a fmm da armadura não tem efeito sobre o fluxo polar (eixo d) porque a fmm da armadura atua no eixo q. Φ FP velocidade Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 4 MAIS CONVENIENTE: curva de magnetização expressa em termos da tensão induzida Ea em uma dada velocidade (Fig. 2.7). Fig. 2.7 – Curva de Magnetização: resultados de teste (fonte Sen). 2.3 – CLASSIFICAÇÃO DAS MÁQUINAS CC Formas de conexão do enrolamento do campo: Máquina CC c/ excitação independente Máquina CC auto-excitada (a) Excitação independente (b) Excitação série Exc. Derivação/ paralela/shunt Exc. Composta derivação curta Exc. Composta derivação longa OBS: ENROLAMENTO PARALELO ENROLAMENTO SÉRIE Paralelo + série: Curva de Magnetização em 1000 rpm If(A) Ea(V) Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 5 Derivação curta (short shunt) Derivação longa (long shunt) Máquina composta: a fmm do enrolamento série pode ser aditiva ou subtrativa em relação a fmm do enrolamento derivação. 2.4 TENSÃO DE REATÂNCIA E COMUTAÇÃO Devido a ação do comutador, o sentido da corrente em uma bobina sob comutação inverte toda vez que a escova “se move” de um segmento do comutador para o seguinte. Isso é representado esquematicamente na Fig. 2.8, na qual o fluxo de corrente na bobina a é mostrado para três instantes. Considera-se que a corrente passando por um segmento do comutador é proporcional à área de contato entre a escova e o segmento. Assim, para comutação satisfatória, o sentido do fluxo na bobina a deverá se inverter completamente [Figs. 2.8 (a) e (c)] durante o tempo em que a escova se mover do segmento 2 para o 3. A situação ideal é representada pela linha reta na fig 2.14; ela pode ser chamada de comutação linear (ou comutação ideal). Devido a bobina a ter alguma indutância L, a variação de corrente ΔI ,durante o tempo Δt, induz uma tensão L(ΔI/Δt) na bobina. De acordo com a lei de Lenz, a direção desta tensão, chamada tensão de reatância, é oposta à variação (ΔI) que a está causando. Como resultado, a corrente na bobina não inverte completamente durante o tempo em que a escova se move de um segmento para outro. A parcela de corrente “não invertida” “salta” (sob forma de centelhamento) do segmento do comutador para a escova, tendo como resultado estragos no comutador, corroendo-o. Esta interpretação da comutação ideal é também mostrada na fig 2.8. As direções de corrente e tensão de reatância estão mostradas na fig 2.9(a). Note que a direção da tensão induzida depende da direção de rotação dos condutores da armadura e da direção do campo no entreferro; ela é dada por u x B (ou pela regra da mão direita). Por outro lado,a direção da correntedepende da localização das escovas. Finalmente, a direção da tensão de reatância depende da variação da direção da corrente e é determinada pela lei de Lenz. Para a posição da escova mostrada na fig Fig. 2.8 – Bobina a sob efeito da comutação Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 6 2.10(a), a tensão de reatância retarda a inversão da corrente. Se as escovas são avançadas na direção de rotação (para operação geradora), pode-se notar, na fig 2.10(b), que a tensão induzida (rotacional) se opõe à tensão de reatância, tal que a inversão de corrente não é tão difícil quanto no caso em que a tensão de reatância está atuando sozinha, como na fig 2.10(a). Pode-se observar além disso, que a bobina sob comutação, estando próxima da parte superior do pólo sul, está sob influência do campo de um pólo sul “enfraquecido”. Com este argumento pode-se concluir que a comutação melhorará se avançarmos as escovas. Mas isto não é uma solução muito prática. O mesmo resultado - talvez melhor - será mantermos as escovas no PNG, ou PNM, como na fig 2.10(a), mas reforçando o campo do pólo sul enfraquecido pela introdução de pólos auxiliares, apropriadamente bobinados, chamados interpolos ou pólos de comutação, cuja fmm também varia com a carga. Veja fig 2.10(c). Fig. 2.9 – Comutação na bobina a. (c) Fig. 2.10- Tensão de reatância (auto-indutância) e sua neutralização: (a) Tensão de reatância e corrente na bobina c, fem rotacional = 0, (b) Tensão de reatância e corrente na bobina c, fem rotacional e corrente na bobina c, (c) interpolos INTERPOLOS OU PÓLOS DE COMUTAÇÃO são pólos auxiliares, pequenos e estreitos, com a finalidade de Minimizar o faiscamento através do alinhamento automático da linha neutra, produzir, na bobina sob comutação, uma tensão rotacional que aproximadamente compensa a tensão de reatância, obtendo-se a chamada “Comutação por Tensão”, usada em quase todas as máquinas modernas. Visto que a polaridade deste fluxo é a mesma que a do pólo de fluxo principal que as bobinas curto- circuitadas estão deixando, uma fem é induzida, que atua para manter a circulação de corrente na mesma direção que existia antes de a comutação começar. Por conseguinte, esta fem induzida devida a fmm de armadura atua para impedir a comutação; torna-se mais difícil para a corrente da bobina se inverter na ocasião em que deixa a escova. Como a fmm de armadura e a tensão de reatância são proporcionais a Ia, o enrolamento de comutação precisa ser ligado em série com a armadura. A polaridade de um pólo de comutação precisa ser a mesma do pólo principal seguinte, na direção da rotação, no caso de GERADOR (ou precedente, no caso de MOTOR) Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 7 2.5 – EQUAÇÃO DO CONJUGADO DESENVOLVIDO - Vários métodos - Conjugado desenvolvido na armadura (quando no enrolamento da armadura circula corrente no campo magnético produzido pelos pólos do estator) - Um método simples é usar o conceito de Força de Lorentz (Fig. 2.11): F Bli= Fig. 2.11 – Condutor carregando corrente em um campo magnético.(fonte Sen) Fig. 2.12 - (fonte Sen) - r = raio da armadura (distância do condutor ao centro da armadura) - espira aa’b’b, influência de pólos adjacentes - ωm = velocidade mecânica - l = comprimento do condutor na ranhura da armadura A força sobre um condutor (colocado na periferia da armadura),fc, é ( ) ( ) ac c If B li B l a= θ = θ onde ic é a corrente no condutor do enrolamento da armadura Ia e a corrente nos terminais da armadura a é o número de caminhos paralelos O conjugado desenvolvido por um condutor é c cT f r= O torque médio desenvolvido por um condutor é ( ) ac ÏT B l ra= θ em que ( )B A Φθ = , Φ = fluxo por pólo e A = área por pólo = 2 rl p π ? ( ) 2 pB rl Φθ = π assim 2 a c pI T a Φ= π (I) Todos os condutores no enrolamento desenvolvem torque na mesma direção e assim contribuem para o torque desenvolvido pela armadura O conjugado total desenvolvido é 2 cT NT= (II) de (I) e (II) a a a N PT I K I a Φ= = Φπ vi = ωmTe ? EaIa = ωmTe 2 m a e m e a a Z P I T T K I a φω = ω ⇒ = φπ i v Te ωm Máq. Elét IDEAL Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 8 2.6 – REAÇÃO DA ARMADURA Sem corrente circulando na armadura, o fluxo na máquina é estabelecido pela fmm produzida pela corrente de campo, como mostrado na Fig. 2.13(a). Entretanto, se corrente flui no circuito de armadura ela produz sua própria fmm (e fluxo conseqüentemente) atuando ao longo do eixo q. Portanto, a distribuição original de fluxo é perturbada. O fluxo produzido pela fmm da armadura opõe-se ao fluxo polar sob uma metade do pólo e adiciona-se sob a outra metade (do pólo), como mostrado na Fig. 2.13(b). Conseqüentemente, a densidade de fluxo sob o pólo aumenta em uma metade do pólo e diminui sob a outra. Se o acréscimo de densidade de fluxo causar saturação magnética, o efeito líquido é uma redução do fluxo por pólo. Isso é ilustrado na Fig. 2.13(c). Fig. 2.13 – Reação de armadura (fonte Sen) Para obter uma melhor visualização da fmm e da distribuição de densidade de fluxo na máquina CC, considere o diagrama desenvolvido da Fig. 2.14(a). A fmm da armadura tem uma forma de onda tipo dente de serra como mostrado na Fig. 2.14(b). Para o caminho mostrado por linha tracejada, a fmm líquida produzida pela corrente de armadura é zero porque o caminho encerra número igual de sentidos opostos (pontos e cruzes) de corrente. A distribuição de fmm da armadura é obtida movendo-se o caminho tracejado e considerando os sentidos da corrente encerrados pelo caminho. A distribuição de densidade de fluxo produzida pela fmm da armadura é também mostrada na Fig 2.14(b) por uma linha sólida. Observa-se que na região interpolar (isto é, próximo ao eixo q), essa curva mostra um afundamento. Este afundamento é devido a grande relutância magnética nessa região. Na Fig. 2.14(c) são mostradas as distribuições da densidade de fluxo produzidas pela fmm de campo, a fmm de armadura e a fmm resultante. Observe que ? Próxima de uma das extremidades do pólo, a densidade de fluxo líquida mostra os efeitos da saturação (porção tracejada). ? A região de densidade de fluxo zero move-se do eixo q quando a corrente de armadura circula. ? Se ocorrer saturação, o fluxo por pólo diminui. Esse efeito desmagnetizante da corrente de armadura aumenta tanto quanto a corrente de armadura aumenta. Sem carga (Ia = It = 0) a tensão terminal é igual à tensão gerada (Vt0 =Ea0). Quando a corrente circular, se o fluxo diminuir, a tensão gerada irá decrescer (Ea = KΦω). A tensão terminal irá decrescer ainda mais devido a queda IaRa. (c) Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 9 Fig. 2.14 – FMM e distribuição de densidade de fluxo. (fonte. Sen) Na Fig. 2.15, a tensão gerada para uma corrente de campo real If(real) é Ea0. Quando a corrente de carga circula a tensão gerada é Ea = Vt+IaRa. Para Ea < Ea0, o fluxo decresceu (considerando que a velocidade permaneceu constante) devido a reação da armadura (RA), embora a corrente de campo real If(real) no enrolamento de campo tenha permanecido constante. Na Fig. 2.15, a tensão gerada Eaé produzida por uma corrente de campo If(efet). Fig. 2.15 – Efeito da reação da armadura. O efeito líquido da RA pode, portanto, ser considerado como uma redução na corrente de campo. A diferença entre a corrente de campo real e a corrente de campo efetiva pode ser considerada como RA em corrente de campo equivalente. Então, ( ) ( ) ( )f eff f real f RAI I I= − , onde If(RA) é a RA em corrente de campo equivalente. Os efeitos da RA, por magnetização transversal, podem ser limitados por projeto e construção adequados da máquina: • A relutância da trajetória de fluxo transversal pode ser incrementada pelo aumento do grau de saturação nos dentes e faces polares. • Evitando entreferro muito pequeno e usando uma face polar chanfrada ou excêntrica que aumenta o entreferro nas pontas dos pólos. A Minimização da distorção do fluxo (e suas conseqüências) pode também ser neutralizada embutindo enrolamentos compensadores (Fig. 2.16) em ranhuras nas faces das peças polares (estator), conectados em série com os enrolamentos da armadura e carregando correntes com polaridade oposta a dos condutores da armadura sob a mesma face polar (a fmm produzida por esses enrolamentos é oposta a fmm da armadura). A principal desvantagem destes enrolamentos é o elevado custo, portanto são usados somente em máquinas de elevada potência ou que são sujeitas a mudanças abruptas da corrente (de armadura). Fig. 2.16 – Diagrama desenvolvido de enrolamentos compensadores. Ea ≈ Φ Ea0 = Vt0 Ea Vt + IaRa If(RA) If(efet) If(real) If Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 10 2.7 CARACTERÍSTICAS DE GERADORES E MOTORES 2.7.1 Gerador de corrente contínua com excitação independente Quando um ou mais campos são ligados a uma fonte de tensão CC separada, independente da tensão da armadura do gerador, este é chamado de gerador com excitação independente. Dois geradores com excitação independente são vistos na figura 2.17. No caso (a), como o campo não é mais excitado pela tensão da armadura Va, a corrente da armadura Ia é igual à corrente da carga IL. Note-se que o potenciômetro permite um ajuste em zero da corrente de campo. No caso (b) o gerador combina a auto-excitação do campo série e a excitação separada do campo shunt. As relações deste gerador são as mesmas dos geradores série, que serão apresentadas mais adiante neste texto. Note-se que o reostato permite o ajuste de corrente mínima, mas não zero. Figura 2.17 – Geradores com excitação independente. Excitação: fonte independente: Fig. 2.18: modelo em R.P. de um gerador CC com excitação independente Equações: Bateria, outro gerador Retificador controlado Retificador a diodo - resistência do enrolamento de campo - resistência do reostato controle usado no enrol de campo - resistência do circuito da armadura + escovas ou - resistência da carga Fig. 2.19: Característica terminal (externa) de um gerador CC com excitação independente Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 11 Fig. 2.20: Efeito da reação da armadura Observações: Como já ilustrado na Fig. 2.10, devido ao efeito de reação da armadura existe uma certa dependência entre os fluxos de eixo direto (campo) e quadratura (armadura). O fluxo produzido pela fmm da armadura opõe-se ao fluxo polar sob uma metade do polo e adiciona-se sob a outra metade (do polo), como mostrado na Fig. 2.10(b). Conseqüentemente, a densidade de fluxo sob o polo aumenta em uma metade do polo e diminui sob a outra. Como nas máquinas de CC existe sempre um certo grau de saturação, o reforço do campo, resultante em uma das metades do pólo é limitado pela diminuição da permeabilidade do material magnético, enquanto a atenuação da outra metade do polo não sofre essa limitação. O resultado é uma diminuição global do fluxo resultante com o aumento da corrente de armadura Ia e, por conseguinte, constata-se uma dependência da tensão induzida na armadura Ea com a corrente de armadura Ia. Na curva característica de magnetização tem-se a situação indicada na Fig. 2. 20. A corrente de excitação If gera a f.e.m E0, em vazio; se circular uma corrente de carga Ia, a reação de armadura reduz a f.e.m para o valor Ea, ao qual corresponde uma corrente fictícia de excitação If(efet) reduzida. A tensão terminal de armadura Vt é obtida, então a partir de Ea, bastando para isso subtrair a queda de tensão resistiva. O efeito líquido da RA pode, portanto, ser considerado como uma redução na corrente de campo. A diferença entre a corrente de campo real e a corrente de campo efetiva pode ser considerada como RA em corrente de campo equivalente. Então, ( ) ( ) ( )f eff f real f RAI I I= − , em que If(RA) é a RA em corrente de campo equivalente, podendo ser expressa como: ( )f RA aI I= β onde β é indicado por um valor percentual. Exemplo numérico (3.3 Kosow, p.81): Supondo excitação de campo constante, calcule a tensão a vazio de um gerador com excitação independente, cuja tensão da armadura é de 150 V numa velocidade de 1800 rpm, quando: (a) A velocidade é aumentada para 2000 rpm. (b) A velocidade é reduzida para 1600 rpm. Vt + IaRa If(RA) If(efet) If Ea ≈ Φ Ea0 = Vt0 Ea Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 12 2.7.2 Gerador SHUNT (derivação) Auto-excitado: uma porção da tensão gerada é empregada para excitar o enrolamento de campo magnético a) Circuito esquemático completo b) Circuito equivalente Fig. 2.21 – Gerador shunt: circuito esquemático e circuito equivalente ? O enrolamento de campo é conectado através de toda (ou quase toda) tensão gerada entre as escovas. ? Rotor da armadura ? Circuito da armadura ? Simplificação ? Circuito de campo ? Gerador shunt quando carregado ? Relação de correntes Relação de tensões Exemplo numérico (3.1 Kosow, p.75): Um gerador shunt, 250 V, 150 kW, possui uma resistência de campo de 50 Ω e uma resistência de armadura de 0,05 Ω. Calcule: (a) A corrente de plena carga. (b) A corrente de campo. (c) A corrente de armadura. (d) A tensão gerada na situação de plena carga. Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 13 2.7.2.1 Resistência de campo Fig. 2.22 – Resistências de campo 2.7.2.2 Característica a vazio (curva de magnetização) - auto-excitação (escorvamento) ? Representação da reta associada a resistência de campo e da curva de magnetização da máquina em eixos comuns. ? O escorvamento de dá em vazio e é definido como o tempo que a máquina leva para atingir a tensão em vazio Ea Fig. 2.23 – Escorvamento de um gerador shunt auto-excitado Descrição: Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 14 Razões que impedem a auto-excitação 1) Falta de magnetismo residual 2) Resistência de campo maior que a resistência crítica de campo ou resistência aberta resistência crítica de campo: , é a tangente à curva que passa através da origem, 0. ? 3) A armadura está invertida em relação ao campo 4) Alta resistência no circuito da armadura ou armadura em aberto 2.7.2.3 Característica tensão cargade um gerador-shunt a) Gerador shunt sob crga b) Característica de carga Fig. 2.24 – Características tensão-carga de um gerador shunt (fonte: Kosow) ? operação até In ? quedas pequenas ? TENSÃO DE SAÍDA CONSTANTE Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 15 2.7.3 Gerador SÉRIE Excitação: Fluxo: Fig. 2.25 – Gerador série Relações de tensão e corrente Ea = Vt + Ia (Ra + Rsr) (1) Vt = Ea - Ia (Ra + Rsr) (2) Aplicação: Característica Externa (Vt x It) Curva de Saturação a vazio (excitação independente) + Eq. (2) Fig. 2.26 – Curva de Saturação a vazio Característica de carga Fig. 2.27 - Característica externa (de carga) de um gerador série Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 16 2.7.4 Gerador COMPOSTO (COMPOUND) ? Aplicações práticas requerem tensão constante ? Para compensar efeitos das quedas IaR e da RA adiciona-se um enrolamento ao enrolamento de campo shunt Fig. 2.28 – Fmm dos campos série e shunt ? Pode-se adicionar Ae para acrescentar ou diminuir o φP. ? ambos enrolamentos: GERADOR COMPOSTO. Fig. 2.29 – Gerador composto: circuitos equivalentes shunt-curto e shunt-longo (a) Shunt-curto (b) Shunt-longo Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 17 Para qualquer que seja o método de CONEXÃO e considerando linearidade magnética, a tensão gerada é é fluxo por pólo produzido pela fmm do enrolamento de campo shunt é fluxo por pólo produzido pela fmm do enrolamento de campo série. Quando a fmm do campo série auxilia a fmm do campo-shunt, o gerador é denominado COMPOSTO CUMULATIVO. Quando a fmm do campo série se opõe a fmm do campo-shunt, o gerador é denominado DIFERENCIAL. ? As fmm’s dos campos shunt e série atuam no mesmo circuito magnético. Portanto, a fmm efetiva por pólo é é o número de espiras por pólo do enrolamento compound é o número de espiras por pólo do enrolamento série é a fmm (equivalente) da reação da armadura (RA) Assim, 2.7.4.1 Característica V x I dos geradores compostos Há 3 tipos possíveis de características de carga para o gerador composto cumulativo, dependendo da fmm de reforço adicional relativo produzida pelo campo série, isto é, do número de espiras do enrolamento de campo. Estes tipos são chamados de (1) Hipercomposto (2) Composto normal (3) Hipocomposto Para o gerador composto diferencial (isto é, a fmm do campo série se opõe a fmm do campo shunt) ocorre uma brusca queda de tensão com o aumento da carga. Essa característica decorre da queda no fluxo principal, redução criada pela fmm do campo série. A maior parte das máquinas CC comerciais é normalmente fornecida pelo fabricante como hipercomposta ? o grau de compensação (hiper, normal, hipo) pode ser ajustado por meio de um resistor de drenagem. Fig. 2.30 –Características de carga (V x I) de geradores CC compostos com velocidade constante. (fonte: Kosow) Máquinas de Corrente Contínua e Síncronas – Cap. 2 -- cópias de transparências/ anotações de aula – atualização / impressão: 10/8/2011 18 Se um gerador composto é testado no laboratório, para determinar e comparar as várias características discutidas, é costume ajustar o gerador para tensão e velocidade nominais com carga. Se a carga é diminuída em incrementos e se são tomadas leituras de tensão e da corrente de carga em cada passo, é possível comparar as características para várias conexões para os mesmos valores nominais de carga, tensão e velocidade. Esta comparação usando a mesma máquina CC, é mostrada na Fig. 2.31. Fig. 2.31 – Comparação das características de carga (V x I) de geradores CC compostos com velocidade constante. 2.7.4.2 Ajustamento do grau de compensação dos geradores compostos cumulativos Cálculo de Rd 1) operação como shunt 2) Anota-se If, Ia e Vt 3) Shunt (carga nominal) ? composto normal, isto é Vtnom = Vt0 então ou 4) Rd e Rs em paralelo Sugestão de estudo, exemplos do... Kosow: 3-1, 3-3, 3-4, 3-6, 3-8, 3-9 Del Toro: 7-1 Fitzgerald: 5-1 Nasar (Máquinas Elétricas): problemas resolvidos 4.10 – 4.13
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