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08 Esporte e Atividade Física

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ESPORTE E ATIVIDADE FÍSICA 
 
 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Esporte E Atividade Física 
Escrito Por Nutriangels 
Os benefícios que a prática de atividade física proporciona para a saúde e qualidade de vida são bem 
conhecidos. No entanto, os indicadores de sedentarismo continuam aumentando a cada dia, sendo 
que, de acordo com pesquisa publicada em 2016 pelo Ministério do Esporte, cerca de 46% dos 
brasileiros são sedentários. 
O sedentarismo é caracterizado pela falta de atividade física, um dos fatores que podem tornar as 
pessoas mais suscetíveis ao desenvolvimento de algumas doenças. 
E esse número vem crescendo também entre as crianças. A forte presença da tecnologia no dia a dia 
e as conveniências modernas que ela oferece levaram ao aumento nos índices de inatividade na 
infância. 
Além disso, o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis tem sido observado em idade cada 
vez mais precoce, como a obesidade, por exemplo. O índice de crianças com excesso de peso 
aumenta consideravelmente ao passar dos anos. Segundo documento da OMS, o número de 
crianças obesas mais do que dobrou entre 1990 e 2014, passando de 7,5 milhões para 15,5 milhões. 
Dessa forma, a prática de atividade física na infância tem importante papel para prevenir ou reverter 
esse cenário preocupante. Ao contrário de alguns mitos populares, exercícios físicos não são 
prejudiciais para crianças quando realizados de forma segura. Ademais, tal prática promove vários 
outros benefícios para a saúde infantil, além da prevenção e controle da obesidade. São alguns 
deles: 
• estímulo do crescimento e desenvolvimento; 
• fortalecimento dos ossos, músculos e articulações; 
• melhora da postura e equilíbrio; 
• aumento da sensibilidade à insulina; 
• melhora do perfil lipídico; 
• melhora da autoestima; 
• melhora do foco e concentração; 
• domínio do próprio corpo. 
Os exercícios devem ser realizados de forma agradável e leve e ter como principal objetivo 
desenvolver o hábito no cotidiano das crianças, estimulando-as a gostar dessa prática. 
Isso é importante tanto no que diz respeito à saúde infantil quanto do ponto de vista das habilidades 
sociais. As entidades profissionais, científicas e os meios de comunicação devem considerar, 
portanto, a atividade física na infância como uma questão de saúde pública, divulgando informações 
sobre sua importância e implementando programas para a sua prática orientada. 
A Atividade Física Na Infância É Muito Recomendada. 
Imaginem esta cena: filho de 5 anos, começo da infância, agitadíssimo, daqueles que escalam até 
poste, cai e fratura o pulso. Gesso no braço por 20 dias!! 20 dias sem poder jogar futebol, fazer 
natação, treinar kung fu, fazer aulas de circo. Além de tudo, deveria maneirar nas atividades físicas, 
como correr e pular para não correr o risco de cair. 
 ESPORTE E ATIVIDADE FÍSICA 
 
 
 
2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Esse é o meu filho! Ele ama praticar e se movimentar, mas sinceramente eu não sabia o quanto a 
falta destas atividades físicas poderia fazer tanta diferença na vida dele. Lá pelo décimo dia de gesso, 
ele não dormia bem, parecia estar sempre entediado e não tinha sono. No dia anterior ao retorno ao 
ortopedista (ele sabia que tiraria o gesso), estava empolgado, mas não pelo fato de ficar com o braço 
livre e, sim, por saber que voltaria a praticar esportes! 
Foi então que procurei um especialista para saber mais sobre a relação esportes x crianças e contar 
para vocês. Que movimentar o corpo faz bem, a gente já sabe! Mas eu queria entender por que a 
falta de atividades físicas podem mexer tanto com o bem estar de uma criança e, 
principalmente, como manter esse interesse pelas atividades físicas para a vida toda! 
Conversei com Cristiano Parente, professor e coach de educação física, eleito em 2014 o melhor 
personal trainer do mundo em concurso internacional promovido pela Life Fitness. Ele afirma que é 
muito importante que as crianças pratiquem atividades físicas desde cedo. E para quem tem um “220 
V” em casa, como o meu filho, o professor dá a dica: “As crianças mais ativas se desenvolvem com 
mais facilidade, melhor, com mais habilidades e capacidades e aí vai se desenvolver em ambientes 
sociais e emocionais de outra forma, conseguindo interagir melhor com outras pessoas. Por tudo isso, 
é muito interessante incentivar a prática de atividade física desde cedo até mesmo para direcionar 
toda essa energia que as crianças têm”. 
Esportes X Atividades Físicas 
É importante saber diferenciar esporte de atividade física. “O esporte será uma atividade mais 
competitiva e que vai levar o filho a aprender ou desenvolver uma habilidade em um jogo que tenha 
competição. Isso é diferente de colocar a criança para praticar diversas atividades ou movimentos 
que não sejam diretamente relacionados ao esporte”, afirma Cristiano Parente. “Já para o que a gente 
chama de atividades físicas em geral, ela serve para quase todas as crianças. Aprender movimentos, 
aprender habilidades, criar uma cultura de ser saudável, da necessidade de se ter movimentos todos 
os dias da vida”, completa. 
Escolas E Competição 
Sobre o papel da educação física nas escolas, Cristiano Parente levantou uma questão muito séria, 
que confesso nunca ter pensado a respeito. Se está na nossa genética cognitiva e emocional a 
necessidade de movimentos, por que será que em determinado momento da vida as crianças 
começam a se desinteressar pela atividade física? Porque chega uma hora na escola que as crianças 
se dividem entre os que gostam de educação física e os que não gostam, né? Eu era uma dessas 
pessoas que odiava! O professor esclarece: “Na escola deve-se tomar cuidado se os jogos não são 
muito competitivos ou se usa estratégias e atividades excludentes (como a queimada, onde a criança 
toma uma bolada e é eliminada do jogo), o que traz um clima de estresse e competição de modo que 
as menos habilidosas se sentem piores que as outras. Cuidar para que seu filho tenha um corpo 
saudável e que ele não participe de situações de competição precocemente porque eles podem 
desistir da prática de atividade física”. 
A entrevista que fiz com o professor e coach de educação física Cristiano Parente está muito 
interessante e nos faz refletir sobre as atividades físicas no dia a dia da criança e entender como a 
prática na infância pode refletir na vida adulta. Confiram! 
Como mãe de um menino de 5 anos, agitado e peralta, o coloco para praticar esportes para gastar 
essa energia que as crianças têm de sobra e para ele parar de escalar o sofá em casa (rs). Acredito 
que essa cena seja igual em muitas casas. Mas em quê exatamente a criança está se beneficiando 
ao praticar um esporte? Como o esporte pode ajudar no desenvolvimento da criança? Como ele 
descomplica? 
 
Primeiro, é preciso entender que o esporte será uma atividade mais competitiva e que vai levar o filho 
 ESPORTE E ATIVIDADE FÍSICA 
 
 
 
3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
a aprender ou desenvolver uma habilidade em um jogo que tenha competição. Isso é diferente de 
colocar a criança para praticar diversas atividades ou movimentos que não sejam diretamente 
relacionados ao esporte. 
Então, a ideia para se colocar no esporte é para crianças competitivas, que gostam da competição, 
de medir forças, crianças que tenham esse perfil. Quais os benefícios disso? O menino fazendo uma 
atividade que goste, que tenha prazer, fará com que ele se envolva com aquilo de forma a aprender, 
melhorar e gastar ainda mais energia dentro daquela modalidade específica. 
Já para o que a gente chama de atividades físicas em geral, ela serve para quase todas as crianças. 
Aprender movimentos, aprender habilidades, criar uma cultura de ser saudável, da necessidade de se 
ter movimentos todos os dias da vida. Quando isso acontece desde os primeiros anos de vida, a 
criança cresce com o hábito muito mais embutido na vida dela do que quando começa maistarde, 
como um adulto ou mesmo um adolescente. 
Então, é superimportante que se comece a fazer atividade física logo cedo para primeiro criar essa 
cultura, depois para desenvolver o organismo de maneira mais saudável, lembrando que as crianças 
mais ativas se desenvolvem com mais facilidade, melhor, com mais habilidades e capacidades e aí 
vai se desenvolver em ambientes sociais e emocionais de outra forma, conseguindo interagir melhor 
com outras pessoas. Por tudo isso, é muito interessante incentivar a prática de atividade física desde 
cedo até mesmo para direcionar toda essa energia que as crianças têm. 
Crianças adoram movimento, correr, pular, se exercitar. Mas alguns vão crescendo e perdendo o 
interesse nos esportes. Em que momento da infância devemos estar mais atentos para a perda do 
interesse pela atividade física? E o que devemos fazer para estimular nossos filhos a se exercitarem? 
As crianças começam a fugir do movimento quando elas são colocadas em situações ruins para elas. 
Porque enquanto ela está fazendo uma atividade que tenha prazer, onde ela não está sendo 
colocada em segundo plano, onde ela perde um jogo ou uma competição, ou seja, se sentindo bem, 
ela ali permanecerá. 
Quanto à necessidade que bebês e crianças têm de se movimentar, está diretamente relacionada 
com o próprio histórico genético do ser humano. Está na nossa genética cognitiva e emocional a 
necessidade de repetir os movimentos para ficar bom neles – Como exemplo, você dá algo na mão 
de um bebê e ele o arremessa inúmeras vezes, repetindo o movimento incansavelmente. 
É meio instintivo nos movimentarmos. A questão é que a gente vai criando algumas situações sociais 
e emocionais que colocam as crianças diante de sensações ruins. Por exemplo, o menino vai para 
um jogo onde ele não é muito habilidoso e aí ele perde uma, duas, três vezes até se desmotivar a dar 
sequência naquela modalidade, até por não saber como melhorar. Isso, inclusive, é um papel da 
educação física escolar, ensinar para as crianças como elas podem se desenvolver em cada uma das 
habilidades. Desde pequeno, todas as crianças podem desenvolver habilidades nas mais diversas 
modalidades. Umas terão mais facilidade em uma ou outra atividade, o que determinará isso são 
inúmeros fatores como equilíbrio ou o fato de ter maior contato com aquela modalidade. 
Então, os pais devem estimular ao máximo o desenvolvimento de habilidades de seus filhos desde 
cedo, nas mais diversas situações, para que eles se desenvolvam e cresçam com maiores 
habilidades, de modo que elas consigam participar socialmente dos eventos sem passar por 
situações e sensações ruins, porque são essas sensações que fazem as crianças se distanciarem. 
Para isso, o primeiro momento a se preocupar é quando inserir as crianças nas instituições 
relacionadas com atividade física, se é uma instituição que preconiza a competição, que pode ser um 
problema se você tem um filho e não almeja que ele se transforme num atleta olímpico. Se quer 
apenas que ele seja saudável e goste de praticar uma atividade física elas devem ficar longe desses 
 ESPORTE E ATIVIDADE FÍSICA 
 
 
 
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locais de competição. Pelo menos até completarem dez anos de idade, até sentir que seja possível 
inseri-las em ambientes de competição sem grande estresse. 
Por outro lado, se quer fazer dele um atleta, aí sim deve colocá-lo nesse tipo de instituição cedo, já a 
partir dos três ou quatro anos de idade, de preferência para se dedicar em uma determinada 
modalidade e se aperfeiçoar desde cedo. 
Então, na escola deve-se tomar cuidado se os jogos não são muito competitivos ou se usa 
estratégias e atividades excludentes (como a queimada, onde a criança toma uma bolada e é 
eliminada do jogo), o que traz um clima de estresse e competição de modo que as menos habilidosas 
se sentem piores que as outras. Também deve cuidar da questão corporal, evitando que a criança se 
descuide e fique acima do peso desde pequena, o que tornará pior seu desempenho nos exercícios 
físicos, o que gerará sensações ruins a ele e, consequentemente, seu afastamento da atividade. 
Cuidar para que seu filho tenha um corpo saudável e que ele não participe de situações de 
competição precocemente porque eles podem desistir da prática de atividade física. 
A Educação Física Nas Escolas É Suficiente E Satisfatória Hoje Em Dia? 
Não, não é suficiente nem satisfatória porque a hora de educação física nas escolas não deveria ser 
a hora de praticar, mas de estudar, entender, aprender e saber como o corpo funciona, porque deve-
se praticar diariamente os exercícios, quais são os movimentos, os músculos, enfim, entender como é 
o corpo para saber qual é a real necessidade dela fazer exercício. Esse seria o momento ideal da 
aula de educação física. 
A quadra deveria servir como recurso eventual, para experimentar e colocar em prática aquilo que se 
aprendeu e aí sim, num momento fora da grade curricular, fora da aula de educação física, cada 
criança escolher o jogo, a habilidade, o movimento que lhe é mais interessante. 
A aula seria o lugar para primeiro aprender e só depois, talvez, experimentar um pouco de cada 
movimento, e jamais numa situação competitiva. 
O momento da aula de educação física escolar deveria ser usado para se criar bagagem e 
aprendizado. Somente fora desse momento de aula e já com esse conhecimento a criança escolheria 
qual habilidade ela quer seguir e participar, independentemente da modalidade. 
Isso, aliás, não importa. O que importa é que cada um tem o direito de escolher qual tipo de atividade 
gosta, simpatiza mais e tem mais interesse. Nesse momento, então, a educação física escolar já 
cumpre seu papel, entrando aí a educação física não escolar, nos ambientes fora da escola. 
Quantas Vezes Por Semana É O Ideal Para Uma Criança Praticar Uma Atividade Física? 
O ideal é que se pratique todos os dias um pouco de exercício, um pouco de movimento. Num dia 
pode ser a caminhada até a escola, noutro dia pode ser fazer uma aula de alguma modalidade, 
noutro pode ser brincar no prédio. Diariamente deve ter um momento, que seja de meia hora ou uma 
hora, dedicada ao movimento. Os pais devem deixar a criança brincar, se movimentar, interagir para 
ela poder se acostumar com isso durante toda a infância, chegando na adolescência já com esse 
hábito, de modo que alcance a fase adulta com esse conceito de movimento tão embutido que o 
indivíduo siga uma vida ativa, definitivamente longe do sedentarismo. 
Para as crianças, essa prática de atividade física diária deve ter o máximo de variabilidade possível, 
deixando ela entender e vivenciar diversas situações para ela procurar a atividade que ela se sinta 
mais confortável, competente e integrada, lembrando que o ambiente que gera essa cooperação é 
muito mais interessante daquele que gera competição. 
 
Benefícios Da Atividade Física Desde A Infância 
 ESPORTE E ATIVIDADE FÍSICA 
 
 
 
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Professor de Educação Física, Renato Sobral esclareceu diversas questões sobre as atividades 
físicas durante a infância e pré-adolescência: 
Benefícios Da Atividade Física Desde A Infância 
“Durante a infância é o momento ideal de proporcionar certas mudanças em características físicas e 
até mesmo genéticas. Hoje, se fala na epigenética, que é a capacidade que a gente tem de mudar 
algumas características genéticas em função dos estímulos externos que a gente oferece. Então, 
uma criança que foi estimulada durante a sua infância e adolescência a fazer exercícios, 
provavelmente vai se tornar um adulto mais ativo e com características físicas bem peculiares.” 
“Uma criança mais ativa tem um fator protetor contra diversas doenças crônicas que hoje são um 
grande problema de saúde pública.” 
“A atividade física, principalmente quando é realizada em grupo, beneficia a socialização e aspectos 
psicológicos pra uma convivência em sociedade.Ela proporciona uma melhor capacidade de 
interação com os outros no meio social.” 
O Que Levar Em Consideração Antes De Matricular Uma Criança Em Uma Atividade 
“O ideal é que o pediatra que acompanha a criança faça uma avaliação prévia, até para avaliar o 
histórico dessa criança, o histórico familiar, pra ver se ela tem alguma tendência a desenvolver 
alguma doença hereditária ou alguma restrição a fazer determinadas atividades físicas. E é 
importante escolher atividades que deem oportunidade da criança vivenciar diferentes movimentos, 
que aumente o repertório motor.” 
Alguma Atividade É Superior Ou Inferior A Outra? 
“Qualquer atividade bem orientada por um professor de educação física vai ser benéfica. É mito dizer 
que ou a musculação ou a ginástica olímpica vão atrapalhar o crescimento. Não atrapalha se forem 
bem orientados. O que a Academia Americana de Pediatria não recomenda para a criança e pré-
adolescente, são as atividades que exigem técnica específica esportiva, com muita potência 
muscular, saltos excessivos, repetidamente. Esses, de fato, atrapalhariam o crescimento e até trariam 
riscos de lesão.” 
“O ideal é que a criança demonstre afinidade por uma atividade e que o tempo que ela quiser 
perdurar naquela atividade seja respeitado.” 
Esportes Competitivos 
“A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que as atividades mais especializadas, de cunho 
esportivo voltado para competição, sejam realizadas a partir dos 12 anos. É quando o pré-
adolescente já tem alguma capacidade psicológica de lidar com as frustrações da perda.” 
“A competição tem esse ensinamento, de conviver como equipe e aprender a lidar com as perdas, as 
vitórias e a superação, Então, o esporte tem muito a educar.” 
Como Deve Ser A Prática De Esportes Na Primeira Infância 
Exercícios físicos são essenciais para a saúde e o desenvolvimento de crianças, inclusive nos 
primeiros 6 anos de vida. 
Uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgada em 25 de janeiro de 2016 
escancara um dos maiores problemas de saúde pública do mundo moderno: a obesidade infantil. De 
acordo com o levantamento, realizado em mais de 100 países, o número de crianças obesas 
menores de 5 anos de idade saltou de 31 milhões para 41 milhões entre os anos de 1990 e 2014. 
 ESPORTE E ATIVIDADE FÍSICA 
 
 
 
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Especialistas dos quatro cantos do globo são categóricos em afirmar que esse triste cenário se deve, 
em grande parte, a um estilo de vida que alia a má alimentação ao sedentarismo. Ou seja, além 
de abusarem de doces e alimentos gordurosos, nossos pequenos estão correndo e pulando cada vez 
menos. 
Daí a importância de incentivar, desde cedo, que a meninada saia do sofá e brinque no quintal, no 
parque, na quadra ou no playground. Outra ótima maneira de garantir que os baixinhos afastem o 
sedentarismo é a prática de esportes. Pois é! Engana-se quem pensa que é só mais tarde que o 
futebol, a natação ou até o judô poderão entrar na rotina do filho. “Vários estudos já demonstraram 
que qualquer envolvimento da criança com a atividade física até os 6 anos de idade diminui o risco de 
ela se tornar um adulto sedentário”, revela Osvaldo Luiz Ferraz, professor da Escola de Educação 
Física da Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Educação. 
As modalidades esportivas são excelentes para promover a socialização e o desenvolvimento de 
meninos e meninas. Ao brincar com uma bola ou interagir com outras crianças embaixo d’água, por 
exemplo, os pequenos estão exercitando uma série de habilidade sociais, motoras e cognitivas. Só 
não vale cobrar do seu filho que ele se torne, ainda na primeira infância, um atleta profissional! 
“Nessa idade, as atividades esportivas indicadas são as de baixa intensidade, que sejam lúdicas e 
estimulem a coordenação motora e o convívio social”, orienta o ortopedista Felippi Guizardi Cordeiro, 
da Clínica Denise Lellis, na capital paulista. 
Essa é uma ressalva que muitos especialistas fazem quando se trata de praticar esportes antes dos 
primeiros 6 anos de vida. A ideia, nesse momento, não é ensinar regras, objetivos e manobras do 
jogo – muito menos incentivar a competição! A introdução de qualquer modalidade esportiva nessa 
faixa etária deve acontecer de forma lúdica, utilizando apenas os fundamentos da prática e não a 
técnica em si. “É importante que seja algo muito agradável e que faça sentido para a criança, senão 
ela não vai se interessar. Afinal, tudo o que ela quer é brincar e se divertir”, pontua Andrea Maturano, 
coordenadora de Educação Física da Escola Quintal, em São Paulo. 
Não Adianta Forçar A Barra 
Exigir que o seu pequeno seja muito bom em algum esporte pode fazer com que ele crie um certo 
desgosto pela prática ao longo do tempo. “Muitas crianças têm altos níveis de estresse, o que resulta 
no abandono da modalidade”, alerta o educador físico Guilherme Bagni, professor do Centro 
Universitário Hermínio Ometto (Uniararas), localizado em Araras, no interior paulista. E, 
cientificamente falando, nem faz sentido esperar isso de alguém que ainda nem completou o sexto 
aniversário. “Não há evidências de que determinadas competências já estão desenvolvidas nessa 
idade”, observa Osvaldo Ferraz, da USP. 
Os estudos demonstram que, na primeira infância, os baixinhos ainda não estão maduros o suficiente 
para saber jogar da forma correta e competir. Prova disso é um trabalho publicado em julho de 2016 
na revista Psychological Science. Nele, pesquisadores da Warwick Business School, na Inglaterra, 
avaliaram 96 pré-escolares – metade deles tinha 3 anos e meio de idade e a outra, 5 anos. Os 
pequenos foram divididos em duplas e fizeram testes que avaliavam a capacidade deles de se 
alternar em um exercício, a fim de resolver um problema. O objetivo era identificar em que momento 
as crianças entendem que cada um tem a sua vez na realização de diversas atividades do dia a dia. 
Ao fim da investigação, os pequenos que já tinham 5 anos se saíram melhor do que os mais novos. 
“Apesar de as crianças serem encorajadas a se revezar em diversas situações, inclusive em 
interações com adultos e quando dividem algo com outras crianças, nossos achados mostram que é 
só aos 5 anos que os pequenos conseguem se alternar espontaneamente para resolver conflitos ou 
interesses”, comenta Alicia Melis, líder do estudo. E no esporte essa é uma habilidade fundamental! 
Até porque, sem saber jogar em equipe e entender que cada um tem a sua vez, fica difícil praticar 
qualquer modalidade, não é mesmo? 
 ESPORTE E ATIVIDADE FÍSICA 
 
 
 
7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Escolhendo Um Esporte 
Você acha que o seu filho deve fazer natação, mas ele adora jogar futebol? Se possível, coloque-o 
em aulas das duas modalidades! “É importante que a criança pratique mais de um esporte para ela 
ver do que gosta mais”, aconselha Guilherme Bagni, da Uniararas. 
Os pequenos podem aprender qualquer prática esportiva, contanto que o programa de ensino priorize 
o lado lúdico e não incentive a competição. Exercícios de muito impacto ou que exigem que a 
meninada carregue peso excessivo são contraindicados. “Eles podem causar lesões ou inflamações 
nas cartilagens de crescimento, o que pode gerar dor e outros problemas”, adverte Felippe Guizardi 
Cordeiro, que é especialista em ortopedia infantil pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do 
Hospital das Clínicas da USP. 
Outra dica é evitar preencher todo o tempo livre dos baixinhos com o esporte, por mais divertido que 
isso seja para eles. “O ideal é que as aulas durem até uma hora e meia e aconteçam numa 
frequência de duas a três vezes por semana”, recomenda Cordeiro. Ter brechas na agenda para 
brincar e fazer o que der na telha também é fundamental para as crianças, seja para desenvolver a 
imaginação e a criatividade, seja para afastar o sedentarismo! 
Os Benefícios De Cada Modalidade Na Primeira Infância 
Quando praticados de maneiralúdica, os esportes têm muito a ensinar aos pequenos e a contribuir 
para o seu desenvolvimento. A seguir, conheça as vantagens de alguns deles: 
Natação 
• Fortalece o sistema cardiorrespiratório 
• Reforça a imunidade 
• Dá segurança para a criança brincar na água 
• Melhora o sono 
• Estimula o apetite 
Futebol 
• Trabalha a socialização 
• Desenvolve habilidades de controle de objetos 
• Promove a coordenação motora 
• Melhora a capacidade de corrida e de mudança de direção 
Judô 
• Incentiva a disciplina 
• Trabalha as quedas 
• Ajuda no equilíbrio 
• Estimula a consciência corporal 
Ginástica artística 
 ESPORTE E ATIVIDADE FÍSICA 
 
 
 
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• Promove coordenação motora 
• Ajuda no equilíbrio 
• Melhora o desenvolvimento motor 
• Aumenta a flexibilidade 
• Incentiva a concentração 
• Fortalece os músculos 
Tênis 
• Trabalha o equilíbrio 
• Aumenta a capacidade aeróbica 
• Desenvolve a coordenação motora 
• Incentiva a agilidade 
Equitação 
• Promove o equilíbrio 
• Aumenta a força muscular 
• Conscientiza sobre os cuidados com os animais 
• Ajuda na concentração 
Atividade Física E Prática Esportiva Na Infância 
No mês das crianças, fique atento ao que diz o BEST TRAINER ERIC POMI a respeito de atividade 
física e prática esportiva infantil. 
Quando pensamos em atividade física e prática esportiva em crianças, devemos pensar num aspecto 
multidisciplinar, em que há necessidade de conhecimentos em desenvolvimento e aprendizagem 
motora, fisiologia, biomecânica, além de incluir os não menos importantes aspectos sócio-culturais. 
Estamos em uma época em que, se por um lado existem uma variedade de estudos científicos sérios, 
por outro existe muito pouco uso dos mesmos, limitando a exploração desse universo que possui 
ferramentas eficientes para a lapidação do indivíduo, melhorando por consequência, a sociedade. 
Temos que dividir a responsabilidade pois temos que analisar fatores importantíssimos: como está a 
quantidade e qualidade do sono da criança? Sua alimentação? Pratica horas suficientes de atividade 
física por semana? Qual a qualidade do ambiente e estímulos que são dados? 
Realmente precisamos rever hábitos alimentares e de prática esportiva, pois a obesidade infantil hoje 
é uma realidade brasileira. O profissional de educação física pode e deve ajudar no contexto global, 
mas primeiro a criança precisa chegar ao ambiente de prática. Há uma grande tendência em o filho 
seguir os hábitos ou expectativas dos pais, sendo que muitos jovens gastam muitas horas por dia em 
televisão, computadores e jogos eletrônicos (nesses ainda existem aqueles promovem o esforço 
 ESPORTE E ATIVIDADE FÍSICA 
 
 
 
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físico), adquirindo hábitos que podem afetar negativamente seu futuro como o sedentarismo ou a 
prática de esportes visando formação de um atleta antes da hora. 
A Educação Física e atividade esportiva estimulam a auto estima, a saúde, a persistência, o trabalho 
em equipe, lidar com sucessos e fracassos, a construção do caráter, a confiança, a socialização, o 
bem estar físico e a diversão. Infelizmente, nem todos as escolas, nem todos os pais, nem o nosso 
país têm essa noção. Lembremos do modelo americano, que tem como base desenvolvimento do 
esporte, pela prática do mesmo nas escolas. Lá, o indivíduo desde cedo, consegue ter uma vivência 
em atividades esportivas diversas. 
Segundo Gallahue e seu modelo desenvolvimentista, os estímulos devem ser dados de acordo com o 
desenvolvimento e amadurecimento motor e físico, específicos de cada faixa etária. 
Temos que ter como objetivo, tornar os indivíduos mais felizes e mais saudáveis, qualificando-os 
como membros efetivos da sociedade. Devemos parar de considerar as crianças como adultos em 
miniatura que podem ser programadas para desempenhar atividades fisiológicas e psicológicas 
potencialmente questionáveis. E isso acontece com frequência. Utilizar métodos de treinamento com 
volumes (quantidade de treino), intensidade (carga e material de adultos) e pressão psicológica, pode 
custar sobrecargas mecânicas indesejadas (lesões e/ou problemas de crescimento) nas estruturas 
frágeis, além de afastar por completo o indivíduo de uma prática esportiva. Devemos evitar a 
especialização esportiva precoce que é entendida quando a criança é introduzida no meio de 
competições e treinamentos visando um aumento do rendimento gradual antes da fase pubertária. As 
crianças são, quanto ao seu desenvolvimento, imaturas e, por isso, faz-se necessário estruturar 
experiências motoras significativas apropriadas para seus níveis particulares. 
Seja bebê, criança ou adolescente, quem receber oportunidades adicionais para a prática, o 
encorajamento e a instrução em um ambiente propício ao aprendizado terá a possibilidade de adquirir 
as habilidades motoras. 
Pensando em exemplos práticos, lógico que podemos falar sobre a natação, pois muitos locais 
frequentados possuem piscinas, lagos, rios ou praias. Destacar os esportes coletivos, visando 
situações inesperadas, que podem reproduzir dificuldades do dia-dia como a 
convivência/dependência de outras pessoas em atividades de equipe. O importante é a atuação do 
profissional em promover os estímulos necessários para os nossos pequenos independente da 
modalidade ou local, sem esquecer da história, cultura, ética e moral. 
É necessário ensinar mais do que esporte. 
Posicionamento Oficial 
Atividade Física E Saúde Na Infância E Adolescência 
Um estilo de vida ativo em adultos está associado a uma redução da incidência de várias doenças 
crônico-degenerativas bem como a uma redução da mortalidade cardiovascular e geral. Em crianças 
e adolescentes, um maior nível de atividade física contribui para melhorar o perfil lipídico e metabólico 
e reduzir a prevalência de obesidade. Ainda, é mais provável que uma criança fisicamente ativa se 
torne um adulto também ativo. Em conseqüência, do ponto de vista de saúde pública e medicina 
preventiva, promover a atividade física na infância e na adolescência significa estabelecer uma base 
sólida para a redução da prevalência do sedentarismo na idade adulta, contribuindo desta forma para 
uma melhor qualidade de vida. Nesse contexto, ressaltamos que a atividade física é qualquer 
movimento como resultado de contração muscular esquelética que aumente o gasto energético acima 
do repouso e não necessariamente a prática desportiva. 
Este documento, elaborado por médicos especialistas em exercício e esporte, baseia-se em 
conceitos científicos e na experiência clínica, tendo como objetivos: 1) estabelecer os benefícios da 
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atividade física na criança e no adolescente; 2) caracterizar os elementos de avaliação e prescrição 
do exercício para a saúde nessa faixa etária; 3) estimular a recomendação e a prática da atividade 
física nas crianças e adolescentes, mesmo na presença de doenças crônicas, visto que são raras as 
contra-indicações absolutas. 
Aspectos Epidemiológicos 
O avançar da idade é acompanhado de uma tendência a um declínio do gasto energético médio 
diário à custa de uma menor atividade física. Isso decorre basicamente de fatores comportamentais e 
sociais como o aumento dos compromissos estudantis e/ou profissionais. Alguns fatores contribuem 
para um estilo de vida menos ativo. A disponibilidade de tecnologia, o aumento da insegurança e a 
progressiva redução dos espaços livres nos centros urbanos (onde vive a maior parte das crianças 
brasileiras) reduzem as oportunidades de lazer e de uma vida fisicamente ativa, favorecendo 
atividades sedentárias, tais como: assistir a televisão, jogar video-games e utilizar computadores. 
Existe associação entre sedentarismo, obesidade e dislipidemias e as crianças obesas provavelmente 
se tornarão adultos obesos. Dessa forma, criar o hábito de vida ativo na infância e na adolescênciapoderá reduzir a incidência de obesidade e doenças cardiovasculares na idade adulta. A atividade 
física também pode exercer outros efeitos benéficos a longo prazo, como aqueles relacionados ao 
aparelho locomotor. A atividade física intensa, principalmente quando envolve impacto, favorece um 
aumento da massa óssea na adolescência e poderá reduzir o risco de aparecimento de osteoporose 
em idades mais avançadas, principalmente em mulheres pós-menopausa. 
Fisiologia Do Exercício 
Os princípios gerais que regem as respostas do organismo ao exercício e ao treinamento físico são 
os mesmos para crianças, adolescentes e adultos. Por outro lado, existem particularidades da 
fisiologia do esforço em crianças que decorrem tanto do aumento da massa corporal (crescimento) 
quanto da maturação, que se acelera durante a puberdade (desenvolvimento). 
Em relação à potência aeróbica, ocorre um aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2max) em 
termos absolutos ao longo da idade, com maior aceleração em meninos do que em meninas. Esse 
aumento do VO2max está intimamente relacionado ao aumento da massa muscular, de forma que se 
considerarmos o VO2max corrigido por indicadores de massa muscular, não existe aumento com a 
idade em crianças e adolescentes do sexo masculino (VO2max/kg peso corporal permanece 
constante), enquanto ocorre um declínio progressivo em meninas (diminuição do VO2max/kg peso 
corporal). 
A potência anaeróbica aumenta em função da idade em proporção maior do que o aumento da massa 
muscular, evidenciando um efeito da maturação sobre o metabolismo anaeróbico. A potência 
anaeróbica não difere entre meninos e meninas pré-puberes, mas cresce proporcionalmente mais em 
meninos a partir da puberdade. Assim sendo, o aumento da potência anaeróbica deve-se tanto à 
maior massa muscular, quanto ao efeito da maturação hormonal sobre as características funcionais 
do músculo esquelético. Ainda, a capacidade de produzir lactato é menor na criança do que no 
adulto, sendo um dos motivos pelos quais ela se recupera mais rapidamente após exercícios de alta 
intensidade e curta duração, estando pronta para um novo exercício mais precocemente. Outra 
característica que se desenvolve com a maturação sexual é o potencial de tamponamento da acidose 
muscular, que aumenta com a idade, permitindo a realização de exercícios láticos mais intensos. 
Existem características da termorregulação da criança que devem ser destacadas. A velocidade de 
troca de calor com o meio é maior nas crianças do que em adultos, uma vez que possuem maior 
superfície corporal por unidade de massa corporal. Assim sendo, não só a perda de calor em 
ambientes frios, mas também o ganho de calor em climas muito quentes são mais acelerados em 
crianças, aumentando o risco de complicações. Como agravamento, a criança tende a ter menos 
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sede do que o adulto, levando mais facilmente a desidratação e conseqüente redução da volemia, 
com prejuízo do desempenho e do mecanismo de termorregulação. 
Avaliação Pré-Participação 
Do ponto de vista de saúde pública, as crianças e adolescentes aparentemente saudáveis podem 
participar de atividades de baixa e moderada intensidade, lúdicas e de lazer, sem a obrigatoriedade 
de uma avaliação pré-participação formal. É importante que algumas condições básicas de sáude – 
como uma nutrição adequada – estejam atendidas para que a atividade física seja implementada. 
Quando o objetivo é a participação competitiva ou atividades de alta intensidade, uma avaliação 
médico-funcional mais ampla deve ser realizada, incluindo avaliação clínica, da composição corporal, 
testes de potência aeróbica e anaeróbica, entre outros. A avaliação pré-participação tem como 
objetivo básico assegurar uma relação risco/benefício favorável e deve considerar seus objetivos, a 
disponibilidade de infra-estrutura e de pessoal qualificado. O risco de complicações cardiovasculares 
na criança é extremamente baixo, exceto quando existem cardiopatias congênitas ou doenças 
agudas. A presença de algumas condições clínicas exige a adoção de recomendações especiais e 
devem ser identificadas e quantificadas, tais como a asma brônquica, a obesidade e o diabetes 
melito. 
Do ponto de vista do aparelho locomotor, sabe-se que os ossos de uma criança ainda estão em 
formação em geral até o final da segunda década. As placas de crescimento são vulneráveis e lesões 
por traumatismos agudos e overuse. Dessa forma, devem ser identificadas características anatômicas 
e biomecânicas que possam facilitar a ocorrência dessas lesões. 
Prescrição 
O objetivo principal da prescrição de atividade física na criança e no adolescente é criar o hábito e o 
interesse pela atividade física, e não treinar visando desempenho. Dessa forma, deve-se priorizar a 
inclusão da atividade física no cotidiano e valorizar a educação física escolar que estimule a prática 
de atividade física para toda a vida, de forma agradável e prazerosa, integrando as crianças e não 
discriminando os menos aptos. 
A competição desportiva pode trazer benefícios do ponto de vista educacional e de socialização, uma 
vez que proporciona experiências de atividade em equipe, colocando a criança frente a situações de 
vitória e derrota. Entretanto, o objetivo de desempenho, principalmente quando há excessivas 
cobranças por parte de pais e treinadores, pode trazer conseqüências indesejáveis, como a aversão à 
atividade física. Por essa razão, o componente lúdico deve prevalecer sobre o competitivo quando da 
prescrição de atividade física para as crianças. Igualmente importante é oferecer alternativas para a 
prática do desporto, de forma a contemplar os interesses individuais e o desenvolvimento de 
diferentes habilidades motoras, contribuindo para o despertar de talentos. 
Um programa formal de atividade física deve treinar pelo menos três componentes: aeróbico, força 
muscular e flexibilidade, variando a ênfase em cada um de acordo com a condição clínica e os 
objetivos de cada criança. Quando o objetivo é o condicionamento aeróbico, a prescrição deve 
contemplar as variáveis tipo, duração, intensidade e freqüência semanal, obedecendo os princípios 
gerais de treinamento. O treinamento muscular deve ser realizado com cargas moderadas e maior 
número de repetições, valorizando o gesto motor, uma vez que este tipo de atividade contribui para o 
aumento da força muscular e massa óssea. O risco de lesões osteoarticulares em crianças que 
realizam trabalhos de sobrecarga muscular é na verdade menor do que o relacionado com esportes 
de contato, desde que seja realizado com cargas submáximas sob supervisão profissional adequada. 
Em relação à flexibilidade, seu treinamento deve envolver os principais movimentos articulares e ser 
realizado de forma lenta até o ponto de ligeiro desconforto e então mantidos por cerca de 10 a 20 
segundos. 
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Recomendações 
A implementação da atividade física na infância e na adolescência deve ser considerada como 
prioridade em nossa sociedade. Dessa forma, recomendamos que: 
1) Os profissionais da área de saúde devem combater o sedentarismo na infância e na adolescência, 
estimulando a prática regular do exercício físico no cotidiano e/ou de forma estruturada através de 
modalidades desportivas, mesmo na presença de doenças, visto que são raras as contra-indicações 
absolutas ao exercício físico; 
2) Os profissionais envolvidos com crianças e adolescentes que praticam atividade física devem 
priorizar seus aspectos lúdicos sobre os de competição e evitar a prática em temperaturas extremas; 
3) A educação física escolar bem aplicada deve ser considerada essencial e parte indissociável do 
processo global de educação das crianças e adolescentes; 
4) Os governos, em seus diversos níveis, as entidades profissionais e científicas e os meios de 
comunicaçãodevem considerar a atividade física na criança e no adolescente como uma questão de 
saúde pública, divulgando esse tipo de informação e implementando programas para a prática 
orientada de exercício físico. 
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