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Título Original: FEMININA E RADIANTE: Como voltar para a energia Yin e conquistar o relacionamento dos seus sonhos Copyright© 2022 por Jaqueline Barbosa Todos os direitos reservados. Vedada a produção, distribuição, comercialização, ou cessão sem autorização prévia dos autores. Texto: Jaqueline Barbosa Revisão: Lara Souto Santana Ilka Albuquerque Projeto Gráfico e Diagramação: Rafael Gatuzzo 2022 Índice Capítulo 1: O que mudou depois de Feminina e Poderosa Capítulo 2: Como eu cheguei até aqui Capítulo 3: O desafio de se relacionar nos tempos modernos Capítulo 4: As mulheres de hoje são mais felizes? Capítulo 5: O tempo passa diferente para os homens e para as mulheres Capítulo 6: Energias equilibradas – será esse o melhor caminho? Capítulo 7: Energia Feminina e Masculina Capítulo 8: O poder do sentir Capítulo 9: O Poder da Vulnerabilidade Capítulo 10: Mulher feminina X Mulher fraca Capítulo 11: Comunicação feminina Capítulo 12: Quando ele ainda não está Yang Capitulo 13: 5 formas de despolarizar sua relação Toque no capítulo e vá direto para a página. Capítulo 14: A decisão mais importante da sua vida Capítulo 15: Palavras finais FEMININA E RADIANTE Como voltar para a energia Yin e conquistar o relacionamento dos seus sonhos Capítulo 1 O que mudou depois de Feminina e Poderosa “Vai no teu rumo, os sinais te ajudarão.” Flavia Wenceslau Pouco mais de um ano se passou desde a publicação do meu primeiro livro sobre feminilidade, o Feminina e Poderosa. Se você o leu, provavelmente se lembra que eu comecei o livro contando sobre o meu término de relacionamento de 9 anos. Sobre como eu estava me sentindo nesse pro- cesso difícil de sair de uma relação duradoura e pisar no es- curo, sem saber o que a vida iria me oferecer. Meu cenário não era muito favorável. Eu estava com trinta anos e, ao mesmo tempo em que arrumava minhas malas para sair de casa e deixava tudo para trás, minhas redes so- ciais estavam cheias de fotos das minhas amigas se casan- do, tendo filhos, conquistando coisas...e eu ali, tendo que recomeçar do zero. É um daqueles momentos nos quais a vida nos tira o chão e só nos resta seguir em frente, no escuro, sendo guia- da pela fé, como ao dirigir um carro numa estrada desco- nhecida, de noite, com neblina e só enxergando um metro na sua frente. Era só isso que eu enxergava: o próximo passo. Minha vontade era de voltar atrás, era voltar para o seguro, mas a minha intuição me dizia que eu precisava seguir. Ali- ás, nunca na vida eu tinha me conectado tanto com minha intuição e com a minha fé como nesse período. Nos maiores momentos de dor os maiores aprendiza- dos chegam. Quando o desespero batia, eu me silenciava. Ia para um can- tinho (de preferência perto da natureza), fechava meus olhos, e entrava em contato com a dor. Eu simplesmente sentia a minha dor. Eu buscava sair da minha mente que ficava me confundindo com tantas histórias, e a voltar para o meu corpo, localizar onde estava doendo e ficar ali com essa dor. Pela primeira vez na vida, eu não tentei fugir dela. “Venha dor, pode me en- golir, eu não vou fugir mais para lugar nenhum”. Quando eu fazia isso, uma avalanche de emoções tomava conta de mim, me corroendo por dentro, dilacerando o meu coração. Mas assim como uma onda, ela ia diminuindo. Quan- to menos eu resistia, menos medo eu tinha de encará-la. Rezava para eu ter forças. Para enxergar os caminhos. Para não deixar a razão confundir minha intuição. Ao mesmo tem- po em que eu pedia, eu já recebia a resposta no mesmo mo- mento: “Calma, filha. Confia. O que é seu está guardado.” E eu segui, como neste poema de Elena Mikhalkova: Em tempos difíceis, siga em frente em pequenos passos... Faça o que você tem que fazer, mas aos poucos. Não pense no futuro, ou no que pode acontecer amanhã. Lave as louças. Limpe a poeira. Escreva uma carta. Faça uma sopa. Percebe? Você vai avançando passo a passo. Dê um passo e pare. Descanse um pouco. Se elogie. Dê mais um passo. Depois outro. Você não vai perceber, mas seus passos vão te levando para frente. E vai chegar um dia no qual você vai conseguir pensar no futuro e sorrir. Os passos foram me levando para frente. Nessa fase, o que me salvou do fundo do poço foi minha conexão com o femi- nino. Esse foi um dos momentos mais importantes da mi- nha vida nos quais eu me agarrei profundamente a ele. Foi nesse momento em que eu tive a chance de praticar o que eu tinha aprendido: estar no feminino é aprender a fazer seu papel e depois soltar, confiando no fluxo da vida e na sabe- doria do universo. Quanto mais eu me conectava com meu feminino, mais a vida parecia acontecer em um fluxo natural. Sincronicidades foram se multiplicando na minha vida. Eu pensava numa pessoa com quem não falava há tempos, ela me mandava uma mensagem um dia depois. Eu pensa- va que precisava comprar uma coisa X, alguma amiga apa- recia dizendo que estava desapegando de coisas e que ti- nha um X para doar. Eu desistia de ir a algum lugar, alguma coisa ruim acontecia lá. Eu decidia mudar a rota para entrar na padaria para comprar uma coisa, e ali encontrava alguém que me dava um insight sobre alguma dúvida que eu es- tava tendo. Enfim, eu parecia estar alinhada com o fluxo da vida. Por mais que eu tivesse inseguranças, meu coração foi meu guia. Hoje, olhando para trás, sentada e escrevendo aqui mais um livro sobre feminilidade, eu me surpreendo ao perceber como a vida me fez chegar até aqui. E enquanto penso nis- so, vem uma voz risonha de dentro me dizendo: “Você ainda se surpreende, né? Quando vai passar a confiar 100% que a vida está a seu favor, basta você não atrapalhar?” Bom, eu estou no caminho… Este livro nasceu também dessa confiança. Algumas sema- nas atrás, eu estava tomando banho, olhando a natureza pela janela, e essa voz veio novamente dizendo: “Você tem um novo livro para escrever.” Junto com essa informação, chegaram os nomes dos capí- tulos. Saí do banho e, ainda enrolada na toalha e pingando, peguei o celular e anotei para não esquecer. Na verdade, não há nada de sobrenatural nisso. É apenas a nossa intuição. Conectar-se com o feminino é como se co- nectar com uma frequência de rádio – você passa a receber informações mais sutis que a razão não alcança. É como se elas estivessem pairando no ar, esperando uma antena que esteja pronta para captá-las. Se passamos tem- po demais no racional (e na energia masculina), perdemos essa conexão e a vida fica mais difícil. A vida fica truncada, pesada, parece que nos esforçamos demais e não consegui- mos os resultados que queremos. Ao passo que, quando nos conectamos com o feminino, tudo conspira a nosso favor. Este livro é mais um presente que a vida está me propor- cionando por meio da conexão com o meu feminino. Desde que escrevi o Feminina e Poderosa, sinto que aprendi tantas coisas novas sobre esse universo que realmente este livro precisava nascer. O que é uma mulher feminina, além da aparência física? Por que as mulheres femininas se tornam irresistíveis? Quais os segredos que elas sabem e que as outras mulhe- res desconhecem? Abordarei essas e muitas outras perguntas no decorrer des- te livro. Esses questionamentos também levaram à criação do curso Academia Mulheres de Alto Valor, um programa on- line para ajudar mulheres que querem voltar para a energia Yin, e sobre a qual eu vou explicar no último capítulo deste livro caso você tenha interesse em participar. Escolhi chamar este segundo livro de Feminina e Radiante porque é assim que tenho me percebido e percebido as mu- lheres que entraram nessa jornada de voltar para o feminino: radiantes. Quando entramos nesse processo de forma verdadeira, nos livramos de traumas passados que nos mantinham travadas e enrijecidas; aprendemos a nos amar pelo que somos (e não pelo que fazemos); aprendemos a receber com alegria e isso nos tira um peso enorme das costas; aprendemos a falar so- bre nossasnecessidades sem guardar tudo em silêncio. Tudo isso nos traz uma leveza enorme e transparece na nos- sa fala, nos nossos movimentos, nos nossos pensamentos e até no nosso corpo. Quando uma mulher volta para o feminino, ela volta para casa. Neste momento, enquanto eu finalizo este capítulo, uma gatinha aqui da vizinhança entra na minha casa, vem para o meu colo, e deita ao lado do computador na mesa de tra- balho. Ela nunca entra no meu quarto. Pesquiso rapidamen- te no Google qual a simbologia dos gatos: “Devido à sua vi- são e audição aguçadas e alta inteligência, os gatos foram utilizados ao longo da história como guardiães e protetores.” Poderia ser somente uma gatinha, mas eu estou atenta aos sinais: sinto-me protegida e guiada para escrever esta obra. Desejo que este livro chegue para você em uma boa hora, que ele traga algumas das respostas que você procura, que ele te ajude a clarear os caminhos, que ele seja uma fonte de alento, mas também que te dê um senso de urgência para que você não perca mais tempo nos caminhos errados, que ele tire os véus que estão te impedindo de ver o que precisa ser visto para a sua vida começar a fluir da forma que você deseja, que ele te ajude a sair um pouco da sua mente e, fi- nalmente, que você possa ouvir a voz do seu coração. Afinal, ele tem todas as respostas. Com amor, Jaque Barbosa. Capítulo 2 Como eu cheguei até aqui Eu achava que era uma expert em relacionamentos. Desde 2011, eu trabalhava como coach de relacionamentos no pro- jeto Casal Sem Vergonha – atual CSV – que mantinha com meu ex-parceiro e sócio, Eme Viegas. Meu trabalho era aconselhar pessoas com textos, vídeos, livros, e ajudá-las a serem mais felizes nos seus relacionamentos. O CSV se tornou o maior blog e canal do youtube brasileiro a falar de relacionamentos. Depois de um tempo, nos tornamos também hipnoterapeutas e passamos a fazer atendimentos presenciais ajudando pessoas com dificuldades nas relações. Até que o nosso relacionamento entrou em crise, muito por causa de uma despolarização. Mas na época, não tínhamos ideia do que eram polaridades e como elas poderiam influen- ciar a vida em casal, então o relacionamento acabou che- gando ao fim. Eu me senti totalmente perdida ao ter de voltar para a vida de solteira, aos 30 anos – uma época na qual todas as mulhe- res da minha timeline estavam escolhendo vestidos de noiva e fazendo chás de bebês. Eu não sabia onde tinha errado. Quanto mais eu buscava aju- da em livros, terapias, coaches, etc., mais confusa eu ficava. Eu realmente não estava conseguindo lidar com essa situa- ção sozinha. A dor era imensa. Eu me sentia triste, sozinha, confusa – principalmente porque eu era a pessoa que ajuda- va outras a saírem dessa situação – e estava presa ali, sem saber como sobreviver. Eu me senti uma grande farsa. Lembro-me de um dia no qual decidi sair com alguns amigos para ver se meu ânimo melhorava e, chegando lá, todos es- tavam em casais. Comecei a ter uma crise de ansiedade, precisei ir embora, e nem sei como consegui voltar dirigindo para meu apartamen- to alugado no Airbnb, que naquele momento, era minha casa. Lembro-me de entrar no apartamento – que ficava bem de frente para a praia, com uma vista linda para o mar – che- gar na varanda, olhar para baixo e, simplesmente, querer me jogar dali. Claro que não tive coragem de fazer isso, mas a dor era tanta, que eu realmente não sabia como seguiria em frente. Já não conseguia mais enxergar motivos para continuar vivendo. Os dias foram passando, consegui me manter viva, apesar de querer morrer todos os dias. Passei por aquela fase doída que todo mundo já passou um dia – não conseguia comer, nem dormir, minhas amigas não aguentavam mais ouvir meu choro, e eu achava que aquela dor duraria para sempre. Numa das minhas diversas tentativas de sobreviver, eu fui a uma psicóloga que, enquanto eu chorava e me lamentava, proferiu as palavras que começaram a mudar a minha vida: — “Você é um macho de saia.” O susto me fez parar de chorar na hora, e meu orgulho ferido quis retrucar e perguntar que tipo de profissional era aquela para dizer uma coisa dessas? Quem ela achava que era? Eu fingi que estava escutando o que ela tinha para me falar e, quando a sessão acabou, eu saí de lá decidida a nunca mais voltar. De fato, nunca mais voltei. Mas depois que me acal- mei, as palavras dela ficaram martelando na minha cabeça: O que ela quis dizer com aquilo? Como eu era um macho de saia? Eu estava sendo completamente vulnerável, chorando ali na frente dela, e ela ainda assim achava que eu estava sen- do masculina? O que é ser uma mulher feminina? Por que isso tinha a ver com o término do meu relacionamento? Eu mergulhei num universo de pesquisas sobre este tema, e um novo portal se abriu para mim. Pela primeira vez na vida, eu ouvi falar em polaridades – e tudo fez sentido! Comecei a observar os casais ao meu redor e notei com surpresa que grande parte deles estavam totalmente despo- larizados. Comecei a notar que os problemas que as minhas clientes de hipnoterapia traziam estavam completamente re- lacionados ao tema das polaridades. Eu me tornei completamente obcecada por esse assunto. Dediquei incontáveis horas a estudos e pesquisas, milhares de reais em cursos, e passei a observar como isso era o que causava a maioria dos problemas de relacionamentos, tan- to nas seguidoras do CSV, quanto nos meus atendimentos como hipnoterapeuta, quanto nos casais ao meu redor. Voltar conscientemente para a polaridade feminina foi mais duro do que qualquer terapia que eu já fiz na vida (e olha que foram muitas!). Eu tive de aprender a soltar o controle, parar de esconder meus sentimentos, parar de julgar e querer en- sinar os outros como fazer as coisas, a parar de querer lide- rar tudo para que tudo saísse do meu jeito, a tirar a másca- ra da mulher forte que-dá-conta-de-tudo-sozinha e ver todas aquelas sombras que eu sempre tinha escondido muito bem dentro de mim vindo à tona. Se você decidir realmente mergulhar nessa jornada para o fe- minino, há grandes chances de que você sinta isso também – e isso é bom, porque é parte da evolução. Todos os seus sentimentos de rejeição, de achar que não é boa o bastante, de carência, de abandono – tudo isso vai vir para fora quan- do você se forçar a soltar o controle. Ou seja, todos os gati- lhos vão ser ativados. É algo que você não pode evitar se re- almente quiser fazer essa jornada para o feminino de forma verdadeira. Você vai ver nos capítulos a seguir que entrar no feminino não tem a ver com usar vestidos, assar bolos e falar com uma voz doce. Isso tudo pode ser uma consequência natu- ral de quando você volta para o feminino, mas essas coisas externas não são a transformação verdadeira. Aliás, eu demorei muito para entender o que, de fato, é en- trar no feminino. Porque a maioria das fontes de estudo que eu buscava falavam sobre os atributos externos do feminino. Mas eu fui entendendo que é perfeitamente possível uma mulher usar vestido, ser vaidosa, cozinhar, e fazer isso tudo na energia masculina. Aliás, eu notava que muitas coaches que ensinavam sobre este tema estavam, na verdade, muito masculinas! Foi um longo processo de estudo e – sobretudo – de práti- ca na minha vida para eu realmente entender o que signifi- ca ser uma mulher feminina. Eu fui entendendo que entrar no feminino tem, principalmente a ver, com se permitir ser vulnerável e soltar o controle – e isso é uma das coisas mais difíceis que vamos experienciar nas nossas vidas, mas uma das mais recompensadoras. Por exemplo: se você for controladora vai fazer tudo a seu alcance para que as coisas saiam do seu jeito. Você faz isso porque tem medo de que as coisas dêem errado, de que não seja amada. Por isso, está sempre fazendo muito, sem- pre dando conta de tudo, sempre ficando sobrecarregada. Ou seja, você acha que só tem valor pelas coisas que FAZ e não por quemÉ. Isso é operar na energia masculina! Quando você aceitar o desafio de entrar na jornada do fe- minino e simplesmente PARAR de fazer as coisas sem ser solicitada (sem reciprocidade), você terá que lidar com um sentimento horrível (temporário) de se sentir inútil! Vai ter um medo profundo e visceral de que, se parar de fazer as coisas que sempre fez no relacionamento, o seu parceiro não vai mais amá-la. Você precisará encarar o medo de ser amada pelo que é – e não pelo que faz, e com isso, encarar o medo de rejeição (que, de fato, pode acontecer caso seu parceiro não aceite entrar na polaridade masculina, como explicarei nos capítu- los a seguir). Mas a mágica acontece quando você se permite sentir esse medo, essa insegurança, essa vulnerabilidade – sem tentar controlar, sem se adiantar para fazer tudo pelo parceiro sem que ele peça. Você vai ter de relaxar e confiar. Ou seja, você incorpora a sombra que tentou esconder durante toda a vida e, assim, você se cura. Agora, você não precisa agir presa ao MEDO. Você está livre, porque vai conseguir sentir o seu valor de somente ser, sem precisar o tempo inteiro fazer algo para provar que tem valor. Essa é a verdadeira jornada para o feminino, o motivo pelo qual poucas mulheres têm coragem de encará-la, porque soltar o controle é absolutamente assustador. Vale dizer também que somente entrar no feminino não é ga- rantia de relacionamentos felizes. Somos seres humanos complexos. Trazemos nossas bagagens emocionais que in- fluenciam diretamente nossas vidas. Viemos de sistemas fa- miliares que, muitas vezes, nos mantém presas a padrões de autossabotagem. As relações que temos com nossos pais, por exemplo, influenciam diretamente nossos relacionamen- tos. Então, voltar para o seu feminino não é, necessariamen- te, uma garantia, mas é um excelente ponto de partida. O contato com o seu feminino vai te permitir estar mais próxi- ma dos seus sentimentos, portanto, consigo mesma. A partir desse ponto, processos importantes de transformação pes- soal podem acontecer. Mas antes de falarmos sobre as soluções para conseguir en- trar no seu feminino e atrair um relacionamento de alto valor, gostaria de fazer uma análise sobre o desafio de se relacio- nar nos tempos modernos. Capítulo 3 O desafio de se relacionar nos tempos modernos Nunca vivemos tempos mais desafiadores para relaciona- mentos do que os tempos atuais. Os desafios que nossos avós e pais viveram não chegam perto dos que a nossa ge- ração está precisando enfrentar. Não era para ser assim, não é mesmo? Hoje temos toda a tecnologia a nosso favor. Com um clique, podemos nos co- nectar com pessoas de diferentes partes do mundo. Temos a liberdade de sair com quantas pessoas quisermos antes de decidir com qual delas namorar ou casar. Se o casamen- to deu errado, podemos nos divorciar a qualquer momento. Podemos criar um “currículo” amoroso nos perfis de redes sociais e assim podemos transmitir a imagem que quiser- mos para atrair o tipo de pessoa que queremos. Mas nunca fracassamos tanto nos relacionamentos como atualmente. Na área dos relacionamentos, é bem provável que você se identifique com uma das duas situações que vou apre- sentar abaixo: Cenário 1 Você está solteira. Você já viveu outros relacionamentos no passado, mas eles não deram certo. Você curtiu bastante a vida de solteira. Saiu com quem quis. Teve bastante tempo sozinha para cultivar o seu “amor-pró- prio”. Saiu para baladas, viajou, curtiu as amigas, saiu com diferentes homens… Mas, de um tempo para cá, a vida de solteira não tem mais te feito feliz. Você se cansou desses joguinhos de não saber se a pessoa realmente está a fim de você ou não, cansou de precisar esconder seus sentimentos para não parecer desesperada para se casar ou ter filhos. Está cansada de homens que te dão toda a atenção até che- gar a hora do sexo – e depois simplesmente não te procuram mais, ou a coisa esfria de forma irreversível. Cansou de se sentir mal depois de ter colocado toda a ex- pectativa em um homem e ter se sentido rejeitada por ele. Cansou de ter que fazer tudo sozinha – fazer planos sozi- nha, viajar sozinha, pedir pizza sozinha, ver séries sozinha na sua cama, se recuperar daquela gripe sozinha sem nin- guém para te fazer uma sopa ou te oferecer um peito no qual você possa descansar e se sentir protegida. Cansou de ver homens afirmarem que não querem compro- misso, mas depois de certo tempo aparecem namorando ou- tra pessoa. Além de ter se cansado de tudo isso, você olha para o re- lógio e vê que o tempo está passando mais rápido do que você gostaria. Quando você tinha seus 20 e poucos anos, o tempo parecia passar mais devagar! Você estava focada na sua vida, na sua carreira, e nem passava pela sua cabeça a possibilidade de não conseguir se casar, ter uma família, ou envelhecer sozinha na compa- nhia dos seus pets – que você ama é claro –, mas que não substituem uma parceria humana. Agora, o tempo parece passar rápido demais. Nas suas redes sociais, parece que todos estão se casando, tendo um filho, tendo o segundo filho, e você parece ter ficado para trás. Seu relógio biológico está te pressionando. Você passa a ver com frequência notícias de mulheres congelando óvulos ou so- frendo para engravidar por causa da idade avançada e você começa a ficar tensa com isso. As oportunidades de homens que surgiam na sua vida quan- do você era mais jovem – e não ligava tanto assim para rela- cionamentos – não estão surgindo mais. É como se estivesse parada numa estação de metrô há bastante tempo e sim- plesmente o metrô não chega; diferente de quando você era mais jovem que tinha sempre um metrô novo chegando tão logo você chegava na estação. Logo vem o medo de ficar sozinha para sempre, e quanto mais você se preocupa com isso, mais difícil fica encontrar um homem de alto valor que queira se relacionar. Parece que os homens modernos simplesmente não querem mais compromisso, enquanto as mulheres modernas estão desesperadas para se comprometer. Esse pensamento te dá muito medo. Muitas vezes você já chorou sozinha em casa, se perguntando como chegou nessa situação; como você sempre conseguiu tudo o que queria na vida, mas não consegue solucionar a área dos re- lacionamentos; o que há de errado com você? Você só queria que essa dor passasse e que você conse- guisse viver solteira, sem precisar de homem nenhum. Mas você quer um homem para sua vida. Você quer se relacio- nar. E não conseguir isso dói demais. Cenário 2 Você está em um relacionamento. Talvez ele seja um namo- ro, ou talvez um casamento. No começo, as coisas realmente foram bem. Você tinha bas- tante admiração e atração por ele. Mas conforme o tempo foi passando, parece que algo foi morrendo na relação… Você começou a sentir que você é a pessoa que tem que puxar tudo! Se você não toma atitude, as coisas não andam. A vida de vocês fica parada. Você precisa pensar em tudo, resolver tudo, e quando pede para ele te ajudar em alguma situação, ele até o faz, mas com má vontade. E depois você tem que continuar pedindo, de novo e de novo. Ele não tem iniciativa para resolver as coisas e parece não perceber o quão cansada e sobrecarregada você está. E quando você reclama, parece que você é a chata que nun- ca está feliz com nada. Quanto mais o tempo foi passando, mais você foi se sen- tindo chateada e ressentida com ele. Você cansou de pe- dir para ele fazer as coisas e ele esquecer. Você se cansou de ter que cuidar de tudo na vida dele porque se não a vida dele não anda. Junto com a admiração, o tesão parece ter ido embora tam- bém. Ele te procura para sexo, mas você sempre está can- sada demais, sobrecarregada demais – sexo simplesmente não é a sua prioridade. Você nota que ele fica ressentido com isso, mas o que você pode fazer? Ou talvez seja você que sempre toma a iniciativa para o sexo, e ele parece sem- pre encontrar uma maneira de fugir. A cada dia, vocêfica mais desapontada com esse homem sem energia masculina dormindo ao seu lado. Esse homem que não te excita mais. Esse homem que te vê como uma mãe. Esse homem que parece fazer tudo errado para te pro- vocar. Esse homem no qual você não pode contar porque ele não conseguiu liderar nem a vida dele e, nem de longe, a vida de vocês juntos. Você tem tido pensamentos recorrentes sobre terminar essa relação. Mas essa ideia te dá muito medo. Será que ele sobreviveria sem você? E como você recomeçaria a vida solteira agora, depois de ter investido tanto tempo e energia no relacioma,emto? Você já não é mais tão jovem para recomeçar uma vida de solteira. Será que teria energia para isso? Será que en- contraria alguém melhor? E como seria saber que ele seguiu em frente e está em outro relacionamento com uma nova mulher? E se ele conseguir se relacionar de novo e você não? Esses pensamentos te deixam muito ansiosa, e quanto mais ansiosa você fica, mais insuportável se torna olhar para a cara dele. Talvez, enquanto você lê este livro, ele está jogado no sofá vendo alguma série ou jogando vídeo game e isso te dá muita raiva. Por que somente você tem que fazer algo para salvar a re- lação? Será que ele não percebe que a relação está indo para o buraco? Você vai guardando toda essa mágoa dentro de você e che- ga uma hora em que você explode com ele – mesmo com coisas pequenas. Ele então começa a achar que você está louca. “Por que esse surto enorme simplesmente por que eu esqueci de levar o lixo para fora ontem de noite?” Mas ele não entende que não é o lixo! É você ter que sempre lem- brá-lo do lixo! É a falta de comprometimento dele. É a falta de consideração com você. É a falta da palavra de honra. Você simplesmente tem vontade de chorar e largar tudo… mas está paralisada, sem saber por onde começar. Até que este livro chegou às suas mãos. Independente de você ter se identificado com o cenário 1 ou o cenário 2, depois de ler este livro, você vai conseguir entender a raiz do problema. Eu vou tirar um véu que está cobrindo os seus olhos, e você vai conseguir enxergar o verdadeiro e real motivo de seu sofrimento. Não vai ser uma jornada fácil. Você provavelmente nunca teve contato com o conhecimen- to que eu vou compartilhar contigo neste livro. Talvez você já tenha lido livros sobre relacionamentos, já te- nha feito cursos, contratado coaches, ido a terapeutas, mas não conseguiu resultados efetivos. Isso acontece porque a grande maioria dos coaches, tera- peutas, psicólogos não fazem ideia do que é necessário ter para fazer um relacionamento de longo prazo durar com ale- gria e felicidade. Eles estão fazendo o que podem, mas estão te dando péssi- mos conselhos. Há poucos experts em relacionamentos que entendem de uma coisa chamada POLARIDADE. Os que conhecem sobre polaridades, provavelmente não entenderam o concei- to de polaridade na sua raiz e seguem dando conselhos so- bre isso, mas têm uma vida e um relacionamento totalmente despolarizados. No passado, homens e mulheres precisavam uns dos ou- tros para sobreviver. Cada um fazia um papel e por isso eles continuavam juntos durante a vida toda (na grande maioria dos casos), porque não existia outra opção. Era uma ques- tão de sobrevivência! Hoje em dia, como somos independentes financeiramen- te, e não precisamos mais uns dos outros, fazer um rela- cionamento durar com respeito, admiração, amor e paixão é um grande desafio. A única forma de fazer isso ser possível é quando esse rela- cionamento está POLARIZADO da forma correta. Enquanto você não entender isso, vai continuar sofrendo na vida amorosa. Se você estiver solteira, você vai passar por todo o traba- lho de conhecer pessoas, até conseguir achar uma que gos- te e conseguir se relacionar com ela, mas depois de algum tempo, a relação vai começar a ter problemas (como todas as suas outras do passado) e vai chegar ao fim. E você terá que recomeçar do zero mais uma vez, sentindo toda a dor desse processo, de novo e de novo, sem saber onde está errando. Se você estiver num relacionamento com a polaridade inver- tida, ele não vai melhorar sozinho. Provavelmente os esfor- ços que você tem feito só estão piorando a situação. Quan- to mais você se esforça, mais você está levando a relação para o buraco. Não existe outra saída. Você está prestes a tomar a pílula vermelha que vai mudar para sempre a forma como você enxerga as relações. Você vai olhar para o passado e entender porque os seus relacionamentos deram errado até hoje. Vai reconhecer mui- tos erros que cometeu. Vai doer. Por isso, eu só recomendo que você continue a leitura des- te livro se você REALMENTE estiver comprometida a mudar sua vida amorosa. Este livro é para você, que se cansou. Para você que não quer mais ficar solteira, mas simplesmen- te não consegue achar um relacionamento de alto valor. Para você que está com medo de terminar a vida sozinha, de nunca conseguir experienciar a alegria de viver um rela- cionamento no qual você ama e é amada. Para você que sente que o seu relógio biológico está te co- brando e que está com medo de nunca conseguir ter filhos; de nunca conseguir ter uma família. Para você que está enxergando o seu relacionamento afun- dar, e não sabe mais o que fazer para resgatá-lo. Para você que está morrendo de medo de se separar porque simplesmente não tem mais forças para continuar. Para você que se cansou de ser a única a se esforçar nos relacionamentos; de sentir que, por mais que faça, você não é valorizada. Para você que entendeu que não importa o quão bem suce- dida seja sua carreira, você dificilmente vai estar realizada de verdade como mulher se não estiver se sentindo ama- da por você mesma e – por consequência – por um homem de alto valor. Para você que entendeu que, se não fizer nada a respeito e, simplesmente continuar vivendo, achando que a culpa é dos homens, você nunca vai conseguir ter um relacionamento feliz. Para você que se cansou de se sentir sozinha, vazia, infeliz, ansiosa, angustiada… Para você que entendeu isso tudo e que tem como priorida- de neste momento solucionar de uma vez por todas a sua vida amorosa. Somente nesse mindset, você vai conseguir absorver todas as coisas que eu vou te falar neste livro de coração aberto. Porque são conhecimentos que vão te tirar da sua zona de conforto e vão fazer você rever muitas crenças que você tinha sobre si até hoje. Principalmente, porque são conhecimentos que vão mostrar as suas SOMBRAS. Mas essa vai ser a jornada mais linda – e recompensadora – que você vai fazer na sua vida. Capítulo 4 As mulheres de hoje são mais felizes? Uma grande transformação social, econômica e cultural aconteceu desde que autora feminista Betty Friedan con- cluiu, em 1963, que as mulheres da sua geração se sentiam infelizes e cansadas. Apesar de muitas coisas terem mudado desde lá, fica a per- gunta: será que as mudanças que foram conquistadas desde então fizeram, de fato, as mulheres modernas mais felizes? Temos levado uma vida que é exatamente o oposto da vida que nossos avós viveram. Se nas gerações passadas as mu- lheres foram criadas para acreditar que elas só poderiam se realizar se estivessem no papel de esposa e mãe, agora o oposto é visto como verdade: aprendemos que somente fora desses papéis nós somos capazes de atingir nosso po- tencial e valor como seres humanos. Vejamos o caso de uma cliente minha, que vou chamar de Clarissa. Clarissa chegou à minha clínica de hipnotera- pia buscando ajuda para tentar preencher um grande vazio emocional que ela vinha sentindo e também para tentar re- solver a vida amorosa que andava de mal a pior. Clarissa é uma mulher de 36 anos, formada em ciências so- ciais, professora universitária, independente e solteira. Ela passou a vida inteira focada no que sua mãe lhe ensinou: na carreira. “Minha filha, foque em você, na sua carreira, se relacionamento fosse bom ninguémse separava!”. Clarissa seguiu todos os conselhos da mãe e das mulhe- res de sua geração, mas, agora, aos 36 anos, sem pers- pectiva de um relacionamento estável, ela se vê desejando uma família. Ela começa a entender que a sua vida sem um relacionamen- to com profundidade, sem conexões reais, sem família, sem filhos, é vazia – por mais bem sucedida que seja na carreira. Ela viajou, subiu de cargo, comprou carro, decorou o apar- tamento da forma que quis, foi para todas as baladas que quis, transou com quantos homens desejou...viveu sua liber- dade ao máximo. Mas toda essa liberdade não trouxe a com- pletude que ela esperava alcançar quando chegasse a essa idade. Ela constatou que, no fundo, não estava bem com ela mesma; não se amava e por isso não conseguia atrair um relacionamento. Ela começou a sentir vontade “de casa”. De ter um lar para onde voltar. De ter uma família. De poder priorizar algo que não fosse somente a carreira. “A vontade de ter filhos que chega com o despertar do relógio biológico geralmente vem de forma suave que muitas mulhe- res deixam passar. Mas a maioria das mulheres sentem que, perto da idade de 27, começa a surgir uma crescente insa- tisfação, um desejo por mais, mesmo que a vida esteja bem cheia. Seu apartamento parece quieto demais, seu trabalho, não importa quão interessante e excitante seja, exige menos dela e seu tempo livre, mesmo que ocupado por atividades frenéticas, quase ecoa como solidão. Ela começa a perce- ber todas as mães ao seu redor – principalmente as jovens e atraentes – empurrando carrinhos pela rua, carregando seus bebês no supermercado, e enchendo seus carrinhos com grandes quantidades de carnes, vegetais, enlatados, vidros, caixas de detergentes, pacotes de fraldas, enquan- to ela compra um par de itens para seu jantar sozinha. Todo o horror que um dia ela conectou a bebês – o barulho, a ba- gunça, aquele monte de brinquedos de plástico, o constante choro e as exigências que deixam mesmo as mulheres mais fortes exaustas – são trocados por questões como: o quão fofos eles são com seus sapatinhos e meias pequenas, sua amorosidade e, principalmente, a mudança na vida que eles trazem, tirando a mulher da distração dela mesma e de seus problemas de sempre.”1 Nos venderam a ideia de que focar somente na carreira, nos hobbies, e nas nossas coisas, nos garantiria uma vida muito mais feliz do que a vida das nossas antepassadas. É claro que fazer tudo isso é muito bom! Precisamos ter uma vida interessante; precisamos trabalhar, conquistar o que deseja- mos, sentir que somos realizadas nessas áreas da vida. 1 Do livro What our mothers didn’t tell us, de Danielle Crittenden - Tradução minha. Mas, muitas vezes, acabamos indo em excesso para esse lado, acabamos entrando na polaridade masculina e deixa- mos a área dos relacionamentos de lado. “Infelizmente, adiar o casamento e todas as responsabilida- des que chegam com ele, não prolongam a sua juventude. Só prolonga a sua ilusão. Geralmente isso resulta numa pes- soa de meia idade que ainda traz consigo todas as frustra- ções adolescentes sem ganhar nenhuma qualidade da ma- turidade. Essas qualidades – sabedoria, senso de dever, disponibilidade de se sacrificar pelos outros, aceitação do en- velhecimento e da morte – são características que surgem diretamente dos nossos relacionamentos e comprometimen- to com os outros. É assumindo os papéis que fomos ensina- dos a evitar – esposa, marido, mãe, e pai – que construímos nossa identidade, expandimos nossas vidas e conquistamos a maturidade que desejamos”2 Clarissa tinha conquistado uma segurança financeira muito boa, mas ela me confessou que essa segurança não com- pensava a falta de ter um homem de alto valor do seu lado; de estar num relacionamento no qual ela se sentisse segura, protegida e desejada. Um homem forte, um verdadeiro porto seguro, que passasse segurança para ela, que se esforçasse para oferecer o me- lhor para ela porque ele a amaria profundamente e sabe- ria valorizá-la. Um homem que permitisse que ela relaxasse quando quisesse, porque ela saberia que ele estaria lá para cuidar das coisas. Querer isso não é nenhum tipo de trauma, de carência, de fal- ta de amor-próprio: essa é a nossa natureza. Toda mulher tem esse instinto de sobrevivência de ter um homem forte ao lado e vai sofrer sempre que tentar esconder esse fato para parecer que não precisa de ninguém para ser feliz. A beleza da jornada para conquistar um relacionamen- to de alto valor é que você vai precisar, primeiro, conseguir se amar, se respeitar. Vai ter de olhar para dentro de você como talvez nunca tenha feito na vida. 2 Do livro What our mothers didn’t tell us, de Danielle Crittenden - Tradução minha. Eu expliquei para Clarissa que não era o seu sucesso ou o seu dinheiro que estava afastando os homens, era a sua energia masculina; a falta de conexão com o feminino; a falta de ha- bilidade de dar para esse homem o que ele precisa para es- tar motivado. É a falta de habilidade de conseguir INSPIRAR este homem a querer se devotar a ela. Isso acontece, porque o homem masculino não está nem aí para o sucesso financeiro de uma mulher. Ele não precisa que ela tenha uma carreira de sucesso, que ela tenha Phds, que tenha viajado o mundo sozinha, que seja super culta, que seja super jovem, que tenha o corpo perfeito. Isso tudo ela pode fazer para si, se quiser, – mas sem esperar que es- ses fatores sejam prioridade para um homem de alto valor. Esse homem só precisa que ela saiba ser vulnerável, que ela saiba soltar o controle, que ela confie nele, que ela seja leve, que ela permita que ele a guie, como numa dança na qual a mulher relaxa e se permita ser guiada, que ela se deixe ser protegida, que ela consiga manter seu coração aberto para receber ele de forma completa como um homem, que ela seja feminina, que ela seja radiante. Isso é o que motiva um homem de alto valor a querer se re- lacionar com uma mulher nos tempos modernos. Mas a Clarissa não tinha ideia de como fazer isso. Ela sempre aprendeu que tinha de ser forte, durona, dar conta de tudo sozinha. Ela sempre aprendeu que as pessoas a amariam pelo que ela faz, e não somente por quem é. Clarissa se sen- tia tensa, rígida, controladora, endurecida por dentro. Como ela iria inspirar um homem de alto valor a querer um relacio- namento com ela? Uma mulher com excesso de energia masculina não inspira homem de alto valor. Ela não tem nada para oferecer que faça ele querer abdicar dos benefícios da vida de solteiro para assumir um relacionamento sério com ela. Esse homem pode até querer sair com ela algumas vezes, aproveitar um bom sexo, mas não vai escolher essa mulher para ser a mulher da vida dele. Uma mulher como Clarissa só vai atrair homens fracos, sem atitude, sem energia, que se atraem por ela justamente por- que estão em busca de uma mãe que resolva a vida deles. Eu iniciei com Clarissa um trabalho profundo de autoco- nhecimento, no qual ela, pela primeira vez na vida, entrou em contato com suas emoções. Pela primeira vez na vida, ela se permitiu sentir, ao invés de racionalizar tudo. Esse exercício foi pouco a pouco deixando-a mais leve, mais rela- xada, mais tranquila. Até o seu semblante mudou. Ao olhar para suas feridas internas, ela entendeu que nunca tinha se dado o amor que ela merecia, sem honrar suas emo- ções e dores. Ela sempre tinha fugido delas. Com isso, ela estava vivendo o tempo inteiro na sua mente. Só que só po- demos nos conectar com um homem de verdade se ele pu- der sentir o nosso coração! Por isso ela não conseguia criar uma conexão profunda com nenhum homem. Clarissa fez uma jornada linda de olhar para dentro e isso a deixou cada vez mais serena. Num dos nossos últimos en- contros, ela me falou que já nem estava mais desesperada por um relacionamento ou filhos. Ela tinha entregado para o universo e que, se fosse para ser, seria lindo, mas se não fosse para ser, tudo bem, ela estavaem paz. Poucas semanas depois, ela me escreveu contando que ti- nha conhecido um homem muito interessante, e que pela primeira vez na vida, ela realmente sentia que a conexão era verdadeira. Ele estava sendo atencioso, respeitador, pre- sente e honesto. E ela tinha aprendido a compartilhar com ele sobre o que estava sentindo e isso fez ele se apaixonar cada dia mais. Na mensagem, ela me falou: “Eu passei a vida inteira achan- do que tinha de esconder quem eu era para ser amada. Só hoje eu entendo que não posso ser amada de verdade, se não mostrar como eu sou.” Clarissa conseguiu isso por meio do resgate do feminino. E para ela, esse senso de urgência foi importante porque a motivou a buscar uma solução para seu problema e trans- formar sua vida. Ela entendeu o que vou explicar no pró- ximo capítulo: o tempo passa rápido principalmente para nós mulheres. Capítulo 5 O tempo passa diferente para os homens e para as mulheres Como comentei no capítulo anterior, a nossa geração de mu- lheres cresceu sendo incentivada a viver como se não hou- vesse amanhã: “Aproveite tudo!”, “curta mesmo!”, “pense so- mente em você!”, “foque somente em você!”. Existe realmente um lado bom disso. A vida é curta mesmo, e nossa geração acabou tendo a facilidade de viver em tem- pos com mais oportunidades do que nossos pais – aposto que seus pais não tiveram oportunidade de viajar o mundo, nem de trabalhar remotamente, nem de trocar de profissão no meio da vida para uma “que lhes faça mais feliz”. A única coisa que não nos contaram, é que o tempo passa de forma diferente para homens e mulheres. Eu explico: Desde a infância, meninas e meninos têm tratamentos diferentes. Meninas frequentemente são mais “protegidas”, menos co- bradas, são tratadas com mais paciência pelos pais. Meninos, no geral acabam tendo menos desses privilégios, são mais incentivados a correr riscos, são menos consola- dos quando choram, e precisam provar que são fortes des- de pequenos. “Ouçamos Simone de Beauvoir: a criança, ela diz, passa por um “segundo desmame, menos brutal e mais gradual do que o primeiro [...] os meninos em especial deixam aos poucos de receber os beijos e os carinhos a que estavam acostu- mados. Já a menininha continua a ser adulada, tem permis- são para se pendurar na saia da mãe, o pai a coloca no colo e afaga-lhe o cabelo. Ela usa vestidinhos fofos, suas lágrimas e seus caprichos são recebidos com indulgência, seu cabe- lo é cuidadosamente arrumado, suas expressões faceirices divertem os mais velhos – o contato corporal e os olhares amistosos protegem-na da angústia da solidão. O menini- nho, ao contrário, não pode sequer ser faceiro; seu empenho para seduzir e suas manhas são irritantes. Ele aprende que ‘homem não pede beijos [...] homem não se admira no espe- lho [...] homem não chora.’ Ele é incitado a ‘ser um homen- zinho’; ele conquistará a aprovação dos adultos se tornando independente dos adultos. Ele os agradará sem parecer que os agrada.”3 Ou seja, como afirma o autor israelense Martin Van Creveld, autor do livro Sexo privilegiado, desde pequenas as mulhe- res muitas vezes são protegidas: “Enquanto os meninos são pressionados, as meninas são protegidas de todos os perigos, como subir em árvores, usar o balanço, andar de bicicleta ou sair sozinha à noite. Elas também costumam ter melhores condições de vida. [...] O fra- casso das meninas é tolerado, ao passo que o fracasso dos meninos é denunciado, combatido e punido.” Na adolescência, a coisa não muda muito. Quando meninas e meninos começam a entrar no universo dos relacionamen- tos, os meninos, mais uma vez, precisam lutar. Uma moça de 18 anos, vai estar no ápice da sua juventude e de sua fertilidade. Por não ter ainda experienciado muitas dificuldades na vida do que uma mulher mais velha, as jo- vens tendem a ser mais “leves”. Esse combo faz com que elas sejam extremamente atraentes para os homens e as co- loca numa posição de privilégios – elas apenas precisam “ser”, enquanto os homens precisam “se tornar”. O papel de- las é esperar o homem se aproximar enquanto ela rejeita a maioria e escolhe os melhores. Já no lado masculino, as coisas são diferentes: um jovem que acabou de chegar à vida adulta não tem muito poder de escolha. Ele ainda não é bem sucedido, é imaturo, não tem muita confiança em si mesmo, não desenvolveu pilares de liderança, prosperidade e proteção. Ele se acostuma a levar muitos “foras” e ser muito “rejei- tado” (coisa mais rara para as mulheres da mesma faixa etária). É como se a mulher já nascesse no topo da monta- nha, ao passo que os homens devem escalá-la para chegar a algum lugar. 3 Do livro Sexo privilegiado, de Martin Van Creveld. Conforme o tempo passa, a situação muda. Ao chegar aos 30, boa parte dos homens já está mais maduro, mais inde- pendente, mais confiante e melhor financeiramente falan- do, e isso tende a aumentar conforme ele se aproxima dos 40 ou 50 anos. Já para a mulher, o cenário é um pouco diferente. A mulher, que já nasceu no topo da montanha no quesito “poder de es- colha” nos relacionamentos, acaba se acostumando aos pri- vilégios. Ela já perdeu a conta de quantos homens já rejei- tou, e tem a impressão de que sua situação continuará assim para sempre. Sempre que ela quiser, ela vai poder iniciar um relacionamento e criar uma família (se esse for seu de- sejo), porque sempre haverá um homem disponível buscan- do a sua atenção. Mas nem sempre funciona assim. Segundo a medicina tradi- cional chinesa: “Entre os 25–28 anos de idade, a mulher está no pico da sua vitalidade; sua energia vital e seu sangue se tornam subs- tanciais, suas extremidades se tornam fortes, o desenvolvi- mento dos tecidos e de todo o seu corpo é florescente. Nes- se estágio, seu corpo atravessa a condição mais forte. O físico de uma mulher muda da prosperidade para o declí- nio, gradativamente após a idade de 35 anos.”4 Para a mulher que quer ter uma família e filhos biológicos, a idade é um grande fator a ser considerado. Estudos mos- tram que em média a fase mais fértil de uma mulher é entre os 20 e 30 anos. Por volta dos 35 anos, diminui pela metade as chances de uma mulher engravidar. Este declínio é pro- gressivo com o passar dos anos e aos 45 a fertilidade natu- ral é de aproximadamente 1% . Ou seja, a narrativa moderna fala que as mulheres devem fo- car somente na carreira e deixar os relacionamentos em se- gundo plano; mas ela parece esquecer o fato de que o relógio 4 Do livro Medicina tradicional chinesa, de Bing Wang. biológico feminino não sabe diferenciar se somos mulheres modernas ou não; ele tem o tempo de fertilidade natural. Assim como a história da minha cliente Clarissa, muitas mu- lheres focam somente na carreira e quando decidem que querem ter um relacionamento sério, percebem que a situ- ação não está muito favorável. Principalmente porque essa mulher geralmente focou demais na carreira, não desenvol- veu habilidades femininas (pelo contrário, só desenvolveu sua energia masculina) necessárias para estar em um re- lacionamento, e encontram uma enorme dificuldade em en- contrar um parceiro para a vida. “Quando uma mulher é jovem e razoavelmente atraente, homens vão passar pela vida dela com tanta regularidade como trens na estação; mesmo quando a plataforma está va- zia, ela já sabe que logo chega outro trem. Nenhuma mulher com a cabeça no lugar iria querer se comprometer com ca- samento tão cedo. Seu corpo ainda está silencioso na ques- tão de querer ter filhos. Ela também vai saber da quantidade de divórcios de hoje em dia e vai querer ser exposta a uma variedade de homens antes de escolher somente um. Quan- do estiver namorando com um homem ela vai estar constan- temente alerta para a possibilidade de outros. Mesmo que ela se apaixone por um, ela pode dispensá-lo por sentir que é jovem demais para algo sério. Mas se uma mulher conti- nua solteira conforme passa dos trinta, ela pode começar a olhar parao seu relógio e se perguntar porque a estação está vazia, porque o próximo trem não chega, ou se houve algum acidente no caminho. Quando o trem chega, ele ge- ralmente vem com homens pelos quais ela não se interes- sa, como um metrô de Nova York na madrugada: homens imaturos, com síndrome de Peter Pan que não conseguem nem se comprometer com nada além de uma xícara de café, que dirá com um segundo encontro; solteiros neuróticos com hábitos estranhos; predadores sexuais que caçam qualquer mulher que surja pelo caminho; homens recém-divorciados que querem apenas se divertir; homens com traumas de re- lacionamentos passados; homens preocupados demais com suas carreiras sem tempo para comprometimento; homens que são simplesmente fracos demais ou estranhos demais. Os homens sensíveis, decentes, de aparência boa que uma mulher aos 24 rejeitou parecem ter descido em outras estações.”5 Homens e mulheres sentem-se atraídos uns pelos outros por diferentes motivos. As mulheres tendem a se interessar pelos homens baseadas no quão líderes e prósperos eles conseguiram se tornar. Mas na conquista, para um homem de alto valor, o quanto uma mulher ganha ou quantos mes- trados ela fez é algo secundário. Ele pode se apaixonar tan- to por uma executiva andando na Avenida Paulista em São Paulo, quanto por uma atendente simples numa farmácia, se ambas tiverem os pilares de feminilidade que irei abordar nos capítulos seguintes. Ou seja, os diplomas e o suces- so profissional são maravilhosos para você, mas no quesito conquista, eles não são prioridade. Os homens, que no início da vida adulta eram rejeitados mui- tas vezes, passam a ter maior poder de escolha conforme a maturidade chega. O cenário muda. “A ironia é que, justamente nesse momento, quanto a mu- lher olha para o seu trabalho e percebe que ela está pronta para assumir uma vida de família, que os homens parecem desaparecer. É aí que a crueldade da sua vida de solteira re- almente começa a aparecer. Enquanto ela está disposta a fi- car no jogo das “saídas casuais” os homens estão por perto. Mas no momento em que ela começa a mostrar seu desejo por algo mais permanente, eles desaparecem.”6 Isso acontece principalmente porque, quando um homem moderno de alto valor, que se esforçou para se desenvol- ver, chega à meia idade, ele geralmente não tem pressa. Ele finalmente conseguiu conquistar uma independência finan- ceira; ele vê que suas oportunidades de se relacionar com mulheres interessantes aumentam a cada dia; ele não tem o aspecto do relógio biológico tão crítico quanto o da mulher. Nesse momento, a mulher moderna percebe, com grande dor, que foi enganada. A narrativa moderna disse para ela que ela só teria de focar em sua carreira e nela mesma, que 5 Do livro What our mothers didn’t tell us, de Danielle Crittenden. 6 Idem. ela deveria se tornar uma mulher empoderada e que os re- lacionamentos chegariam de forma natural, mas agora ela está descobrindo na prática que não é bem assim. Ou seja, será mesmo que as mulheres foram emancipadas por essas narrativas modernas ou acabaram se tornando pri- sioneiras em uma realidade na qual seus desejos e neces- sidades básicas – como se relacionar, criar vínculos, repro- duzir, etc. – deixaram de ser algo natural e passaram a ser uma missão difícil de ser alcançada? A boa notícia é que, se você conseguir estar presente na sua feminilidade e na energia Yin, a sua idade terá um peso com- pletamente diferente de uma mulher que estiver na energia Yang, porque a sua presença será sempre jovem e radiante, independente da sua idade. O homem que estiver ao seu lado e conseguir sentir a sua energia Yin, e como essa energia o completa, jamais seria bobo de trocar você por uma mulher mais jovem, apenas pela idade. Aliás, se esse homem fizer isso, você sabe que não era o homem que você gostaria de ter como parceiro de vida. Já a mulher Yang, ficará cada dia mais pesada, mais estres- sada, se colocando num lugar de vítima e culpando todos ao seu redor. Ela não sabe entrar em contato com seus sen- timentos, então a cada ano que passa, ela fica mais cheia de lixo emocional, e isso se nota na energia dela. Juntando todo o peso e exaustão da energia Yang, com o fator idade, fica cada dia mais difícil para essa mulher conseguir encon- trar um homem de alto valor para ter um relacionamento feliz. O destino dessa mulher tende a ser um futuro com solidão, vazio e amargura. Primeiro, porque ela está completamente longe de casa (da energia Yin natural); e segundo, porque a energia Yang dela afasta as pessoas. Essa mulher Yang pode, inclusive, estar num relacionamen- to, mas, ainda assim, ela vai se sentir num estado completo de solidão: mesmo tendo conseguido um marido e uma fa- mília. Ela vai viver em um constante estado de insatisfação e controle. Por mais que a vida dela, exteriormente, esteja muito bem, por dentro ela estará sempre infeliz. A única saída, é voltar para o feminino. É se libertar do exces- so de energia Yang. É fazer essa jornada de volta para casa. Capítulo 6 Energias equilibradas – será esse o melhor caminho? Alguns anos atrás, eu me achava a rainha das energias fe- minina e masculina equilibradas dentro de mim. Eu tinha facilidade em liderar, conduzir, guiar, e também sa- bia fluir e soltar o controle. Eu achava que uma pessoa equi- librada precisaria ter 50% de cada tipo de energia e eu tinha conseguido isso! Até eu começar a perceber que estava com problemas no meu relacionamento por conta dessa dinâmica. Hoje em dia, eu consigo mudar de energia, e posso entrar na energia masculina no meu relacionamento, mas não que- ro fazer isso porque sei que isso não é saudável numa re- lação, sei que na energia masculina, eu não estou de acor- do com o meu propósito de como levar uma vida saudável a dois. Na verdade, eu estava vivendo com medo de real- mente adentrar o meu feminino. Eu sentia medo porque eu sabia que entrar no feminino sig- nificaria soltar o controle, abraçar minha vulnerabilidade, ter coragem de viver seguindo minha intuição, significaria tirar todas aquelas máscaras de mulher-independente-e-bem- -resolvida que eu usava há tanto tempo, e realmente olhar para o meu coração, para as dores que estavam ali dentro e que eu estava jogando para debaixo do tapete para não ter de encará-las. Entrar na feminilidade significa viver realmente um processo de aceitação de amor-próprio. Significa olhar para as suas dores, suas feridas, e aceitá-las. Entender que os fatos do passado te trouxeram até aqui, acolher esses traumas que não podem ser mudados e obter deles lições preciosas que te deixam interiormente mais for- te, mais experiente e, portanto, mais feliz, em vez de se res- sentir e afundar em amargura. Assim, você entende o seu valor, olha para frente e se desenvolve mais. É a possibilida- de de conseguir expressar seus sentimentos e seus desejos sem medo de ser julgada e rejeitada por isso. Quando eu entendi isso, eu tive clareza de que eu estava ope- rando no medo porque era muito assustador e desconfortável fazer todas essas coisas. Por isso, eu estava me certificando de nunca, de fato, entrar no meu feminino por completo. Só que eu percebi que, quando eu não entro no meu femi- nino por completo, o homem ao meu lado não pode entrar no masculino. Ambos ficam competindo, infelizes, porque não conseguem viver cada um sua própria essência por medo. Então eu entendi que esse equilíbrio de energia que nos en- sinam é uma ilusão, porque o equilíbrio verdadeiro aconte- ce de outra forma: para nós mulheres, o equilíbrio é quando acontece a manifestação maior do feminino, e o masculino que existe em nós serve ao nosso feminino. Para os homens, é o contrário. Desejar buscar um equilíbrio 50%–50% das energias, signifi- ca não viver verdadeiramente a sua essência. Significa estar sempre com medo. E quando você não vive o seu feminino por completo, e o seu parceiro não vive o masculino delepor completo, ambos estão com medo. Ambos estão sendo co- vardes juntos, mesmo sem estarem conscientes disso. Am- bos estão infelizes. Quando comecei a estudar polaridades em profundidade, eu entendi que na nossa raiz, homens e mulheres (na gigan- tesca maioria), são fundamentalmente diferentes e opostos em suas energias. Todo o resto são apenas traumas que nos impedem de viver a nossa natureza. Um homem que tenha as duas energias equilibradas 50%– 50%, vai conseguir falar sobre seus sentimentos, se abrir, ser vulnerável, mas ele vai ter muita dificuldade em liderar, e não vai ter essa energia penetrante que a mulher precisa para estar conectada com ele. Assim como um homem so- mente com energia masculina, pode virar um sociopata que só pensa nele mesmo. Um homem que tem energia masculina dominante, mas tam- bém integrou o seu feminino, consegue liderar com coragem, força, e uma extrema devoção por sua parceira. Ou seja, ele não equilibrou as duas energias. Ele integrou a energia feminina, e com isso, potencializou a sua ener- gia masculina. Mesmo tendo integrado o feminino, ele opera na maior parte do tempo no masculino. Isso é o que o deixa feliz e relaxado na sua posição natural. Uma mulher com energia masculina e feminina 50%–50% sabe liderar, resistir, algumas vezes seguir, mas não sabe como viver uma vida na qual ela está sempre fluindo, sem controlar, se abrindo para as oportunidades da vida. Ao passo que uma mulher somente com energia feminina, sem nada de energia masculina, vai ser uma “bobinha”, que só sabe dizer sim, que sofre calada, uma vítima perfeita para homens que querem tirar proveito dela. Já a mulher que opera na maior parte do tempo no feminino, mas também integrou o seu masculino, sabe sempre estar aberta para a vida. Essa mulher vai, naturalmente, se afastar quando perceber a falta de devoção e consideração de seu parceiro, ou de qualquer outra pessoa na vida. Ela faz isso com naturalidade, porque ela sabe o seu valor. Ou seja, ape- sar de ela ter integrado a energia masculina dentro dela, ela escolhe operar na maior parte do tempo na energia femini- na, porque ela sabe que nessa posição ela consegue servir seu propósito na vida e nos relacionamentos. Ou seja, tentar viver no equilíbrio 50%–50% vai te deixar pa- ralisada, porque essa não é a sua essência. A sua essência é viver no feminino, tendo integrado o seu masculino. Se você quiser saber onde você está nessa questão das energias, basta observar qual tipo de homem você tem atraí- do na sua vida e qual tipo de relacionamento você tem vivido. Se você é uma mulher e não está experienciando uma li- derança totalmente devotada de um homem que te respei- ta e te ama, ou se você apenas consegue relacionamentos casuais que não evoluem, você precisa se reconectar com o seu feminino. Não perca tempo tentando equilibrar o seu masculino. Seu masculino já vive dentro de você e tudo na nossa socieda- de moderna leva as mulheres para o masculino, então, não se preocupe com ele. Se preocupe em viver o seu feminino na sua essência. Em se conectar com o seu coração, com as suas emoções. Somente assim você vai conseguir se conectar verdadeira- mente com o coração de um homem, ao invés de ficar vivendo uma montanha-russa em relações conturbadas e instáveis, por não saber como inspirar um homem a querer se devotar para você. Capítulo 7 Energia Feminina e Masculina “Para que a parceria entre um homem e uma mulher cumpra a sua promessa, o homem tem de ser homem e a mulher tem de ser mulher. Nessas parcerias, a mulher se interessa pelo homem enquanto ele permanece homem, e vice-versa. Isso quer dizer que o homem desejoso de amar uma mulher como sua parceira, em igualdade de condições, tem de preservar a necessidade que tem dela preservando ao mesmo tempo sua incompletude. Em vez de desenvolver o feminino dentro de si, deve deixar que a parceira lhe ofereça isso como um presente e aceitá-lo. A mulher que tenciona amar um homem deve também aceitar o masculino de sua parte. Quando um homem e uma mulher anseiam por aquilo que o outro possui, possuindo por sua vez aquilo que o outro procura, tornam-se iguais na sua incompletude – e na sua capacidade de dar. Quando ambos respeitam as próprias limitações e preservam sua necessidade, essa necessidade mútua os complementa e completa, de sorte que o dar e receber fortalecem a união.” (A simetria oculta do amor – Bert Hellinger) Um homem vai estar mais feliz e realizado em um relaciona- mento se ele estiver no papel masculino dessa relação. Uma mulher vai estar mais feliz e realizada num relacionamento se ela estiver ao lado de um homem em quem confia e que tem prazer em se permitir ser conduzida – por livre e espon- tânea vontade. Você já dançou forró ou qualquer outra dança a dois? Você já deve ter notado que, nessas danças sempre um conduz e o outro é conduzido – e é aí que a mágica acontece. Ge- ralmente, a dança mais prazerosa é aquela na qual o ho- mem conduz. O cavalheiro – que conduz – precisa ter algumas habilida- des como criatividade para criar os passos, clareza na co- municação para direcionar a parceira, capacidade de liderar os movimentos, ser um pilar forte de estrutura para dar es- paço para a dama conseguir fazer os movimentos com se- gurança e leveza e ser aquele ponto de referência para onde a dama volta depois de executar os passos. A dama precisa ter outras características, que são tão im- portantes quanto – porém, opostas e complementares. Ela precisa, primeiro de tudo, ter sensibilidade e atenção para captar os sinais enviados pelo parceiro. Ela precisa saber executar bem os passos sugeridos por ele e fazer isso com leveza e charme. Ela precisa saber voltar para o ponto de re- ferência sempre que necessário. A magia e alegria da dança acontece nessa sintonia fina e sutil, na qual tanto quem conduz quando quem é conduzi- do tem um grande prazer em executar seu papel. No momento em que a dama decide começar a conduzir tam- bém, ou em que o cavalheiro não quer conduzir, o fluxo natu- ral da dança se desmancha. Um começa a pisar no pé do ou- tro; os passos saem “truncados” ao invés de fluidos. Assim funciona também com a dinâmica das polaridades dentro dos relacionamentos: agir de acordo com a polarida- de é um instinto natural do ser humano. A energia masculina é ativa, a principal necessidade mascu- lina é liderar. Um homem que está centrado na energia mas- culina vai liderar de forma a conquistar um resultado e tam- bém de oferecer e compartilhar esse resultado com aqueles que ama – com planejamento, organização e direção. Um ho- mem masculino saudável vai também ser sempre devoto às necessidades e sentimentos da mulher que ele ama. A energia feminina é receptiva, uma mulher no feminino sau- dável vai estar confortável para receber uma ação e vai re- ceber o resultado dela. Ela também vai conseguir de forma vulnerável, expressar como seu homem a faz sentir e assim, ela vai inspirá-lo a continuar liderando. Uma mulher que está na energia feminina vai atrair um homem que esteja na energia masculina – e vai repelir um homem que esteja na energia feminina. Da mesma forma, um ho- mem de energia masculina, vai atrair uma mulher de energia feminina, e vai repelir uma mulher de energia masculina. As energias masculina e feminina são opostas e complemen- tares entre si, como você pode ver no quadro abaixo: ENERGIA FEMININA ENERGIA MASCULINA Livre e Fluida: cheia de vida. Ela é como o oceano Cheia de direção e propósito. Uma energia linear e rígida. Se motiva com elogios Se motiva com desafios É movida por amor e emoções nas relações pessoais É movida pela sua própria direção. É impessoal e focada em metas, sem sentimento. É sobre estar presente no corpo, com suas sensações e sentimentos. É sobre transcender emoções em racionalidade. Transforma pequenas coisas em grandes Transforma coisas grandes em pequenas Tende a se apegar Tende a soltarVive no fluxo; emenda uma coisa na outra sem interrupção Trabalha com compartimentos, e foca em uma coisa por vez. Tanto homens quanto mulheres possuem ambas as ener- gias. O problema é que, atualmente, estamos passando por uma epidemia de mulheres que estão operando em excesso na energia masculina e de homens operando em excesso na energia feminina. A narrativa moderna considera isso como uma evolução e um empoderamento de ambos os lados. No entanto, quando falamos de relacionamentos, a dinâmica que mais funciona, de forma mais natural, é quando a mu- lher atua no feminino e o homem no masculino, na maior parte do tempo. Quando o homem entra no seu domínio, assumindo o co- mando com responsabilidade e amorosidade, incorporando a energia masculina, centrando-se emocionalmente e tor- nando-se competente para conduzir sua mulher a respeitá- -lo como líder. Quando a mulher se abre em seu esplendor, soltando o con- trole, incorporando a energia feminina; baixando a guarda de forma vulnerável e inspirando (sem esforço) seu homem a conduzi-la com devoção. Quando ambos estão polarizados de uma forma saudável, o homem vai se dedicar a suprir as necessidades e honrar os sentimentos de sua mulher; ao passo que a mulher vai se sentir segura expressando o que ela precisa e como ela se sente, de modo a inspirá-lo a manter sua liderança. Am- bos estarão felizes. Mas não é isso que a sociedade nos ensina. Aprendemos que um relacionamento saudável precisa ter uma divisão 50%–50%, que ambos devem dividir igualmente todas as res- ponsabilidades, nas mesmas tarefas. (por exemplo: Eu pago uma conta; ele paga outra; eu faço café hoje, ele faz ama- nhã, etc.), e que ambos devem se comportar da mesma for- ma (em que homens e mulheres falam sempre sobre seus sentimentos). Esse tipo de energia “andrógina” é a receita para um relacionamento morno, sem admiração, sem cone- xão, sem tesão. É um relacionamento com polaridade neu- tra – sempre morno. Quando um homem não atua na energia masculina, ele não vai ter nenhum senso de responsabilidade de suprir as ne- cessidades da sua mulher. Ele pode amá-la, gostar de estar com ela, mas ele não a enxerga como uma prioridade. Ele não vai se sentir motivado a liderar com comprometimento para que as necessidades dela sejam supridas. Quando um homem está no seu masculino saudável, uma das suas maiores missões (e satisfações) na vida é conseguir proteger (de diversas formas, não somente financeiramente) as pessoas que ele ama, principalmente, a sua mulher. Uma das suas maiores motivações ao sair da cama todas as ma- nhãs é sentir que está fazendo o seu melhor para que a sua mulher esteja segura, feliz e realizada. Ele vai fazer o melhor para protegê-la fisicamente, mas tam- bém para proteger o seu coração. Ele oferece seu amor por meio da liderança dedicada (e não pela vulnerabilidade, ex- pondo suas emoções, como a narrativa moderna ensina). Isso é o que o preenche e o que faz com que ele se sinta um homem de verdade. Muitos homens não sabem que essa é a missão que vai tra- zer maior realização para a vida deles. A maioria dos homens modernos suprimiu esse desejo de liderar e prover, porque eles aprenderam que masculinidade é tóxica, e que eles de- veriam ser cada dia mais femininos. Esse homem vai tender a se tornar egoísta, e vai pensar somente em seus desejos e necessidades. Ou seja, ao contrário do que o conhecimen- to popular prega, um homem que atua demais na energia feminina se enfraquece, e se torna tóxico e doente. Por isso, o que é tóxico em um homem não é a masculinidade, mas sim, a falta dela. Um homem masculino é o que toda mulher quer – pelo me- nos toda mulher que está verdadeiramente em contato com suas necessidades, sentimentos e desejos – ou seja, toda mulher que está conectada com o seu feminino. Toda mu- lher quer um homem que seja forte, corajoso, capaz, respon- sável, que tenha valores, que seja focado, que seja seguro e transmita segurança. Um homem que queira fazê-la feliz e que sinta alegria nisso. No entanto, mesmo sem perceber, grande parte das mulhe- res acabam agindo de forma a extinguir qualquer masculi- nidade ainda restante nos seus parceiros. Elas fazem isso quando entram na energia masculina e, assim, fazem com que o homem perca toda a motivação de ser um bom ho- mem no relacionamento. Uma mulher também pode ir para o outro oposto – ir para a energia feminina tóxica. Quando isso acontece, a mulher passa a agir somente querendo agradar o outro; ela não tem vontade própria; ela tem uma apatia; ela não se ama e se sub- mete a vários tipos de abuso somente por medo de ser rejei- tada. Essa é uma mulher fraca, que se desconectou da sua energia feminina. O antídoto para ambos os casos, é a mulher conseguir se re- conectar com o seu sentir. Capítulo 8 O poder do sentir Você já viveu uma situação parecida com esta? Você está saindo com um homem, mas não sabe porque ele se torna cada dia mais distante. No início, ele sempre te pro- curava, te elogiava, se esforçava para falar com você várias vezes ao longo do dia… Mas você sente que, de um tempo para cá, as coisas foram esfriando. Você sentiu que ele tem se desconectado de você e você não sabe como reverter isso. Você começa a se sentir ansiosa, rejeitada, frustrada. Você não acredita que vai ter de passar mais uma vez pela dor da rejeição. Não com ele! Você tinha gostado tanto dele, a química foi tão boa, os valores de vocês são tão parecidos, os hobbies, os gostos… Você se sentiu tão bem ao lado dele! Você tenta não perder o controle, não se desesperar, ten- ta respirar, pensar em outra coisa, fazer algo de que gosta. Mas ele simplesmente não sai da sua cabeça. Você quer ligar para ele, dizer que está com saudades, per- guntar o que aconteceu, perguntar se ele gosta de você ou se estava brincando esse tempo todo, perguntar se você pode passar na casa dele para vê-lo; quem sabe mandar um presente para alegrar o dia dele – afinal, ele pode estar passando por uma fase ruim, por isso não tem mais estado tão presente. Você sabe que vai perdê-lo. Você já viveu isso outras vezes. Várias vezes. Você sabe que precisa fazer algo diferente, mas não sabe o quê. Você manda uma mensagem, ele visualiza e não responde. Depois de dois dias, te responde de forma distante. E você se sente ainda pior. Por que, afinal, mandou aquela mensa- gem? Você sabia que não deveria ter mandado… Você responde de novo, com a esperança de que ele este- ja em um dia melhor, de que tenha sido somente uma fase, de que ele realmente não vai querer te perder… e recebe de volta mais distanciamento. Seu coração dói, você tem vontade de chorar, ao mesmo tempo em que tenta se manter forte, afinal você é uma mu- lher adulta, crescida, com amor-próprio, mas por dentro você se sente como uma criança ferida e abandonada de novo. Você conversa com suas amigas e elas falam para você o es- quecer. Mas se ao menos elas soubessem como ele é espe- cial, se elas soubessem como vocês tiveram química e co- nexão, elas não dariam esse conselho. Você já não sabe mais o que fazer. As mensagens come- çam a ficar cada dia mais espaçadas, os encontros, cada dia mais raros. Veio o fim de ano, as férias, o COVID, e a vida te engo- liu, provavelmente engoliu ele junto, e você o perdeu. Vocês se desconectaram de vez. Mais uma vez seu coração foi par- tido. Mais uma vez, você precisará recomeçar. Se identificou com essa história? Acredite, você não está sozinha. A grande maioria das mu- lheres começa bem um relacionamento, mas com o pas- sar do tempo, vai entrando na energia masculina e acaba criando uma desconexão com o homem no qual elas estão interessadas. Desde que somos pequenas, aprendemos que para as coi- sas darem certo, precisamos controlar. Tentamos contro- lar as pessoas, as situações, os cenários – tudo para que essas coisas externas não tirem a nossa paz e nos façam sentir bem. Geralmente, isso se desenrola desta forma:você está se sen- tindo carente e sozinha. Você começa a olhar para a sua vida: o trabalho está OK, a saúde está OK, seu estilo de vida está OK. Só falta um relacionamento! Você, então, entra em um estado de ansiedade profunda para resolver este problema na sua vida. Por fora, você ten- ta parecer leve e tranquila mas, por dentro, você está com- pletamente desalinhada, tensa, carente. Você precisa de al- guém para ajudar a curar essa ansiedade e vazio internos. Eis que você encontra uma pessoa que parece se encaixar bem com os seus critérios. Alguém de boa família; próspero; faz seu tipo físico; com dinheiro suficiente para te proporcio- nar uma vida de conforto, caso precise. “É ele! Achei a pes- soa que vai me salvar de mim mesma”. Então você faz de tudo para controlar essa pessoa. Você tenta descobrir o perfil de mulher que ele gosta, e começa a se comportar dessa forma. Você faz de tudo para não er- rar, afinal, esse homem é muito precioso, é a salvação para a angústia que está dentro de você. Vocês começam a se envolver, os encontros se tornam mais frequentes, e logo vem o medo! Medo de perdê-lo; medo dele se apaixonar por outra pessoa; medo de você perder tempo e não dar certo; medo de ter o seu coração quebrado; medo de se apaixonar novamente. Quanto mais medo você sente, mais tensa você vai ficando, e mais vai se afastando da sua energia feminina. E o seu medo se torna uma profecia – realmente, tudo aquilo que você temia, começa a acontecer. Você sente ele mais distante; começa a notar que ele olha para outras mulheres na rua; começa a perceber que ele con- versa com outras pessoas no whatsapp (seriam outras mu- lheres?); e o monstrinho da carência que vive dentro de você começa a crescer, crescer e quando você notou, você está totalmente tensa, desalinhada, descontrolada, desconecta- da da sua essência e do seu feminino. Todas nós já vivemos uma situação ao menos parecida com essa. Isso acontece porque estamos olhando para o externo e buscando uma solução para as nossas dores, as nossas carências, os nossos traumas. Só que tudo o que é externo se move! Não temos controle sobre o movimento externo. A vida pulsa, as pessoas têm uma natureza selvagem, a vida nos transforma. A nossa úni- ca certeza é de que tudo flui. Quando depositamos a nossa paz interna em qualquer coisa externa, ficamos muito fragilizados, porque essa coisa pode se mover a qualquer instante, levando com ela o nosso chão. Por isso, o primeiro exercício nessa jornada do feminino é começarmos a olhar mais para dentro, e menos para fora, a entrar em contato com os nossos sentimentos e fazer isso se desapegando das histórias que nossa mente pode criar. Por exemplo: Ele não te convidou para sair nesse fim de se- mana e você ficou completamente ansiosa. É quase um ca- minho natural que você comece a criar diversas histórias na sua mente, geralmente, nossa mente cria roteiros fanta- siosos do tipo: “Eu não acredito que hoje é sexta e ele não me convidou para sair. O que ele está pensando? Ele acha que estou de brin- cadeira? Eu não vou me dedicar a uma pessoa que não quer algo sério comigo! Será que ele está com outra mulher? Será que foi aquela mulher que comentou na foto mais recente do Instagram dele? Será que foi aquilo que eu falei no último encontro? Eu não deveria ter falado aquilo, como eu fui bur- ra! Aposto que ele agora está se divertindo e eu estou aqui sofrendo. Quem ele acha que é? Ele está brincando comi- go? Eu acho que vou ligar para minhas amigas para procurar algo para fazer. Amanhã é sábado e eu não fiz nenhum plano porque achei que estaria com ele. Será que eu mando men- sagem para aquele outro cara? Ai, que falta de ar. Será que ele vai sumir para sempre? Será que foi o sexo? Será que ele não gostou de eu ter sugerido aquela posição? Será que ele está me achando velha demais? Ainda são 20:30, pode ser que ele ainda me ligue…Eu odeio me relacionar! Acho que não quero mais sair com ninguém…Será que eu mando uma mensagem para ele…?” E assim, a nossa mente pode viajar horas e dias adentro, como um macaco louco pulando de um lado para outro e nos levando a sentir um turbilhão de emoções. Cada pensamento vai intensificar a nossa dor e, de repente, a angústia e a ansiedade se tornam maiores. Achamos que a culpa é do outro, quando na verdade, nós é que estamos carentes e descontroladas. Nós é que estamos desconec- tadas do nosso feminino e do nosso sentir e presas demais no nosso racional. Sem perceber, entramos num looping de ansiedade que se estende pelos nossos dias. Nos tornamos pessoas sem- pre ansiosas, porque passamos a estar controladas pelas histórias da nossa mente. Estamos sempre no racional – e isso é extremamente masculino e cansativo para nós. Então este exercício que eu vou te passar agora é o mais im- portante que você vai precisar fazer nessa jornada do feminino: Sempre que algum gatilho de dor, tristeza, ansiedade, etc. surgir por algo externo (por exemplo: ele não ter te ligado), você vai simplesmente parar e se conectar com o seu corpo. Você vai prestar atenção onde a dor está. Ela está no seu peito? No seu estômago? Na sua cervical? Simplesmente foque em onde está doendo, e permaneça lá. Você passou a sua vida inteira fugindo dessa dor e ela tem te mantido refém. É hora de encará-la. É hora de agrade- cer à condição externa que foi o gatilho para trazer essa dor à tona. Não, a dor não surgiu porque ele não te ligou. Talvez você nem goste dele tanto assim! O movimento dele de não ter te ligado apenas ativou um gatilho de dores profundas que existiam dentro de você. Dores que você passou a sua vida inteira tentando evitar. Então agradeça o universo por ter te colocado diante dessa dor. Agradeça a esse homem por ele não ter te ligado! Ele foi a ferramenta do universo para fazer você olhar para dentro. Apenas fique onde está a dor, e respire. Se permita sentir! Vai doer, principalmente nas primeiras vezes que você fizer esse treino. Talvez algumas sensações da sua infância co- mecem a surgir aí dentro. Talvez você comece a se sentir como se fosse uma criança, precisando de colo dos seus pais. Acolha essa criança. Sua mente vai te puxar o tempo inteiro, criando histórias e tudo bem. Apenas perceba que sua mente te puxou e volte para o corpo. Fique com a dor, o tempo que for preciso. Se tiver vontade de chorar, chore. Qualquer emoção que surgir, não resista, apenas sinta. Você vai ver que, conforme pratica isso nos seus dias, essa dor vai aliviando. Você vai fazer uma autoterapia com você. Você vai ter a oportunidade de acolher esses sentimentos, como queria que seus pais tivessem feito. Mas eles são so- mente humanos imperfeitos – alguns, bastante imperfeitos – e não são responsáveis pelas suas dores. Eles te deram a vida, agora é com você. A chave dessa prática de reconexão com o feminino é sair da mente e se voltar para o corpo, porque sentir dor não quer dizer que um processo de cura esteja acontecendo. Você pode estar sentindo dor, e estar na sua cabeça, com pen- samentos destrutivos que estão ampliando essa dor. Você, na verdade, estaria aumentando a sua falta de amor-próprio. Esse exercício só funciona quando você sai da mente, quan- do para de contar histórias e narrativas do porque essa dor está lá, e apenas se permite senti-la. Você pode achar que a dor veio porque ele sumiu, mas na verdade, ela vem de lu- gares mais profundos. Permita-se sentir essa dor de forma completa. É uma habilidade que você vai desenvolvendo. Você vai se dar a aceitação que não recebeu na infância. Você vai se dar a oportunidade de se amar, sem esperar que isso venha de outra pessoa. O que acontece nesse processo? Você começa a se amar, a se valorizar, e essa energia passa a transbordar em você. E os outros vão senti-la instantaneamente. No próximo encontro que você tiver, ao invés de carregar essa energia tensa, de carência e controle (energia mascu- lina que repele os
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