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TEORIA GERAL DA 
ADMINISTRAÇÃO I
Clarisse Dias
O que é a administração
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer a importância da história e do surgimento da 
Administração.
  Identi� car a evolução das teorias administrativas até a atualidade.
  Relacionar os conceitos de e� ciência e efetividade dentro do universo 
empresarial.
Introdução
Neste capítulo, você observará que, nos tempos primórdios, quando o 
capitalismo começou a ganhar força, identificou-se, na produção, algu-
mas práticas de gestão que se designavam a visualizar a Administração 
como ciência. 
No início, as formas de gestão eram baseadas nos acertos, desconsi-
derando os erros, uma vez que as atividades eram voltadas ao sistema 
fabril. Posteriormente, ao longo do tempo, dos avanços e das conquistas 
alcançadas, a gestão foi sendo adotada dentro das organizações. Contudo, 
até o início do século XX, este ritmo foi lento, considerando a predomi-
nância de pequenas organizações. Após este período, podemos afirmar 
que a história da administração se fez de estudiosos junto à revolução 
industrial, considerando, em suma, o avanço tecnológico que impulsionou 
a passagem da produção artesanal para a industrial.
Evolução das Teorias administrativas
Sempre existiu uma forma de administrar, mesmo sendo rudimentar, que 
contribuiu para o desenvolvimento da Teoria Administrativa de um modo 
geral, fomentando e alicerçando as conquistas ao longo dos tempos.
Um dos primeiros trabalhos sobre a Teoria da Administração foi feito no 
despertar do século XX, quando os engenheiros desenvolveram trabalhos 
voltados à Administração. Assim, conhecemos um personagem que podemos 
denominar de um dos grandes precursores dos estudos da Administração: 
Frederick Winslow Taylor, que criou a Escola de Administração Científica 
(1856-1915), a qual propunha a divisão da produtividade, tornando as atividades 
repetitivas e superficiais. Com isso, obtinha-se um controle do que era reali-
zado, premiando o trabalhador que produzisse mais, em menos tempo. Neste 
período, os trabalhadores eram substituídos a todo momento, pois o que se 
esperava era que ele produzisse em grande quantidade e em pouco tempo. Não 
se exigia que o trabalhador tivesse experiência, desconsiderando investimentos 
em formação e treinamentos, tornando o processo de demissão mais prático.
Observamos que, em um primeiro momento, a Administração era tratada 
como trabalho racional. Posteriormente, foi estendida aos princípios da Ad-
ministração, o que considerava a redução de custos, a ociosidade do traba-
lhador, entre outros fatores. Neste momento, então, fez-se necessário cativar 
o trabalhador a colaborar com a organização, gerando lucro e beneficiando-o
financeiramente. Neste momento, ainda, o trabalhador era associado ao pro-
cesso de trabalhar somente pelo retorno financeiro.
É neste momento que ocorre o primeiro passo da Teoria Administrativa, 
apesar das dificuldades encontradas no decorrer do processo. Assim, enquanto 
Taylor desenvolvia a sua Teoria, nos Estados Unidos, sobre a Administração 
Científica (1903), a Teoria Burocrática (1909) evidenciava a organização, 
adequando-se exclusivamente à racionalidade e à eficiência. Muitos dos as-
pectos burocráticos podem ser reconhecidos nos modelos de Taylor e Fayol. 
Jules Henri Fayol, engenheiro francês, grande precursor da Administração 
Clássica e autor da Administração Industrial, divulgava o desenvolvimento, 
abordando a Administração como Gestão Administrativa.
A Teoria Burocrática também defende que cada funcionário deve agir 
dentro da organização, sendo possível que suas emoções possam interferir 
no desempenho de suas funções. Um modelo de administração o qual admi-
nistradores resistiram a adotar.
Funcional versus hierarquia versus autoridade 
O que é a administração2
Enquanto isso, na França, crescia rapidamente a Teoria Clássica da Ad-
ministração (1916), liderada por Fayol. Nesse momento, o que se destaca é a 
realização de tarefas, por parte da Administração Científica, em contrapartida 
à construção da organização para ser eficiente, por parte da Teoria Clássica.
Identificada como um movimento contrário à Teoria Clássica, a Teoria das 
Relações Humanas (1932) foi criada pelas ideias de Elton Mayo, combatendo 
o formalismo na Administração.
Já a Teoria Estruturalista (1947) chega objetivando a integração das escolas 
já mencionadas até o momento, e adota um comportamento moderno às demais 
escolas quando reconhece que ocorrem conflitos dentro das organizações, e 
que é preciso rever para o desenvolvimento de ambos.
A Teoria dos Sistemas (1951), como o próprio nome já diz, reconhece a 
organização como um sistema, assim como o meio que esta envolve. Objetiva 
produzir teorias e formulações que auxiliem na resolução dos problemas da 
organização. Esse foi o momento em que o trabalhador começou a se preo-
cupar com a eficiência de seu trabalho, identificando, assim, o surgimento 
da Teoria Neoclássica (1954), considerando vantagens e desvantagens que a 
descentralização proporciona.
Uma gestão de sucesso se concretiza quando gerida democraticamente 
com diretrizes específicas e identificando as particularidades do grupo. Grupo 
este estimulado por um líder que, além de estar engajado com os objetivos da 
gestão, também deve pertencer a este grupo.
A Teoria Comportamental (1957) foca no comportamento e em soluções 
democráticas aos problemas organizacionais. Seguindo este ritmo, o Desen-
volvimento Organizacional (1962) surge atuando no desenvolvimento das 
organizações, com pessoas diferentes trabalhando em prol de um mesmo 
objetivo.
Na Teoria da Contingência (1972), apresenta-se que nada é definitivo, tudo 
é relativo. Nesta Teoria, também se olha de dentro para fora da organização.
A Era Clássica (1900-1950) representava o início da Industrialização, 
momento de regularidades e certezas, onde não eram previstas mudanças, e 
sim o foco na industrialização. Já nas Novas Abordagens (1990), apresentam-se 
novas modalidades de Administração, cada uma com suas contribuições para 
o desenvolvimento e a evolução da própria Administração.
3O que é a administração
Nos dias atuais, a Administração é questionada entre ser uma ciência ou uma arte, uma 
vez que se caracteriza por aspectos da ciência e da arte. Com o estudo detalhado das 
teorias administrativas ao longo deste capítulo, observaremos as relações dos autores 
com o perfil do trabalhador.
Na administração e em seus processos, as proposições são primárias, mas se com-
pletam. Assim, estes processos vão se adaptando, tornando-se vigentes para auxiliar 
nos dias atuais.
Os processos crescem a todo momento, incluindo os níveis hierárquicos da organi-
zação, criando um link entre produtividade e capacidade humana.
As Teorias Administrativas até a Atualidade 
Teoria da Burocracia (1909)
Quando pensamos em burocracia, automaticamente nos vem à mente um 
monte de papéis, não é verdade? E nada mais é do que isso mesmo, papéis e 
mais papéis. Muitas vezes, questionamo-nos por que nossas vidas são movidas 
a tanto papel. Isso é mesmo necessário? Mas será que não estamos olhando 
apenas para o lado negativo da burocracia? 
Para o sociólogo Max Weber, a burocracia trata da maneira ideal para se 
organizar as empresas. Com isso, através de seus estudos, trouxe um método 
analítico para entender a Administração, com o objetivo de analisar e des-
crever suas características e auxiliar no andamento da organização. O autor 
defendia a Administração baseada na racionalidade, no trabalho designado, 
e na relação entre cargos. Weber sustentava, ainda, que existia uma relação 
entre cargos, e não uma relação entre pessoas, respeitando a hierarquia dentro 
das organizações.
Todas as organizações obedecem a determinados processos, e estes se 
definem pelas rotinas realizadas dentro da organização, reconhecendo aspectos 
que definem o caráter legal, formal e racional (divisão de trabalho).Os setores 
públicos e burocráticos se encantaram por essa maneira de conduzir este tra-
balho até os dias atuais, pois ele é feito dentro de processos pré-estabelecidos. 
O que é a administração4
Teoria Clássica (1916)
Iniciada por Fayol, a Administração Clássica determina a gerência administra-
tiva, nomeando a organização como estrutura formal de gestão, valorizando as 
tarefas da organização como processo de descobrimento de um novo propósito 
de gestão. Na Teoria Clássica, podemos citar princípios básicos, como: 
 autoridade e responsabilidade;
 divisão do trabalho;
 norteamento, comando;
 direção;
 disciplina;
 interesses gerais;
 remuneração;
 hierarquia;
 centralização;
 ordem;
 equidade;
 estabilidade dos funcionários;
 iniciativa;
 espírito de equipe.
Teoria Neoclássica (1954)
A Teoria Neoclássica surge com os princípios da Administração Clássica, 
propondo um resgate e modernizando as ideias de seus autores. Porém, com 
enfoque em atender o cenário, destacando-se pela racionalidade. A Adminis-
tração Neoclássica defende que as ações devem ser planejadas, controladas e 
direcionadas. A Teoria retoma alguns princípios do que já existia em adminis-
tração para um novo processo de abordagem. Como principais características, 
podemos citar:
 Prática administrativa: aliar a prática à teoria, fazendo sentido.
 Postulados clássicos: Teoria Clássica versus Teoria Comportamental.
 Princípios gerais da Administração: buscar soluções mais práticas.
 Busca de objetivos e resultados: para que a empresa se torne eficiente.
Objetivos Claros → Equilíbrio → Desempenho
5O que é a administração
A Teoria Neoclássica aborda o processo administrativo sob dois aspectos 
principais: enfoque funcional e enfoque processual.
  Enfoque funcional: os processos são visualizados e estudados de maneira 
individual, considerando que cada parte deve ser tratada separadamente.
  Enfoque processual: os processos são visualizados como um todo. 
Podemos citar três principais características dentro do processo 
administrativo:
  continuidade (contínuo);
  dinamicidade (pode se alterar/ flexível);
  iteratividade (segue o itinerário).
A Teoria Neoclássica mostra como a Administração pode se equilibrar, 
utilizando características das demais teorias e revelando-se, portanto, eclética.
Teoria das Relações Humanas (1932)
Ao contrário da Teoria Burocrática, a Teoria das Relações Humanas foca no 
desenvolvimento humano de seus funcionários, valorizando o trabalhador 
como indivíduo e analisando o que ele cultiva dentro do ambiente de trabalho. 
Nesta Teoria, as atitudes do trabalhador se tornam importantes para que a 
empresa seja bem-sucedida.
No início do século XX, Elton Mayo identifica que somente retorno finan-
ceiro não tornava o trabalhador mais motivado a desenvolver suas funções 
dentro da organização. O autor identifica, também, que a satisfação e a produção 
do trabalhador estavam voltadas a fatores sociais. Com experiências empíri-
cas, os psicólogos identificaram que os trabalhadores, ao serem observados, 
produziam surpreendentemente mais do que o normal.
O que é a administração6
Confira no vídeo a experiência de Hawthorne, que 
aplicou luz em diferentes intensidades a um grupo de 
trabalhadores. 
https://goo.gl/aL8NYg
Teoria Comportamental (1937)
O autor Abran Maslow, psicólogo humanista do início do século XX, acre-
dita que todo indivíduo tenha potencial e capacidade para se desenvolver. 
Segundo ele, o ser humano nasce com determinadas necessidades, e estas 
vão se colocando em destaque ao longo de seu percurso. Maslow ainda nos 
traz as motivações de um funcionário em uma organização em relação as suas 
necessidades primárias:
  estima;
  relacionamento;
  segurança;
  fisiologia.
7O que é a administração
Figura 1. Pirâmide das necessidades. Realização pessoal: 
realização consigo mesmo. Estima: estágio da confiança, 
do respeito e da autoestima; respeito mútuo. Necessidade 
de relacionamento/social: ser aceito em grupo social, fa-
mília unida, emprego, relações de amizade; inspirar pes-
soas. Necessidade de segurança: necessidade quanto a 
um grupo. Necessidades fisiológicas: necessidades para 
sobreviver.
Autorrealização
Estima
Social
Segurança
Fisiológica
O objetivo da Administração em estudar as necessidades se dá na impor-
tância de estudar gestão de pessoas. Com isso, os estudiosos se baseiam na 
Teoria de Maslow, que oferece subsídios para interpretar o que é importante 
para as pessoas.
Em uma organização, o trabalhador busca, em primeiro lugar, satisfazer 
suas necessidades fisiológicas e assim sucessivamente, como determina a 
Pirâmide. O ponto crucial para um gestor é descobrir em que estágio da 
Pirâmide o trabalhador se encontra para que ele adote técnicas a fim de que 
possam suprir essas necessidades e fazer com que o funcionário se sinta 
motivado para o trabalho desenvolvido. Maslow aborda, também, que estas 
necessidades são sequenciais, ou seja, o indivíduo somente vai suprir uma 
determinada necessidade se a anterior estiver sanada. O que acontece, muitas 
vezes, é que o trabalhador ainda está em um estágio não suprido, e pode se 
frustrar se a empresa não conseguir identificar isso. Enquanto gestora, cabe 
à empresa adotar técnicas gerenciais que possam identificar em que estágio 
o colaborador se encontra para que as necessidades da pirâmide sejam todas 
supridas.
O que é a administração8
A Pirâmide de Maslow foi criada para as pessoas de forma geral, e não para 
as organizações. Entretanto, as organizações a utilizam como uma ferramenta 
colaborativa de gestão para auxiliar no desenvolvimento de seus colaboradores.
Teoria da Contingência (1972)
Podemos denominar contingência como algo incerto. São elementos que ocor-
rem no ambiente em relação aos quais, muitas vezes, não estamos preparados. 
O ambiente interfere na estrutura das organizações, embora cada orga-
nização tenha uma estrutura particular de ação. A Teoria da Contingência 
afirma que tudo é relativo e que a organização deve estar apta e/ou ter um 
plano para agir quando estas interferências vierem à tona. Uma das premissas 
das organizações diz que não há um único jeito de organizar, pois este se dá 
pelas condições ditadas fora (ambiente externo). As contingências podem ser 
consideradas como oportunidades de mudanças ou ameaças que venham a 
influenciar o ambiente interno da organização.
A Teoria Contingencial surgiu a partir da necessidade de as organizações 
se adaptarem às situações externas, influenciando o ambiente interno. Existem 
quatro tipos de ambientes:
  Homogêneo: apresenta adesão, entre outros elementos.
  Heterogêneo: constitui-se de elementos variados.
  Estável: invariável, firme, seguro.
  Instável: não tem estabilidade; varia, muda.
Sendo as organizações de natureza sistêmica, elas estão todas ligadas ao 
ambiente externo, assim se dando a importância da Teoria Contingencial.
Foi no início do século XX que o autor Abran Maslow, a partir de seus estudos, identificou 
que os trabalhadores tinham objetivos e necessidades que os faziam agregar valor 
à organização. Contudo, nos dias atuais, acompanhamos diversas organizações com 
dificuldade de encontrar as verdadeiras necessidades e objetivos na relação profissional 
vs. pessoal. Cabe a nós, administradores, interferirmos, auxiliando e guiando na busca 
do alcance destas realizações.
9O que é a administração
Eficiência e efetividade
Efi ciência e efetividade são consideradas palavras sinônimas por muitas pes-
soas, porém existem diferenças sutis entre elas. Enquanto a efi ciência defi ne 
a obtenção de resultados através das circunstâncias do meio, a efetividade é 
perceptível através da percepção do cliente ao meio.
Antonio Cesar Amaru Maximiano é professor e pesquisador do Depar-
tamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e 
Contabilidade da USP, e autor de grandes obras sobre a Administração, tais 
como: Introdução a Administração e Teoria Geral daAdministração. Ele nos 
diz que eficiência é a qualidade do trabalho executado com metas planejadas, 
uma característica positiva no comportamento humano, principalmente de 
gestores, pois estes desempenham papéis de liderança e estão suscetíveis a 
todo momento a desenvolver atividades de eficiência (MAXIMIANO, 2017). 
Ressaltamos, porém, que há outras qualidades para que um profissional seja 
eficaz, tais como: proatividade, produtividade, liderança, entre outras, mas 
todas estão atreladas à eficiência.
Para Maximiano (2017), a efetividade se caracteriza pelo que é real, estado 
efetivo, legítimo. Podemos dizer, também, que é aquilo que podemos verificar, 
que existe e não há como desconsiderarmos. A efetividade na administração 
está atrelada àquilo que a organização é capaz de atingir através de seus planos 
e de suas metas, concretizando seus objetivos.
No processo administrativo, a efetividade está acentuada no que cada uma 
das partes envolvidas entrega e na finalidade do que estas deveriam entregar, 
o valor desta entrega.
Quando falamos em uma pessoa, máquina ou qualquer elemento obtendo 
certo resultado de uma determinada ação, estamos falando de efetividade, 
um processo de aperfeiçoamento na busca dos melhores resultados a serem 
atingidos. Como estamos dentro de um meio organizacional, é a busca constante 
por qualidade no desenvolvimento das ações que esta resulta.
A eficiência se acentua normalmente nas áreas onde as ações necessitam 
dar resultados específicos e controlados, como, por exemplo, no caso áreas 
empresariais. Com isso, a efetividade da ação busca primeiramente ter acesso 
aos recursos e procedimentos apropriados que tragam os melhores resultados 
para a atividade desenvolvida. Nestas áreas, concretizar resultados é crucial, 
pois isto garante o seu sucesso no negócio.
O que é a administração10
Segundo Maximiano (2017), para que um trabalhador desenvolva, com 
motivação, seu trabalho, independentemente do grau hierárquico que este ocupe 
dentro da organização, é necessário considerarmos os três “e’s”: eficiência, 
efetividade e eficácia.
Em um primeiro momento, podemos pensar que já sabemos o significado 
destas três palavras, porém muitos misturam os conceitos e podem interpretar 
a eficiência, a eficácia e a efetividade em um mesmo bloco de significados. 
Por exemplo, ao falarmos de indicadores de eficiência, estamos nos referindo 
ao modo, à forma que utilizamos mínimos recursos para atingirmos os objeti-
vos, fazendo as coisas certas. Ao concluirmos que atingimos estes objetivos, 
dizemos que tivemos eficiência na realização desta atividade.
Ao falarmos de eficácia, não nos referimos à utilização de recursos, e 
sim ao fato de atingir o resultado que havia se proposto, independente da 
qualidade. Quanto mais eficaz, melhor o resultado, denotando a questão de 
tempo, qualidade e avaliação desta atividade. O que importa, na eficácia, é 
realizar a tarefa com o melhor esforço possível.
Na efetividade, o conceito é macro, pois nele é descrito se, de alguma 
forma, o seu objetivo interferiu positivamente, mudando o meio, e qual o seu 
impacto. Tem a ver com qualidade e satisfação. Está ligado ao que aconteceu 
depois do processo e em como podemos medir e analisar este processo no 
ambiente externo.
É possível ter eficiência sem ter eficácia? Um exemplo: a construção de um hospital 
no tempo previsto com a verba destinada, mas este nunca foi inaugurado. A atividade 
foi realizada com eficiência, mas não teve efetividade.
11O que é a administração
Eficiência: está relacionada à atividade meio. Refere-se ao caminho, à metodologia, 
o como fazer a atividade. Está voltada aos métodos da Teoria Clássica.
Eficácia: está relacionada à atividade fim. Totalmente voltada ao produto, ao re-
sultado. Executar uma atividade independente da qualidade e no menor tempo 
possível. Ao atingir o objetivo, estamos sendo eficazes. Evidencia o cumprimento da 
tarefa designada.
Efetividade: está relacionada ao valor agregado. Percorre do alcance da eficiência 
e da eficácia simultaneamente, trata-se da maneira generalizada a qual a atividade 
impactou o meio, de que forma transformou o ambiente externo.
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução 
digital. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
Leituras recomendadas
BASTOS, M. Administração geral: conceito e função. [S.l.]: Portal Administração, 2014. 
Disponível em: <http://www.portal-administracao.com/2013/10/administracao-geral-
-especial.html>. Acesso em: 28 nov. 2017.
CARLES, G. H. A diferença entre eficiência, eficácia e efetividade. [S.l.]: Admin. Tron In-
formática, 2010. Disponível em: <http://www.tron.com.br/blog/a-diferenca-entre-
-eficiencia-eficacia-e-efetividade/>. Acesso em: 28 nov. 2017.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 7. ed. Rio de janeiro: Cam-
pus, 2004.
Referência
O que é a administração12
TEORIAS DA 
ADMINISTRAÇÃO
Ligia Maria Fonseca Affonso
Introdução à administração
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Definir os princípios da administração e a sua relação com os gestores.
 Explicar as funções da administração.
 Diferenciar eficiência de eficácia.
Introdução
A administração existe há muito tempo, mas sofreu forte impulso a partir 
do século XX, influenciando o mundo todo. De lá para cá, muitos estudos 
foram realizados, gerando conhecimentos que visam a ajudar os admi-
nistradores a entender melhor os processos e as práticas administrativas.
Neste capítulo, você vai estudar o conceito e os princípios da admi-
nistração. Também vai conhecer as suas funções e atividades. Por fim, 
vai ver as diferenças entre eficiência e eficácia.
Conceito e princípios da administração
Ao longo de toda a história, o ser humano vem buscando os melhores resultados 
em suas ações a fi m de atender às suas necessidades. Quando aprendeu a unir 
esforços, juntar pessoas, trocar ideias e experiências e trabalhar em conjunto, o 
homem inventou a organização: forma estruturada de trabalhar, criar, projetar, 
produzir e distribuir bens e serviços. Dessa forma, o mundo contemporâneo é um 
mundo de organizações. Tudo o que a sociedade necessita para viver é inventado, 
projetado, desenvolvido, produzido e comercializado por organizações. Você 
pode considerar que as organizações são formadas por grupos de pessoas que se 
juntam para alcançar objetivos comuns, atuando de modo estruturado. Afi nal, 
de forma isolada não conseguiriam atingir esses objetivos, dada a complexidade 
e a variedade de tarefas envolvidas no trabalho (MORGAN, 2002).
As organizações são agrupamentos humanos construídos e reconstruídos 
com a intenção de atingir determinados objetivos, ou seja, são unidades sociais 
que podem ser reestruturadas e redefinidas à medida que os objetivos são 
alcançados, ou que surgem melhores meios de atingi-los com menor custo, 
tempo e esforço. Dessa forma, a organização é uma unidade inacabada, uma 
vez que está sujeita a mudanças contínuas (CHIAVENATO, 2014).
Se as organizações crescem, o número de pessoas que atuam nelas também 
aumenta, provocando aumento no número de relações entre elas e comple-
xificando o cenário. Você deve notar que um dos principais objetivos das 
organizações é produzir algo de que a sociedade necessita. Quando a sociedade 
aceita aquilo que é produzido para satisfazer suas necessidades, a organização 
assume uma função social. Você já pensou em quantas pessoas dependem das 
organizações para sobreviver? Quantas dependem do salário que recebem 
para manter a sua família? Todos os seres humanos dependem delas, não é?
A história das organizações compreende seis fases, como você pode ver 
na Figura 1.
Figura 1. Fases históricas das organizações.
Fonte: Adaptada de Chiavenato (2014).
Atualmente, as organizações funcionam em ambientes diferentes e cercadas 
por fatores econômicos, políticos, sociais, legais, tecnológicos, culturais e 
Introdução à administração2demográficos que imprimem a elas maior complexidade. Esses fatores são 
dinâmicos e mudam o tempo todo, trazendo certa instabilidade ao ambiente, 
que influencia e é influenciado pelas organizações. Contudo, você deve notar 
que as organizações não são autônomas ou autossuficientes, ou seja, elas 
precisam ser administradas para sobreviver, crescer e ser bem-sucedidas. É 
por meio da administração que as organizações são ajustadas e conduzidas 
para o alcance dos resultados pretendidos. Dessa forma, administração e 
organizações andam de mãos dadas e não existem isoladas umas das outras 
(MAXIMIANO, 2012; CHIAVENATO, 2014).
A palavra “administração” tem origem latina. O prefixo ad significa “di-
reção para”, “tendência para”; e minister é um comparativo de inferioridade 
cujo sufixo ter significa subordinação ou obediência. Ou seja, administração 
é a função desenvolvida sob o controle de outro; é um serviço prestado a 
outro. No entanto, para entender o significado do termo, é necessário ir além 
da interpretação da palavra, compreendendo o papel da administração nas 
organizações e na sociedade. Você já pensou em como a administração afeta 
a sua vida? Já parou para pensar que exerce funções de administração em seu 
dia a dia, fora das organizações?
A administração foi a responsável pelo desenvolvimento econômico e 
tecnológico no mundo, mostrando como inovações, tecnologias e ferramentas 
podem ser utilizadas e transformadas em resultados. Não é à toa que a admi-
nistração é considerada uma das mais importantes áreas da atividade humana. 
Ela lida com toda a complexidade que envolve as organizações, com mudanças 
e com o incerto cenário contemporâneo. Seu papel principal é fazer com que 
“as coisas aconteçam” por meio das pessoas, da combinação e da integração 
de vários recursos. Sem ela, as organizações não conseguiriam atingir seus 
objetivos (CHIAVENATO, 2014).
Assim, a administração pode ser vista como uma ciência, uma técnica 
e uma arte. Ciência porque possui princípios bem definidos e tem por base 
conhecimentos científicos; técnica porque produz ferramentas para a obtenção 
de resultados; e arte porque, além de o administrador lidar com situações 
concretas, necessita lidar também com situações incertas e inesperadas. Entre 
essas situações estão conflitos entre as pessoas, recursos escassos, insatisfação 
dos funcionários e outros fatores internos e externos. 
Dessa forma, a administração tem como missão compreender e inter-
pretar os objetivos estabelecidos pela organização. Ela deve realizar ações 
que permitam o alcance dessas metas. Isso se dá por meio de planejamento, 
organização, direção e controle dos esforços gerados nos diversos âmbitos da 
organização (SILVA, 2013).
3Introdução à administração
Você sabia que a administração, apesar de existir desde o início dos tem-
pos, sofreu forte impulso no século XX, influenciando o mundo todo? Nessa 
época, a complexidade crescente das organizações exigia a adoção de novos 
conhecimentos que as ajudassem a compreender os problemas administrativos 
que surgiam. Dessa perspectiva, todas as teorias administrativas elaboradas 
nesse período foram bem-sucedidas, pois apresentaram soluções específicas 
para tais problemas.
A administração começou a ser estruturada em meados do século XIX. 
Inicialmente, surgiram os estudos de Frederick Taylor, que criou um modelo de 
administração baseado na aplicação de métodos científicos para a resolução dos 
problemas. Além dele, se destaca Henry Fayol, que idealizou a teoria clássica da 
administração. Mais tarde, surgiram vários estudos que elaboraram teorias da 
administração. Você pode considerar que esse é um conjunto de conhecimentos 
organizados e produzidos por meio da observação e da análise crítica das práticas 
das organizações. Esses estudos se valem de afirmações e regras estruturadas 
para explicar a realidade e ajudar as organizações a se adaptarem às mudanças 
contínuas, necessárias à sua sobrevivência (MAXIMIANO, 2012).
As teorias da administração mais importantes e que contribuíram para o desenvol-
vimento das organizações são: teoria clássica da administração; teoria da burocracia; 
teoria das relações humanas; teoria comportamental; teoria estruturalista; teoria dos 
sistemas; teoria neoclássica da administração; teoria comportamental; e teoria da 
contingência (SCHULTZ, 2016).
Os conhecimentos práticos gerados desde que as organizações existem vêm 
contribuindo para a criação de acervos teóricos e empíricos e sendo refinados 
ao longo dos tempos. Tanto que algumas teorias, além de gerarem novos 
conhecimentos, mantiveram os princípios de outras teorias, aperfeiçoando-os 
com novas ideias. Um exemplo disso é a versão modernizada dos princípios 
da administração científica de Taylor apresentada por Chiavenato (2014):
  princípio do planejamento — substitui a improvisação por métodos 
científicos;
  princípio do preparo — visa à seleção do melhor trabalhador para cada 
tarefa, ensinando-o e treinando-o para produzir mais e melhor; e ao 
Introdução à administração4
preparo de máquinas e equipamentos de produção, o que inclui arranjo 
físico, ferramentas e materiais adequados;
  princípio da execução — visa a delegar atribuições e responsabilidades 
de forma precisa para disciplinar a execução do trabalho; 
  princípio do controle — controla a execução do trabalho;
  princípio da exceção — determina que apenas as ocorrências fora do 
padrão devem chamar a atenção do gerente para que sejam corrigidas.
Fayol, por sua vez, apresentou 14 princípios gerais da administração. Entre 
eles, você pode considerar os seguintes (MAXIMIANO, 2012):
  princípio da divisão do trabalho — marcado pela especialização neces-
sária para a eficiência na utilização das pessoas e pela determinação 
de tarefas específicas a cada um dos órgãos que compõem a estrutura 
da organização; 
  princípio da autoridade e da responsabilidade — a autoridade e o poder 
são consequência da posição ocupada pela pessoa, da mesma forma 
que o direito de dar ordens e ser obedecido; a responsabilidade é con-
sequência natural da autoridade;
  princípio da unidade de comando — é o princípio da autoridade única, 
ou seja, cada pessoa deve receber ordens de apenas um chefe;
  princípio da hierarquia ou cadeia escalar — a autoridade deve seguir uma 
hierarquia, de forma que um nível esteja sempre subordinado a outro;
  princípio da departamentalização — marcado pela divisão do trabalho, 
que leva à especialização e à diferenciação de tarefas e órgãos, ou seja, 
é a heterogeneidade e a fragmentação do trabalho;
  princípio da coordenação — todos os esforços da organização são 
distribuídos visando ao objetivo comum.
Ao conjunto integrado de teorias que tratam do estudo da administração e 
das organizações, deu-se o nome de teoria geral da administração (TGA).
A TGA atravessou diversas fases distintas e que se sobrepõem: ênfase nas tarefas; 
ênfase na estrutura; ênfase nas pessoas; ênfase na tecnologia; ênfase no ambiente; e 
ênfase na competitividade (MAXIMIANO, 2012).
5Introdução à administração
Agora é interessante que você se questione o seguinte: será que todas 
as teorias administrativas podem ser aplicadas às situações atuais? Se você 
respondeu que sim, acertou! Todas as organizações possuem um ou mais 
aspectos de uma ou várias teorias da administração. Esses aspectos podem 
ser as normas e regulamentos que orientam sua operação, a hierarquia, a 
divisão do trabalho, etc. Assim, cabe aos administradores escolher os modelos 
ou estilos de gestão mais adequados a cada situação ou a cada problema a 
ser solucionado. Por isso, é fundamental que possuam conhecimento sobre 
as teorias administrativas para que tenham, entre as alternativas disponíveis 
para cada situação, condições de decidir adequadamente, agregando novos 
valores aos seus conhecimentos (SOBRAL; PECI, 2013).
Além dos conhecimentos técnicos e científicos, é importante que os 
administradores desenvolvam habilidades que lhespermitam lidar com a 
complexidade do mundo organizacional contemporâneo. Esse mundo é mar-
cado não apenas por tarefas programadas e padronizadas, mas também pela 
imprevisibilidade de problemas administrativos, conflitos na equipe, pressão, 
cobrança de prazos, reuniões, interrupções, etc., aspectos que interferem na 
atuação dos gestores (MOTTA, 2001). 
Todas as pessoas que administram qualquer conjunto de recursos, que tomam decisões 
e levam a sua equipe a desempenhar seu papel na busca pelos objetivos organizacionais 
são chamadas de administradores, gerentes ou gestores (MAXIMIANO, 2011).
No cenário atual, é cada vez mais necessário que os gestores desenvolvam 
novas habilidades gerenciais com o intuito de complementar os conhecimentos 
e habilidades já existentes. Afinal, as formas clássicas de gestão — rígidas, 
precisas e com base em experiências passadas — já não atendem às novas 
demandas e necessidades das organizações modernas (MOTTA, 2001).
Introdução à administração6
São habilidades básicas para um gestor (KATZ, 1955 apud SOBRAL; PECI, 2013):
  habilidade técnica (conhecimento sobre métodos e equipamentos necessários 
para a realização das atividades organizacionais);
  habilidade humana (capacidade de compreender as pessoas e suas necessidades, 
interesses e atitudes; de entender, liderar e trabalhar com pessoas);
  habilidade conceitual (capacidade de compreender e lidar com a complexidade da 
organização como um todo, utilizando a inteligência na formulação de estratégias, 
além de planejamento, raciocínio e criatividade). 
Além das habilidades, são exigidas dos gestores algumas competências, 
que são fundamentadas nas próprias habilidades. Você sabia que uma das 
habilidades mais valorizadas nas organizações é a capacidade de se relacionar 
com as pessoas? Você possui essa habilidade? Veja as competências essenciais 
do administrador, segundo Chiavenato (2014), na Figura 2.
Figura 2. Competências essenciais do administrador.
Fonte: Chiavenato (2014).
7Introdução à administração
Funções da administração
A administração possui várias defi nições. Fayol a defi ne como um processo 
dinâmico, constituído pelas funções interligadas de prever, organizar, co-
mandar, coordenar e controlar. Ao longo do tempo, as funções de comando 
e coordenação foram substituídas pela função de direção. Para alcançar os 
objetivos estabelecidos pelas organizações, os administradores executam cada 
uma dessas funções, que, apesar de serem diferentes, estão relacionadas e são 
interdependentes, como você pode ver na Figura 3.
Figura 3. Funções do processo administrativo.
Fonte: Sobral e Peci (2013).
O planejamento é a primeira função do processo administrativo, uma vez 
que serve de base para as demais funções. Nesse contexto, planejar significa 
definir os objetivos a serem perseguidos pela organização e decidir com an-
tecedência quais ações serão executadas para o seu atingimento. Ou seja, é no 
planejamento que as estratégias que vão orientar o trabalho dos administradores 
são definidas e os planos de ação são desenvolvidos, visando à coordenação 
das atividades necessárias à consecução dos objetivos.
Portanto, o planejamento é a função administrativa que determina anteci-
padamente o que será feito, quais objetivos deverão ser alcançados e como isso 
se dará, com o mínimo de esforço e o menor custo (SOBRAL; PECI, 2013). 
Você já percebeu que o planejamento também faz parte do seu dia a dia? O 
que você faz quando decide preparar um jantar para os amigos? E quando 
resolve fazer uma viagem? Você planeja!
Introdução à administração8
São atividades de planejamento: verificação e análise da situação atual; 
definição de objetivos; desenvolvimento de premissas sobre as condições 
futuras; determinação de estratégias organizacionais; estabelecimento dos 
recursos necessários para atingir os objetivos; implementação dos planos de 
ação necessários ao alcance dos objetivos. Agora considere essas atividades 
aplicadas à preparação do seu jantar ou da sua viagem. Percebeu que o plane-
jamento é fundamental para que ambos os eventos aconteçam sem imprevistos 
e com sucesso?
Veja, na Figura 4, as premissas básicas do planejamento.
Figura 4. Premissas básicas do planejamento.
Fonte: Adaptada de Chiavenato (2014).
Outro ponto importante é que o planejamento é elaborado de forma dife-
rente em cada nível organizacional, ou seja, existe uma hierarquia de planos 
(BATEMAN; SNELL, 1998). Veja a seguir.
  Planejamento estratégico: é aquele que se dá no nível institucional, ou 
seja, no nível mais alto da organização, correspondente ao plano maior, 
ao qual os demais planos estão subordinados. Possui como característica 
a projeção para o longo prazo (acima de dois anos) que envolve toda a 
organização e é voltada ao alcance dos objetivos globais.
  Planejamento tático: é aquele elaborado no nível intermediário da orga-
nização, ou seja, em cada unidade organizacional, e que é subordinado 
ao planejamento estratégico. Tem como característica a projeção para 
o médio prazo (até um ano), envolve cada departamento ou unidade 
9Introdução à administração
da organização, abrangendo recursos específicos, e é voltado para a 
coordenação e as atividades internas, visando a atingir os objetivos 
departamentais.
  Planejamento operacional: é aquele que se dá nos setores em que as 
ações acontecem e que se refere a cada atividade ou tarefa específica. 
Possui como característica a projeção para curto prazo (imediato, se-
manal ou mensal). Além disso, envolve cada tarefa isoladamente e tem 
a preocupação de alcançar metas específicas.
Veja, na Figura 5, os níveis da organização e o planejamento estratégico 
correspondente.
Figura 5. Níveis da organização e planejamento estratégico correspondente.
Fonte: Adaptada de Chiavenato (2014).
A organização é a segunda função administrativa. É a responsável pela 
distribuição de tarefas e dos recursos entre os membros organizacionais. 
Ela coloca em prática tudo aquilo que foi planejado na função anterior, 
organizando, estruturando e integrando todos os recursos e órgãos, bem 
como a direção e o controle da ação organizacional (SOBRAL; PECI, 2013; 
Introdução à administração10
SILVA, 2013). Se você parar para pensar, vai notar que também executa essa 
função ao preparar o jantar com os amigos ou a sua viagem.
A organização envolve quatro componentes:
  tarefas — devem ser realizadas de acordo com a divisão do trabalho e 
as funções organizacionais;
  pessoas — são designadas para a ocupação de cargos, considerando 
habilidades, aptidões, interesses, experiências e comportamento; 
  órgãos — representam divisões, departamentos, setores ou unidades 
dispostos em uma estrutura, assim como níveis hierárquicos;
  relações — são importantes entre órgãos e pessoas da organização e 
também com os stakeholders (clientes, fornecedores, acionistas, entre 
outros).
Organizar, no processo administrativo, consiste em reunir e coordenar os 
recursos humanos, financeiros, físicos, de informação e outros necessários 
para atingir os objetivos organizacionais. A divisão do trabalho, o agrupa-
mento de atividades em uma estrutura lógica, a distribuição de pessoas para 
a execução do trabalho, a alocação de recursos necessários e a coordenação 
dos esforços são algumas das atividades da função organização (SOBRAL; 
PECI, 2013; CHIAVENATO, 2014).
É importante você notar que essa função se desdobra nos seguintes níveis 
organizacionais:
  Nível global — abrange a organização em sua totalidade; é tratado no 
nível institucional; pode assumir diversos tipos e refere-se ao desenho 
organizacional (compreende a estrutura da organização, o formato 
organizacional e os processos de comportamento).
  Nível departamental — abrange cada departamento ou unidade da 
organização; é tratado no nível intermediário; pode assumir diversos 
tipos e refere-se ao desenho departamental (compreende o agrupamento 
de unidades em subsistemas com departamentos e divisões). Nível das tarefas e operações — diz respeito a cada tarefa execu-
tada; é tratado no nível operacional; refere-se ao desenho dos cargos 
(modelagem do trabalho, estrutura das posições e das atividades em 
cada cargo) e das tarefas que juntos utilizam as tecnologias e originam 
produtos e serviços.
11Introdução à administração
Veja a representação da função organização nos níveis organizacionais 
na Figura 6.
Figura 6. Níveis organizacionais.
Fonte: Adaptada de Chiavenato (2014).
A direção é a terceira função administrativa e diz respeito a garantir o 
funcionamento da organização por meio das pessoas. Ou seja, após a definição 
do planejamento e da configuração da organização, é hora de iniciar o trabalho. 
Para isso, as pessoas são fundamentais. Assim, é preciso que sejam contratadas, 
ajustadas aos seus cargos, treinadas, avaliadas e recompensadas. Além disso, 
precisam ser estimuladas e orientadas sobre como devem desempenhar suas 
funções e sobre o que se espera delas para que os objetivos sejam atingidos. 
Dessa forma, a direção é a função administrativa referente à gestão de 
pessoas na organização. São atividades dessa função: liderar, motivar e co-
ordenar os trabalhadores para desenvolverem suas atividades visando ao 
alcance dos objetivos organizacionais; comunicar, gerir conflitos, reconhecer 
e recompensar. Essa é uma função que exige mais ação do que planejamento e 
organização. O gestor tem como responsabilidade proporcionar um ambiente 
adequado e propício para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade, 
de modo que os trabalhadores se sintam satisfeitos (SOBRAL; PECI, 2013; 
SILVA, 2013). 
Introdução à administração12
Você também pode executar ações de direção em seu trabalho, pois, mesmo 
que não seja oficialmente um gestor, pode ser um líder e motivar seus colegas. 
Além disso, pode executar essa função em sua família, resolvendo conflitos 
entre seus irmãos ou irmãs, por exemplo. 
Veja, no Quadro 1, a abrangência da direção na organização.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014).
Nível da 
organização Direção Posições Abrangência
Institucional Direção Presidentes, 
diretores e alto 
executivos
Organização 
ou áreas da 
organização
Intermediário Gerência Gerentes Cada 
departamento 
da organização
Operacional Supervisão Supervisores e 
encarregados
Cada grupo de 
pessoas, tarefas 
ou operações
Quadro 1. Papel da direção nos níveis da organização
A função de controle está diretamente relacionada com as outras funções 
do processo administrativo, ou seja, com o planejamento, a organização e a 
direção. Apesar de ser menos envolvente que as demais funções, é uma parte 
de todas elas, pois consiste no monitoramento e na avaliação do desempenho 
da organização, comparando-o aos objetivos planejados e corrigindo os desvios 
que podem ocorrer. Você pode considerar que nenhum plano está totalmente 
acabado se não houver meios de avaliar seus resultados e consequências.
São funções do controle no processo administrativo: definir medidas de 
desempenho; verificar e monitorar o desempenho; compará-lo com os padrões 
e objetivos determinados; e estabelecer medidas corretivas garantindo o al-
cance dos objetivos. Veja, no Quadro 2, a representação da função controle 
nos níveis da organização.
13Introdução à administração
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014).
Nível da 
organização
Tipo de 
controle Conteúdo Tempo Amplitude
Institucional Estratégico Genérico e 
sintético
Longo 
prazo
Macro-
orientado.
Abrange a 
organização 
em sua 
totalidade.
Intermediário Tático Menos 
genérico 
e mais 
detalhado
Médio 
prazo
Abrange cada 
departamento 
da 
organização.
Operacional Operacional Detalhado 
e analítico
Curto prazo Micro-
orientado.
Abrange 
cada tarefa 
ou operação 
isoladamente.
Quadro 2. Função controle nos níveis da organização
A finalidade do controle é garantir que os resultados das estratégias, das 
políticas e diretrizes (estabelecidas no nível institucional), dos planos táticos 
(elaborados no nível intermediário) e dos planos operacionais (elaborados no 
nível operacional) estejam perfeitamente ajustados aos objetivos previamente 
traçados. Os três níveis de controle estão interligados e relacionados, ou seja, 
na prática, não há uma separação clara entre eles (SOBRAL; PECI, 2013). 
Você ainda deve notar que as funções administrativas atuam como parâ-
metros fundamentais para o sucesso de uma organização. Sem essas funções, 
provavelmente as organizações estariam condenadas à desordem e ao insucesso. 
No entanto, cabe reforçar a importância do administrador e de suas habilidades 
para que essas funções sejam exercidas adequadamente, facilitando a obtenção 
dos resultados esperados. 
Será que as funções administrativas sofrem variação dependendo do nível 
hierárquico ocupado pelo administrador? A resposta é sim. Veja tal variação 
na Figura 7.
Introdução à administração14
Figura 7. Funções administrativas e nível hierárquico.
Fonte: Adaptada de Mahoney et al. (1965 apud SOBRAL; PECI, 2013).
Eficiência e eficácia
As mudanças no ambiente são dinâmicas. Por isso, as organizações necessitam 
reajustar, realocar e reestruturar continuamente suas competências e recursos 
de acordo com os seus objetivos. O atual cenário, marcado por rápidas e cons-
tantes transformações, exerce pressão sobre as organizações. Assim, elas têm 
de se antecipar às mudanças, aproveitar as oportunidades que surgem, bem 
como reagir e responder com fl exibilidade às ameaças e pressões ambientais. 
Nesse contexto, a estratégia é o principal meio para que a organização consiga 
responder a mudanças (SOBRAL; PECI, 2013).
15Introdução à administração
São muitas as definições do termo “estratégia” e muitos os autores que 
se referem a ela, o que dificulta um consenso. Veja a seguir como alguns 
autores a definem.
  Estratégia é a definição dos objetivos básicos de longo prazo de uma 
organização, a adoção das ações e recursos adequados para atingir 
esses objetivos (CHANDLER, 1962).
  Estratégia é um conjunto de regras referentes à tomada de decisão em 
condições de desconhecimento parcial, em que as decisões estratégicas 
referem-se à relação entre a organização e o ambiente que a cerca 
(ANSOFF, 1965).
  Estratégia refere-se à relação entre a organização e o meio em que está 
inserida: relação atual (situação estratégica) e relação futura (plano 
estratégico) (KATZ, 1970).
  Estratégia refere-se às ações ofensivas ou defensivas que criam uma 
posição de defesa na indústria para que ela obtenha sucesso frente 
às forças competitivas e atinja maior retorno sobre o investimento 
(PORTER, 1980).
  Estratégia é uma força mediadora entre a organização e o seu meio 
envolvente. É um padrão no processo de tomada de decisões organi-
zacionais para enfrentar seu meio envolvente (MINTZBERG, 1988).
O plano estratégico é o conjunto de objetivos e ações a serem executados pela orga-
nização para atingir seus objetivos (KATZ, 1970).
A estratégia representa aquilo que a organização deseja fazer; o negócio 
que pretende realizar; o rumo que deseja seguir. O ponto central da adminis-
tração da estratégia é a preparação para o futuro. Ou seja, a estratégia tem por 
finalidade orientar a organização em relação ao futuro, no sentido de guiá-la 
de forma consciente e sistemática para alcançar seus objetivos, tendo por base 
análises de suas condições e capacidades, bem como do ambiente que a cerca.
A administração da estratégia é tratada no nível institucional, responsável 
por analisar, desenvolver e modificar os processos internos e externos da 
organização para torná-la eficiente e eficaz em condições de incerteza, de 
Introdução à administração16
constantes mudanças. É a administração estratégica que formula e implementa 
a estratégia organizacional, buscando o alcance dos objetivos da organização. 
Ou seja, a estratégia é elaborada no mais alto nível da organização.
Assim como a estratégia, a administração também possui muitos con-
ceitos, mas, de forma mais ampla,pode ser definida como um processo de 
coordenação do trabalho e de alocação de recursos organizacionais que visa 
ao alcance de objetivos estabelecidos, de forma eficaz e eficiente. Nessa 
definição, há quatro elementos que se destacam (SOBRAL; PECI, 2013), 
como você pode ver a seguir.
  Processo: é uma forma sistemática de fazer alguma coisa. A adminis-
tração é um processo, pois é formada por um conjunto de atividades e 
tarefas relacionadas a fim de atingir determinados objetivos.
  Coordenação: a administração consiste na coordenação do trabalho 
e dos diversos recursos organizacionais para garantir que todas as 
partes interdependentes funcionem de forma alinhada e coerente com 
os processos e objetivos da organização.
  Eficiência: é a capacidade de realizar as atividades organizacionais 
com o mínimo de recursos.
  Eficácia: é a capacidade de realizar as atividades organizacionais para 
atingir os objetivos estabelecidos.
Eficiência e eficácia são termos muito utilizados na administração para 
demonstrar o desempenho em relação ao objetivo alcançado. Eficácia diz 
respeito ao alcance de resultados, enquanto eficiência refere-se à utilização de 
recursos. Na dimensão econômica, a eficácia é a capacidade de as organizações 
satisfazerem as necessidades da sociedade produzindo bens e serviços. Já a 
eficiência está relacionada aos custos e benefícios da relação técnica entre 
entradas (insumos) e saídas (produtos ou serviços). Dessa forma, quando se 
quer verificar a relação entre os recursos aplicados e o produto final obtido, 
a razão entre o esforço e o resultado, entre a despesa e a receita, se utiliza o 
conceito de eficiência (SILVA, 2013). 
Quanto mais o administrador se preocupa em fazer corretamente as 
coisas, mais perto de ser eficiente ele está, ou seja, melhor utiliza os recur-
sos disponíveis. No entanto, quando usa ferramentas fornecidas por quem 
executa para avaliar se os resultados estão sendo alcançados, ou seja, se as 
coisas bem feitas são as que realmente deveriam ser feitas, ele está focado 
no conceito de eficácia, que é alcançar resultados por meio dos recursos 
disponíveis (SORAL; PECI, 2013). 
17Introdução à administração
Dessa forma, você pode considerar que (SILVA, 2013):
  eficiência é a capacidade de realizar as atividades organizacionais 
utilizando o mínimo de recursos. Nesse contexto, quanto maior a pro-
dutividade, mais eficiente será a organização. Ou seja, a preocupação 
aqui é com a otimização dos recursos utilizados para atingir os objetivos, 
economizando recursos sem prejudicar a produtividade e a qualidade 
dos produtos e serviços prestados;
  eficácia é a capacidade de realizar os objetivos propostos pela orga-
nização. Implica escolher os objetivos certos e atingi-los, ou seja, a 
preocupação é com os fins. A eficácia é a chave para o sucesso das 
organizações.
Veja, na Figura 8, a diferença entre eficiência e eficácia.
Figura 8. Eficiência e eficácia.
Fonte: Adaptada de Sobral e Peci (2013).
Introdução à administração18
Os conceitos de eficiência e eficácia são muito utilizados na administração 
contemporânea, no entanto muitas pessoas ainda os confundem. Apesar de se 
complementarem, no contexto administrativo, possuem significados diferentes. 
Para Maximiano (2012), a eficiência realiza as tarefas de modo inteligente, 
com o mínimo de esforço e o melhor aproveitamento possível dos recursos. Já 
a eficácia é o conceito de desempenho relacionado aos objetivos e resultados.
Veja as diferenças entre eficiência e eficácia, segundo Chiavenato (2011), 
no Quadro 3.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2011).
Eficiência Eficácia
Como as coisas são feitas:
  de que modo são executadas;
  quais os passos para serem 
executadas;
  ênfase nos meios;
  preocupação em fazer as coisas de 
modo correto.
Para que as coisas são feitas:
  que resultados elas trazem;
  que objetivos alcançam;
  ênfase nos resultados;
  preocupação em fazer as coisas 
corretas.
Resolver problemas. Atingir objetivos.
Salvaguardar os recursos. Otimizar a utilização dos recursos.
Cumprir tarefas e obrigações. Obter resultados.
Treinar os subordinados. Proporcionar eficácia 
aos subordinados.
Manter as máquinas. Providenciar máquinas disponíveis.
Quadro 3. Diferenças entre eficiência e eficácia
Você já parou para pensar que, dependendo do modo como as organizações 
são administradas, elas podem se tornar eficientes e eficazes, ou ineficientes 
e ineficazes? Ou seja, nem sempre eficiência e eficácia andam juntas. Uma 
organização pode ser eficiente em suas atividades e não ser eficaz ou vice-versa. 
O ideal é que a organização seja igualmente eficiente e eficaz (MAXIMIANO, 
2011; CHIAVENATO, 2014).
Dessa forma, a eficiência se preocupa em fazer corretamente as coisas e 
da melhor forma possível, o que explica a ênfase nos métodos e procedimen-
19Introdução à administração
tos internos. A eficácia, por sua vez, tem a preocupação em fazer as coisas 
corretas visando a atender às necessidades da organização e do ambiente em 
que ela se insere. Então, enquanto a eficiência está concentrada nas operações 
e tem sua atenção voltada aos aspectos internos da organização, a eficácia 
se concentra no alcance dos objetivos, com sua atenção voltada aos aspectos 
externos (BATEMAN; SNELL, 1998).
Assim, o administrador precisa estar atento às tarefas para alcançar a efi-
ciência e aos objetivos e resultados para alcançar a eficácia. E você, consegue 
ser eficiente e eficaz em seu trabalho e em sua vida pessoal?
Introdução à administração20
ANSOFF, I. Estratégia empresarial. São Paulo: McGraw-Hill, 1965.
BATEMAN, T. S.; SNELL, S. A. Administração: construindo vantagem competitiva. São 
Paulo: Atlas, 1998.
CHANDLER, A. Strategy and structure. Cambrige: MIT Press, 1962. 
CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 5. ed. Barueri: Manole, 2014.
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 8. ed. Rio de Janeiro: Cam-
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KATZ, R. L. Cases and concepts in corporate strategy. New Jersey: Prentice-Hall, 1970.
MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. 8. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2011.
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução 
digital. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MINTZBERG, H. Opening up the definition of strategy. In: QUINN, J. B.; MINTZBERG, 
H.; JAMES, R. M. (Ed.). The strategic process: concepts, contexts, cases. New Jersey: 
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MORGAN, G. Imagens da organização. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MOTTA, P. R. Transformação organizacional: a teoria e prática de inovar. 4. ed. Rio de 
Janeiro: Qualitymark, 2001.
21Introdução à administração
PORTER, M. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 
Rio de Janeiro: Campus, 1980.
SCHULTZ, G. Introdução à gestão de organizações. Porto Alegre: UFRGS, 2016.
SILVA, R. O. Teorias da administração. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2013.
SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. 2. ed. São 
Paulo: Pearson, 2013.
Introdução à administração22
TEORIAS DA 
ADMINISTRAÇÃO
Ligia Maria 
Fonseca Affonso
Bases históricas da 
administração
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Explicar as origens da administração.
 Identificar a evolução administrativa do capitalismo mercantil até a
Revolução Industrial.
 Discutir os aspectos gerais da administração nos tempos atuais.
Introdução
São muitos os conceitos de administração criados pelos primeiros ad-
ministradores. Esses conceitos foram evoluindo ao longo do tempo, se 
ajustando a cada momento histórico. Assim, muito do que você estuda 
hoje sobre administração é resultado de ideias e técnicas de inúmeros 
precursores que buscavam resolver problemas enfrentados pelas orga-
nizações. Apesar da semelhança entre os problemas, em cada período 
histórico, as soluções sempre foram diferentes, uma vez que o contexto 
era distinto.Neste capítulo, você vai estudar as origens da administração e sua evo-
lução desde o capitalismo mercantil até a Revolução Industrial. Além disso, 
você vai conhecer os aspectos gerais da administração na atualidade.
Origens da administração
Você já sabe que a administração existe desde o início dos tempos. Você 
mesmo, em seu dia a dia, administra seu tempo, sua casa, sua família, seus 
estudos, seu trabalho, suas finanças, etc. Já reparou que quando você não 
consegue, por exemplo, administrar seu tempo, sua vida fica complicada, 
com tarefas que acabam se acumulando?
Agora considere uma organização que lida com pessoas, materiais, equipa-
mentos, tecnologia, instalações, conhecimentos e informações. Sem a admi-
nistração, seria impossível fazer tudo isso funcionar, não é? Uma organização 
só consegue atingir seus objetivos se for bem administrada. 
Uma organização é uma unidade social, constituída por duas ou mais pessoas, cuja 
finalidade é atender às necessidades da sociedade, gerar resultados (financeiros ou não) 
e atingir objetivos estabelecidos por meio da divisão do trabalho e da coordenação 
dos recursos e esforços (MAXIMIANO, 2012).
Referências históricas demonstram que conceitos administrativos de cerca 
de 1200 a.C. ainda são utilizados hoje. Contudo, a administração surgiu ainda 
com as primeiras comunidades primitivas. Os homens, em suas expedições de 
caça e pesca, além de construírem suas próprias ferramentas, também tomavam 
decisões, planejavam e dividiam o trabalho. Eles precisavam definir a rota de 
caça, o local onde ficariam acampados, as armadilhas, etc. Assim, você pode 
considerar que as expedições já tinham características de organizações, e seus 
líderes, características de gerentes (MAXIMIANO, 2012).
Por volta de 3000 a.C., a arte de administrar já era exercida pelos 
sumerianos, quando buscavam soluções para seus problemas práticos. A 
administração foi utilizada, por exemplo, na formação de uma sociedade de 
irrigação idealizada pelos primeiros colonizadores da Mesopotâmia. Como 
a água era abundante, seu uso foi organizado por pequenas comunidades 
autossuficientes e interligadas. Os coordenadores dessas comunidades 
eram os sacerdotes, que transformaram os templos em centros adminis-
trativos, com funcionários que registravam as atividades de recebimento, 
armazenagem e pagamento de produtos escassos, como madeira e metais, 
que eram comercializados. Os funcionários e esses produtos eram pagos 
com o que sobrava da agricultura irrigada. Além da escrita e da aritmé-
tica, os sumérios criaram a administração pública com funcionários e 
práticas burocráticas. Assim, nessa época era realizada a escrituração de 
operações comerciais e surgiram os primeiros funcionários e dirigentes 
administrativos profissionais.
Em 3100 a.C., o Egito já praticava o planejamento em longo prazo quando 
se preparava para o ciclo de inundação, cultivo e seca. Além disso, man-
Bases históricas da administração2
tinha uma rede de fortes com soldados assalariados e com suprimentos 
suficientes para 12 meses. Outro exemplo de prática administrativa foi a 
construção de suas pirâmides, que exigiram dos egípcios habilidades técnicas 
e administrativas para resolver grandes problemas relacionados à mão de 
obra, aos arquitetos e à logística. Dessa forma, essa época foi marcada pela 
construção de grandes pirâmides, práticas de planejamento, organização e 
controle sofisticadas.
Em 2000 a.C., a decadência dos sumérios abre espaço para o domínio dos 
babilônios, cujo registro de transações comerciais era feito cuidadosamente 
em placas de argila, mostrando sua preocupação com o controle. As cores 
eram utilizadas para o controle da produção, dos estoques de tecidos e dos 
celeiros. O código do rei Hamurabi, com 282 regras, é outro exemplo do uso 
da administração pelos babilônios. Tal documento é um dos primeiros e talvez 
o mais famoso conjunto de leis da história. Em algumas regras, é possível 
identificar princípios de controle e de responsabilidade. Os babilônios foram 
responsáveis ainda pela criação de um sistema de incentivos salariais, como 
o pagamento destinado às mulheres encarregadas da fiação e da tecelagem, 
que recebiam de acordo com a produção individual. 
Destacam-se também os assírios, que contribuíram para o grande avanço 
na área da organização militar, servindo de modelo para exércitos posteriores, 
principalmente em relação a depósitos de suprimentos, colunas de transporte 
e companhias para a construção de pontes, demonstrando grande preocupação 
com a logística. 
Entre os anos 2350 e 2256 a.C., na China, o imperador Yao empregou o 
princípio de assessoria, que foi utilizado por outros governantes. Uma técnica 
que se tornou tradicional na administração pública da China foi a de aconse-
lhamento com os assessores, delegando a eles autoridade para a resolução de 
problemas. A constituição da dinastia de Chow (1100 a.C.) é outro exemplo 
de prática de administração pelos chineses. Essa dinastia criou um manual 
de administração com oito regulamentos e regras de administração pública 
a serem seguidos por um primeiro ministro. Assim, fica clara a tentativa de 
definir regras e princípios de administração.
Você pode considerar também Sun Tzu, que escreveu sobre estratégia militar 
e que, no tratado A Arte da Guerra, apresenta teorias para evitar batalhas e 
intimidar psicologicamente os inimigos utilizando o tempo, em vez da força, 
para desgastá-los e atacá-los quando estivessem desprevenidos. As Muralhas 
da China são outro exemplo da adoção de práticas administrativas. A obra 
empregou milhares de pessoas para a construção de 1.500 quilômetros ao 
longo de quase 10 anos.
3Bases históricas da administração
A Arte da Guerra é um manual de recomendações que trata dos princípios fundamentais 
de planejamento, comando, doutrina e outros. Esse manual atravessou os séculos e é 
muito utilizado na administração de todos os tipos de organização (MAXIMIANO, 2012).
A Grécia também marcou significativamente a administração de organi-
zações de todos os tipos. Fez isso por meio da produção de ideias e da solução 
de problemas com debates e proposições sobre temas como democracia, 
estratégia, igualdade de todos diante da lei, ética na administração pública, 
planejamento urbano, entre outros. 
Por fim, você pode considerar Roma, já que princípios e técnicas de admi-
nistração construíram e mantiveram o Império Romano por muitos anos. Entre 
as contribuições dos romanos para a administração, estão: o planejamento e o 
controle das finanças públicas; a autoridade formal e as regras de convivência 
definidas legalmente; os diversos tipos de executivos, como senadores, ma-
gistrados e imperadores; a criação de empresas privadas; a divisão dos povos 
para governar, entre outros (MAXIMIANO, 2012).
Grandes filósofos da Antiguidade também contribuíram para a administra-
ção moderna. Sócrates enxergava a administração como habilidade pessoal; 
Platão, filósofo grego, expôs em sua obra A República sua percepção sobre 
democracia e administração dos negócios públicos; Aristóteles, também 
filósofo grego, em sua obra A Política, se preocupou com a organização do 
Estado, dividindo a administração em monarquia, aristocracia e democracia; 
Confúcio, pensador e filósofo chinês, defendia a ideia da meritocracia e do 
ingresso na burocracia por meio do mérito; Mêncio, também filósofo chinês e 
fiel seguidor de Confúcio, defendia a meritocracia e a democracia, o povo como 
o elemento mais importante de uma nação e a sistematização para a condução 
dos negócios públicos, além de que se preocupava com o profissionalismo na 
administração pública (SILVA, 2013).
Nomes como Francis Bacon, René Descartes, Jean-Jacques Rousseau, Karl 
Marx e Maquiavel também contribuíram significativamente para a ciência 
administrativa, bem como a Igreja Católica Romana. Assim, grande parte da 
história da administração é a história de cidades, governos, exércitos, países e 
organizações religiosas.Foi somente a partir do final do século XIX e início do 
século XX que a administração começou a ser tratada como ciência, tornando-
-se um corpo organizado de conhecimentos e teorias (MAXIMIANO, 2012).
Bases históricas da administração4
Teoria é uma palavra ampla. Além de compreender proposições que explicam a 
realidade prática, compreende também princípios, doutrinas e técnicas que orientam 
os administradores na solução de problemas práticos.
As teorias da administração estão organizadas em escolas ou enfoques, que significam 
uma linha de pensamento sobre as organizações e a sua administração (MAXIMIANO, 2011).
Evolução da administração: do capitalismo 
mercantil à Revolução Industrial
A administração passou por várias fases e vem evoluindo ao longo dos 
tempos, infl uenciando o mundo todo. Como prática inerente ao homem, ela 
sempre existiu. No entanto, conforme foram surgindo e se complexifi cando 
as organizações, ela precisou ser estudada, estruturada e se tornou ciência. 
Cada momento da história da administração se caracterizou por acrescentar 
diferentes experiências ao processo de gerir as organizações. E, quando se 
fala em evolução do estudo da administração, não pode fi car de lado a Re-
volução Industrial, fenômeno que revolucionou a produção e a aplicação de 
conhecimentos administrativos.
Porém, antes de você estudar a Revolução Industrial, é importante conhecer 
resumidamente outro momento que a antecedeu, o capitalismo mercantil ou 
mercantilismo. Ele teve sua expansão a partir do século XV e influenciou 
profundamente as práticas administrativas dos negócios. 
O mercantilismo é um conjunto de práticas econômicas que surgiu na Europa a partir 
do século XV, após o período feudal. Ele se caracteriza principalmente pelo fato de 
a riqueza de uma nação ser obtida por meio da comercialização de ouro e prata 
extraídos de suas colônias. Nesse processo, se destacaram Inglaterra, França, Portugal 
e Espanha (MAXIMIANO, 2011).
O mercantilismo foi um momento de transição entre o feudalismo e o ca-
pitalismo que abriu o caminho para a Revolução Industrial. Os barões feudais 
perdiam seu poder, fazendo com que muitas terras europeias ficassem livres 
5Bases históricas da administração
de seu domínio e se transformassem em cidades, chamadas burgos — seus 
habitantes eram chamados burgueses. Os burgueses começaram a se organizar 
livremente, definindo seus papéis sociais na comunidade, o que fez surgir 
uma atividade econômica e profissionais autônomos, que buscavam atender 
às necessidades das cidades.
A liberdade dos burgueses fez o comércio se expandir e ultrapassar 
as fronteiras europeias, dando início às grandes navegações, em busca 
de novos mercados e fornecedores de matéria-prima. Isso estimulou a 
exploração de novas terras; o descobrimento de novos povos e produtos; 
o aparecimento de vendedores e agenciadores de matéria-prima e mão de 
obra; e o acúmulo de metais oriundos de suas colônias, concedendo o status 
de potência mercantilista à metrópole (MAXIMIANO, 2012; BRESSER-
-PEREIRA et al., 2016). 
Nessa fase, as cidades-estado eram a base do comércio de longa distância, 
ou seja, da compra e da venda de metais preciosos, especiarias e outros bens 
de luxo, realizadas por meio de camelos, mulas e navios à vela. Apesar de o 
comércio de longa distância possibilitar aos comerciantes o acúmulo de capital 
e grande lucro, esses fatores eram instáveis, por isso eles começaram a investir 
em manufatura. No entanto, o modo de produção era bastante rudimentar 
e os produtos eram feitos de forma artesanal, ou seja, com a utilização de 
ferramentas básicas, pois não havia máquinas complexas. Isso fazia com que 
a produção fosse lenta e cara (BRESSER-PEREIRA et al., 2016).
Com o aumento da demanda, as antigas e tradicionais oficinas precisa-
ram ser ampliadas e aos poucos foram se transformando em fábricas, com 
produção em uma escala maior e ritmo intenso. Isso criou a necessidade de 
máquinas para aumentar a produtividade. Nesse contexto, muitas tarefas 
realizadas de forma manual passaram a ser mecanizadas, ou seja, parte da 
mão de obra foi substituída por máquinas, gerando a divisão no trabalho e 
a criação de novas categorias de trabalhadores, uma vez que os artesãos, 
além de serem poucos, eram limitados à produção em pequena escala. Os 
capitalistas passam então a dominar a produção e a comercialização de bens, 
bem como a tomar decisões sem a participação dos trabalhadores, como 
era feito no período medieval. Dessa forma, além das mudanças nos meios 
de produção e comercialização de bens, houve também uma mudança de 
valores (MAXIMIANO, 2012).
Você deve estar se perguntando: e as práticas de administração, onde 
estavam? Estavam no controle contábil-financeiro da movimentação de merca-
dorias entre regiões; na organização da demanda da produção artesanal e dos 
ganhos e garantias resultantes da comercialização dos produtos; e na divisão 
Bases históricas da administração6
e na especialização do trabalho. Pode-se dizer, então, que o mercantilismo 
foi marcado pela supremacia naval, pela fartura de recursos naturais e pelo 
acúmulo de capital. 
Desde a Antiguidade até cerca de 1780 (início da Revolução Industrial), os produtos 
eram fabricados em pequenas oficinas, de forma artesanal e sem padronização. Era 
a chamada fase artesanal, marcada pelo artesanato rudimentar e pela mão de obra 
intensiva e não qualificada na agricultura, com predomínio de oficinas, granjas e 
agricultura e sistema comercial baseados em trocas nos mercados locais (SILVA, 2013).
Com o surgimento das primeiras fábricas, com a divisão do trabalho e a 
invenção das máquinas a vapor, surge a Revolução Industrial no século XVIII. 
A partir daí, o desenvolvimento da administração passa a ser influenciado 
pelo surgimento de empresas industriais, com maquinários que possibilitavam 
aumento acelerado do processo produtivo, com padronização e maior quali-
dade. Surgem também a hierarquia, a disciplina, a vigilância e o controle de 
tarefas e dos trabalhadores. 
Nesse período, muita riqueza foi gerada, novos empregos surgiram, houve 
crescimento de cidades e regiões, tiveram início novas relações de poder e 
foram criados novos interesses comerciais. Houve também o surgimento do 
comércio exterior, da pesquisa e do desenvolvimento de novos produtos. 
A Revolução Industrial teve duas fases (MAXIMIANO, 2012), como você 
pode ver a seguir.
  Primeira Revolução Industrial (1780 a 1860): marcada pela mecani-
zação das oficinas e da agricultura, ou seja, foi o período de adaptação 
das oficinas à nova tecnologia da máquina a vapor. O carvão como fonte 
de energia e o ferro como material básico da indústria passam a ser os 
principais recursos para o desenvolvimento dos países. As oficinas se 
transformam em fábricas e usinas; as máquinas substituem o trabalho 
humano e há o desenvolvimento do sistema fabril, o crescimento nos 
setores de transporte e comunicação. Surgem as locomotivas a vapor 
e o crescimento da navegação. 
  Segunda Revolução Industrial (1860 a 1914): marcada pelo desenvol-
vimento da indústria. O aço e a eletricidade passam a ser os principais 
7Bases históricas da administração
recursos para o desenvolvimento do país, substituindo o carvão e o 
ferro. Há grande e crescente influência da ciência e da tecnologia na 
indústria. Nessa época, surgem o automóvel, o avião, o telefone e o 
telégrafo sem fio. Com o desenvolvimento crescente das indústrias, 
surgem também os grandes bancos e instituições financeiras, substi-
tuindo o capitalismo industrial pelo capitalismo financeiro, provocando 
grande ampliação do mercado. Houve também a invenção do motor a 
combustão, a substituição do vapor pela eletricidade, o surgimento de 
máquinas automáticas, etc. 
A Revolução Industrial substituiu o artesão pelo operário; contribuiu 
para a criação das fábricas e a evolução dos maquinários; fez surgir as 
organizações sindicais; e contribuiu para o crescimento das cidades. Ou 
seja,proporcionou mudanças econômicas, políticas, sociais, ambientais e 
culturais que se refletem até hoje. 
A Revolução Industrial trouxe também alguns transtornos, como o êxodo rural. As 
pessoas que moravam no campo deixavam suas famílias e iam para as cidades, sedu-
zidas pela possibilidade de trabalhar nas indústrias. No entanto, isso nem sempre dava 
certo, especialmente pela falta de qualificação da mão de obra e pela substituição 
desta pelas máquinas (MOTTA; VASCONCELOS, 2008).
Administração nos tempos atuais
Após a fase da segunda Revolução Industrial, veio a fase do gigantismo in-
dustrial, de 1914 e 1945, época entre as duas grandes guerras mundiais. Nesse 
período, a organização e a tecnologia eram utilizadas na indústria bélica. As 
empresas encontravam-se em franca expansão, passando a atuar também no 
mercado internacional. Houve uma signifi cativa aplicação tecnocientífi ca nas 
indústrias, principalmente com ênfase em materiais petroquímicos, o que 
contribuiu para o aperfeiçoamento dos setores de transporte e comunicação 
(SILVA, 2013).
Em seguida, começou a fase moderna, entre 1945 e 1980, com o apare-
cimento de produtos e processos mais sofisticados decorrentes dos avanços 
Bases históricas da administração8
tecnológicos. Surgiram também as primeiras empresas de grande porte no 
Brasil, bem como problemas econômicos, gerando incerteza e imprevisibi-
lidade no mercado. Após 1980, se inicia a fase da globalização ou incerteza, 
marcada por grandes e novos desafios, dificuldades, oportunidades e ameaças, 
gerando um ambiente complexo e dinâmico. Foi uma época caracterizada por 
escassez de recursos, concorrência cada vez mais acirrada, dificuldade de 
compreensão do mercado e de informações, mudança brusca no modelo de 
gestão das organizações e revolução dos computadores, que passam a substituir 
o ser humano em termos físicos e intelectuais (SILVA, 2013). 
A globalização influenciou e continua influenciando a vida das socieda-
des e o mundo organizacional, bem como as formas de administrar. Com as 
mudanças cada vez mais rápidas, novas necessidades são geradas, fazendo 
com que as organizações se tornem mais complexas e sem fronteiras, depen-
dendo de uma administração de qualidade que garanta seu crescimento e seu 
sucesso no mercado. A globalização tornou o mercado altamente competitivo 
e alvo de rápidas transformações políticas, sociais, ambientais e tecnológicas, 
originando novos perfis de atores sociais, novos concorrentes, novos padrões 
de consumo, etc. (SOBRAL; PECI, 2013). 
Dessa forma, as organizações precisam estar preparadas para todo tipo de 
mudanças. Elas devem adotar novas estratégias e novas formas de administrar 
que as ajudem a enfrentar o mercado cada vez mais competitivo, encontrando 
respostas para as exigências que se impõem e garantindo sua sobrevivência. Ou 
seja, o mercado é dinâmico e está em constante transformação, fazendo com que 
as organizações convivam permanentemente com a necessidade de adaptação. 
Isso exige delas a capacidade de realizar mudanças em seus processos, relacio-
namentos, modelos de gestão, estruturas, cultura, etc. (SOBRAL; PECI, 2013).
O conhecimento e a informação são outros aspectos fundamentais na admi-
nistração atual. São considerados uma das principais vantagens competitivas da 
organização. Saber administrá-los é fator crítico de sucesso para as empresas. 
Os fatores críticos de sucesso (FCS) são aspectos fundamentais para a organização, que 
precisam ser bem executados para garantir seu desenvolvimento, seu crescimento e o 
alcance dos objetivos. São aspectos que, se mal executados, podem levar a organização 
ao fracasso (MAXIMIANO, 2012).
9Bases históricas da administração
Na sociedade contemporânea, o acesso às informações é cada vez mais 
amplo, e a comunicação independe do tempo e da distância. Por isso, as infor-
mações precisam ser administradas para que cumpram seu papel. É importante 
compreender os fluxos de informação como processos que agregam valor à 
informação e que podem ser explorados para promover melhorias. Uma das 
funções do administrador é tomar decisões. Para tal, ele precisa estar bem 
informado e conhecer o ambiente em que a organização está inserida, não 
só o ambiente interno, mas os fatores externos que influenciam sua gestão. 
Nesse contexto, a informação é essencial (SIQUEIRA, 2005). 
O conhecimento, por sua vez, é o conjunto de informações valiosas da mente 
humana (argumentos, reflexão e síntese), que precisa ser bem gerenciado. A 
informação e o conhecimento são essenciais nas organizações, pois são a base 
de todas as atividades desenvolvidas, desde o planejamento até a execução 
das ações planejadas, assim como o processo de decisão. Por isso, devem ser 
geridos para a busca de novas fontes de vantagem competitiva, melhorando o 
funcionamento da organização e tornando-a mais eficiente (SIQUEIRA, 2005). 
A gestão do conhecimento é um conjunto de atividades cuja finalidade é promover 
o conhecimento dentro da organização, possibilitando que ela e seus colaboradores 
utilizem as melhores informações e os melhores conhecimentos disponíveis. Nesse 
sentido, são fundamentais uma visão estratégica e a promoção da aquisição, da criação, 
da codificação e da transferência de conhecimentos para o alcance dos objetivos 
organizacionais e a maximização da competitividade (ALVARENGA NETO, 2002).
Outros aspectos importantes para a administração nos dias atuais é a 
mudança de estratégias de gestão e a adoção de práticas de descentralização, 
que incentivem a criatividade e a inovação. Contar com trabalhadores esti-
mulados, comprometidos e envolvidos com a missão da organização de forma 
a realizar as mudanças necessárias também é fundamental. É nesse contexto 
que surge a necessidade de aprimoramento da gestão. Ou seja, além de possuir 
conhecimentos técnicos e teóricos sobre a arte e a ciência da administração, 
os administradores precisam estar atualizados, acompanhando as mudanças 
que ocorrem não somente no ambiente que envolve as organizações, mas 
nos conhecimentos produzidos no campo da administração. Além disso, é 
necessário compreender o universo que envolve as relações interpessoais e 
Bases históricas da administração10
as motivações das pessoas. Ou seja, o administrador precisa estar em cons-
tante processo de aprendizagem, uma vez que o mundo da administração é 
altamente complexo.
Veja, a seguir, alguns dos desafios que se colocam à administração e aos 
administradores (LACOMBE; HEILBORN, 2008).
  Desafios tecnológicos: necessidade e capacidade de introduzir no-
vas tecnologias para agilizar, flexibilizar e modernizar os processos 
administrativos.
  Desafios sociais e humanos: dirigir pessoas e grupos com competên-
cias, experiências e culturas diferentes e particulares. Capacidade de 
lidar com a diversidade.
  Desafios de mercado: conhecer os clientes, a concorrência, os clientes 
potenciais, o ambiente interno e externo da organização. Satisfazer as 
necessidades e desejos dos clientes, agregando valor ao produto ou serviço.
  Desafios de negócio: gerar lucros e dividendos para os stakeholders.
  Desafios comunitários: manter um bom relacionamento com a comu-
nidade em que está inserida e contribuir para o seu desenvolvimento.
  Desafios ambientais: adotar produção consciente, ou seja, respeitar 
as leis e normas ambientais, não causando danos ao meio ambiente e 
buscando a sustentabilidade do negócio.
  Desafios globais: administrar global e localmente ao mesmo tempo.
  Desafios de inovação: criar produtos, processos e sistemas inovadores, 
agregando valor aos clientes e desenvolvendo produtos personalizados.
  Desafios da concorrência: buscar continuamente meios de alcançar 
vantagem competitiva e superar a concorrência.
  Desafios éticos e sociais: dirigir o negócio com ética e transparência e ser 
uma empresa socialmente responsável com seu público interno e externo.
A administração é uma combinação de arte e ciência. Ciência porque

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