Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
F A C U L D A D E S "O S W A L D O C R U Z" ESCOLA SUPERIOR DE QUÍMICA - ESQ APOSTILA DE TEORIA E EXERCÍCIOS DE QUÍMICA GERAL E INORGÂNICA ENGENHARIA QUÍMICA 1º ANO – TURMA EX / EY MSc. MARIA CRISTINA RICCI QUEIROZ 2012 2 SUMÁRIO 1. Unidades de Medida (métrico e inglês)........................................................ 3 2. Exercícios sobre Sistemas de Medidas......................................................... 6 3. Exercícios de Revisão................................................................................... 6 4. Estrutura Atômica ....................................................................................... 15 5. Classificação Periódica dos Elementos Químicos e Propriedades .................... 25 6. Reações dos Metais do grupo I e II .............................................................. 26 7. Propriedades Periódicas............................................................................... 28 7. Ligações Químicas ....................................................................................... 39 8. Forma Geométrica (VSEPR), Polaridade da Molécula e NOX ................... 49 9. Interações Intermoleculares ....................................................................... 55 10. Funções Químicas segundo Arrhenius ..................................................... 61 11. Conceitos Modernos de Ácidos e Bases (Bronsted-Lowry e Lewis) ........... 74 12. Reações Químicas ..................................................................................... 78 14. Balanceamento de Reações pelo Método de Tentativa .............................. 83 15. Balanceamento de Reações pelo Método de Óxido-Redução.................... 86 16. Balanceamento de Reações pelo Método do Íon-elétron........................... 88 17. Mol, Massa Atômica e Massa Molecular ................................................... 90 18. Fórmula Porcentual, Mínima (Empírica) e Molecular .............................. 92 19. Estequiometria de Reações ........................................................................ 101 20. Grau de Pureza, Excesso de Reagentes, Rendimento de Reação.............. 102 21. Estequiometria de Gases Perfeitos.............................................................. 107 22. Estequiometria de Soluções ...................................................................... 111 23. Concentração de Soluções ......................................................................... 118 24. Titulometria ................................................................................................ 129 25. Equilíbrio Químico ..................................................................................... 132 26. Lei da Ação das Massa aplicada aos Equilíbrios Químicos........................ 141 28. pH e pOH .................................................................................................... 144 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 152 3 UNIDADES DE MEDIDA (MÉTRICO E INGLÊS) O sistema de unidades de medida que está sendo gradativamente adotado pela maior parte do mundo é o sistema internacional (SI), descendente do sistema MKS (metro-quilograma-segundo) e cujas unidades fundamentais são: Massa - quilograma = kg Comprimento - metro = m Tempo - segundo = s Temperatura termodinâmica - kelvin = K Quantidade de matéria - mol = mol Corrente elétrica - ampère = A Intensidade luminosa - candela = cd Alguns prefixos podem ser usados com estas unidades: NOME SÍMBOLO FATOR PELO QUAL A UNIDADE É MULTIPLICADA POTÊNCIA exa E = 1 000 000 000 000 000 000 = (1018) peta P = 1 000 000 000 000 000 = (1015) tera T = 1 000 000 000 000 = (1012) giga G = 1 000 000 000 = (109) mega M = 1 000 000 = (106) quilo k = 1 000 = (103) hecto h = 100 = (102) deca da = 10 = (101) deci d = 0,1 = (10-1) centi c = 0,01 = (10-2) mili m = 0,001 = (10-3) micro µ = 0,000 001 = (10-6) nano n = 0,000 000 001 = (10-9) pico p = 0,000 000 000 001 = (10-12) femto F = 0,000 000 000 000 001 = (10-15) atto A = 0,000 000 000 000 000 001 = (10-18) 4 Exemplos: 1 quilômetro (km) = 1x103 m 1 gigâmetro (Gm) = 1 x 109 m 5 micrômetros (µm) = 5x10-6 m 7 mililitros (mL) = 7x10-3 L Intimamente ligadas ao SI, estão as seguintes unidades derivadas: Volume - metro cúbico = m3 Força - Newton = N (kg.m.s-2) Energia - Joule = J (N.m) (kg.m2.s-2) Área - metro quadrado = m2 Pressão - Pascal = Pa (N/m2) Concentração – C (mol.L-1) A seguir, unidades ainda usadas que, porém não fazem parte do Sistema Internacional (SI): Volume - litro = L Pressão - atmosfera (atm), mmHg, Torr Temperatura - Graus Celsius (oC); Fahrenheit (F) EQUAÇÕES DE CONVERSÃO UNIDADE CONVERSÃO Comprimento 1 A o = 1.10-10 m 1 mi = 1609 m 1 yd = 0,9144 m 1 in = 1 pol = 2,54 cm 1ft (pé) = 0,3048 m Massa 1 lb = 453,6 kg 1 oz = 28,35 g Volume 1 ft3 = 28,316 L (capacidade) 1 gl amer. = 3,786 L 1 in3 = 16,4 cm3 = 16,4 mL 5 UNIDADE CONVERSÃO Temperatura T (K) = t (oC) + 273 onde: A o = Angstrom lb = libra yd = jarda in = polegada mi = milha gl = galão ft = pé oz = onça EXEMPLOS DE CONVERSÕES ENTRE DIVERSAS UNIDADES Para se converter uma medida fornecida em unidade inglesa, por exemplo, 30 in (pol) para metros (m), usa-se o fator de conversão unitário da tabela de equação de conversão: 1 in = 2,54.10-2 m Como o fator usado a partir das equações de conversão deverá ter sempre no denominador a unidade que se deseja eliminar, pode escrever o fator unitário: 2 54 10 1 2, . − in = 1 m Se multiplicar 30 in por este fator não irá alterar a quantidade, já que o fator vale 1: m 10 . 7,62 = m 10 . 76,2 = in 1 10.54,2 in 30 1-2- 2 m− ⋅ 7,62.10 -1 é a quantidade correspondente a 30 in. Um outro exemplo: a conversão de 45 oz para gramas envolve a relação: 1 oz = 28,35 g Dessa relação se deduz o fator de conversão: 28 35 1 , oz = 1 g Multiplicando 45 oz por este fator, obtêm-se: 45 oz oz = 1275,75 g⋅ 28 35 1 , g 6 EXERCÍCIOS SOBRE SISTEMAS DE MEDIDAS UNIDADES E CONVERSÃO 1. Faça as seguintes conversões a) 2,40 m para cm b) 3800 mm para m c) 485 cm3 para dm3 d) 78 g para kg e) 45 cm 2 para m2 f) 822 km para cm g) 45 m.s-1 para km.h-1 h) 72 km.h-1 para mm.s-1 i) 25,33 kJ para J j) 7 cm3 para mL 2. Complete o espaço em branco com a unidade correta: a) 8,2 ___________ = 8,2.10-9 m b) 46 ___________ = 4,6.10-2 m c) 9,3 ___________ = 0,0093 g d) 12,5 __________ = 125 mm e) 8,5 ___________ = 8,5.10-3 cm3 f) 0,84 __________ = 840 cm3 g) 60 ____________ = 6.104 cm3 EXERCÍCIOS DE REVISÃO DE QUÍMICA GERAL DENSIDADE 3.Um bloco de magnésio tem massa de 14,3 g e um volume de 8,46 cm3. Qual é a densidade do magnésio? 4. Água foi colocada dentro de um cilindro graduado até que o volume medisse 25,0 cm3. Um pedaço de metal de forma irregular, pesando 50,8 g, foi colocado dentro do cilindro e submergiu completamente. O nível da água subiu até a marca de 36,2 cm3. Qual é a densidade do metal? 5. O titânio é um importante metal estrutural, usado em aeronaves por causa de sua resistência e seu "peso leve". Um cilindro sólido de titânio de 2,48 cm de diâmetro e 7 4,75 cm de comprimento foi pesado encontrando-se uma massa de 104,2 gramas. Calcule a densidade do titânio. 6. O clorofórmio, CHCl3, um líquido usado antigamente como anestésico, possui uma densidade de 1,492 g.cm-3: a) Qual o volume de 10,00 g de CHCl3? b) Qual a massa de 10,00 cm3 de CHCl3? 7. Um recipiente de vidro que pode ser repetidamente ocupado com precisamente o mesmo volume de líquido é chamado de picnômetro. Um determinado picnômetro, quando vazio e seco pesou 25,296 g. Quando ocupado com água a 25oC o picnômetro e a água pesaram 34,914 g. Quando ocupado com um líquido de composição desconhecida, o picnômetro e seu conteúdo pesaram 33,486 g. A 25oC, a densidade da água é 0,9970 g.cm-3: a) Qual o volume do picnômetro? b) Qual a densidade do líquido desconhecido? 8. A densidade do sódio é de 0,97 g.cm-3 e a do ósmio é de 22,5 g.cm-3. Que volume de sódio deve possuir a mesma massa que 40 cm3 de ósmio? TEMPERATURA 9. O metal gálio tem a maior faixa líquida dentre os elementos. Ele funde a 30oC e ferve a 2403oC. Qual seu ponto de fusão e ebulição, em Kelvin? 10. O tungstênio, usado como filamentos em lâmpadas elétricas, tem um ponto de ebulição de 5660oC. Qual o seu ponto de ebulição expresso em Kelvin? 11. O dióxido de carbono sólido (gelo seco) sublima a 195 K. Qual é a essa temperatura na escala Celsius? MATÉRIA 12. Complete as lacunas: a) Se um determinado material é constituído por moléculas iguais entre si, trata-se de uma.......................................; caso suas moléculas sejam diferentes entre si, têm-se uma............................................ 8 b) A substância pura formada por dois ou mais elementos químicos é uma substância...................................., enquanto que a substância pura formada apenas um elemento químico é uma substância............................................... c) Representa-se graficamente uma substância pura através de uma............................. e um elemento químico através de um ....................................... d) Mistura homogênea ou solução é aquela que apresenta propriedades................................. em toda a sua .................................. e) Numa solução, a substância que dissolve é o.................................................... e a substância que é dissolvida é o .............................................. f) Mistura homogênea é aquela cujas propriedades.................................. ................... de um ponto para outro. g) Fase de uma mistura heterogênea é cada................................. (contínuo ou não) que a forma, separada das demais por............................. (interfaces). 13. Dar os nomes dos seguintes elementos químicos: N____________ Li___________ F ___________ Cr _________ Sb ___________ Pt ____________ Mg __________ I _________ Ca ___________ Fe ____________ Au ___________ U ________ Na ___________ P ____________ Si ___________ Mn ________ Pb ___________ Cl ____________ Hg ___________ Zr ________ Al ___________ Ag ____________ He ___________ Cu________ B ____________ W ____________ K ___________ Ti _________ C ____________ As ____________ Ni ___________ Kr ________ Sn ____________ Br ____________ Ba ___________ S ________ Sc ____________ Cs ____________ Cd ___________ Nd ________ Sr ____________ O ____________ Y ____________ V _________ 14. Entre as substâncias cujas fórmulas aparecem abaixo, indicar quais são as substâncias simples e as compostas: O2 ; Fe ; F2 ; H2O ; CH3Cl ; O3 ; S8 15. Aponte as substâncias puras e as misturas na seguinte relação: a) barra de Ferro d) Açúcar comum g) Álcool b) Vinho e) Água pura h) Sangue c) Gás hidrogênio f) Leite i) Ar (ar) 16. Aponte as misturas heterogêneas e as homogêneas: a) Água + Óleo b) Água + Sal 9 c) Gasolina + Óleo diesel d) Álcool + Acetona e) Álcool + Gasolina 17. Misturando, agitando bem e deixando um certo tempo em repouso, quantas fases surgirão em cada um dos sistemas: a) Água, Gasolina e Areia b) Álcool, Água e Mercúrio c) Areia, Açúcar e Gasolina d) Água, Sal e Acetona e) Éter, Água e Açúcar 18. Complete as lacunas: a) Numa transformação química as substâncias iniciais transformam-se em..................................... Isto não ocorre numa ..................................... b) Um fenômeno............................. é mais profundo e mais duradouro que um fenômeno ........................... c) Complete o quadro com os nomes das mudanças de estado físico: SÓ LID O LÍQ U ID O G ASO SO MÉTODOS DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS 19. Proponha um procedimento para a separação dos componentes de uma mistura de 3 substâncias A, B e C, cujas solubilidades em água e acetona são indicadas na tabela abaixo: SUBSTÂNCIA SOLUBILIDADE EM ÁGUA SOLUBILIDADE EM ACETONA A SOLÚVEL SOLÚVEL B INSOLÚVEL SOLÚVEL C INSOLÚVEL INSOLÚVEL 20. Duas amostras de solução aquosa de CuSO4.5H2O, de coloração azul, foram submetidas respectivamente as seguintes operações: I - Filtração através de papel de filtro II - Destilação simples Qual é a coloração resultante: 10 a) Do material que passou pelo filtro da operação I? b) Do produto condensado da operação II? CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE ESTRUTURA ATÔMICA 21. Assinalar as alternativas corretas: a) Todos os átomos de um elemento químico são iguais. b) A característica fundamental de um elemento químico é o número de elétrons do átomo. c) Todos os átomos de um elemento químico têm a mesma massa. d) Átomos de elementos químicos diferentes têm necessariamente massas diferentes. e) Átomos de elementos químicos diferentes têm necessariamente números atômicos diferentes. f) Átomos de mesmo elemento químico têm necessariamente o mesmo número atômico. 22. Dar uma justificativa para o fato de chamar-se número de massa a soma do número de prótons e nêutrons de um átomo. 23. Dar o símbolo e representar a estrutura eletrônica de cada um dos seguintes elementos químicos: ELEMENTO QUÍMICO NÚMERO ATÔMICO SÍMBOLO ESTRUTURA ELETRÔNICA Sódio 11 Fósforo 15 Estrôncio 38 Chumbo 82 24. Colocar verdadeiro ou falso nas afirmações abaixo. Justificar. a) A matéria é continua. b) A massa do átomo esta fundamentalmente concentrada em seu núcleo. c) O número de prótons num átomo, também denominado número atômico, fornece a identidade do elemento químico. 11 25. Atribuir valores aproximados às seguintes relações: a) = elétron do próton do massa massa b) = nuclear diâmetro atômico diâmetro c) = nêutron do próton do massa massa 26. Os números atômicos, de massa e de nêutrons de um átomo são expressos, respectivamente, por (3x + 5), (8x) e (6x - 30). Determine os números de prótons e nêutrons deste átomo. 27. Dados os átomos genéricos: 90 232 91 234 92 233 92 234 92A B C D 238 E Determine qual são isótopos, isóbaros e isótonos. 28. Têm-se as espécies químicas: 35 80 38 82 37 82 36 79 +34 79 3 36 81 2A B C D E F− − Indique os isótonos, os isótopos, os isóbaros e os isoeletrônicos. 29. Têm-se dois átomos genéricos e isótopos A e B.Calcule o número de nêutrons de cada átomo, sabendo que: ÁTOMO Z A A 3x - 6 5x B 2x + 4 5x - 1 30. Tem-se um átomo com número atômico 5 e número de massa 3x - 5. Este átomo é isótono de um átomo B, que apresenta número de massa 2x + 1 e um próton a mais que A. Calcule os números de massa de A e B. 31. Três átomos genéricos A, B e C apresentam, respectivamente, números de massa pares e consecutivos. Sabendo-se que o átomo B possui 27 nêutrons e o átomo C, 29 prótons, determine os números de massa desses átomos, de modo que A seja isótopo de B e isótono de C. 12 32. São dados os átomos A, B, C e D. - 25 57A e C2+ são isótonos e isoeletrônicos. - B é isótopo de C e isóbaro de A. - D é isótono de B e isóbaro de C. Quantos prótons, nêutrons e elétrons possuem o íon D3-? 33. O oxigênio natural apresenta 99,759% de 8 16O (massa atômica de 15,9949); 0,037% de 8 17O (massa atômica de 16,9991) e 0,204% de 8 18O (massa atômica de 17,9991). Calcular a massa atômica do oxigênio natural. 34. Na natureza, encontra-se em qualquer amostra de cloro, os isótopos de número de massa 35 e do número de massa 37. Sabendo-se que o número de massa médio do cloro é igual a 35,5. Calcular a porcentagem de cada isótopo nessa mistura de isótopos. 35. O elemento químico magnésio é formado pelos isótopos 24, 25 e 26, na proporção de 80%, 10% e 10% respectivamente. Qual é sua massa atômica? 36. O elemento cobre, de massa atômica 63,6, existe na natureza sob forma de dois isótopos, sendo 70% do isótopo de massa 63. Qual a massa do outro isótopo existente? 13 Respostas 1. a) 2,40.102 cm b) 3,8 m c) 4,85.10-1 dm3 d) 7,8.10-2 kg e) 4,5.10-3 m2 f) 8,22.107 cm g) 162 km/h h) 2.104 mm.s-1 i) 2,533.104 J j) 7 mL 2. a) nm e) mm3 b) mm f) dm3 c) mg g) dm3 ou L d) cm 3. 1,69 g.cm-3 4. 4,54 g.cm-3 5. 4,54 g.cm-3 6. a) 6,70 cm3 b) 14,92 g 7. a) 9,647 cm3 b) 0,8489 g.cm-3 8. 927,8 cm3 9. 303 K e 2676 K 10. 5933 K 11. -78oC 12. a) substância pura / mistura b) composta / simples c) fórmula / símbolo d) constantes / extensão e) solvente / soluto f) não diferem g) sistema homogêneo / superfícies visíveis 14. Substâncias simples: O2 , Fe , F2 , O3 , S8 Substâncias compostas: H2O e CH3Cl 15. Substâncias puras: a, c, d, e e g. Misturas: b e f 14 16. Mistura heterogênea: a. Misturas homogêneas: b, c, d e e. 17. a) 3 b) 2 c) 3 d) 1 e) 2 18. a) outras substâncias / mistura b) químico / físico c) SÓ LID O LÍQ U ID O G ASO SO fusão solidificação sublimação vaporização condensação 19. Adiciona-se água à mistura, agita-se até a completa dissolução de A e filtra-se. Recupera-se A por evaporação da água do filtrado. O precipitado é recolhido e a ele adiciona-se acetona. Agita-se até a dissolução de B e filtra-se. Evaporando-se a acetona do filtrado recupera-se B. C se encontra retido pelo filtro. 20. a) azul b) incolor 21. e e f 22. Porque prótons e nêutrons são as partículas mais pesadas do átomo (elétrons têm massa desprezível). 23. Na 2 8 1 P 2 8 5 Sr 2 8 18 8 2 Pb 2 8 18 32 18 4 24. a) F (a matéria é constituída por átomos, partículas discretas) b) V (elétrons têm massa desprezível) c) V (observa-se que átomos com diferentes quantidades de prótons são quimicamente diferentes). 25. a) 1840 b) 105 c) 1 26. 80 p+/ 120 n 27. isótopos: C, D e E / isóbaros: B e D / isótonos: A e D. 28. isótonos: A, C, E e F / isótopos : D e F / isóbaros : B e C; D e E / isoeletrônicos: A e D+; C e E3- ; B e F2- 29. 26 e 25 30. 10 e 11 31. 50, 52 e 54 32. 29, 30, 32 33. 15,9994 34. 75 % e 25 % 35. 24,3 36. 65 15 ESTRUTURA ATÔMICA – CRONOLOGIA 450 a.C Leucipo A matéria pode ser dividida em partículas cada vez menores. 400 a. C Demócrito Denominação átomo para a menor partícula da matéria. Considerado o pai do atomismo grego. 60 a. C Lucrécio Autor do poema De Rerum Natura, através do qual foi consolidado o atomismo de Demócrito. 1661 Boyle Autor do livro Scepitcal Chemist, no qual defendeu o atomismo e deu o primeiro conceito de elemento com base experimental. 1808 J. Dalton Primeiro modelo atômico com base experimental. O átomo é uma partícula maciça, indivisível e eletricamente neutra. O modelo foi utilizado até 1897. 1834 Faraday Estudo quantitativo da eletrólise, através do qual surgiu a idéia da eletricidade associada aos átomos. 1859 Primeiras experiências de descargas elétricas em gases a pressão reduzida (aproximadamente 10 mmHg). Descoberta dos raios posteriormente chamados catódicos. 1874 Stoney Admitiu que a eletricidade estava associada aos átomos em quantidades dicretas. Primeira idéia de quantização de carga elétrica. 1879 Crookes Primeiras experiências de descarga elétrica de alto vácuo. 1886 Goldstein Descargas elétricas em gases a pressão reduzida com cátodo perfurado. Descoberta dos raios canais ou positivos. 1891 Stoney Deu nome de elétron a unidade de carga elétrica negativa. 1895 Röentgen Descoberta do Raio X. 1896 Becquerel Descoberta da Radioatividade. 16 1897 Thomson Descargas elétricas de alto vácuo (tubos de Crookes) levaram à descoberta do elétron. O átomo seria uma partícula maciça, mas não indivisível. Seria formado por uma geléia com carga positiva, na qual estariam incrustados os elétrons (modelo do pudim de passas). Determinação da relação carga/massa (q/m) do elétron = 1,76.108 C/g ou 1,76.1011 C/kg. 1898 Casal Curie Descoberta do Polônio (Po) e do Radio (Ra). 1900 Max Planck Teoria dos Quanta. 1905 Albert Einstein Teoria da Relatividade. Relação entre massa e energia (E = m.c2). Esclarecimento do efeito fotoelétrico. Denominação fóton para o quantum de energia radiante. 1909 Millikan Determinação da carga do elétron. q(e-) = 1,602.10-19C. Daí deduziu-se que a massa do e- = 9,11.10-28 g ou 9,11.10-31 kg. 1911 Ernest Rutherford O átomo não é maciço nem indivisível. O átomo seria formado por um núcleo muito pequeno, com carga positiva, onde estaria concentrada praticamente toda a massa. Ao redor do núcleo ficariam os elétrons, neutralizando sua carga. Este é o modelo do átomo nucleado, um modelo que foi comparado ao sistema planetário, onde o Sol seria o núcleo e os planetas seriam os elétrons. 1913 Niels Bohr Modelo atômico fundamentado na teoria dos quanta e sustentado experimentalmente com base na espectroscopia. Distribuição eletrônica em níveis de energia. Quando um elétron do átomo recebe energia, ele salta para outro nível de maior energia, portanto mais distante do núcleo. Quando o elétron volta para seu nível de energia primitivo (mais próximo do núcleo), ele cede à energia extra anteriormente recebida sob forma de uma onda eletromagnética (luz). 1916 Sommerfeld Modelo das órbitas elípticas para o elétron. Introdução dos subníveis de energia. 1920 Ernest Rutherford Caracterização do próton como sendo o núcleo do átomo de hidrogênio e a unidade de carga positiva. Previsão de existência do nêutron. 1924 De Broglie Modelo da partícula-onda para o elétron. 17 1926 Heisenberg Principio da incerteza. “Não se pode determinar simultaneamente a posição e a velocidade de um elétron”. 1927 Schrödinger Equação de função de onda parao elétron. Conceito de Orbital: É a região mais provável de se encontrar o elétron. 1932 Chadwick Descoberta do nêutron através de reação nuclear. Be + He C + n Mn = 1,675.10 -24 g ou 1,675.10-27 kg Fonte: Fisica.net – quimica, 2010 A escala de massa atômica A massa do 1H é 1,6735x10 -24 g e do 16O é 2,6560x10 -23 g. Define-se massa de 12C = exatamente12 u. Usando unidades de massa atômica: 1 u= 1,66054x10-24 g 1 g = 6,02214x1023u como 1mol = 6,02214 x 1023unidades, Pode-se associar u e g para1 mol de substância. Massas atômicas médias A massa atômica relativa: massas médias dos isótopos: O Carbono natural: 98,892 % de 12C + 1,107 % de 13C. A massa média do C: (0,9893). (12 u) + (0,0107). (13,00335) = 12,01 u A massa atômica (MA) é também conhecida como massa atômica média, ou simplesmente peso atômico. As massas atômicas estão relacionadas na tabela periódica. Segundo Thomson (Figura 1), o átomo seria como um “bolo de passas”, ou seja, os elétrons “embebidos” numa esfera uniforme e positiva. 18 Figura 1. Modelo de Thomson para o átomo. Fonte: Estrutura Atômica, 2011. Em 1910, Rutherford decide usar partículas α (emitidas por átomos radioativos) para provar a estrutura do átomo. Para isso bombardeou finas películas de ouro com estas partículas α, sendo os resultados surpreendentes: a maioria das partículas atravessava a película, algumas mudavam de direção, e outras (poucas) voltavam para trás. (Figura 2) Figura 2. Experiência de Rutherford - A maioria das partículas atravessa uma película de ouro, apenas algumas mudam de direção. Rutherford propôs assim, que as cargas positivas estavam concentradas num núcleo, na parte central do átomo. Núcleo Partículas α Átomos de ouro Folha de ouro Tela Fluorescente Fonte de Partículas α Caixa de Chumbo Feixe de Partículas α Carga Positiva Elétron 19 As cargas positivas no núcleo são chamadas de prótons. Cada um tem uma massa de aproximadamente 1,67252×10-24 g, ou seja, cerca de 1840 vezes a massa de um elétron. O átomo é cerca de 10000 vezes maior do que o seu respectivo núcleo. Apesar do sucesso de Rutherford, na tentativa de explicar a estrutura do átomo, continuavam muitos aspectos por esclarecer. Por exemplo, sabia-se que o hidrogênio continha um próton e o hélio 2 prótons, mas a relação de massas não era de 2:1 mas sim de 4:1 (despreza-se a massa dos elétrons que é muito pequena comparada com a dos prótons). Isto só foi resolvido com a descoberta do nêutron por Chadwick, em 1932. Ele bombardeou uma película de berílio com partículas a, e o metal emitia uma radiação altamente energética, constituída por partículas neutras, e com uma massa ligeiramente superior à do próton, o nêutron. Com esta descoberta, a constituição do átomo ficou definitivamente estabelecida: os átomos são constituídos por núcleos muito pequenos e muito densos, cercados por “nuvens” de elétrons a relativamente grandes distâncias do núcleo. Todos os núcleos contêm prótons. Núcleos de todos os átomos, exceto o hidrogênio, contêm também nêutrons. Na tabela 1 a seguir resumem-se os dados relativos à massa e carga destas três partículas subatômicas: Tabela 1 – Dados relativos à massa e carga do elétron, próton e nêutron. Fonte: ATKINS, 2005 Pode-se utilizar o diagrama de Linnus Pauling para facilitar a distribuição eletrônica dos elementos representativos e de transição como se observa a seguir (Figura 3). Partícula Massa (g) Carga (C) Unidade de Carga Elétron 9,1095×10-28 1,6022×10-19 - 1 Próton 1,67252×10-24 1,6022×10-19 + 1 Nêutron 1,67495×10-24 0 0 20 DIAGRAMA DE ENERGIA DE LINNUS PAULING Figura 3 – Diagrama de Linnus Pauling. Assim, os elétrons são distribuídos pelas orbitais com menor energia. No caso do átomo de hidrogênio, se o elétron se encontrar na orbital 1s diz-se que se encontra no estado fundamental. Em qualquer outra orbital está num estado excitado. A configuração do hidrogênio no estado fundamental é: 1 s1 nº de elétrons no subnível nº quântico principal Tipo de orbital (nº quântico secundário) EXERCÍCIOS SOBRE ESTRUTURA ATÔMICA 1. Faça a distribuição eletrônica em níveis e subníveis para os seguintes átomos: a) 11Na b) 19K c) 18Ar d) 33As e) 38Sr f)30Zn g) 21Sc h) 58Ce i) 74W j) 82Pb l) 62Sm m)92U n) 24Cr o) 47Ag p) 42Mo q) 79Au 2. Faça a distribuição eletrônica em níveis e subníveis para os seguintes íons: a) Mg2+ (Z=12) b) I 1- (Z=53) c) O2- (Z=8) d) Cu+ (Z=29) e) Ga3+ (Z=31) f) S2- (Z=16) g) Cs+ (Z=55) h) Ag+ (Z=47) E N E R G I A C R E S C E N T E 21 3. Se o elétron mais energético de um átomo é representado por 4s1, pergunta-se: a) Qual a quantidade total de elétrons deste átomo? b) Quantas camadas eletrônicas (níveis de energia) possuem este átomo? c) Qual a sua distribuição eletrônica em níveis e subníveis? 4. São dados os números quânticos do elétron diferenciador dos átomos a seguir. Calcule os números atômicos destes átomos: a) n = 4 l = 2 m = -1 ms = -1/2 b) n = 3 l = 2 m = -2 ms = +1/2 c) n = 2 l = 0 m = 0 ms = -1/2 d) n = 5 l = 1 m = +1 ms = -1/2 5. Indique o conjunto de números quânticos para os elétrons desemparelhados do átomo de cobalto (Z=27). 6. Analise as frases e conclua se são verdadeiras ou falsas. Caso a frase seja falsa, justifique: a) Teoricamente, um átomo apresenta infinitos níveis de energia, mas apenas sete são conhecidos. b) Orbital é a região do espaço onde temos absoluta certeza de encontrar um elétron. c) O subnível f apresenta 5 orbitais. d) O número quântico de spin é um número quântico associado à rotação do elétron. e) O orbital d apresenta, no máximo, dez elétrons. 7. O número atômico de um elemento químico é 46. Pede-se: a) A sua configuração eletrônica em níveis e subníveis. b) A distribuição dos elétrons do último e penúltimo níveis em orbitais. 8. O elétron mais energético de um átomo possui o seguinte conjunto de números quânticos: n = 3 l = 2 m = -2 s = +1/2. Determine o número atômico deste átomo. 9. Qual dos elétrons a seguir, caracterizado por seus números quânticos, está no estado de menor energia? Coloque esses elétrons em ordem crescente de energia: ELÉTRON n l m s A 4 3 -2 -½ B 5 2 +2 +½ C 6 2 -1 -½ D 6 0 0 +½ E 7 0 0 -½ 22 10. O átomo 14X apresenta 7 nêutrons. O íon X3- é isoeletrônico de qual átomo? Cite também sua distribuição eletrônica em níveis, subníveis e orbitais, e os números quânticos de seu elétron diferenciador. 11. Os elétrons de maior energia de dois átomos A e B são representados por 4d2 e 5p6, respectivamente. Faça as distribuições eletrônicas dos átomos A e B em níveis e subníveis e caracterize seus elétrons de diferenciação pelos quatro números quânticos. 12. Faça as distribuições eletrônicas em orbitais. a) 25Mn4+ (Z=25) b) 26Fe3+ (Z=26) c) Cd2+ (Z=48) d) Zr2+ (Z=40) Respostas Estrutura Atômica 1. a) K L 3s1 b) K L M 4s1 c) K L 3s2 3p6 d) K L M 4s2 4p3 e) K L M 4s2 4p6 5s2 f) K L M 3d10 4s2 g) K L 3s2 3p6 3d1 4s2 h) K L M 4s2 4p6 4d10 4f2 5s2 5p6 6s2 i) K L M N 5s2 5p6 5d5 6s1 j) K L M N 5s2 5p6 5d10 6s2 6p2 l) K L M 4s2 4p6 4d10 4f6 5s2 5p6 6s2 m) K L M N 5s2 5p6 5d10 5f4 6s2 6p6 7s2 n) K L 3s2 3p6 3d5 4s1 o) K L M 4s2 4p6 4d10 5s1 p) K L M 4s2 4p6 4d5 5s1 q) K L M N 5p6 5d10 6s1 2. a) K 2s2 2p6 b) K L M 4s2 4p6 4d10 5s26p6 c) K 2s2 2p6 d) K L 3s2 3p6 3d10 e) K L 3s2 3p6 3d10 f) K L 3s2 3p6 g) K L M 4s2 4p6 4d10 5s2 5p6 h) K L M 4s2 4p6 4d10 23 3. a) 19 b) 4 c) K L 3s2 3p6 4s1 4. a) 47 b) 25 c) 4 d) 52 5. n = 3 l=2 m = +1 s = - ½ 6. a) V b) F (orbital é uma região de maior probabilidade de encontrar um e-) c) F (o subnível f apresenta 7 orbitais) d) V e) F (qualquer orbital apresenta no máximo dois elétrons) 7. a) K - L - M 4s2 4p6 4d8 5s2 b) ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑ ↑ ↑↓ 4s2 4p6 4d8 5s2 8. Z = 25 9. D / D-A-B-E-C 10. X = 7 prótons pois A = Z + N 1s2 2s2 2p5 n=2 l=1 m= 0 s = - ½ X 3 - = 1s2 2s2 2p6 2s2 2p6 11. A → K L M 4s2 4p6 4d2 5s2 n=4 l=2 m= +1 s = +½ B → K L M 4s2 4p6 4d10 5s2 5p6 n=5 l=1 m= -1 s = -½ 12. a) Mn4+ K L ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑ ↑ ↑ 3s2 3p6 3d3 n = 3 l = 2 m = 0 s = + ½ b) Fe3+ K L ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑ ↑ ↑ ↑ ↑ 3s2 3p6 3d5 n = 3 l = 2 m = -2 s = + ½ 10Ne K L ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ 24 c) Cd2+ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ 4s2 4p6 4d10 n = 4 l = 2 m = -2 s = - ½ d) Zr2+ K L M ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑ ↑ 4s2 4p6 4d2 n = 4 l = 2 m = +1 s = + ½ 25 CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS CRONOLOGIA 1829 – Lei das Tríades de Döbereiner 1863 – Parafuso Telúrico de Chancourtois 1884 – Lei das Oitavas de Newlands 1869 – Lei Periódica de Mendeleev e Lothar Meyer: Classificação periódica com elementos em ordem crescente de massas atômicas 1913 – Lei de Moseley: Conceito atual de número atômico. Classificação periódica com os elementos em ordem crescente de números atômicos. TABELA PERIÓDICA – BLOCO “s” - FAMÍLIAS 1ou 1A E 2 ou 2A Classificação níveis energéticos – períodos Classificação subníveis energéticos – Famílias ou Grupos BLOCO “s” – Família dos Metais Alcalinos 1A – s1 Família dos Metais Alcalinos Terrosos 2A– s2 Propriedades dos Metais Alcalinos - Não são encontrados livres na natureza, são encontrados normalmente na forma de compostos dissolvidos na água do mar; - Em condições ambientes são todos sólidos de cor prateada; - Podem ser cortados com a faca ( são moles); - Reagem violentamente com a água (alguns de forma explosiva), formando compostos com propriedades funcionais básicas acentuadas; - Reagem violentamente com o oxigênio do ar (alta reatividade); - Para se conservarem na forma metálica precisam ser guardados imersos em óleo mineral ou querosene (para impedir o contato com o ar e a umidade); - Os átomos formam cátions monovalentes (+1); Exemplos: 2 Na(s) + 1 H2O(l) → 2 NaOH(aq) + H2(g) 4 Na(s) + 1O2(g) → 2 Na2O(s) Obtenção por eletrólise: 2 NaCl → Na(s) + Cl2(g) 26 Propriedades dos Metais Alcalinos Terrosos: - Na forma de substâncias simples, são sólidos à temperatura ambiente também de cor prateada; - Podem ser cortados com a faca (baixa dureza); - Reagem com água quente, formando compostos com propriedades funcionais básicas; - Reagem com o oxigênio do ar; - Para se conservarem na forma metálica precisam ser guardados imersos em óleo mineral ou querosene (para impedir o contato com o ar e a umidade); - Os átomos formam cátions bivalentes (+2). ALGUMAS REAÇÕES DOS METAIS REAÇÕES OBSERVAÇÕES M + H2O MOH + ½ H2 M + 2 H2O M(OH)2 + H2 Os hidróxidos do grupo I são as bases mais fortes conhecidas 2 Li + ½ O2 Li2O M + O2 2 MO O óxido é formado pelo excesso de oxigênio 2 Na + O2 Na2O2 Ba + O2 BaO2 O peróxido pode ser formado nos grupos I e II 3 Li + ½ N2 Li3N 3M + N2 M3N2 Somente o Li forma nitreto – grupo I Todos os do grupo II formam nitretos á temperatura elevadas M + ½ H2 MH M + H2 MH2 Formação de hidretos iônicos ou salinos nos grupos I e II 2 M + S M2S M + S MS Todos os metais alcalinos formam sulfetos M + (P, As, Sb, Se, Te) 3 M + P M3 P Todos os metais alcalinos formam fosfetos, arsenetos, antimonetos, selenetos e teluretos M + (F2, Cl2, Br2 e I2) M + ½ Cl2 MCl M + Cl2 MCl2 Todos os metais alcalinos formam fluoretos, cloretos, brometos e iodetos, nos grupos I e II M + 2 HCl MCl2 + H2 Todos os metais reagem com ácidos liberando hidrogênio 27 1. Complete e balanceie as seguintes equações de reações: a) Li + H2O b) Ca + H2O Ca(OH)2 c) Na + O2 d) K + H2 e) Li + N2 f) Mg + H2 g) Rb + Cl2 h) Sr + O2 i) K + Cl2 j) Mg + 2 HBr MgBr2 + H2 k) Ca + H2 l) Ra + HCl EXERCÍCIOS DE TABELA PERIÓDICA 1- Em que período, grupo ou família da Tabela Periódica, estão localizados os elementos abaixo? Identifique-os. Classificar em elementos representativos ou de transição. Responda e justifique. a) A (Z=6) b) B (Z=17) c) C (Z=20) d) D (Z=34) e) E (Z=23) f) F (Z=60) g) G (Z=47) h) H (Z=25) i) I (Z=30) j) J (Z=2) l) L (Z=40) m) M (Z=15) n) N (Z=58) o) O (Z=29) p) P (Z=13) q) Q (Z=92) 2- Faça a distribuição eletrônica em subníveis e dê o número atômico para o elemento pertencente a: a) grupo 6A e 4º período b) grupo 1A e 5º período c) halogênio do 3º período d) grupo 6B e 4º período e) 6º elemento de transição interna do 7º período f) gás nobre do 3º período g) alcalino terroso do 4º período h) grupo 6A e 4º período 3- Os elementos a seguir pertencem ao grupo dos elementos representativos da tabela periódica. Deduza, a partir de suas distribuições eletrônicas, o período, família e o bloco que pertencem. a) 6C; b) 15P; c) 34Se; d) 53l; e) 18Ar; f) 20Ca; 28 4- Estabeleça se os seguintes elementos estão ou não propensos a formar um cátion ou um ânion e escreva a fórmula para o íon: (a) enxofre; (b) potássio; (c) estrôncio; (d) cloro. 5- Certo átomo do elemento E, genérico, apresenta o elétron mais energético no subnível 4p5. a) Qual o período e família que pertence o elemento E? b) Qual o número atômico dos elementos que antecedem e sucedem ao elemento E, na mesma família do sistema periódico? E no mesmo período? PROPRIEDADES PERIÓDICAS RAIO ATÔMICO Relação de Tamanho Em 1870 Lothar Meyer notou a variação periódica quanto ao tamanho do átomo. Em virtude da nuvem eletrônica de um átomo não ter um limite definido, o tamanho de um átomo não pode ser definido de forma simples, contudo a única medida de tamanho é o parâmetro de Lennard-Jones, que representa a distância de maior aproximação dos núcleos de dois átomos livres, gasosos do mesmo elemento químico. Assim o Raio Atômico é definido como a metade da distância internuclear entre os núcleos de dois átomos vizinhos do mesmo elemento químico. 2 d RA = Se o elemento é um metal ou gás nobre, usa-se a distância entre os centros de átomos vizinhos em uma amostra sólida. R.A. (raio atômico) Exemplo: R.A do Cu = 128 pm e a distância d = 256 pm Para se chegar aos tamanhos de átomos metálicos, a distância internuclear no cristal é determinada por difração de raio X e dividida por dois para se chegar ao valor do raio atômico. Se o elemento é um não-metal, usa-se a distância entre os núcleos de átomos unidos por uma ligação químicaR.C. (raio covalente). Exemplo: Cl2 d = 198 pm R.C.= 99 pm 29 NAS FAMÍLIAS: À medida que aumentam os números de níveis energéticos, menor a atração núcleo-eletrosfera e, portanto maior será o Raio Atômico. O efeito da carga nuclear é neutralizado pelo aumento de níveis ocupados. Exemplos: Na 2 – 8 – 1 K 2 – 8 – 8 – 1 Rb 2 – 8 – 18 – 8 – 1 NOS PERÍODOS: Quanto maior o número de elétrons na última camada, maior será a atração núcleo-eletrosfera e, portanto devido ao efeito de blindagem, menor será o raio atômico. A Tabela 1 mostra o raio atômico dos elementos do 2º período da tabela. Tabela 1 – Raio Atômico dos Elementos do 2º Período da Tabela Periódica. Elemento químico Li Be B C N O F Carga nuclear (Z) +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 Distribuição Eletrônica 2 -1 2 - 2 2 - 3 2 - 4 2 - 5 2 - 6 2 - 7 Raio Atômico (pm) 157 112 88 77 74 66 64 Explicação: Os elétrons do nível 2 (L) do Be são mais fortemente atraídos pelo núcleo (carga +4) do que o Li (carga +3). Na verdade os elétrons do nível 1 (K) atenuam a atração pelos elétrons do nível 2 (efeito de blindagem). À medida que aumenta a carga nuclear (Z), os elétrons são atraídos por uma carga nuclear efetiva cada vez maior. Há uma contração da eletrosfera e, portanto o raio ficará menor. (Figura 1) Os elétrons da camada K são atraídos fortemente para o núcleo com uma força proporcional a carga nuclear. À medida que esta aumenta, os elétrons são puxados mais fortemente para o núcleo. Assim os elétrons da camada L estão protegidos do núcleo pelos elétrons da camada K (escudo), de modo que a força atrativa da carga nuclear (+) é reduzida pelas cargas (-) intermediárias (efeito de blindagem). Exemplo: 11Na 2 – 8 – 1 (3s1) o elétron mais externo é atraído não por uma carga +11m mas sim por uma carga +11 encobertos por 10 elétrons interpostos. A carga atrativa líquida 30 está mais próxima a uma carga +1 do que +11, devido ao efeito de blindagem das camadas K e L. Figura 1 – Raio Atômico nas famílias e períodos da Tabela Periódica. RAIO IÔNICO Quanto ao Cátion O Raio do Cátion é sempre menor que o átomo correspondente no estado fundamental, pois há perda de elétrons da última camada. A carga nuclear fica maior que o número de elétrons, quando há perda de elétrons. Exemplo: 12Mg 2 – 8 – 2 12Mg2+ 2 - 8 Quanto ao Ânion O Raio do Ânion é sempre maior que o átomo correspondente, no estado fundamental, pois com a entrada de elétrons no orbital existe uma repulsão entre eles. Há uma expansão do orbital, aumentando seu tamanho. Exemplo: 16S 2 – 8 – 6 16S2- 2 – 8 – 8 ENERGIA DE IONIZAÇÃO – POTENCIAL DE IONIZAÇÃO É a energia mínima necessária para remover um elétron de um átomo isolado, no estado gasoso, transformando-o em cátion. Ex.: Na + E Na+ + 1e- 31 Unidades empregadas para medir a E.I. no S.I.- Joule (J), outros sistemas: calorias (cal), kilocalorias (kcal), elétron volt (e-V). 1J = 1C.1V NAS FAMÍLIAS: Quanto maior o número de níveis energéticos, menor a atração núcleo- eletrosfera e, portanto mais facilmente os elétrons poderão ser retirados. NOS PERÍODOS: Quanto maior o número de elétrons na última camada, maior será a atração núcleo-eletrosfera, menor será o raio atômico e, portanto mais energia será necessário para retirar elétrons da camada de valência. (Figura 2) Figura 2 – Energia de Ionização dos Elementos Químicos. As Tabelas 2 e 3 mostram as energias de ionizações dos elementos do 2º período da Tabela. Tabela 2–Elementos do 2º Período da Tabela Periódica. ELEMENTO E.I. (E-V) E.I. (kcal.mol -1) E.I. (kJ.mol-1) Li 5,4 124 520 Be 9,3 215 899 B 8,3 191 801 C 11,3 260 1086 N 14,5 336 1402 O 13,6 314 1314 F 17,4 402 1681 Ne 21,6 498 2081 32 Tabela 3 – Energias de Ionização dos elementos do 2º Período da Tabela. Elemento Carga Nuclear Configuração eletrônica E.I.(kJ.mol-1) Li +3 1s2 2s1 2p0 520 Be +4 1s2 2s2 2p0 899 B +5 1s2 2s2 2p1 801 C +6 1s2 2s2 2p2 1086 N +7 1s2 2s2 2p3 1402 O +8 1s2 2s2 2p4 1314 F +9 1s2 2s2 2p5 1681 Ne +10 1s2 2s2 2p6 2081 AFINIDADE ELETRÔNICA OU ELETROAFINIDADE É a quantidade mínima de energia, ∆H, envolvida no processo em que um átomo isolado gasoso, em seu estado fundamental, recebe um elétron, transformando-o em um íon negativo (ânion). A Tabela 4 mostra a afinidade eletrônica do grupo 17 ou 7A. Ex.: Cl + 1e- Cl- + E ∆H = - 348 kJ.mol-1 OBS.: O sinal (-) se refere a energia liberada (exotérmica). Tabela 4 – Afinidade Eletrônica dos Elementos do Grupo 17. Elemento Carga Nuclear Configuração eletrônica A.E. (kJ.mol-1) F +9 1s2 2s2 2p5 - 333,0 Cl +17 [Ne] 3s2 3p5 -348,0 Br +35 [Ar] 4s2 4p5 -324,0 I +53 [Kr] 5s2 5p5 -256,0 33 A afinidade eletrônica refere-se à facilidade de um elemento isolado captar um elétron, enquanto a eletronegatividade representa a habilidade relativa de um átomo, numa molécula, atrair elétrons. (Figura 3) Figura 3 – Afinidade Eletrônica nas famílias e períodos da Tabela Periódica. ELETRONEGATIVIDADE – CARATER NÃO METÁLICO É a medida da atração exercida sobre os elétrons envolvidos em uma ligação química ou é a tendência de um átomo atrair elétrons para si numa ligação covalente. Têm sido propostos diversos procedimentos para quantificar a eletronegatividade dos elementos químicos. O conceito de eletronegatividade foi originalmente idealizado por L. Pauling para explicar as diferentes energias de ligações observadas para diferentes moléculas. OBS.: Geralmente ligações entre átomos que possuem eletronegatividades diferentes tendem a ser mais fortes que as ligações entre átomos com mesma eletronegatividade. Linnus Pauling atribuiu o valor máximo de eletronegatividade ao FLÚOR – 4,0. NOS PERÍODOS: Quanto mais próximos um elemento está do grupo dos gases nobres, maior será sua capacidade de atrair elétrons. NAS FAMÍLIAS: Quanto maior o número de níveis energéticos, os elétrons ficam mais afastados do núcleo e, portanto a eletronegatividade será menor. (Figura 4) 34 A Tabela 5 mostra a comparação entre os valores obtidos por Linnus Pauling e o método AVEE. FILA DE ELETRONEGATIVIDADE Tabela 5 – Elementos químicos do 2º período da tabela periódica. F O N Cl Br S C I P H L.Pauling 4,0 3,5 3,0 3,0 2,8 2,6 2,5 2,4 2,3 2,3 AVEE 4,19 3,61 3,07 2,87 2,69 2,59 2,54 2,36 2,25 2,3 AVEE: Average Valence Electron Energy – Nova escala, foi recentemente proposta nas E.N. das ligações, obtida por espectroscopia fotoelétrica. Figura 4 - Aumento da eletronegatividade nas famílias e nos períodos da tabela. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES SOBRE TABELA PERIÓDICA E PROPRIEDADES PERIÓDICAS 1. Seja o subnível da camada de valência P, dar: ↓ a) O conjunto dos quatro números quânticos do elétron assinalado; b) A configuração eletrônica em subníveis e níveis para o elemento; c) O número atômico deste elemento químico; d) A família e o período que ele pertence na tabela periódica; 35 2. Considere as seguintes configurações dos átomos neutros, normais: A - 1s2 2s1 B - 1s2 2s2 2p5 C - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 D - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d3 E - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s1 F - 1s2 2s2 2p6 3s2 G - 1s2 Responda as questões abaixo, justificando cada uma. I) Indique os elementos de maior e menor raio atômico da tabela periódica. II) Compare o tamanho dos íons B-1, F2+, A1+. Coloque em ordem crescente de tamanho. III) Indique os elementos que apresentam a maior e a menor energia de ionização. IV) Qual dos elementos é o mais eletronegativo da tabela periódica? V) Diga a família dos átomosA, B, C, D, E, F e G. 3. Dada a representação abaixo: a) Indique os quatro números quânticos do elétron assinalado, que está localizado no nível N: ↓ n = ; l = ; m = ; s = b) Qual é o número atômico deste elemento sabendo-se que ele é neutro? Z = c) Qual a família e o período que este elemento pertence? d) Este elemento tem característica de cátion ou ânion? Qual sua carga mais provável? 4. Aliste as seguintes partículas em ordem de dimensão decrescente: 19K +, 18Ar, 16S -2, 17Cl -1 e 20Ca +2. 5. Compare e explique as diferenças nas dimensões entre os seguintes grupos de partículas: a) Fe+2 e Fe+3 b) Cu, Cu+1 e Cu+2 6. As 1a energias de ionização (E.I.) do Cu é 744,04 kJ.mol-1 e a 2a energia de ionização como esperado é maior 1.956,24 kJ.mol-1. Com base na configuração eletrônica do Cu, Cu+ e Cu2+, explique porque a 2a E.I é tantas vezes maior (2,5 vezes) que a 1a E.I. 7. A 1a (E1), 2 a (E2), 3 a (E3),......En energias de ionização de um elemento químico do 3o período da tabela periódica valem em kJ.mol-1, respectivamente: E1 = 577; E2 = 1816; E3 = 2745; E4 = 11493; E5 = 15033; E6 = 18372. Calcule o número atômico, dê a família e o nome do elemento químico. Justifique. 8. Após a remoção de um elétron, podem-se retirar elétrons adicionais do íon positivo formado, desde que seja fornecida mais energia. Para o átomo de Ca, as energias necessárias para as três primeiras etapas de ionização são: 589,9 kJ.mol-1; 1145,5 kJ.mol-1; 4912,4 kJ.mol-1. a) Por que a 2a etapa requer mais energia que a 1a? b) Por que a 3a etapa requer uma quantidade de energia muito maior que a 2a? 36 9. Num computador foram armazenados dados sobre os elementos químicos. Ele foi alimentado com um programa que continha vírus e modificou o programa original, em resposta, imprimiu a tabela: I II III IV V Símbolo do Elemento Nox Eletronegatividade Raio Atômico (Aº) Energia Ionização (kJ/mol) Ba +2 4,0 2,22 502,9 Ca +2 2,5 1,97 589,8 Ni +2 e +3 1,8 1,24 736,9 C +4 a -4 1,0 0,91 1086,4 F -1 0,7 0,71 1681,1 Sabe-se que o vírus causou a inversão total de apenas uma das colunas da tabela. Qual a coluna que houve inversão? Justificar a resposta. 10. A variação da energia de ionização dos elementos do 2º período se dá, segundo a tabela: Elemento químico Li Be B C N O F Ne Carga nuclear +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10 Energia de Ionização (KJ/mol) 520 899 801 1086 1402 1314 1681 2081 a) Como se explica a variação da energia de ionização dos elementos Be e B e entre N e O ? Justifique sua resposta. b) Explique como varia o raio atômico dos elementos acima. Justifique. 37 CÁTIONS – ÍONS POSITIVOS Valência I Valência II Valência III Valência IV Valência V H+ Hidrogênio Be2+ Berílio Bi3+ Bismuto Sn4+ Estanho IV As5+ Arsênio V Li+ Lítio Mg2+ Magnésio Al 3+ Alumínio Pb4+ Chumbo IV Sb5+ Antimônio V Na+ Sódio Ca2+ Cálcio Fe3+ Ferro III Mn4+ Manganês IV K+ Potássio Sr2+ Estrôncio Co3+ Cobalto III Pt4+ Platina IV Rb+ Rubídio Ba2+ Bário Ni3+ Níquel III Si4+ Silício Cs+ Césio Ra2+ Rádio Cr3+ Crômio III Fr+ Frâncio Zn2+ Zinco Au3+ Ouro III Au+ Ouro I Cd2+ Cádmio As3+ Arsênio III Ag+ Prata Fe2+ Ferro II Sb3+ Antimônio III Cu+ Cobre I Co2+ Cobalto II Hg+ Mercúrio I Ni2+ Níquel II Cr2+ Crômio II Cu2+ Cobre II Hg2+ Mercúrio II Sn2+ Estanho II Pb2+ Chumbo II Mn2+ Manganês II Pt2+ Platina II 38 ÂNIONS – ÍONS NEGATIVOS Valência I Valência II Valência III F - Fluoreto H2PO2 - Hipofosfito S2- Sulfeto P3- Fosfeto Cl - Cloreto PO3 - Metafosfato SO4 2- Sulfato PO4 3- (Orto) Fosfato ClO - Hipoclorito SCN - Sulfocianato SO3 2- Sulfito BO3 3- Borato ClO2 - Clorito CN- Cianeto S2O3 2- Tiossulfato Fe(CN)6 3- Ferricianeto ClO3 - Clorato CNO - Cianato S2O7 2- Pirossulfato AsO3 3- Arsenito ClO4 - Perclorato OCN - Isocianato S2O8 2- Persulfato ASS3 3- Sulfoarsenito Br - Brometo CNS - Tiocianato S2O4 2- Hipossulfito ASO4 3- Arseniato BrO - Hipobromito H3C C00 - Acetato S2O6 2- Hipossulfato ASS4 3- Sulfoarseniato BrO3 - Bromato AlO2 - Aluminato CO3 2- Carbonato SbO3 3- Antimonito IO - Hipoiodito MnO4 - Permanganato C2O4 2- Oxalato SbO4 3- Antimoniato IO3 - Iodato H - Hidreto CrO4 2- Cromato SbS3 3- Sulfoantimonito IO4 - Periodato OH - Hidróxido Cr2O7 2- Dicromato SbS4 3- Sulfoantimoniato NO2 - Nitrito O2 2- Peróxido MnO4 2- Manganato Valência IV NO3 - Nitrato SiO3 2- Metassilicato P2O7 4 - Pirofosfato HSO4 - Bissulfato MoO4 2- Molibdato Fe(CN)6 4 - Ferrocianeto HSO3 - Bissulfito HPO3 2- Fosfito Sb2O7 4 - Piroantimoniato HS - Bissulfeto SnO3 2- Estanito SiO4 4 - (Orto) Silicato HCO3 - Bicarbonato SnO2 2- Estanato SnS2- SuIfoestanato ZnO2 2- Zincato O2- Óxido 39 LIGAÇÕES QUÍMICAS Um dos aspectos mais intrigantes da química é o estudo das forças que agem entre os átomos. As mais fortes destas forças, denominadas ligações químicas, são as forças que unem átomos formando moléculas, agrupamento de átomos ou sólidos iônicos. É uma propriedade que quase todos os átomos possuem é a capacidade de se combinar com outros átomos para produzir espécies mais complexas, através das forças que agem entre os átomos que os mantém unidos. A maneira pela quais os átomos formam essas ligações está relacionada com suas estruturas eletrônicas. Quando os átomos interagem para formar uma ligação, apenas suas porções mais externas entram em contato. Para ressaltar a camada mais externa (também chamada de valência) de elétrons, usamos um tipo especial de notação chamada de símbolos de Lewis (LEWIS, G, 1845-1946) (Tabela 6). Tabela 6 – Elementos representativos e a estrutura de Lewis. GRUPO ELÉTRONS DE VALÊNCIA ESTRUTURA DE LEWIS OBSERVAÇÕES 1 1 X • Cede elétron 2 2 X•• Geralmente cede elétron 13 3 •X•• Idem 14 4 ••X•• Cede ou Recebe elétron 15 5 ••X••• Recebe elétron 16 6 •••X••• Recebe elétron 17 7 ••••X•••• Recebe elétron Obs.: Os gases nobres não reagem, pois já estão estáveis com 2 ou 8 elétrons. Valência: é a capacidade de um átomo formar ligações. 40 Os compostos iônicos incluem sais, óxidos, hidróxidos e a maioria dos compostos inorgânicos. Os sólidos iônicos são mantidos pela força de atração eletrostática entre os cátions e os ânions. A ligação iônica ocorre entre elementos que possuem baixa energia de ionização (geralmente metais), isto é, necessitam de pouca energia para remover o elétron da última camada transformando-o em cátion com elementos que possuem alta eletronegatividade (geralmente não-metais) que possuem a tendência de receber elétrons, transformando-o em ânion. (Figura 5 e Tabela 7). A ligação iônica resulta da atração entre os íons com cargas opostas. A formação de uma substância iônica é, por exemplo, a reação entre os átomos de lítio e flúor. Li 1s2 2s2 e F 1s2 2s2 2p5 Quando reagem, o átomo de lítio perde o elétron de sua subcamada 2s e tornar-se Li+, assumindo, assim, uma configuração eletrônica idêntica à do gás nobre hélio. Li(1s22s2) Li+(1s2) + 1e- O elétron perdido pelo átomo de lítio é recebido pelo átomo de flúor, que passa a íon fluoreto, F-. Esse íon passa a ter a configuração idêntica ao gás nobre neônio. F(1s22s22p5) + 1e-F-(1s22s22p6) 41 LIGAÇÃO IÔNICA OU ELETROVALENTE Figura 5 – Eletronegatividade segundo Lewis. Tabela 7 – Porcentagem (%) de carater iônico em uma ligação simples. Diferença de Eletrone- gatividade 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 % de Caráter Iônico 0,5 1 2 4 6 9 12 15 19 22 26 30 34 39 43 47 Diferença de Eletrone- gatividade 1,7 1,8 1,9 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8 2,9 3,0 3,1 3,2 % de Caráter Iônico 51 55 59 63 67 70 74 76 79 82 84 86 88 89 91 92 42 Uma vez formado, os íons Li+ e F-, atraem-se um pelo outro, devido as suas cargas opostas. Esta atração constitui a ligação iônica. Quando uma reação entre o lítio e o flúor ocorre, ela envolve um enorme número de átomos, e igualmente, um enorme número de íons é formado. Esses íons agregam-se para formar o sólido iônico LiF. No cristal LiF, cada cátion (Li+) é cercado e igualmente atraído por seis ânions (F-) e cada ânion é igualmente atraído pelos seis cátions que o cercam. O que causa a formação de uma ligação iônica é o decréscimo de energia das partículas que se liga para formar o composto. Associa-se o decréscimo de energia de um sistema a um aumento em sua estabilidade. LIGAÇÃO COVALENTE OU MOLECULAR É a ligação que se faz entre átomos com tendência a receber o par de elétrons, através do compartilhamento de pares eletrônicos. Na ligação covalente o par é sempre formado por um elétron de cada átomo participante da ligação, isto é, nenhum átomo cede nem recebe elétrons. Esta ligação surge quando o par de elétrons de spins opostos torna-se comuns aos átomos que se ligam. Consideram-se dois átomos de H para formar H2 H tende a receber 1 elétron para se estabilizar. Uma forma que ambos adquirem estabilidade é através do compartilhamento do par de elétrons. H• e H• formando H •• H Assim, 1. Os dois átomos de H estão com configuração do gás nobre He (estável); 2. O par de elétrons é chamado de ligação covalente, pertence aos dois átomos; 3. Existe vinculo material prendendo os átomos através do par de elétrons; 4. A molécula é eletricamente neutra. Obs.: A notação eletrônica de G. Lewis é escrever o símbolo do elemento indicando o número de elétrons da camada de valência. A ELETRONEGATIVIDADE NA LIGAÇÃO COVALENTE Quando dois átomos iguais (com a mesma eletronegatividade) se unem, o par de elétrons que constituem a ligação fica distribuído simetricamente na molécula. H : H O par de elétrons da ligação covalente está sendo atraído com a praticamente a mesma força pelos dois átomos de H, por esse motivo, dizemos que a distribuição de cargas elétricas nesse conjunto é simétrica, isto é, a distância dos elétrons ao núcleo em cada átomo é a mesma. Mas nem sempre a distribuição de elétrons é 43 “honesta” em algumas ligações, como HCl, o par de elétrons, forma ligação covalente, embora pertença aos dois átomos, está submetido a uma atração maior por parte do cloro. H : Cl Diz-se neste caso que o cloro é mais eletronegativo que o hidrogênio. Este fenômeno sempre irá ocorrer quando a ligação covalente for estabelecida entre átomos com eletronegatividades diferentes. Neste caso temos uma ligação covalente polar. O termo polar deve-se a formação de pólos + e – na ligação química. Hδ+ ...... Clδ- Dipolo elétrico A letra δ (delta) representa a fração de carga. Quando a ligação covalente se estabelecer entre átomos de mesma eletronegatividade, recebe o nome de ligação apolar. F , O, N, Cl, Br, S, I, C, ...... P, H, B, Al, Mg, Ca, Sr, Li, Na, Ba, Ra, K, Rb, Cs, Fr 4,0 ; 3,5; 3,0; 2,8; 2,5; 2,1; 2,0; 1,5; 1,2; 1,0; 0,9; 0,8; 0,7 Obs.: A ligação iônica surge quando a diferença entre eletronegatividades é muito grande entre os átomos. É um caso de polarização excessiva. Ligação iônica quando se tem diferença maior que 1,9 e Ligação covalente quanto se tem diferença menor que 1,9. Na prática moléculas simétricas são apolares e assimétricas são polares. LIGAÇÃO COVALENTE COORDENADA É a união entre átomos que é estabelecida por meio de pares de elétrons, porém de modo que o par seja “cedido” apenas por um dos átomos. É aquela que compartilha o par de elétrons, sendo estes provenientes de um dos átomos. O par de elétrons após a ligação coordenada pertence ao conjunto. Obs.: Não confunda ligação covalente coordenada com ligação iônica, pois na ligação coordenada não há doação de elétrons. 44 REQUESITOS PRÁTICOS PARA CONSTRUIR FÓRMULAS ELETRÔNICAS E ESTRUTURAIS 1. Verificar o número de elétrons na camada de valência de todos os átomos participantes da ligação. A seguir faça as ligações covalentes normais possíveis; 2. Construir as ligações covalentes normais até que o átomo central fique com oito elétrons; 3. Ligar os átomos restantes ao átomo central por ligações coordenadas; 4. Não existe dupla ou tripla coordenada entre dois átomos; 5. Geralmente a coordenada aparece entre átomos de elementos diferentes. Ex. SO2 (gás sulfuroso); H2SO3 (ácido sulfuroso) SO3 (gás sulfúrico); H2SO4 (ácido sulfúrico) LIGAÇÕES METÁLICAS Os metais apresentam algumas propriedades completamente diferentes daquelas apresentadas por outras substâncias. A maioria dos metais é sólida à temperatura ambiente (25ºC), com exceção do Hg, que é líquido e tem brilho característico que é chamado de aspecto metálico, de cor prateada, à exceção do Cu que é avermelhado e o Au que é dourado. A maior parte dos metais são bons condutores de calor e eletricidade, tanto no estado sólido como no líquido. Através de raios-X pode-se observar que os retículos cristalinos dos metais sólidos consistem em agrupamento de cátions, rodeados por um “mar de elétrons”. Esses elétrons são provenientes da camada de valência dos respectivos átomos e não são atraídos por nenhum núcleo em particular, eles estão deslocalizados. Esses elétrons ocupam o retículo cristalino do metal por inteiro e a liberdade que têm de se moverem através do cristal é responsável pelas características dos metais. As forças de atração entre os elétrons livres e os cátions determinam a forma rígida e cristalina dos metais. Veja quais elétrons estão deslocalizados e, consequentemente, são suscetíveis de mobilização nos exemplos a seguir: 11Na [Ne] 1s 1 26Fe [Ar] 3d 6 4s2 47Ag [Kr] 4d 10 5s1 Observam-se nesses exemplos que os elétrons são facilmente removíveis. Desta forma, o retículo cristalino seria formado por íons positivos (cátions) rodeados por uma nuvem de elétrons que provém da mobilidade dos elétrons deslocalizados (modelo da nuvem eletrônica ou modelo do mar de elétrons). 45 PROPRIEDADES FÍSICAS DOS METAIS - PONTOS DE FUSÃO E EBULIÇÃO ELEVADOS: Como os metais estão na forma iônica é de se supor que quanto maior a carga dos íons, maior será a energia necessária para romper a estrutura, consequentemente maior o P.F. e P.E. - CONDUÇÃO DE ELETRICIDADE E CALOR: Quando submetidos a uma ddp, os elétrons móveis da nuvem eletrônica passam ter movimento ordenado, formando um fluxo, que recebe o nome de corrente elétrica. Esta passagem provoca aumento de temperatura, pois os elétrons chocam contra os íons positivos dando-lhes mais energia. Observa-se que quanto maior a temperatura dificulta a condução de corrente elétrica, pois gera mais vibração dos íons positivos, dificultando o fluxo de elétrons. - DUCTIBILIDADE E MALEABILIDADE: Quando os íons do retículo cristalino sofrem a ação de uma pressão qualquer, eles podem deslocar-se uns sobre os outros, formando novas formasdentro do arranjo cristalino. Exemplo de metais dúcteis: Ouro e Cobre - metais fáceis de serem transformados em fios. Exemplo de metais maleáveis, ou seja, fácil de transformar em lâminas: Ouro, Alumínio, Prata, etc.. FORMAÇÃO DE LIGAS METÁLICAS Materiais com propriedades metálicas que contêm dois ou mais elementos, sendo que pelo menos um deles é metal. As propriedades de uma liga geralmente são diferentes dos seus elementos constituintes. (Tabela 8) Exemplos: - AUMENTO DA DUREZA: Liga de ouro de joalheria (Au, Ag e Cu); - AUMENTO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA: Aço ( Fe e C ). - DIMINUIÇÃO DO P.F.: Liga de metal fusível (Bi, Pb, Sn e Cd); 46 Tabela 8 – Composição de Ligas Metálicas e suas Aplicações. Liga Metálica Composição Aplicações Amálgama dental (Hg 50% + Ag 50%) Obturações dentárias Aço (Fe ~ 98,5% + C(0,5 a 1,7%) traços Si, S e P Empregado nas mais diversas ligas destinadas a diferentes aplicações. Aço Inoxidável Aço 74% + Cr 18% + Ni 8%) Talheres, Utensílio de cozinha, Peças de carro, Brocas. Bronze Comum (Cu 90% + Sn 10%) Sinos, Moedas, Estátuas. Latão Amarelo (Cu 67% + Zn 33%) Tubos, Radiadores, Armas, Cartuchos, Torneiras. Solda Elétrica (Pb 67% + Sn 33%) Solda usada por funileiros e eletricistas. Ouro 18 quilates (Au 75% + Ag 12,5% + Cu 12,5%) Joalheria, próteses, circuitos eletrônicos de alto desempenho. Liga Wood (Bi 50% + Pb 27% + Sn 13% + Cd 10%) Usada em fusíveis para instalações elétricas. Baixa fusibilidade, PF - 68oC. EXERCÍCIOS SOBRE LIGAÇÕES QUÍMICAS 1. Explique as diferenças existentes entre uma ligação iônica e uma ligação covalente. 2. O composto Cl2O e iônico ou molecular? Por quê? 3. O número atômico de um elemento X é 29 e o de outro elemento Y é 16: a) Dar a configuração eletrônica de cada um deles. b) Identificar o metal e o não metal. c) Escreva as fórmulas eletrônica e empírica do composto. 4. Escreva as fórmulas eletrônicas, iônicas e empíricas dos compostos obtidos entre os seguintes elementos: a) K (Z=19) e S (Z=16) b) Mg (Z=12) e Cl (Z=17) c) Ca (Z=20) e N (Z=7) d) Al (Z=13) e Se (Z=34) 47 5. I) Mostre, pela representação de Lewis, as ligações entre os elementos mencionados em cada item abaixo: a) 20Ca e 17Cl b) 37Rb e 8O c) 19K e 1H d) 38Sr e 7N e) 13Al e 8O II) Escreva o íon-fórmula de cada um dos compostos acima. III) Qual a carga adquirida pelos cátions e ânions no exercício acima? 6. Complete o quadro abaixo com as fórmulas das substâncias que podem ser obtidas pelos cátions e ânions indicados (veja os dois exemplos citados): K+ Sr2+ Al3+ Ba2+ H1+ Br1- SrBr2 PO4 3- SO3 2- OH1- O2- S2- 7. Faça as fórmulas eletrônicas dos compostos formados pelos elementos: a) bromo e rubídio e) cloro e alumínio b) sódio e oxigênio f) enxofre e césio c) flúor e magnésio g) cloro e rádio d) nitrogênio e alumínio h) hidrogênio e cálcio 8. Escreva as fórmulas iônicas dos compostos obtidos pelos elementos abaixo e escreva também as respectivas reações de síntese: a) flúor e alumínio e) selênio e sódio b) bário e hidrogênio f) lítio e enxofre c) cálcio e enxofre g) fósforo e magnésio d) cloro e lítio h) potássio e fósforo 48 9. O gráfico a seguir mostra a variação de energia na formação do hidrogênio gasoso, em função da distância d entre os núcleos. Responda as seguintes questões: a) Em qual ponto os átomos estão isolados? b) Onde os átomos já podem sofrer atração? c) Em que ponto ocorre um equilíbrio entre todas as forças de atração e repulsão? d) Lembrando que quanto menor a energia, maior a estabilidade do sistema, qual o ponto de maior estabilidade? e) Em que ponto ocorreu à ligação covalente? f) No ponto 4 os átomos estão mais próximos do que no estado de equilíbrio. Quais as forças que prevalecem neste ponto? 10. Faça as fórmulas eletrônicas, estruturais e moleculares dos compostos obtidos pelos elementos abaixo: a) hidrogênio e fósforo g) cloro e enxofre b) bromo e iodo h) bromo e nitrogênio c) iodo e nitrogênio i) flúor e oxigênio d) flúor e boro j) flúor e nitrogênio e) hidrogênio e selênio l) cloro e carbono f) carbono e enxofre m) oxigênio e bromo 11. Faça as fórmulas moleculares dos compostos obtidos pelos elementos abaixo e escreva a respectiva reação de síntese: a) cloro e fósforo e) fósforo e bromo b) iodo e hidrogênio f) flúor e hidrogênio c) hidrogênio e enxofre g) boro e flúor d) oxigênio e carbono h) flúor e carbono 49 12. Escreva as fórmulas eletrônicas e estruturais planas dos seguintes óxidos: a) I2O7 b) N2O5 c) Cl2O7 d) SO3 e) B2O3 f) I2O5 13. Escrever as fórmulas eletrônica e estrutural plana dos seguintes compostos: a) CH4 b) H2S c) HI d) HCN e) CO2 f) HNO3 g) HClO4 h) H2SO4 i) H3PO4 j) H3PO3 k) H3PO2 l) KIO3 m) H4P2O7 n) KNO3 o) Na2SO4 14. Faça as fórmulas estruturais espaciais e indique por δ+ e δ- as polarizações das ligações nos seguintes compostos: a) HI b) H2S c) PBr3 d) CO2 e) CH4 f) BCl3 15. Dadas as ligações: H - Cl; H - I; H - O; H - H; H - Br; H - N; H - F Coloque-as em ordem crescente de polaridade. 16. Faça as estruturas espaciais das substâncias abaixo, indicando os momentos dipolares das ligações: a) PBr3 b) BCl3 c) CO2 d) Br2O e) CF4 f) OF2 FORMA GEOMÉTRICA (VSEPR) E POLARIDADE DA MOLÉCULA E NOX GEOMETRIA MOLECULAR É o estudo de como os átomos estão distribuídos espacialmente em uma molécula. Esta pode assumir várias formas geométricas, dependendo dos átomos que a compõem. As principais classificações são linear, angular, trigonal plana, piramidal e tetraédrica. Para se determinar a geometria de uma molécula, é preciso conhecer a teoria da repulsão dos pares eletrônicos da camada de valência. Teoria da repulsão dos pares eletrônicos (VSEPR) VSEPR (Valence Shell electron-pair repulsion theory) Tradução: Teoria da repulsão dos pares eletrônicos da camada de valência. 50 Este método visa determinar a orientação mais estável dos pares eletrônicos ao redor do átomo central numa molécula e a partir disto, determinar a geometria da molécula. Baseia-se na idéia de que pares eletrônicos da camada de valência de um átomo central estejam fazendo ligação química ou não, eles se comportam como nuvens eletrônicas que se repelem, ficando com a maior distância angular possível uns dos outros. Uma nuvem eletrônica pode ser representada por uma ligação simples, dupla, tripla ou mesmo por um par de elétrons que não estão a fazer ligação química. Essa teoria funciona bem para moléculas do tipo AXnE , em que A é o átomo central, X é chamado elemento ligante e E representa o par de elétrons solitários de A. De acordo com essa teoria, os pares de elétrons da camada de valência do átomo central (A) se repelem, produzindo o formato da molécula. Assim, se houver 2 nuvens eletrônicas ao redor de um átomo central, a maior distância angular que elas podem assumir é 180o. No caso de três nuvens, 120o, sendo que é de extrema importância analisar se a ligação é covalente ou iônica. REGRAS PARA CONSTRUÇÃO DA FORMA GEOMÉTRICA 1. A energia total deve ser mínima entre o Átomo Central (A) e os Ligantes (X); 2. A repulsão entre pares de elétrons depende dos pares eletrônicos estarem compartilhados ou não: I. Se tiverem com dois pares compartilhados, a repulsão é mais fraca; II. Se tiverem um par solitário e um ou dois pares compartilhados, a repulsão é intermediária; III. Se tiverem dois pares solitários, a repulsão é mais forte. 3. As forças repulsivasdecrescem bruscamente com o aumento do ângulo entre pares. Fortes: ângulo de 90º; Fracas: ângulo de 120º; Extremamente fracas: ângulo de 180º. NÚMERO ESTÉRICO É o número total de pares eletrônicos solitários e compartilhados ao redor do átomo. No estérico = Aligados + Esolitários 51 Obs.: Se houver ligações múltiplas, o número estérico de um átomo é definido como a soma do número de átomos ligados a ele mais o número de pares solitários. Tipos de Geometria Molecular Linear: Ocorre em toda molécula diotômica ou em toda molécula em que o átomo central possui no máximo duas nuvens eletrônicas em sua camada de valência. Exemplo: Ácido Clorídrico (HCl) e gás carbônico (CO2). Angular: Ocorre quando o átomo central tem três ou quatro nuvens eletrônicas em sua camada de valência. No caso de três, duas devem estar fazendo ligações químicas e uma não, formando um ângulo de 120o entre os átomos ligantes. Quando há quatro nuvens, duas devem fazer ligações químicas e duas não, formando um ângulo de 104° 34' (104,45°) entre os átomos. Exemplo: H2O. POLARIDADE Pares de elétrons não ligantes como outros "H" ligados ao oxigênio, a repulsão chega a um valor 104°5'. O ângulo é um pouco menor do que configuração tetraédrica do gás metano (109°28"), devido ao fato da repulsão de elétrons livres ser maior que a repulsão de elétrons estabelecendo uma ligação com outro átomo. Polarização das Moléculas A Polarização pode ser definida através da eletronegatividade dos átomos ligados ou do cálculo da somatória vetorial entre os ligantes e o átomo central. I. Eletronegatividade: Moléculas Apolares: ocorre geralmente quando se têm átomos com eletronegatividades iguais. 52 Moléculas Polares: ocorre quando se têm átomos com eletronegatividades diferentes. II. Somatória Vetorial 1. Quando a somatória vetorial dos momentos dipolares for igual a zero, temos simetria elétrica e geométrica. Portanto a molécula é Apolar (µR=0). 2. Quando a somatória vetorial dos momentos dipolares for diferente de zero, não temos simetria elétrica e geométrica. Portanto a molécula é Polar. (µR ≠0). Obs: Momento dipolar (µ) é a grandeza vetorial que mede a polaridade da molécula. Representação do Diagrama de Energia da Molécula de Água e a Soma Vetorial Na molécula de água observa-se a presença de dois pares de elétrons não ligantes ou livres, responsáveis pela forma angular da água. Sendo assim, caso haja a soma dos vetores das ligações, verifica-se que a molécula é polar, ou seja, a resultante da soma dos vetores é diferente de zero. Figura 1–Representação do diagrama de energia com o par de elétrons livres do oxigênio. Usa-se a soma dos vetores µ para sabermos se uma dada molécula é polar ou apolar. Trigonal plana: Ocorre somente quando o átomo central tem três nuvens eletrônicas em sua camada de valência. Estas devem fazer ligações químicas, formando um ângulo de 120o entre os átomos ligados ao átomo central. Exemplo: BF3, BH3 Obs.: No caso das nuvens eletrônicas for de ligações químicas e uma de elétrons não ligantes a geometria é angular e o ângulo é de 120º. 53 Piramidal: Ocorre quando há quatro nuvens eletrônicas na camada de valência do átomo central, sendo que três fazem ligações químicas e uma não. Os três átomos ligados ao átomo central não ficam no mesmo plano. O ângulo é de 107°. Exemplo: amônia, NH3. Tetraédrica: Ocorre quando há quatro nuvens eletrônicas na camada de valência do átomo central e todas fazem ligações químicas. O átomo central assume o centro de um tetraedro regular. Ângulo de 109º 28‘. Exemplo CH4 (metano). Bipiramidal: Ocorre quando há cinco nuvens eletrônicas na camada de valência do átomo central, todas fazendo ligação química. O átomo central assume o centro de uma bipirâmide trigonal, sólido formado pela união de dois tetraedros por uma face comum. Exemplo PCl5. Os ângulos entre as ligações são 120o e 90o. Octaédrica: Ocorre quando há seis nuvens eletrônicas na camada de valência do átomo central e todas fazem ligações químicas formando ângulos de 90o e 180o. Exemplo: SF6 54 EXERCÍCIOS 1. Faça as estruturas espaciais de Lewis das substâncias abaixo, indicando os momentos dipolares das ligações e das moléculas: a) PBr3 b) BCl3 c) CO2 d) Br2O e) CF4 f) OF2 2. Dadas às substâncias abaixo, utilize as estruturas de Lewis e a teoria de VSEPR, diga qual a forma geométrica de suas moléculas, se são polares ou apolares e os ângulos de ligação existentes em cada caso: a) CCl4 b) H2 c) SF4 d) CS2 e) SOCl2 f) NH3 g) PCl3 h) Br2 i) CO j) H2S l) CH2Cl2 m) BF3 n) CHCl3 o)NO2F p) PF5 q) CO32- 3. Construir a fórmula eletrônica do tetracloreto de carbono CCl4. Imagine agora que, para cada ligação química no CCl4 o par eletrônico seja cedido para o átomo mais eletronegativo. Assim o átomo de carbono adquire uma carga igual a .........., e cada átomo de cloro adquire uma carga formal igual a ......... Logo o Nox do carbono é igual a ......... e o cloro o Nox é igual a ........ . 4. Dar o número de oxidação de cada elemento químico nas seguintes moléculas: O2 ; S8 ; H2 ; P4 ; F2 5. Construir as fórmulas eletrônicas dos seguintes compostos e radicais, determinando o número de oxidação de cada átomo que neles comparece: a) H3PO4 b) H3PO2 c) NaNO3 d) LiH e) MgO2 f) Ba(ClO4)2 g) OF2 h) NaHSO4 i) CH2O j) K2O2 k) SO3 2- l) H3AsO4 m) BrO3 1- n) MnO4 2- o) Ca2+ p) NH4 1+ 6. Aplicando as regras práticas, dar o Nox de cada elemento químico em: a) Cr2O7 2- b) NO2 1- c) H2S2O3 d) Na2O2 e) K2MnO4 f) MgO g) H4P2O7 h) C4H10 i) Na2P2O7 j) HPO3 2- l) Ca3(BO3)2 m) NaH n) CaO2 o) PuO2 2+ p) NH4 1+ q) CaSnO2 r) Cd(NO3)2 s) HgI4 2- 7. Qual das seguintes espécies F1-, BrO1-, ClO3 1-, ClO4 1-, apresenta o átomo de halogênio com maior número de oxidação? 8. Dar o número de oxidação de cada átomo de carbono nos compostos: 55 OHCH2CH3 CH3 C O H CH3 CH2 Cl CH3CH3 C O (a) (b) (c) (d) INTERAÇÕES INTERMOLECULARES O assunto Interações Intermoleculares é de grande importância em qualquer área da química. O objetivo do estudo das Interações Intermoleculares é investigar o que mantém as moléculas unidas nos estados líquido e sólido assim como observar quais são as forças responsáveis pela existência dos três estados físicos da matéria. O aluno deverá: - Saber distinguir quando as moléculas estão ligadas pelas forças de van der Waals, pelas interações dipolo-dipolo, pelas interações dipolo-dipolo permanente, pelas forças de London ou pelas ligações do hidrogênio. - Saber quais são as conseqüências destas interações, em compostos iônicos e/ou covalentes. - Saber porque alguns compostos com menores massas moleculares possuem maiores pontos de fusão e ebulição. Nos compostos iônicos, os íons (+) cátions e (-) ânions, estão agregados por forças de coesão muito intensas, de caráter elétrico, são responsáveis pela natureza sólida e pelos altos pontos de fusão e ebulição que caracterizam os compostos iônicos, também chamados de retículos iônicos. Já nos compostos moleculares, as forças de coesão aparecem nos três estados físicos da matéria, uma vez que existe uma diferença de intensidade nas interações entre as moléculas. No estado gasoso as moléculas se encontram bastante separadas, movimentando-se com grande liberdade, indicando que não existem interações entre essas moléculas. No estado líquido elas se encontram mais próximas e unidas, movimentando-se com menor liberdade, indicando que ocorre uma interação entre as moléculas. No estado sólido já temos moléculas bem organizadas e ainda mais próximas com movimento muito restringido, isto indica que a interação é muito grande. Para ocorrer mudança de estado
Compartilhar