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Capítulo Refletindo sobre os tópicosTópicos do capítulo • Em que tipos de construção os metais podem ser usados? • Em que se assemelham a grafite e o diamante? • Por que a água e a gasolina não se misturam? • Calças jeans descorando. Cabelos sendo descoloridos. Qual a relação? • Como alguns insetos conseguem andar sobre a água? • Qual a diferença entre o aço comum e o aço inoxidável? Ligações químicas e geometria molecular6 1 Introdução 2 Ligação iônica, eletrovalente ou heteropolar 3 Ligação covalente, molecular ou homopolar 4 Ligação metálica 5 Geometria molecular 6 Eletronegatividade/polaridade das ligações e das moléculas 7 Oxirredução 8 Forças (ou ligações) intermoleculares Leitura – Ligas metálicas R O G É R IO R E IS / P U LS A R Em 2004, os preços mundiais médios de venda de alumínio, em forma de minério, semimanufaturado e manufaturado, eram em dólar: • minério de alumínio (bauxita) ➔ US$ 28,00/tonelada*; • alumínio semimanufaturado (laminado) ➔ US$ 692,00/tonelada*; • alumínio manufaturado, ou em ligas metálicas ➔ US$ 2.096,00/tonelada*. As sociedades que desenvolvem tecnologia adequada prosperam. Ao adicionar conhecimentos científicos aos processos industriais, agregam-se valores aos produtos finais, aumentando seus preços e gerando mais e melhores empregos. São as ligações químicas agregando valor! * Fonte: Ministério das Minas e Energia. Disponível em: http://www.dnpm.gov.br, acessado em 14/05/2005. � Extração de bauxita (minério de alumínio). � Laminação do alumínio. � Montagem de aviões, com peças de alumínio. R O B S O N F E R N A N D E S / A E M A N O E L N O VA E S / P U LS A R R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 98 • Fundamentos da Química 1 INTRODUÇÃO Você pode observar É comum as pessoas se unirem em grupos: dois ou mais sócios formam uma empresa (pessoa jurídica); várias pessoas se reúnem em um clube esporti- vo; vários políticos formam um partido; etc. Afinal, a união faz a força. Na natureza os átomos também se unem, dando origem à enorme variedade de materiais que conhecemos. Você já verificou que alguns materiais são sólidos (o carvão), outros líquidos (a água), e outros gaso- sos (o ar); alguns são duros (granito), e outros moles (cera); alguns conduzem a corrente elétrica (metais), outros não (borracha); alguns se quebram facilmente (vidro), outros não (aço); e assim por diante. Por que há essa grande diferença de propriedades entre os materiais que conhecemos? Em grande parte, devido às uniões existentes entre os átomos — ligações químicas — e à arrumação espacial que daí decorre, a chamada estrutura geométrica do material. É o que vamos estudar neste capítulo. Hoje sabemos que, em condições ambientes, só os gases nobres são formados por átomos isolados uns dos outros, ou seja, átomos que têm pouca tendência de se unir com outros átomos; dizemos então que eles são muito estáveis, ou seja, pouco reativos. Os átomos dos demais elementos químicos, pelo contrário, não só se atraem mutuamente como também atraem átomos de outros elementos, formando agregados suficientemente estáveis, que constituem as substâncias compostas. Assim, por exemplo, não existem sódio (Na) nem cloro (Cl) livres na natureza; no entanto existem quantidades enormes de sal comum (NaCl), em que o sódio e o cloro aparecem unidos entre si. As forças que mantêm os átomos unidos são fundamentalmente de natureza elétrica e são denominadas ligações químicas. Na metade do século dezenove, os cientistas já haviam percebido que o átomo de hidrogênio nunca se liga a mais de um outro átomo. Já, por exemplo, o átomo de oxigênio pode ligar-se a dois átomos de hidrogênio, o de nitrogênio a três de hidrogênio, o de carbono a quatro de hidrogênio, como podemos ver no quadro ao lado. Surgiu, então, a ideia de valência, entendida como a capacidade de um átomo ligar-se a ou- tros. Dizemos que o hidrogênio tem uma valência: é monovalente; o oxigênio tem duas valências: é bivalente; o nitrogênio tem três valências: é tri- valente; o carbono tem quatro valências: é tetravalente; e assim por diante. Apesar dessas constatações, somente em 1916 os cientistas Gilbert N. Lewis (1875-1946) e Walter Kossel (1888-1956) chegaram a uma explicação para as uniões entre os átomos, criando a teoria eletrô- nica da valência. Considerando as configurações eletrônicas dos gases nobres no quadro ao lado, com exceção do hélio, constatamos que os átomos dos gases nobres têm sempre 8 elétrons na última camada eletrônica, o chamado octeto eletrônico. Foi associando a observação de que os átomos dos gases nobres têm pouca tendência a se unirem entre si ou com outros átomos com a observação de que os átomos dos gases nobres têm o número máximo de elétrons na última camada (em geral 8 elétrons ou 2, no caso do hélio), que os cientistas Lewis e Kossel lançaram esta hipótese: os átomos, ao se unirem, procuram perder ou ga- nhar elétrons na última camada até adquirirem a configuração eletrônica de um gás nobre. Essa hipótese costuma ser traduzida pela chamada regra do octeto: K L M N O P Hélio 2 Neônio 2 8 Argônio 2 8 8 Criptônio 2 8 18 8 Xenônio 2 8 18 18 8 Radônio 2 8 18 32 18 8 Ligações de átomos de hidrogênio com oxigênio, nitrogênio e carbono OH H N H H H C H H H H R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 99 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR Um átomo adquire estabilidade quando possui 8 elétrons na camada eletrônica mais externa (ou 2 elétrons, quando possui apenas a camada K). Assim surgiu o nome camada de valência, que é dado à última camada eletrônica de um átomo, e a denominação elétrons de valência, que designa os elétrons existentes nessa camada. Na prática, quando dois átomos vão se unir, eles “trocam elétrons entre si” ou “usam elétrons em parceria”, procurando adquirir a configuração eletrônica de um gás nobre. Seguindo essa tendên- cia natural, os átomos se unem por três tipos comuns de ligação química — iônica, covalente e metá- lica —, que estudaremos a seguir. LIGAÇÃO IÔNICA, ELETROVALENTE OU HETEROPOLAR 2 2.1. Conceitos gerais Nas uniões entre átomos, existe a tendência ao equilíbrio e melhor distribuição de forças entre os átomos que participam da ligação química. Como primeiro exemplo, vamos considerar a reação entre o sódio e o cloro, produzindo-se o cloreto de sódio: Na � Cl NaCl Eletronicamente, essa reação é explicada do seguinte modo: Você pode observar Numa pirâmide humana, há um perfeito equilíbrio decorrente da distribui- ção dos pesos das pessoas. Antes da reação Átomo de sódio (Na0) (2-8-1 elétrons) Cátion sódio (Na+) (2-8 elétrons) Átomo de cloro (Cl0) (2-8-7 elétrons) Após a reação Ânion cloreto (Cl–) (2-8-8 elétrons) Eletrosfera igual à do neônio Eletrosfera igual à do argônio Nesse exemplo, o átomo de sódio transfere definitivamente 1 elétron ao átomo de cloro. Desse modo, forma-se um íon positivo (cátion Na�) e um íon negativo (ânion Cl�), ambos com o octeto completo, ou seja, com a configuração de um gás nobre (no caso, neônio e argônio, respectivamen- te). Considerando que essa explicação envolve apenas os elétrons da última camada (elétrons de valência), é comum simplificar a representação anterior da seguinte maneira: em que os sinais • e x estão representando exatamente os elétrons da camada mais externa de cada átomo. Essa representação é chamada notação de Lewis. Na � � ClNax xCl R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 100 • Fundamentos da Química O que acabamos de explicar está perfeitamente de acordo com as propriedades periódicas, estu- dadas no capítulo anterior: • o sódio ”solta” facilmente o elétron, pois tem baixa afinidade eletrônica e baixaenergia de ionização; • o cloro ”captura” o elétron facilmente, pois tem alta afinidade eletrônica e alta energia de ionização. Tendo cargas elétricas opostas, os cátions e os ânions se atraem e se mantêm unidos pela chamada ligação iônica, originando-se assim a substância cloreto de sódio (NaCl), que é o sal comum usado na cozinha. Na prática, porém, uma reação não envolve apenas dois átomos, mas um número enorme de átomos, de modo que no final teremos um aglomerado envolvendo um número enorme de íons, como mostramos na ilustração abaixo. A aglomeração tridimensional dos íons é chamada grade, rede ou reticulado cristalino. Essa arrumação geométrica é chamada de grade, rede ou reticulado cristalino. Trata-se de um reticulado iônico de forma cúbica. Cristais de NaCl colorizados artificialmente, vistos ao microscópio. Aumento de 2.000 vezes. OBSERVAÇÃO É importante observar também que entre os áto- mos Na0 e Cl0 e os íons Na� e Cl� há uma dife- rença extraordinária. O sódio metálico (Na0) é altamente reativo, pois pega fogo espontanea- mente em contato com o ar (por isso o sódio deve ser guardado em recipientes contendo que- rosene), explode em contato com a água e quei- ma a pele se o segurarmos com a mão. O gás cloro (Cl2), por sua vez, é altamente tóxico. En- tretanto, o sal de cozinha (aglomerado Na�Cl�) é uma substância não tóxica e indispensável à nossa alimentação. Vamos agora retomar as exemplificações, considerando como segundo exemplo a reação entre o magnésio e o cloro: Ou, abreviadamente: Mg � 2 Cl MgCl2 E, como terceiro exemplo, a reação entre o alumínio e o flúor: Mg 2� � 2 Cl Mgxx x Cl Cl Cl– Na+ Cl– Na+ Ou, abreviadamente: Al � 3 F AlF3 Al 3� � 3 F Al x x x x F F F FRANK & ERNEST ® by Bob Thaves A N D R E W S Y R E D / S P L- S TO C K P H O TO S 20 05 U N IT E D M E D IA / IN TE R C O N TI N E N TA L P R E S S Vistas espaciais do Na�Cl� R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 101 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR 2.2. Definição e regra geral de formulação Pelos exemplos anteriores, podemos dizer que: Ligação iônica é a união entre átomos, depois que um átomo transfere definitiva- mente um, dois ou mais elétrons a outro átomo. Como podemos observar, considerando ainda os exemplos anterio- res, o número de íons que se unem é inversamente proporcional às suas respectivas cargas (valências). Desse fato resulta a regra geral de formulação ao lado. Do ponto de vista matemático, temos, em módulo, �y � (�x)� � � x � (�y)�; isso garante que a carga total positiva dos cátions possa equilibrar a carga total negativa dos ânions. Resumindo, podemos dizer: A ligação iônica é, em geral, bastante forte, mantendo os íons firmemente presos no reticulado. Por esse motivo, os compostos iônicos são sólidos e, em geral, têm ponto de fusão e ponto de ebulição elevados. A ligação iônica ocorre, em geral, entre átomos de metais com átomos de não-metais, pois: • os átomos dos metais possuem 1, 2 ou 3 elétrons na última camada e apresentam forte tendência a perdê-los (veja os casos do Na, do Mg e do Al nos exemplos anteriores); • os átomos dos não-metais possuem 5, 6 ou 7 elétrons na última camada e apresentam forte tendência a receber mais 3, 2 ou 1 elétron e assim completar seus octetos eletrônicos (veja os casos do Cl e do F nos exemplos anteriores). 2.3. Tamanho dos íons Quando um átomo perde elétrons, o núcleo (que permanece com sua carga positiva intacta) passa a atrair mais fortemente os elétrons restantes; desse modo, o diâmetro ou raio do cátion é sempre menor que o diâmetro ou raio do átomo original. Ao contrário, quando um átomo recebe elétrons, a repulsão entre os próprios elétrons fará com que a distância entre eles aumente, aumentando assim o raio do ânion; consequentemente, o raio do ânion é sempre maior que o raio do átomo original. Por exemplo, no caso do cloreto de sódio: Ay Bx �x �y Evidentemente, quando há vários íons, todos com o mesmo número de elétrons — íons isoeletrônicos —, o raio iônico irá diminuindo à proporção que a carga positiva do núcleo for superando a carga total da eletrosfera. Por exemplo: Átomo Na0 190 99 Átomo Cl0 Raios atômicos 95 181 Cátion Na+ Ânion Cl – Raios iônicos (Raios atômicos e iônicos dados em picômetros (pm); 1 pm � 10�12 m) F–O2– Na+ Mg2+ Al3+Íons Número atômico (carga positiva do núcleo) 8 9 11 12 13 Aumenta Número total de elétrons (carga negativa da eletrosfera) 10 10 10 10 10 Número de camadas eletrônicas 2 2 2 2 2 Raio iônico (pm) 140 136 95 65 50 Diminui R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 102 • Fundamentos da Química a) Um átomo adquire estabilidade com elétrons em sua camada de (ou elétrons na camada ). b) Ligação iônica é a entre , depois de um átomo transferir definitivamente ao outro. c) Em geral, os metais elétrons e se transformam em . d) Em geral, os não-metais elétrons e se transformam em . e) O raio de um cátion é que o do átomo correspondente. f) O raio de um ânion é que o do átomo correspondente. REVISÃO Atenção: Consulte os dados da Tabela Periódica sempre que necessário. EXERCÍCIOS EXERCÍCIO RESOLVIDO 1 (FEI-SP) Explicar por que o íon sódio (Na�) é muito mais estável que o átomo de sódio (Na0). Resolução O sódio (Na0) tem configuração eletrônica 2 — 8 — 1. Ao se transformar em íon de sódio (Na�), a configura- ção passa a 2 — 8, idêntica à do gás nobre neônio, que é bastante estável. 2 (UFF-RJ) Para que um átomo neutro de cálcio se transfor- me no íon Ca2�, ele deve: a) receber dois elétrons. b) receber dois prótons. c) perder dois elétrons. d) perder dois prótons. e) perder um próton. 3 (UFRGS-RS) Ao se compararem os íons K� e Br� com os respectivos átomos neutros de que se originaram, pode- -se verificar que: a) houve manutenção da carga nuclear de ambos os íons. b) o número de elétrons permanece inalterado. c) o número de prótons sofreu alteração em sua quan- tidade. d) ambos os íons são provenientes de átomos que per- deram elétrons. e) o cátion originou-se do átomo neutro a partir do re- cebimento de um elétron. EXERCÍCIO RESOLVIDO 4 Os elementos A e B apresentam as seguintes confi- gurações eletrônicas: A: 2 — 8 — 8 — 2 e B: 2 — 8 — 7 Qual é a fórmula esperada para o composto forma- do entre esses dois elementos e qual seria a ligação envolvida? Resolução O elemento A tem 2 elétrons em sua última camada eletrônica; sua tendência é perdê-los, transformando- -se no cátion A2�. O elemento B tem 7 elétrons em sua última camada; sua tendência é receber 1 elétron, 5 O átomo de alumínio tem configuração eletrônica 2 — 8 — 3; o de oxigênio, 2 — 6. Quais são as configu- rações dos íons formados? Qual é a fórmula do com- posto resultante? 6 (UFPA) Sejam os elementos X, com 53 elétrons, e Y, com 38 elétrons. Depois de fazermos a sua distribuição eletrô- nica, podemos afirmar que o composto mais provável formado pelos elementos é: a) YX2 c) Y2X3 e) YX b) Y3X2 d) Y2X 7 Em um composto, sendo A o cátion, B o ânion e A3B2 a fórmula, provavelmente os átomos A e B, no estado nor- mal, tinham, respectivamente, os seguintes números de elétrons periféricos: a) 3 e 2 b) 2 e 3 c) 2 e 5 d) 3 e 6 e) 5 e 6 EXERCÍCIO RESOLVIDO 8 (Fuvest-SP) Considere os íons isoeletrônicos: Li�, H�, B3� e Be2� (números atômicos: Li � 3; H � 1; B � 5; Be � 4). Coloque-os em ordem crescente de raio iônico, justificando a resposta. Resolução Os raios iônicos crescem na ordem decrescente dos números atômicos, isto é, B3� � Be2� � Li� � H�, pois o mesmo número de elétrons (2) da camada K está sendo atraído por uma carga nuclear cada vez menor. 9 (UFF-RJ) Dois ou mais íons ou, então, um átomo e um íon que apresentam o mesmo número de elétrons deno- minam-se espécies isoeletrônicas. Comparando-se as es- péciesisoeletrônicas F�, Na�, Mg2� e Al3�, conclui-se que: a) a espécie Mg2� apresenta o menor raio iônico. b) a espécie Na� apresenta o menor raio iônico. c) a espécie F� apresenta o maior raio iônico. d) a espécie Al3� apresenta o maior raio iônico. e) a espécie Na� apresenta o maior raio iônico. A �2 � 2 Axx x B B B transformando-se no ânion B�. Consequentemente, a fórmula esperada é AB2 e a ligação envolvida é iônica. Esquematicamente, temos: R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 103 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR 10 (Esal-MG) Os íons Ca�2, Mg�2 e K�1 estão intimamente relacionados com as características químicas do solo agrí- cola, sendo importantes para a nutrição das plantas. (Nú- meros atômicos: Ca � 20, Mg � 12, K � 19.) Das afir- mativas abaixo, a correta é: a) Ca�2 e K�1 são isoeletrônicos. b) Ca�2 e Mg�2 são isoeletrônicos. c) Mg�2 e K�1 são isoeletrônicos. d) Ca�2, Mg�2 e K�1 são isoeletrônicos. e) Ca�2, Mg�2 e K�1 apresentam o mesmo raio. EXERCÍCIO RESOLVIDO 11 (Acafe-SC) Num cristal de NaCl, a menor distância en- tre os núcleos dos íons Na� e Cl� é 2,76 Å, e a distân- cia entre os dois íons cloreto que se encostam é 3,62 Å. Cl –Na+ x = 2,76 Å Cl –Cl – y = 3,62 Å Resolução Se a distância entre dois íons cloreto é 3,62 Å (ângstrom � 10�10 metro), então seu raio iônico será 3,62 9 2 � 1,81 Å. Da distância entre os núcleos Na� e Cl�, que é 2,76 Å, subtraímos o raio iônico do Cl� (1,81 Å) e teremos: 2,76 Å � 1,81 Å � 0,95 Å Alternativa b Atômico (Å) 1,57 0,66 1,06 2,03 Iônico (Å) 0,95 1,40 1,74 1,33 Elementos I II III IV Raio genéricos EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 13 (U. Católica Dom Bosco-MS) Para adquirir configuração ele- trônica de gás nobre, o átomo de número atômico 16 deve: a) perder dois elétrons. d) receber dois elétrons. b) receber seis elétrons. e) perder seis elétrons. c) perder quatro elétrons. 14 (UFR-RJ) Os íons são formados a partir das propriedades dos elementos químicos. Observe as propriedades perió- dicas e as configurações eletrônicas dos elementos abai- xo e indique o íon que será formado a partir de cada um deles. a) Cl b) Ca c) Zn d) K 15 (Unicamp-SP) Mendeleyev, observando a periodicidade de propriedades macroscópicas dos elementos químicos e de alguns de seus compostos, elaborou a Tabela Perió- dica. O mesmo raciocínio pode ser aplicado às proprie- dades microscópicas. Na tabela a seguir, dos raios iônicos, dos íons dos metais alcalinos e alcalino-terrosos, estão faltando os dados referentes ao Na� e ao Sr2�. Baseando- -se nos valores da tabela, calcule, aproximadamente, os raios iônicos desses cátions. Dado: 1 pm � 10�12 m Sugestão: Devido à variação gradativa dos raios iônicos, cada valor que falta na tabela dada é aproximadamente igual à média aritmética entre o raio iônico que o prece- de e o que o sucede na tabela. 16 (PUC-RS) Pesquisas de novos métodos para tratamento de prevenção da madeira, na tentativa de combater o desmatamento, utilizam nesta produtos químicos à base de cromo, cobre e arsênio. Em relação a esses elementos, pode-se afirmar que: a) são todos metais. b) são isoeletrônicos. c) formam cátions monovalentes. d) pertencem ao mesmo grupo da tabela periódica. e) apresentam o mesmo número de níveis de energia. 17 (Ufes) Para as espécies Br�, Rb�, Se�2, Sr�2 e Kr, a ordem crescente de carga nuclear e do raio iônico são, respecti- vamente: a) Se�2 � Br� � Kr � Rb� � Sr�2 Sr�2 � Rb� � Kr � Br� � Se�2 b) Sr�2 � Rb� � Kr � Br� � Se�2 Se�2 � Br� � Kr � Rb� � Sr�2 c) Br� � Se�2 � Kr � Rb� � Sr�2 Sr�2 � Rb� � Kr � Br� � Se�2 d) Br� � Se�2 � Kr � Rb� � Sr�2 Se�2 � Br� � Kr � Rb� � Sr�2 e) Se�2 � Sr�2 � Br� � Rb� � Kr Se�2 � Sr�2 � Br� � Rb� � Kr Portanto o raio do íon sódio é: a) 2,76 Å c) 3,62 Å e) 6,38 Å b) 0,95 Å d) 0,86 Å 12 (PUC-RS) Responda a esta questão a partir da tabela a seguir, que apresenta os raios atômicos e iônicos de al- guns elementos genéricos. O exame da tabela mostra que, nesses casos, formam ânions os elementos genéricos: a) I e II d) II e III b) I e III e) III e IV c) I e IV Raios iônicos (pm) Li� 60 Be2� 31 Na� — Mg2� 65 K� 133 Ca2� 99 Rb� 148 Sr2� — Cs� 160 Ba2� 135 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 104 • Fundamentos da Química LIGAÇÃO COVALENTE, MOLECULAR OU HOMOPOLAR 3 3.1. Ligação covalente Na ligação iônica, vista no item anterior, um metal cede elétrons e um não-metal recebe elétrons. Vejamos agora a cooperação que acontece numa ligação entre não-metais. • 1o exemplo: Consideremos a união entre dois átomos do elemento hidrogênio (H) para formar a molécula da substância simples hidrogênio (H2): H � H H2 Eletronicamente: Você pode observar Cooperação é fundamental nas atividades humanas. Às vezes aconte- ce em atividades semelhantes, como ocorre com os atletas numa corrida de revezamento 4 400 metros. Outras vezes, acontece em atividades diferentes, como numa orquestra, em que o maestro rege e os músicos tocam seus dife- rentes instrumentos musicais. Ou, abreviadamente: xH H H Hx Ou, ainda: xH H H H Nesta última representação, o traço (K) está indicando o par de elétrons que os dois átomos de hidrogênio passam a compartilhar. Assim, por comodidade, costuma-se representar uma ligação covalente normal por um traço. Observe que cada átomo de hidrogênio dispõe de dois elétrons (o seu e o elétron compartilha- do). Esses dois elétrons completam a camada K, que é a única de que o hidrogênio dispõe. Desse modo, o hidrogênio adquire a configuração estável do gás nobre hélio. Antes da reação Átomo de hidrogênio (1 elétron) Após a reação Átomo de hidrogênio (1 elétron) Molécula de hidrogênio (2 elétrons, compartilhados, isto é, usados “em sociedade”) OBSERVAÇÃO Na ligação covalente entre átomos iguais, podemos falar também em raio covalente (r), como a metade do comprimento da ligação (d), isto é, metade da distância que separa os dois núcleos. d r R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 105 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR • 2o exemplo: Consideremos a união entre dois átomos do elemento cloro (Cl), formando uma molécula da substância simples (Cl2), como mostramos abaixo: Note que, para simplificar as fórmulas, costuma-se indicar apenas os elétrons das últimas cama- das dos átomos, isto é, de suas camadas de valência. É importante então observar que, na molé- cula final (Cl K Cl) há um par de elétrons compartilhado (ou seja, usado “em sociedade”) pelos dois átomos de cloro. Esse par de elétrons representa uma ligação covalente normal. Veja que desse modo cada átomo de cloro dispõe de seus 7 elétrons mais 1 elétron compartilha- do, perfazendo então o octeto, que dá a cada átomo a configuração estável de um gás nobre (nesse caso, o argônio). Observando ainda a molécula formada (Cl K Cl), diremos que os elétrons da última camada que não participam do par eletrônico compartilhado são comumente chamados elétrons não- -ligantes ou pares eletrônicos isolados. • 3o exemplo: Consideremos agora a formação da molécula da substância simples oxigênio (O2): Nesse caso, cada átomo de oxigênio tem apenas seis elétrons na camada de valência. Os dois átomos se unem compartilhando dois pares eletrônicos, de modo que cada átomo “exerça domínio” sobre oito elétrons. Forma-se assim uma ligação dupla entre os átomos, que é indicada por dois traços na representação O L O (nos exemplos do H2 e do Cl2, o único par eletrônico comum constitui uma ligação simples). • 4o exemplo: Vejamos a formação da molécula da substância simples nitrogênio (N2): Cada átomo de nitrogênio tem apenas cinco elétrons na camada periférica. Eles se unem com- partilhando três pares eletrônicos. Forma-se assim uma ligação tripla entre osátomos, que é indicada pelos três traços na representação N M N. Desse modo, cada átomo está com o octeto completo, pois, além de seus cinco elétrons, compartilha três elétrons com o átomo vizinho. Dos quatro exemplos anteriores, temos a seguinte definição: Ligação covalente ou covalência é a união entre átomos estabelecida por pares de elétrons. Nesse tipo de ligação, a valência recebe o nome parti- cular de covalência e corresponde ao número de pares de elétrons compartilhados. As fórmulas em que os elétrons aparecem indicados pelos sinais • e x são chamadas fórmulas eletrônicas ou fór- mulas de Lewis. Quando os pares eletrônicos covalentes são represen- tados por traços (K), chamamos essas representações de fórmulas estruturais. Considerando o último exemplo, dado acima, pode- mos escrever as seguintes fórmulas: Gilbert Newton Lewis Nasceu nos Estados Uni- dos em 1875. Foi profes- sor de Química na Univer- sidade de Berkeley, na Ca- lifórnia. Lewis criou a teo- ria das ligações covalentes imaginando os elétrons orientados em certas dire- ções, nas quais formariam ligações químicas (1916). Importante também foi sua nova teoria ácido-base (1923), que ampliou os conceitos aceitos até então. Lewis faleceu em 1946. ClCl x xx x x x x Cl Cl Cloux xx x x x x Cl OO x x x x O O Oouxx xx x x x x O NN N Nouxx xx xx xx N xxN Fórmula de Lewis Fórmula estrutural Fórmula molecular N x x x x xN N2N N B E TT M A N N / C O R B IS -S TO C K P H O TO S R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 106 • Fundamentos da Química Todos os exemplos dados até agora foram de substâncias simples. No entanto as ligações covalentes aparecem ainda, e com maior frequência, entre as substâncias compostas: • 1o exemplo — Formação da molécula do cloridreto ou gás clorídrico (HCl): • 2o exemplo — Formação da molécula de água (H2O): • 3o exemplo — Formação da molécula do amoníaco ou gás amônia (NH3): Continuamos notando que cada átomo está com o octeto completo. De fato, no último exemplo, cada oxigênio dispõe de seus 6 elétrons mais 2 que são compartilhados com o carbono; e o átomo de carbono tem 4 elétrons, mais 2 compartilhados com o oxigênio da esquerda, e mais 2 compartilhados com o oxigênio da direita. Concluindo, podemos dizer que a ligação será covalente quando os dois átomos tiverem a ten- dência de ganhar elétrons. Consequentemente, esse tipo de ligação aparece entre dois átomos de não-metais, de semimetais ou entre um desses elementos e o hidrogênio. 3.2. Caso particular da ligação covalente Vejamos, como primeiro exemplo, a formação da molécula de gás sulfuroso (SO2): Nesse exemplo, o NH3 inicial tinha um par eletrônico livre; e o íon hidrogênio (H �), por sua vez, estava sem elétrons (normalmente o H� provém de outra molécula, na qual deixou seu pró- prio elétron). A solução foi o H� compartilhar do par eletrônico livre, que inicialmente era exclusivo do nitrogênio. Considerando ainda o exemplo do NH4 � é importante observar que, após a formação do NH4 �, não há nenhuma diferença entre as quatro ligações covalentes aí existentes. Em outras palavras, os quatro hidrogênios tornam-se perfeitamente equivalantes entre si. Deste modo, é mais correto representar o NH4 � como mostra- mos ao lado. Cl ClxH H H Cloux O Ox HxH H H Ooux Hx H N N H x HxH H H N N oux Hx H x H x • 4o exemplo — Formação da molécula do gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2): C x x x x O x x x x OC O Couxx x x x x O xx x x x x O Oxxxx S x x x x Oxx x x x x O xx xx x x x x O xx x x x x O S Nesse exemplo, note que o par eletrônico assinalado, que está ligando o enxofre ao segundo oxigê- nio, pertencia, de início, apenas ao enxofre. Trata-se não mais da ligação covalente usual, em que cada ligação é formada por 1 elétron de cada átomo, mas de uma covalência especial, na qual o par eletrôni- co é cedido apenas por um dos átomos da ligação. Antigamente, esse tipo de ligação era denominada ligação dativa e indicada por uma seta que vai do átomo doador para o átomo receptor do par eletrô- nico, como mostramos abaixo. x x NHH H H H xx x NH H H x � � O S O De qualquer modo, você continuará contando 8 elétrons ao redor de cada átomo. Como segundo exemplo, vamos examinar a formação do íon amônio (NH4 �), segundo a reação NH3 � H � NH�4: HN H H H � R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 107 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR 3.3. Exceções à regra do octeto Hoje são conhecidos compostos que não obedecem à regra do octeto. • Em alguns casos, as ligações se completam com menos de 8 elétrons. Isso acontece com o berílio (Be) e o boro (B), que, em certas moléculas, não completam o octeto. Exemplos: • Em outros casos, as ligações perfazem mais do que 8 elétrons. Ocorre geralmente com o fósforo (P) e o enxofre (S), que, em certas moléculas, aparecem com 10 e 12 elétrons na camada de valência. Exemplos: Aqui há apenas 4 elétrons ao redor do berílio. Aqui há apenas 6 elétrons ao redor do boro. Esses casos só ocorrem quando o átomo central é relativamente grande, para que possa acomodar tantos elétrons ao seu redor. Por isso essa chamada camada de valência expandida só aparece em elementos a partir do 3o período da Tabela Periódica. Aqui há 10 elétrons ao redor do fósforo. Aqui há 12 elétrons ao redor do enxofre. Uma substância ou composto químico é considerada molecular quando apresenta somente ligações covalentes (normais ou dativas), como no caso da água (H K O K H), do gás carbônico (O L C L O) etc. Desde que apresente uma única ligação iônica, o composto já é considerado iônico, como ocorre, por exemplo, com o nitrato de sódio (NaNO3), mostrado ao lado: OBSERVAÇÃO a) Comprimento da ligação covalente é a que separa os dois . b) Ligação covalente normal é a entre átomos por meio de de elétrons, trazidos pelos átomos de ligação. c) A fórmula de Lewis mostra os de elétrons usados nas ligações . d) Ligação covalente dativa é a entre átomos por de elétrons trazidos somente por dos átomos da ligação. e) O composto iônico deve apresentar pelo menos ligação . f) O composto covalente não deve ter nenhuma ligação . REVISÃO H Hx xBeBeH2 xx x x x x x F BBF3 x x x x x x xx F x x xx x x F P x x x x x xx x x Cl x x x x x Cl x x x x x x x Cl PCl5 x x x x xx x Cl x x x x xx x Cl SSF5 x x x x x xx x x F x x xx x F x x x x x F x x x x x x x x x F x x x x x xx F x x x x x xx F � NNa� O O Ox Ligações covalentes Ligação iônica R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 108 • Fundamentos da Química EXERCÍCIO RESOLVIDO EXERCÍCIOS 18 (FEI-SP) A fórmula N m N indica que os átomos de nitro- gênio estão compartilhando três: a) prótons. b) elétrons. c) pares de prótons. d) pares de nêutrons. e) pares de elétrons. 19 (Unifor-CE) À molécula de água, H2O, pode-se adicionar o próton H�, produzindo o íon hidrônio H3O �. Note que o NaNO3 é um composto iônico de- vido à ligação iônica entre o Na� e o NO�3 (ape- sar de todas as ligações no interior do NO3 se- rem covalentes). EXERCÍCIO RESOLVIDO 22 Escreva as fórmulas estruturais e as fórmulas de Lewis dos seguintes compostos: a) H2CO3 b) NaNO3 Resolução Veja que o H2CO3 é um composto molecular, pois todas as suas ligações são covalentes. (x � elétron) No íon hidrônio, quantos pares de elétrons pertencem, no total, tanto ao hidrogênio quanto ao oxigênio? a) 1 c) 3 e) 6 b) 2 d) 4 20 (Mackenzie-SP) Dados: O (Z � 8); C (Z � 6); F (Z � 9); H (Z � 1). A molécula que apresenta somente uma ligação covalente normal é: a) F2 c) CO e) H2O b) O2 d) O3 21 (Mackenzie-SP) Das substâncias (I) gás hélio, (II) cloreto de sódio, (III) gás nitrogênioe (IV) água, apresentam so- mente ligações covalentes normais em sua estrutura: a) I e III c) I e IV e) I e II b) III e IV d) II e III 23 Escreva a fórmula estrutural e a fórmula de Lewis do hidreto de fósforo (PH3). 24 (UCSal-BA) Ao formar ligações covalentes com o hi- drogênio, a eletrosfera do silício adquire configuração de gás nobre. Com isso, é de se esperar a formação da molécula: a) SiH c) SiH3 e) SiH5 b) SiH2 d) SiH4 25 (Vunesp) Considere as espécies químicas Br2 e KBr. Da- dos os números de elétrons na camada de valência, K � 1 e Br � 7, explique, justificando, o tipo de ligação que ocorre entre os átomos de: a) bromo, no Br2; b) potássio e bromo, no KBr. 26 (Acafe-SC) Considerando dois elementos, A e B, com números atômicos 20 e 17, a fórmula e o tipo de ligação do composto formado estão na alternativa: a) AB2 — ligação covalente b) A2B — ligação iônica c) AB2 — ligação iônica d) A2B — ligação covalente e) A7B2 — ligação iônica Resolução Na própria Tabela Periódica vemos que o elemento A, de número atômico 20, é o cálcio (de distribuição eletrônica 2 — 8 — 8 — 2); e o elemento B, com número atômico 17, é o cloro (de distribuição ele- trônica 2 — 8 — 7). Sendo assim, o cálcio cede dois elétrons e forma o Ca2�, e o cloro recebe um elétron e forma o Cl�. Consequentemente, a fórmula será CaCl2 ou AB2. Alternativa c 27 (Ufac) Temos um elemento A com 53 elétrons e o ele- mento B com 38 elétrons. Após sua distribuição eletrôni- ca, pode-se afirmar que o composto mais provável dos dois elementos é: a) B3A2 c) B2A3 e) BA b) BA2 d) B2A 28 (Vunesp) Os elementos X e Y têm, respectivamente, 2 e 6 elétrons na camada de valência. Quando X e Y reagem, forma-se um composto: a) covalente, de fórmula XY b) covalente, de fórmula XY2 c) covalente, de fórmula X2Y3 d) iônico, de fórmula X2�Y 2� e) iônico, de fórmula X2 �Y 2� � O x x x x H H O H x x H HH� a) O (fórmula estrutural) (fórmula de Lewis) C O O H H O C O H H x x x O x (fórmula estrutural) � NONa� O O � (fórmula de Lewis)Na� x x O Nx O xxO b) R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 109 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR 29 (Unifor-CE) Quando se comparam as espécies químicas CH4, NH3 e NaCl, pode-se afirmar que os átomos estão unidos por ligações covalentes somente no: a) CH4 e no NH3 c) CH4 e no NaCl e) NH3 b) NH3 e no NaCl d) CH4 30 (UFPA) Os átomos dos elementos se ligam uns aos outros através de ligação simples, dupla ou tripla, procurando atingir uma situação de maior estabilidade, e o fazem de acordo com a sua valência (capacidade de um átomo ligar-se a outros), conhecida através de sua configuração eletrônica. Assim, verifica-se que os átomos das molécu- las H2, N2, O2, Cl2 estão ligados de acordo com a valência de cada um na alternativa: a) N M N, O L O, Cl K Cl, H K H b) H K H, N M N, O K O, Cl L Cl c) N M N, O K O, H L H, Cl L Cl d) H K H, O M O, N K N, Cl L Cl e) Cl K Cl, N L N, H L H, O M O 31 Sabendo que no composto HClO4 o hidrogênio acha-se ligado na forma H K O K e que todos os átomos do oxigênio se ligam ao cloro, escreva a sua fórmula estru- tural e a de Lewis. 32 (Mackenzie-SP) EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES Relativamente à fórmula estrutural acima, dados os nú- meros atômicos Ca � 20, O � 8 e S � 16, é correto afirmar que: a) existem duas ligações iônicas, duas ligações covalentes normais e duas ligações dativas (ou covalentes coor- denadas). b) existem somente ligações covalentes normais. c) o oxigênio cede dois elétrons para o cálcio. d) o enxofre recebe dois elétrons do cálcio. e) o cálcio, no estado fundamental, apresenta seis elé- trons na camada de valência. 33 (UCS-RS) Nas fórmulas estruturais de ácidos abaixo, X representa um elemento químico. Os elementos que substituem corretamente o X nas fór- mulas estruturais são, respectivamente: a) N, C, S, P d) N, Sn, As, P b) N, Si, Se, Br e) P, Pb, Br, As c) P, C, Se, N 4 LIGAÇÃO METÁLICA 4.1. Estrutura dos metais No estado sólido, os átomos dos metais (e de alguns semimetais) se agrupam de forma geometri- camente ordenada, dando origem às células, ou grades, ou reticulados cristalinos. Os reticulados unitários mais comuns entre os metais são mostrados abaixo: Você pode observar Os metais são amplamente utilizados, seja nas estruturas metálicas de pon- tes, edifícios, carros, aviões, seja em simples utensílios domésticos, embala- gens, fios elétricos etc. Você sabe por quê? As estruturas ao lado se repetem milhões de vezes, originando um “amontoado” de cristais, que podem ser vistos ao microscópio. Hexagonal compacto (HC) Cúbico de faces centradas (CFC) Cúbico de corpo centrado (CCC) S O O O O 2� Ca2� XO O O H OX O O H H X O O O O H H X O O O H H OH I. III. II. IV. JO H N W . A LE X A N D E R S / S P L- S TO C K P H O TO S R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 110 • Fundamentos da Química 4.2. A ligação metálica Uma das principais características dos metais é a condução fácil da eletricidade. A consideração de que a corrente elétrica é um fluxo de elétrons levou à criação da chamada teoria da nuvem eletrônica (ou teoria do mar de elétrons). Em linhas gerais, essa teoria diz que mui- tos átomos do metal “soltam” elétrons, que passam a transmitir livre- mente pelo reticulado metálico. Forma-se então, no interior do metal, uma ”nuvem” de elétrons, que mantém os átomos unidos — essa é a ligação metálica. 4.3. Propriedades dos metais Os metais têm propriedades características, que permitem muitas aplicações práticas no dia-a-dia. As principais propriedades são: • brilho característico (chamado de brilho metálico); • boa condutividade de calor e de eletricidade; • alto ponto de fusão; • resistência à tração, isto é, às forças que tendem a alongar uma barra metálica; • maleabilidade — propriedade que os metais apresentam de se deixarem reduzir a chapas e lâminas bastante finas, pelo processo denominado laminação; • ductilidade — propriedade que os metais apresentam de se deixarem transformar em fios, por meio da trefilação. � � � � � a) Os três reticulados mais comuns entre os metais são o , o e o . b) Ligação metálica é a “nuvem” de que mantém os átomos . c) Maleabilidade é a propriedade que os metais apresentam de se deixarem reduzir a . d) Ductilidade é a propriedade que os metais apresentam de se deixarem transformar em . REVISÃO EXERCÍCIOS 34 (Fuvest-SP) As figuras abaixo representam, esquema- ticamente, estruturas de diferentes substâncias, à tempe- ratura ambiente. 35 (UFU-MG) Entre as substâncias simples puras constituí- das por átomos de S, As, Cd, I e Br, a que deve conduzir melhor a corrente elétrica é a substância: a) enxofre. d) iodo. b) arsênio. e) bromo. c) cádmio. 36 (PUC-MG) As propriedades ductilidade, maleabilidade, brilho e condutividade elétrica caracterizam: a) cloreto de potássio e alumínio. b) cobre e prata. c) talco e mercúrio. d) grafita e diamante. e) aço e PVC. 37 Dos elementos cloro, fósforo e mercúrio, qual é o que apresenta caráter metálico mais pronunciado? Por quê? Sendo assim, as figuras I, II e III podem representar, res- pectivamente, a) cloreto de sódio, dióxido de carbono e ferro. b) cloreto de sódio, ferro e dióxido de carbono. c) dióxido de carbono, ferro e cloreto de sódio. d) ferro, cloreto de sódio e dióxido de carbono. e) ferro, dióxido de carbono e cloreto de sódio. (III)(II)(I) R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 111 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR 38 (UFMG) Nas figuras I e II, estão representados dois sóli- dos cristalinos, sem defeitos, que exibem dois tipos dife- rentes de ligação química. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES Considerando-se essas informações,é correto afirmar que: a) a figura II corresponde a um sólido condutor de ele- tricidade. b) a figura I corresponde a um sólido condutor de ele- tricidade. c) a figura I corresponde a um material que, no estado líquido, é um isolante elétrico. d) a figura II corresponde a um material que, no estado líquido, é um isolante elétrico. 39 (UFC-CE) Nenhuma teoria convencional de ligação quí- mica é capaz de justificar as propriedades dos compos- tos metálicos. Investigações indicam que os sólidos me- tálicos são compostos de um arranjo regular de íons po- sitivos, no qual os elétrons das ligações estão apenas parcialmente localizados. Isso significa dizer que se tem um arranjo de íons metálicos distribuídos em um “mar” de elétrons móveis. Com base nessas informações, é correto afirmar que os metais, geralmente: a) têm elevada condutividade elétrica e baixa condu- tividade térmica. � � � � � � � � � � � � � � �� � � � � � � �� � � � � � � �� � � � � � � �� � � � � Nuvem de elétrons Figura I Figura II b) são solúveis em solventes apolares e possuem baixas condutividades térmica e elétrica. c) são insolúveis em água e possuem baixa condutividade elétrica. d) conduzem com facilidade a corrente elétrica e são so- lúveis em água. e) possuem elevadas condutividades elétrica e térmica. (Enem-MEC) Observe nas questões 39 e 40 o que foi fei- to para colocar bolinhas de gude de 1 cm de diâmetro numa caixa cúbica com 10 cm de aresta. 40 Uma pessoa arrumou as boli- nhas em camadas superpostas iguais, tendo assim empregado: a) 100 bolinhas. b) 300 bolinhas. c) 1.000 bolinhas. d) 2.000 bolinhas. e) 10.000 bolinhas. 41 Uma segunda pessoa procurou encontrar ou- tra maneira de arrumar as bolas na caixa, achando que seria uma boa ideia organizá-las em camadas alternadas, onde cada bolinha de uma camada se apoiaria em 4 bolinhas da camada inferior, como mostra a figura. Desse modo, ela conseguiu fazer 12 camadas. Por- tanto ela conseguiu colocar na caixa: a) 729 bolinhas. c) 1.000 bolinhas. e) 1.200 bolinhas. b) 984 bolinhas. d) 1.086 bolinhas. Observação: Este último exercício mostra por que no sis- tema hexagonal compacto cabem mais átomos de me- tais do que no sistema cúbico. 5 GEOMETRIA MOLECULAR Você pode observar O mundo visível é tridimensional: trens, automóveis, esculturas assumem formas geométricas arrojadas e de grande beleza. O mundo microscópico da ma- téria é também tridimensional — esse é o campo da chamada geometria molecular. 5.1. Conceitos gerais Até agora escrevemos as fórmulas das substâncias moleculares como se suas moléculas fossem planas. Na verdade, porém, a maior parte das moléculas é tridimensional. Muitas moléculas têm um átomo central rodeado por outros átomos, formando uma estrutura espacial. Desse fato surgiu a ex- pressão geometria molecular. Uma analogia bem simples pode ser feita com balões, amarrados como nas figuras abaixo: Por que os balões assumem espontaneamente essas arrumações? Porque cada balão “empurra” seu vizinho de modo que, no final, todos ficam na disposição mais espaçada (esparramada) possível. Dizemos, também, que essa é a arrumação mais estável para os balões. R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 112 • Fundamentos da Química Com os átomos e suas ligações covalentes acontece algo semelhante. Os pares de elétrons que ligam os átomos (pares ligantes), e até mesmo os pares não-ligantes, se repelem, procurando alcançar a disposição mais es- paçada possível no espaço. Por exemplo, vemos que o CH4 tem quatro pares de elétrons ligantes. A molécula do CH4 não é plana, mas sim espa- cial, como mostramos ao lado. O átomo de carbono está no centro de um tetraedro regular (imaginário), e os quatro átomos de hidrogênio, nos vérti- ces desse tetraedro. Nessa figura, entre qualquer valência e sua vizinha há um ângulo de 109°28’, que representa o maior espaçamento possível en- tre as valências. Dois casos importantes e interessantes são os das moléculas do amoníaco (NH3) e da água (H2O), que apresentam as seguintes estruturas: C H H H H 109�28’ H H H N Par eletrônico livre 107° 107° As ideias apresentadas acima representam a chamada teoria da repulsão dos pares eletrônicos da camada de valência, proposta pelo cientista Ronald J. Gillespie (1924-) e também conhecida pela sigla VSEPR (do inglês valence shell electron pair repulsion). Em linhas gerais, segundo essa teoria se estabelece que: Ao redor do átomo central, os pares eletrônicos ligantes e os não-ligantes se repelem, tendendo a ficar tão afastados quanto possível. A tabela seguinte mostra as estruturas espaciais de algumas moléculas importantes. CO2 Linear (é plana) 2 Fórmula molecular Modelo “de bolas” Modelo “de preenchimento espacial” ou de Stuart Tipo de estrutura molecular Número de átomos ao redor do átomo central CO O H O H B F F F HH N H H C H H H Cl P Cl Cl Cl Cl F FF S F F F H2O Angular (é plana) 2 BF3 Trigonal plana 3 NH3 Piramidal 3(é espacial) CH4 Tetraédrica 4(é espacial) PCl5 Bipirâmide trigonal 5(é espacial) SF6 Octaédrica 6(é espacial) A molécula de NH3 tem formato piramidal, e os ângulos entre os hidrogênios valem aproximadamente 107°. H HO Par eletrônico livre Par eletrônico livre 105˚ A molécula de H2O tem formato angular, e o ângulo entre os hidrogênios vale aproximadamente 105°. C H H Hou H x x xx HC H H H Fórmulas planas (erradas) Fórmula espacial (correta) R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 113 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR 5.2. Alotropia Alotropia é o fenômeno que ocorre quando um elemento químico forma duas ou mais substâncias simples diferentes. A. A alotropia do oxigênio O elemento químico oxigênio (O) forma duas substâncias simples, que são o oxigênio (O2) e o ozônio (O3): Oxigênio Ozônio No diamante e na grafite, encontramos um número enorme de átomos de carbono unidos por ligações covalentes: são as chamadas macromoléculas covalentes. Recentemente, foram descobertas novas formas alotrópicas do carbono, como mostramos abaixo: Diamante Ângulo entre as ligações q 109° Comprimento das ligações � 154 pm (1 pm � 10�12 m) O diamante é o sólido mais duro (difícil de ser riscado) que se conhece; não conduz eletricidade e tem densidade igual a 3,51 g/cm3 (essa densidade indica estrutura cristalina mais compacta). Grafite Ângulo entre as ligações � 120° Comprimento das ligações: — em cada “camada” de átomos, 141 pm; — entre “camadas”, 335 pm. A grafite é um sólido mole (usado nos lápis); conduz a eletricidade e tem densidade igual a 2,34 g/cm3 (essa densidade indica estrutura cristalina menos compacta). Eixo principal do nanotubo C ID JA V IE R J A IM E / C ID R O D R IG U E Z G O R D IL LO / C ID Nesse caso, a alotropia é decorrente da atomicidade, isto é, do número de átomos existentes em cada molécula. B. A alotropia do carbono Duas formas alotrópicas diferentes do elemento químico carbono são o diamante e a grafite, de- correntes das diferentes “arrumações” dos átomos de carbono no espaço. O fulereno-60 tem 60 átomos de carbono dispostos em uma estrutura esférica e oca, semelhante a uma bola de futebol. Há outros fulerenos com números maiores ou menores de átomos de carbono. Os nanotubos são formados por anéis hexagonais (semelhantes às camadas da grafite) enrolados na forma de tubos ocos, extremamente pequenos. Como possuem a propriedade de conduzir eletricidade tão facilmente quanto o metal, podem vir a substituir os chips de silício usados em computadores. R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 114 • Fundamentos da Química C. A alotropia do fósforo Outro caso importante de alotropiaé o do fósforo, que apresenta duas formas alotrópicas principais: o fós- foro branco e o fósforo vermelho. O fósforo branco, formado por moléculas P4, é um sólido branco, de aspecto semelhante ao da cera, de den- sidade igual a 1,82 g/cm3, que se funde a 44 °C e ferve a 280 °C. É muito reativo (chega a pegar fogo quando ex- posto ao ar), sendo por isso conservado dentro de água. Quando o aquecemos em ausência de ar e a cerca de 300 °C, ele se converte lentamente em fósforo vermelho, que é mais estável (isto é, menos reativo). O fósforo vermelho é um pó amorfo (isto é, não apre- senta estrutura cristalina), de cor vermelho-escura, densi- dade 2,38 g/cm3 e temperatura de fusão 590 °C; cada grão de pó é formado por milhões de moléculas P4 uni- das umas às outras, dando origem a uma molécula gi- gante (P∞). D. A alotropia do enxofre O enxofre apresenta duas formas alotrópicas princi- pais: o enxofre ortorrômbico (ou simplesmente rômbico) e o enxofre monoclínico. As duas formas alotrópicas são formadas por moléculas, em forma de anel, com oito áto- mos de enxofre (S8), como mostramos ao lado. A diferença entre o enxofre rômbico e o monoclínico está nas diferentes arrumações das moléculas S8 no espa- ço, produzindo cristais diferentes: Pedaços de fósforo branco num béquer com água e, ao lado, fósforo vermelho. P P P P Fósforo branco Fósforo vermelho P P P P P P P P … … S S S S S S S S SS S SSSS S Molécula de S8 Vista lateral Vista superior As duas formas alotrópicas do enxofre fervem a 445 °C. Em condições ambientes, ambas se apre- sentam como um pó amarelo, inodoro, insolúvel em água e muito solúvel em sulfeto de carbono (CS2). Cristal rômbico de densidade 2,08 g/cm3 e ponto de fusão de 112,8 °C. Cristais monoclínicos de densidade 1,96 g/cm3 e ponto de fusão de 119,2 °C. a) As moléculas têm, em geral, estruturas . b) As estruturas moleculares dependem do de átomos ao redor de um átomo . c) Ao redor de um átomo central, os pares eletrônicos e os se , ficando o mais possível. d) Macromoléculas covalentes são gigantes com átomos unidos por ligações . e) Alotropia é o fenômeno pelo qual um químico forma duas ou mais substâncias diferentes. REVISÃO S É R G IO D O TT A / TH E N E X T- C ID Moléculas de P4 e P∞ R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 115 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR EXERCÍCIOS EXERCÍCIO RESOLVIDO 42 (Vunesp) A partir das configurações eletrônicas dos átomos constituintes e das estruturas de Lewis: a) Determine as fórmulas dos compostos mais sim- ples que se formam entre os elementos (números atômicos: H � 1; C � 6; P � 15): I. hidrogênio e carbono; II. hidrogênio e fósforo. b) Qual é a geometria de cada uma das moléculas formadas, considerando-se o número de pares de elétrons? Resolução a) I. Entre o hidrogênio e o carbono, temos: b) à repulsão entre os átomos de hidrogênio, muito pró- ximos. c) à atração entre os átomos de hidrogênio, muito pró- ximos. d) ao tamanho do átomo de oxigênio. e) ao tamanho do átomo de hidrogênio. 44 (FMTM-MG) A partir da análise das estruturas de Lewis, o par de substâncias que apresenta a mesma geometria molecular é: (Dados: números atômicos H � 1, C � 6, N � 7, O � 8, P � 15, S � 16 e Cl � 17.) a) CH3Cl e SO3 c) PCl3 e SO3 e) NH3 e CH3Cl b) NH3 e SO3 d) NH3 e PCl3 45 (UFS-SE) Alotropia é o fenômeno que envolve diferentes substâncias: a) simples, formadas pelo mesmo elemento químico. b) compostas, formadas por diferentes elementos quí- micos. c) simples, com a mesma atomicidade. d) compostas, com a mesma fórmula molecular. e) compostas, formadas pelos mesmos elementos quí- micos. 46 (UFF-RJ) O oxigênio, fundamental à respiração dos ani- mais, e o ozônio, gás que protege a Terra dos efeitos dos raios ultravioleta da luz solar, diferem quanto: a) ao número de prótons dos átomos que entram em suas composições. b) ao número atômico dos elementos químicos que os formam. c) à configuração eletrônica dos átomos que os com- põem. d) à natureza dos elementos químicos que os originam. e) ao número de átomos que compõem suas moléculas. 47 (UFC-CE) O fósforo branco é usado na fabricação de bom- bas de fumaça. A inalação prolongada de seus vapores provoca necrose dos ossos. Já o fósforo vermelho, usado na fabricação do fósforo de segurança, encontra-se na tarja da caixa e não do palito. Marque a opção correta: a) Essas duas formas de apresentação do fósforo são cha- madas de formas alotrópicas. b) Essas duas formas de apresentação do fósforo são cha- madas de formas isotérmicas. c) A maneira como o fósforo se apresenta exemplifica o fenômeno de solidificação. d) O fósforo se apresenta na natureza em duas formas isobáricas. e) A diferença entre as duas formas do fósforo é somente no estado físico. 48 (UFRGS-RS) O modelo de repulsão dos pares de elétrons da camada de valência estabelece que a configuração eletrônica dos elementos que constituem uma molécula é responsável pela sua geometria molecular. Relacione as moléculas com as respectivas geometrias: II. Entre o hidrogênio e o fósforo, temos: b) As formas geométricas das moléculas serão as seguintes: • a do CH4 é tetraédrica; • a do PH3 piramidal (como no caso do NH3). 43 (Ufes) A molécula da água tem geometria molecular an- gular, e o ângulo formado é de 104°, e não 109°, como previsto. Essa diferença se deve: a) aos dois pares de elétrons não-ligantes no átomo de oxigênio. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES Geometria molecular Moléculas 1. linear ( ) SO3 2. quadrada ( ) NH3 3. trigonal plana ( ) CO2 4. angular ( ) SO2 5. pirâmide trigonal 6. bipirâmide trigonal A relação numérica, de cima para baixo, da coluna da di- reita, que estabelece a sequência de associações corretas é: a) 5 - 3 - 1 - 4 c) 3 - 5 - 1 - 4 e) 2 - 3 - 1 - 6 b) 3 - 5 - 4 - 6 d) 5 - 3 - 2 - 1 49 (Uespi) Associe a coluna da esquerda com a coluna da direi- ta, relacionando a espécie química com a sua respectiva geo- metria, e marque a sequência correta, de cima para baixo: I. SO3 ( ) Tetraédrica II. PCl5 ( ) Linear III. H2O ( ) Angular IV. NH�4 ( ) Trigonal planar V. CO2 ( ) Bipirâmide trigonal a) II, V, III, I, IV c) II, III, V, I, IV e) IV, V, III, II, I b) IV, V, III, I, II d) IV, III, V, I, II C H H HH x x x x (CH4) P H HH x x x (PH3) R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 116 • Fundamentos da Química 50 (UFRGS-RS) O cloreto de titânio (TiCl4) é um líquido in- color que se hidrolisa quando em presença do ar úmido e forma uma densa fumaça, processo utilizado na Pri- meira Guerra Mundial para produzir cortinas de fumaça. O cloreto de titânio pode apresentar um tipo de estrutu- ra molecular: a) tetraédrica. c) angular. e) bipiramidal. b) trigonal plana. d) linear. 51 (EAFPJK-RS) A formação de um composto entre um áto- mo de número atômico 6 e dois átomos de número atômico 16 originará moléculas com geometria: a) linear. b) trigonal plana. c) tetraédrica. d) piramidal. e) octaédrica. ELETRONEGATIVIDADE/POLARIDADE DAS LIGAÇÕES E DAS MOLÉCULAS 6 6.1. Conceitos gerais Já vimos que uma ligação covalente significa o compartilhamento de um par eletrônico entre dois átomos: Você pode observar O álcool se mistura à água. O óleo não se mistura à água. Será isso um simples capricho da natureza? A Química explica! Cl x xx x x x x ClH x H Quando os dois átomos são diferentes, é comum um deles atrair o par eletrônico para o seu lado; é o que acontece, por exemplo, na molécula HCl: O cloro atrai o par eletrônico para si. Dizemos, por isso, que o cloro é mais eletronegativo que o hidrogênio e que a ligação covalente está polarizada, ou seja, que se trata de uma ligação covalente polar. É comum também representar-se esse fato da seguinte maneira: x x x x x x x ClH Nessa representação, a flecha cortada indica o sentidode deslocamento do par eletrônico e os símbolos δ� e δ� indicam os lados da molécula onde há menor e maior den- sidade eletrônica, respectivamente. A molécula se comporta então como um dipolo elétrico, apresentando o que se convencionou chamar de cargas parciais positiva (δ�) e negativa (δ�). A maior densidade eletrônica ao redor do cloro também pode ser representada espacialmente, como na figura �. Evidentemente, quando os dois átomos são iguais, como acontece nos exemplos iniciais (H2 e Cl2, esquema �), não há razão para um átomo atrair o par eletrônico mais do que o outro; temos, então, ligações covalentes apolares. Sendo assim, podemos definir: Eletronegatividade é a capacidade que um átomo tem de atrair para si o par eletrôni- co que ele compartilha com outro átomo, numa ligação covalente. ClH δ�δ� H Cl δ� δ� H K H Cl K Cl A B R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 117 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR Baseando-se em dados experimentais (medições), o cientista Pauling criou uma escala de eletronegatividade, que representamos a seguir num esquema simplificado da Tabela Periódica: 8A 7A3A 4A 5A 6A 1A 2A 3B 4B 5B 6B 7B 8B 1B 2B 2,1 1,0 0,9 0,8 0,8 0,7 0,7 Li Na K Rb Cs Fr H 1,2 1,0 1,0 0,9 0,9 Be Mg Ca Sr Ba Ra 1,5 Sc Y La-Lu 1,3 1,2 1,0 1,2 1,5 1,4 1,3 Ti Zr Hf V Nb Ta 1,6 1,6 1,5 Cr Mo W 1,6 1,8 1,7 Fe Ru Os Co Rh Ir Ni Pd Pt Cu Ag Au Zn Cd Hg Ga In Tl Al B Ge Sn Pb Si C As Sb Bi P N Se Te Po S O Br I At Cl F Mn Tc Re 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 1,5 1,8 2,1 2,5 3,0 1,5 1,9 1,9 1,8 2,2 2,2 1,9 2,2 2,2 1,9 2,2 2,2 1,9 1,9 2,4 1,6 1,7 1,9 1,6 1,7 1,8 1,8 1,8 1,9 2,0 1,9 1,9 2,4 2,1 2,0 2,8 2,5 2,2 A um en to d e el et ro ne ga tiv id ad e Aumento de eletronegatividade Ac-Lr — — — — — — Rf Db Sg Bh Hs Mt Kr Xe Rn Ar Ne He Ds Rg Os elementos mais eletronegativos são os halogênios (especialmente o flúor, de eletronegatividade igual a 4,0), o oxigênio e o nitrogênio. Os elementos das colunas B da Tabela Periódica têm eletronegatividades que variam de 1,2 a 2,4. É interessante notar que a eletronegatividade de cada elemento químico está relacionada com seu potencial de ionização e sua eletroafinidade (ou afinidade eletrônica), já explicados à página 91, no estudo das propriedades periódicas dos elementos. Consequentemente, a eletronegatividade é tam- bém uma propriedade periódica, cujo aumento é indicado pelas setas no esquema simplificado da Tabela Periódica dada ao lado, em que a parte azul-escura indi- ca a localização dos elementos de maior eletronegatividade. Podemos ainda dizer que, no sentido oposto das setas indicadas ao lado, a eletropositividade dos elementos estará au- mentando e atingirá seu máximo nos metais alcalinos, situados na coluna 1A. Observe que os gases nobres foram “excluídos” do esquema ao lado, pois não apresentam caráter negativo nem caráter positivo. 6.2. Ligações polares e ligações apolares Uma decorrência importante do estudo da eletronegatividade dos elementos é que, em função da diferença de eletronegatividade (Δ) entre os átomos envolvidos, podemos classificar as ligações covalentes em: • Ligações apolares: são as que apresentam diferença de eletronegatividade igual a zero (ou muito próxima de zero). Exemplos: • Ligações polares: são as que apresentam diferença de eletronegatividade diferente de zero. Exemplo: H K Cl I K F 2,1 → Δ � 3,0 � 2,1 � 0,93,0 2,5 (Note que essa ligação já é mais polar que a anterior.)4,0 → Δ � 4,0 � 2,5 � 1,5 Cl K Cl 3,0 → Eletronegatividade: → Δ � 3,0 � 3,0 � 03,0 H K Te K H → Δ � 2,1 � 2,1 � 02,1 2,1 Variação da eletronegatividade. R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 118 • Fundamentos da Química B 2,0 Cl 3,0 Cl 3,0 Cl 3,0 3,5 H 2,1 H 2,1(δ+) (δ–) O N (δ–) (δ+) H H H Eletronegatividade: N = 3,0; H = 2,1 BCl3 H2O NH3 É preciso salientar o seguinte: quando a diferença de eletronegatividade ultrapassa o valor 1,7, a atração de um dos átomos pelo par eletrônico é tão grande que o átomo rompe a ligação covalente, tornando-a uma ligação iônica. Por exemplo: Consequentemente, podemos afirmar que existe uma transição gradativa entre as ligações covalentes e as iônicas, à proporção que o valor Δ aumenta. Podemos construir a seguinte tabela: Resumindo: Diferença de eletronegatividade (Δ) 0,0 0,5 1,0 1,6 1,7 2,0 2,5 3,0 Porcentagem de caráter iônico da ligação Zero 6% 22% 47% 51% 63% 79% 89% Ligações predominantemente covalentes Ligações predominantemente iônicas 6.3. Moléculas polares e moléculas apolares Surge, agora, uma pergunta importante: quando uma molécula tem ligações polares, ela será obrigatoriamente polar? Nem sempre, como você poderá ver pelos exemplos seguintes. A molécula BeH2 tem duas ligações polares, pois o hidrogênio é mais eletronegativo do que o berílio. No entanto, considerando que a molécula é linear, a atração eletrônica do hidrogênio da esquerda é contrabalançada pela atração do hidrogênio da direita, e como resultado teremos uma molécula não-polar ou apolar. Uma ligação covalente polar pode ser considerada um vetor mo- mento dipolar e nesse caso a resultante final dos dois vetores é nula. A molécula BCl3 tem três ligações polares. No entanto a dis- posição dos átomos na molécula faz com que os três vetores mo- mento dipolar se anulem e, como resultado, a molécula é apolar. A molécula da água (H2O) é angular. Consequentemente os dois vetores não se anulam, e a molécula é polar; o lado onde estão os hidrogênios é o mais eletropositivo (δ�); pelo contrário, o lado do oxigênio é o mais eletronegativo (δ�). A molécula do amoníaco (NH3), como vimos à página 112, tem a forma de uma pirâmide, e acima do nitrogênio existe um par eletrônico livre (elétrons não-ligantes). Aqui tam- bém os vetores momento dipolar não se anulam e, como re- sultado, a molécula é polar — junto dos hidrogênios, a molé- cula é mais eletropositiva (δ�); e, junto do par eletrônico li- vre, ela é mais eletronegativa (δ�). A molécula do tetracloreto de carbono (CCl4) tem forma tetraédrica. Existem quatro ligações polares, mas os vetores se anu- lam e, consequentemente, a molécula é apolar. No entanto basta- ria trocar, por exemplo, um átomo de cloro por um de hidrogênio, para que a nova molécula (CHCl3) fosse polar, isto é, quando os vetores momento dipolar não se anulam a molécula é polar. Ligações Neste sentido, aumenta a polaridade das ligaçõesPolares Apolares Covalentes Iônicas Na Cl K F 0,9 3,0 → Δ � 3,0 � 0,9 � 2,1 (Ligação iônica) 0,8 4,0 → Δ � 4,0 � 0,8 � 3,2 (Ligação iônica) BeH2 H 2,1 Be 1,5 H 2,1 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 119 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR Com base nesses exemplos, podemos concluir que a polari- dade de uma molécula depende não só da polaridade de suas ligações, mas também da forma geométrica da molécula. Quando os vetores momento dipolar se anulam, ela será apolar. Pelo contrário, quando os vetores momento dipolar não se anu- lam, a molécula será polar. As moléculas polares se orientam sob a ação de um campo elétrico externo conforme as figuras: C Cl Cl Cl Eletronegatividade: C = 2,5; Cl = 3,5 ClCCl4 a) A ligação covalente polar ocorre quando o de elétrons é mais atraído por um dos da ligação. b) Eletronegatividade é a de um átomo para si o eletrônico covalente. c) Nas ligações apolares, a de eletronegatividade é ou próxima de . d) Quando a diferença de eletronegatividade ultrapassa , a ligação adquire o caráter . e) O momento dipolar depende da de e da entre os átomos. f) Uma molécula será apolar se osvetores se . REVISÃO Sem a ação do campo elétrico, as moléculas polares se dispõem ao acaso. + – � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �� � � � � �� � � � � � � � � �� � � Sob a ação do campo elétrico, as moléculas polares se orientam, procurando voltar seu lado positivo na direção das cargas negativas do campo elétrico e vice-versa. A medida da polaridade das moléculas é feita pelo chama- do momento dipolar, que é representado pela letra gregra μ (mi) e que depende da diferença de eletronegatividade e da dis- tância entre os átomos da ligação. Temos então a fórmula: μ � δd É importante ainda comentar que a polaridade das moléculas influi nas propriedades das substâncias. Um exemplo importante é o da miscibilidade (ou solubilidade) das substâncias. A água e o álcool comum, que são polares, misturam-se em qualquer propor- ção. A gasolina e o querosene, que são apolares, também se mistu- ram em qualquer proporção. Já a água (polar) e a gasolina (apolar) não se misturam. Desses conceitos decorre a seguinte regra prática: Substância polar tende a se dissolver em outra substância polar e substância apolar tende a se dissolver em outra substância apolar. Ou, de forma mais resumida, “semelhante dissolve semelhante”. A água e a gasolina não se misturam porque suas moléculas diferem na polaridade. R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 120 • Fundamentos da Química Você pode fazer Não cheire nem experimente substâncias desconhecidas. Cuidado com as substâncias tóxicas e/ou inflamáveis. Cuidado com respingos na pele e nos olhos. Desvio de um filete líquido Material necessário: • Uma bureta de vidro (das usadas em titulo- metria). • Alguns líquidos diferentes (água, óleo de co- zinha, querosene etc.). • Um pente (ou régua) de plástico ou um bas- tão de ebonite etc. • Uma flanela (ou pano de algodão, lã, camur- ça, feltro etc.). Procedimento: • Encha a bureta com água. • Abra um pouco a torneira, de modo a obter o escoamento da água na forma de um filete fino, mas contínuo. • Atrite o pente na flanela. • Aproxime o pente do filete de água (sem en- costar na água). • Observe o que ocorre com o filete de água. • Repita o experimento com outros líquidos e com outros tipos de atritamento. Questões: 1. O que ocorre nos experimentos executados? 2. Há diferença de comportamento entre líqui- dos diferentes? 3. Há diferença no uso de materiais diversos na etapa do atrito? 4. Como são explicados os fenômenos obser- vados? EXERCÍCIOS EXERCÍCIO RESOLVIDO 52 (UFF-RJ) Com base nas diferenças de eletronegatividade apresentadas no quadro abaixo, classifique as ligações indicadas conforme sejam iônicas, covalentes polares ou covalentes apolares. Justifique sua classificação. a) Ligação Al K F no fluoreto de alumínio. b) Ligação H K Cl no ácido clorídrico. c) Ligação N K Cl no cloreto de nitrogênio. d) Ligação Rb K Cl no cloreto de rubídio. Resolução Considerando os valores dados na tabela acima, te- mos: a) Na ligação Al K F: Δ � 4,0 � 1,5 � 2,5 � 1,7 (ligação iônica) b) Na ligação H K Cl: Δ � 3,0 � 2,1 � 0,9 �1,7 (ligação covalente polar) Elemento Eletronegatividade Rb 0,8 Al 1,5 H 2,1 Cl 3,0 N 3,0 F 4,0 c) Na ligação N K Cl: Δ � 3,0 � 3,0 � 0 (ligação covalente apolar) d) Na ligação Rb K Cl: Δ � 3,0 � 0,8 � 2,2 � 1,7 (ligação iônica) 53 (Cesgranrio-RJ) Arranje, em ordem crescente de caráter iônico, as seguintes ligações do Si: Si K C, Si K O, Si K Mg, Si K Br. a) Si K Mg, Si K C, Si K Br, Si K O b) Si K C, Si K O, Si K Mg, Si K Br c) Si K C, Si K Mg, Si K O, Si K Br d) Si K C, Si K O, Si K Br, Si K Mg e) Si K O, Si K Br, Si K C, Si K Mg 54 (UFPE) As ligações químicas nas substâncias K (s), HCl (g), KCl (s) e Cl2 (g), são, respectivamente: a) metálica, covalente polar, iônica, covalente apolar. b) iônica, covalente polar, metálica, covalente apolar. c) covalente apolar, covalente polar, metálica, covalente apolar. d) metálica, covalente apolar, iônica, covalente polar. e) covalente apolar, covalente polar, iônica, metálica. 55 (UMC-SP) Considere os elementos A, B e C e seus núme- ros atômicos (A: Z � 17; B: Z � 33; C: Z � 50). a) Indique o número de elétrons de valência de cada ele- mento e identifique os grupos da Tabela Periódica a que pertencem os três elementos. b) Indique qual dos três elementos tem maior eletrone- gatividade. Se o elemento A se combina com o ele- mento B, qual é a fórmula molecular provável do com- posto que se forma? Justifique as respostas. R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 121 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR EXERCÍCIO RESOLVIDO 56 (Unicenp-PR) A civilização moderna, com o seu con- sumo crescente de energia, que se utiliza da queima de carvão por usinas termoelétricas, de combustí- veis fósseis derivados do petróleo, como gasolina e querosene, está fazendo aumentar a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, causando o efeito estufa. A respeito do dióxido de carbono, é correto afirmar que: a) é uma substância polar, constituída de ligações covalentes polares. b) é uma substância apolar, constituída de ligações covalentes polares. c) é uma substância apolar, constituída de ligações covalentes apolares. d) é uma substância apolar, constituída de ligações iônicas. e) é uma substância polar, constituída de ligações covalentes apolares. Resolução A molécula do dióxido de carbono (CO2) é linear (O L C L O). As ligações entre o carbono e os oxi- gênios são polares; no entanto, como os vetores mo- mento dipolar se anulam, a molécula é apolar — o que equivale a dizer que a substância CO2 é apolar. Alternativa b 57 (Unifor-CE) Dadas as fórmulas P4, KF, N2, HCl e H2Se, representam substâncias de molécula apolar: a) P4 e HCl c) KF e P4 e) KF e H2Se b) N2 e P4 d) HCl e H2Se 58 (Mackenzie-SP) A alternativa que apresenta somente moléculas polares é: Dados: Número atômico: H � 1; C � 6; N � 7; O � 8; P � 15; S � 16; Cl � 17 Tabela de eletronegatividade: F � O � Cl � N � Br � I � C � S � P � H a) N2 e H2 c) PH3 e CO2 e) CH4 e HCl b) H2O e NH3 d) H2S e CCl4 59 (UFRGS-RS) Nas séries seguintes, a que contém o con- junto de compostos mais predominantemente iônicos é: a) Al2S3 CaBr2 KF d) CuO BaS NaCl b) SnO2 SnO K2O e) CsF KF RbBr c) AlCl3 CaCl2 MgSe 60 (Unicap-PE) Qual dos compostos seguintes apresenta maior caráter covalente? a) KBr c) CaBr2 e) BeBr2 b) NaBr d) MgBr2 EXERCÍCIO RESOLVIDO 61 (Fuvest-SP) Qual das moléculas tem maior momento dipolar: a) H2O ou H2S?; b) CH4 ou NH3? Justifique. Resolução a) A molécula H2O apresenta maior momento dipolar, porque, apesar de as duas moléculas (H2O e H2S) serem angulares, a polaridade da ligação H K O é maior do que a da H K S. b) A molécula NH3 apresenta maior momento dipolar, porque a estrutura do CH4 é um tetraedro regular e, portanto, a molécula é apolar, enquan- to o NH3, de geometria piramidal, tem momento dipolar diferente de zero. 62 (UFRGS-RS) O momento dipolar é a medida quantitativa da polaridade de uma ligação. Em moléculas apolares, a resultante dos momentos dipolares referentes a todas as ligações apresenta valor igual a zero. Entre as substâncias covalentes abaixo I. CH4 II. CS2 III. HBr IV. N2 quais as que apresentam a resultante do momento dipolar igual a zero? a) Apenas I e II. d) Apenas I, II e IV. b) Apenas II e III. e) I, II, III e IV. c) Apenas I, II e III. EXERCÍCIO RESOLVIDO 63 (Fatec-SP) São dados os números atômicos: H � 1, O � 8; C � 6; Cl � 17; S � 16. Indique o par de substâncias polares: a) H2O e CO2 c) SO2 e CH4 e) CH4 e H2O b) CCl4 e CH4 d) H2O e CCl3H Resolução Neste teste encontramos a água, que é polar, e a substância CCl3H, cuja molécula é um tetraedro ir- regular. A polaridade da ligação C K H é diferentedas ligações C K Cl. Em consequência, os vetores momento dipolar não se equilibram e a molécula será polar. Alternativa d C Cl H Cl Cl 64 (Fuvest-SP) O carbono e o silício pertencem à mesma família da Tabela Periódica. a) Qual o tipo de ligação existente no composto SiH4? b) Embora a eletronegatividade do silício seja 1,7 e a do hidrogênio 2,1, a molécula do SiH4 é apolar. Por quê? 65 (UEPG-PR) Considerando que a forma geométrica da molécula influi na sua polaridade, assinale a alternativa que contém apenas moléculas apolares. a) BeH2 e NH3 d) HBr e CO2 b) BCl3 e CCl4 e) H2S e SiH4 c) H2O e H2 66 (PUC-RS) O dióxido de carbono possui molécula apolar, apesar de suas ligações carbono-oxigênio serem polari- zadas. A explicação está associada ao fato de: a) a geometria da molécula ser linear. b) as ligações ocorrerem entre ametais. c) a molécula apresentar dipolo. d) as ligações ocorrerem entre átomos de elementos di- ferentes. e) as ligações entre os átomos serem de natureza eletrostática. R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 122 • Fundamentos da Química 67 (Ufac) As espécies químicas O2, NaCl, HCl e Al apresen- tam, respectivamente, ligações: a) covalente apolar, iônica, covalente polar e metálica. b) covalente apolar, covalente polar, iônica e metálica. c) iônica, covalente apolar, covalente polar e metálica. d) metálica, covalente polar, iônica e covalente apolar. e) covalente polar, iônica, covalente apolar e metálica. 68 (PUC-MG) As moléculas apolares de ligações polares são: a) CH4 e NH3 c) BF3 e CS2 e) CHCl3 e NO b) O2 e N2 d) CO2 e H2 69 (UFF-RJ) A capacidade que um átomo tem de atrair elé- trons de outro átomo, quando os dois formam uma liga- ção química, é denominada eletronegatividade. Esta é uma das propriedades químicas consideradas no estudo da polaridade das ligações. Consulte a Tabela Periódica e assinale a opção que apre- senta, corretamente, os compostos H2O, H2S e H2Se em ordem crescente de polaridade. a) H2Se � H2O � H2S d) H2O � H2Se � H2S b) H2S � H2Se � H2O e) H2Se � H2S � H2O c) H2S � H2O � H2Se EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 70 (UFRGS-RS) A alternativa que apresenta, respectivamen- te, exemplos de substâncias com ligação iônica, covalente polar, covalente apolar e metálica é: a) AgCl, O2, H2, Fe2O3 d) BF3, Br2, HF, Mn b) BeCl2, CO2, CH4, Fe e) MgO, H2O, I2, Al c) Ca(OH)2, HCl, O3, SiC 71 (Unirio-RJ) Uma substância polar tende a se dissolver em outra substância polar. Com base nesta regra, indique como será a mistura resultante após a adição de bromo (Br2) à mistura inicial de tetracloreto de carbono (CCl4) e água (H2O). a) Homogênea, com o bromo se dissolvendo completa- mente na mistura. b) Homogênea, com o bromo se dissolvendo apenas no CCl4. c) Homogênea, com o bromo se dissolvendo apenas na H2O. d) Heterogênea, com o bromo se dissolvendo principal- mente no CCl4. e) Heterogênea, com o bromo se dissolvendo principal- mente na H2O. 7 OXIRREDUÇÃO O fogo é o exemplo mais comum de oxirredução: quando um ma- terial qualquer entra em combustão, ele reage com o oxigênio do ar, e nessa reação ocorre oxirredução. O fenômeno da oxirredução também está presente quando o ferro enferruja, quando as calças jeans descoram, quando se descolorem os cabelos com água oxigenada, quando as pilhas e acumuladores produzem eletricidade e em muitas outras situações. Do ponto de vista da estrutura da matéria, a oxirredução é apenas a transferência de elétrons entre átomos. Considerando que acaba- mos de estudar as ligações químicas — nas quais ocorre troca ou compartilhamento de elétrons —, torna-se bastante oportuno deta- lhar o fenômeno da oxirredução, partindo dos conceitos apresentados. 7.1. Conceitos de oxidação e redução Na formação de uma ligação iônica, um dos átomos cede definitivamente elétrons para o outro. Por exemplo: Você pode observar Uma floresta se incendeia. Uma grade de ferro enferruja. Uma maçã cortada escurece. Esses são acontecimentos comuns no dia-a-dia. Como explicá-los? Na � � ClNax xCl Dizemos, então, que o sódio sofreu oxidação (perda de elétrons) e o cloro sofreu redução (ganho de elétrons). Evidentemente, os fenômenos de oxidação e de redução são sempre simultâneos e cons- tituem a chamada reação de oxirredução ou redox. JU A N D E D IO S L E B R Ó N / C ID R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 123 Capítulo 6 • LIGAÇÕES QUÍMICAS E GEOMETRIA MOLECULAR O significado primitivo da palavra oxidação foi o de reação com o oxigênio, como neste exemplo: Nesse caso, o ferro também se oxidou (ou, em linguagem comum, enferrujou). Primitivamente, a palavra redução significou volta ao estado inicial; de fato, invertendo-se a reação anterior, o ferro volta à forma metálica inicial — isto é, se reduz. Resumindo, dizemos atualmente que: Oxidação é a perda de elétrons. Redução é o ganho de elétrons. Reação de oxirredução é aquela em que há transferência de elétrons. Nos exemplos anteriores, o cloro e o oxigênio são chamados oxidantes, porque provocaram as oxidações do sódio e do ferro, respectivamente. Ao contrário, o sódio e o ferro são chamados reduto- res, porque provocaram as reduções do cloro e do oxigênio, respectivamente. Generalizando: Oxidante é o elemento (ou substância) que provoca oxidação (ele próprio se reduz). Redutor é o elemento (ou substância) que provoca redução (ele próprio se oxida). 7.2. Conceito de número de oxidação No caso dos compostos iônicos, chama-se número de oxidação (Nox.) a própria carga elétrica do íon, ou seja, o número de elétrons que o átomo perdeu ou ganhou. Por exemplo: Fe 2� 2� OFe xxxx O E no caso dos compostos covalentes? Nesse caso, não há um átomo que perca e outro que ganhe elétrons, já que os átomos estão compartilhando elétrons. Entretanto podemos estender o conceito de número de oxidação também para os compostos covalentes, dizendo que seria a carga elétrica teórica que o átomo iria adquirir se houvesse quebra da ligação covalente, ficando os elétrons com o átomo mais eletronegativo. Por exemplo, já sabemos que no HCl o cloro é mais eletronegativo que o hidrogênio e, em consequência, atrai o par eletrônico covalente para si. Se, por influência de alguma força externa, houver a ruptura dessa ligação, é evidente que o par eletrônico ficará com o cloro, ou seja: x x x x x x x ClH ClHou δ�δ� Em vista dessa possibilidade, dizemos que: H � � � Clx ClxH Você poderá calcular os números de oxidação dos elementos que formam uma molécula, consul- tando a tabela de eletronegatividade (página 117) e contando os números de elétrons ganhos ou perdidos por cada átomo. Por exemplo, para a água: • no HCl para o hidrogênio: Nox. � �1 para o cloro: Nox. � �1 Note que o oxigênio, sendo mais eletronegativo que o hidrogênio, ficou com 2 elétrons (1 de cada hidrogênio); logo, Nox. � �2. Por outro lado, cada hidrogênio perdeu 1 elétron (Nox. � �1). • no Na�Cl� para o Na�: Nox. � �1 • no Fe2�O2� para o Fe2�: Nox. � �2 para o Cl�: Nox. � �1 para o O 2�: Nox. � �2 H HO xx para cada hidrogênio: Nox. � �1 para o oxigênio: Nox. � �2 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 124 • Fundamentos da Química Resumindo, podemos dizer que: Nos compostos iônicos, o número de oxidação é a carga elétrica do íon. Nos compos- tos covalentes, o número de oxidação é a carga elétrica que o átomo iria adquirir se houves- se ruptura da ligação covalente, ficando os elétrons com o átomo mais eletronegativo. De certa maneira, o conceito de número de oxidação substitui o antigo conceito de valência, criado na metade do século XIX, como explicamos à página 98. Dado o conceito de número de oxidação, podemos ampliar o conceito de oxidação e redução, dizendo que: Oxidação é a perda de elétrons
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