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Casamento anulável - análise de jurisprudência

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Rayanesantiago
CASAMENTO ANULÁVEL.
Análise de Jurisprudência
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE ANULAÇÃO DE CASAMENTO DO FALECIDO COM A RÉ, MOVIDA PELA EXCOMPANHEIRA. CASAMENTO COM FINS EXCLUSIVAMENTE PREVIDENCIÁRIOS. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. APELO DA RÉ. Da ação de reconhecimento de união estável em apenso restou incontroverso que a apelada e o de cujus viviam em união estável quando, em meados de 2007, depois de sofrer um mal súbito em seu sitio e ser socorrido por vizinhos, seu então companheiro foi internado e após a alta hospitalar foi levado para a residência do seu sobrinho, sem qualquer comunicação do fato à sua companheira, que ao saber do ocorrido foi impedida de ter contado com ele, a partir de então. A apelante, na realidade, era enteada do sobrinho do falecido e foi contratada pelo seu padrasto como cuidadora do de cujus. Provas nos autos que apontam que o casamento foi meramente formal, realizado com o único e exclusivo objetivo tornar a apelante beneficiária da pensão previdenciária, considerando que o mesmo já era nonagenário, estava doente e faleceu apenas 2 (dois) meses após o casamento. O ordenamento jurídico não admite o casamento para fins exclusivamente financeiros ou patrimoniais. Tanto é assim que impõe em determinadas circunstâncias o regime da separação obrigatória de bens, assim, não se pode admitir o casamento com fins exclusivamente previdenciários até porque o direito à pensão previdenciária possui natureza pública e não está à disposição do segurado para escolher seu beneficiário, tal como se fosse um direito hereditário disponível. CONHECIMENTO e DESPROVIMENTO do recurso.
Análise jurisprudencial de anulação de casamento:
O presente julgado dispõe sobre anulação de casamento realizado em desconformidade com o ordenamento jurídico brasileiro. O entendimento do Tribunal é baseado na suspeita de vício de consentimento na celebração do casamento, tal como de ato praticado unicamente com intenção de se apropriar de benefício previdenciário.
O vício de consentimento é uma das possibilidades de anulabilidade do casamento. O casamento, por ser um ato jurídico bilateral, requer a livre manifestação de vontade de ambas as partes, tanto é que a própria formalidade para a sua celebração exige aceitação livre e expressa. Todo e qualquer vício, portanto, na manifestação de vontade de um dos nubentes, incorrerá em defeito e, consequentemente, na possibilidade de anulação do negócio celebrado. 
No presente caso, a suspeita norteia a existência de um vício de vontade na livre e espontânea manifestação do nubente falecido, presente a simulação ou coação, vez que a situação fática, a idade avançada e as provas periciais e testemunhais comprovaram que o nubente não estava em seu completo estado de lucidez.  Logo, inapto a consentir com a celebração do seu casamento com a apelante. 
Além disto, há uma segunda circunstância que impede a perfeição procedimental do casamento celebrado. Todo o compilado jurídico brasileiro compreende que a celebração de casamento com fins patrimoniais viola a lei e a própria finalidade do casamento. 
A parte ré, na ação, e apelante, no presente julgado, firmou a união conjugal com o falecido exclusivamente com o propósito de fraudar a legislação e obter vantagens patrimoniais, afinal, os autos comprovaram que a relação fática entre eles limitava-se à relação de cuidadora e paciente. Ademais, a grande diferença de idade entre ambos e a confissão de que estava interessada no benefício previdenciário demonstraram que a finalidade do casamento por parte da varoa era meramente formal. Portanto, alheia aos fins permitidos pela legislação brasileira.
Sendo assim, diante dos fatos e circunstâncias já mencionados, a decisão do presente Tribunal confirmou a sentença proferida em primeiro grau. A anulação do casamento faz-se perfeitamente possível e de acordo com o que estabelece o Código Civil. Tal fundamentação, aliás, incorre na invalidação do matrimônio, em razão da provável presença de vício de consentimento, bem como de manifestação por parte da apelante destinada a obter benefício da pensão por morte.

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