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REVISAR ENVIO DO TESTE: TESTE AULA 08 Curso 1802-CULTURA E DESENVOLVIMENTO Teste Teste Aula 08 Iniciado 18/09/18 00:57 Enviado 18/09/18 01:53 Status Completada Resultado da tentativa 10 em 10 pontos Tempo decorrido 56 minutos Resultados exibidos Todas as respostas, Respostas enviadas, Respostas corretas, Comentários • Pergunta 1 1 em 1 pontos Leia o trecho a seguir e depois escolha a alternativa correta. “Entre os projetos mais importantes [da BASF] para encontrar alternativas para a disposição de resíduos sólidos está o Demarchi+Ecoeficiente Zero Aterro, implementado no Complexo Industrial de Tintas e Vernizes, localizado em São Bernardo do Campo (SP). [...] A iniciativa considerou resíduos de jardinagem, restaurante, construção civil (entulho), borracha, esferas de moagem, vidro, papel toalha e papel higiênico, além de lodo da estação de tratamento de efluentes e resíduos gerados por atividades administrativas. Como resultado, em 2016, 76 toneladas de resíduos deixaram de ser dispostos em aterro e foram recuperados.” Fonte: MARCONI, Bruna. BASF celebra os 25 anos no “Atuação Responsável”. TEM Sustentável. [s.d.]. Disponível em: <http://www.temsustentavel.com.br/basf-celebra-25-anos-atuacao- responsavel/>. Acesso em: 3 dez. 2017. Resposta Selecionada: c. A iniciativa da BASF pode ser enquadrada na ideia de ecoeficiência, que significa o máximo de produção com o mínimo de utilização de recursos naturais e de emissão de resíduos. Respostas: a. A iniciativa da BASF, desenvolvida em 2016, é a única da empresa na área da sustentabilidade. Pelo fato de se tratar de uma indústria química, ela não teria alternativas de ação nas áreas social ou cultural. b. Uma empresa como a BASF do Brasil reaproveitar seus resíduos sólidos não traz impactos para o desenvolvimento sustentável, já que este é um desafio planetário e global. c. A iniciativa da BASF pode ser enquadrada na ideia de ecoeficiência, que significa o máximo de produção com o mínimo de utilização de recursos naturais e de emissão de resíduos. d. A iniciativa da BASF é uma ilustração do que pode ser chamado de sustentabilidade cultural, já que alguns dos resíduos provêm de restaurantes e outros da jardinagem. e. Os resultados obtidos com o programa da BASF não são relevantes para o país. Ter algumas toneladas de lixo a mais nos aterros não faria diferença, já que tais espaços são criados justamente para essa finalidade. Feedback da resposta: A alternativa correta é a “c”. A iniciativa da BASF pode ser enquadrada na ideia de ecoeficiência. O conceito de ecoeficiência foi mencionado no capítulo 8 do livro e é uma espécie de abordagem empresarial pragmática da sustentabilidade. A alternativa “a” está equivocada porque a BASF possui muitos outros projetos de sustentabilidade, é uma referência nessa área. O aluno não tem obrigação de saber disso, mas o próprio título da matéria sugere 25 anos de atuação. Da mesma forma, a primeira linha do texto citado menciona projetos no plural. Além disso, é mentira que pelo fato de se tratar de uma indústria química ela não teria alternativas de ação nas áreas social ou cultural; a BASF, aliás, costuma investir em projetos sociais e educacionais. http://www.temsustentavel.com.br/basf-celebra-25-anos-atuacao-responsavel/ http://www.temsustentavel.com.br/basf-celebra-25-anos-atuacao-responsavel/ A alternativa “b” não está correta porque, apesar de o desenvolvimento sustentável constituir um desafio planetário e global, cada ação singular importa, e a soma das boas práticas locais tem, sim, impactos na sustentabilidade do planeta. Não existe o global sem o local, e cada um deve fazer sua parte, em vez de esperar grandes ações “de cima”. A alternativa “d” está errada, uma vez que a origem dos resíduos (restaurante e jardinagem) nada tem a ver com a noção de sustentabilidade cultural. Reciclar resíduos sólidos é claramente uma ação ambiental. Por fim, a alternativa “e” está errada porque faz, sim, diferença ter toneladas de lixo a mais nos aterros do país, sobretudo porque boa parte dos aterros não funciona em condições adequadas, como se aborda no capítulo 8. • Pergunta 2 1 em 1 pontos Após ler o trecho a seguir, assinale a alternativa correta. “[...] A proteção de bens culturais de excepcional valor histórico e artístico, em nome do interesse público, é prática social consolidada no Brasil há mais de cinquenta anos. Essa prática, inaugurada pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), não costumava, até os anos 1970, suscitar maiores dúvidas quanto aos princípios que norteavam a aplicação do único instrumento legal disponível: o tombamento. As dificuldades e resistências encontradas pelos pioneiros do SPHAN decorriam sobretudo de protestos à limitação do direito de propriedade e de uso dos bens tombados. [...] Somente a partir de meados da década de setenta os critérios adotados pelo IPHAN começaram a ser objeto de reavaliações sistemáticas, que levaram à proposta de uma nova perspectiva para a preservação de bens culturais. [...] Entre outras mudanças, foi introduzida no vocabulário das políticas culturais a noção de “referência cultural”, e foram levantadas questões que, até então, não preocupavam aqueles que formulavam e implementavam as políticas de patrimônio. Indagações sobre quem tem legitimidade para selecionar o que deve ser preservado, a partir de que valores, em nome de que interesses e de que grupos, passaram a pôr em destaque a dimensão social e política de uma atividade que costuma ser vista como eminentemente técnica. Entendeu-se que o patrimônio cultural brasileiro não devia se restringir aos grandes monumentos, aos testemunhos da história “oficial”, em que sobretudo as elites se reconhecem, mas devia incluir também manifestações culturais representativas para os outros grupos que compõem a sociedade brasileira – os índios, os negros, os imigrantes, as classes populares em geral. [...]” Fonte: INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN). Inventário Nacional de Referências Culturais: manual de aplicação. Brasília: IPHAN/MinC, 2000, p. 11. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Manual_do_INRC.pdf>. Acesso em: 8 out. 2017. Resposta Selecionada: e. Essa abertura que se iniciou na década de 1970, no campo do patrimônio cultural, foi crescendo gradualmente. Ela foi fortalecida pela criação do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial, em 2001, que tem registrado bens culturais populares, indígenas e afro-brasileiros, entre outros. Respostas: a. O texto se refere à década de 1970, momento em que foi criado o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial. É um paradoxo que um governo militar tenha criado um programa tão avançado. b. A importância dos anos 1970, destacados no texto, é que foi nesse contexto, durante a ditadura militar, que foi criado o primeiro órgão federal dedicado à preservação do patrimônio cultural. c. A abertura para a inclusão, no rol do patrimônio cultural brasileiro, de práticas culturais de índios, negros, imigrantes e classes populares durou apenas três décadas, tendo sido encerrada em 2001, com a criação do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial. d. Desde 2001, foi encerrado o tombamento de bens culturais materiais sólidos e duradouros, como conjuntos residenciais coloniais, igrejas barrocas e fazendas de café. Ele foi substituído pelo registro de bens culturais imateriais. e. Essa abertura que se iniciou na década de 1970, no campo do patrimônio cultural, foi crescendo gradualmente. Ela foi fortalecida pela criação do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial, em 2001, que tem registrado bens culturais populares, indígenas e afro-brasileiros, entre outros. http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Manual_do_INRC.pdfFeedback da resposta: A resposta correta é a alternativa “e”). A alternativa “a” está errada porque o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial foi criado em 2001, já no século XXI. Ele nada tem a ver com governos militares. A alternativa “b” está equivocada porque o primeiro órgão federal dedicado à preservação do patrimônio cultural, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), foi criado em 1937, no governo de Getúlio Vargas. Depois ele mudou de nome para IPHAN, e continua existindo até hoje. A alternativa “c” não está certa porque a abertura para a inclusão, no rol do patrimônio cultural brasileiro, de práticas culturais de índios, negros, imigrantes e classes populares começou timidamente nos anos 1970 e foi crescendo com o tempo. Não durou apenas três décadas. Aliás, só se intensificou mesmo no século XXI. A alternativa “d” também está equivocada porque a criação do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial, que realmente aconteceu em 2001, não substituiu o tombamento de bens materiais; pelo contrário, o número de tombamentos de bens culturais materiais continua sendo maior e crescendo mais rápido do que o de bens culturais imateriais. • Pergunta 3 1 em 1 pontos A produção artística contemporânea dialoga com as transformações que ocorrem na sociedade como um todo. É influenciada pelas condições políticas, econômicas, sociais e ambientais e, ao mesmo tempo, também as influencia. Vivemos em uma época em que as organizações tendem a funcionar como redes flexíveis e temporárias, em que convivemos com incertezas, na qual ocorrem fluxos acelerados de produtos, tecnologias, imagens e conhecimentos em várias direções e em que formas colaborativas vêm sendo exploradas. Nesse cenário, trabalhos de dança, teatro, música, literatura e artes visuais podem apresentar certas tendências ou características recorrentes. Assinale a seguir a alternativa que se aplica às artes de um mundo global e digital. Resposta Selecionada: d. Estão presentes em cada vez mais trabalhos artísticos: interatividade; incorporação de especificidades locais como matéria-prima; uso de novas tecnologias nos processos de criação; interdisciplinaridade; permeabilidade de fronteiras entre arte e cotidiano. Respostas: a. As novas tecnologias levaram à destruição de muitas linguagens artísticas, como a literatura, já que os livros praticamente não são mais impressos em papel, e as artes cênicas, já que as pessoas preferem assistir shows de música e espetáculos de dança pela internet. b. Os artistas, criadores, agentes, marchands, editores, etc., concordaram em abrir mão de seus direitos autorais em nome da visibilidade e da fama que o compartilhamento gratuito pode lhes trazer. c. Os espetáculos do Cirque du Soleil contrastam com os demais espetáculos contemporâneos, porque não combinam cultura popular e de massa, não aliam valor estético e valor comercial, nem conjugam artesanato do corpo com altas tecnologias. d. Estão presentes em cada vez mais trabalhos artísticos: interatividade; incorporação de especificidades locais como matéria-prima; uso de novas tecnologias nos processos de criação; interdisciplinaridade; permeabilidade de fronteiras entre arte e cotidiano. e. A organização em redes tem a desvantagem de deixar menos claro de quem são as responsabilidades por cada tarefa. Por esse motivo, no campo da cultura, não se observa a formação de redes, cooperativas e coletivos, como ocorre em outros setores. Feedback da resposta: A alternativa correta é a “d”. Como foi desenvolvido na aula narrada do capítulo 6, em um mundo globalizado e conectado pelas novas tecnologias, as interações se tornam matéria-prima da arte. O público é convidado a interagir, em vez de ser simples espectador. Instalações específicas para os espaços expositivos – chamadas de site specific – passam a ser encomendadas aos artistas visuais. Companhias como o Teatro da Vertigem dedicam-se à criação de peças que dialogam diretamente com a cidade – seja o rio Tietê, uma antiga prisão ou um hospital desativado – e que exigem que o público se desloque, entre no barco, suba escadas, atravesse as ruas, circule em bairros populares. Além disso, as fronteiras entre as diversas disciplinas e as linguagens artísticas ficam mais permeáveis, cada vez há mais diálogos entre elas. A companhia de dança francesa Montalvo-Hervieu, por exemplo, põe no palco bailarinos de carne e osso contracenando com imagens filmadas em tamanho real, obtendo um resultado impressionante. O brasileiro Eduardo Kac criou uma coelha fosforescente chamada Alba, que brilhava no escuro por possuir genes de água-viva. As próprias fronteiras entre arte e cotidiano começam a ser apagadas. O músico brasileiro Loop B compõe para instrumentos tão inusitados como uma furadeira e um escapamento de carro. A dupla britânica Gilbert e George expôs a si própria, em um pedestal de uma galeria londrina, com o título “Living Sculptures” (“Esculturas Vivas”). E haveria ainda muitos outros exemplos. A alternativa “a” está errada porque as novas tecnologias não levam ao fim de linguagens artísticas, levaram, talvez, à sua transformação. É mentira que livros não são mais impressos, e os shows de música continuam lotando, inclusive por causa da divulgação na internet. A alternativa “b” está equivocada porque a questão dos direitos autorais e dos direitos de imagem ainda é um grande problema. A facilidade em escanear ilegalmente fotos e textos, em baixar canções e vídeos, e assim por diante, coloca em risco a forma tradicional de remuneração dos artistas e das indústrias culturais, que antes recebiam uma porcentagem das vendas e reproduções de suas obras. Novas maneiras de remuneração estão surgindo, mas a questão está longe de ser pacífica e bem resolvida. Isso não é desenvolvido em detalhes, mas é mencionado no capítulo 6. A alternativa “c” está completamente errada. O Cirque du Soleil é, sim, um exemplo emblemático da produção cultural contemporânea. Seus espetáculos misturam elementos da cultura popular, erudita e de massa, combinam práticas antigas e tradicionais com novas tecnologias e linguagens, têm finalidade de lucro, mas também pesquisa estética apurada. A alternativa “e” erra ao afirmar que não se observa, na área cultural, “a formação de redes, cooperativas e coletivos, como ocorre em outros setores”. Ora, na videoaula do capítulo 5, foram citadas a Cooperativa Paulista de Teatro e a Cooperativa de Músicos do Estado de São Paulo, grandes e consolidadas. Na aula narrada do capítulo 6, são mencionados um coletivo editorial e uma cooperativa cultural na periferia. O financiamento coletivo de produções culturais também se faz cada vez mais frequente. • Pergunta 4 1 em 1 pontos O historiador francês Serge Gruzinski, estudioso do México colonial, emprega o termo “mestiçagem” para se referir às misturas ocorridas em solo latino-americano, desde o século XVI, entre seres humanos (e seres imaginários) provenientes de diferentes civilizações e regiões, como Europa, África e Ásia. Para as misturas que se processaram dentro de uma mesma sociedade ou de um mesmo contexto histórico, o autor reserva o termo “hibridação”. Tanto nos processos de mestiçagem como nos processos de hibridação, notam-se contradições, tensões e acomodações entre elementos heterogêneos. Fonte: GRUZINSKI, Serge. O pensamento mestiço. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. O antropólogo argentino Néstor García Canclini, por sua vez, aponta: “[...] A expansão urbana é uma das causas que intensificaram a hibridação cultural. O que significa para as culturas latino-americanas que países que no começo do século tinham aproximadamente 10% de sua população nas cidades concentrem agora 60 ou 70% nas aglomerações urbanas? Passamos de sociedades dispersas em milhares de comunidades rurais com culturas tradicionais, locais e homogêneas, emalgumas regiões com fortes raízes indígenas, com pouca comunicação com o resto de cada nação, a uma trama majoritariamente urbana, em que se dispõe de uma oferta simbólica heterogênea, renovada por uma constante interação do local com redes nacionais e transnacionais de comunicação”. Fonte: CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp, 1998. A partir das duas afirmações, assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: a. Ambos os processos descritos pelo historiador francês e pelo antropólogo argentino pressupõem que as culturas e as identidades culturais são dinâmicas, transformando-se de acordo com os contextos históricos e conforme os grupos com que têm contato. Respostas: a. Ambos os processos descritos pelo historiador francês e pelo antropólogo argentino pressupõem que as culturas e as identidades culturais são dinâmicas, transformando-se de acordo com os contextos históricos e conforme os grupos com que têm contato. b. A umbanda, que combina o espiritismo de origem francesa, o ritmo dos atabaques e os transes dos cultos afro-brasileiros e divindades cristãs, não pode ser considerada nem um exemplo de mestiçagem nem de hibridação, pois é fruto do sincretismo religioso. c. O multiculturalismo é uma forma de mestiçagem na qual as tensões entre os elementos que compõem a mistura são eliminadas pela convivência próxima entre os grupos de uma mesma sociedade. d. A chave de análise proposta por Serge Gruzinski só pode ser aplicada ao caso mexicano. Da mesma forma, a reflexão de Canclini é inspirada por sua experiência particular enquanto argentino. Tais autores não servem para pensar no contexto brasileiro. e. As afirmações de Gruzinski e Canclini são contraditórias, pois, para Canclini, não podem ocorrer processos de mestiçagem e hibridação antes do advento das grandes cidades. Feedback da resposta: A resposta correta é a alternativa “a”. É verdade que as culturas e as identidades culturais são dinâmicas, transformando-se de acordo com os contextos históricos e conforme os grupos com que têm contato. Um dos principais objetivos do capítulo 1 do livro foi deixar isso claro, combatendo noções essencialistas e estáticas de cultura. Na alternativa “b”, o que está errado é que o sincretismo religioso é uma das formas de mestiçagem e hibridação cultural. Não são fenômenos excludentes, um engloba o outro. Na alternativa “c”, há mais de um elemento problemático: em primeiro lugar, tensões nunca são totalmente eliminadas nos processos de mestiçagem, são no máximo acomodadas e harmonizadas; em segundo lugar, o multiculturalismo costuma ser apontado como um paradigma oposto à mestiçagem e ao hibridismo, já que prega a coexistência de grupos socioculturais paralelos e relativamente voltados para si próprios. A alternativa “d” está equivocada ao sugerir que teorias e interpretações desenvolvidas por autores de um país não podem ajudar a iluminar realidades de países vizinhos ou com constelações históricas análogas. É verdade que não podemos apenas importar métodos e conceitos, é muito importante termos conhecimento de nossa realidade local. Porém, a ciência é toda construída em cima do acúmulo de conhecimento coletivo, de analogias, teorizações genéricas, comparações transnacionais. Seria muito provinciano nos fecharmos a autores internacionais que refletem sobre processos culturais similares aos nossos. A alternativa “e” radicaliza demais, distorce o argumento de Canclini. O autor argumenta que a convivência nos centros urbanos intensifica o contato com a diversidade e as trocas entre grupos e pessoas, mas não se pode deduzir daí que, no campo, não haja também processos de mestiçagem e hibridação. • Pergunta 5 1 em 1 pontos Leia o texto com atenção e depois assinale a alternativa correta. A antropofagia como metáfora da identidade brasileiro O “Manifesto Antropófago”, publicado em 1928 pelo poeta modernista paulistano Oswald de Andrade, é um texto curto, irônico e ao mesmo tempo filosófico, que utiliza o termo “antropofagia” – sinônimo de canibalismo – para se referir à cultura e sociedade brasileiras. Pesquisas posteriores ao “Manifesto Antropófago” mostraram que a prática canibal realmente existiu entre povos indígenas da América, não com finalidade alimentar, mas como mecanismo ritual de apropriação do Outro, de vingança do inimigo, do guerreiro valente, que havia devorado seus avós no passado. A antropofagia perdura até hoje nos mitos de muitos povos indígenas que vivem no Brasil. Do ponto de vista dos colonizadores europeus, o canibalismo talvez tenha sido a diferença cultural mais radical encontrada no Novo Mundo. Curiosamente, a mesma prática que serviu para condenar a suposta “selvageria” dos nativos inspirou a metáfora usada depois por intelectuais e artistas brasileiros. Ao transpor a metáfora da antropofagia do universo indígena para a sociedade brasileira como um todo, Oswald de Andrade sugeriu que, nos processos de incorporação cultural, podemos selecionar os elementos que nos interessam, que fazem sentido em nosso contexto, descartando os demais. Em vez de fazer a apologia de raízes “autênticas”, regionais e “puras”, Oswald concebia a cultura brasileira como um processo dinâmico em constante movimento criativo – e um tanto caótico. Dois outros momentos em que a metáfora da antropofagia – muito próxima à ideia de hibridismo cultural – veio à tona na produção cultural brasileira foram a Tropicália, lançada por Caetano Veloso e Gilberto Gil, entre 1968 e 1969, e a 24ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, em 1998. Na Tropicália, rompeu-se o tabu então existente em relação à cultura pop, à cultura de massa, à guitarra elétrica e aos materiais industrializados, relidos por artistas que nem por isso deixaram de se interessar por ritmos tradicionais, paisagens locais e questões nacionais. Não por acaso, entre os títulos de suas canções estava “Geleia Geral”! Já na Bienal da Antropofagia, como ficou conhecida a mostra internacional de 1990, obras de períodos e estilos muito diferentes foram aproximadas para se “contaminarem”, como disse o curador na época. Destacavam-se pinturas de Albert Eckhout, do século XVII, retratando o cotidiano de índios canibais, telas de modernistas próximos a Oswald de Andrade, como Tarsila do Amaral, e trabalhos de Hélio Oiticica, artista cuja instalação “Tropicália”, de 1967, deu nome ao movimento. Resposta Selecionada: b. O modo como Oswald de Andrade pensava a identidade cultural brasileira é bastante atual, pois admite transformações, incorporações de elementos alheios e contatos com outras culturas e sociedades. Trata-se de uma visão dinâmica de identidade cultural, não essencialista. Respostas: a. O fato de os tropicalistas, nos anos 1960, e depois a Bienal Internacional de São Paulo, na década de 1990, terem copiado a ideia de antropofagia que já estava presente no Manifesto de 1928 revela a falta de criatividade dos brasileiros, que se apegam sempre às mesmas ideias. b. O modo como Oswald de Andrade pensava a identidade cultural brasileira é bastante atual, pois admite transformações, incorporações de elementos alheios e contatos com outras culturas e sociedades. Trata-se de uma visão dinâmica de identidade cultural, não essencialista. c. A metáfora da antropofagia para pensar na cultura e sociedade brasileiras oferece um grande perigo: admite a intromissão de elementos estrangeiros em nosso repertório nacional, o que ameaça as tradições folclóricas locais e as identidades tradicionais. d. A metáfora da antropofagia para pensar na cultura e sociedade brasileiras enaltece uma prática bárbara que deveríamos combater com veemência e não popularizar: o consumo de carne humana, crime hediondo. e. A metáfora da antropofagia não tem nada a vercom o hibridismo cultural, ao contrário do que afirma o texto. O hibridismo cultural propõe que os grupos étnicos coexistam organizados em blocos separados, sem trocas, enfatizando e respeitando as diferenças entre eles. Feedback da resposta: A alternativa certa é a “b”. O modo como Oswald de Andrade pensava a identidade cultural brasileira é mesmo bastante atual, por admitir transformações, incorporações de elementos alheios e contatos com outras culturas e sociedades. No capítulo 2, trabalhamos justamente com essa visão dinâmica de identidade cultural, não essencialista, não engessada, não definitiva, que se transforma no contato com o Outro. A alternativa “a” está errada porque os tropicalistas, nos anos 1960, e depois a Bienal Internacional de São Paulo, na década de 1990, não copiaram simplesmente a ideia de antropofagia do Manifesto de 1928. Eles revisitaram, releram essa ideia, criaram suas próprias versões, com novos elementos. Além disso, a recorrência de uma ideia não revela necessariamente a falta de criatividade dos brasileiros; pode sugerir, ao contrário, que aquela ideia é cara àquela sociedade, que traduz uma questão importante. A alternativa “c” representa um pensamento conservador típico dos folcloristas dos anos 1950 e 1960, que pregavam a preservação de tradições e raízes supostamente puras e genuínas. Ora, não existem povos isolados e não existem complexos culturais homogêneos e parados no tempo. Essa é uma visão idealizada, romântica e ingênua. Sempre houve e haverá “intromissão de elementos estrangeiros em nosso repertório”, sempre haverá trocas e influências. As identidades culturais vão se reinventando e se adaptando aos novos elementos, sempre que possível. A alternativa “d” oferece uma visão concreta demais da metáfora da antropofagia. Na verdade, trata-se de um conceito, de uma analogia abstrata, não de convencer ninguém que consumir carne humana é saboroso ou bom para a saúde. Aliás, essa prática cultural já foi combatida com veemência pelo colonizador, tanto que desapareceu. A alternativa “e” está errada porque a metáfora da antropofagia tem muito a ver, sim, com a noção de hibridismo cultural, proposta por Néstor Canclini, entre outros autores. O pensamento que propõe que os grupos étnicos coexistam organizados em blocos separados, respeitando as diferenças entre eles, é o multiculturalismo, não o hibridismo cultural. O hibridismo cultural resulta do encontro de tradições e pessoas distintas, que dão origem a novos valores e práticas. • Pergunta 6 1 em 1 pontos É difícil separar o que é natural do que é cultural no comportamento humano. Comer, por exemplo, é uma necessidade natural orgânica, mas comer sentado em uma cadeira, apoiado em uma mesa, com talheres, sem falar de boca cheia – e de preferência sem arrotar –, é algo imposto pela cultura ocidental (os japoneses comeriam sentados no chão, com pauzinhos, e alguns árabes arrotariam para mostrar que saborearam). O que a antropologia vem enfatizando desde o início do século XX é que, nos seres humanos, necessidades e motivações culturais interagem sempre com as naturais – e, geralmente, se sobrepõem a elas. A cultura, inclusive, é parte indissociável da própria evolução da espécie. “Enquanto as baleias precisaram de milhares de mutações genéticas para desenvolverem cauda, nadadeira e um pulmão especial para viverem na água, os seres humanos construíram barcos e submarinos; se as aves evoluíram durante milhões de anos até voarem, os homens inventaram aviões. A espécie humana pode não ter a acuidade visual do lince, a velocidade do antílope ou a força do tigre, mas consegue adaptar-se a qualquer ambiente, sem quaisquer modificações anatômicas, e é capaz, também, de acumular e repassar esses conhecimentos às próximas gerações.” Fonte: KROEBER, Alfred L.; KLUCKHOHN, Clyde; UNTEREINER, Wayne. Culture: a critical review of concepts and definitions. Cambridge, Mass.: Harvard University, 1952. A contrapartida disso é que, ao contrário de outros animais, o ser humano não é completo sem ser lapidado por uma cultura. Uma formiga nasce geneticamente programada para saber como se comportar e como sobreviver, o que comer, quais são seus predadores, e assim por diante. Já uma criança precisa aprender, com seus semelhantes, regras de convivência, o uso de ferramentas, a preparação de alimentos e mesmo a organização e expressão de seus sentimentos e pensamentos. No nosso caso, entre o que o corpo diz – informação genética – e o que ele deve saber para funcionar bem, existe um vácuo a ser preenchido por informações fornecidas pela cultura. Pois bem, essa é uma noção muito ampla de cultura, que, recentemente, tem migrado da antropologia para áreas de conhecimento vizinhas, inclusive as políticas culturais e os estudos culturais. Em uma tentativa de síntese, podemos afirmar que o conceito antropológico de cultura abrange objetos, práticas e símbolos – valores, crenças, normas, conhecimentos, modos de fazer – criados e transmitidos por determinado grupo de seres humanos, que viabilizam e dão sentido à sua vida social. Vai além da chamada cultura erudita, está no sotaque, nas formas de solidariedade, nas festas, nas receitas, na construção e na decoração da casa, no grafite, no funk, na batucada, no artesanato, no repente, na sabedoria das parteiras e dos curandeiros. Esse imenso manancial constitui matéria-prima para a construção das identidades culturais e da memória. Nessa concepção abrangente, a cultura se encontra difusa no cotidiano, sendo internalizada ao longo de nossa socialização. Partindo dessas considerações a respeito da concepção abrangente de cultura, proposta pela antropologia, assinale a alternativa correta. Resposta Selecionada: b. A criação do Programa Cultura Viva esteve ligada à ampliação da concepção de cultura, já que os Pontos de Cultura abrigam iniciativas das mais variadas, inclusive práticas minoritárias, tradicionais, populares, indígenas, etc. Respostas: a. Os elementos que fazem parte do conceito mais restrito de cultura, como as belas-artes, as ciências, as letras e o patrimônio histórico oficial, são incompatíveis com essa visão mais abrangente de cultura, por isso foram deixados de lado pelas políticas culturais recentes. b. A criação do Programa Cultura Viva esteve ligada à ampliação da concepção de cultura, já que os Pontos de Cultura abrigam iniciativas das mais variadas, inclusive práticas minoritárias, tradicionais, populares, indígenas, etc. c. Não é possível planejar nem gerir projetos, programas e políticas culturais se levarmos a sério a concepção antropológica de cultura, pois ela é espontânea e está em toda a parte. d. A cultura, em sua acepção antropológica, não está presente nos templos de fruição artística, como teatros, cinemas e museus. e. Embora o termo “raça” não seja usado nas ciências atualmente, as heranças genéticas dos grupos têm grande impacto nas práticas culturais e nos valores dos grupos sociais. Feedback da resposta: A resposta correta da questão 1 é a alternativa “b”. Efetivamente, o Programa Cultura Viva, criado na gestão de Gilberto Gil à frente do Ministério da Cultura, foi um dos reflexos mais diretos do desejo de Gil de estimular a vida cultural em suas formas mais plurais e diversas, atingindo as camadas socioeconômicas menos privilegiadas e os territórios mais distantes, as práticas culturais comunitárias menos comerciais e menos visíveis. A alternativa “a” está errada porque os elementos que fazem parte do conceito mais restrito de cultura, como as belas-artes, as ciências, as letras e o patrimônio histórico oficial, não são incompatíveis com essa visão mais abrangente de cultura, e não foram deixados de lado pelas políticas culturais recentes. A alternativa “c” está errada porque é possível, sim, planejar e gerir projetos, programas e políticasculturais. Não é possível nem desejável administrar a cultura como um todo, mas iniciativas culturais com recortes, objetivos e públicos-alvos delimitados podem ser geridas, avaliadas, etc. A alternativa “d” está errada porque a cultura, em sua acepção antropológica, também está presente nos templos de fruição artística, como teatros, cinemas e museus, seja na maneira de falar dos funcionários, seja nas formas de o público reagir aos eventos, na arquitetura do local, nos temas abordados nos espetáculos e exposições, e assim por diante. Por fim, a alternativa “e” está totalmente errada, porque só existe uma raça humana. As diferenças genéticas são insignificantes entre os grupos sociais e étnicos. Mesmo o gênero já se sabe que é uma noção construída. Enfim, na visão das ciências sociais e dos estudos culturais contemporâneos, questões genéticas não têm qualquer poder explicativo. • Pergunta 7 1 em 1 pontos Leia as afirmações a seguir a respeito das pesquisas que permitem aferir indicadores, avaliar políticas e programas. Depois, assinale a alternativa correta. I – Não é possível medir, comparar e avaliar experiências subjetivas por meio de indicadores. Apenas volumes, quantias e aspectos palpáveis e objetivos podem dar origem a indicadores. II – O ideal é que índices e indicadores sejam atualizados regularmente, para permitir enxergar a evolução ou involução das diversas dimensões do desenvolvimento em cada país, região ou mesmo em nível internacional. III – Quando se trata de uma população numerosa, nem sempre é possível ouvir todas as pessoas. Em muitos casos, calcula-se a amostra necessária para chegar a um resultado confiável com baixa margem de erro. Normalmente ela não passa de 2 mil pessoas – com exceção do Censo do IBGE e da PNAD. Resposta Selecionada: c. As afirmações II e III estão corretas. Respostas: a. As três afirmações estão corretas. b. As afirmações I e II estão corretas. c. As afirmações II e III estão corretas. d. As afirmações I e III estão corretas. e. Nenhuma afirmação está correta. Feedback da resposta: A alternativa certa é a “c”. As afirmações II e III estão corretas. A afirmação I está errada porque aspectos abstratos e experiências subjetivas podem, sim, ser medidos por indicadores e avaliados. É só transformar as respostas em elementos passíveis de tabulação. Por exemplo: atribuir uma nota de 0 a 10 para seu grau de satisfação com o serviço de saúde de seu bairro; dizer a frequência mensal com que encontra amigos e familiares para momentos de lazer; dar um conceito (péssimo, regular, bom, ótimo) para as opções culturais e artísticas em sua cidade, etc. A afirmação II está certa porque, de fato, um indicador como o PIB ou um índice como o IDH medidos apenas uma única vez não permitirão saber como o país está na década seguinte nem como estava na década anterior. A construção de séries históricas é importante para perceber curvas ascendentes e descendentes e tentar compreender os fatores que influenciam nas variações, a fim de não repetir erros e continuar com acertos em termos de políticas públicas ou investimentos em determinadas áreas. A alternativa III é verdadeira porque é inviável ouvir todos os cidadãos de um país ou mesmo todos os moradores de uma cidade. Fórmulas estatísticas revelam que 2 mil respondentes é um bom número, oferecendo uma margem de erro de apenas 2% nas pesquisas. No entanto, o Censo do IBGE e a PNAD, no Brasil, ouvem muito mais gente. O Censo chega a visitar um terço da população brasileira, e o PNAD trabalha com mais de 3 mil respondentes – isso porque não querem tendências gerais representativas, querem respostas exatas e individualizadas. Cerca de 90% dessas informações se encontra em um quadro “Na prática” no capítulo 5. • Pergunta 8 1 em 1 pontos Leia o trecho a seguir e depois assinale a alternativa correta. “Criada em 2003, a Cooperativa de Música tem sede em São Paulo, congrega mais de 2.250 associados e atua com a proposta coletiva de reunir profissionais (músicos, técnicos, diretores, produtores e professores) numa pessoa jurídica de prestação de serviços e criação de produtos, que surgiu da necessidade de uma plataforma econômica e negocial para abrir canais de comercialização e circulação de produtos musicais, no mercado nacional e internacional, tendo em vista a diversidade e a qualidade dos trabalhos de inúmeros artistas do Estado de São Paulo. É uma associação voltada para a música e para defesa sócio-econômico-cultural dos seus associados proporcionando condições para o exercício de suas atividades e seu aprimoramento profissional, promovendo a difusão da doutrina cooperativista. [...] A Cooperativa de Música é uma empresa democrática administrada pelos próprios sócio-cooperados. Representa músicos na contratação de shows, disponibiliza atendimento jurídico e mantém uma estrutura de escritório funcionando diariamente para orientar o cooperado. A Cooperativa pretende também ser um espaço de livre discussão dos músicos associados. Um lugar em que se possa tratar democraticamente de política cultural, produção artística e representação jurídica, entre outros assuntos. Celebra contratos com pessoas físicas e jurídicas de direito público ou privado, ministra cursos, oficinas e seminários para aperfeiçoamento e aprimoramento técnico-profissional de seus associados. Incentiva e promove, juntamente com órgãos públicos ou privados o intercâmbio cultural entre seus associados e grupos, artistas ou entidades de outra localidade, através de shows, cursos, oficinas, palestras, debates, festivais e mostras de música, em sua área de ação ou em lugares onde haja interesse pela produção musical cooperativada.” Fonte: COOPERATIVA DE MÚSICA. Quem somos? [s.d.]. Disponível em: <http://www.cooperativademusica.com.br/blog/?page_id=2>. Acesso em: 3 nov. 2017. Resposta Selecionada: e. Dentre as vantagens de um artista ou profissional da cultura se cooperar estão a possibilidade de emitir nota fiscal com o CNPJ da cooperativa, a assessoria jurídica na hora de fechar contratos e a possibilidade de conhecer e selar parcerias com outros profissionais da mesma área. http://www.cooperativademusica.com.br/blog/?page_id=2 Respostas: a. O fato de a Cooperativa de Música ser gerida democraticamente pelos próprios sócios é uma exceção que chama a atenção do leitor, já que, normalmente, é o presidente da cooperativa, juntamente aos acionistas, que toma as decisões de gestão. b. O fato de a Cooperativa de Música ter finalidades econômicas faz com que devesse ser enquadrada em outra categoria de organização: a associação. Enquanto a associação pode desenvolver atividades econômicas, a cooperativa só tem papel de representação social. c. Dentro do sistema cooperativista brasileiro, a Cooperativa de Música, assim como a Cooperativa de Teatro, se enquadra no ramo crédito, já que os músicos, atores e produtores emprestam dinheiro junto à cooperativa para realizar seus trabalhos. d. A Cooperativa de Música é a única cooperativa na área da cultura no Brasil. Aliás, o próprio cooperativismo, como um todo, é praticamente ausente no território nacional. Trata-se de um modelo mais frequente na Europa, que ainda não foi regulamentado na legislação brasileira. e. Dentre as vantagens de um artista ou profissional da cultura se cooperar estão a possibilidade de emitir nota fiscal com o CNPJ da cooperativa, a assessoria jurídica na hora de fechar contratos e a possibilidade de conhecer e selar parcerias com outros profissionais da mesma área. Feedback da resposta: A alternativa correta é a “e”. Ela está correta porque, realmente, o artista ou produtor cultural que se torna cooperado adquire a possibilidade de emitir nota fiscal com o CNPJ da cooperativa ou participar de editais que só aceitam pessoajurídica, além de receber assessoria jurídica na hora de fechar contratos ou em relação a direitos autorais, por exemplo, e poder conhecer e selar parcerias com outros profissionais da mesma área. A alternativa “a” está errada porque o fato de a Cooperativa de Música ser gerida democraticamente pelos próprios sócios não é de forma alguma uma exceção. Trata-se de um princípio internacional do cooperativismo, que pode ser chamado de autogestão ou gestão democrática e transparente. Além disso, uma cooperativa não tem acionistas e todas as decisões importantes têm que ser votadas em assembleias. A alternativa “b” está errada porque são as cooperativas que, segundo a legislação brasileira, podem desenvolver atividades econômicas; as associações, ao contrário do que afirma a alternativa “b”, é que só têm papel de representação social. A alternativa “c” está errada por dois motivos. Em primeiro lugar, essa informação sobre empréstimos não é fornecida no texto. Em segundo lugar, o ramo crédito do cooperativismo equivale a bancos comunitários, ao passo que uma cooperativa de músicos se encaixa no ramo trabalho, assim como as outras cooperativas culturais. A alternativa “d” está totalmente errada, porque há outras cooperativas na área da cultura no Brasil, como a Cooperativa Paulista de Teatro, que é a maior e mais antiga de todas. Ademais, o cooperativismo é bastante forte no Brasil. Ele foi regulamentado por uma lei já em 1969. Existem 13 diferentes ramos do cooperativismo no Brasil. O ramo agropecuário é responsável por um quarto das exportações brasileiras. No ramo saúde, há empresas famosas, como a Unimed. • Pergunta 9 1 em 1 pontos Leia as afirmações a seguir e depois assinale a alternativa correta. I – No Brasil, temos bens culturais tombados como patrimônio material e, desde 2001, bens culturais registrados como patrimônio imaterial. Alguns fazem parte de uma lista da Unesco que compila os patrimônios culturais da humanidade. II – O IPHAN atua em nível federal, no registro e na preservação do patrimônio cultural, mas existem outras instâncias dedicadas à identificação e à promoção do patrimônio cultural nos estados e municípios brasileiros. III – A Unesco produz documentos a respeito do tema patrimônio cultural destinados principalmente a países que não possuem entidades, políticas e legislações próprias. IV – Um grupo que ainda está sub-representado no campo do patrimônio cultural brasileiro é dos imigrantes – italianos, libaneses, judeus, alemães, japoneses, entre outros. Resposta Selecionada: a. Somente as afirmações I, II e IV estão corretas. Respostas: a. Somente as afirmações I, II e IV estão corretas. b. Todas as afirmações estão corretas. c. Somente as afirmações III e IV estão corretas. d. Somente a afirmação I está correta. e. Somente a afirmação II está correta. Feedback da resposta: A resposta correta é a alternativa “a”. A afirmação III está errada porque pesquisas, manuais, declarações e convenções produzidos pela Unesco a respeito do tema patrimônio cultural não são destinados principalmente a países que não possuem entidades, políticas e legislações próprias. Pelo contrário, normalmente, os países procuram alinhar suas ações e programas nacionais com as orientações da Unesco. Isso invalida as alternativas “b” e “c”. Quanto às alternativas “d” e “e”, elas não podem ser assinaladas porque ambas deixam de fora a afirmação IV, que é verdadeira. Ela é apresenta nos últimos parágrafos do capítulo 4. Desde a criação do SPHAN, em 1937, uma certa visão de que a cultura genuinamente brasileira é fruto da mestiçagem entre brancos portugueses e negros africanos se difundiu. Isso fez com que o elemento indígena ficasse esquecido na representação da nação e na construção de nossos símbolos nacionais. Fez também com que bens culturais indígenas não fossem patrimonializados ao longo do século XX – fato que se reverteu um pouco no século XXI, quando foram registrados bens culturais imateriais indígenas, como a boneca de cerâmica Karajá e o grafismo do povo Wajãpi. Entretanto, em relação ao apagamento das tradições culturais dos diversos imigrantes que vieram ao Brasil entre os séculos XIX e XX, a lacuna continua grande. • Pergunta 10 1 em 1 pontos Leia o trecho retirado de um artigo acadêmico sobre a ilha fluvial de Parintins, na Amazônia. Em seguida, assinale a alternativa com comentários sobre o texto que não contém erros. “A pacata cidade transfigura-se anualmente, quando recebe cerca de 50 mil visitantes, para abrigar uma festa espetacular: o Festival dos Bois-Bumbás. O festival acontece nas três últimas noites do mês de junho e organiza-se em torno da competição entre dois grupos folclóricos, assim representados: Boi Garantido, considerado o boi do ‘povão’, cujas colorações emblemáticas são o vermelho e o branco; e Boi Caprichoso, percebido pelas pessoas como o boi da elite, simbolizado nos tons preto e azul. O espetáculo acontece na arena folclórica denominada de Bumbódromo, onde desfilam figuras saídas do imaginário caboclo. Tudo é preparado cuidadosamente, durante meses, para ser revelado em três espetáculos completamente diferentes, em dias consecutivos, fazendo a glória dos habilidosos artistas locais. A festa, de estrutura rígida, em que as lendas e rituais indígenas e figuras regionais são quesito obrigatório, mostra a riqueza da cultura e do folclore amazônico. Tanto o Boi Garantido como o Boi Caprichoso foram criados por pessoas humildes da região, como Lindolfo Monte Verde, fundador do Garantido, primeiro amo e tirador de toadas que fez nascer um boi de brinquedo pelos idos de 1913. A ideia de fazer um folguedo surgiu das lembranças que tinha do avô, ex-escravo que saiu do Maranhão e aportou em Parintins, provavelmente no período da borracha. No começo, a função era realizar uma folia que matasse a saudade e divertisse os adultos e crianças das vizinhanças, entretanto tendo sido ferido ao servir o Exército, Lindolfo fez promessa a São João Batista para recuperar o ânimo e a saúde. Atendido o voto, veio a obrigação de todos os anos honrar o santo com o folguedo. Lindolfo Monte Verde, e com ele Luiz Pereira, conservaram a tradição até 1980, quando foram afastados do evento por uma diretoria empresarial rica e poderosa. As famílias Monte Verde e Pereira vivem hoje de forma miserável, assistindo, a distância, à luxuosa festa da qual foram criadores. [...] Diversos são os produtos comerciais oferecidos pelos vendedores ambulantes e os donos das barraquinhas de artesanato, entre outras atividades comerciais do período. É importante registrar o fato de que parte significativa desses produtos não é produzida no município de Parintins e vem dos municípios circunvizinhos. Na evolução dos bumbás, ressalta-se a participação da mídia, da indústria cultural e do turismo, de agências governamentais e amplas camadas da sociedade. [...] O ritual dos bumbás realiza a síntese metafórica dos aspectos simbólicos da realidade de Parintins e, consequentemente, da cultura local. Originário do Maranhão, mostra a lenda de dois trabalhadores rurais: Pai Francisco e Mãe Catirina. Conta a lenda que Mãe Catirina, grávida, deseja comer a língua do boi mais bonito da fazenda onde trabalhava com o marido. Para satisfazer o desejo da mulher, Pai Francisco manda matar o boi de estimação do patrão. Pai Francisco é descoberto, tenta fugir, mas é preso. Para salvar o boi, e consequentemente o casal infrator, um padre e um médico são chamados (o pajé, na tradição indígena) e o boi ressuscita. Pai Francisco e Mãe Catirina são perdoados pelo patrão e há uma grande comemoração. As lendas e mitos amazônicos que enriquecem o sentido do ritual dos bois são: - os guardiões e protetores da floresta – curupira, boitatá, caipora, muiraquitã; - os envolvidos em questões afetivas/pessoasque se transformam em elementos da natureza – Cunhã Poranga, boto, açaí, guaraná, tamba-tajá, vitória-régia, uirapuru, mandioca, peixe-boi, lua, rios, sol, cobra Norato, ceuci, pirarucu; - os ameaçadores – matinta perêra, quem-te-dera, mapinguari; - origem e morte da vida, dos rios e lugares – cobra-grande, eldorado, amazonas, entre outros. [...]”. Fonte: BRITO, Lydia Maria Pinto; RIBEIRO, Edinelza Macedo; SOUZA, Tereza de. Bois-bumbás de Parintins: síntese metafórica da realidade? Revista de Administração Pública – RAP. Rio de Janeiro, v. 44, n. 1, p. 7-30, jan./fev. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rap/v44n1/v44n1a02.pdf>. Acesso em: 11 set. 2017. Resposta Selecionada: d. Trata-se de uma prática cultural híbrida, fruto do amálgama entre a cultura em sua dimensão antropológica, mais ampla, refletida nas histórias locais, e as indústrias culturais (Bumbódromo, pacotes de turismo, publicidade, televisão, CDs, etc.). Respostas: a. A festa do boi de Parintins exemplifica como a cultura popular tende a decair e perder suas verdadeiras raízes quando entra em contato com a indústria cultural e com o turismo. b. A festa do boi de Parintins funciona como um interessante amálgama entre as dimensões erudita e popular da cultura. c. A festa de Parintins gerou transformações significativas nas relações da pequena cidade com a região e o país, no plano da economia, da visibilidade e da atratividade turística, mas não alterou as relações sociais locais, nem os autores das músicas e dos bois, nem as lideranças, etc. d. Trata-se de uma prática cultural híbrida, fruto do amálgama entre a cultura em sua dimensão antropológica, mais ampla, refletida nas histórias locais, e as indústrias culturais (Bumbódromo, pacotes de turismo, publicidade, televisão, CDs, etc.). http://www.scielo.br/pdf/rap/v44n1/v44n1a02.pdf e. Esse é um caso de apropriação cultural inautêntica, pois originalmente a história do boi vem do Maranhão. Trata-se de uma prática cultural fake, criada para enganar turistas. Feedback da resposta: A alternativa “d” está correta. Realmente, diversas dimensões se misturam e se combinam nessa grande festa. Ela tem forte componente étnico e regional, mas agrada turistas de todo o país e também estrangeiros. Ela é fruída por moradores da cidade e envolve artistas locais, mas vende espaço publicitário, patrocínio, espaços na TV, hits musicais e bugigangas de todo tipo em torno do evento. Esse evento mostra como é preciso analisar fenômenos culturais sob diversos ângulos simultaneamente e como não é possível procurar “pureza” na pós-modernidade. O que existem são reinvenções permanentes. A alternativa “a” está errada justamente porque sugere que a cultura popular se perde, entra em degradação ao ter contato com a cultura de massa. Essa é uma visão purista, isolacionista, talvez cara aos folcloristas da década de 1950, mas não funciona no século XXI. A cultura é dinâmica, ela se transforma, se adapta. Não precisa ser estática, sempre igual, congelada no passado, para ter valor. Justamente por isso a alternativa “e” não faz sentido: ela considera a festa de Parintins inautêntica por ter chegado do Maranhão, como se as tradições não fossem móveis e plásticas. A alternativa “b” está errada porque a cultura erudita não tem praticamente participação nessa hibridação. A alternativa “c” está errada porque houve, sim, alterações nas relações sociais de Parintins. Homens mais ricos expulsaram do comando da festa seus inventores, o que mostra que a entrada da lógica capitalista tem impactos negativos em nível local, e não apenas os impactos positivos mais evidentes, como aquecimento do turismo e geração de renda. REVISAR ENVIO DO TESTE: TESTE AULA 10 Curso 1802-POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A CULTURA Teste Teste Aula 10 Iniciado 18/10/18 12:03 Enviado 18/10/18 12:31 Status Completada Resultado da tentativa 8 em 10 pontos Tempo decorrido 27 minutos Resultados exibidos Todas as respostas, Respostas enviadas, Respostas corretas, Comentários • Pergunta 1 1 em 1 pontos A Agenda 21 de Cultura define os governos locais como “agentes mundiais de primeira ordem”, por serem considerados essenciais para a valorização das culturas locais e diálogo com a sociedade civil. Essas tendências, que faz parte de um processo mundial, também aparece nas diretrizes culturais brasileiras. Nesse sentido, o Plano Nacional de Cultura estabelece metas no sentido de legitimar os governos e as organizações locais. Qual das alternativas abaixo apresenta a definição dessa tendência e qual das metas do PNC mais se refere a ela? Resposta Selecionada: c. Política de descentralização – “Meta 1) Sistema Nacional de Cultura institucionalizado e implementado, com 100% das Unidades da Federação (UF) e 60% dos municípios com sistemas de cultura institucionalizados e implementados”. Respostas: a. Política Cultura Viva – “Meta 4) Política nacional de proteção e valorização dos conhecimentos e expressões das culturas populares e tradicionais implantada”. b. Política Nacional de Cultura – “Meta 11) Aumento em 95% no emprego formal do setor cultural”. c. Política de descentralização – “Meta 1) Sistema Nacional de Cultura institucionalizado e implementado, com 100% das Unidades da Federação (UF) e 60% dos municípios com sistemas de cultura institucionalizados e implementados”. d. Política de descentralização – “Meta 47) 100% dos planos setoriais com representação no Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC) com diretrizes, ações e metas voltadas para infância e juventude”. e. Politica Nacional de Cultura – Meta 51) Aumento de 37% acima do PIB, dos recursos públicos federais para a cultura. Feedback da resposta: c) Política de descentralização – “Meta 1) Sistema Nacional de Cultura institucionalizado e implementado, com 100% das Unidades da Federação (UF) e 60% dos municípios com sistemas de cultura institucionalizados e implementados”. Política de descentralização das políticas públicas é uma tendência mundial que coloca os governos locais como agentes de peso na elaboração das políticas culturais. No Brasil, a instituição do SNC, dos conselhos de cultura e a maior autonomia dos municípios são exemplos da repercussão dessa tendência política. • Pergunta 2 1 em 1 pontos Sobre a avaliação no Ciclo das Políticas Públicas, qual alternativa está correta? Resposta : c. Podemos ter algumas referências comparativas, parâmetros para nos auxiliarem, tais como: metas, padrões históricos ou normativos (ideais). Respostas: a. A única alternativa para verificar uma avaliação é a econômica, ou seja, se o projeto gerou lucro ou não. b. A avaliação é realizada apenas após a implementação completa de determinada ação de política pública. c. Podemos ter algumas referências comparativas, parâmetros para nos auxiliarem, tais como: metas, padrões históricos ou normativos (ideais). d. A avaliação é uma fase que não precisa ser incluída no ciclo das políticas públicas. e. As avaliações são feitas essencialmente para averiguar o nível de eficiência dos stakeholders envolvidos. Feedback da resposta: Alternativa correta: C) Podemos ter algumas referências comparativas, parâmetros para nos auxiliarem, tais como metas, padrões históricos ou normativos (ideais). Diversos parâmetros podem ser utilizados para a ajuda do estabelecimento de critérios de julgamento das avaliações. • Pergunta 3 0 em 1 pontos Uma das principais funções da ANCINE é estabelecer políticas regulatórias para o campo audiovisual; essas políticas servem para que se estabeleça um entre a cadeia audiovisual, seu mercado, sem esquecer as diretrizes federais que englobam as políticas culturais também para esse segmento, como a proteção da produçãobrasileira, por exemplo. Marque qual destas alternativas representam uma medida regulatória instituída pela ANCINE: Resposta Selecionada: b. O apoio à participação de filmes brasileiros em festivais internacionais. Respostas: a. O apoio aprovado pelo Itamaraty a jovens talentos do audiovisual que desejam participar dos talent camps em festivais internacionais. b. O apoio à participação de filmes brasileiros em festivais internacionais. c. O apoio à participação de filmes estrangeiros em festivais regionais e do mercosul d. As leis municipais de incentivo à cultura. e. A lei da TV paga. Feedback da resposta: Alternativa correta: e) A lei da TV paga. A lei da TV paga instituída em 2011, como a Lei 12.485, institui que todos os canais de TV paga no Brasil devem exibir ao menos três horas e meia de produções independentes brasileiras; isso constitui uma medida regulatória que visa a proteger a produção nacional e, ao mesmo tempo, fomentar sua produção. • Pergunta 4 1 em 1 pontos Qual dessas alternativas sobre os problemas públicos está correta? Resposta Selecionada: d. Um problema pode não ser considerado público em determinada época, mas, com o tempo e a mudança de mentalidade, pode vir a ser assim considerado. Respostas: a. Os problemas públicos são um dos principais pilares das agendas das instituições privadas. b. Cabe apenas ao Estado perceber e definir algo como um problema para que esse seja público. c. A falta de água em São Paulo (2014-2016) não foi um problema público. d. Um problema pode não ser considerado público em determinada época, mas, com o tempo e a mudança de mentalidade, pode vir a ser assim considerado. e. O que difere um problema público de outro problema é a atenção midiática que o ele recebe. Feedback da resposta: Alternativa correta: d) Um problema pode não ser considerado público em determinada época, mas, com o tempo e a mudança de mentalidade, pode vir a ser assim considerado. Situações podem não ser consideradas problemas públicos em determinadas épocas, mas depois podem se tornar; por exemplo: a falta de acesso à cultura nem sempre foi considerada um problema público. • Pergunta 5 1 em 1 pontos Em 2004 foi instituído um dos principais marcos das políticas culturais mundiais, em Barcelona, durante o IV Fórum de Autoridades Locais. O documento estabeleceu algumas diretrizes gerais para a elaboração das políticas culturais. Selecione, dentre as alternativas abaixo, aquela que contém as informações corretas sobre esse documento: Resposta Selecionada: b. Agenda 21 de Cultura – considera a diversidade cultural o bem mais precioso da humanidade e foca boa parte de seus esforços na participação cidadã das políticas culturais. Respostas: a. Agenda 21 de Meio Ambiente – estabelecida durante a conferencia ECO 92 em Porto Alegre; estabelece diretrizes para as políticas culturais de governos locais. b. Agenda 21 de Cultura – considera a diversidade cultural o bem mais precioso da humanidade e foca boa parte de seus esforços na participação cidadã das políticas culturais. c. Agenda 21 de Cultura – estabelece diretrizes para a instalação de políticas municipais, apenas, sobretudo em países da América Latina. d. Agenda 21 de Cultura – constitui um conjunto de 67 regras e metas obrigatórias para as políticas culturais de países e governos locais. e. Conselhos de Cultura – estabelecem os planos de cultura para governos locais, considerados principais agentes da diversidade cultural dentro do processo de formulação das políticas públicas para a cultura. Feedback da resposta: Alternativa correta: b) Agenda 21 de Cultura – considera a diversidade cultural o bem mais precioso da humanidade e foca boa parte de seus esforços na participação cidadã das políticas culturais. A Agenda 21 de Cultura estabelece que o bem mais valioso da humanidade é a diversidade cultural. • Pergunta 6 1 em 1 pontos Atualmente o Índice de Desenvolvimento Humano é medido pelo PIB, educação e saúde dos Estados. Alguns autores especialistas em cultura defendem a possibilidade de que o acesso à cultura e, consequentemente, seu fomento, possa ser uma das medidas a serem levadas em consideração para a formulação do IDH dos países. Qual das alternativas abaixo justifica essa possibilidade? Resposta Selecionada: e. A cultura, por sua característica transversal, toca diversos pontos importantes para o desenvolvimento multidimensional de países ou territórios. Respostas: a. A cultura ajuda o meio ambiente, por isso deve ser colocada como uma medida de aumento do IDH. b. A cultura é um direito fundamental, portanto deve ser considerada meio de desenvolvimento. c. Os países desenvolvidos consideram a cultura um meio de desenvolvimento, portanto deve fazer parte da política de aumento do IDH brasileiro. d. A cultura é um mecanismo importante de geração de empregos, portanto essencial para a economia e o desenvolvimento do Estado. e. A cultura, por sua característica transversal, toca diversos pontos importantes para o desenvolvimento multidimensional de países ou territórios. Feedback da resposta: Alternativa correta: e) A cultura, por sua característica transversal, toca diversos pontos importantes para o desenvolvimento multidimensional de países ou territórios. Atualmente, a ideia de desenvolvimento vai além do crescimento econômico do Estado; o desenvolvimento multidimensional enxerga fatores como a liberdade política, a economia, o meio ambiente e a qualidade de vida como fatores de desenvolvimento. Por sua transversalidade, a cultura atua em várias áreas (como a educação, a inclusão social, a economia) que englobam essa ideia de desenvolvimento, portanto podemos acreditar que a ampliação do acesso a ela aumentaria o IDH. • Pergunta 7 0 em 1 pontos Um dos fatos mais marcantes da emergência das políticas culturais no mundo foi a fundação do Ministério da Cultura na França, em 1959. Nesse primeiro momento, o ministro francês da época, André Malraux estabeleceu uma primeira diretriz para as políticas culturais francesas: “tornar acessível as obras capitais da humanidade, iniciando pelas da França, ao maior número possível de franceses. ” (http://www.cultura.pr.gov.br/arquivos/File/politica_cultural.pdf). Por obras capitais, entendem-se aquelas que se integram dentro das Belas Artes, da cultura clássica e erudita. Algum tempo depois, percebeu-se que essa cultura à política não atingia o público necessário. Qual das alternativas abaixo explica, de forma correta, uma das razões dessa situação e quais foram os próximos passos para a evolução da política francesa? Resposta Selecionada: b. Pela falta de cultura de boa parte população, havendo, por isso, o investimento em educação artística nas escolas, assim como a arteeducação nos museus. Respostas: a. Pela falta de acesso estrutural à cultura, a questão foi resolvida por meio da gratuidade dos museus franceses. b. Pela falta de cultura de boa parte população, havendo, por isso, o investimento em educação artística nas escolas, assim como a arteeducação nos museus. c. Pela concepção errônea de que bastaria a população ter acesso à arte legitimada até então pela elite, os estudos em relação ao comportamento e demanda de público começaram nesse momento. d. Pela falta de identificação, pois grande parte da população era imigrante ou não tinha estudo suficiente, daí as políticas de integração social francesas dentro das quais a cultura possui grande importância. e. Pela falta de construção de centros culturais próximos a periferias, após esse período o governo instituiu uma grande campanha de descentralização de seusaparelhos culturais. Feedback da resposta: Alternativa correta: c) Pela concepção errônea de que bastaria a população ter acesso à arte legitimada até então pela elite, os estudos em relação ao comportamento e à demanda de público começaram nesse momento. Primeiramente, a premissa parte de uma ideia bastante elitista de que a “boa cultura” é aquela clássica e legitimada pela alta sociedade, pelo meio erudito. Visto que boa parte do público não fora atingido, a França passa a estimular estudos de público e comportamento cultural, dentre eles aquele de Pierre Bourdieu (1969). • Pergunta 8 1 em 1 pontos Os mecanismos de incentivo à cultura possuem diversos formatos e atores públicos ou privados ativos no exercício do fomento à cultura. Entre as principais instituições fomentadoras, encontram-se bancos e organizações do Sistema S. Qual das alternativas abaixo representa, de forma correta, uma instituição extremamente representativa para o fomento ao campo cultural brasileiro e seus mecanismos de incentivo? Resposta Selecionada: b. BNDES – patrocina diversas vias culturais: Patrimônio, Procult, economia criativa e eventos/ SESC – uma das maiores instituições culturais do mundo, utiliza o Sistema S de captação. Respostas: a. Banrisul – investe apenas em projetos audiovisuais/ SESI – maior representante do Sistema S em cultura. b. BNDES – patrocina diversas vias culturais: Patrimônio, Procult, economia criativa e eventos/ SESC – uma das maiores instituições culturais do mundo, utiliza o Sistema S de captação. c. Banco Bradesco – investimento direto/ SESC – uma das maiores instituições culturais do mundo, utiliza o Sistema S de captação. d. BNDES – investimento indireto/ SESI – maior representante do Sistema S em cultura. e. Banco Bradesco – investimento direto/ BNDES – investimento indireto. Feedback da resposta: Alternativa correta: b) BNDES – patrocina diversas vias culturais: Patrimonio, Procult, economia criativa e eventos/ SESC – uma das maiores instituições culturais do mundo, utiliza o Sistema S de captação. O BNDES é uma das grandes instituições patrocinadoras de cultura no Brasil, fomentando a área em diversos nichos; enquanto o SESC é a instituição do Sistema S que mais promove a cultura. • Pergunta 9 1 em 1 pontos Um dos grandes desafios de se fazerem políticas públicas para a cultura no Brasil é a falta de estudos e informações sobre o campo cultural; por isso, o fomento ao levantamento de dados para a construção de informações e indicadores culturais podem ser considerados ações essenciais para o sucesso das políticas culturais de um país. Dentre as alternativas abaixo, qual aquela que representa uma diretriz nesse sentido? Resposta Selecionada: c. Meta 6 do Plano Nacional de Cultura – “Meta 6) 50% dos povos e comunidades tradicionais e grupos de culturas populares que estiverem cadastrados no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), atendidos por ações de promoção da diversidade cultural” Respostas: a. A meta 14 da Agenda 21 de Cultura – “14. A apropriação da informação e a sua transformação em conhecimento por parte dos cidadãos é um ato cultural. ” b. Meta 23 do Plano Nacional de Cultura – “Meta 23) 15 mil pontos de cultura em funcionamento, compartilhados entre o Governo Federal, as Unidades da Federação (UF) e os municípios integrantes do Sistema Nacional de Cultura (SNC)”. c. Meta 6 do Plano Nacional de Cultura – “Meta 6) 50% dos povos e comunidades tradicionais e grupos de culturas populares que estiverem cadastrados no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), atendidos por ações de promoção da diversidade cultural” d. Plataforma CulturaDigital.Br – “Em julho de 2012, a plataforma inaugura uma nova fase, dedicada a reforçar os conteúdos hospedados na rede. Reforçar os blogs é uma diretriz. ” e. Item 18 Agenda 21 de Cultura – “Apoiar e promover, mediante diferentes meios e instrumentos, a manutenção e ampliação dos bens e serviços culturais” Feedback da resposta: Alternativa correta: c) Meta 6 do Plano Nacional de Cultura – “Meta 6) 50% dos povos e comunidades tradicionais e grupos de culturas populares que estiverem cadastrados no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), atendidos por ações de promoção da diversidade cultural” A construção de indicadores culturais é cada vez mais essencial para a elaboração de políticas públicas para a cultura eficientes e diretas às demandas dos diferentes públicos, em especial àqueles que, por muito tempo, ficaram distantes das políticas culturais. • Pergunta 10 1 em 1 pontos O estudo das políticas públicas é algo complexo, sobretudo na área cultural, devido a diferentes motivos: presença de diversos atores provenientes de várias áreas, o próprio conceito de cultura possuindo várias dimensões, além de sua temática transversal (tangenciando várias áreas). As tipologias podem ajudar a organizar o pensamento para seu entendimento. Lowi é o primeiro a utilizar as tipologias, considerando 4 cenários: políticas distributivas, redistributivas, constitutivas e regulatórias. Qual das alternativas abaixo pode ser considerada uma política constitutiva? Resposta Selecionada: c. A inserção da cultura como direito na Constituição de 1988. Respostas: a. O fomento à adesão de livros didáticos por escolas públicas. b. A Conferência da UNESCO de 1982. c. A inserção da cultura como direito na Constituição de 1988. d. A plataforma CulturaDigital. e. O viés antropológico da cultura previsto em programas de governo. Feedback da resposta: Alternativa correta: c) A inserção da cultura como direito na Constituição de 1988. As políticas constitutivas preveem mudanças legislativas, definindo jurisdições e elaborações políticas, funcionando dentro do sistema político. REVISAR ENVIO DO TESTE: TESTE AULA 10 Curso 1802-POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A CULTURA Teste Teste Aula 10 Iniciado 18/10/18 12:33 Enviado 18/10/18 12:44 Status Completada Resultado da tentativa 8 em 10 pontos Tempo decorrido 10 minutos Resultados exibidos Todas as respostas, Respostas enviadas, Respostas corretas, Comentários • Pergunta 1 0 em 1 pontos Identifique nas assertivas a seguir aquela que traz reflexão incorreta sobre termo politics e sobre os conceitos mais gerais em torno das políticas públicas: Resposta Selecionada: b. Quando falamos sobre política pública (public policy), entendemos que ela é fator resultante de dois modos de conceber a política, sendo, por um lado, parte do que chamamos de atividade política ou politics. Respostas: a. As policies são diretrizes e ações que emergem da politics, programas ou ações governamentais ou de grupos de interesse. b. Quando falamos sobre política pública (public policy), entendemos que ela é fator resultante de dois modos de conceber a política, sendo, por um lado, parte do que chamamos de atividade política ou politics. c. Policies, politics e policy são termos que aparecem quando estamos estudandos os conceitos mais gerais sobre políticas públicas. d. A Política Cultura Viva e os Pontos de Cultura podem ser vistas como exemplos de politics que foram tomadas fora do contexto cultural, e, adotadas pelos governos recentes como forma de manter a estabilidade cultural nacional e. As políticas públicas (policies), podem ser vistas como outputs, resultantes das atividades política (politics). Feedback da resposta: Assertiva incorreta D A Política Cultura Viva e os Pontos de Cultura podem ser vistas como exemplos de politics que foram tomadas fora do contexto cultural, e, adotadas pelos governos recentes como forma de manter a estabilidadecultural nacional. • Pergunta 2 1 em 1 pontos Uma das principais funções da ANCINE é estabelecer políticas regulatórias para o campo audiovisual; essas políticas servem para que se estabeleça um equilíbrio entre a cadeia audiovisual, seu mercado, sem esquecer as diretrizes federais que englobam as políticas culturais também para esse segmento, como a proteção da produção brasileira, por exemplo. Marque qual destas alternativas representam uma medida regulatória instituída pela ANCINE: Resposta Selecionada: e. A lei da TV paga. Respostas: a. O apoio aprovado pelo Itamaraty a jovens talentos do audiovisual que desejam participar dos talent camps em festivais internacionais. b. O apoio à participação de filmes brasileiros em festivais internacionais. c. O apoio à participação de filmes estrangeiros em festivais regionais e do mercosul d. As leis municipais de incentivo à cultura. e. A lei da TV paga. Feedback da resposta: Alternativa correta: e) A lei da TV paga. A lei da TV paga instituída em 2011, como a Lei 12.485, institui que todos os canais de TV paga no Brasil devem exibir ao menos três horas e meia de produções independentes brasileiras; isso constitui uma medida regulatória que visa a proteger a produção nacional e, ao mesmo tempo, fomentar sua produção. • Pergunta 3 1 em 1 pontos A lei Rouanet foi elaborada nos anos 90 e, desde então, sofreu diversas modificações ao longo de sua existência. A última delas foi em 2017. Dentre as razões para as alterações recentes, está a melhoria para diferentes irregularidades pelas quais a lei é criticada. Qual destas alternativas sobre as alterações sofridas pela lei está correta? Resposta Selecionada: e. Uma das principais irregularidades que as modificações visam a melhorar é a descentralização de projetos, estimulando produções em regiões como Norte e Nordeste. Respostas: a. As revisões na lei visam a resolver problemas que envolvem apenas o aspecto burocrático da inscrição de projetos. b. Ao menos 20% do valor deve ser captado ainda na fase de admissibilidade do projeto. c. A prioridade das novas modificações é facilitar a inscrição de novos projetos culturais. d. O único limite para empresas é o valor de 40 milhões de reais, podendo ser gastos em quantos projetos decidirem incentivar. e. Uma das principais irregularidades que as modificações visam a melhorar é a descentralização de projetos, estimulando produções em regiões como Norte e Nordeste. Feedback da resposta: Alternativa correta: e) Uma das principais irregularidades que as modificações visam a melhorar é a descentralização de projetos, estimulando produções em regiões como Norte e Nordeste. Uma das principais críticas a lei Rouanet é a centralização de projetos no Sudeste e no Sul do país, um dos pontos de suas modificações é o estímulo à produções em regiões como Norte e Nordeste. • Pergunta 4 1 em 1 pontos Conforme a cultura ganha espaço na sociedade brasileira e, portanto, em suas políticas públicas, o poder legislativo cria mecanismos para defendê-la e fomentá-la; alguns desses mecanismos são tão significativos que os consideramos marcos legais. Quais das alternativas abaixo pode ser considerada um marco legal da cultura? Resposta Selecionada: c. Plano Nacional de Cultura. Respostas: a. Conselho Nacional de Políticas Culturais. b. Edital de Seleção Pública de Culturas Populares: Edição Leandro Gomes de Barros. c. Plano Nacional de Cultura. d. Prêmio SESC de Literatura. e. Programa RUMOS Itaú Cultural. Feedback da resposta: Alternativa correta: c) Plano Nacional de Cultura. O PNC constitui um dos principais marcos legais da cultura. Formulado em dezembro de 2010, instituído pela Lei 12.343, define metas a serem cumpridas até 2020. • Pergunta 5 0 em 1 pontos Qual dessas alternativas sobre os problemas públicos está correta? Resposta Selecionada: a. Os problemas públicos são um dos principais pilares das agendas das instituições privadas. Respostas: a. Os problemas públicos são um dos principais pilares das agendas das instituições privadas. b. Cabe apenas ao Estado perceber e definir algo como um problema para que esse seja público. c. A falta de água em São Paulo (2014-2016) não foi um problema público. d. Um problema pode não ser considerado público em determinada época, mas, com o tempo e a mudança de mentalidade, pode vir a ser assim considerado. e. O que difere um problema público de outro problema é a atenção midiática que o ele recebe. Feedback da resposta: Alternativa correta: d) Um problema pode não ser considerado público em determinada época, mas, com o tempo e a mudança de mentalidade, pode vir a ser assim considerado. Situações podem não ser consideradas problemas públicos em determinadas épocas, mas depois podem se tornar; por exemplo: a falta de acesso à cultura nem sempre foi considerada um problema público. • Pergunta 6 1 em 1 pontos A articulação entre entes federados para o campo cultural mostra-se essencial para que as diretrizes e metas do Plano Nacional de Cultura seja bem-sucedido, daí a relevância do Sistema Nacional de Cultura e políticas específicas para os diferentes campos da cultura que articulem suas ações entre Federação, estados e municípios. No segmento das artes visuais, uma política foi bastante emblemática para a tentativa de renovação de diretrizes e democratização; essa ação se articula com os entes por meio de um pacto. Qual alternativa indica o nome dessa indicativa e de seu acordo ou pacto em questão? Resposta Selecionada: d. Política Nacional das Artes - Pacto Federativo de Fomento às Artes. Respostas: a. Política Nacional das Artes - Acordo Voluntário de Cooperação Federativa. b. Plano Nacional de Cultura - Acordo Voluntário de Cooperação Federativa. c. Política Cultura Viva - Pacto Federativo de Fomento às Artes. d. Política Nacional das Artes - Pacto Federativo de Fomento às Artes. e. Política Cultura Viva – Plano Nacional da Cultura. Feedback da resposta: Alternativa correta: d) Política Nacional das Artes - Pacto Federativo de Fomento às Artes. A Política Nacional das Artes visa ao estabelecimento de uma renovação da FUNARTE e das políticas culturais das artes visuais, circo, teatro, música e dança. O pacto Federativo de Fomento à Cultura articularia diferentes agentes culturais. • Pergunta 7 1 em 1 pontos A Agenda 21 de Cultura define os governos locais como “agentes mundiais de primeira ordem”, por serem considerados essenciais para a valorização das culturas locais e diálogo com a sociedade civil. Essas tendências, que faz parte de um processo mundial, também aparece nas diretrizes culturais brasileiras. Nesse sentido, o Plano Nacional de Cultura estabelece metas no sentido de legitimar os governos e as organizações locais. Qual das alternativas abaixo apresenta a definição dessa tendência e qual das metas do PNC mais se refere a ela? Resposta Selecionada: c. Política de descentralização – “Meta 1) Sistema Nacional de Cultura institucionalizado e implementado, com 100% das Unidades da Federação (UF) e 60% dos municípios com sistemas de cultura institucionalizados e implementados”. Respostas: a. Política Cultura Viva – “Meta 4) Política nacional de proteção e valorização dos conhecimentos e expressões das culturas populares e tradicionais implantada”. b. Política Nacional de Cultura – “Meta 11) Aumento em 95% no emprego formal do setor cultural”. c. Política de descentralização – “Meta 1) Sistema Nacional de Cultura institucionalizado e implementado, com 100% das Unidades da Federação (UF)
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