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Resumo Princípios básicos da terapia cognitivo-comportamental

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 
Campus Cachoeira do Sul/RS 
Curso de Psicologia 
 
 
Disciplina: Teorias Psicoterápicas II 
Professora: Laura Machado 
Acadêmica: Hanna Kemel Brum 
 
RESUMO 
Capítulo 1: “Princípios básicos da terapia cognitivo-comportamental” 
 
A Terapia Cognitivo-comportamental é uma abordagem que se baseia em dois 
princípios: o de que nossas cognições possuem uma influência controladora sobre nossas 
emoções e comportamento; e o outro de que o modo como agimos e nos comportamos 
pode afetar muito nossos padrões de pensamento e nossas emoções. 
Dois mil anos antes da introdução da TCC, os elementos cognitivos dessa perspectiva 
já tinham sido reconhecidos por filósofos estoicos como Epíteto, Cícero e Sêneca. 
A cognição é considerada como uma força primária na determinação do 
comportamento humano nas tradições filosóficas orientais, como o taoísmo e o budismo. 
A ideia de que um desenvolvimento de estilo saudável de pensamento possa melhorar o 
bem-estar e reduzir sentimentos ruins é algo comum em diversas culturas atualmente. 
Aaron T. Beck observou que suas teorias cognitivas eram influenciadas pelo trabalho 
de vários analistas pós-freudianos, como Adler, Horney e Sullivan. Ele foi a primeira 
pessoa a desenvolver teorias para a aplicação de intervenções cognitivas e 
comportamentais em transtornos emocionais. As primeiras formulações de Beck 
centravam-se no papel do processamento de informações desadaptativo em transtornos 
de depressão e de ansiedade. 
Outros contribuintes para o desenvolvimento das teorias e métodos cognitivo-
comportamentais foram: a terapia racional-emotiva de Ellis e a teoria dos construtos 
pessoais de Kelly. 
Mais de 300 estudos controlados da TCC para uma série de transtornos psiquiátricos 
foram realizados. Quando pesquisadores começaram a aplicar as ideias de Pavlov, 
Skinner e outros behavioristas experimentais foi aí que os componentes comportamentais 
do modelo de terapia cognitivo-comportamental tiveram seu início, nos anos de 1950 e 
1960. 
Com a terapia comportamental se expandindo, investigadores como Meichenbaum e 
Lewinsohn e colaboradores começaram a incorporar as teorias e estratégias cognitivas 
nos seus tratamentos. Desde 1960 aconteceu uma agregação das formulações cognitivas 
e comportamentais na psicoterapia. Os métodos cognitivos e comportamentais são 
considerados como parceiros eficazes tanto em teoria quanto na prática por muitos 
terapeutas. 
 
O Modelo Cognitivo Comportamental 
Nesse modelo, o processamento cognitivo recebe um papel central, pois o ser humano 
continuamente avalia a relevância dos acontecimentos internamente e no ambiente a sua 
volta, e as cognições estão frequentemente associadas às reações emocionais. 
As três áreas de funcionamento patológico identificadas no modelo básico de TCC 
são as cognições, as emoções e os comportamentos. Os terapeutas cognitivo-
comportamentais podem partir de uma série de métodos voltados para todas essas 3 áreas. 
O modelo básico de TCC é usado para ajudar os terapeutas a conceitualizarem 
problemas clínicos e implementarem métodos da TCC específicos. É simplificado para 
voltar a atenção do terapeuta para as relações entre as três áreas de funcionamento 
patológico, e para orientar as intervenções de tratamento. 
O modelo da TCC pressupõe que as mudanças cognitivas e comportamentais são 
moduladas por meio de processos biológicos e que as medicações psicotrópicas e outros 
tratamentos biológicos influenciam as cognições. As intervenções biológicas e cognitivas 
podem interagir no tratamento de transtornos psiquiátricos. 
Para que o tratamento seja direcionado, é recomendada uma formulação integrada, e 
com muitos detalhes, incluindo considerações cognitivo-comportamentais, biológicas, 
sociais e interpessoais. 
 
Níveis de processamento cognitivo 
Beck e seus colegas identificaram três níveis básicos de processamento cognitivo. O 
nível mais alto da cognição é a consciência, um estado de atenção onde decisões podem 
ser tomadas racionalmente. A atenção consciente permite: monitorar e avaliar as 
interações com o meio ambiente; ligar memórias passadas às experiências presentes; e 
controlar e planejar ações futuras. 
Na TCC, os terapeutas incentivam o desenvolvimento e a aplicação de processos 
conscientes adaptativos de pensamento, como o pensamento racional e a solução de 
problemas. O terapeuta também se esforça para ajudar os pacientes a reconhecer e mudar 
o pensamento patológico em dois níveis de processamento de informações: pensamentos 
automáticos e esquemas. Os pensamentos automáticos são cognições que passam 
rapidamente por nossas mentes quando estamos em meio a situações (ou relembrando 
acontecimentos). Os esquemas são crenças nucleares que agem como matrizes ou regras 
para o processamento de informações, nos permite selecionar, filtrar, codificar e atribuir 
significado às informações vindas do meio ambiente. 
A TCC não postula estruturas ou defesas específicas que bloqueiam os pensamentos. 
Ela enfatiza técnicas para ajudar os pacientes a detectar e mudar seus pensamentos 
profundos, especialmente aqueles associados com sintomas mais emocionais, como 
depressão, ansiedade ou raiva. A TCC ensina os pacientes a “pensar sobre o pensamento” 
para trazer as cognições autônomas à atenção e ao controle conscientes. 
 
Erros cognitivos 
Beck teorizou que existem equívocos característicos na lógica dos pensamentos 
automáticos e outras cognições de pessoas com transtornos emocionais. 
Beck e colaboradores descreveram seis categorias principais de erros cognitivos, que 
seriam: abstração seletiva, inferência arbitrária, supergeneralização, maximização e 
minimização, personalização e pensamento absolutista. 
Os terapeutas que querem implementar métodos de TCC para reduzir erros 
cognitivos, geralmente ensinam os pacientes que o objetivo mais importante é reconhecer 
que se está cometendo erros cognitivos, invés de identificar todo e qualquer erro de lógica 
que esteja acontecendo. 
 
 
Antes de escolher e aplicar técnicas, é necessário desenvolver uma conceitualização 
individualizada que conecte as teorias cognitivo-comportamentais à estrutura psicológica 
única do paciente e sua rede de problemas. Se ocorrer um foco prematuro ou muito forte 
na implementação das técnicas, a essência da TCC será perdida. 
A conceitualização de caso é um guia essencial para o trabalho dos terapeutas 
cognitivo-comportamentais. Outras características centrais da TCC incluem um 
relacionamento terapêutico colaborativo, aplicação hábil de métodos de questionamento 
socrático e estruturação e psicoeducação eficazes. 
A TCC é uma terapia voltada para o problema geralmente aplicada em um curto 
prazo. O tratamento para depressão ou transtornos de ansiedade descomplicados 
normalmente dura de 5 a 20 sessões. Porém, pode ser necessário mais tempo se houver 
condições co-mórbidas ou se o paciente possuir sintomas crônicos ou resistentes a 
tratamento. A TCC para transtornos de personalidade, psicoses ou transtorno bipolar pode 
precisar ter mais de 20 sessões. Pacientes com doenças crônicas ou recorrentes podem se 
beneficiar com uma terapia na qual a maior parte da TCC é mais pesada nos primeiros 
meses de tratamento, mas depois o terapeuta continua a atender em sessões de reforço por 
períodos mais longos. 
A TCC normalmente é aplicada em sessões de 45 a 50 minutos. Sessões mais longas 
têm sido implementadas para o rápido tratamento de pacientes com transtornos de 
ansiedade. Sessões de menos de 50 minutos geralmente são recomendadas para pacientes 
internados, pessoas com psicose e outros com sintomas graves que interferem na 
concentração. 
A TCC concentra-se no aqui-e-agora. Porém, é necessário ter uma perspectiva 
longitudinal, incluindo a consideração do desenvolvimento na primeira infância, histórico 
familiar, traumas, experiências positivas e negativas, educação,história de trabalho e 
influências sociais, para que se entenda completamente o paciente e para que se planeje 
o tratamento. 
Os terapeutas da TCC devem ter a capacidade de gerar confiança e demonstrar 
serenidade quando sob pressão, assim como todos os bons terapeutas. 
O questionamento socrático consiste em fazer perguntas ao paciente que estimulem 
a curiosidade e o desejo de inquirir. O terapeuta tenta fazer com que o paciente se envolva 
no processo de aprendizagem, em vez de realizar uma apresentação didática dos conceitos 
da terapia. 
Vários métodos psicoeducativos são utilizados na TCC. As experiências de ensino 
nas sessões normalmente envolvem usar situações da vida do paciente para ilustrar os 
conceitos. O terapeuta dá breves explicações e as acompanha com perguntas que 
promovam o envolvimento do paciente no processo de aprendizagem. Várias ferramentas 
estão disponíveis para auxiliar os terapeutas a promover a psicoeducação, como a leitura 
de livros de auto-ajuda, apostilas, questionários de avaliação e programas de computador. 
Registros de pensamento também são bastante utilizados na TCC. Identificar 
pensamentos automáticos escrevendo-os pode incitar um estilo mais racional de 
pensamento. A estratégia geral de reestruturação cognitiva é identificar pensamentos 
automáticos e esquemas nas sessões de terapia, ensinar habilidades para mudar cognições 
e, depois, fazer os pacientes realizarem uma série de exercícios planejados para expandir 
os aprendizados da terapia nas situações do mundo real daquele paciente. 
A relação entre cognição e comportamento é uma via de duas mãos para a TCC. 
A maioria das técnicas comportamentais usadas na TCC são para ajudar as pessoas a 
romper padrões de evitação ou desesperança; enfrentar gradativamente situações temidas; 
desenvolver habilidades de enfrentamento; e reduzir emoções dolorosas ou excitação 
autonômica. 
A TCC leva a aquisição de habilidades que podem reduzir o risco de recaída. 
Aprendendo como reconhecer e mudar pensamentos automáticos, utilizando métodos 
comportamentais comuns e implementando as outras intervenções descritas 
anteriormente, os pacientes podem aprender a lidar futuramente com ativadores dos 
sintomas, o que é uma das vantagens da TCC. 
 
REFERÊNCIA 
Wright, J. H., Basco, M. R., & Thase, M. E. Aprendendo a terapia cognitivo-
comportamental: um guia ilustrado. 2008. Porto Alegre: Artmed.

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