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DIREITO PROCESSUAL PENAL 1 COMPETÊNCIAS COMPETÊNCIA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO/ ORIGINÁRIA/ FORO PRIVILEGIADO Fundamento legal: artigo 102, I da Constituição Federal. Conceito: são julgados por este: a) o Presidente da República; b) Deputados federais; c) Senador; d) Ministro de Estado. Observação: o STF tem um posicionamento quanto aos deputados federais e senadores, sendo que para ser julgado no Supremo precisa de dois requisitos cumulativos: 1. crime cometido durante o mandato e, 2. que tenha relação com o mandato. Atenção: a teoria do mandato cruzado: o deputado federal comete um crime durante o mandato e com relação com mandato, sendo que ao final do mandato, o mesmo é eleito senador, neste caso o processo continua no STF. COMPETÊNCIA DO STJ Fundamento legal: artigo 105, I da Constituição Federal. Conceito: são julgados por este: a) Desembargador; b) Governador. Observação: o STJ tem um posicionamento quanto ao governador, sendo que para ser julgado no Superior Tribunal de Justiça, precisa de dois requisitos cumulativos: 1. crime cometido durante o mandato e, 2. que tenha relação com o mandato (em razão do precedente julgado pelo STF). COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Fundamento legal: artigo 96, II, III e 29, X da Constituição Federal + Súmula 702 do STF. Conceito: são julgados por este: a) Juiz - (artigo 96, II da Constituição Federal); b) Promotor - (artigo 96, III da Constituição Federal); c) Prefeito - (artigo 29, X da Constituição Federal e Súmula 702 do STF), segundo a Súmula 702 do STF, o prefeito dependerá do tipo de crime cometido, sendo crime estadual será julgado perante o STJ, sendo o crime eleitoral será julgado perante o TRE e se tratando de crime federal, será julgado perante o TRF. DIREITO PROCESSUAL PENAL 2 COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL Fundamento legal: artigo 109, da Constituição Federal. Conceito¹: a justiça federal não julga contravenção penal nem mesmo se for conexa a crime federal (fundamento legal: artigo 109, IV da Constituição Federal), assim, um crime federal com uma contravenção penal conexa, se desmembrará, o crime federal será julgado pela Justiça Federal e a contravenção será julgada perante o Jecrim Estadual. Conceito²: A justiça federal julga crimes contra bens, serviços, interesses da União, suas autarquias e empresas públicas federais (fundamento legal: artigo 109, IV da Constituição Federal. Exemplos de autarquias federais: INSS, Banco Central, dentre outros; Exemplos de empresas públicas: Caixa Econômica Federal e Embrapa. Conceito³: Sociedade de economia mista federal é julgada pela Justiça Estadual, segundo a Súmula 42 do STJ. São exemplos delas: Banco do Brasil e Petrobrás. Conceito¹¹: Contrabando ou descaminho, segundo a Súmula 151 do STJ, será julgado perante a Justiça Federal do local de apreensão dos bens. Conceito²²: Uso do documento falso, segundo a Súmula 546 do STJ, a competência será determinada a depender de perante quem o documento falso foi apresentado. Conceito³³: Crime praticado contra funcionário público federal, segundo a Súmula 147 do STJ, a competência dependerá do motivo do crime, se for em razão do seu cargo, será competente a Justiça Federal, senão, Justiça Estadual. Nos crimes transnacionais (crime que começa no Brasil e termina fora ou começa fora e termina no Brasil) em que houver tratado (exemplos: racismo; pornografia infantil; tráfico de drogas) será competente a Justiça Federal, veja são dois requisitos, ser transnacional e ter um tratado sobre o assunto. Conceito¹¹¹: se o crime for cometido em sites, blogs, redes sociais e houver tratado, a competência será da Justiça Federal, porém se for por comunicação (exemplo: direct; e-mail; WhatsApp) e houver tratado, será competente a Justiça Estadual, tendo em vista se tratar de uma comunicação direta e pessoal, o crime se configura apenas quando a pessoa abre a mensagem. Conceito²²²: Segundo o artigo 109, IX da Constituição Federal, os crimes cometidos em aeronave, ainda que no solo, será competente à Justiça Federal. DIREITO PROCESSUAL PENAL 3 Observação: crimes cometidos a bordo de balão será competente a Justiça Estadual, tendo em vista que balão não é aeronave. Crimes cometidos a bordo de navios será competente a Justiça Federal, se estiver em águas internacionais ou situação de potencial deslocamento para águas internacionais. Segundo o artigo 109, XI da Constituição Federal, no caso de indígena, será competente a Justiça Federal se o crime decorrer de disputa de direitos indígenas ou se afetar os valores indígenas e Justiça Estadual para os demais casos, segundo a Súmula 140 do STJ. COMPETÊNCIA TERRITORIAL REGRA GERAL Conceito: segundo o artigo 70 do Código de Processo Penal, a competência será o local da consumação do crime (teoria do resultado). Atenção: a teoria da ubiquidade tratada no direito material, diz respeito a competência da Justiça Brasileira ou não, sendo definido a teoria da ubiquidade para tanto, usaremos a teoria do resultado para definir competência interna. Exceções à competência territorial (teoria do resultado): 1. O artigo 70, §4º do Código de Processo Penal, que trata do estelionato mediante depósito, pagamento frustrado ou transferência de valores, determina a competência através do local de domicílio da vítima. Exemplo: golpe do WhatsApp. 2. O artigo 73 do Código de Processo Penal, determina que nos casos de exclusiva ação privada, o querelante pode preferir pelo foro ou domicílio do réu, ainda que conhecido o local da consumação. 3. Teoria do esboço do resultado, estabelece que nos crimes plurilocais (é o crime que começa em um lugar e termina em outro) a competência é do local onde o resultado se projetou, se esboçou. FORO SUPLETIVO Fundamento legal: artigo 72 do Código de Processo Penal. Conceito: Ocorre quando não se sabe o local da consumação, será competente o domicílio do Réu. DIREITO PROCESSUAL PENAL 4 Atenção: O único caso envolvendo a competência do domicílio da vítima é a hipótese do artigo 70, §5º do Código de Processo Penal (estelionato). Comentários: Crime contra a honra cometido através da internet, a regra será a competência no local onde postada a ofensa, sendo cometido o crime através de mensagem privada (direct) a competência será no local onde a vítima ler a mensagem, pois é neste momento que o crime se consuma.
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