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Competência Criminal

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Competência Criminal: 
Mecanismos de solução de conflitos:
Autotutela:
- Emprego da força para satisfazer interesses;
- É uma medida de exceção;
- Pode responder pelo crime de 345 do CP.
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.
Exemplos em é permitido fazer justiça com as próprias mãos: legítima defesa, estado de necessidade, prisão em flagrante... 
Autocomposição:
- Caracteriza-se pela busca do consenso;
- Possível no JECRIM 
	- Jamais envolvendo pena privativa de liberdade;
	- Acordo visando aplicação de penas restritivas de direito e multa.
- Acordo de não persecução penal;
Jurisdição:
“juris + dictio” = Direito + Dizer
- Uma das funções do Estado, exercita precipuamente pelo poder judiciário, por meio da qual o direito objetivo é aplicado à solução de determinada demanda;
Princípio do juiz natural;
· Competência:
- É a medida e o limite da jurisdição, dentro dos quais o órgão jurisdicional poderá aplicar o direito objetivo ao caso concreto;
Espécies de Competência:
- “Ratione materiae” – em razão da matéria:
	- Em razão da natureza da infração penal
- “ Ratione personae” (funcionae) – em razão da pessoa;
	- Regra da contemporaneidade;
	- Competência por prerrogativa de função;
- “Ratione loci” –
	- Competência territorial;
	OBS. Justiça Estadual Comarcas; Justiça Federal Seção/subseção judiciária;
- Competência funcional: É fixada conforme a função que cada um dos vários órgãos jurisdicionais exerce em um processo;
	- Competência funcional por fase do processo: um órgão jurisdicional diferente exerce a competência de acordo com a fase do processo. Ex. Júri – Juiz sumariante (iudicium accusationis) Juiz presidente + 7 jurados (iudicium causae). Ex.2: Processo de conhecimento e processo de execução;
	- Competência funcional por objeto do juízo: cada órgão jurisdicional exerce a competência sobre determinadas questões a serem decididas no processo. Ex. Júri – 7 jurados: decidem sobre materialidade/autoria/absolvição/diminuição/qualificadoras e aumento de pena; Juiz presidente: decide sobre os demais quesitos.
	- Competência funcional por grau de jurisdição: divide a competência entre órgãos jurisdicionais superiores e inferiores;
		Existem por razões recursais e existem por razão da competência originária dos tribunais (Competência por prerrogativa de função);
	- Competência funcional horizontal: Não há hierarquia entre os órgãos jurisdicionais;
		- Competência funcional por fase do processo e por objeto do juízo;
	- Competência funcional vertical: Há hierarquia entre os órgãos jurisdicionais;
		- Competência funcional por grau de jurisdicional;
- Competência absoluta:
	- Regra de competência criada com base no interesse público;
	- Prevista em norma constitucional;
	- A regra de competência absoluta não pode ser modificada, ou seja, cuida-se de competência improrrogável ou imodificável;
	- Não pode ser modificada pela conexão ou pela continência;
Consequência da incompetência absoluta:
	- Nulidade absoluta (e não inexistência):
		- Pode ser arguida a qualquer momento, inclusive após o trânsito em julgado de sentença condenatória ou absolutória imprópria;
		- Não há extinção do feito. Será remetido ao juízo competente;
	- Incompetência absoluta pode (deve) ser reconhecida de ofício; 
		- Doutrina: Pelo menos enquanto não houver esgotamento da instância (quando publicada a sentença);
		
Art. 567 do CP  A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
Doutrina defende que o art.567 está se referindo apenas a incompetência relativa, uma vez que quando se tratar de incompetência relativa, deve haver anulação dos atos decisórios e probatórios;
Jurisprudência -Tribunais superiores – entendem que não há necessidade de anulação nem mesmo dos atos decisórios praticado pelo juízo relativo ou absolutamente incompetente, pois estes podem ser ratificados pelo juízo competente.
OBS. os efeitos dos atos decisórios só terão validade quando ratificados pelo juízo competente.
OBS.2: A interrupção da prescrição só ocorre quando há retificação da decisão que recebeu a denúncia;
Ratificação é um ato de convalidação de um ato vicioso.
- Competência relativa:
	- Regra de competência criada com base no interesse preponderante das partes;
	- Prevista em norma infraconstitucional;
	OBS. No processo penal em curso não há interesse exclusivo das partes;
	- A regra de competência relativa pode ser modificada, ou seja, cuida-se de competência prorrogável ou derrogável;
	- Pode ser modificada pela conexão ou pela continência;
Consequência da incompetência relativa:
	- Nulidade relativa:
		- Deve ser arguida no momento oportuno, sob pena de preclusão;
			- Resposta a acusação/defesa, art.396- A do CP;
		- Prejuízo deve ser comprovado.
	- Inconstitucionalidade pode ser conhecida de ofício. Pelo menos até o início da instrução probatória.
Parte da doutrina entende que a incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. Súmula 33 do STJ: a incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. TAL SÚMULA NÃO É VÁLIDA NO PROCESSO PENAL.
Espécies de competência absoluta:
- “ratione materiae”
- “ratione funcionae”
- Funcional
Espécies de competência relativa:
- Territorial;
- Prevenção (súmula 706 STF) – critério residual de fixação de competência, quando um ou mais juízo igualmente competente se antecede aos demais na prática de um ato decisório.
- Distribuição;
- Conexão e continência:
STF: Ato de oferecimento de denúncia, praticado, em foro incompetente, por um representante, prescinde, para ser válido e eficaz, de ratificação por outro do mesmo grau funcional e do mesmo Ministério Público, apenas lotado em foro diverso do competente, porque o foi em nome da instituição, que é uma e indivisível.
Guia para fixação de competência:
- Teoria Geral do Processo
1- Competência de justiça: Qual a justiça competente?
1.1 Competência criminal da justiça militar da União e dos Estados:
Novas alterações sobre o tema:
- Lei 13.491/17;
- Lei 13.774/18;
- Justiça Militar da União:
Previsão Constitucional – art.124 da CF/88:
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.
- Acusados: militares e civis*.
OBS. a possibilidade da justiça militar da união julgar civis vem sendo cada vez mais restrita. O mesmo só será julgado pela justiça militar da união quando ficar evidenciada a sua intenção de atingir as forças armadas em sua destinação constitucional.
- Justiça Militar Federal não possui competência cível.
- Não há ressalva quanto a competência do júri quando a vítima for civil.
OBS. Em regra, a competência para julgar crimes dolosos contra a vida quando a vítima for civil é do Júri. Entretanto a justiça Militar da União possuirá competência em alguns casos (o que não acontece com a justiça militar dos estados). Ex. cometido por Forças Armadas contra civil em alguns contextos.
- Competência fixada pelo critério “ratione materiae”; 
- Órgãos jurisdicionais:
	- Conselho de Justiça;
	- Juiz Federal da JMU;
- Juízo “ad quem”: STM – Superior Tribunal Militar;
- Justiça Militar dos Estados:
Alteração: EC 45/04
Previsão constitucional – art. 125, §4º:
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.       
- Acusados: militares dos estados;
	- Policial militar, corpo de bombeiros e policiais rodoviários estaduais.
OBS. A condição de militarestadual deve está presente à época do delito.
OBS. A justiça militar do estado não julga civil.
Súmula 53 do STJ: compete à justiça comum estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares estaduais.
- Justiça Militar Estadual detém competência cível 
- Competência fixada com base em dois critérios: “ratione materiae” e “ratione personae”
- Órgãos jurisdicionais:
	- Juiz de direito do Juízo Militar;
	- Conselho de Justiça;
- Juízo “ad quem”: TJM (MG, SP e RS) ou TJ, nos demais Estados.
1.2 Competência Criminal da Justiça Eleitoral: 
Previsão Constitucional: Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
Crimes eleitorais:
	- Código Eleitoral;
	- Legislação Infraconstitucional, desde que definidos como crimes eleitorais.
- Subsunção formal + conteúdo material do delito;
STJ: a simples existência, no Código Eleitoral, de descrição formal de conduta típica não se traduz, incontinenti, em crime eleitoral, sendo necessário, também, que se configure o conteúdo material de tal crime. Sob o aspecto material, deve a conduta atentar contra a liberdade de exercício dos direitos políticos, vulnerando a regularidade do processo eleitoral e a legitimidade da vontade popular. Ou seja, a par da existência do tipo penal eleitoral específico, faz-se necessária, para sua configuração, a existência de violação do bem jurídico que a norma visa tutelar, intrinsecamente ligado aos valores referentes à liberdade do exercício do voto, a regularidade do processo eleitoral e à preservação do modelo democrático. A destruição de título eleitoral da vítima, despida de qualquer vinculação com pleitos eleitorais e com o intuito, tão somente, de impedir a identificação pessoal, não atrai a competência da Justiça Eleitoral.
1.2.1 Conexão entre Crime Eleitoral e Crime comum: 
- Causa de mudança de competência;
- Mudança de competência relativa;
- Status de lei ordinária
Hipóteses:
- Crime Militar: Separação dos processos.
- Crime doloso contra a vida: Separação dos processos.
- Crime Federal: Separação dos processos;
OBS. Porque todas essas competências estão previstas na CF/88.
- Crime comum Estadual: Reunião dos feitos na Justiça Eleitoral.
OBS. Competência comum estadual é residual não estando previsto na CF.
OBS. STF firmou o entendimento de ser competência da Justiça Eleitoral processar e julgar crimes comuns que apresentam conexão com crimes eleitorais, inclusive crimes federais.
- Crime contra juiz eleitoral: 
	- Juiz Eleitoral, ainda que estadual, representa o poder judiciário da união.
	- Competência da Justiça Federal.
1.3 Competência Criminal da Justiça do Trabalho:
EC- 45/04
Previsão constitucional: Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:   
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;       
- Não possui competência criminal genérica.
1.4 Competência Criminal da Justiça Federal:
- Apesar de ser considerada justiça comum, a mesma está prevista na CF, art.109 a partir do inciso IV.
- Competência absoluta;
Competência da justiça federal em 1ª instância: art.109 CF/88
Competência da justiça federal em 2ª instância: art.108 CF/88
TRF 1ª Região – Brasília – abrange Bahia;
TRF 2ª Região – RJ
TRF 3ª Região – SP
TRF 4ª Região – Poa
TRF 5ª Região – Recife
1.4.1 Competência da Justiça Federal x Atribuições da Polícia Federal
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
 Crimes políticos = Lei 7.179/83 + Motivação política
1.4.2 Competência da Justiça Federal x Competência da Justiça Militar: 
 OBS. Art.30 da Lei 7.179/83 não foi recepcionado pela CF/88, pois a JM não possui competência para julgar crimes políticos, a competência é federal.
1.4.3 Recurso cabível da sentença em crime político:
- Independentemente da natureza da sentença (condenatória/absolutória);
- Recurso ordinário constitucional, e compete ao STF julgar tal recurso;
	- Recurso de fundamentação livre;
1.4.4 Infrações Penais Praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou de suas Entidades Autárquicas ou Empresas Públicas:
Interesses da União = Ex. descaminho e contrabando.
Serviços de empresa pública = Ex. Correios
- Lesão deve ser direta a bens, serviços ou interesses da União, Autarquias Federais ou Empresas Públicas Federais;
Súmula 107 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.
Exemplos que já caiu em prova:
- Fraude eletrônica praticada em detrimento de correntista da Caixa Econômica Federal, suja agência está localizada em São Paulo e os saques fraudulentos são realizados em Curitiba;
	- Sujeito passivo seria a CAIXA, pois teve seu sistema de monitoramento burlado.
	- Competência é da Justiça Federal;
	- Local da consumação do delito teria sido em SP. Competência territorial = São Paulo, local da agência.
- Roubo contra casa lotérica:
	- Casa lotéricas = pessoa jurídica de direito privado, que é permissionária de serviço público federal;
	- Competência da Justiça Federal;
- Roubo contra agência dos Correios:
	- EBCT = Competência da Justiça Federal;
	- Algumas operam por franquias = Competência da Justiça Estadual.
- Crime cometido em detrimento da FUNASA:
	- Fundação Nacional de Saúde;
	- Fundação Pública Federal;
	- Competência da Justiça Federal;
- Crime cometido em detrimento da OAB:
	ADI 3026 (STF);
	- Competência da Justiça Federal;
- Roubo contra o Banco do Brasil:
	- Sociedade de economia mista;
	- Competência da justiça Estadual;
	Súmula 42 do STJ: Compete a justiça comum processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
OBS. STJ = Compete a Justiça Estadual comum julgar e processar crimes cometidos contra empresa concessionária de serviços públicos, por inexistir prejuízo a bens e/ou interesses da União.
- Crimes cometidos contra bens tombados:
	- Se o bem tiver sido tombado pela União, a competência será da justiça Federal, entretanto se o bem tiver sido tombado pelo Estado ou Municípios, a competência será da Justiça Estadual.
- Crime cometido contra consulado estrangeiro:
	- Competência da Justiça Estadual;
- Peculato cometido em detrimento do MPDF:
	- Competência da Justiça comum do DF;
- Desvio de verbas Federais:
	- Se a verba federal ainda estiver sujeita a prestação de contas perante órgão Federal (TCU), a competência será da Justiça Federal;
	- Se, todavia, não houver mais fiscalização do órgão federal, se a verba já estiver incorporada a patrimônio do Município ou do Estado, a competência será da Justiça Estadual.
Súmula 208 do STJ: Compete a Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão Federal;
Súmula 209 do STJ: compete à Justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
- Desvio de verbas do FUNDEF – fundo de manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e de valorização do magistério;
	- Competência da justiça federal;
- Falsificação de moeda estrangeira:
	- Competência da Justiça Federal por atentar contra o BACEN (autarquia federal);
 OBS. Falsificação de Reais = Justiça Federal;
- Falso testemunho cometido em processo trabalhista (ou perante a Justiça Eleitoral, Federal ou Militar da União):
	- Competência da Justiça Federal;
OBS. Esse entendimento se aplica a outros crimes contra a adm. da justiça.
Súmula n.165 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista.- Crime cometido contra (ou por) funcionário público federal:
	-Em razão das funções (propter officium) = Competência da Justiça Federal;
Súmula 147 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função;
 - Crimes contra o meio ambiente:
	- Competência da Justiça Estadual, em regra.
OBS. Antigamente a fauna era considerada bem da União;
OBS. Se o crime ambiental for cometido em face de bens da União ou em detrimento direto interesses do IBAMA (autarquia Federal), a competência será da Justiça Federal.
Ex. crime ambientar cometido na Floresta Amazônica = Patrimônio Nacional (patrimônio nacional não é da União) Competência da Justiça Federal.
- Crimes contra a fé pública: 
Hipóteses:
-- Falsificação de documentos: Depende do órgão responsável pela emissão do documento;
Ex. CNH = Estadual
Ex.2 CPF = Federal;
Ex.3 CHA (habilitação de amador) =Federal. 
Súmula 104 do STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
Súmula 73 do STJ: a utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.
-- Uso de Documento falso: 
	- Pessoa que usa diferente do autor da falsificação;
	- Pouco importa o órgão responsável pela emissão do documento;
	- A competência será determinada pela pessoa física ou jurídica que foi prejudicada pelo uso do documento falso;
Súmula 546 do STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é permitida em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.
-- Crime de falso (uso ou falsificação) como crime meio: 
	- Responde apenas pelo crime fim (consunção) – competência depende do sujeito passivo do crime fim, pouco importando qual documento foi falsificado;
-- CTPS falsa: 
	- Falsificação em detrimento de interesse INSS = Competência da Justiça Federal. 
Súmula 62 do STJ: compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada.
--- Falsificação de certificado de conclusão de curso: 
Súmula 31 do TFR: compete à Justiça Estadual o processo e julgamento de crime de falsificação ou de uso de certificado de conclusão de curso de 1º e 2º graus, desde que não se refira a estabelecimento federal de ensino ou a falsidade não seja de assinatura de funcionário federal.
 
1.4.5 Execução Penal: 
	- A competência é determinada de acordo com a natureza do presídio em que o acusado está recolhido, pouco importando o juízo do processo de conhecimento.
Súmula 192 do STJ: compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administração estadual.
- Contravenções penais:
	- Não podem ser julgadas pela justiça federal de 1ª instância, nem mesmo se conexas com crimes federais.
	- Em tese é possível que as contravenções penais sejam julgadas pelos TRF’s, em razão da competência originária, observada a regra da contemporaneidade.
Súmula 38 do STJ: compete à justiça estadual comum, na vigência da constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da união ou de suas entidades.
- Crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando iniciada a execução no país, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente:
 	- Deve haver a presença de todos os requisitos, além de estar previsto em tratado ou convenção internacional, para ser da competência federal.
Art.109, V da CF/88:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
Exemplo - Tráfico internacional de drogas:
Súmula 528 do STJ: compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postar processar e julgar o crime de tráfico internacional.
Exemplo.2: Prática de pedofilia pela internet:
		- Depende do caso concreto, só será de competência federal, se verificada a internacionalidade.
Crime de violação de direito autoral e contra lei de software decorrentes do compartilhamento ilícito de sinal de TV por assinatura, via satélite ou cabo, por meio de serviços de card sharing
	- Justiça Federal
1.4.5 Incidente de deslocamento de competência (IDC) – Federalização dos crimes contra os direitos humanos;
	- Mudança de competência de justiça;
	- Pressupostos: 
		- Grave violação de direitos humanos;
		- Risco de descumprimento de tratados internacionais de direitos humanos, dos quais o Brasil seja parte, em virtude da desídia do estado membro em proceder a persecução penal;
	- Legitimidade: Procurador Geral da República 
	- Competência para apreciar: STJ – 3ª seção
	- Momento: Tanto na fase investigatória como na fase processual;
Art.109, §5º da CF: § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.  
OBS. É criticado por quem trabalha na justiça estadual;
1.4.6 Crimes contra a organização do trabalho:
	Quando houver lesão à direitos dos trabalhadores coletivamente considerados Justiça Federal.
Súmula 115 do TFR: compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes contra a organização do trabalho, quando tenham por objeto a organização geral do trabalho ou direitos dos trabalhadores considerados coletivamente.
OBS- Redução a condição análoga à de escravo Competência da justiça Federal.
1.4.7 Crimes contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira (CF/88, art.109, “in fine”):
	- Somente serão julgados pela justiça Federal nos casos determinados por lei;
Ex. Lei7.492/86 – Crimes contra o sistema financeiro nacional – prevê a competência da Justiça Federal.
OBS. Lei 8.137/90 – dispõe sobre crimes tributários, crimes contra a ordem financeira e crimes contra as relações de consumo – em regra são de competência da justiça estadual. Entretanto, quanto aos crimes tributários, quando se tratar de tributos federais, a competência será da justiça federal.
Lei 9.613/98 – crime de lavagem de capitais – Em regra da justiça estadual:
	- Exceções: Quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; ou quando a infração penal antessente for de competência da Justiça Federal.
Art. 100 da CF: Aos juízes federais compete processar e julgar:
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
Súmula 498 do STF: compete à justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos crimes contra a economia popular.
1.4.8 Crimes cometidos a bordo de navios e aeronaves (CF/88, art.109, IX):
	- Navio: embarcação apta para navegação em alto mar, embarcação de grande porte; Sendo assim, lanchas não é considerada navio.
	- Aeronave: Não precisa ser de grande porte. Pouco importa se a aeronave está no ar ou em terra.
	- “a bordo de”: significa no interior;
OBS. acidentes ocorridos no carregamento do navio não é considerado “ a bordo” e portanto não é de competência da justiça federal.
 Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
1.4.9 Crimes praticados por (ou contra) índios:
	- Em regra, crime de justiça Estadual.
	- Será de competência da Justiça Federal, quando o crimeenvolver disputas sobre direitos indígenas;
Súmula n.140 do STJ: compete à Justiça Comum estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima.
Genocídio contra índios – Lei 2.8889/56:
	- Justiça Federal – Juiz singular Federal e não tribunal do júri, uma vez que o genocídio não é crime doloso contra a vida, mas sim crime contra a existência de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Todavia, havendo homicídio, a competência será o tribunal do júri federal, que exercerá força atrativa em relação ao crime federal de genocídio.
OBS. Genocídio nem sempre se refere a morte, a extinção do grupo pode se dá de outras formas. Ex. anticoncepcional as mulheres.
1.4.10 – Conexão e continência entre crime federal e crime estadual:
	- Competência será da Justiça Federal, uma vez que, a mesma, está prevista na CF.
Súmula 122 do STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art.78, II, “a”, do CPP.
1.5 – Competência da Justiça Estadual:
- Possui natureza residual;
- Ela julga o que não é da competência das demais justiças;
2. Justiça Política ou Extraordinária:
Consiste em uma atividade jurisdicional exercida por órgãos políticos, geralmente alheios ao Poder Judiciário, quando se trata de crimes de responsabilidade (infrações político – administrativas)
3. Competência por Prerrogativa de Função (“ratione personae” /”ratione funcionae”):
Conceito: Direito que certas pessoas têm de serem julgadas originariamente por tribunais, em virtude das funções por ela exercida.
OBS. De acordo com a doutrina não há violação ao princípio do juiz natural, visto que essa competência é pré-estabelecida.
Regras básicas:
- Investigação e indiciamento de pessoas com foro de prerrogativa de função: 
	- Deflagração das investigações e indiciamento dependem de autorização do ministro relator;
- Arquivamento de inquérito nas hipóteses de atribuição originária do PGR/PGJ:
	- Não se aplica do art.28 do CP;
	- É de atendimento compulsório;
- Duplo grau de jurisdição:
	- Não possui direito a duplo grau de jurisdição;
OBS. Possuem direito de recorrer. Todavia, esses recursos não materializam o direito ao duplo grau de jurisdição.
- Regra da contemporaneidade: a competência por prerrogativa de função deve ser preservada caso a infração penal tenha sido cometida à época e em razão do exercício funcional.
	- “propter oficium”;
 OBS. STF abandonou a regra da contemporaneidade e passou a adotar a regra da atualidade em 1999, cancelando a súmula 394;
Regra da atualidade: o agente faz jus ao foro por prerrogativa de função apenas enquanto estiver exercendo a função. Cessada a função, cessa o direito ao foro por prerrogativa de função.
Houve alteração em 2002:
Art. 84 do CPP: A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade.  
§ 1o A competência especial por prerrogativa de função, relativa a atos administrativos do agente, prevalece ainda que o inquérito ou a ação judicial sejam iniciados após a cessação do exercício da função pública
	- Repristinou a súmula 394 STF
§ 2o A ação de improbidade, de que trata a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, será proposta perante o tribunal competente para processar e julgar criminalmente o funcionário ou autoridade na hipótese de prerrogativa de foro em razão do exercício de função pública, observado o disposto no § 1o.  
O STF declarou inconstitucional o §1º e §2º do art.84 do CPP – ADIN nº2797 (ex nunc).
A regra da atualidade acabou trazendo um problema = fuga de foro (renúncia do cargo para fugir do julgamento);
2018 STF abandonou a regra da atualidade e passou a adotar a regra da contemporaneidade – no julgamento da ação penal 937;
STF: O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupada, qualquer que seja o motivo. A Corte registrou que essa nova linha interpretativa deve ser aplicada imediatamente aos processos em curso, com a ressalva de todos os atos praticados e decisões proferidas pelo STF e pelos demais juízos.
STJ: A ação de improbidade administrativa tem natureza cível-administrativa, a possibilidade de perda de cargo não a transforma em ação penal, razão pela qual não está abrangida pela norma do art.105, I, “a” da CF/88 – Competência originária dos tribunais.
	- Crime cometido após o exercício funcional:
		- Não tem direito a foro por prerrogativa de função;
		- Súmula 451 STF;
	- Crime doloso contra a vida:
	A competência do Tribunal do Júri está prevista na CF, sendo assim se a competência originária estiver prevista na CF também, esta irá prevalecer em razão do princípio da especialidade. Todavia, se a competência originária estiver prevista em lei infraconstitucional, a competência do tribunal do júri prevalece. 
Ex. MP/SP (previsto na CF) Competência TJ/SP;
Ex.2: Delegado-geral PC/SP (previsto na Constituição Estadual) Tribunal do júri;
Súmula 721 do STF: a competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
		- Súmula vinculante 45;
	- Concurso de agentes:
		- Tício + Dep. Federal = ambos serão julgados pelo Supremo.
		- A reunião dos feitos perante o Tribunal de maior graduação não é obrigatória! O Tribunal de maior graduação que irá decidir sobre a reunião;
		- Se tratar de crime doloso contra a vida impõe-se a separação dos feitos.
Súmula 704 do STF: não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência, ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados;
Súmula 702 do STF: a competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo Tribunal de segundo grau.
Súmula 703 do STF: a extinção do mandato do Prefeito não impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art.1º do Dec.-lei 201/67 (crimes comuns).
Súmula 396 do STF: para a ação penal por ofensa á honra, sendo admissível a exceção da verdade quanto ao desempenho da função pública, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que já tenha cessado o exercício funcional do ofendido.
OBS. A súmula 396 estava ultrapassada diante do cancelamento da súmula 394 do STF;
4. Competência Territorial:
- Em regra, no local da consumação do delito;
Nos casos de tentativa: último ato executório;
Art. 70.  A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1o  Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2o  Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3o  Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Prevenção: critério residual da competência;
- Crimes formais:
	- Ex. Extorsão. Local em que estava a vítima no momento da solicitação;
- Crimes permanentes quese prolongou por várias comarcas:
	- Todos os juízos das várias comarcas são igualmente competentes – critério da prevenção;
83 do CPP - Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa
	- Deve ser um ato decisório;
	- Ato decisório não pode ser praticado por juiz em plantão;
- Crimes plurilocais de homicídio:
	- Ocorre dentro do território nacional;
	- Ação/omissão se desenvolve em uma comarca e a consumação se dá em outra comarca; 
OBS. A doutrina e a jurisprudência ignoram a regra do art.70 do CPP (local da consumação), e considera o juízo da ação/omissão como o juízo competente. Por questões probatórias, e por questões de política criminal.
	- Princípio do esboço do resultado;
- Competência territorial com fundamento no domicílio do acusado:
	Hipóteses:
		- Quando incerto o local da consumação do delito;
		- Exclusiva ação penal privada: Local da consumação ou domicílio do acusado;
- Crime de estelionato mediante falsificação de cheque:
	Art.171 CP, caput (falsificação de cheque) Local da obtenção da vantagem ilícita;
	Art.171 CP, §2º, VI (cheque sem fundo) Local da recusa do pagamento – local onde fica a agencia bancária do correntista;
- Crime de contrabando ou descaminho:
Súmula 151 do STJ: a competência para processo e julgamento define-se pela prevenção do juízo federal do lugar da apreensão dos bens
- Crime de tráfico de drogas por meio de remessa do exterior pela via postal:
Súmula 528 do STJ: compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional.
- Tráfico internacional de drogas por meio de exportação: 
STJ: Local da remessa do entorpecente o lugar da consumação do delito, revelando-se a competência, inclusive, em favor da produção de provas e do desenvolvimento dos atos processuais.
- Crime de uso de passaporte falso:
	- Local de apresentação do documento.
Súmula 200 do STJ: O juízo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.
- Crimes praticados no estrangeiro
	- Integralmente praticado no estrangeiro;
	- Extraterritorialidade;
	- Justiça = Estadual 
	- Foro: Será do juízo da capital do estado onde o acusado estiver residido por último.
OBS. Se o indivíduo jamais tiver residido no Brasil, o foro será = Brasília.
Art. 88 do CPP: No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.
- Infração de menor potencial ofensivo:
	- Local da ação ou omissão – Local da execução;
5. Conexão e continência:
 - Causas modificativas de competência;
 - Simultâneos processos = dois processos no mesmo feito;
	- Economia processual;
- Só pode incidir sobre competência relativa;
- Qual é o juízo com força atrativa? 
	- Justiça Eleitoral na prática tem força quase que universal. 
Conexão: Pode ser compreendida como o nexo, a dependência recíproca que dois ou mais fatos delituosos guardam em si, recomendando a união de todos eles em um mesmo processo penal, perante o mesmo órgão jurisdicional, a fim de que este tenha uma perfeita visão do quadro probatório.
Art. 76 do CPP-   A competência será determinada pela conexão:
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
Espécies de conexão: 
1- Conexão intersubjetiva: várias pessoas e vários delitos;
1.1 Conexão intersubjetiva por simultaneidade: inciso I (primeira parte);
1.2 Conexão intersubjetiva por concurso (concursar): agindo em concurso, inciso I (segunda parte)
1.3 Conexão intersubjetiva por reciprocidade: uns agentes contra os outros: Inciso I (parte final).
OBS. Rixa não se aplica pois é apenas um delito.
1.4 Conexão objetiva, lógica, material ou teleológica: Inciso II.
1.5 Conexão instrumental, probatória ou processual – ocorre quando a prova de uma infração influir na prova de outra. Inciso III.
2- Continência: Ocorre quando uma demanda, em face de seus elementos (partes, pedido e causa de pedir) estiver contida em outra.
Art. 77.  A competência será determinada pela continência quando:
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
2.1 Continência subjetiva ou por cumulação subjetiva: duas ou mais pessoas e único delito, inciso I;
2.2 Continência por cumulação objetiva: concurso formal de crimes, aberracio ictus, e aberracio delict
Efeitos da conexão e da continência:
- Processo e julgamento único;
Art. 79 CPP-   A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
- Um foro ou um juízo exercerá força atrativa (“fórum attractionis” ou “vis attractiva”)
Art. 82 CPP-  Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.
Súmula 235 do STJ: a conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.
OBS. Essa decisão conforme entendimento da jurisprudência é decisão recorrível e não necessariamente transitada em julgado.
Foro prevalente:
· Competência prevalente do Tribunal do Júri:
Art. 78 do CPP - Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:             
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri;     
Crimes que não são atraídos pelo Júri = crimes militares e eleitorais;
· Jurisdições distintas:
- Concurso entre jurisdição comum e especial:
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. 
- Concurso entre órgãos de jurisdição superior e inferior:
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação;   
· Concurso entre infração penal comum e infração de menor potencial ofensivo:
- Há reunião, sem prejuízo da possibilidade de aplicação dos entes despenalizadores; 
Regras de fixação:
1- Prevalece o juízo da comarca em que tiver sido praticado o delito mais grave (pena máxima);
2- Local do maior número de infrações, se as penas forem de igual gravidade;
3- Não havendo as distinções acima, o critério é o da prevenção;
2- Competência originária: O acusado tem foro por prerrogativa de função?
3- Competência territorial: Qual a comarca-seção judiciária competente?
4- Competência de juízo: Qual é a vara (juízo) competente?
5- Competência interna: Qual é o juiz competente?
6 – Competência recursal: a quem compete o processo e julgamento de eventual recurso?
 
	
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