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DIREITO PROCESSUAL PENAL 1 AÇÃO PENAL Conceito: existem 2 modalidades de ação no Brasil. A) ação penal PÚBLICA; e b) ação penal PRIVADA (ou de iniciativa privada). Sua diferença está na titularidade, ou seja, o dono da ação. Na ação penal pública o titular é o MP, que apresenta uma denúncia. Por sua vez, na ação penal privada, o titular é o ofendido ou seu representante legal, que apresenta uma queixa- crime. AÇÃO PENAL PÚBLICA Conceito: se divide em 2 possibilidades. Ação penal pública incondicionada¹, que é aquela em que o MP não precisa de autorização. E a ação penal pública condicionada², onde o MP precisa de uma autorização, sendo essa em 2 hipóteses: representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça. Exemplo¹: crimes contra a vida, crimes sexuais, crimes contra o patrimônio, em regra (furto, roubo, apropriação indébita, etc.) Exemplo²: ameaça. AÇÃO PENAL PRIVADA (DE INICIATIVA PRIVADA) Conceito: o titular da ação penal é o ofendido. A petição inicial é a queixa-crime. Exemplo: crimes contra a honra. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA Conceito: são os princípios: I. Princípio da obrigatoriedade; Conceito: o MP é obrigado a iniciar a ação penal, desde que haja provas. Processar o criminoso, nos crimes da ação penal pública, não é uma faculdade, mas um dever do MP. Existem 3 exceções, quais são: a) Transação penal; DIREITO PROCESSUAL PENAL 2 Conceito: Art. 77, Lei 9099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais): é o acordo entre o MP e o suspeito, para que não haja o processo penal. Consiste na aplicação imediata de pena de multa ou restritiva de direitos. Somente é admitida nas infrações de menor potencial ofensivo (todas as contravenções penais e os crimes cuja pena máxima não excede 2 anos). A transação penal não implica reconhecimento da autoria e não gera reincidência ou maus antecedentes. Se o suspeito não cumprir o acordo de transação penal, será processado criminalmente. b) Acordo de colaboração premiada (“delação premiada”); Conceito: previsto na Lei das organizações criminosas (Lei 12.850/13): nos termos do art. 4° da Lei, se o colaborador participar efetiva e voluntariamente dando ensejo a identificação dos demais coautores da organização criminosa, bem como recuperar total ou parcial produto do crime, poderá o MP deixar de oferecer a denúncia, se o colaborador não for o líder da organização criminosa e for o primeiro a prestar a colaboração. c) Acordo de não persecução penal. Conceito: art. 28-A, CPP: é um benefício criado pelo Pacote Anticrime de 2019. Concluído o Inquérito Policial, nos crimes com pena mínima inferior a 4 anos, caso o investigado tenha confessado formal e circunstancialmente a prática da infração sem violência ou grave ameaça, poderá o MP fazer uma proposta de não persecução penal, fixadas algumas condições. Comentários: Momento: após a conclusão do Inquérito Policial, não sendo caso de arquivamento. Quem faz a proposta é o MP. Os crimes que podem participar são: crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa, com pena mínima inferior a 4 anos. Requisito: o investigado tem que confessar formal e circunstancialmente. Observações¹: como anteriormente dito, serão impostas algumas condições: a) reparar o dano ou restituição da coisa, salvo impossibilidade de fazê-lo; b) renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo MP, como instrumentos e produto do crime; c) prestar serviços à comunidade (período da pena mínima, diminuído de 1/3 a 2/3); d) pagar prestação pecuniária; e) cumprir outra condição indicada pelo MP. Observações²: Esse acordo de não persecução penal será formalizado por escrito, assinado pelo MP, investigado pelo defensor e ser homologado pelo juiz. II. Princípio da indisponibilidade; DIREITO PROCESSUAL PENAL 3 Conceito: iniciada a ação penal, o MP não poderá dela desistir. III. Princípio da oficialidade; Conceito: a titularidade da ação penal pública foi atribuída a um órgão oficial (Ministério Público). IV. Princípio da intranscendência. Conceito: somente poderá ser processado criminalmente o autor da infração penal. REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO Conceito: os crimes que exigem são como: ameaça, lesão corporal leve, lesão corporal culposa, estelionato (regra). A vítima possui prazo de 6 meses a contar do conhecimento da autoria para oferecer a representação. É um prazo penal, pois interfere na punibilidade (direito de punir). Assim, se esse prazo transcorrer em branco, ocorrerá a extinção da punibilidade, pela decadência (conta o dia do começo e exclui o dia final). Comentários: não tem forma prevista em lei, podendo ser apresentada oralmente ou por escrito, apresentada ao delegado, juiz ou MP. REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA Conceito: ocorrem em crimes contra a honra do Presente ou chefe de governo estrangeiro, crime praticado por estrangeiro, contra brasileiro, fora do Brasil. Não possui prazo, podendo ser apresentada enquanto o crime não prescrever. AÇÃO PENAL PRIVADA Conceito: a titularidade é do ofendido ou de seu representante legal, através de uma queixa- crime. São seus princípios: a) Princípio da oportunidade; Conceito: a vítima oferece a queixa se quiser. DIREITO PROCESSUAL PENAL 4 b) Princípio da disponibilidade; Conceito: a vítima pode desistir da ação penal. c) Princípio da indivisibilidade; Conceito: havendo dois ou mais criminosos, a vítima deve oferecer a queixa contra todos. d) Princípio da intranscendência. Conceito: somente poderá ser processado criminalmente o autor da infração penal. ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PRIVADA Conceito: as espécies são: a) ação penal privada propriamente dita; Conceito: é a regra geral. Ocorre principalmente nos crimes contra a honra (calúnia, injúria e difamação). A vítima tem o prazo de 6 meses para oferecer a queixa. Se a vítima morre, o direito de queixa passa para o CADI (cônjuge, ascendente, descendente e irmão). b) ação penal privada personalíssima; Conceito: somente a vítima pode oferecer a queixa-crime. Se a vítima morre, ocorre a extinção da punibilidade. (art. 236, CP – induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento matrimonial). c) ação penal privada subsidiária da pública. Conceito: nos crimes de ação penal pública, se o MP não oferecer a denúncia no prazo legal (preso: 5 dias; solto: 15 dias), a vítima poderá oferecer a queixa-crime subsidiária, no prazo de 6 meses, a contar da inércia do MP.
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