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Unidade 2 Desenvolvimento Humano

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17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 1/23
DESENVOLVIMENTO	HUMANO	NA	VIDA
ADULTA	E	ENVELHECIMENTO
UNIDADE 2 – VIVENDO A ADULTEZ
Autoria: Ana Izabel Oliveira Lima - Revisão técnica: Márcia Maria Martins
Parreiras
17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 2/23
Introdução
Prezado estudante, bem-vindo às discussões e às re�lexões sobre o desenvolvimento humano na vida adulta e
no envelhecimento! Nesta unidade, convidamos você a percorrer o interessante trajeto que irá apresentar as
vicissitudes da adultez, uma etapa singular no ciclo da vida, cuja análise de suas potencialidades e limitações
não deve passar despercebida em nosso dia a dia!
Para adentrarmos o estudo da vida adulta, precisamos, antes, compreender o que é a adultez. Para tanto,
amparados por Papalia e Feldman (2013), assumimos o entendimento de idade	adulta, ou adultez, como
referindo-se àquele perı́odo compreendido entre a adolescência e a velhice, em que o ser humano vive o auge
de suas capacidades fı́sica, cognitiva, neuromotora e psicossocial. 
Em termos psicossociais, via de regra, o tornar-se adulto destaca a autossu�iciência como caracterı́stica
prioritária, ou seja, a imagem da adultez está relacionada a ser capaz de tomar decisões sobre as suas próprias
crenças, ser responsável, sustentar-se �inanceiramente, formar e sustentar uma famı́lia, e ser capaz de
renegociar e reconstruir o relacionamento com os próprios pais (ANDRADE, 2010).
Quanto aos aspectos fı́sicos, cognitivos e neuromotores, estes serão abordados adiante. E, para nos auxiliar na
compreensão dessa fase do desenvolvimento humano, tomaremos a prerrogativa de Papalia e Feldman
(2013), que dividem a adultez em três etapas, a saber: a adultez jovem (ou inı́cio da vida adulta), que
compreende o perı́odo dos 20 aos 40 anos; a adultez intermediária, que geralmente ocorre dos 40 aos 65 anos;
e a adultez tardia (ou velhice), vivida a partir dos 65 anos de idade. Nesta unidade, vamos nos deter ao estudo
dos processos vividos na adultez jovem e na adultez intermediária. No que se refere à adultez tardia, esta será
tratada em outra oportunidade.
Antes de conhecermos os passos a serem seguidos nessa discussão, é importante destacar que o per�il de
adultez que apresentaremos nesta unidade não tem caráter universal, ou seja, não é compartilhado por todos
os adultos do mundo.
Tal fato decorre, como apontado por Papalia e Feldman (2013), em razão de a literatura da área estar
geralmente associada ao cenário de vida dos paı́ses ocidentais em desenvolvimento. Dessa forma, o que
discutiremos aqui con�igura-se como um primeiro passo nos estudos sobre a fase da adultez do
desenvolvimento humano, tendo como perspectiva um olhar ocidental. 
Depois, então, de situar esse contexto especı́�ico de nossa discussão, iniciaremos o trajeto de nossos estudos
conhecendo os aspectos �isiológicos, cognitivos e neuromotores atrelados ao processo de desenvolvimento
do adulto jovem e do adulto intermediário. 
Em seguida, analisaremos os impactos das mudanças nos relacionamentos (de amizade, conjugais e
parentais) na vida das pessoas que se encontram nessa fase do desenvolvimento. 
Por �im, discutiremos a in�luência do mundo do trabalho na vivência da adultez, os processos que aı́ ocorrem
e as principais mudanças que aı́ se operam. Tenho certeza de que será um tempo de muito aprendizado
pro�issional e, também, pessoal.
Bons estudos!
2.1 Aspectos fisiológicos, cognitivos e neuromotores
Neste tópico, iniciamos nossa discussão apresentando as mudanças fı́sicas, neuromotoras e cognitivas
vividas desde o inı́cio da adultez jovem (dos 20 aos 40 anos) até o �inal da vida adulta intermediária (dos 40
aos 65 anos). 
17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento
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#PraCegoVer: fotogra�ia mostrando uma mulher branca com cabelos castanhos longos, presos em um rabo
de cavalo, olhando para o lado esquerdo. Ela veste um casaco cinza e saia longa, leve. Está sentada em um
banco em frente ao mar contemplando o céu de �im de tarde, que se encontra sem nuvens e apresentando as
cores azul e laranja em degradê. 
Em seguida, conversaremos sobre os estereótipos atribuı́dos a essa etapa do desenvolvimento humano e as
formas como tais imagens preconcebidas do que é ser adulto vão sendo questionadas, reavaliadas e
reconceituadas pelos sujeitos, ao longo do seu ciclo de vida. 
Vamos começar?
2.1.1 O que muda quando nos tornamos adultos?
Já parou para pensar que desde o momento da nossa concepção já estamos em processo de envelhecimento?
Nosso corpo muda constantemente e, em algumas etapas, isso ocorre de forma mais perceptı́vel; em outras,
nem tanto. De fato, percebemos que, depois de passarmos por intensas transformações na infância e vivermos
os efeitos da adolescência em nosso corpo – quem não se lembra das espinhas, do crescimento dos pelos, da
mudança da voz nos meninos e da menarca nas meninas? –, chegamos, en�im, à idade adulta. 
Nesta etapa da vida, a�inal, o que exatamente muda? Quais alterações podem ser observadas ao longo da
adultez jovem e da adultez intermediária? A �im de melhor compreendermos algumas das diversas mudanças
vividas nessas etapas, este tópico foi dividido em subpartes, sendo a primeira direcionada à abordagem dos
aspectos �isiológicos e neuromotores da adultez jovem e intermediária, e as demais buscarão discutir as
caracterı́sticas da cognição e os estereótipos.
2.1.2 Aspectos fisiológicos e neuromotores: da adultez jovem à
intermediária
Figura 1 - Vida adulta
Fonte: AscentXmedia, Mediapool, 2020.
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Considerando uma situação em que nenhuma doença esteja instalada, o corpo de um jovem	 adulto está
funcionando da forma mais e�iciente possı́vel, em pleno desenvolvimento neuromotor e com fortes sistemas
imunológico, digestivo, circulatório, cardı́aco etc. (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Berger (2017) esclarece que, de modo geral, a partir dos 20 anos, atingimos nossa força máxima, pois é nesse
perı́odo que nossos músculos mais crescem e nossos ossos são fortalecidos; a pele é uniforme e �irme; a
pressão arterial e frequência cardı́aca são normais; o cérebro funciona bem; e a capacidade pulmonar é
su�iciente. Nessa época, “[...] as mulheres já apresentam seios e quadris adultos e os homens já chegaram à
largura completa dos ombros e força dos membros superiores” (BERGER, 2017, p. 800).
O sistema sexual reprodutivo também tende a funcionar de forma adequada, ou seja, a testosterona (hormônio
associado ao desejo sexual) é mais elevada para ambos os sexos entre os 20 e os 40 anos; também é nesse
intervalo de tempo que as mulheres engravidam mais facilmente e tanto o aborto espontâneo quanto as
complicações no parto são menos comuns (BERGER, 2017).
Todavia, isso não signi�ica que os adultos jovens não precisem cuidar da própria saúde. Diante de rotinas
aceleradas envolvendo trabalho, estudo, lazer, relacionamentos, entre outras atividades, não é surpresa que
muitos adultos jovens, frequentemente, sofram de insônia ou mesmo não durmam de forma adequada
(BERGER, 2017). Essa privação do sono “[...] pode acarretar alterações signi�icativas no funcionamento fı́sico,
ocupacional, cognitivo e social do indivı́duo, além de comprometer substancialmente a qualidade de vida”
(MU� LLER; GUIMARA� ES, 2007, p. 520).
Outros fatores que podem in�luenciara saúde de jovens adultos são os hábitos alimentares e a prática de
exercı́cios fı́sicos (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Marcondelli, Costa e Schmitz (2008) alertam que, em várias
regiões do mundo, uma dieta rica em gorduras, açúcares e alimentos re�inados, assim como a diminuição
progressiva da prática de atividade fı́sica, o hábito de fumar e o consumo elevado de álcool, contribuem para o
aumento da incidência de obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer
em meio às pessoas nessa faixa etária (CONDE; BORGES, 2011).
Dessa forma, conseguimos compreender que, apesar de não sentirmos intensamente nosso corpo envelhecer
no inı́cio da vida adulta, ele não para de sentir os efeitos da senescência, ou seja, do processo de
envelhecimento natural do corpo, no qual vamos, aos poucos, perdendo a força e a e�iciência de nosso
VOCÊ SABIA?
Adultos jovens têm di�iculdade de buscar serviços de saúde, pois não sentem seus
corpos envelhecerem e acreditam que não �icarão doentes. No entanto, cresce a
cada ano o número de jovens adultos com asma, artrite, diabetes e pressão
arterial elevada (BERGER, 2017). 
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funcionamento (CIOSAK et	al., 2011). Mesmo que não sintamos tais efeitos, é necessário cuidarmos desse
corpo para que possamos chegar à adultez intermediária (e, posteriormente, à adultez tardia) da forma mais
saudável possı́vel. 
No que se refere à adultez	intermediária, também conhecida como meia-idade, ela é o momento da vida em
que não somos mais jovens adultos e, ao mesmo tempo, ainda não chegamos à velhice.
Papalia e Feldman (2013) a�irmam que podemos sentir que estamos entrando nessa etapa quando, ao nos
aproximarmos dos 40 ou 45 anos, nosso corpo começa a dar sinais de que “o tempo não para”, como já dizia o
poeta Cazuza. A circunferência da cintura vai aumentando; a pele vai �icando mais �lácida; os cabelos vão aos
poucos perdendo sua cor original; gorduras vão se instalando no abdômen, nos braços, nas nádegas e no
queixo; os músculos �icam mais fracos e se encolhem; vamos perdendo �lexibilidade nas articulações de
modo que até um simples agachar-se ou levantar-se vai �icando cada vez mais difı́cil (PAPALIA; FELDMAN,
2013).
Além dessas alterações, percebe-se que os sentidos também vão �icando menos precisos, com alguns
aspectos decaindo mais rapidamente do que outros (BERGER, 2017). Muitas pessoas passam a ter a
necessidade de óculos de leitura a partir dos 40 anos devido a uma condição chamada presbiopia, isto é, uma
diminuição na capacidade de focar objetos próximos. Por volta dos 50 anos, pode haver também acelerada
perda auditiva, menor sensibilização das papilas gustativas e diminuição das células olfativas, tornando mais
difı́cil sentir o gosto dos alimentos (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Outra mudança �isiológica signi�icativa durante a adultez intermediária ocorre nos nı́veis dos hormônios
sexuais, que passam a diminuir de forma mais repentinamente nas mulheres (menopausa) e gradualmente
nos homens. Como resultado, a excitação ocorre de forma mais lenta, o orgasmo leva mais tempo para
acontecer e a frequência de relações sexuais, bem como as chances de reprodução, podem diminuir (BERGER,
2017). 
Assim como todas as outras partes do corpo, o cérebro também sofre os efeitos da idade. Enquanto alguns
neurônios (células responsáveis pelos impulsos nervosos) começam a atro�iar, outros passam a demandar
um tempo maior de reação a um estı́mulo, uma vez que as mensagens passadas de um neurônio para outro
não ocorrem tão rapidamente quanto antes (BERGER, 2017). 
Como resultado dessa desaceleração neural, fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo �ica mais difı́cil, o
processamento de informação leva mais tempo e algumas atividades de memória se tornam cada vez mais
complicadas (BERGER, 2017). 
Por exemplo, pense em um número de 50 a 100, depois some metade de 70 a esse número, em seguida
subtraia dele um quarto de 16 e, por �im, some sua idade a esse número. Conseguiu fazer essa operação?
Quanto tempo demorou para realizá-la? Teve de usar a calculadora? Pois é. Com o passar do tempo, atividades
como essas podem se tornar cada vez mais desa�iadoras.
E� sempre bom lembrar que cada pessoa tem um ritmo próprio de envelhecimento e que estamos
considerando situações que ocorrem com a maioria da população em boas condições de saúde. Caso aconteça
uma perda severa das capacidades fı́sicas e neuromotoras antes dos 65 anos, é possı́vel que o quadro não seja
relacionado à senescência em si, mas devido à senilidade, ou seja, ao desenvolvimento de condições
patológicas que ocorrem no processo de envelhecimento relacionadas a algumas variáveis, como o uso de
algumas substâncias psicoativas, má circulação de sangue, entre outras, as quais podem ocasionar problemas
na cognição (CIOSAK et	al., 2011). Há, inclusive, alguns tipos de vı́rus que destroem os neurônios, como o
HIV, e, também, certos fatores hereditários que podem indicar maior risco de algumas demências (BERGER,
2017).
Como foi possı́vel perceber, apesar de algumas mudanças �isiológicas serem resultado direto do
envelhecimento biológico e da constituição genética, fatores comportamentais e de estilo de vida podem
afetar a probabilidade e a extensão das transformações fı́sicas e neuromotoras vividas no futuro. Diante disso,
eis a questão: o que você está fazendo hoje para manter-se com saúde e para encontrar-se saudável daqui a 10,
20 anos?
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2.1.3 Aspectos cognitivos 
O pensamento do adulto difere do pensamento da criança e do adolescente por possuir três caracterı́sticas
importantes, de acordo com Berger (2017): 
Diante disso, Papalia e Feldman (2013) apontam que o pensamento adulto pode ser considerado como pós-
formal, ou seja, ele é um passo à frente dos estágios de desenvolvimento cognitivo desenvolvidos por Piaget.
A seguir, explicamos mais detalhadamente essa questão. 
Piaget (1896-1980) propôs que, para compreendermos o ser humano, é necessário compreendermos seu
pensamento e, para tanto, buscou organizar nosso desenvolvimento cognitivo em pelo menos quatro estágios,
de acordo com Berger (2017): 
sensório-motor
é mais prático
é mais �lexı́vel
é mais dialético (capaz de integrar ideias con�litantes) 
VOCÊ O CONHECE?
Jean William Fritz Piaget (1896-1980), biólogo e �ilósofo por formação, desenvolveu a
teoria dos estágios cognitivos, na qual defende que o modo como pensamos muda com
o tempo e com a experiência, moldando nossas atitudes, crenças e comportamentos
(BERGER, 2017). 
•
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pré-operatório
operatório concreto
operatório formal
Con�ira as caracterı́sticas dos quatro estágios do desenvolvimento cognitivo de Piaget no quadro a seguir: 
#PraCegoVer: o quadro apresentado é subdividido em três colunas e cinco linhas, de modo que se consiga
compreender os quatro estágios de desenvolvimento cognitivo propostos por Piaget, com suas respectivas
faixas etárias e as caracterı́sticas que compõem cada estágio. No estágio sensório-motor (do nascimento até
os 2 anos), é comum o uso dos sentidos e das habilidades motoras para compreender o mundo. A
aprendizagem é ativa e sem re�lexão. No estágio pré-operatório (dos 2 aos 6 anos), há pensamento simbólico.
A criança percebe tudo a partir da própria perspectiva. No estágio operatório concreto (dos 6 aos 11 anos),ocorre compreensão e aplicação da lógica. O pensamento é restrito à experiência direta. Por �im, no estágio
operatório formal (dos 12 anos até a vida adulta), percebe-se o uso de conceitos abstratos e hipotéticos. Pode-
se usar a análise, não só a emoção. 
A partir desses elementos piagetianos, Papalia e Feldman (2013) elaboraram duas teorias que eles chamaram
de neopiagetianas, ou seja, elas propõem que o desenvolvimento cognitivo do adulto consegue ir além do
estágio operatório formal, descrito por Piaget. Essas teorias foram denominadas: 
•
•
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Quadro 1 - Estágios do desenvolvimento cognitivo de Piaget
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em BERGER, 2017.
•
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1
teoria do pensamento re�lexivo (ou raciocıńio
abstrato)
2
teoria do pensamento pós-formal
Vamos nos aprofundar um pouco em cada uma delas?
Quando falamos de pensamento	re�lexivo, referimo-nos a uma forma de cognição complexa, de�inida pelo
�ilósofo e educador John Dewey (1910-1991) como “[...] consideração ativa, persistente e cuidadosa das
informações ou crenças levando em conta as evidências que as sustentam e as conclusões a que elas levam”
(PAPALIA; FELDMAN, 2013, p. 466). 
O pensador re�lexivo possui a capacidade de analisar e combinar ideias aparentemente con�litantes: por
exemplo, diante das várias teorias e abordagens da psicologia do desenvolvimento (contextual,
desenvolvimental, transicional e life	span) poderı́amos, na qualidade de pensadores, criar uma teoria geral
com a capacidade de explicar os diferentes tipos de transformações vividas em cada etapa da vida do ser
humano (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Ainda que quase todos os adultos consigam desenvolver essa capacidade, poucos têm a chance de aprimorá-la
(PAPALIA; FELDMAN, 2013). Podemos estimular o pensamento re�lexivo, por exemplo, entrando na
universidade, tendo em vista o aprofundamento teórico necessário à área de estudo escolhida e as constantes
atividades que aperfeiçoam a resolução de problemas, a inovação e a criatividade (BERGER, 2017). Pode-se
dizer, inclusive, que esse é o seu caso, estudante, uma vez que está realizando o presente curso. Na
perspectiva da teoria re�lexiva, esse é um momento de aprimoramento de suas capacidades cognitivas;
sobretudo, as relacionadas à dimensão da re�lexão, da seleção de ideias, da análise de dados e de
possibilidades, da elaboração de estratégias e de teorias explicativas, entre outras. 
Já em relação ao pensamento	 pós-formal, pesquisadores têm apontado que o pensamento adulto é “[...]
capaz de lidar com inconsistência, contradição, imperfeição e tolerância” (PAPALIA; FELDMAN, 2013, p. 467).
Também estimulado pelo convı́vio do adulto com a educação superior, o pensamento pós-formal utiliza a
intuição, a emoção e a lógica para sobreviver em um mundo aparentemente caótico, aplicando os
aprendizados da experiência nos dilemas vividos no dia a dia (BERGER, 2017). A seguir, vamos ver um
exemplo que ilustra como é possı́vel observar esses aspectos do pensamento re�lexivo e pós-formal na
narrativa de um adulto.
•
17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento
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Outra habilidade do pensamento pós-formal está relacionada ao gerenciamento do tempo (BERGER, 2017).
Nessa etapa, conseguimos estabelecer prioridades, abrindo mão de determinada tarefa para que possamos
privilegiar o que desejamos realizar. 
Por exemplo, se, na próxima semana, houver prova da disciplina de Desenvolvimento Humano na Vida Adulta
e Envelhecimento, então é muito provável que você dedique seu tempo livre, até lá, para estudar e conseguir
tirar uma ótima pontuação na prova (já que deseja conseguir o tão sonhado diploma de graduação). No
entanto, caso você não consiga estudar todo o conteúdo da disciplina até a data que havia previamente
estabelecido, o que fará? Provavelmente, você irá respirar fundo e criar um plano B, depois um plano C, caso
necessário. O nome dessa habilidade que nos ajuda a compreender que cada problema tem várias soluções,
que a vida é dinâmica e que é possı́vel combinar razão e emoção para a resolução de tais problemas é a
“�lexibilidade cognitiva”, mais uma caracterı́stica do pensamento pós-formal (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
2.1.4 Problematizando estereótipos
CASO
Vamos analisar o relato seguinte, do paciente Luiz:
Olá,	meu	nome	é	Luiz.	Desde	criança,	tenho	muita	raiva	da	minha	mãe	biológica	por	ela
ter	 me	 abandonado	 logo	 depois	 que	 me	 teve	 no	 hospital.	 Sempre	 passou	 pela	 minha
cabeça	 que	 ela	 não	 me	 quis,	 que	 não	 tem	 coração...	 Como	 é	 possível	 abandonar	 seu
próprio	 �ilho	 logo	 depois	 de	 parir?	 Sempre	 pensei	 que,	 por	mais	 que	 as	 coisas	 fossem
di�íceis,	 eu	 era	 �ilho	 dela,	 era	 obrigação	 dela	me	 amar	 e	 cuidar	 de	mim.	Hoje,	 já	 com
meus	33	anos,	essa	raiva	ainda	não	passou	completamente,	mas	consigo	pensar	de	forma
diferente.	Eu	não	tenho	como	simplesmente	julgar	o	que	minha	mãe	biológica	fez	porque
não	 tenho	 como	 saber	 pelo	 que	 ela	 passou	 para	 ter	 de	 abrir	mão	 do	 próprio	 �ilho.	 É
di�ícil	 para	 mim	 conviver	 com	 essa	 sensação	 de	 abandono,	 mas	 acredito	 que	 deve
também	ser	muito	di�ícil	para	ela	saber	que	tem	um	�ilho	solto	no	mundo	que	ela	nunca
chegou	a	conhecer.	Chego	até	a	pensar	que	talvez	ela	tenha	me	abandonado	porque	não
tivesse	outra	saída	mesmo;	pode	ter	sido,	como	dizem,	um	gesto	de	amor.	O	 fato	é	que
minha	vida	não	depende	dela;	a	família	que	me	adotou	nunca	deixou	faltar	nada	para
mim	e	não	pretendo	abandonar	as	pessoas	que	amo.	É	isso!	É	preciso	seguir	em	frente.	
E� possıv́el perceber que, ao longo dos anos, Luiz foi mudando sua forma de pensar,
deixando de focar o preto e o branco (certo versus errado, amor versus abandono) e
passou a enxergar tons de cinza, ou seja, considerou outras maneiras de analisar a
mesma situação. Assim, Luiz conseguiu ser �lexıv́el, aberto e adaptativo; caracterıśticas
do pensamento pós-formal (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
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Quantas vezes você já se deparou, surpreso, com o quanto suas concepções sobre você mesmo, sobre as
pessoas e sobre o mundo mudaram ao longo dos anos? O processo de amadurecimento do nosso pensamento
vai nos permitindo questionar suposições da infância e da adolescência absorvidas ao longo da nossa vida e,
com isso, vamos conseguindo problematizar os estereótipos, ideais simpli�icados acerca de determinados
temas ou pessoas, baseados no senso comum (BERNARDES, 2003).
Bernardes (2003) aponta que o uso de estereótipos pode ser considerado um processo natural e adaptativo,
pois a compreensão do mundo se torna mais simples quando conseguimos enxergá-lo por meio de categorias,
seja de pessoas, paı́ses, grupos ou doenças. No entanto, se, por um lado, esses estereótipos são ferramentas
que nos ajudam a perceber o mundo em que vivemos, por outro lado, eles podem ter “[...] implicações
perversas, sobretudo para as vı́timas da sua utilização” (BERNARDES, 2003, p. 308).
Quando nos questionamos o que é ser adulto, o que muda quando nos tornamos adultos ou o que se pode
esperar da adultez, por exemplo, estamos baseando nossas indagações, e expetativas de respostas, em uma
ideia que se tem sobre quem é o adulto (de forma estereotipada). 
Vamos fazer um pequeno exercı́cio. Pense em um adulto. Imagine o corpo dessa pessoa, cabelo, cor, altura,
gênero, pro�issão, famı́lia, seus desa�ios e suas conquistas. Em quem você pensou? Era homem ou mulher?
Eranegro? Era gordo? Era pobre? Tinha algum sofrimento? Era feliz? Existe uma grande probabilidade de que
você tenha pensado no seu modelo ideal de adulto, um adulto de sucesso, um adulto perfeito. 
No entanto, caro estudante, não existe adulto perfeito; o que existe é uma exigência constante que busquemos
essa perfeição. Se a adultez só é válida se ela se encaixa em um padrão de perfeição, o ser adulto deixa de ser
uma pessoa e transforma-se em uma imagem e, como imagem, deixa de ser real, vivo, pulsante. Nesse sentido,
assumimos o lugar de objeto (um depósito de expectativas), que precisa ser moldado e adequado às normas
vigentes, impostas por uma sociedade que utiliza outdoors, televisão, internet, �ilmes, séries, novelas, escola
e famı́lia para nos orientar sobre formas de viver que são ou não permitidas (LOPES; MENDONÇA, 2016).
VOCÊ QUER LER?
O artigo intitulado “A dissolução da vida adulta e a juventude como valor”, de Debert
(2010), apresenta uma análise antropológica da vida adulta, re�letindo sobre o
progressivo desaparecimento da adultez e a crescente imposição da juventude,
independentemente da idade. Vale a pena ler! Acesse
em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
71832010000200003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt.
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Como, então, desconstruir essas obrigações que vamos sustentando, muitas vezes de forma despercebida e
automática, ao longo da nossa vida? Justamente na fase da adultez, a qual tem o diferencial de nos capacitar a
reconhecer concepções que não fazem mais sentido para a vida que desejamos. Desse modo, questionamos o
porquê de algumas concepções ainda perdurarem e conseguimos, na maioria das vezes, mudar de opinião.
Contudo, nem sempre é um processo simples ou fácil, exigindo de nós constante abertura, discernimento e
�lexibilidade (BERGER, 2017). 
VAMOS PRATICAR?
Utilizando as informações apresentadas até aqui sobre o desenvol
�isiológico, neuromotor e cognitivo na adultez jovem e intermediária, c
personagens: um jovem adulto e um adulto intermediário. Dê um nome, u
e uma história a esses personagens. De�ina suas caracterıśticas, fale 
personalidade, de sua condição fıśica, dos desa�ios enfrentados, dos s
conquistados, sobre seus traços cognitivos e neuromotores. Exponha seus
seus sonhos, seus segredos. Ao �inal dessa atividade, você terá compreend
pouco mais sobre como é ser um adulto jovem e um adulto intermediário. 
2.2 Relacionamentos adultos 
A busca por relacionamentos fortes, estáveis e estreitos é parte fundamental do processo de desenvolvimento
humano (PILETTI, 2014). 
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#PraCegoVer: fotogra�ia mostrando cinco pessoas, em uma sala clara com grandes janelas e cortinas brancas,
sentadas à mesa com uma caixa aberta de pizza ao centro. Em primeiro plano, uma mulher de cabelos
castanhos vestindo uma blusa de manga longa preta com bolinhas brancas. Ela está gargalhando e encostando
o dorso da mão esquerda no nariz. A� sua frente, aparece a mão de uma pessoa segurando um pedaço de pizza.
Ao fundo da fotogra�ia, estão três homens brancos e de cabelos castanhos: o da esquerda está sorrindo,
vestindo uma camisa azul-claro de mangas longas e segurando, com a mão direita, um copo de café marrom
com tampa branca. O homem que está posicionado ao meio usa óculos de grau, camisa azul-claro de mangas
longas e está repousando seus dois braços na mesa; o que está à direita veste uma camisa quadriculada nos
tons de branco, cinza e azul de mangas curtas. Ele está gargalhando e com a mão esquerda à frente da boca. 
Neste tópico, conversaremos sobre o lugar dos amigos na vida adulta; sobre as relações amorosas e a
possibilidade do casamento; e, por último, falaremos sobre como a criação dos �ilhos impacta a vida adulta. 
2.2.1 O lugar dos amigos na vida
Você consegue dizer agora quantos amigos tem? Onde os conheceu e qual foi a última vez que falou com eles?
Estudos indicam que a forma como nos relacionamos com nossos amigos sofre transformações ao longo da
nossa vida (BERGER, 2017; SOUSA; CERQUEIRA-SANTOS, 2011). 
Enquanto na infância nossas amizades são menos duradouras e baseadas no quão próximo estamos dos
nossos amigos, na adolescência cultivamos amizades mais longas, estáveis, leais e com a possibilidade de
compartilhamento de experiência e angústias em comum. No entanto, tais amizades estáveis ainda são
mescladas com o que Berger (2017, p. 905) nomeia de “amizades ambivalentes e problemáticas”, ou seja,
relacionamentos que possuem grande número de con�litos e nos fazem questionar o porquê de ainda
sustentarmos essa relação. 
Com as mudanças advindas da idade adulta, como entrada na universidade, no mercado de trabalho e outros
desa�ios que enfrentamos, é comum sentirmos a necessidade de construir um novo apoio social e
repensarmos os relacionamentos familiares e amizades preexistentes (SOUZA; HUTZ, 2008). Em um caminho
de descoberta de si mesmo, os adultos jovens buscam apoio, companheirismo e troca de con�idências em
Figura 2 - Relacionamentos
Fonte: Fizkes, Shutterstock, 2020.
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pessoas parecidas com eles, ou seja, “[...] amizades adultas caracterizam-se por homogeneidade de traços de
personalidade, interesses, sexo, idade, estado civil, religião, status ocupacional, etnia, renda, escolaridade,
gênero, número de amigos e duração da amizade” (SOUZA; HUTZ, 2008, p. 261).
Ao nos aproximarmos da adultez intermediária, se, por um lado, vamos diminuindo a quantidade de amigos,
já que o trabalho, relacionamentos, famı́lia e �ilhos vão tomando o tempo que antes era dedicado somente às
amizades; por outro lado, os amigos que ainda cultivamos vão se tornando cada vez mais próximos (SOUSA;
CERQUEIRA-SANTOS, 2011; SOUZA; HUTZ, 2008). Em tais amigos, buscamos um espaço de compreensão,
acolhimento, sinceridade, compartilhamento de informações, angústias, incertezas, problemas, conquistas e
sucessos (BERGER, 2017). 
Alguns amigos são tão presentes e con�iáveis que são mais estáveis do que os laços com um familiar ou um
cônjuge. “Esses amigos ı́ntimos e apoiadores são considerados parentes	 �ictícios, em outras palavras, a
famı́lia psicológica da pessoa” (PAPALIA; FELDMAN, 2013, p. 494).
Diante disso, é possı́vel compreender o porquê de a amizade ser apontada como fator de proteção a saúde,
visto que ter amigos proporciona sensação de bem-estar e aumento da autoestima, pois nos sentimos amados,
apoiados e respeitados (BERGER, 2017).
2.2.2 Conjugalidade: quando pensar em casamento?
Ao longo da nossa vida, vamos nos deparando com diferentes tipos de relacionamentos e aprendendo um
pouco mais sobre nós mesmos em cada um deles.
Um dos grandes desa�ios da vida adulta é aprender a estar junto de alguém sem deixar de ser quem é
(PAPALIA; FELDMAN, 2013); ou seja, estar em um relacionamento é compartilhar uma história com alguém
diferente de você, conseguindo investir tanto no relacionamento quanto em si próprio (ALVES-SILVA;
SCORSOLINI-COMIN; SANTOS, 2016).
A partir da luta das mulheres para entrar (e continuar) no mercado de trabalho, o casamento paulatinamente
vem deixando de ser uma obrigação e/ou um negócio – um aspecto presente em muitas sociedades –,
passando a prevalecer seu caráter de escolha mais amadurecida e consciente, realizada por pessoas que se
amam e desejam permanecer juntas (ALVES-SILVA; SCORSOLINI-COMIN; SANTOS, 2016).
No entanto, estar comoutra pessoa não é tão simples quanto pode parecer. No Brasil, de acordo com relatório
disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geogra�ia e Estatı́stica (IBGE, 2018), ao longo dos anos está
acontecendo uma redução no número de casamentos, de modo que, do ano de 2017 para 2018, veri�icou-se
queda de 1,6%, ao mesmo tempo em que ocorre um aumento no número de divórcios, o qual, no mesmo
intervalo de tempo, subiu 3,2%. 
A pergunta que se coloca é: por que isso está acontecendo? Na verdade, diversos são os fatores que podem
estar relacionados a esse cenário. Podemos aqui pensar em alguns. No que se refere à redução das taxas de
matrimônio, desde a segunda metade do século passado, na cultura ocidental, vem delineando-se e
naturalizando-se a ideia de que não existe somente a escolha do casamento quando se quer estar junto: pode-
se morar com a pessoa amada ou simplesmente namorar (cada um na sua casa). Nesse sentido, a ideia de
casamento como uma instituição formal, estabelecida entre duas pessoas que assumem e compreendem suas
responsabilidades especı́�icas um com o outro, tem deixado de ser prioridade na vida dos adultos, dando
lugar ao investimento em outras práticas, como carreira, viagens, estudos e novas experiências. 
Diante disso, é possı́vel, então, perceber que a opção das pessoas pelo casamento vem se alterando cada vez
mais ao longo do tempo; isso porque, como apontam Fonseca e Duarte (2014), tanto assistimos a “[...] uma
alteração dos valores e das representações em torno do casamento e das suas �inalidades, denotando uma
visão mais laica e desvalorizadora do aspecto sacramental e institucional” (p. 136), quanto percebemos uma
negação ao casamento relacionada a novas e diferentes “[...] formas de encadeamento entre namoro, vida em
comum e casamento” (p. 136), considerando o caráter de transitoriedade da maior parte dos relacionamentos
amorosos contemporâneos.
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No que se refere aos divórcios, o aumento desse fenômeno pode estar relacionado ao fato de que manter-se
em um relacionamento em que a pessoa avalia que não está feliz não parece mais ser uma alternativa, porque
ela passa a se questionar sobre o porquê de continuar vivendo um relacionamento em que não está satisfeita
(PAPALIA; FELDMAN, 2013), em vez de aventurar-se em outras possibilidades de amor. Pode-se, ainda, dizer
que o aumento dos casos de divórcio também está relacionado às novas visões elaboradas sobre o que é o
casamento, conforme discutido por Fonseca e Duarte (2014). Esse dilema pode tornar-se especialmente difı́cil
quando nos referimos a adultos intermediários, tendo em vista o tempo de relacionamento, o impacto na vida
do restante da famı́lia e a apreensão diante da construção de uma nova vida com rotinas, amigos, situação
�inanceira, escolhas e oportunidades diferentes.
2.2.3 Impactos da parentalidade na vida adulta 
Se o casamento já é um importante desa�io vivido na adultez, a chegada dos �ilhos representa uma verdadeira
revolução. E� comum entre os novos pais e mães sentimentos de ansiedade e insegurança devido à
responsabilidade de cuidar de uma criança e à necessidade de manejar todas as transformações que começam
desde o desejo de ter �ilhos, ou com o surgimento de uma gravidez inesperada, até a chegada do novo
integrante da famı́lia (MACARINI; CREAPALDI; VIEIRA, 2016). 
Após o nascimento, ou chegada da criança ou adolescente na famı́lia em casos de adoção, os pais podem
vivenciar tanto mudanças individuais quanto relacionais, por exemplo: construção e negociação dos papéis
desempenhados na relação conjugal e parental; di�iculdades pessoais diante da ambivalência de ter um �ilho e
seguir a vida pro�issional; novas rotinas diante das necessidades do �ilho; divisão da atenção entre �ilho e
parceiro; entre outras (MACARINI; CREAPALDI; VIEIRA, 2016).
Tais estressores podem afetar tanto a saúde fı́sica quanto o estado mental dos pais, uma vez que é comum eles
se sentirem tão “engolidos” pelas novas rotinas e atribuições que não conseguem encontrar tempo para cuidar
de si. Esse cenário é especialmente mais intenso entre as mulheres, já que ainda é muito comum existirem
famı́lias em que cabe somente à mulher os cuidados com os �ilhos e com a casa, esteja a mulher trabalhando
ou não (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Apesar de a maioria das famı́lias brasileiras serem formadas por casais com �ilhos, esse número vem
decaindo (de 63%, em 1993, para 42,3%, em 2015), ao mesmo tempo em que aumenta a frequência de outros
arranjos familiares como famı́lias monoparentais masculinas ou femininas, as quais passaram de 13%, em
1993, para 20,88%, em 2015, assim como casais sem �ilhos que, em 2015, representavam 19,9% dos arranjos
familiares brasileiros (IBGE, 2018; PINHEIRO; GALIZA; FONTOURA, 2009).
Nesse sentido, Pinheiro, Galiza e Fontoura (2009) apontam que fatores como a maior participação feminina
no mercado de trabalho; o gradual aumento da escolaridade da população; a necessidade de aumentar a renda
familiar – em especial durante a década de 1990, marcada pela crise econômica e pela precarização das
ocupações – assim como as signi�icativas mudanças provocadas pela chegada de um �ilho, estão contribuindo
para que as famı́lias, ao longo das décadas, estejam engravidando menos, como pode ser visto na �igura a
seguir:
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#PraCegoVer: a �igura mostra a variação no número de �ilhos por mulher no Brasil e no mundo ao longo dos
anos de 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2018. Em 1960, o ı́ndice de fecundidade no mundo foi de 4,98,
enquanto no Brasil foi de 6,28. Em 1970, esse ı́ndice no mundo foi de 4,77 e, no Brasil, de 5,76. Em 1980, o
número de �ilhos por mulher no mundo foi de 3,72 e, no Brasil, foi de 4,35. Já em 1991, o ı́ndice de
fecundidade no mundo foi de 3,16 e, no Brasil, de 2,85. Nos anos 2000, o mundo teve ı́ndice de fecundidade de
2,66 e o Brasil de 2,39. Por �im, no ano de 2018 pôde-se constatar que o ı́ndice de fecundidade no mundo foi
de 2,5 e, no Brasil, foi de 1,7. 
E� possı́vel perceber que �ilhos têm deixado de ser uma obrigação da adultez jovem. De acordo com dados do
IBGE (2018), entre 2008 e 2018 diminuiu em 16,1% o número de crianças nascidas de mulheres abaixo de 30
anos, ao mesmo tempo em que aumentou em 36% o número de mulheres entre 30 e 44 anos que tiveram
�ilhos. 
Além dos fatores já citados anteriormente, pode estar relacionado a essas mudanças da redução da quantidade
de �ilhos por famı́lia o fato de as mulheres conseguirem entrar nas faculdades, poderem morar sozinhas,
terem a liberdade de escolher não casar e de escolherem o melhor momento para pensar na possibilidade de
ter �ilhos, posto que hoje já se dispõe de métodos anticoncepcionais seguros que auxiliam nessa espera
(PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Se na adultez jovem existe cada vez mais a dúvida sobre ter ou não �ilhos, quando chegamos à idade adulta
intermediária a maioria dos pais lida com outros problemas, em geral relacionados à saı́da dos �ilhos de casa
(PAPALIA; FELDMAN, 2013). Para os pais, é difı́cil ver os �ilhos saindo de casa em busca de independência,
deixando o “ninho vazio”. Porém, são cada vez mais comuns os casos de pais e mães que �icam aliviados com
a saı́da do �ilho, uma vez que esse momento pode signi�icar a oportunidade para o adulto intermediário
investir em novos interesses (BERGER, 2017).
Se, em contrapartida, os �ilhos não conseguem atingir os objetivos que traçaram, os pais se veem na função de,
mais uma vez, fornecer o suporte material e �inanceiro (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Há, portanto, um dilema:
é melhor ajudaros �ilhos no que eles precisarem ou ajudá-los a encontrar a independência? 
Figura 3 - I�ndice de fecundidade no Brasil e no mundo
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em ROCHA, 2018.
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VAMOS PRATICAR?
Em seu primeiro dia de estágio em psicologia hospitalar, Vanessa foi cha
intervir no leito de uma paciente de 25 anos que havia acabado de 
primeira �ilha. Chegando ao quarto, Vanessa se deparou com a paciente ch
incessantemente e repetindo as frases: “eu estou sozinha”, “não vou con
“quero ir embora”, “quero minha mãe”, “não aguento mais estar aqui”. O 
da equipe tentava acalmá-la explicando que ela precisaria �icar ali por m
dia e depois poderia ir para casa. Contudo, nada a fazia parar de
Considerando o que discutimos sobre os desa�ios da adultez, analise
descrito, respondendo: 
a) Quais os possıv́eis motivos para o comportamento da paciente de Vanes
b) Como a estagiária poderia realizar esse acolhimento? 
2.3 O trabalho e a organização dos tempos livres 
Até o momento, já falamos sobre corpo, mente, amigos, casamento e �ilhos. Agora, é a hora de falarmos sobre
trabalho, sobre quem somos e o que queremos. 
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#PraCegoVer: fotogra�ia com fundo desfocado, mostrando duas mãos. Cada uma delas está segurando uma
peça de quebra-cabeça, as quais estão quase se encaixando. 
Nos próximos tópicos, conversaremos sobre o processo de entrada do adulto jovem no mercado de trabalho,
abordando as diferentes formas de nos relacionarmos com o ambiente laboral até chegarmos à vida adulta
intermediária. Em seguida, re�letiremos sobre como a delimitação de padrões de comportamento da adultez
restringe nossas possibilidades de enxergar quem somos e o que desejamos. 
2.3.1 Já cresci, e agora?
Nesse exato momento da sua vida, você já consegue responder o que quer ser quando crescer? A entrada no
mundo do trabalho é um processo que vem mudando com o passar das décadas. Papalia e Feldman (2013)
apontam que, até por volta da década de 1990, era comum que, no inı́cio da vida adulta, entrássemos em uma
empresa e permanecêssemos nela até a aposentadoria. Hoje, vivemos um momento muito mais desa�iador. 
Se, por um lado, hoje temos um mercado de trabalho mais competitivo, aumento no número de contratos
informais e ocupações por conta própria, além de horários mais �lexı́veis; por outro, temos uma diminuição
de 9,5% no trabalho formal assalariado no Brasil, expansão do desemprego e subutilização da mão de obra
disponı́vel no mercado (POCHMANN, 2020).
Diante desse panorama, como escolher uma carreira? Que fatores devem ser considerados? Como sobreviver
ao mercado de trabalho? Essas são questões que fazem parte das preocupações do jovem adulto por muito
tempo.
Figura 4 - Trabalho e lazer
Fonte: PeopleImages, Mediapool, 2020.
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Na adultez jovem, costumamos escolher os primeiros empregos considerando as recompensas extrı́nsecas ao
trabalho (valor do salário), pois estamos construindo nossa independência �inanceira com foco no
crescimento da carreira. Com o passar do tempo, é comum haver uma mudança no foco das nossas escolhas.
Fatores como satisfação no trabalho, relacionamento com os colegas e necessidade de fazer parte de um
projeto com impacto pessoal e social (recompensas intrı́nsecas ao trabalho) se tornam mais importantes do
que o dinheiro ganho ao �inal do mês (PAPALIA; FELDMAN, 2013; BERGER, 2017).
Essa mudança pode explicar a diferença no per�il de um trabalhador jovem para um mais velho, apontada por
Berger (2017). Os empregados que estão na adultez intermediária, em geral, são mais dedicados ao trabalho,
faltam e atrasam menos, assim como têm maior controle sobre o quê, quando e como fazem. Esses podem ser
sinais de alguém que não enxerga o trabalho somente como uma fonte de renda, e sim como uma forma de se
relacionar consigo mesmo e com o mundo (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Ao longo do ciclo na vida, vamos compreendendo que a escolha de uma carreira não é somente escolher uma
função; é encontrar parte de quem somos; é uma forma de nos expressarmos e nos desenvolvermos. Continuar
trabalhando, estudando e inovando, mesmo depois dos 60 anos, auxilia na nossa saúde, pois promove
desempenho cognitivo superior em comparação a adultos que não trabalham nem estudam. Estar ativo
intelectualmente favorece o desenvolvimento do pensamento �lexı́vel, retardando os efeitos da senescência no
cérebro e aumentando a capacidade de realizar trabalhos mais complexos que exigem abertura ao novo.
2.3.2 O que eu quero?
Iniciamos esta unidade re�letindo sobre o fato de que não paramos de envelhecer nem por um segundo. A�
medida que os anos vão passando, vamos aprendendo novas formas de ser, vamos nos descobrindo e criando
caminhos possı́veis. Quem de�ine esses caminhos? Existiria um roteiro a ser seguido? 
E� esperado que um jovem adulto escolha uma carreira, ganhe dinheiro, compre uma casa, encontre uma
esposa ou marido, case, tenha �ilhos e crie seus �ilhos da melhor forma possı́vel. Por sua vez, quando atingir a
idade adulta intermediária, ele deve continuar dedicando-se ao trabalho escolhido há muito tempo, fortalecer
VOCÊ QUER LER?
No artigo intitulado “Transição para a idade adulta: das condições sociais às
implicações”, Andrade (2010) discute o conceito de adultez emergente, isto é, o
processo mais lento, evidenciado na sociedade atual, de “chegada” à vida adulta por
diversos fatores sociais, como extensão do perıódo de estudos, demora na de�inição de
uma carreira, dependência �inanceira dos pais etc. Vale a pena dar uma olhada.
Acesse: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-
82312010000200002&lng=pt&nrm=iso.
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cada dia mais seu casamento, estar próximo dos netos, assim como aposentar-se (BERGER, 2017). 
Esse seria o suposto roteiro para se atingir a felicidade? Quem segue esses passos consegue ser feliz? E se não
quisermos seguir esse caminho? Quais as repercussões da imposição desse percurso para nossa saúde? Em
que momento nesse roteiro nós temos tempo para pensar em quem somos e sobre o que queremos? Existe
tempo livre?
A necessidade de se adequar incessantemente a um padrão de comportamento e de vida que nos é apresentado
todos os dias, seja pela televisão, seja pela internet, seja pelas pessoas que estão próximas a nós, está entre os
fatores relacionados ao desenvolvimento de sofrimentos mentais (PILLETI, 2014). 
As estimativas de pessoas em sofrimento mental em todo o mundo aumentam a cada ano. A Organização
Mundial da Saúde (2018) apontou que existem aproximadamente 300 milhões de pessoas com sintomas
depressivos no planeta, cuja maioria está na faixa etária que compreende adultos jovens e intermediários.
Ainda de acordo com dados desse relatório, o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas no mundo, ou
seja, 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o transtorno. Desde 2017, o Ministério
da Saúde do Brasil elege em seus relatórios os transtornos mentais, por exemplo, depressão e ansiedade,
como a terceira causa de afastamento do trabalho (BRASIL, 2017). 
Esses dados parecem números, estatı́sticas que demonstram resultados de uma amostra de uma população,
mas não são.Esses dados somos nós. E, por isso, precisamos pensar sobre eles, acerca da forma como
lidamos com esses sofrimentos, sobre como os produzimos como sociedade e, principalmente, acerca da
forma como podemos intervir diante desses sofrimentos. Quanto tempo do seu dia você dedica a você? O que
faz em seu tempo livre? Como você cuida da sua saúde mental? Precisamos falar mais sobre essas questões.
VOCÊ QUER VER?
No �ilme Frances	Ha, acompanhamos a história de Frances, uma mulher de 27 anos,
que aprende a lidar com amizades, dinheiro, futuro, frustrações e, acima de tudo, a
buscar um lugar no mundo que satisfaça às suas próprias expectativas (e não às de
outras pessoas). 
 
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VAMOS PRATICAR?
O �ilme Um	Senhor	Estagiário conta a história de Ben Whittaker, um hom
mais de 60 anos, que, depois de �icar viúvo e se aposentar, consegue um t
como motorista da jovem e bem-sucedida empresária Jules Ostin. Ness
conseguimos ver as diferenças na forma como Jules e Ben lidam com a
obrigações do dia a dia. A partir dessa história, analise cada um dos pers
apontando:
1) suas caracterıśticas (nome, idade, pro�issão etc.);
2) sua forma de lidar com as atribuições relacionadas ao trabalho, fa
relacionamentos;
3) por �im, apresente uma re�lexão sobre como esses per�is de compor
estão relacionados aos modos de ser caracterıśticos da adultez j
intermediária.
 
Conclusão
Que trajeto mais desa�iador! Nesse caminho desenhado por nós, conseguimos avançar em muitas discussões
relacionadas à adultez. Passamos pelas mudanças corporais vividas em decorrência da senescência,
aproximamo-nos das caracterı́sticas dos relacionamentos adultos e, por �im, conhecemos um pouco mais
sobre nosso relacionamento com o trabalho e a necessidade dos tempos livres na adultez. Que bom que você
chegou até aqui conosco! Valeu a pena nossa jornada. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Descrever os aspectos fisiológicos, cognitivos e neuromotores
atrelados ao processo de desenvolvimento do adulto.
Analisar os impactos das mudanças nos relacionamentos (de
amizade, conjugais e parentais) na vida dos adultos jovens e
intermediários.
Identificar a influência do mundo do trabalho na vivência da
adultez, os processos que ocorrem nessa fase, além das principais
mudanças que nela se operam.
•
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Bibliografia
ALVES-SILVA, J. D.; SCORSOLINI-COMIN, F.; SANTOS, M. A. Conjugalidade e casamentos de longa duração na
literatura cientı́�ica. Contextos	 Clínicos, São Leopoldo, v. 9, n. 1, p. 32-50, jun. 2016. Disponı́vel em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822016000100004&lng=pt&nrm=iso
(http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-
34822016000100004&lng=pt&nrm=iso). Acesso em: 10 ago. 2020. 
ANDRADE, C. Transição para a idade adulta: das condições sociais às implicações psicológicas.	 Análise
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UM SENHOR estagiário. Direção de Nancy Meyers. Estados Unidos da América: Warner Bros., 2015. 1 disco
óptico digital (121 min.), son., col.

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