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17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 1/23 DESENVOLVIMENTO HUMANO NA VIDA ADULTA E ENVELHECIMENTO UNIDADE 2 – VIVENDO A ADULTEZ Autoria: Ana Izabel Oliveira Lima - Revisão técnica: Márcia Maria Martins Parreiras 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 2/23 Introdução Prezado estudante, bem-vindo às discussões e às re�lexões sobre o desenvolvimento humano na vida adulta e no envelhecimento! Nesta unidade, convidamos você a percorrer o interessante trajeto que irá apresentar as vicissitudes da adultez, uma etapa singular no ciclo da vida, cuja análise de suas potencialidades e limitações não deve passar despercebida em nosso dia a dia! Para adentrarmos o estudo da vida adulta, precisamos, antes, compreender o que é a adultez. Para tanto, amparados por Papalia e Feldman (2013), assumimos o entendimento de idade adulta, ou adultez, como referindo-se àquele perı́odo compreendido entre a adolescência e a velhice, em que o ser humano vive o auge de suas capacidades fı́sica, cognitiva, neuromotora e psicossocial. Em termos psicossociais, via de regra, o tornar-se adulto destaca a autossu�iciência como caracterı́stica prioritária, ou seja, a imagem da adultez está relacionada a ser capaz de tomar decisões sobre as suas próprias crenças, ser responsável, sustentar-se �inanceiramente, formar e sustentar uma famı́lia, e ser capaz de renegociar e reconstruir o relacionamento com os próprios pais (ANDRADE, 2010). Quanto aos aspectos fı́sicos, cognitivos e neuromotores, estes serão abordados adiante. E, para nos auxiliar na compreensão dessa fase do desenvolvimento humano, tomaremos a prerrogativa de Papalia e Feldman (2013), que dividem a adultez em três etapas, a saber: a adultez jovem (ou inı́cio da vida adulta), que compreende o perı́odo dos 20 aos 40 anos; a adultez intermediária, que geralmente ocorre dos 40 aos 65 anos; e a adultez tardia (ou velhice), vivida a partir dos 65 anos de idade. Nesta unidade, vamos nos deter ao estudo dos processos vividos na adultez jovem e na adultez intermediária. No que se refere à adultez tardia, esta será tratada em outra oportunidade. Antes de conhecermos os passos a serem seguidos nessa discussão, é importante destacar que o per�il de adultez que apresentaremos nesta unidade não tem caráter universal, ou seja, não é compartilhado por todos os adultos do mundo. Tal fato decorre, como apontado por Papalia e Feldman (2013), em razão de a literatura da área estar geralmente associada ao cenário de vida dos paı́ses ocidentais em desenvolvimento. Dessa forma, o que discutiremos aqui con�igura-se como um primeiro passo nos estudos sobre a fase da adultez do desenvolvimento humano, tendo como perspectiva um olhar ocidental. Depois, então, de situar esse contexto especı́�ico de nossa discussão, iniciaremos o trajeto de nossos estudos conhecendo os aspectos �isiológicos, cognitivos e neuromotores atrelados ao processo de desenvolvimento do adulto jovem e do adulto intermediário. Em seguida, analisaremos os impactos das mudanças nos relacionamentos (de amizade, conjugais e parentais) na vida das pessoas que se encontram nessa fase do desenvolvimento. Por �im, discutiremos a in�luência do mundo do trabalho na vivência da adultez, os processos que aı́ ocorrem e as principais mudanças que aı́ se operam. Tenho certeza de que será um tempo de muito aprendizado pro�issional e, também, pessoal. Bons estudos! 2.1 Aspectos fisiológicos, cognitivos e neuromotores Neste tópico, iniciamos nossa discussão apresentando as mudanças fı́sicas, neuromotoras e cognitivas vividas desde o inı́cio da adultez jovem (dos 20 aos 40 anos) até o �inal da vida adulta intermediária (dos 40 aos 65 anos). 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 3/23 #PraCegoVer: fotogra�ia mostrando uma mulher branca com cabelos castanhos longos, presos em um rabo de cavalo, olhando para o lado esquerdo. Ela veste um casaco cinza e saia longa, leve. Está sentada em um banco em frente ao mar contemplando o céu de �im de tarde, que se encontra sem nuvens e apresentando as cores azul e laranja em degradê. Em seguida, conversaremos sobre os estereótipos atribuı́dos a essa etapa do desenvolvimento humano e as formas como tais imagens preconcebidas do que é ser adulto vão sendo questionadas, reavaliadas e reconceituadas pelos sujeitos, ao longo do seu ciclo de vida. Vamos começar? 2.1.1 O que muda quando nos tornamos adultos? Já parou para pensar que desde o momento da nossa concepção já estamos em processo de envelhecimento? Nosso corpo muda constantemente e, em algumas etapas, isso ocorre de forma mais perceptı́vel; em outras, nem tanto. De fato, percebemos que, depois de passarmos por intensas transformações na infância e vivermos os efeitos da adolescência em nosso corpo – quem não se lembra das espinhas, do crescimento dos pelos, da mudança da voz nos meninos e da menarca nas meninas? –, chegamos, en�im, à idade adulta. Nesta etapa da vida, a�inal, o que exatamente muda? Quais alterações podem ser observadas ao longo da adultez jovem e da adultez intermediária? A �im de melhor compreendermos algumas das diversas mudanças vividas nessas etapas, este tópico foi dividido em subpartes, sendo a primeira direcionada à abordagem dos aspectos �isiológicos e neuromotores da adultez jovem e intermediária, e as demais buscarão discutir as caracterı́sticas da cognição e os estereótipos. 2.1.2 Aspectos fisiológicos e neuromotores: da adultez jovem à intermediária Figura 1 - Vida adulta Fonte: AscentXmedia, Mediapool, 2020. 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 4/23 Considerando uma situação em que nenhuma doença esteja instalada, o corpo de um jovem adulto está funcionando da forma mais e�iciente possı́vel, em pleno desenvolvimento neuromotor e com fortes sistemas imunológico, digestivo, circulatório, cardı́aco etc. (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Berger (2017) esclarece que, de modo geral, a partir dos 20 anos, atingimos nossa força máxima, pois é nesse perı́odo que nossos músculos mais crescem e nossos ossos são fortalecidos; a pele é uniforme e �irme; a pressão arterial e frequência cardı́aca são normais; o cérebro funciona bem; e a capacidade pulmonar é su�iciente. Nessa época, “[...] as mulheres já apresentam seios e quadris adultos e os homens já chegaram à largura completa dos ombros e força dos membros superiores” (BERGER, 2017, p. 800). O sistema sexual reprodutivo também tende a funcionar de forma adequada, ou seja, a testosterona (hormônio associado ao desejo sexual) é mais elevada para ambos os sexos entre os 20 e os 40 anos; também é nesse intervalo de tempo que as mulheres engravidam mais facilmente e tanto o aborto espontâneo quanto as complicações no parto são menos comuns (BERGER, 2017). Todavia, isso não signi�ica que os adultos jovens não precisem cuidar da própria saúde. Diante de rotinas aceleradas envolvendo trabalho, estudo, lazer, relacionamentos, entre outras atividades, não é surpresa que muitos adultos jovens, frequentemente, sofram de insônia ou mesmo não durmam de forma adequada (BERGER, 2017). Essa privação do sono “[...] pode acarretar alterações signi�icativas no funcionamento fı́sico, ocupacional, cognitivo e social do indivı́duo, além de comprometer substancialmente a qualidade de vida” (MU� LLER; GUIMARA� ES, 2007, p. 520). Outros fatores que podem in�luenciara saúde de jovens adultos são os hábitos alimentares e a prática de exercı́cios fı́sicos (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Marcondelli, Costa e Schmitz (2008) alertam que, em várias regiões do mundo, uma dieta rica em gorduras, açúcares e alimentos re�inados, assim como a diminuição progressiva da prática de atividade fı́sica, o hábito de fumar e o consumo elevado de álcool, contribuem para o aumento da incidência de obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer em meio às pessoas nessa faixa etária (CONDE; BORGES, 2011). Dessa forma, conseguimos compreender que, apesar de não sentirmos intensamente nosso corpo envelhecer no inı́cio da vida adulta, ele não para de sentir os efeitos da senescência, ou seja, do processo de envelhecimento natural do corpo, no qual vamos, aos poucos, perdendo a força e a e�iciência de nosso VOCÊ SABIA? Adultos jovens têm di�iculdade de buscar serviços de saúde, pois não sentem seus corpos envelhecerem e acreditam que não �icarão doentes. No entanto, cresce a cada ano o número de jovens adultos com asma, artrite, diabetes e pressão arterial elevada (BERGER, 2017). 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 5/23 funcionamento (CIOSAK et al., 2011). Mesmo que não sintamos tais efeitos, é necessário cuidarmos desse corpo para que possamos chegar à adultez intermediária (e, posteriormente, à adultez tardia) da forma mais saudável possı́vel. No que se refere à adultez intermediária, também conhecida como meia-idade, ela é o momento da vida em que não somos mais jovens adultos e, ao mesmo tempo, ainda não chegamos à velhice. Papalia e Feldman (2013) a�irmam que podemos sentir que estamos entrando nessa etapa quando, ao nos aproximarmos dos 40 ou 45 anos, nosso corpo começa a dar sinais de que “o tempo não para”, como já dizia o poeta Cazuza. A circunferência da cintura vai aumentando; a pele vai �icando mais �lácida; os cabelos vão aos poucos perdendo sua cor original; gorduras vão se instalando no abdômen, nos braços, nas nádegas e no queixo; os músculos �icam mais fracos e se encolhem; vamos perdendo �lexibilidade nas articulações de modo que até um simples agachar-se ou levantar-se vai �icando cada vez mais difı́cil (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Além dessas alterações, percebe-se que os sentidos também vão �icando menos precisos, com alguns aspectos decaindo mais rapidamente do que outros (BERGER, 2017). Muitas pessoas passam a ter a necessidade de óculos de leitura a partir dos 40 anos devido a uma condição chamada presbiopia, isto é, uma diminuição na capacidade de focar objetos próximos. Por volta dos 50 anos, pode haver também acelerada perda auditiva, menor sensibilização das papilas gustativas e diminuição das células olfativas, tornando mais difı́cil sentir o gosto dos alimentos (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Outra mudança �isiológica signi�icativa durante a adultez intermediária ocorre nos nı́veis dos hormônios sexuais, que passam a diminuir de forma mais repentinamente nas mulheres (menopausa) e gradualmente nos homens. Como resultado, a excitação ocorre de forma mais lenta, o orgasmo leva mais tempo para acontecer e a frequência de relações sexuais, bem como as chances de reprodução, podem diminuir (BERGER, 2017). Assim como todas as outras partes do corpo, o cérebro também sofre os efeitos da idade. Enquanto alguns neurônios (células responsáveis pelos impulsos nervosos) começam a atro�iar, outros passam a demandar um tempo maior de reação a um estı́mulo, uma vez que as mensagens passadas de um neurônio para outro não ocorrem tão rapidamente quanto antes (BERGER, 2017). Como resultado dessa desaceleração neural, fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo �ica mais difı́cil, o processamento de informação leva mais tempo e algumas atividades de memória se tornam cada vez mais complicadas (BERGER, 2017). Por exemplo, pense em um número de 50 a 100, depois some metade de 70 a esse número, em seguida subtraia dele um quarto de 16 e, por �im, some sua idade a esse número. Conseguiu fazer essa operação? Quanto tempo demorou para realizá-la? Teve de usar a calculadora? Pois é. Com o passar do tempo, atividades como essas podem se tornar cada vez mais desa�iadoras. E� sempre bom lembrar que cada pessoa tem um ritmo próprio de envelhecimento e que estamos considerando situações que ocorrem com a maioria da população em boas condições de saúde. Caso aconteça uma perda severa das capacidades fı́sicas e neuromotoras antes dos 65 anos, é possı́vel que o quadro não seja relacionado à senescência em si, mas devido à senilidade, ou seja, ao desenvolvimento de condições patológicas que ocorrem no processo de envelhecimento relacionadas a algumas variáveis, como o uso de algumas substâncias psicoativas, má circulação de sangue, entre outras, as quais podem ocasionar problemas na cognição (CIOSAK et al., 2011). Há, inclusive, alguns tipos de vı́rus que destroem os neurônios, como o HIV, e, também, certos fatores hereditários que podem indicar maior risco de algumas demências (BERGER, 2017). Como foi possı́vel perceber, apesar de algumas mudanças �isiológicas serem resultado direto do envelhecimento biológico e da constituição genética, fatores comportamentais e de estilo de vida podem afetar a probabilidade e a extensão das transformações fı́sicas e neuromotoras vividas no futuro. Diante disso, eis a questão: o que você está fazendo hoje para manter-se com saúde e para encontrar-se saudável daqui a 10, 20 anos? 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 6/23 2.1.3 Aspectos cognitivos O pensamento do adulto difere do pensamento da criança e do adolescente por possuir três caracterı́sticas importantes, de acordo com Berger (2017): Diante disso, Papalia e Feldman (2013) apontam que o pensamento adulto pode ser considerado como pós- formal, ou seja, ele é um passo à frente dos estágios de desenvolvimento cognitivo desenvolvidos por Piaget. A seguir, explicamos mais detalhadamente essa questão. Piaget (1896-1980) propôs que, para compreendermos o ser humano, é necessário compreendermos seu pensamento e, para tanto, buscou organizar nosso desenvolvimento cognitivo em pelo menos quatro estágios, de acordo com Berger (2017): sensório-motor é mais prático é mais �lexı́vel é mais dialético (capaz de integrar ideias con�litantes) VOCÊ O CONHECE? Jean William Fritz Piaget (1896-1980), biólogo e �ilósofo por formação, desenvolveu a teoria dos estágios cognitivos, na qual defende que o modo como pensamos muda com o tempo e com a experiência, moldando nossas atitudes, crenças e comportamentos (BERGER, 2017). • 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 7/23 pré-operatório operatório concreto operatório formal Con�ira as caracterı́sticas dos quatro estágios do desenvolvimento cognitivo de Piaget no quadro a seguir: #PraCegoVer: o quadro apresentado é subdividido em três colunas e cinco linhas, de modo que se consiga compreender os quatro estágios de desenvolvimento cognitivo propostos por Piaget, com suas respectivas faixas etárias e as caracterı́sticas que compõem cada estágio. No estágio sensório-motor (do nascimento até os 2 anos), é comum o uso dos sentidos e das habilidades motoras para compreender o mundo. A aprendizagem é ativa e sem re�lexão. No estágio pré-operatório (dos 2 aos 6 anos), há pensamento simbólico. A criança percebe tudo a partir da própria perspectiva. No estágio operatório concreto (dos 6 aos 11 anos),ocorre compreensão e aplicação da lógica. O pensamento é restrito à experiência direta. Por �im, no estágio operatório formal (dos 12 anos até a vida adulta), percebe-se o uso de conceitos abstratos e hipotéticos. Pode- se usar a análise, não só a emoção. A partir desses elementos piagetianos, Papalia e Feldman (2013) elaboraram duas teorias que eles chamaram de neopiagetianas, ou seja, elas propõem que o desenvolvimento cognitivo do adulto consegue ir além do estágio operatório formal, descrito por Piaget. Essas teorias foram denominadas: • • • Quadro 1 - Estágios do desenvolvimento cognitivo de Piaget Fonte: Elaborado pela autora, baseado em BERGER, 2017. • 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 8/23 1 teoria do pensamento re�lexivo (ou raciocıńio abstrato) 2 teoria do pensamento pós-formal Vamos nos aprofundar um pouco em cada uma delas? Quando falamos de pensamento re�lexivo, referimo-nos a uma forma de cognição complexa, de�inida pelo �ilósofo e educador John Dewey (1910-1991) como “[...] consideração ativa, persistente e cuidadosa das informações ou crenças levando em conta as evidências que as sustentam e as conclusões a que elas levam” (PAPALIA; FELDMAN, 2013, p. 466). O pensador re�lexivo possui a capacidade de analisar e combinar ideias aparentemente con�litantes: por exemplo, diante das várias teorias e abordagens da psicologia do desenvolvimento (contextual, desenvolvimental, transicional e life span) poderı́amos, na qualidade de pensadores, criar uma teoria geral com a capacidade de explicar os diferentes tipos de transformações vividas em cada etapa da vida do ser humano (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Ainda que quase todos os adultos consigam desenvolver essa capacidade, poucos têm a chance de aprimorá-la (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Podemos estimular o pensamento re�lexivo, por exemplo, entrando na universidade, tendo em vista o aprofundamento teórico necessário à área de estudo escolhida e as constantes atividades que aperfeiçoam a resolução de problemas, a inovação e a criatividade (BERGER, 2017). Pode-se dizer, inclusive, que esse é o seu caso, estudante, uma vez que está realizando o presente curso. Na perspectiva da teoria re�lexiva, esse é um momento de aprimoramento de suas capacidades cognitivas; sobretudo, as relacionadas à dimensão da re�lexão, da seleção de ideias, da análise de dados e de possibilidades, da elaboração de estratégias e de teorias explicativas, entre outras. Já em relação ao pensamento pós-formal, pesquisadores têm apontado que o pensamento adulto é “[...] capaz de lidar com inconsistência, contradição, imperfeição e tolerância” (PAPALIA; FELDMAN, 2013, p. 467). Também estimulado pelo convı́vio do adulto com a educação superior, o pensamento pós-formal utiliza a intuição, a emoção e a lógica para sobreviver em um mundo aparentemente caótico, aplicando os aprendizados da experiência nos dilemas vividos no dia a dia (BERGER, 2017). A seguir, vamos ver um exemplo que ilustra como é possı́vel observar esses aspectos do pensamento re�lexivo e pós-formal na narrativa de um adulto. • 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXEE… 9/23 Outra habilidade do pensamento pós-formal está relacionada ao gerenciamento do tempo (BERGER, 2017). Nessa etapa, conseguimos estabelecer prioridades, abrindo mão de determinada tarefa para que possamos privilegiar o que desejamos realizar. Por exemplo, se, na próxima semana, houver prova da disciplina de Desenvolvimento Humano na Vida Adulta e Envelhecimento, então é muito provável que você dedique seu tempo livre, até lá, para estudar e conseguir tirar uma ótima pontuação na prova (já que deseja conseguir o tão sonhado diploma de graduação). No entanto, caso você não consiga estudar todo o conteúdo da disciplina até a data que havia previamente estabelecido, o que fará? Provavelmente, você irá respirar fundo e criar um plano B, depois um plano C, caso necessário. O nome dessa habilidade que nos ajuda a compreender que cada problema tem várias soluções, que a vida é dinâmica e que é possı́vel combinar razão e emoção para a resolução de tais problemas é a “�lexibilidade cognitiva”, mais uma caracterı́stica do pensamento pós-formal (PAPALIA; FELDMAN, 2013). 2.1.4 Problematizando estereótipos CASO Vamos analisar o relato seguinte, do paciente Luiz: Olá, meu nome é Luiz. Desde criança, tenho muita raiva da minha mãe biológica por ela ter me abandonado logo depois que me teve no hospital. Sempre passou pela minha cabeça que ela não me quis, que não tem coração... Como é possível abandonar seu próprio �ilho logo depois de parir? Sempre pensei que, por mais que as coisas fossem di�íceis, eu era �ilho dela, era obrigação dela me amar e cuidar de mim. Hoje, já com meus 33 anos, essa raiva ainda não passou completamente, mas consigo pensar de forma diferente. Eu não tenho como simplesmente julgar o que minha mãe biológica fez porque não tenho como saber pelo que ela passou para ter de abrir mão do próprio �ilho. É di�ícil para mim conviver com essa sensação de abandono, mas acredito que deve também ser muito di�ícil para ela saber que tem um �ilho solto no mundo que ela nunca chegou a conhecer. Chego até a pensar que talvez ela tenha me abandonado porque não tivesse outra saída mesmo; pode ter sido, como dizem, um gesto de amor. O fato é que minha vida não depende dela; a família que me adotou nunca deixou faltar nada para mim e não pretendo abandonar as pessoas que amo. É isso! É preciso seguir em frente. E� possıv́el perceber que, ao longo dos anos, Luiz foi mudando sua forma de pensar, deixando de focar o preto e o branco (certo versus errado, amor versus abandono) e passou a enxergar tons de cinza, ou seja, considerou outras maneiras de analisar a mesma situação. Assim, Luiz conseguiu ser �lexıv́el, aberto e adaptativo; caracterıśticas do pensamento pós-formal (PAPALIA; FELDMAN, 2013). 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXE… 10/23 Quantas vezes você já se deparou, surpreso, com o quanto suas concepções sobre você mesmo, sobre as pessoas e sobre o mundo mudaram ao longo dos anos? O processo de amadurecimento do nosso pensamento vai nos permitindo questionar suposições da infância e da adolescência absorvidas ao longo da nossa vida e, com isso, vamos conseguindo problematizar os estereótipos, ideais simpli�icados acerca de determinados temas ou pessoas, baseados no senso comum (BERNARDES, 2003). Bernardes (2003) aponta que o uso de estereótipos pode ser considerado um processo natural e adaptativo, pois a compreensão do mundo se torna mais simples quando conseguimos enxergá-lo por meio de categorias, seja de pessoas, paı́ses, grupos ou doenças. No entanto, se, por um lado, esses estereótipos são ferramentas que nos ajudam a perceber o mundo em que vivemos, por outro lado, eles podem ter “[...] implicações perversas, sobretudo para as vı́timas da sua utilização” (BERNARDES, 2003, p. 308). Quando nos questionamos o que é ser adulto, o que muda quando nos tornamos adultos ou o que se pode esperar da adultez, por exemplo, estamos baseando nossas indagações, e expetativas de respostas, em uma ideia que se tem sobre quem é o adulto (de forma estereotipada). Vamos fazer um pequeno exercı́cio. Pense em um adulto. Imagine o corpo dessa pessoa, cabelo, cor, altura, gênero, pro�issão, famı́lia, seus desa�ios e suas conquistas. Em quem você pensou? Era homem ou mulher? Eranegro? Era gordo? Era pobre? Tinha algum sofrimento? Era feliz? Existe uma grande probabilidade de que você tenha pensado no seu modelo ideal de adulto, um adulto de sucesso, um adulto perfeito. No entanto, caro estudante, não existe adulto perfeito; o que existe é uma exigência constante que busquemos essa perfeição. Se a adultez só é válida se ela se encaixa em um padrão de perfeição, o ser adulto deixa de ser uma pessoa e transforma-se em uma imagem e, como imagem, deixa de ser real, vivo, pulsante. Nesse sentido, assumimos o lugar de objeto (um depósito de expectativas), que precisa ser moldado e adequado às normas vigentes, impostas por uma sociedade que utiliza outdoors, televisão, internet, �ilmes, séries, novelas, escola e famı́lia para nos orientar sobre formas de viver que são ou não permitidas (LOPES; MENDONÇA, 2016). VOCÊ QUER LER? O artigo intitulado “A dissolução da vida adulta e a juventude como valor”, de Debert (2010), apresenta uma análise antropológica da vida adulta, re�letindo sobre o progressivo desaparecimento da adultez e a crescente imposição da juventude, independentemente da idade. Vale a pena ler! Acesse em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 71832010000200003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXE… 11/23 Como, então, desconstruir essas obrigações que vamos sustentando, muitas vezes de forma despercebida e automática, ao longo da nossa vida? Justamente na fase da adultez, a qual tem o diferencial de nos capacitar a reconhecer concepções que não fazem mais sentido para a vida que desejamos. Desse modo, questionamos o porquê de algumas concepções ainda perdurarem e conseguimos, na maioria das vezes, mudar de opinião. Contudo, nem sempre é um processo simples ou fácil, exigindo de nós constante abertura, discernimento e �lexibilidade (BERGER, 2017). VAMOS PRATICAR? Utilizando as informações apresentadas até aqui sobre o desenvol �isiológico, neuromotor e cognitivo na adultez jovem e intermediária, c personagens: um jovem adulto e um adulto intermediário. Dê um nome, u e uma história a esses personagens. De�ina suas caracterıśticas, fale personalidade, de sua condição fıśica, dos desa�ios enfrentados, dos s conquistados, sobre seus traços cognitivos e neuromotores. Exponha seus seus sonhos, seus segredos. Ao �inal dessa atividade, você terá compreend pouco mais sobre como é ser um adulto jovem e um adulto intermediário. 2.2 Relacionamentos adultos A busca por relacionamentos fortes, estáveis e estreitos é parte fundamental do processo de desenvolvimento humano (PILETTI, 2014). 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXE… 12/23 #PraCegoVer: fotogra�ia mostrando cinco pessoas, em uma sala clara com grandes janelas e cortinas brancas, sentadas à mesa com uma caixa aberta de pizza ao centro. Em primeiro plano, uma mulher de cabelos castanhos vestindo uma blusa de manga longa preta com bolinhas brancas. Ela está gargalhando e encostando o dorso da mão esquerda no nariz. A� sua frente, aparece a mão de uma pessoa segurando um pedaço de pizza. Ao fundo da fotogra�ia, estão três homens brancos e de cabelos castanhos: o da esquerda está sorrindo, vestindo uma camisa azul-claro de mangas longas e segurando, com a mão direita, um copo de café marrom com tampa branca. O homem que está posicionado ao meio usa óculos de grau, camisa azul-claro de mangas longas e está repousando seus dois braços na mesa; o que está à direita veste uma camisa quadriculada nos tons de branco, cinza e azul de mangas curtas. Ele está gargalhando e com a mão esquerda à frente da boca. Neste tópico, conversaremos sobre o lugar dos amigos na vida adulta; sobre as relações amorosas e a possibilidade do casamento; e, por último, falaremos sobre como a criação dos �ilhos impacta a vida adulta. 2.2.1 O lugar dos amigos na vida Você consegue dizer agora quantos amigos tem? Onde os conheceu e qual foi a última vez que falou com eles? Estudos indicam que a forma como nos relacionamos com nossos amigos sofre transformações ao longo da nossa vida (BERGER, 2017; SOUSA; CERQUEIRA-SANTOS, 2011). Enquanto na infância nossas amizades são menos duradouras e baseadas no quão próximo estamos dos nossos amigos, na adolescência cultivamos amizades mais longas, estáveis, leais e com a possibilidade de compartilhamento de experiência e angústias em comum. No entanto, tais amizades estáveis ainda são mescladas com o que Berger (2017, p. 905) nomeia de “amizades ambivalentes e problemáticas”, ou seja, relacionamentos que possuem grande número de con�litos e nos fazem questionar o porquê de ainda sustentarmos essa relação. Com as mudanças advindas da idade adulta, como entrada na universidade, no mercado de trabalho e outros desa�ios que enfrentamos, é comum sentirmos a necessidade de construir um novo apoio social e repensarmos os relacionamentos familiares e amizades preexistentes (SOUZA; HUTZ, 2008). Em um caminho de descoberta de si mesmo, os adultos jovens buscam apoio, companheirismo e troca de con�idências em Figura 2 - Relacionamentos Fonte: Fizkes, Shutterstock, 2020. 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXE… 13/23 pessoas parecidas com eles, ou seja, “[...] amizades adultas caracterizam-se por homogeneidade de traços de personalidade, interesses, sexo, idade, estado civil, religião, status ocupacional, etnia, renda, escolaridade, gênero, número de amigos e duração da amizade” (SOUZA; HUTZ, 2008, p. 261). Ao nos aproximarmos da adultez intermediária, se, por um lado, vamos diminuindo a quantidade de amigos, já que o trabalho, relacionamentos, famı́lia e �ilhos vão tomando o tempo que antes era dedicado somente às amizades; por outro lado, os amigos que ainda cultivamos vão se tornando cada vez mais próximos (SOUSA; CERQUEIRA-SANTOS, 2011; SOUZA; HUTZ, 2008). Em tais amigos, buscamos um espaço de compreensão, acolhimento, sinceridade, compartilhamento de informações, angústias, incertezas, problemas, conquistas e sucessos (BERGER, 2017). Alguns amigos são tão presentes e con�iáveis que são mais estáveis do que os laços com um familiar ou um cônjuge. “Esses amigos ı́ntimos e apoiadores são considerados parentes �ictícios, em outras palavras, a famı́lia psicológica da pessoa” (PAPALIA; FELDMAN, 2013, p. 494). Diante disso, é possı́vel compreender o porquê de a amizade ser apontada como fator de proteção a saúde, visto que ter amigos proporciona sensação de bem-estar e aumento da autoestima, pois nos sentimos amados, apoiados e respeitados (BERGER, 2017). 2.2.2 Conjugalidade: quando pensar em casamento? Ao longo da nossa vida, vamos nos deparando com diferentes tipos de relacionamentos e aprendendo um pouco mais sobre nós mesmos em cada um deles. Um dos grandes desa�ios da vida adulta é aprender a estar junto de alguém sem deixar de ser quem é (PAPALIA; FELDMAN, 2013); ou seja, estar em um relacionamento é compartilhar uma história com alguém diferente de você, conseguindo investir tanto no relacionamento quanto em si próprio (ALVES-SILVA; SCORSOLINI-COMIN; SANTOS, 2016). A partir da luta das mulheres para entrar (e continuar) no mercado de trabalho, o casamento paulatinamente vem deixando de ser uma obrigação e/ou um negócio – um aspecto presente em muitas sociedades –, passando a prevalecer seu caráter de escolha mais amadurecida e consciente, realizada por pessoas que se amam e desejam permanecer juntas (ALVES-SILVA; SCORSOLINI-COMIN; SANTOS, 2016). No entanto, estar comoutra pessoa não é tão simples quanto pode parecer. No Brasil, de acordo com relatório disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geogra�ia e Estatı́stica (IBGE, 2018), ao longo dos anos está acontecendo uma redução no número de casamentos, de modo que, do ano de 2017 para 2018, veri�icou-se queda de 1,6%, ao mesmo tempo em que ocorre um aumento no número de divórcios, o qual, no mesmo intervalo de tempo, subiu 3,2%. A pergunta que se coloca é: por que isso está acontecendo? Na verdade, diversos são os fatores que podem estar relacionados a esse cenário. Podemos aqui pensar em alguns. No que se refere à redução das taxas de matrimônio, desde a segunda metade do século passado, na cultura ocidental, vem delineando-se e naturalizando-se a ideia de que não existe somente a escolha do casamento quando se quer estar junto: pode- se morar com a pessoa amada ou simplesmente namorar (cada um na sua casa). Nesse sentido, a ideia de casamento como uma instituição formal, estabelecida entre duas pessoas que assumem e compreendem suas responsabilidades especı́�icas um com o outro, tem deixado de ser prioridade na vida dos adultos, dando lugar ao investimento em outras práticas, como carreira, viagens, estudos e novas experiências. Diante disso, é possı́vel, então, perceber que a opção das pessoas pelo casamento vem se alterando cada vez mais ao longo do tempo; isso porque, como apontam Fonseca e Duarte (2014), tanto assistimos a “[...] uma alteração dos valores e das representações em torno do casamento e das suas �inalidades, denotando uma visão mais laica e desvalorizadora do aspecto sacramental e institucional” (p. 136), quanto percebemos uma negação ao casamento relacionada a novas e diferentes “[...] formas de encadeamento entre namoro, vida em comum e casamento” (p. 136), considerando o caráter de transitoriedade da maior parte dos relacionamentos amorosos contemporâneos. 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXE… 14/23 No que se refere aos divórcios, o aumento desse fenômeno pode estar relacionado ao fato de que manter-se em um relacionamento em que a pessoa avalia que não está feliz não parece mais ser uma alternativa, porque ela passa a se questionar sobre o porquê de continuar vivendo um relacionamento em que não está satisfeita (PAPALIA; FELDMAN, 2013), em vez de aventurar-se em outras possibilidades de amor. Pode-se, ainda, dizer que o aumento dos casos de divórcio também está relacionado às novas visões elaboradas sobre o que é o casamento, conforme discutido por Fonseca e Duarte (2014). Esse dilema pode tornar-se especialmente difı́cil quando nos referimos a adultos intermediários, tendo em vista o tempo de relacionamento, o impacto na vida do restante da famı́lia e a apreensão diante da construção de uma nova vida com rotinas, amigos, situação �inanceira, escolhas e oportunidades diferentes. 2.2.3 Impactos da parentalidade na vida adulta Se o casamento já é um importante desa�io vivido na adultez, a chegada dos �ilhos representa uma verdadeira revolução. E� comum entre os novos pais e mães sentimentos de ansiedade e insegurança devido à responsabilidade de cuidar de uma criança e à necessidade de manejar todas as transformações que começam desde o desejo de ter �ilhos, ou com o surgimento de uma gravidez inesperada, até a chegada do novo integrante da famı́lia (MACARINI; CREAPALDI; VIEIRA, 2016). Após o nascimento, ou chegada da criança ou adolescente na famı́lia em casos de adoção, os pais podem vivenciar tanto mudanças individuais quanto relacionais, por exemplo: construção e negociação dos papéis desempenhados na relação conjugal e parental; di�iculdades pessoais diante da ambivalência de ter um �ilho e seguir a vida pro�issional; novas rotinas diante das necessidades do �ilho; divisão da atenção entre �ilho e parceiro; entre outras (MACARINI; CREAPALDI; VIEIRA, 2016). Tais estressores podem afetar tanto a saúde fı́sica quanto o estado mental dos pais, uma vez que é comum eles se sentirem tão “engolidos” pelas novas rotinas e atribuições que não conseguem encontrar tempo para cuidar de si. Esse cenário é especialmente mais intenso entre as mulheres, já que ainda é muito comum existirem famı́lias em que cabe somente à mulher os cuidados com os �ilhos e com a casa, esteja a mulher trabalhando ou não (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Apesar de a maioria das famı́lias brasileiras serem formadas por casais com �ilhos, esse número vem decaindo (de 63%, em 1993, para 42,3%, em 2015), ao mesmo tempo em que aumenta a frequência de outros arranjos familiares como famı́lias monoparentais masculinas ou femininas, as quais passaram de 13%, em 1993, para 20,88%, em 2015, assim como casais sem �ilhos que, em 2015, representavam 19,9% dos arranjos familiares brasileiros (IBGE, 2018; PINHEIRO; GALIZA; FONTOURA, 2009). Nesse sentido, Pinheiro, Galiza e Fontoura (2009) apontam que fatores como a maior participação feminina no mercado de trabalho; o gradual aumento da escolaridade da população; a necessidade de aumentar a renda familiar – em especial durante a década de 1990, marcada pela crise econômica e pela precarização das ocupações – assim como as signi�icativas mudanças provocadas pela chegada de um �ilho, estão contribuindo para que as famı́lias, ao longo das décadas, estejam engravidando menos, como pode ser visto na �igura a seguir: 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXE… 15/23 #PraCegoVer: a �igura mostra a variação no número de �ilhos por mulher no Brasil e no mundo ao longo dos anos de 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2018. Em 1960, o ı́ndice de fecundidade no mundo foi de 4,98, enquanto no Brasil foi de 6,28. Em 1970, esse ı́ndice no mundo foi de 4,77 e, no Brasil, de 5,76. Em 1980, o número de �ilhos por mulher no mundo foi de 3,72 e, no Brasil, foi de 4,35. Já em 1991, o ı́ndice de fecundidade no mundo foi de 3,16 e, no Brasil, de 2,85. Nos anos 2000, o mundo teve ı́ndice de fecundidade de 2,66 e o Brasil de 2,39. Por �im, no ano de 2018 pôde-se constatar que o ı́ndice de fecundidade no mundo foi de 2,5 e, no Brasil, foi de 1,7. E� possı́vel perceber que �ilhos têm deixado de ser uma obrigação da adultez jovem. De acordo com dados do IBGE (2018), entre 2008 e 2018 diminuiu em 16,1% o número de crianças nascidas de mulheres abaixo de 30 anos, ao mesmo tempo em que aumentou em 36% o número de mulheres entre 30 e 44 anos que tiveram �ilhos. Além dos fatores já citados anteriormente, pode estar relacionado a essas mudanças da redução da quantidade de �ilhos por famı́lia o fato de as mulheres conseguirem entrar nas faculdades, poderem morar sozinhas, terem a liberdade de escolher não casar e de escolherem o melhor momento para pensar na possibilidade de ter �ilhos, posto que hoje já se dispõe de métodos anticoncepcionais seguros que auxiliam nessa espera (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Se na adultez jovem existe cada vez mais a dúvida sobre ter ou não �ilhos, quando chegamos à idade adulta intermediária a maioria dos pais lida com outros problemas, em geral relacionados à saı́da dos �ilhos de casa (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Para os pais, é difı́cil ver os �ilhos saindo de casa em busca de independência, deixando o “ninho vazio”. Porém, são cada vez mais comuns os casos de pais e mães que �icam aliviados com a saı́da do �ilho, uma vez que esse momento pode signi�icar a oportunidade para o adulto intermediário investir em novos interesses (BERGER, 2017). Se, em contrapartida, os �ilhos não conseguem atingir os objetivos que traçaram, os pais se veem na função de, mais uma vez, fornecer o suporte material e �inanceiro (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Há, portanto, um dilema: é melhor ajudaros �ilhos no que eles precisarem ou ajudá-los a encontrar a independência? Figura 3 - I�ndice de fecundidade no Brasil e no mundo Fonte: Elaborado pela autora, baseado em ROCHA, 2018. 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXE… 16/23 VAMOS PRATICAR? Em seu primeiro dia de estágio em psicologia hospitalar, Vanessa foi cha intervir no leito de uma paciente de 25 anos que havia acabado de primeira �ilha. Chegando ao quarto, Vanessa se deparou com a paciente ch incessantemente e repetindo as frases: “eu estou sozinha”, “não vou con “quero ir embora”, “quero minha mãe”, “não aguento mais estar aqui”. O da equipe tentava acalmá-la explicando que ela precisaria �icar ali por m dia e depois poderia ir para casa. Contudo, nada a fazia parar de Considerando o que discutimos sobre os desa�ios da adultez, analise descrito, respondendo: a) Quais os possıv́eis motivos para o comportamento da paciente de Vanes b) Como a estagiária poderia realizar esse acolhimento? 2.3 O trabalho e a organização dos tempos livres Até o momento, já falamos sobre corpo, mente, amigos, casamento e �ilhos. Agora, é a hora de falarmos sobre trabalho, sobre quem somos e o que queremos. 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXE… 17/23 #PraCegoVer: fotogra�ia com fundo desfocado, mostrando duas mãos. Cada uma delas está segurando uma peça de quebra-cabeça, as quais estão quase se encaixando. Nos próximos tópicos, conversaremos sobre o processo de entrada do adulto jovem no mercado de trabalho, abordando as diferentes formas de nos relacionarmos com o ambiente laboral até chegarmos à vida adulta intermediária. Em seguida, re�letiremos sobre como a delimitação de padrões de comportamento da adultez restringe nossas possibilidades de enxergar quem somos e o que desejamos. 2.3.1 Já cresci, e agora? Nesse exato momento da sua vida, você já consegue responder o que quer ser quando crescer? A entrada no mundo do trabalho é um processo que vem mudando com o passar das décadas. Papalia e Feldman (2013) apontam que, até por volta da década de 1990, era comum que, no inı́cio da vida adulta, entrássemos em uma empresa e permanecêssemos nela até a aposentadoria. Hoje, vivemos um momento muito mais desa�iador. Se, por um lado, hoje temos um mercado de trabalho mais competitivo, aumento no número de contratos informais e ocupações por conta própria, além de horários mais �lexı́veis; por outro, temos uma diminuição de 9,5% no trabalho formal assalariado no Brasil, expansão do desemprego e subutilização da mão de obra disponı́vel no mercado (POCHMANN, 2020). Diante desse panorama, como escolher uma carreira? Que fatores devem ser considerados? Como sobreviver ao mercado de trabalho? Essas são questões que fazem parte das preocupações do jovem adulto por muito tempo. Figura 4 - Trabalho e lazer Fonte: PeopleImages, Mediapool, 2020. 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXE… 18/23 Na adultez jovem, costumamos escolher os primeiros empregos considerando as recompensas extrı́nsecas ao trabalho (valor do salário), pois estamos construindo nossa independência �inanceira com foco no crescimento da carreira. Com o passar do tempo, é comum haver uma mudança no foco das nossas escolhas. Fatores como satisfação no trabalho, relacionamento com os colegas e necessidade de fazer parte de um projeto com impacto pessoal e social (recompensas intrı́nsecas ao trabalho) se tornam mais importantes do que o dinheiro ganho ao �inal do mês (PAPALIA; FELDMAN, 2013; BERGER, 2017). Essa mudança pode explicar a diferença no per�il de um trabalhador jovem para um mais velho, apontada por Berger (2017). Os empregados que estão na adultez intermediária, em geral, são mais dedicados ao trabalho, faltam e atrasam menos, assim como têm maior controle sobre o quê, quando e como fazem. Esses podem ser sinais de alguém que não enxerga o trabalho somente como uma fonte de renda, e sim como uma forma de se relacionar consigo mesmo e com o mundo (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Ao longo do ciclo na vida, vamos compreendendo que a escolha de uma carreira não é somente escolher uma função; é encontrar parte de quem somos; é uma forma de nos expressarmos e nos desenvolvermos. Continuar trabalhando, estudando e inovando, mesmo depois dos 60 anos, auxilia na nossa saúde, pois promove desempenho cognitivo superior em comparação a adultos que não trabalham nem estudam. Estar ativo intelectualmente favorece o desenvolvimento do pensamento �lexı́vel, retardando os efeitos da senescência no cérebro e aumentando a capacidade de realizar trabalhos mais complexos que exigem abertura ao novo. 2.3.2 O que eu quero? Iniciamos esta unidade re�letindo sobre o fato de que não paramos de envelhecer nem por um segundo. A� medida que os anos vão passando, vamos aprendendo novas formas de ser, vamos nos descobrindo e criando caminhos possı́veis. Quem de�ine esses caminhos? Existiria um roteiro a ser seguido? E� esperado que um jovem adulto escolha uma carreira, ganhe dinheiro, compre uma casa, encontre uma esposa ou marido, case, tenha �ilhos e crie seus �ilhos da melhor forma possı́vel. Por sua vez, quando atingir a idade adulta intermediária, ele deve continuar dedicando-se ao trabalho escolhido há muito tempo, fortalecer VOCÊ QUER LER? No artigo intitulado “Transição para a idade adulta: das condições sociais às implicações”, Andrade (2010) discute o conceito de adultez emergente, isto é, o processo mais lento, evidenciado na sociedade atual, de “chegada” à vida adulta por diversos fatores sociais, como extensão do perıódo de estudos, demora na de�inição de uma carreira, dependência �inanceira dos pais etc. Vale a pena dar uma olhada. Acesse: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870- 82312010000200002&lng=pt&nrm=iso. 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXE… 19/23 cada dia mais seu casamento, estar próximo dos netos, assim como aposentar-se (BERGER, 2017). Esse seria o suposto roteiro para se atingir a felicidade? Quem segue esses passos consegue ser feliz? E se não quisermos seguir esse caminho? Quais as repercussões da imposição desse percurso para nossa saúde? Em que momento nesse roteiro nós temos tempo para pensar em quem somos e sobre o que queremos? Existe tempo livre? A necessidade de se adequar incessantemente a um padrão de comportamento e de vida que nos é apresentado todos os dias, seja pela televisão, seja pela internet, seja pelas pessoas que estão próximas a nós, está entre os fatores relacionados ao desenvolvimento de sofrimentos mentais (PILLETI, 2014). As estimativas de pessoas em sofrimento mental em todo o mundo aumentam a cada ano. A Organização Mundial da Saúde (2018) apontou que existem aproximadamente 300 milhões de pessoas com sintomas depressivos no planeta, cuja maioria está na faixa etária que compreende adultos jovens e intermediários. Ainda de acordo com dados desse relatório, o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas no mundo, ou seja, 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o transtorno. Desde 2017, o Ministério da Saúde do Brasil elege em seus relatórios os transtornos mentais, por exemplo, depressão e ansiedade, como a terceira causa de afastamento do trabalho (BRASIL, 2017). Esses dados parecem números, estatı́sticas que demonstram resultados de uma amostra de uma população, mas não são.Esses dados somos nós. E, por isso, precisamos pensar sobre eles, acerca da forma como lidamos com esses sofrimentos, sobre como os produzimos como sociedade e, principalmente, acerca da forma como podemos intervir diante desses sofrimentos. Quanto tempo do seu dia você dedica a você? O que faz em seu tempo livre? Como você cuida da sua saúde mental? Precisamos falar mais sobre essas questões. VOCÊ QUER VER? No �ilme Frances Ha, acompanhamos a história de Frances, uma mulher de 27 anos, que aprende a lidar com amizades, dinheiro, futuro, frustrações e, acima de tudo, a buscar um lugar no mundo que satisfaça às suas próprias expectativas (e não às de outras pessoas). 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXE… 20/23 VAMOS PRATICAR? O �ilme Um Senhor Estagiário conta a história de Ben Whittaker, um hom mais de 60 anos, que, depois de �icar viúvo e se aposentar, consegue um t como motorista da jovem e bem-sucedida empresária Jules Ostin. Ness conseguimos ver as diferenças na forma como Jules e Ben lidam com a obrigações do dia a dia. A partir dessa história, analise cada um dos pers apontando: 1) suas caracterıśticas (nome, idade, pro�issão etc.); 2) sua forma de lidar com as atribuições relacionadas ao trabalho, fa relacionamentos; 3) por �im, apresente uma re�lexão sobre como esses per�is de compor estão relacionados aos modos de ser caracterıśticos da adultez j intermediária. Conclusão Que trajeto mais desa�iador! Nesse caminho desenhado por nós, conseguimos avançar em muitas discussões relacionadas à adultez. Passamos pelas mudanças corporais vividas em decorrência da senescência, aproximamo-nos das caracterı́sticas dos relacionamentos adultos e, por �im, conhecemos um pouco mais sobre nosso relacionamento com o trabalho e a necessidade dos tempos livres na adultez. Que bom que você chegou até aqui conosco! Valeu a pena nossa jornada. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: Descrever os aspectos fisiológicos, cognitivos e neuromotores atrelados ao processo de desenvolvimento do adulto. Analisar os impactos das mudanças nos relacionamentos (de amizade, conjugais e parentais) na vida dos adultos jovens e intermediários. Identificar a influência do mundo do trabalho na vivência da adultez, os processos que ocorrem nessa fase, além das principais mudanças que nela se operam. • • • 17/06/2022 16:57 Desenvolvimento humano na vida adulta e envelhecimento https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=coeo%2bYtgdJTwbVZ2UztRdQ%3d%3d&l=Erdl4CmnprULtCCIFuPcSQ%3d%3d&lc=uXE… 21/23 Bibliografia ALVES-SILVA, J. D.; SCORSOLINI-COMIN, F.; SANTOS, M. A. Conjugalidade e casamentos de longa duração na literatura cientı́�ica. Contextos Clínicos, São Leopoldo, v. 9, n. 1, p. 32-50, jun. 2016. Disponı́vel em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-34822016000100004&lng=pt&nrm=iso (http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983- 34822016000100004&lng=pt&nrm=iso). Acesso em: 10 ago. 2020. ANDRADE, C. 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Direção de Nancy Meyers. Estados Unidos da América: Warner Bros., 2015. 1 disco óptico digital (121 min.), son., col.
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