Prévia do material em texto
XXXV EXAME DA OAB PROCESSO PENAL Professor Ivan Jezler https://www.instagram.com/cejascurso/ https://www.facebook.com/cursocejas https://www.youtube.com/channel/UCborv6CABv7Qdq1mT9Y4zMQ https://open.spotify.com/show/3yYCkW4Nb80xFsbLx9bLWT?si=3lzQsaAZT7S-iUrgZZLpqw&dl_branch=1 https://api.whatsapp.com/send/?phone=5571996006480&text&app_absent=0 https://t.me/s/cejasoab ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 2 2 Estimados Guerreiros e Guerreiras! É com muita alegria que apresentamos o módulo de Processo Penal do preparatório para o XXXV exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Sejam todos muito bem-vindos! Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância desses temas para sua prova, então, valerá a pena o nosso esforço durante essas aulas! Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a leitura e os grifos dos dispositivos específicos de cada assunto que abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase da OAB e Concursos) e vamos juntos! Espero que vocês tenham um excelente proveito! Receba o nosso sincero abraço! APRESENTAÇÃO ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 3 3 1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS ▪ Artigo 4º ao 23, CPP > Inquérito e Polícia Judicial. o O STF suspendeu a eficácia dos artigos 3-A ao 3-F, introduzidos pelo Pacote Anticrime, que tratam do Juiz de Garantias. ▪ Artigo 144 da CF/88 > Segurança Pública. ▪ Lei 12.830/2013 (Atribuições da Autoridade Policial). 2) DIREITO PROCESSUAL PENAL ▪ Conjunto de princípios e regras, sendo caminho necessário para apurar um fato, supostamente criminoso. ▪ A persecução penal é o procedimento criminal brasileiro para apurar um fato. o É formada pela I) fase investigatória, e pela II) fase processual/judicial penal. - Em regra, a fase investigatória é o inquérito policial. 3) A POLÍCIA JUDICIÁRIA ▪ A polícia judiciária é uma função, exercida no Brasil pela Polícia Federal ou pela Polícia Civil. o No plano nacional > Polícia Federal. o Nos Estados > Polícia Civil. ▪ A polícia judiciaria atua após a prática de um fato, de forma repressiva, cooperando com o Ministério Público e o Poder Judiciário. > não há hierarquia, há cooperação (art. 144, CF/88). o De forma excepcional, poderão exercer atividades preventivas. ▪ O fato de um crime dever ser investigado pela Polícia Federal, não quer dizer que será, de fato, investigado pela respectiva justiça. Poderá ser julgado por outra. INQUÉRITO POLICIAL ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 4 4 4) INQUÉRITO POLICIAL ▪ O Inquérito Policial é a modalidade de investigação brasileira, por excelência. o A natureza jurídica do inquérito é de um procedimento administrativo > não é processo. o O IP é presidido por um delegado de polícia (civil ou federal) > juiz e promotor não podem presidir o inquérito. o O IP tem finalidade de apurar a suposta prática de um crime e sua respectiva autoria, para formar o convencimento do titular da ação penal (titular do direito potestativo de agir, do direito de provocar a jurisdição), que será o Ministério Público ou Ofendido. Observação: O titular da ação penal pode decidir pelo processo, ou pelo não-processo (pelo arquivamento das peças de informação). ▪ O inquérito não possui partes, ele é unidirecional > instrumento utilizado para apurar os fatos! ▪ A Lei 10.446/02 trata das atribuições do Delegado de Polícia Federal. Procedimento Administrativo Delegado de Polícia Crime Autoria Ministério Publico Ou Ofendido Ação Arquivamento ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 5 5 ▪ O inquérito policial também serve de abrigo para imposição de medidas cautelares, reais ou pessoais, que exigem ordem judicial fundamentada > art. 13 do CPP. o Ex.: Prisão preventiva (pode ser decretada no inquérito ou na fase judicial), sequestro de bens (decretado na fase de inquérito), prisão temporária (só cabe na fase investigatória, e não cabe na fase judicial), busca e apreensão de coisas (cabe na fase de inquérito), etc. → Por isso, o Juiz de Garantias é importante. ▪ Conforme o art. 107 do CPP, não se admite uma exceção de suspeição da autoridade policial (delegado), justamente porque o inquérito não é contraditório, contudo, nada impede que, pelos princípios que regem a Administração Pública, o delegado se dê por suspeito de ofício. ▪ O STF, ao julgar a ADIN 444, considerou inconstitucional a condução coercitiva do investigado para efeito de oitiva. ▪ Na fase policial, não existe interrogatório, existe a oitiva do investigado > art. 6º, inciso V, do CPP. ▪ O Ministério Público pode denunciar alguém antes do encerramento do inquérito policial com base em outras peças de informação. o Art. 39, §5º do CPP: diz que, se a vítima faz uma representação no Ministério Público, e este entende que já tem elementos para denunciar, para a ação penal, não se terá a investigação criminal (delatio criminis postulatória). A função do Juiz de Garantias era atuar na fase investigatória até o recebimento da denúncia, ou rejeição; até a existência efetiva de um processo penal. Isto porque, só existe processo penal quando a denúncia é recebida. Então, esse Juiz de Garantias, ele seria um juiz diferente daquele que vai julgar a instrução criminal. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 6 6 o Delatio criminis postulatória pode ser feita com Defensor Público, que pode oferecer queixa-crime. ▪ Súmula 234 do STJ: a participação do membro ministerial na fase investigatória não o torna suspeito para atuar no processo. ▪ O art. 155 do CPP prevê o Princípio do Livre Convencimento Motivado, onde o juiz pode decidir, unicamente, com base nas provas antecipadas, nas provas cautelares e nas provas irrepetíveis. Nesses casos existirá um contraditório diferido, superveniente. o Art. 315, CPP: veda qualquer espécie de sentença, decisão ou acórdãos genéricos no processo penal. A fundamentação tem que ser concreta, empírica. o O juiz não pode decidir exclusivamente com base no inquérito policial, mas o inquérito policial pode ser o que se chama de “obter dictum”, ou seja, um argumento de reforço para uma verdade construída em juízo. ▪ É cabível a absolvição em fase de inquérito, pois, justifica-se que não existem elementos suficientes de materialidade do delito. ▪ Exceção à regra de condenação com base somente no inquérito: a) Provas cautelares > sofrem risco de perecimento, por ex.: a oitiva de uma testemunha em estágio terminal; b) Provas irrepetíveis (não-repetíveis) > não pode mais ser reproduzida em juízo, por ex.: laudo cadavérico; c) Provas antecipadas > surgem no contraditório, por ex.: oitiva. Observação: O art. 14-A do CPP dispõe que nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da CF/88 figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militarese demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 7 7 profissional, de forma consumada ou tentada, o indiciado poderá constituir defensor. o Introduzido pelo Pacote Anticrime, impõe-se a exigência do contraditório e ampla defesa obrigatórios para os prepostos de segurança, indiciados pelo uso de força letal > exceção à regra do contraditório. 4.1. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: a) Dispensabilidade ou Facultatividade: ▪ O inquérito é um procedimento facultativo, ou dispensável. Ele não é indispensável! Isto porque existem outras formas de investigação além desse procedimento administrativo. ▪ Nas infrações de menor potencial ofensivo, o inquérito policial será substituído por um termo circunstanciado e o auto de prisão em flagrante será substituído por um termo de compromisso, salvo na Lei Maria da Penha. ▪ O que é indispensável no processo penal não é o inquérito, é a justa causa para ação penal. o Ex.: CPI. O que é inalienável no processo penal é o fumus commissi delicti (a fumaça da prática do cirme), ou seja, os indícios suficientes de autoria e a materialidade > de que forma será alcançado é outra história. b) Inquisitoriedade: ▪ O IP é um procedimento inquisitorial. ▪ Para a prova objetiva da PC/BA, o Brasil adota o modelo acusatório. Tem violações? Inúmeras, mas na essência, o sistema é acusatório. Lembre-se: O inquérito não é um processo, mas um procedimento! ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 8 8 ▪ O modelo acusatório é Tripartite/Triangular > divisão das funções processuais (juiz, MP e réu). ▪ O IP é inquisitório, porque não há obrigatoriedade do contraditório e da ampla defesa, apesar de poder acontecer. o Art. 14-A, CPP: prevê um contraditório obrigatório para prepostos de segurança pública. Observação: A autodefesa é cabível em sede de Inquérito Policial. - Art. 5º, LXIII, da CF/88, que trata do direito ao silêncio. - Art. 8º, ‘2’, ‘g’, do Decreto 678/92 (Pacto de São José da Costa Rica), que diz respeito ao direito do investigado não apenas se calar, mas também não produzir provas contra si. Cuidado: O Código de Processo Penal prevê a Teoria dos Frutos da Árvore envenenada, a Teoria da Contaminação. Existem provas que podem nascer no inquérito e, eventualmente, expandir os seus efeitos até a fase judicial. Aí tudo será invalidade, mas não quer dizer que a fase judicial seja imprestável como um todo. ▪ Art. 14 e 184, CPP > Além de ser inquisitorial, o inquérito policial é discricionário. O delegado pode indeferir uma diligência requerida pela vítima ou pelo investigado. Ele só não pode indeferir se a diligência for pela realização de exame de corpo e delito, nas infrações que deixam vestígios. o O STJ e o STF, principalmente o STJ, tem relativizado essa obrigatoriedade, entendendo que outros ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 9 9 elementos podem comprovar a materialidade do fato, quando desaparecerem os vestígios do fato. c) Indisponibilidade: ▪ O art. 17 do CPP trata da indisponibilidade do IP. ▪ O delegado não pode abandonar ou desistir do IP > não pode mandar arquivar os autos do IP. ▪ Em alguns casos, o delegado poderá optar por não instaurar o IP, mas se instaurar, terá que levá-lo até o final. ▪ O delegado não pode arquivar o IP de ofício. o O arquivamento do IP se dá com o parecer do MP e ordem judicial > o promotor pede e o juiz determina. - O juiz poderá discordar do arquivamento e enviar o caso para o PGJ (art. 28, CPP). o A decisão de arquivamento do IP é formal > só faz coisa julgada formal (art. 18, CPP + súmula 524/STF). - Admite-se o desarquivamento do IP em caso de novas provas. - Enquanto o crime não prescrever, o IP poderá ser desarquivado. d) Duradouro: ▪ O IP possui um prazo razoável para terminar. CPP Lei 11.343/06 - Prazo da justiça estadual > crimes de competência estadual. - Investigação feita pela polícia civil. - Se o investigado estiver preso (flagrante/preventiva) > O IP tem prazo de 10 dias, improrrogáveis. - Se o investigado estiver solto, o prazo é de 30 dias, podendo ser prorrogado (art. 10, CPP). - Se o investigado estiver preso, o IP tem prazo de 30 dias, podendo ser duplicado por mais 30 dias. - Se o investigado estiver solto, o IP tem prazo de 90 dias, podendo ser duplicado por mais 90 dias. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 10 10 - Se o prazo acabar e o sujeito permanecer preso, o juiz terá que relaxar a prisão. e) Discricionariedade: ▪ O delegado tem liberdade na condução das investigações, nas diligencias que irá determinar. o Os artigos 6 e 7 do CPP dispõem as diligencias que poderão ser determinadas pelo delegado. ▪ O delegado poderá indeferir uma diligencia requerida pelo investigado ou pela vítima. f) Oficiosidade: ▪ Art. 5, CPP. ▪ A oficiosidade significa que há obrigatoriedade da autoridade policial de instauração do inquérito ex officio, independente de provocação, nos casos de crime de ação penal pública incondicionada ou condicionada a representação. ▪ O art. 5º, caput, do CPP, indica as formas de instauração do inquérito policial, fazendo menção aos crimes de ação pública. ▪ Instauração não se confunde com Indiciamento. o O inquérito pode iniciar e terminar sem um suspeito formal. O IP objetiva apurar um fato > unidirecional. o O art. 2 da Lei 12.830/13 conceitua o Indiciamento como uma manifestação técnica e fundamentada do delegado, que torna alguém o destinatário/suspeito formal das investigações. ▪ Nos crimes mais graves (ação penal pública incondicionada) o IP será instaurado de ofício pela autoridade policial (delegado) > a primeira peça é a Portaria. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 11 11 Como o inquérito começa nos crimes de ação penal pública incondicionada? Como o inquérito começa nos crimes de ação penal pública condicionada? Como o inquérito começa nos crimes de ação penal privada? I. O IP poderá começar DE OFÍCIO > O MP é titular da provocação do estado juiz, de forma incondicionada, ou seja, o MP não precisa de autorização de terceiro. II. O IP poderá ser instaurado POR REQUISIÇÃO do juiz ou do MP > ou seja, ordem legal, que não pode ser indeferida. III. O IP poderá ser instaurado por REQUERIMENTO DO OFENDIDO/VÍTIMA > o requerimento poderá ser indeferido pela autoridade policial > do indeferimento, cabe recurso para o delegado chefe. IV. O IP também poderá ser instaurado mediante NOTÍCIA CRIME, de qualquer pessoa do povo. I. O IP será instaurado por REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO/ VÍTIMA > art. 39, CPP. - Embora deva ser ajuizada pelo MP, depende da representação da vítima, ou seja, a vítima tem que querer que o autor do crime seja denunciado > está condicionado a autorização do ofendido, excluindo a oficiosidade! - A vítima tem prazo decadencial de 6 meses para representar, a partir do conhecimento da autoria do fato.- Quem promove a ação é a própria vítima, através do advogado, por meio da QUEIXA- CRIME. - A vítima tem prazo decadencial de 6 meses para ingressar com a queixa, a partir do conhecimento da autoria do fato. - Poderá ter Inquérito Policial > art. 5, CPP. - Exceção a oficiosidade. ▪ Outra Exceção a oficiosidade do IP são as hipóteses dos casos de Prerrogativa de Função: - Nesses casos, o IP (investigação) só se iniciará com autorização do Tribunal. Observação: O inquérito policial pode ser iniciado mediante a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante (APF), em todas as modalidades de ações. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 12 12 ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 13 13 1) INTRODUÇÃO ➢ Do art. 100 ao 106 do CP + art. 24 ao 62 do CPP. ➢ Do art. 63 ao 68 do CPP, temos a ação civil ex delito (em decorrência de um crime). ➢ Ação e Processo são coisas distintas > é possível ter ação sem ter processo. o Ação é um direito constitucional de provocar o juiz, buscando aplicação da lei penal no caso concreto. - Não se admite ação penal de ofício (art. 129, I, CF/88)! 2) CLASSIFICAÇÃO SUBJETIVA ▪ O Ministério Público, em regra, é o legitimado para promover a Ação Penal. ▪ A ação penal poderá ser: a) Pública: O MP é titular. A ação poderá ser pública Incondicionada (plena) ou Condicionada (semiplena). A denúncia é a petição inicial/peça inaugural endereçada ao judiciário (art. 41 do CPP). Enquanto o crime não prescrever, o MP poderá oferecer a denúncia, tendo em vista que o prazo é prescricional (art. 109, CPP). o A ação penal pública incondicionada é titularizada pelo Ministério Público e prescinde de manifestação de vontade da vítima ou de terceiros para ser exercida. o A ação penal pública semiplena está condicionada à Representação da vítima/ofendido, seu representante legal ou sucessor, ou condicionada à Requisição do Ministro da Justiça. i. A representação é uma manifestação de vontade da vítima > autorização do ofendido para o MP agir (art. 39 do CPP). Peça informal, com prazo de 6 meses. AÇÃO PENAL ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 14 14 - Em regra, a representação é retratável, até o oferecimento da denúncia (art. 25 do CPP). Nos moldes da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), o art. 16 disciplina que a vítima poderá se retratar até o recebimento da denúncia, mediante audiência. - A doutrina admite a retratação da retratação, desde que dentro do prazo. - O art. 74, parágrafo único, da Lei 9.099/05 trata- se de uma composição civil dos danos do JECRIM, que é equivalente a uma retratação da representação. ii. A requisição do MJ é ato de natureza política, através do qual o Ministro da Justiça autoriza a propositura da ação penal por parte do MP. - Não possui retratação. - Prazo prescricional. b) Privada: Em regra, o titular é o ofendido/vítima, chamado de querelante. A peça inaugural/petição inicial é a queixa-crime (art. 41 e 44 do CPP) > a queixa-crime exige procuração com poderes especiais. A ação penal privada poderá ser: i. Comum (simples) – Modalidade mais usual. O legitimado é a vítima, mas cabe a representação legal ou do sucessor. Prazo de 6 meses, a partir do conhecimento da autoria do fato. Tal condição já é diretamente prevista na legislação. ii. Subsidiária da pública (art. 29 do CPP) – Diversamente das ações penais privadas exclusivas, a lei não prevê a ação como privada, mas sim como pública (condicionada ou incondicionada). Ocorre que, o MP, enquanto titular da ação, fica inerte, não adotando nenhuma medida. O MP tem um prazo que varia em regra de 5 dias para réu preso a 15 dias para réu solto, e não se manifestando (ficando inerte) nesse prazo, abre-se a possibilidade para que o ofendido, seu representante legal ou seus sucessores, ingressem com a ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 15 15 ação penal privada subsidiária da pública. Isso tem previsão constitucional (artigo 5º., LIX, CF) e ordinária (artigos 100, § 3º., CP e 29, CPP). iii. Personalíssima – Somente o ofendido pode atuar e, em caso de morte ou declaração de ausência, ninguém poderá substituí-lo. Operar-se-á a extinção de punibilidade pela decadência, acaso a queixa – crime ainda não houver sido intentada porque ninguém mais poderá fazê-lo, ou por perempção acaso o processo já esteja instaurado, pois ninguém poderá prosseguir (inteligência do artigo 107, IV, CP). Resta apenas um único exemplo de ação penal privada personalíssima, no art. 236 do CP, tratando do crime de “induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento” ao casamento. 3) PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL Ação Penal Pública Ação Penal Privada I. Princípio da Obrigatoriedade – O MP possui o dever legal de oferecer a denúncia. Possui algumas exceções > art. 28-A do CPP, transação penal (art. 76, Lei 9099/95) e a delação premiada (art. 4, Lei 12.850/13). II. Princípio da Indisponibilidade (art. 42 e 576 do CPP) – O MP não pode desistir da ação ou abandonar o processo. III. Princípio da Divisibilidade – A acusação pública pode ser fracionada. Admite-se o aditamento de denúncia, acrescentando mais réus. I. Princípio da Discricionariedade – A ação penal é regida pela oportunidade. A vítima não está obrigada a oferecer a queixa. Caberá a renúncia e a decadência. II. Princípio da Disponibilidade – A vítima pode desistir da ação, por meio do perdão processual (bilateral), ou abandonar o processo, mediante perempção. III. Princípio da Indivisibilidade – A ação penal deve ser proposta contra todos os autores e partícipes do delito. Não é possível o aditamento da queixa para incluir réus. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 16 16 → Ambas são regidas pelo Princípio da Intranscendência ou Responsabilidade Subjetiva, em que apenas a pessoa sentenciada poderá responder pelo crime que praticou. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 17 17 1) INTRODUÇÃO ▪ A Lei 12.403/11 mudou de forma significativa o tema Prisão. ▪ A Lei 13.954/19 (pacote anticrime) trouxe ainda mais modificações. ▪ O tema Prisão está localizado do art. 282 ao 350 do CPP. ▪ A Prisão Cautelar é a privação de liberdade, a segregação anterior ao trânsito em julgado de uma sentença condenatória. o Possibilidade de executar pena somente após o trânsito em julgado da condenação > quando não couber mais recursos = coisa julgada material. o Esse conceito é decorrente do princípio da presunção de inocência (art. 5, LVII, CF/88), onde ninguém pode ser considerado culpado antes do trânsito em julgado de uma sentença condenatória. - A Súmula Vinculante 11/STF veda o uso de algemas de maneira desnecessária no processo penal > regra de tratamento, fruto da presunção de inocência. - A presunção de inocência possui dois efeitosimportantes: i) Com base na CF/88 e no CPP, o ônus da prova é de quem alega. Com base no princípio da presunção de inocência, o ônus da prova é da acusação. ii) O efeito sobre a prisão cautelar, vedando a execução antecipada da pena. ▪ O art. 492 do CPP, que trata de condenação no tribunal do júri (15 anos ou mais), é hipótese em que se admite a execução provisória da pena > exceção a impossibilidade de execução antecipada da pena. PRISÃO CAUTELAR ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 18 18 2) MODALIDADES DE PRISÕES CAUTELARES 2.1. Prisão em Flagrante (art. 301 ao 310, CPP) ▪ Questão de segurança pública. ▪ Medida pré-cautelar, basicamente de cunho administrativa. o Em regra, não exige ordem judicial e qualquer pessoa poderá prender em flagrante. ▪ Em tese, os agentes de policia devem prender em flagrante, enquanto que os particulares podem prender em flagrante > dispensa da ordem judicial. o O art. 53 da Lei 11.343/06 (Lei de Drogas) trata de uma exceção, conhecido como flagrante diferido, que exige ordem judicial fundamentada. ▪ O Auto de Prisão em Flagrante (APF) deverá se lavrado antes das 24h após à prisão do indiciado, contendo assinatura de todos os que participarem da sua lavratura > art. 304 do CPP. o Quando houver apresentação espontânea, não se admite prisão em flagrante. ▪ O art. 302 do CPP prevê as situações de flagrante > vida cotidiana e rotineira. O CPP prevê três espécies de Flagrante (art. 302, CPP), quais sejam: a) Flagrante Próprio, Propriamente Dito ou Real – Incisos I e II. O agente é surpreendido no instante em que está praticando a infração ou, então, quando acaba de cometê-la. O sujeito é preso na situação do fato. o O art. 303 do CPP trata do flagrante nos crimes permanentes. b) Flagrante Impróprio ou Quase Flagrante – O agente é perseguido (não é preso na cena do crime), logo após ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 19 19 cometer o ilícito, em situação que faça presumir ser o autor da infração > pode durar dias. c) Flagrante Presumido ou Ficto – Está em flagrante presumido a pessoa encontrada “logo depois”, com instrumentos, armas, objetos, ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração. d) Flagrante Esperado – Trata-se de uma forma de flagrante válido, regular e incidental, em que agentes da autoridade, cientes, por qualquer razão, de que um crime poderá ser cometido em determinado local e horário, sem que tenha havido qualquer preparação ou induzimento, deixam que o suspeito aja, ficando à espreita para prendê-lo em flagrante. e) Flagrante Preparado – Modalidade ilegal, em que a polícia provoca a pessoa a praticar um crime e, simultaneamente, impede que o delito seja cometido. o A Súmula 145/STF determina que não há crime se a preparação do flagrante torna a execução do crime impossível. ▪ Após a prisão em flagrante, dá-se a condução até a autoridade competente para lavratura do auto de prisão em flagrante (APF) > art. 304 e 306 do CPP. o Lavrado do APF, num prazo máximo de 24h será entregue Nota de Culpa ao preso, mediante recibo. o Em 24h, o APF será encaminhado para o magistrado/ juiz competente (é comum ser o juiz da vara de audiência de custódia > art. 310, CPP). A prisão também precisa ser comunicada ao MP e a DPE, no mesmo prazo. ▪ O flagrante tem que durar no máximo 48h = 24h para enviar o APF para o juiz, e mais 24h para o juiz realizar a audiência de custódia. ▪ Nos moldes do art. 310 do CPP, o juiz poderá: ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 20 20 I) proceder com o relaxamento da prisão, quando for ilegal ou viciada; II) III) proceder com a liberdade provisória, vez que o flagrante é legal, mas a prisão é desnecessária. o A prisão ilegal deve ser relaxada de ofício pelo juiz. o Somente admite-se concessão de liberdade provisória se não estiverem presentes os elementos da Prisão Preventiva. o A liberdade provisória pode ser com ou sem fiança > art. 322 e 323, do CPP. 2.2. Prisão Preventiva (art. 311 ao 316, CPP) ▪ Cabimento na fase do inquérito policial e na fase judicial > única prisão que cabe em ambas as fases. ▪ Modalidade que exige ordem judicial fundamentada. ▪ O delegado, MP ou querelante poderão representar pela prisão preventiva na fase policial (IP). ▪ O MP, o assistente de acusação e o querelante poderão representar pela prisão preventiva na fase judicial (processo). O delegado não é mais parte legítima. ▪ Caso o delegado encaminhe o APF sem pedir a conversão da prisão em flagrante em preventiva, o juiz não poderá conceder de ofício. ▪ Prisão preventiva só cabe mediante provocação e com decisão fundamentada (art. 315 do CPP). ▪ Hipóteses de cabimento da preventiva (art. 313, CPP): I. Em crimes dolosos, com pena máxima superior a 4 anos; ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 21 21 II. Em caso de reincidência, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei 2.848/1940, do CP; III. No caso de o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência. - Aplicação direta nos casos da Lei Maria da Penha, independentemente do tempo ou prazo. ▪ A prisão preventiva é tida como “ultima ratio” > O juiz só poderá decretar preventiva se não for possível aplicar outras medidas cautelares (art. 319 e 320 do CPP). ▪ Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida > o CPP traz em seu art. 313, § 1º, hipótese de preventiva para identificação criminal, datiloscópica e fotográfica. ▪ Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia (art. 313, § 2º, CPP). ▪ Requisitos da preventiva: i. “Fumus comissi delicti” (fumaça da prática de um crime) > indícios suficientes de autoria ou participação + materialidade, se o crime deixar vestígios ou prova da existência do fato; ii. “Periculum libertatis” (risco que a liberdade do sujeito investigado apresenta) > análise sobre a necessidade da prisão do sujeito (garantia da ordem pública ou ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 22 22 econômica, aplicação da lei penal, ou conveniência para instrução criminal > pode ser cumulativo); iii. Contemporaneidade do fato > hipótese admitida pelo pacote anticrime para admissão da preventiva. 2.3. Prisão Temporária (Lei 7.960/89) ▪ A prisão temporária é cabível somente na fase da investigação criminal (IP). o Não é cabível na fase processual. ▪ Única modalidade prisional cautelar com prazo previsto em lei. o A cada 90 dias, o juiz precisa revisar os fundamentos da prisão temporária. o Nos crimes comuns, possui prazo de 5 dias, prorrogáveispor mais 5 dias. o Nos crimes hediondos e equiparados (TTT), possui prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, se houver necessidade. ▪ Hipóteses de cabimento para prisão temporária (art. 1): i. Quando imprescindível para as investigações do IP; ii. Quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; iii. Quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado > “fumus comissi delicti”. ▪ Não se admite prisão temporária de ofício. Somente mediante decisão fundamentada. o Em regra, o delegado representa, o MP opina e o juiz decide. ▪ Os presos temporários devem ser mantidos, obrigatoriamente, separados dos demais detentos. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 23 23 Observação: ▪ A Prisão Domiciliar é tratada do art. 317 ao 318-A do CPP. QUESTÕES: 1) Após ser instaurado inquérito policial para apurar a prática de um crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor (Art. 303 da Lei nº 9.503/97 – pena: detenção de seis meses a dois anos), foi identificado que o autor dos fatos seria Carlos, que, em sua Folha de Antecedentes Criminais, possuía três anotações referentes a condenações, com trânsito em julgado, pela prática da mesma infração penal, todas aptas a configurar reincidência quando da prática do delito ora investigado. Encaminhados os autos ao Ministério Público, foi oferecida denúncia em face de Carlos pelo crime antes investigado; diante da reincidência específica do denunciado civilmente identificado, foi requerida a decretação da prisão preventiva. Recebidos os autos, o juiz competente decretou a prisão preventiva, reiterando a reincidência de Carlos e destacando que essa circunstância faria com que todos os requisitos legais estivessem preenchidos. Ao ser intimado da decisão, o(a) advogado(a) de Carlos deverá requerer A) a liberdade provisória dele, ainda que com aplicação das medidas cautelares alternativas. B) o relaxamento da prisão dele, tendo em vista que a prisão, em que pese ser legal, é desnecessária. C) a revogação da prisão dele, tendo em vista que, em que pese ser legal, é desnecessária. D) o relaxamento da prisão dele, pois ela é ilegal. 2) Durante as investigações de um crime de associação criminosa (Art. 288 do CP), a autoridade policial representa pela decretação da prisão temporária do indiciado Jorge, tendo em vista que a medida seria imprescindível para a continuidade das investigações. Os autos são encaminhados ao Ministério Público, que se manifesta favoravelmente à representação da autoridade policial, mas deixa de requerer expressamente, por conta própria, a ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 24 24 decretação da prisão temporária. Por sua vez, o magistrado, ao receber o procedimento decretou a prisão temporária pelo prazo de 10 dias, ressaltando que a lei admite a prorrogação do prazo de 05 dias por igual período. Fez o magistrado constar, ainda, que Jorge não poderia permanecer acautelado junto com outros detentos que estavam presos em razão de preventivas decretadas. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Jorge, ao ser constituído, deverá alegar que A) o prazo fixado para a prisão temporária de Jorge é ilegal. B) a decisão do magistrado de determinar que Jorge ficasse separado dos demais detentos é ilegal. C) a prisão temporária decretada é ilegal, tendo em vista que a associação criminosa não está prevista no rol dos crimes hediondos e nem naquele que admite a decretação dessa espécie de prisão. D) a decretação da prisão foi ilegal, pelo fato de ter sido decretada de ofício, já que não houve requerimento do Ministério Público. 3) No dia 15 de maio de 2017, Caio, pai de um adolescente de 14 anos, conduzia um veículo automotor, em via pública, às 14h, quando foi solicitada sua parada em uma blitz. Após consultar a placa do automóvel, os policiais constataram que o veículo era produto de crime de roubo ocorrido no dia 13 de maio de 2017, às 09h. Diante da suposta prática do crime de receptação, realizaram a prisão e encaminharam Caio para a Delegacia. Em sede policial, a vítima do crime de roubo foi convidada a comparecer e, em observância a todas as formalidades legais, reconheceu Caio como o autor do crime que sofrera. A autoridade policial lavrou auto de prisão em flagrante pelo crime de roubo em detrimento de receptação. O Ministério Público, em audiência de custódia, manifesta-se pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, valorizando o fato de Caio ser reincidente, conforme confirmação constante de sua Folha de Antecedentes Criminais. Quando de sua manifestação, o advogado de Caio, sob o ponto de vista técnico, deverá requerer A) liberdade provisória, pois, apesar da prisão em flagrante ser legal, não estão presentes os pressupostos para prisão preventiva. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 25 25 B) relaxamento da prisão, em razão da ausência de situação de flagrante. C) revogação da prisão preventiva, pois a prisão em flagrante pelo crime de roubo foi ilegal. D) substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, pois Caio é responsável pelos cuidados de adolescente de 14 anos. 4) Paulo foi preso em flagrante pela prática do crime de corrupção, sendo encaminhado para a Delegacia. Ao tomar conhecimento dos fatos, a mãe de Paulo entra, de imediato, em contato com o advogado, solicitando esclarecimentos e pedindo auxílio para seu filho. De acordo com a situação apresentada, com base na jurisprudência dos Tribunais Superiores, deverá o advogado esclarecer que A) diante do caráter inquisivo do inquérito policial, Paulo não poderá ser assistido pelo advogado na delegacia. B) a presença da defesa técnica, quando da lavratura do auto de prisão em flagrante, é sempre imprescindível, de modo que, caso não esteja presente, todo o procedimento será considerado nulo. C) decretado o sigilo do procedimento, o advogado não poderá ter acesso aos elementos informativos nele constantes, ainda que já documentados no procedimento. D) a Paulo deve ser garantida, na delegacia, a possibilidade de assistência de advogado, de modo que existe uma faculdade na contratação de seus serviços para acompanhamento do procedimento em sede policial. 5) Douglas responde a ação penal, na condição de preso cautelar, pela prática do crime de furto qualificado, sendo ele triplamente reincidente específico. No curso do processo, foi constatado por peritos que Douglas seria semi- imputável e que haveria risco de reiteração. O magistrado em atuação, de ofício, revoga a prisão preventiva de Douglas, entendendo que não persistem os motivos que justificaram essa medida mais grave, aplicando, porém, a medida cautelar de internação provisória, com base no Art. 319 do Código de ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 26 26 Processo Penal. Diante da situação narrada, o advogado de Douglas poderá requerer o afastamento da cautelar aplicada, em razão: A) da não previsão legal da cautelar de internação provisória, sendo certo que tais medidas estão sujeitas ao princípio da taxatividade. B) de somente ser cabível a cautelar quando os peritos concluírempela inimputabilidade, mas não pela semi-imputabilidade. C) de o crime imputado não ter sido praticado com violência ou grave ameaça à pessoa. D) de não ser cabível, na hipótese, a aplicação de medida cautelar de ofício, sem requerimento pretérito do Ministério Público. GABARITO 1) D 2) A 3) B 4) D 5) C ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 27 27 1) INTRODUÇÃO ▪ Do art. 69 ao 91, do CPP. ▪ Jurisdição é o poder estatal de dizer o direito no caso concreto > aplicação da lei penal num determinado caso concreto. o Em regra, esse poder demanda investidura (concurso público). o Una e indivisível. ▪ Competência é uma fração da jurisdição. Instrumento que operacionaliza, ainda que “aparte”, a jurisdição, visando conferir eficácia a atividade jurisdicional. 2) PRINCÍPIOS 2.1. Princípio do Juiz Natural ▪ Existência de juízo adequado para o julgamento de determinada demanda, conforme as regras de fixação de competência, e à proibição de juízos extraordinários ou tribunais de exceção constituídos após os fatos. ▪ Não admite-se juiz ou tribunal de exceção > aquele escolhido para um caso penal. ▪ Funciona como uma garantia de imparcialidade. ▪ O juiz natural é aquele que tem a sua parcela de jurisdição previamente definida em lei, antes da prática do crime. o No incidente de deslocamento de competência (IDC), a PGR solicita ao STJ o deslocamento para o juízo federal, se houver grave violação de direitos humanos e uma ineficácia dos órgãos estaduais, com risco de sanções internacionais ao Brasil pelos pactos dos quais é signatário. 2.2. Princípio da Identidade Física do Juiz (art. 399, § 2º, CPP) ▪ O juiz que presidir a audiência, deve julgar o caso penal. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA CRIMINAL ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 28 28 o Não é absoluto. ▪ Busca, em síntese, a vinculação do magistrado que conduziu o feito e participou efetivamente da sua instrução, à prolação da sentença, de molde a privilegiar, ao máximo possível, o processo cognitivo desenvolvido ao longo do iter processual. 3) CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DA COMPETÊNCIA 3.1. Competência por prerrogativa de função ▪ Conhecida como “foro privilegiado”. ▪ Prerrogativa absoluta > possibilidade de arguir a qualquer tempo, e o juiz pode reconhecer de oficio. ▪ Alguns sujeitos, por conta da relevância de sua função, terão direito de ser julgados por um Tribunal > julgados originariamente por um Tribunal. ▪ Existe enquanto o sujeito estiver no exercício da função. o O STF declarou a inconstitucionalidade dos §1 e §2 do art. 84 do CPP, e também do art. 86 e 87 do CPP. ▪ O STF entende que, só existe prerrogativa de função quando o sujeito pratica o crime após a diplomação e com nexo funcional. o Algumas súmulas foram atingidas e relativizadas pelo posicionamento do STF, a exemplo: - Súmula 704/STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. - A Súmula 702/STF: A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 29 29 - A Súmula 721/STF se tornou a Súmula Vinculante 45/STF: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual (art. 38, XXXVIII, d, CF/88). 3.2. Competência em razão da matéria ▪ Também chamada de competência “ratione materiae”. ▪ Prerrogativa absoluta > possibilidade de arguir a qualquer tempo, e o juiz pode reconhecer de oficio. ▪ Em termos de justiça penal, temos: ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 30 30 I. Justiça Especial: No âmbito Penal, é a Militar e a Eleitoral. - A justiça militar julga somente os crimes militares. Não julga crimes conexos. - Crimes dolosos praticados por militares contra civis são julgados pela justiça comum. - A justiça eleitoral julga os crimes eleitorais e os conexos. - Se o crime não for de competência especial, é de competência comum. II. Justiça Comum: No âmbito Penal, é a Justiça Federal e a Estadual. - A justiça comum é residual (Súmula 122/STJ). - Caso ocorra um conflito de competência, a competência será da justiça federal (art. 109, CF/88). - Os crimes políticos, os crimes praticados contra o sistema financeiro nacional, os crimes praticados contra bens, serviços e interesses, são julgados pela justiça federal. - Os crimes praticados contra índios são de competência da justiça estadual (Súmula 104/STJ). 3.3. Competência em razão do território ▪ Conhecida também como competência “ratione loci”. ▪ Prerrogativa relativa > caso ninguém alegue e o juiz não reconheça de oficio, prorroga-se e ele continua competente. ▪ Aplica-se a Teoria do Resultado > quero encontrar o local da consumação do crime (art. 70 do CPP). o Busca-se o princípio da verdade real. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 31 31 ▪ O JECRIM competente é aquele do local onde a infração foi praticada. Ou seja, aplica-se a Teoria da Atividade > art. 63 da Lei 9099/95. ▪ Nos crimes permanentes praticados em mais de um território, a competência será definida pela prevenção (art. 73 do CPP). ▪ Em caso de crime tentado, a competência é definida pelo local em que foi praticado o último ato de execução (art. 70 do CPP). ▪ Caso o local de consumação seja desconhecido, a competência é definida pelo domicilio do réu (art. 72 e 73 do CPP). ▪ Se o réu tem mais de uma residência ou não sei onde é, a competência é definida pela prevenção (critério subsidiário). o Súmula 706/STF: A competência processual penal possui regras bem definidas. Sua inobservância acarretará nulidade processual. Tal nulidade pode ser absoluta ou relativa. ▪ Súmula 151/STJ: A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 32 32 1) INTRODUÇÃO ▪ A Lei 11.690/2008 alterou substancialmente o CPP em matéria de prova > do art. 155 ao 250 do CPP. ▪ Do art. 155 ao 250 do CPP temos as provas em espécie, no âmbito criminal. 2) PROVAS ▪ As provas são os faróis que iluminam o caminho do juiz até a verdade. ▪ A prova penal são dados e elementos, produzidos pelas partes ou de oficio pelo juiz, em contraditório judicial, e que tem por destinatário o magistrado/julgador/juiz. ▪ São elementos na busca da verdade processual, que muitos entendem como a verdade real. ▪ O que é produzido no Inquérito Policial são atos de investigação que devem serrenovados na presença do juiz, em regra > não possui natureza de prova (art. 155, CPP). ▪ Exceto: i. Provas cautelares: Essas provas não podem esperar ou não podem ser repetidas em Juízo. Por conta disso, são produzidas na fase do IP, mas com natureza de prova, e não mero ato de investigação. Em regra, é possível condenar com base nessas provas. Ex.: Busca e apreensão, interceptação telefônica, etc. ii. Provas antecipadas: O objetivo antecipar determinados meios de provas diante da impossibilidade de a parte aguardar o momento oportuno para sua produção. Ex.: Risco de pessoa internada, que é testemunha, vir a óbito. TEORIA GERAL DA PROVA ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 33 33 iii. Provas não-repetíveis: Aquelas que, uma vez realizadas, não podem ser refeitas. Ex.: Perícia de local, perícia de roupa, exame de corpo delito, etc. ▪ O juiz, eventualmente, poderá produzir provas de ofício, em nome do princípio da verdade real > ouvir testemunhas além das arroladas pelas partes, determinar interceptação sem pedido das partes, etc. 3) SISTEMAS DE APRECIAÇÃO DA PROVA 3.1. Sistema da Íntima Convicção ▪ O juiz aprecia o fato livremente, sem precisar fundamentar sua decisão. o Oportunidade de o julgador decidir segundo suas próprias convicções, decisão esta que não necessita de fundamentação ou até mesmo amparo legal. o Admite-se tese extralegal. ▪ O sistema da íntima convicção pode ser aplicado a título de exceção no âmbito do Tribunal do Júri > único resquício desse sistema no Brasil. ▪ No ordenamento jurídico brasileiro, a regra é o sistema do livre convencimento motivado. 3.2. Sistema da Prova Tarifada ou Legal ▪ Sistema hierarquizado, no qual o valor de cada prova é predefinido, não existindo, portanto, uma valoração individualizada, de acordo com cada caso concreto. o Cada prova tem uma pontuação, um valor, antecipadamente previsto. ▪ Alguns consideram que o art. 158, 167 e 564, III, b, do CPP são resquícios desse sistema, por conta da imposição em relação a algumas provas, sem possibilidade de substituição por outras. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 34 34 3.3. Sistema da Persuasão Racional ou do Livre Convencimento Motivado (art. 155, CPP) ▪ O juiz deverá julgar a prova constante nos autos em concomitância com a lei e de acordo com sua convicção, ou seja, o juiz irá indicar as razões de suas convicções diante da prova demonstrada nos autos. o O juiz é livre para decidir, contudo, precisa ser de forma fundamentada. ▪ O magistrado tem liberdade quando da avaliação das provas produzidas no processo desde que fundamente o porquê chegou àquele resultado. ▪ O juiz poderá contrariar o laudo pericial, tamanha sua liberdade > art. 182 do CPP. 4) PRINCÍPIOS 4.1. Vedação aos meios ilícitos de prova (art. 157, CPP + art. 5, LVI, CF/88) ▪ No processo são inadmissíveis as provas obtidas por meios ilegais. ▪ As Provas Ilegais possuem os meios de provas: I. Provas ilícitas: Prova colhida violando direito material e fundamental, previsto no art. 5, da CF/88 > dano maior. Geralmente, quando se produz prova ilícita, também incide em crime. II. Provas ilegítimas: Prova obtida com desrespeito ao direito processual (CPP, leis infraconstitucionais) > dano menor. ▪ A prova ilegal deve ser desentranhada dos autos do processo penal > consequência. ▪ O CPP adotou a Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada (art. 157, CPP) > se a prova original está envenenada, as que surgirem em decorrência da mesma, também estarão envenenadas (nexo causal entre as provas). ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 35 35 o Exceções à Teoria: i. A ausência de nexo causal entre as provas. ii. Quando houver possibilidade da prova ser obtida por uma fonte independente. iii. Descoberta inevitável. ▪ Caso seja meio necessário para comprovar a inocência do réu, a prova ilícita pode ser utilizada. o Não poderá ser utilizado em favor da acusação. 5) PROVAS EM ESPÉCIE 5.1. Declarações do Ofendido (art. 201, CPP) ▪ Não se pode condenar só com base na palavra da vítima. Porém, em alguns crimes, a palavra da vítima tem força probatória maior, como nos casos da Lei Maria da Penha e nos crimes contra dignidade sexual. 5.2. Prova Testemunhal (a partir do art. 202, CPP) ▪ Art. 202, CPP: Toda pessoa, em tese, poderá ser testemunha. ▪ Art. 203, CPP: A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado. ▪ Art. 204, CPP: O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha fazê-lo por escrito. ▪ Art. 206, CPP: A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê- lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. ▪ Art. 207, CPP: São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 36 36 interessada, quiserem dar o seu testemunho > advogado, pastor, padre e contador, por exemplo. ▪ Art. 209, CPP: O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. ▪ Art. 212, CPP: As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. o Sobre pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição. ▪ Art. 217, CPP: Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. ▪ Art. 221, CPP: O Presidente da República e o Vice, os senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. ▪ Primeiro são ouvidas as testemunhas de acusação e, posteriormente, as de defesa. ▪ Em 2008, as testemunhas passaram a ser inquiridas diretamente pelas partes na audiência. o O juiz fiscaliza e complementa a inquirição. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 37 37 o Inquirição cruzada > art. 212, CPP. 5.3. Prova Pericial (art. 158 ao 184, CPP) ▪ Do art. 158-A ao 158-F trata-se da cadeia de custódia das provas. ▪ Art. 159, CPP: O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizadospor perito oficial, portador de diploma de curso superior. o Desde 2008, a prova pericial será feita por apenas um perito oficial. o Na falta de perito oficial, dois sujeitos com curso superior e conhecimento especifico na área objeto do exame prestarão o compromisso de realizá-lo. o Excepcionalmente, caso o objeto da perícia seja complexo, poderá ocorrer a nomeação de mais de um perito. ▪ Art. 167, CPP: Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. ▪ Art. 168, CPP: Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal (§ 3). ▪ Art. 175, CPP: Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se lhes verificar a natureza e a eficiência. 5.4. Reconhecimento de Pessoa ou Coisa (art. 226 ao 228, CPP) ▪ O reconhecimento fotográfico não tem previsão legal. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 38 38 o Não é vedado. O que é vedado é a condenação com base apenas no reconhecimento fotográfico da delegacia. ▪ Art. 226, CPP: Requisitos para um reconhecimento válido. O procedimento do reconhecimento acontecerá da seguinte forma: I. A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; II. A pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; III. Se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela; - Não terá aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento > feito na delegacia. IV. Do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. 5.5. Acareação (art. 229, CPP) ▪ Objetivo de sanar dúvidas entre depoimentos. ▪ Acareação com o réu costuma ser infrutífera, já que ele pode se manter em silencio. ▪ O juiz não é obrigado a determinar a acareação > ato discricionário, buscando sanar dúvidas. 5.6. Interrogatório do Réu (art. 185 ao 196, CPP) ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 39 39 ▪ O interrogatório deve ser o último ato da solenidade/audiência/instrução criminal, em qualquer crime. ▪ É possível o interrogatório por videoconferência (art. 185, CPP) > medida excepcional. ▪ Em qualquer espécie de interrogatório, inclusive o policial, deverá ser assegurado o direito ao silêncio. o O direito ao silencio diz respeito ao mérito da acusação e não a qualificação do réu. o Não há direito ao silêncio no tocante à qualificação. ▪ No interrogatório judicial, deve ser assegurado uma entrevista prévia entre o advogado e o réu, e o acompanhamento do defensor. ▪ Art. 187, CPP: O interrogatório será constituído de duas partes > sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos. ▪ Para prova, o interrogatório tem natureza mista, ou seja, é meio de defesa e meio de prova. ▪ Na delação premiada, o delator abdica do direito ao silêncio. Observações: Os artigos 197 e 198 do CPP tratam da Confissão do Acusado. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 40 40 ➢ O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo. Basicamente, ele será tratado pela quantidade de pena máxima aplicada para cada crime, ou seja, quando a pena máxima privativa de liberdade aplicada no tipo penal for igual ou superior a 4 anos, o procedimento a ser empregado é o ordinário (art. 394, CPC). ➢ Teremos, também, os procedimentos especiais, como na Lei Maria da Penha, Lei de Drogas, etc. 1) PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO (art. 394, §1, I, CPP) I. Denúncia ou queixa; II. Recebimento ou rejeição (art. 395, CPP); III. Citação (art. 351 e ss. + 372, CPP); IV. Resposta à acusação (art. 396 c/c 396-A, CPP); V. Absolvição sumária (art. 397, CPP); VI. Audiência. ▪ Caso tenha lacuna em determinado rito, esse procedimento é aplicado subsidiariamente em todos os processos do primeiro grau. ▪ Em qualquer crime, em qualquer procedimento/rito, o interrogatório do réu deve ser o último ato probatório da audiência. ▪ Procedimento será ordinário quando a pena máxima em abstrato do crime cometido for maior ou igual a 4 anos. ▪ O recebimento da inicial é a primeira causa interruptiva da prescrição (art. 117, I, CP). ▪ Não cabe recurso contra o despacho ou decisão que recebe a petição inicial e instaura o processo penal. PROCEDIMENTOS PROCESSUAIS PENAIS ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 41 41 o O habeas corpus é cabível para trancar o inquérito policial ou processo penal > HC é ação autônoma de impugnação e um remédio constitucional (não é recurso). - HC não serve somente para libertar. - Caberá HC quando não houver justa causa para medida. - Súmulas 693 e 695 do STF. - Não cabe HC se não houver risco à liberdade, ainda que visando trancar processo. ▪ O juiz pode receber ou rejeitar a inicial. o A rejeição é a extinção do processo, sem julgamento de mérito (art. 395, CPP) > inépcia, ausência de pressuposto processual ou ausência de justa causa. - Contra decisão que rejeita, cabe recurso em sentido estrito (art. 581, I, CPP). - No JECRIM, contra rejeição, cabe apelação, com prazo de 10 dias (art. 82, Lei 9.099/95). o A denúncia/queixa só pode ser recebida se existirem indícios suficientes de autoria/participação e materialidade. ▪ Após receber, o juiz cita o réu para apresentação de defesa. o A regra é que o réu seja citado pessoalmente, para apresentar sua defesa. - Os prepostos de segurança pública envolvidos em alegações criminosas pelo uso de força letal terão direito à ampla defesa desde o inquérito, sendo citados para apresentar sua defesa escrita (art. 14-A, CPP). - É nula a citação por edital de réu preso > súmula 351/STF. - O art. 66 da Lei 9.099/95 veda a citação por edital no JECRIM > não há vedação na regra geral. ▪ Após apresentação da defesa, o juiz poderá absolver ou designar audiência. ▪ Neste procedimento as partes poderão arrolar até 8 testemunhas. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 42 42 ▪ A audiência deverá ocorrer no prazo de 60 dias e, em regra, haverá uma única audiência. Há exceções prescritas em lei. ▪ Algumas provas em espécie serão produzidas na audiência. ▪ Após as alegações finais, o juiz irá proferir a sentença absolutória ou condenatória. 2) PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO ▪ O procedimento será sumário quando a pena em abstrato for superior a 2 anos e inferiores a 4. ▪ Podem ser arroladas até 5 testemunhas.;▪ O procedimento sumário ocorrerá da mesma forma que o ordinário, respeitando as mesmas regras processuais, com exceção do prazo para a realização da audiência, que deverá ocorrer em 30 dias. 3) PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO ▪ Procedimento adotado para o julgamento de infrações penais de menor potencial ofensivo, ou seja, quaisquer contravenções penais ou crimes cujas penas máximas em abstrato não ultrapassem 2 anos. ▪ Competência para o julgamento do Juizado Especial Criminal (JECRIM). ▪ Este procedimento está previsto na Lei 9.099/1995. ▪ Suas diferenças ocorrem desde antes do surgimento da ação penal, pois, se o sujeito for preso em flagrante, será lavrado um termo circunstanciado. o Se logo após o crime comparecer imediatamente ao juizado e assinar termo de compromisso, informando que irá comparecer em audiência em data e local marcados, ao agente não será imposta prisão nem se exigirá fiança. ▪ Na primeira audiência haverá, primeiramente, uma tentativa de conciliação que poderá ser de duas formas: I. Composição Civil: Acordo entre a vítima e o acusado, visando reparar o dano causado. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 43 43 II. Transação Penal: Acordo entre o acusado e o MP, visando estabelecer pena alternativa. - Se o acusado cumprir o acordo, o MP deixará de propor ação penal. - Se o acusado não cumprir o acordo, a situação inicial retornará e o MP dará início a ação penal. ▪ Caso a conciliação seja infrutífera, será oferecida a denúncia, de forma oral. ▪ O número de testemunhas não está estipulado em lei, sendo adotado de modo geral até 5 testemunhas, e em casos mais complexos pode vir a ser aceito até 8 testemunhas. Algumas correntes defendem que por ser um procedimento mais célere, o número máximo deva ser de 3 testemunhas. ▪ Oferecida a denúncia, será designada audiência de instrução e julgamento (audiência uma). A defesa oferecerá a defesa prévia, que será apreciada pelo juiz. o Caso o juiz rejeite a denúncia, caberá recurso de apelação, no prazo de 10 dias. o Caso o juiz aceite a denúncia, haverá a oitiva das testemunhas, interrogatório, debates orais (20 minutos, prorrogáveis por mais 10). Neste procedimento não há previsão legal para substituição dos debates por memoriais. ▪ Dada a audiência, o juiz proferirá sentença condenatória ou absolutória, recorrível por apelação, no prazo de 10 dias, ou poderão ser oferecidos embargos de declaração no prazo de 5 dias. 4) PROCEDIMENTOS ESPECIAIS ▪ Os procedimentos ou ritos especiais são previstos em legislação especial (Lei de Drogas, por exemplo) ou em regras específicas no próprio Código de Processo Penal, como nos crimes falimentares ou de responsabilidade de funcionários públicos 4.1. Procedimento/Rito Funcional ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 44 44 Previsão nos artigos 513 ao 518, do CPP. Responsáveis por apurar os crimes previstos nos artigos 312 ao 326, do CPP. Aplicável também ao crime do art. 3, da Lei 8.137/90. Estrutura do Rito: I. Denúncia/Queixa (art. 513, CPP); II. Notificação; III. Defesa preliminar (art. 514, CPP); IV. Receber ou Rejeitar (art. 516, CPP); V. Citação; VI. Resposta; Procedimento que se inicia através da petição inicial (denúncia ou queixa). A denúncia/queixa precisa lastrear a inicial com documentos que comprovem ou tragam indícios da suposta pratica do delito. o A jurisdição não atua de ofício > precisa de provocação. Oferecida a denúncia ou queixa, o juiz notificará o funcionário denunciado, para apresentar uma defesa preliminar, com prazo de 15 dias. o Ocorre notificação para defesa, e não citação. o A defesa preliminar ocorre antes da existência do processo penal. Somente após a defesa do acusado é que o juiz poderá receber ou recusar a denúncia/queixa. o O juiz poderá rejeitar a inicial caso a ação seja improcedente ou o crime inexistente (art. 516, CPP). Caso o juiz receba a denúncia/queixa (inicial), a ação prosseguirá pelo rito comum ordinário. Caso ocorra concurso de crimes, o rito comum ordinário será o aplicado > procedimento mais amplo. 4.2. Procedimento/Rito da Lei de Drogas Previsão na Lei 11.343/2006. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 45 45 O rito da lei de drogas será aplicado aos crimes previstos nesta lei, mas que não sejam de menor potencial ofensivo. o Se forem de menor potencial ofensivo, aplicar-se-á o procedimento sumaríssimo (JECRIM). Estrutura do rito: I. Oferecimento da denúncia/queixa (art. 54); II. Notificação do acusado; III. Defesa preliminar, no prazo de 10 dias (art. 55); IV. Juiz poderá rejeitar a inicial (art. 395, CPP), receber ou absolver sumariamente (art. 397, CPP); V. Audiência (art. 56, §2); VI. Sentença. O oferecimento da denúncia exige a elaboração de um laudo de constatação da droga, se houver apreensão. o Admite-se laudo provisório para oferecer denúncia, mas não para condenar. A condenação exige laudo elaborado por perito oficial (art. 50). - O laudo provisório é condição para lavratura do auto de prisão em flagrante, sob pena de ilegalidade da prisão. Após a denúncia, o suspeito será notificado para apresentar sua defesa preliminar. Na defesa prévia de drogas, o denunciado apresenta o rol de testemunhas (máximo de 5 testemunhas), sob pena de preclusão. Após a defesa prévia, o juiz decide se recebe ou rejeita a denúncia. o Caso o juiz receba a inicial, a audiência será marcada. Pela lei, o interrogatório é o primeiro ato da audiência, porém, o STF entendeu que é inconstitucional, devendo primeiramente o delator falar, e posteriormente, o delatado/réu, tornando o interrogatório do réu o último ato. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 46 46 Após a audiência (interrogatório, testemunhas, debates), o juiz irá proferir a sentença condenatória ou absolutória. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 47 47 1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS ▪ Disposto no art. 5, XXXVIII, CF/88. ▪ O júri julga os crimes dolosos contra a vida e os conexos (art. 74, §1, 78, CPP). Observação: Latrocínio é competência do juiz singular (art. 603). 2) ESTRUTURA DO RITO: 1) Sumário (art. 406 ao 421, do CPP): Juízo de admissibilidade da acusação dolosa contra a vida. 2) Mérito (judicium causae): Juiz e Jurados. 3) DECISÕES DO JÚRI: a) Pronuncia (art. 413 do CPP): Decisão interlocutória O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. § 1. A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. § 2. Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória. § 3. O juizdecidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. TRIBUNAL DO JURI ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 48 48 b) Impronuncia (art. 414, do CPP): Ausência de provas só faz coisa julgada formal. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova. c) Absolvição sumária (art. 415 CPP): Faz coisa julgada material. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: I – provada a inexistência do fato; II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; III – o fato não constituir infração penal; IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. d) Desclassificação (art. 418 e 419, CPP): Emendatio Libelli > pode ser feito de oficio. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. QUESTÕES: 1) Maicon, na condução de veículo automotor, causou lesão corporal de natureza leve em Marta, desconhecida que dirigia outro automóvel, que inicialmente disse ter interesse em representar em face do autor dos fatos, diante da prática do crime do Art. 303, caput, do Código de Trânsito Brasileiro. Em audiência preliminar, com a presença de Maicon e Marta ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 49 49 acompanhados por seus advogados e pelo Ministério Público, houve composição dos danos civis, reduzida a termo e homologada pelo juiz em sentença. No dia seguinte, Marta se arrepende, procura seu advogado e afirma não ter interesse na execução do acordo celebrado. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Marta deverá: A) interpor recurso de apelação da sentença que homologou a composição dos danos civis. B) esclarecer que o acordo homologado acarretou renúncia ao direito de representação. C) interpor recurso em sentido estrito da sentença que homologou composição dos danos civis. D) esclarecer que, sendo crime de ação penal de natureza pública, não caberia composição dos danos civis, mas sim transação penal, de modo que a sentença é nula. 2) Luiz foi condenado, em primeira instância, pela prática de crime de homicídio qualificado em razão de recurso que dificultou a defesa da vítima. Durante seu interrogatório em Plenário, Luiz confessou a prática delitiva, mas disse que não houve recurso que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista que ele estava discutindo com ela quando da ação delitiva. Insatisfeito com o reconhecimento da qualificadora pelos jurados, já que, diferentemente do que ocorreu em relação à autoria, não haveria qualquer prova em relação àquela, o advogado apresentou, de imediato, recurso de apelação. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Luiz deverá buscar, em sede de recurso, A) o reconhecimento de nulidade, com consequente realização de nova sessão de julgamento. B) o reconhecimento de que a decisão dos jurados foi manifestamente contrária à prova dos autos em relação à qualificadora, com consequente realização de nova sessão de julgamento. C) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal de 2ª instância, com imediata readequação, pelo órgão, da pena aplicada pelo juízo do Tribunal do Júri. ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 50 50 D) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal de 2ª instância, com baixa dos autos, para que o juízo do Tribunal do Júri aplique nova pena. 3) Durante audiência de instrução e julgamento em processo em que é imputada a José a prática de um crime de roubo majorado pelo concurso de agentes, Laís e Lívia, testemunhas de acusação, divergem em suas declarações. Laís garante que presenciou o crime e que dois eram os autores do delito; já Lívia também diz que estava presente, mas afirma que José estava sozinho quando o crime foi cometido. A vítima não foi localizada para prestar depoimento. Diante dessa situação, poderá o advogado de José requerer: A) a realização de contradita das testemunhas. B) a realização de acareação dastestemunhas. C) a instauração de incidente de falsidade. D) a suspensão do processo até a localização da vítima, para superar divergência. GABARITO 1) B 2) B 3) B ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 51 51 Artigo 574 e seguintes, do CPP. Os recursos serão voluntários, excetuando- se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: I - da sentença que conceder habeas corpus; II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411. 1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS ▪ Prolongamento do processo originário. ▪ O HC e a revisão criminal não são recursos e sim ações autônomas de impugnação. 2) PRINCÍPIOS 2.1. Proibição da Reformatio in Pejus (Art. 617 CPP) i. Direta incide para os tribunais ii. Indireta incide para juiz originário O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença. Essa proibição não se aplica para o júri. Em novo júri pelo mesmo processo o conselho de sentença deve ser totalmente renovado. RECURSOS ________________________________________________ https://www.cejasonline.com.br/ PROCESSO PENAL ______________________________________________________________ Ivan Jezler 52 52 2.2. Reformatio in Mellius (Art. 50, CPP) Possibilidade de melhorar a situação do réu. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. 3) MODALIDADES: • Recurso em Sentindo Estrito - RESE (art. 581 CPP): Em regra vai atacar decisões interlocutórias. Sentença que julga o HC vai ser impugnada por recurso em sentido estrito. O RESE o ataca decisões de primeiro grau. Observação: Somente anulação, RESE, carta testemunhável e agravo em execução atacam decisões de 1º grau. • Recurso Ordinário Constitucional – ROC: Contra sentença que extingue ou que não extingue a punibilidade. • Agravo em Execução (art. 197 LEP): Qualquer decisão da VEC admite agravo da LEP, sem efeito suspensivo, o único que tem efeito suspensivo desinternação do inimputável (art. 179 LEP). • Execução Penal – Sumula 192, 439, 441, 471, 493, 520, 526 do STJ. 3.1. Forma do Agravo e RESE Interposição – 5 dias (art. 585 CPP e 700 STF) Razões e