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Direito.Processo.Penal

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XXXV EXAME DA OAB 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO 
PENAL 
 
Professor Ivan Jezler 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/cejascurso/
https://www.facebook.com/cursocejas
https://www.youtube.com/channel/UCborv6CABv7Qdq1mT9Y4zMQ
https://open.spotify.com/show/3yYCkW4Nb80xFsbLx9bLWT?si=3lzQsaAZT7S-iUrgZZLpqw&dl_branch=1
https://api.whatsapp.com/send/?phone=5571996006480&text&app_absent=0
https://t.me/s/cejasoab
 
________________________________________________ 
https://www.cejasonline.com.br/ 
 
 
PROCESSO PENAL 
______________________________________________________________ 
Ivan Jezler 
2 2 
 
 
 
Estimados Guerreiros e Guerreiras! 
 
É com muita alegria que apresentamos o módulo de Processo Penal do 
preparatório para o XXXV exame da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Sejam todos muito bem-vindos! 
 
Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância 
desses temas para sua prova, então, valerá a pena o nosso esforço durante 
essas aulas! 
 
Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a 
leitura e os grifos dos dispositivos específicos de cada assunto que 
abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase da OAB e 
Concursos) e vamos juntos! 
 
Espero que vocês tenham um excelente proveito! 
 
Receba o nosso sincero abraço! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
________________________________________________ 
https://www.cejasonline.com.br/ 
 
 
PROCESSO PENAL 
______________________________________________________________ 
Ivan Jezler 
3 3 
 
 
 
1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
▪ Artigo 4º ao 23, CPP > Inquérito e Polícia Judicial. 
o O STF suspendeu a eficácia dos artigos 3-A ao 3-F, introduzidos 
pelo Pacote Anticrime, que tratam do Juiz de Garantias. 
▪ Artigo 144 da CF/88 > Segurança Pública. 
▪ Lei 12.830/2013 (Atribuições da Autoridade Policial). 
 
2) DIREITO PROCESSUAL PENAL 
▪ Conjunto de princípios e regras, sendo caminho necessário para apurar 
um fato, supostamente criminoso. 
▪ A persecução penal é o procedimento criminal brasileiro para apurar 
um fato. 
o É formada pela I) fase investigatória, e pela II) fase 
processual/judicial penal. 
- Em regra, a fase investigatória é o inquérito policial. 
 
3) A POLÍCIA JUDICIÁRIA 
▪ A polícia judiciária é uma função, exercida no Brasil pela Polícia 
Federal ou pela Polícia Civil. 
o No plano nacional > Polícia Federal. 
o Nos Estados > Polícia Civil. 
▪ A polícia judiciaria atua após a prática de um fato, de forma 
repressiva, cooperando com o Ministério Público e o Poder Judiciário. 
> não há hierarquia, há cooperação (art. 144, CF/88). 
o De forma excepcional, poderão exercer atividades preventivas. 
▪ O fato de um crime dever ser investigado pela Polícia Federal, não quer 
dizer que será, de fato, investigado pela respectiva justiça. Poderá ser 
julgado por outra. 
 
 
INQUÉRITO POLICIAL 
 
________________________________________________ 
https://www.cejasonline.com.br/ 
 
 
PROCESSO PENAL 
______________________________________________________________ 
Ivan Jezler 
4 4 
 
4) INQUÉRITO POLICIAL 
▪ O Inquérito Policial é a modalidade de investigação brasileira, por 
excelência. 
o A natureza jurídica do inquérito é de um procedimento 
administrativo > não é processo. 
o O IP é presidido por um delegado de polícia (civil ou federal) 
> juiz e promotor não podem presidir o inquérito. 
o O IP tem finalidade de apurar a suposta prática de um 
crime e sua respectiva autoria, para formar o convencimento 
do titular da ação penal (titular do direito potestativo de agir, do 
direito de provocar a jurisdição), que será o Ministério Público 
ou Ofendido. 
Observação: O titular da ação penal pode decidir 
pelo processo, ou pelo não-processo (pelo 
arquivamento das peças de informação). 
▪ O inquérito não possui partes, ele é unidirecional > instrumento 
utilizado para apurar os fatos! 
▪ A Lei 10.446/02 trata das atribuições do Delegado de Polícia Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procedimento 
Administrativo 
Delegado 
de 
Polícia 
Crime 
Autoria 
Ministério 
Publico 
Ou 
Ofendido 
 
 Ação 
 Arquivamento 
 
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PROCESSO PENAL 
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Ivan Jezler 
5 5 
▪ O inquérito policial também serve de abrigo para imposição de medidas 
cautelares, reais ou pessoais, que exigem ordem judicial 
fundamentada > art. 13 do CPP. 
 
o Ex.: Prisão preventiva (pode ser decretada no inquérito ou 
na fase judicial), sequestro de bens (decretado na fase de 
inquérito), prisão temporária (só cabe na fase investigatória, 
e não cabe na fase judicial), busca e apreensão de coisas 
(cabe na fase de inquérito), etc. → Por isso, o Juiz de 
Garantias é importante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Conforme o art. 107 do CPP, não se admite uma exceção de 
suspeição da autoridade policial (delegado), justamente porque o 
inquérito não é contraditório, contudo, nada impede que, pelos 
princípios que regem a Administração Pública, o delegado se dê por 
suspeito de ofício. 
▪ O STF, ao julgar a ADIN 444, considerou inconstitucional a condução 
coercitiva do investigado para efeito de oitiva. 
▪ Na fase policial, não existe interrogatório, existe a oitiva do investigado 
> art. 6º, inciso V, do CPP. 
▪ O Ministério Público pode denunciar alguém antes do encerramento do 
inquérito policial com base em outras peças de informação. 
o Art. 39, §5º do CPP: diz que, se a vítima faz uma representação 
no Ministério Público, e este entende que já tem elementos para 
denunciar, para a ação penal, não se terá a investigação criminal 
(delatio criminis postulatória). 
A função do Juiz de Garantias era atuar na fase 
investigatória até o recebimento da denúncia, ou 
rejeição; até a existência efetiva de um processo 
penal. Isto porque, só existe processo penal quando 
a denúncia é recebida. Então, esse Juiz de 
Garantias, ele seria um juiz diferente daquele que 
vai julgar a instrução criminal. 
 
 
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PROCESSO PENAL 
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Ivan Jezler 
6 6 
o Delatio criminis postulatória pode ser feita com Defensor 
Público, que pode oferecer queixa-crime. 
 
 
▪ Súmula 234 do STJ: a participação do membro ministerial na fase 
investigatória não o torna suspeito para atuar no processo. 
▪ O art. 155 do CPP prevê o Princípio do Livre Convencimento 
Motivado, onde o juiz pode decidir, unicamente, com base nas provas 
antecipadas, nas provas cautelares e nas provas irrepetíveis. Nesses 
casos existirá um contraditório diferido, superveniente. 
o Art. 315, CPP: veda qualquer espécie de sentença, decisão ou 
acórdãos genéricos no processo penal. A fundamentação tem 
que ser concreta, empírica. 
o O juiz não pode decidir exclusivamente com base no inquérito 
policial, mas o inquérito policial pode ser o que se chama de 
“obter dictum”, ou seja, um argumento de reforço para uma 
verdade construída em juízo. 
▪ É cabível a absolvição em fase de inquérito, pois, justifica-se que 
não existem elementos suficientes de materialidade do delito. 
 
▪ Exceção à regra de condenação com base somente no inquérito: 
a) Provas cautelares > sofrem risco de perecimento, por ex.: a 
oitiva de uma testemunha em estágio terminal; 
b) Provas irrepetíveis (não-repetíveis) > não pode mais ser 
reproduzida em juízo, por ex.: laudo cadavérico; 
c) Provas antecipadas > surgem no contraditório, por ex.: oitiva. 
 
Observação: O art. 14-A do CPP dispõe que nos casos em que 
servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da 
CF/88 figurarem como investigados em inquéritos policiais, 
inquéritos policiais militarese demais procedimentos 
extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos 
relacionados ao uso da força letal praticados no exercício 
 
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PROCESSO PENAL 
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7 7 
profissional, de forma consumada ou tentada, o indiciado poderá 
constituir defensor. 
 
 
o Introduzido pelo Pacote Anticrime, impõe-se a exigência 
do contraditório e ampla defesa obrigatórios para os 
prepostos de segurança, indiciados pelo uso de força letal 
> exceção à regra do contraditório. 
 
4.1. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: 
 a) Dispensabilidade ou Facultatividade: 
▪ O inquérito é um procedimento facultativo, ou dispensável. 
Ele não é indispensável! Isto porque existem outras formas 
de investigação além desse procedimento administrativo. 
▪ Nas infrações de menor potencial ofensivo, o inquérito 
policial será substituído por um termo circunstanciado e o 
auto de prisão em flagrante será substituído por um termo 
de compromisso, salvo na Lei Maria da Penha. 
▪ O que é indispensável no processo penal não é o inquérito, é 
a justa causa para ação penal. 
o Ex.: CPI. O que é inalienável no processo penal é o 
fumus commissi delicti (a fumaça da prática do cirme), 
ou seja, os indícios suficientes de autoria e a 
materialidade > de que forma será alcançado é outra 
história. 
 
 b) Inquisitoriedade: 
▪ O IP é um procedimento inquisitorial. 
▪ Para a prova objetiva da PC/BA, o Brasil adota o modelo 
acusatório. Tem violações? Inúmeras, mas na essência, o 
sistema é acusatório. 
Lembre-se: O inquérito não é um processo, 
mas um procedimento! 
 
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PROCESSO PENAL 
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▪ O modelo acusatório é Tripartite/Triangular > divisão das 
funções processuais (juiz, MP e réu). 
 
 
▪ O IP é inquisitório, porque não há obrigatoriedade do 
contraditório e da ampla defesa, apesar de poder acontecer. 
o Art. 14-A, CPP: prevê um contraditório obrigatório 
para prepostos de segurança pública. 
Observação: A autodefesa é cabível em sede de 
Inquérito Policial. 
- Art. 5º, LXIII, da CF/88, que trata do direito 
ao silêncio. 
- Art. 8º, ‘2’, ‘g’, do Decreto 678/92 (Pacto 
de São José da Costa Rica), que diz respeito 
ao direito do investigado não apenas se calar, 
mas também não produzir provas contra si. 
 
Cuidado: O Código de Processo Penal prevê a 
Teoria dos Frutos da Árvore envenenada, a Teoria 
da Contaminação. Existem provas que podem 
nascer no inquérito e, eventualmente, expandir os 
seus efeitos até a fase judicial. Aí tudo será 
invalidade, mas não quer dizer que a fase judicial 
seja imprestável como um todo. 
 
▪ Art. 14 e 184, CPP > Além de ser inquisitorial, o inquérito 
policial é discricionário. O delegado pode indeferir uma 
diligência requerida pela vítima ou pelo investigado. Ele só 
não pode indeferir se a diligência for pela realização de 
exame de corpo e delito, nas infrações que deixam vestígios. 
o O STJ e o STF, principalmente o STJ, tem relativizado 
essa obrigatoriedade, entendendo que outros 
 
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elementos podem comprovar a materialidade do fato, 
quando desaparecerem os vestígios do fato. 
 
 c) Indisponibilidade: 
▪ O art. 17 do CPP trata da indisponibilidade do IP. 
▪ O delegado não pode abandonar ou desistir do IP > não pode 
mandar arquivar os autos do IP. 
▪ Em alguns casos, o delegado poderá optar por não instaurar 
o IP, mas se instaurar, terá que levá-lo até o final. 
▪ O delegado não pode arquivar o IP de ofício. 
o O arquivamento do IP se dá com o parecer do MP e 
ordem judicial > o promotor pede e o juiz determina. 
- O juiz poderá discordar do arquivamento e 
enviar o caso para o PGJ (art. 28, CPP). 
o A decisão de arquivamento do IP é formal > só faz 
coisa julgada formal (art. 18, CPP + súmula 524/STF). 
- Admite-se o desarquivamento do IP em caso 
de novas provas. 
- Enquanto o crime não prescrever, o IP poderá 
ser desarquivado. 
 
 d) Duradouro: 
▪ O IP possui um prazo razoável para terminar. 
CPP Lei 11.343/06 
- Prazo da justiça estadual > crimes de 
competência estadual. 
- Investigação feita pela polícia civil. 
- Se o investigado estiver preso 
(flagrante/preventiva) > O IP tem prazo de 10 
dias, improrrogáveis. 
- Se o investigado estiver solto, o prazo é de 30 
dias, podendo ser prorrogado (art. 10, CPP). 
- Se o investigado estiver 
preso, o IP tem prazo de 30 
dias, podendo ser duplicado 
por mais 30 dias. 
- Se o investigado estiver 
solto, o IP tem prazo de 90 
dias, podendo ser duplicado 
por mais 90 dias. 
 
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- Se o prazo acabar e o sujeito permanecer 
preso, o juiz terá que relaxar a prisão. 
 
 
 e) Discricionariedade: 
▪ O delegado tem liberdade na condução das investigações, 
nas diligencias que irá determinar. 
o Os artigos 6 e 7 do CPP dispõem as diligencias que 
poderão ser determinadas pelo delegado. 
▪ O delegado poderá indeferir uma diligencia requerida pelo 
investigado ou pela vítima. 
 
 f) Oficiosidade: 
▪ Art. 5, CPP. 
▪ A oficiosidade significa que há obrigatoriedade da autoridade 
policial de instauração do inquérito ex officio, independente 
de provocação, nos casos de crime de ação penal pública 
incondicionada ou condicionada a representação. 
▪ O art. 5º, caput, do CPP, indica as formas de instauração do 
inquérito policial, fazendo menção aos crimes de ação 
pública. 
▪ Instauração não se confunde com Indiciamento. 
o O inquérito pode iniciar e terminar sem um suspeito 
formal. O IP objetiva apurar um fato > unidirecional. 
o O art. 2 da Lei 12.830/13 conceitua o Indiciamento 
como uma manifestação técnica e fundamentada do 
delegado, que torna alguém o destinatário/suspeito 
formal das investigações. 
▪ Nos crimes mais graves (ação penal pública incondicionada) 
o IP será instaurado de ofício pela autoridade policial 
(delegado) > a primeira peça é a Portaria. 
 
 
 
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11 11 
 
Como o inquérito começa nos 
crimes de ação penal pública 
incondicionada? 
Como o inquérito começa 
nos crimes de ação penal 
pública condicionada? 
Como o inquérito 
começa nos 
crimes de ação 
penal privada? 
I. O IP poderá começar DE OFÍCIO > 
O MP é titular da provocação do estado 
juiz, de forma incondicionada, ou seja, 
o MP não precisa de autorização de 
terceiro. 
II. O IP poderá ser instaurado POR 
REQUISIÇÃO do juiz ou do MP > ou 
seja, ordem legal, que não pode ser 
indeferida. 
III. O IP poderá ser instaurado por 
REQUERIMENTO DO 
OFENDIDO/VÍTIMA > o 
requerimento poderá ser indeferido 
pela autoridade policial > do 
indeferimento, cabe recurso para o 
delegado chefe. 
IV. O IP também poderá ser instaurado 
mediante NOTÍCIA CRIME, de 
qualquer pessoa do povo. 
I. O IP será instaurado por 
REPRESENTAÇÃO DO 
OFENDIDO/ VÍTIMA > art. 
39, CPP. 
- Embora deva ser ajuizada 
pelo MP, depende da 
representação da vítima, ou 
seja, a vítima tem que querer 
que o autor do crime seja 
denunciado > está 
condicionado a autorização do 
ofendido, excluindo a 
oficiosidade! 
- A vítima tem prazo 
decadencial de 6 meses para 
representar, a partir do 
conhecimento da autoria do 
fato.- Quem promove a 
ação é a própria 
vítima, através do 
advogado, por meio 
da QUEIXA-
CRIME. 
- A vítima tem 
prazo decadencial 
de 6 meses para 
ingressar com a 
queixa, a partir do 
conhecimento da 
autoria do fato. 
- Poderá ter 
Inquérito Policial > 
art. 5, CPP. 
- Exceção a 
oficiosidade. 
 
▪ Outra Exceção a oficiosidade do IP são as hipóteses dos casos 
de Prerrogativa de Função: 
- Nesses casos, o IP (investigação) só se iniciará com 
autorização do Tribunal. 
 
Observação: O inquérito policial pode ser iniciado mediante a lavratura do 
Auto de Prisão em Flagrante (APF), em todas as modalidades de ações. 
 
 
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PROCESSO PENAL 
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PROCESSO PENAL 
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13 13 
 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
➢ Do art. 100 ao 106 do CP + art. 24 ao 62 do CPP. 
➢ Do art. 63 ao 68 do CPP, temos a ação civil ex delito (em decorrência 
de um crime). 
➢ Ação e Processo são coisas distintas > é possível ter ação sem ter 
processo. 
o Ação é um direito constitucional de provocar o juiz, buscando 
aplicação da lei penal no caso concreto. 
- Não se admite ação penal de ofício (art. 129, I, CF/88)! 
 
2) CLASSIFICAÇÃO SUBJETIVA 
▪ O Ministério Público, em regra, é o legitimado para promover a Ação 
Penal. 
▪ A ação penal poderá ser: 
a) Pública: O MP é titular. A ação poderá ser pública Incondicionada 
(plena) ou Condicionada (semiplena). A denúncia é a petição 
inicial/peça inaugural endereçada ao judiciário (art. 41 do CPP). 
Enquanto o crime não prescrever, o MP poderá oferecer a denúncia, 
tendo em vista que o prazo é prescricional (art. 109, CPP). 
o A ação penal pública incondicionada é titularizada pelo 
Ministério Público e prescinde de manifestação de vontade da 
vítima ou de terceiros para ser exercida. 
o A ação penal pública semiplena está condicionada à 
Representação da vítima/ofendido, seu representante legal 
ou sucessor, ou condicionada à Requisição do Ministro da 
Justiça. 
i. A representação é uma manifestação de vontade da 
vítima > autorização do ofendido para o MP agir (art. 
39 do CPP). Peça informal, com prazo de 6 meses. 
 
AÇÃO PENAL 
 
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PROCESSO PENAL 
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Ivan Jezler 
14 14 
- Em regra, a representação é retratável, até o 
oferecimento da denúncia (art. 25 do CPP). Nos 
moldes da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), o 
art. 16 disciplina que a vítima poderá se retratar até 
o recebimento da denúncia, mediante audiência. 
- A doutrina admite a retratação da retratação, 
desde que dentro do prazo. 
- O art. 74, parágrafo único, da Lei 9.099/05 trata-
se de uma composição civil dos danos do JECRIM, 
que é equivalente a uma retratação da 
representação. 
ii. A requisição do MJ é ato de natureza política, através 
do qual o Ministro da Justiça autoriza a propositura da 
ação penal por parte do MP. 
- Não possui retratação. 
- Prazo prescricional. 
b) Privada: Em regra, o titular é o ofendido/vítima, chamado de 
querelante. A peça inaugural/petição inicial é a queixa-crime (art. 
41 e 44 do CPP) > a queixa-crime exige procuração com poderes 
especiais. A ação penal privada poderá ser: 
i. Comum (simples) – Modalidade mais usual. O legitimado é a 
vítima, mas cabe a representação legal ou do sucessor. Prazo 
de 6 meses, a partir do conhecimento da autoria do fato. Tal 
condição já é diretamente prevista na legislação. 
ii. Subsidiária da pública (art. 29 do CPP) – Diversamente das 
ações penais privadas exclusivas, a lei não prevê a ação como 
privada, mas sim como pública (condicionada ou 
incondicionada). Ocorre que, o MP, enquanto titular da ação, 
fica inerte, não adotando nenhuma medida. O MP tem um 
prazo que varia em regra de 5 dias para réu preso a 15 dias 
para réu solto, e não se manifestando (ficando inerte) nesse 
prazo, abre-se a possibilidade para que o ofendido, seu 
representante legal ou seus sucessores, ingressem com a 
 
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PROCESSO PENAL 
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15 15 
ação penal privada subsidiária da pública. Isso tem previsão 
constitucional (artigo 5º., LIX, CF) e ordinária (artigos 100, 
§ 3º., CP e 29, CPP). 
iii. Personalíssima – Somente o ofendido pode atuar e, em caso 
de morte ou declaração de ausência, ninguém poderá 
substituí-lo. Operar-se-á a extinção de punibilidade pela 
decadência, acaso a queixa – crime ainda não houver sido 
intentada porque ninguém mais poderá fazê-lo, ou por 
perempção acaso o processo já esteja instaurado, pois 
ninguém poderá prosseguir (inteligência do artigo 107, IV, 
CP). Resta apenas um único exemplo de ação penal privada 
personalíssima, no art. 236 do CP, tratando do crime de 
“induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento” 
ao casamento. 
 
3) PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL 
Ação Penal Pública Ação Penal Privada 
I. Princípio da Obrigatoriedade – O MP 
possui o dever legal de oferecer a denúncia. 
Possui algumas exceções > art. 28-A do CPP, 
transação penal (art. 76, Lei 9099/95) e a 
delação premiada (art. 4, Lei 12.850/13). 
 
II. Princípio da Indisponibilidade (art. 42 
e 576 do CPP) – O MP não pode desistir da 
ação ou abandonar o processo. 
 
III. Princípio da Divisibilidade – A 
acusação pública pode ser fracionada. 
Admite-se o aditamento de denúncia, 
acrescentando mais réus. 
I. Princípio da Discricionariedade – A ação 
penal é regida pela oportunidade. A vítima 
não está obrigada a oferecer a queixa. Caberá 
a renúncia e a decadência. 
 
II. Princípio da Disponibilidade – A vítima 
pode desistir da ação, por meio do perdão 
processual (bilateral), ou abandonar o 
processo, mediante perempção. 
 
III. Princípio da Indivisibilidade – A ação 
penal deve ser proposta contra todos os 
autores e partícipes do delito. Não é possível 
o aditamento da queixa para incluir réus. 
 
 
 
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PROCESSO PENAL 
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→ Ambas são regidas pelo Princípio da Intranscendência ou 
Responsabilidade Subjetiva, em que apenas a pessoa sentenciada poderá 
responder pelo crime que praticou. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PROCESSO PENAL 
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1) INTRODUÇÃO 
▪ A Lei 12.403/11 mudou de forma significativa o tema Prisão. 
▪ A Lei 13.954/19 (pacote anticrime) trouxe ainda mais modificações. 
▪ O tema Prisão está localizado do art. 282 ao 350 do CPP. 
▪ A Prisão Cautelar é a privação de liberdade, a segregação anterior ao 
trânsito em julgado de uma sentença condenatória. 
o Possibilidade de executar pena somente após o trânsito em 
julgado da condenação > quando não couber mais recursos = 
coisa julgada material. 
o Esse conceito é decorrente do princípio da presunção de 
inocência (art. 5, LVII, CF/88), onde ninguém pode ser 
considerado culpado antes do trânsito em julgado de uma 
sentença condenatória. 
- A Súmula Vinculante 11/STF veda o uso de algemas de 
maneira desnecessária no processo penal > regra de 
tratamento, fruto da presunção de inocência. 
- A presunção de inocência possui dois efeitosimportantes: 
i) Com base na CF/88 e no CPP, o ônus da prova é 
de quem alega. Com base no princípio da presunção 
de inocência, o ônus da prova é da acusação. 
ii) O efeito sobre a prisão cautelar, vedando a 
execução antecipada da pena. 
 
▪ O art. 492 do CPP, que trata de condenação no tribunal do júri (15 
anos ou mais), é hipótese em que se admite a execução provisória da 
pena > exceção a impossibilidade de execução antecipada da pena. 
 
 
 
PRISÃO CAUTELAR 
 
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2) MODALIDADES DE PRISÕES CAUTELARES 
 
2.1. Prisão em Flagrante (art. 301 ao 310, CPP) 
▪ Questão de segurança pública. 
▪ Medida pré-cautelar, basicamente de cunho administrativa. 
o Em regra, não exige ordem judicial e qualquer pessoa 
poderá prender em flagrante. 
▪ Em tese, os agentes de policia devem prender em flagrante, 
enquanto que os particulares podem prender em flagrante > 
dispensa da ordem judicial. 
o O art. 53 da Lei 11.343/06 (Lei de Drogas) trata de uma 
exceção, conhecido como flagrante diferido, que exige 
ordem judicial fundamentada. 
▪ O Auto de Prisão em Flagrante (APF) deverá se lavrado antes 
das 24h após à prisão do indiciado, contendo assinatura de todos 
os que participarem da sua lavratura > art. 304 do CPP. 
o Quando houver apresentação espontânea, não se admite 
prisão em flagrante. 
▪ O art. 302 do CPP prevê as situações de flagrante > vida 
cotidiana e rotineira. O CPP prevê três espécies de Flagrante 
(art. 302, CPP), quais sejam: 
a) Flagrante Próprio, Propriamente Dito ou Real – Incisos I e II. 
O agente é surpreendido no instante em que está praticando 
a infração ou, então, quando acaba de cometê-la. O sujeito 
é preso na situação do fato. 
o O art. 303 do CPP trata do flagrante nos crimes 
permanentes. 
 
 
b) Flagrante Impróprio ou Quase Flagrante – O agente é 
perseguido (não é preso na cena do crime), logo após 
 
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cometer o ilícito, em situação que faça presumir ser o autor 
da infração > pode durar dias. 
c) Flagrante Presumido ou Ficto – Está em flagrante presumido 
a pessoa encontrada “logo depois”, com instrumentos, 
armas, objetos, ou papéis que façam presumir ser ele o autor 
da infração. 
d) Flagrante Esperado – Trata-se de uma forma de flagrante 
válido, regular e incidental, em que agentes da autoridade, 
cientes, por qualquer razão, de que um crime poderá ser 
cometido em determinado local e horário, sem que tenha 
havido qualquer preparação ou induzimento, deixam que o 
suspeito aja, ficando à espreita para prendê-lo em flagrante. 
e) Flagrante Preparado – Modalidade ilegal, em que a polícia 
provoca a pessoa a praticar um crime e, simultaneamente, 
impede que o delito seja cometido. 
o A Súmula 145/STF determina que não há crime se a 
preparação do flagrante torna a execução do crime 
impossível. 
▪ Após a prisão em flagrante, dá-se a condução até a autoridade 
competente para lavratura do auto de prisão em flagrante (APF) 
> art. 304 e 306 do CPP. 
o Lavrado do APF, num prazo máximo de 24h será entregue 
Nota de Culpa ao preso, mediante recibo. 
o Em 24h, o APF será encaminhado para o magistrado/ juiz 
competente (é comum ser o juiz da vara de audiência de 
custódia > art. 310, CPP). A prisão também precisa ser 
comunicada ao MP e a DPE, no mesmo prazo. 
▪ O flagrante tem que durar no máximo 48h = 24h para enviar o 
APF para o juiz, e mais 24h para o juiz realizar a audiência de 
custódia. 
 
▪ Nos moldes do art. 310 do CPP, o juiz poderá: 
 
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I) proceder com o relaxamento da prisão, quando 
for ilegal ou viciada; 
II) 
III) proceder com a liberdade provisória, vez que o 
flagrante é legal, mas a prisão é desnecessária. 
o A prisão ilegal deve ser relaxada de ofício pelo juiz. 
o Somente admite-se concessão de liberdade provisória se 
não estiverem presentes os elementos da Prisão 
Preventiva. 
o A liberdade provisória pode ser com ou sem fiança > art. 
322 e 323, do CPP. 
 
2.2. Prisão Preventiva (art. 311 ao 316, CPP) 
▪ Cabimento na fase do inquérito policial e na fase judicial > única 
prisão que cabe em ambas as fases. 
▪ Modalidade que exige ordem judicial fundamentada. 
▪ O delegado, MP ou querelante poderão representar pela prisão 
preventiva na fase policial (IP). 
▪ O MP, o assistente de acusação e o querelante poderão 
representar pela prisão preventiva na fase judicial (processo). O 
delegado não é mais parte legítima. 
▪ Caso o delegado encaminhe o APF sem pedir a conversão da 
prisão em flagrante em preventiva, o juiz não poderá conceder 
de ofício. 
▪ Prisão preventiva só cabe mediante provocação e com decisão 
fundamentada (art. 315 do CPP). 
▪ Hipóteses de cabimento da preventiva (art. 313, CPP): 
I. Em crimes dolosos, com pena máxima superior a 4 
anos; 
 
 
 
 
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II. Em caso de reincidência, ressalvado o disposto no 
inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei 2.848/1940, 
do CP; 
III. No caso de o crime envolver violência doméstica e 
familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, 
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a 
execução das medidas protetivas de urgência. 
- Aplicação direta nos casos da Lei Maria da Penha, 
independentemente do tempo ou prazo. 
▪ A prisão preventiva é tida como “ultima ratio” > O juiz só poderá 
decretar preventiva se não for possível aplicar outras medidas 
cautelares (art. 319 e 320 do CPP). 
▪ Também será admitida a prisão preventiva quando houver 
dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não 
fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o 
preso ser colocado imediatamente em liberdade após a 
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção 
da medida > o CPP traz em seu art. 313, § 1º, hipótese de 
preventiva para identificação criminal, datiloscópica e 
fotográfica. 
▪ Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a 
finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como 
decorrência imediata de investigação criminal ou da 
apresentação ou recebimento de denúncia (art. 313, § 2º, CPP). 
▪ Requisitos da preventiva: 
i. “Fumus comissi delicti” (fumaça da prática de um 
crime) > indícios suficientes de autoria ou participação 
+ materialidade, se o crime deixar vestígios ou prova 
da existência do fato; 
ii. “Periculum libertatis” (risco que a liberdade do sujeito 
investigado apresenta) > análise sobre a necessidade 
da prisão do sujeito (garantia da ordem pública ou 
 
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econômica, aplicação da lei penal, ou conveniência 
para instrução criminal > pode ser cumulativo); 
iii. Contemporaneidade do fato > hipótese admitida pelo 
pacote anticrime para admissão da preventiva. 
 
2.3. Prisão Temporária (Lei 7.960/89) 
▪ A prisão temporária é cabível somente na fase da investigação 
criminal (IP). 
o Não é cabível na fase processual. 
▪ Única modalidade prisional cautelar com prazo previsto em lei. 
o A cada 90 dias, o juiz precisa revisar os fundamentos da 
prisão temporária. 
o Nos crimes comuns, possui prazo de 5 dias, prorrogáveispor mais 5 dias. 
o Nos crimes hediondos e equiparados (TTT), possui prazo 
de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, se houver 
necessidade. 
▪ Hipóteses de cabimento para prisão temporária (art. 1): 
i. Quando imprescindível para as investigações do IP; 
ii. Quando o indiciado não tiver residência fixa ou não 
fornecer elementos necessários ao esclarecimento de 
sua identidade; 
iii. Quando houver fundadas razões, de acordo com 
qualquer prova admitida na legislação penal, de 
autoria ou participação do indiciado > “fumus comissi 
delicti”. 
▪ Não se admite prisão temporária de ofício. Somente mediante 
decisão fundamentada. 
o Em regra, o delegado representa, o MP opina e o juiz 
decide. 
▪ Os presos temporários devem ser mantidos, obrigatoriamente, 
separados dos demais detentos. 
 
 
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Observação: 
▪ A Prisão Domiciliar é tratada do art. 317 ao 318-A do CPP. 
 
QUESTÕES: 
1) Após ser instaurado inquérito policial para apurar a prática de um crime 
de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor (Art. 303 
da Lei nº 9.503/97 – pena: detenção de seis meses a dois anos), foi 
identificado que o autor dos fatos seria Carlos, que, em sua Folha de 
Antecedentes Criminais, possuía três anotações referentes a condenações, 
com trânsito em julgado, pela prática da mesma infração penal, todas aptas 
a configurar reincidência quando da prática do delito ora investigado. 
Encaminhados os autos ao Ministério Público, foi oferecida denúncia em face 
de Carlos pelo crime antes investigado; diante da reincidência específica do 
denunciado civilmente identificado, foi requerida a decretação da prisão 
preventiva. Recebidos os autos, o juiz competente decretou a prisão 
preventiva, reiterando a reincidência de Carlos e destacando que essa 
circunstância faria com que todos os requisitos legais estivessem 
preenchidos. Ao ser intimado da decisão, o(a) advogado(a) de Carlos deverá 
requerer 
A) a liberdade provisória dele, ainda que com aplicação das medidas 
cautelares alternativas. 
B) o relaxamento da prisão dele, tendo em vista que a prisão, em que 
pese ser legal, é desnecessária. 
C) a revogação da prisão dele, tendo em vista que, em que pese ser 
legal, é desnecessária. 
D) o relaxamento da prisão dele, pois ela é ilegal. 
 
2) Durante as investigações de um crime de associação criminosa (Art. 288 
do CP), a autoridade policial representa pela decretação da prisão temporária 
do indiciado Jorge, tendo em vista que a medida seria imprescindível para a 
continuidade das investigações. Os autos são encaminhados ao Ministério 
Público, que se manifesta favoravelmente à representação da autoridade 
policial, mas deixa de requerer expressamente, por conta própria, a 
 
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decretação da prisão temporária. Por sua vez, o magistrado, ao receber o 
procedimento decretou a prisão temporária pelo prazo de 10 dias, ressaltando 
que a lei admite a prorrogação do prazo de 05 dias por igual período. Fez o 
magistrado constar, ainda, que Jorge não poderia permanecer acautelado 
junto com outros detentos que estavam presos em razão de preventivas 
decretadas. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de 
Jorge, ao ser constituído, deverá alegar que 
A) o prazo fixado para a prisão temporária de Jorge é ilegal. 
B) a decisão do magistrado de determinar que Jorge ficasse separado 
dos demais detentos é ilegal. 
C) a prisão temporária decretada é ilegal, tendo em vista que a 
associação criminosa não está prevista no rol dos crimes hediondos e 
nem naquele que admite a decretação dessa espécie de prisão. 
D) a decretação da prisão foi ilegal, pelo fato de ter sido decretada de 
ofício, já que não houve requerimento do Ministério Público. 
 
3) No dia 15 de maio de 2017, Caio, pai de um adolescente de 14 anos, 
conduzia um veículo automotor, em via pública, às 14h, quando foi solicitada 
sua parada em uma blitz. Após consultar a placa do automóvel, os policiais 
constataram que o veículo era produto de crime de roubo ocorrido no dia 13 
de maio de 2017, às 09h. Diante da suposta prática do crime de receptação, 
realizaram a prisão e encaminharam Caio para a Delegacia. Em sede policial, 
a vítima do crime de roubo foi convidada a comparecer e, em observância a 
todas as formalidades legais, reconheceu Caio como o autor do crime que 
sofrera. A autoridade policial lavrou auto de prisão em flagrante pelo crime 
de roubo em detrimento de receptação. O Ministério Público, em audiência de 
custódia, manifesta-se pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, 
valorizando o fato de Caio ser reincidente, conforme confirmação constante 
de sua Folha de Antecedentes Criminais. Quando de sua manifestação, o 
advogado de Caio, sob o ponto de vista técnico, deverá requerer 
A) liberdade provisória, pois, apesar da prisão em flagrante ser legal, 
não estão presentes os pressupostos para prisão preventiva. 
 
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B) relaxamento da prisão, em razão da ausência de situação de 
flagrante. 
C) revogação da prisão preventiva, pois a prisão em flagrante pelo 
crime de roubo foi ilegal. 
D) substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, pois Caio é 
responsável pelos cuidados de adolescente de 14 anos. 
 
4) Paulo foi preso em flagrante pela prática do crime de corrupção, sendo 
encaminhado para a Delegacia. Ao tomar conhecimento dos fatos, a mãe de 
Paulo entra, de imediato, em contato com o advogado, solicitando 
esclarecimentos e pedindo auxílio para seu filho. De acordo com a situação 
apresentada, com base na jurisprudência dos Tribunais Superiores, deverá o 
advogado esclarecer que 
A) diante do caráter inquisivo do inquérito policial, Paulo não poderá 
ser assistido pelo advogado na delegacia. 
B) a presença da defesa técnica, quando da lavratura do auto de prisão 
em flagrante, é sempre imprescindível, de modo que, caso não esteja 
presente, todo o procedimento será considerado nulo. 
C) decretado o sigilo do procedimento, o advogado não poderá ter 
acesso aos elementos informativos nele constantes, ainda que já 
documentados no procedimento. 
D) a Paulo deve ser garantida, na delegacia, a possibilidade de 
assistência de advogado, de modo que existe uma faculdade na 
contratação de seus serviços para acompanhamento do procedimento 
em sede policial. 
 
5) Douglas responde a ação penal, na condição de preso cautelar, pela prática 
do crime de furto qualificado, sendo ele triplamente reincidente específico. 
No curso do processo, foi constatado por peritos que Douglas seria semi-
imputável e que haveria risco de reiteração. O magistrado em atuação, de 
ofício, revoga a prisão preventiva de Douglas, entendendo que não persistem 
os motivos que justificaram essa medida mais grave, aplicando, porém, a 
medida cautelar de internação provisória, com base no Art. 319 do Código de 
 
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Processo Penal. Diante da situação narrada, o advogado de Douglas poderá 
requerer o afastamento da cautelar aplicada, em razão: 
A) da não previsão legal da cautelar de internação provisória, sendo 
certo que tais medidas estão sujeitas ao princípio da taxatividade. 
B) de somente ser cabível a cautelar quando os peritos concluírempela 
inimputabilidade, mas não pela semi-imputabilidade. 
C) de o crime imputado não ter sido praticado com violência ou grave 
ameaça à pessoa. 
D) de não ser cabível, na hipótese, a aplicação de medida cautelar de 
ofício, sem requerimento pretérito do Ministério Público. 
 
 
GABARITO 
1) D 2) A 3) B 4) D 5) C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1) INTRODUÇÃO 
▪ Do art. 69 ao 91, do CPP. 
▪ Jurisdição é o poder estatal de dizer o direito no caso concreto > 
aplicação da lei penal num determinado caso concreto. 
o Em regra, esse poder demanda investidura (concurso público). 
o Una e indivisível. 
▪ Competência é uma fração da jurisdição. Instrumento que 
operacionaliza, ainda que “aparte”, a jurisdição, visando conferir 
eficácia a atividade jurisdicional. 
 
2) PRINCÍPIOS 
 2.1. Princípio do Juiz Natural 
▪ Existência de juízo adequado para o julgamento de 
determinada demanda, conforme as regras de fixação de 
competência, e à proibição de juízos extraordinários ou 
tribunais de exceção constituídos após os fatos. 
▪ Não admite-se juiz ou tribunal de exceção > aquele escolhido 
para um caso penal. 
▪ Funciona como uma garantia de imparcialidade. 
▪ O juiz natural é aquele que tem a sua parcela de jurisdição 
previamente definida em lei, antes da prática do crime. 
o No incidente de deslocamento de competência (IDC), 
a PGR solicita ao STJ o deslocamento para o juízo 
federal, se houver grave violação de direitos humanos 
e uma ineficácia dos órgãos estaduais, com risco de 
sanções internacionais ao Brasil pelos pactos dos quais 
é signatário. 
 
2.2. Princípio da Identidade Física do Juiz (art. 399, § 2º, CPP) 
▪ O juiz que presidir a audiência, deve julgar o caso penal. 
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA CRIMINAL 
 
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o Não é absoluto. 
▪ Busca, em síntese, a vinculação do magistrado que conduziu 
o feito e participou efetivamente da sua instrução, à prolação 
da sentença, de molde a privilegiar, ao máximo possível, o 
processo cognitivo desenvolvido ao longo do iter processual. 
 
3) CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DA COMPETÊNCIA 
3.1. Competência por prerrogativa de função 
▪ Conhecida como “foro privilegiado”. 
▪ Prerrogativa absoluta > possibilidade de arguir a qualquer 
tempo, e o juiz pode reconhecer de oficio. 
▪ Alguns sujeitos, por conta da relevância de sua função, terão 
direito de ser julgados por um Tribunal > julgados 
originariamente por um Tribunal. 
▪ Existe enquanto o sujeito estiver no exercício da função. 
o O STF declarou a inconstitucionalidade dos §1 e §2 do art. 
84 do CPP, e também do art. 86 e 87 do CPP. 
▪ O STF entende que, só existe prerrogativa de função quando o 
sujeito pratica o crime após a diplomação e com nexo funcional. 
o Algumas súmulas foram atingidas e relativizadas pelo 
posicionamento do STF, a exemplo: 
- Súmula 704/STF: Não viola as garantias do juiz 
natural, da ampla defesa e do devido processo legal 
a atração por continência ou conexão do processo 
do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um 
dos denunciados. 
 
 
- A Súmula 702/STF: A competência do Tribunal de 
Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes 
de competência da Justiça comum estadual; nos 
demais casos, a competência originária caberá ao 
respectivo tribunal de segundo grau. 
 
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- A Súmula 721/STF se tornou a Súmula Vinculante 
45/STF: A competência constitucional do Tribunal 
do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de 
função estabelecido exclusivamente pela 
Constituição Estadual (art. 38, XXXVIII, d, CF/88). 
 
 
 
 
 
3.2. Competência em razão da matéria 
▪ Também chamada de competência “ratione materiae”. 
▪ Prerrogativa absoluta > possibilidade de arguir a qualquer 
tempo, e o juiz pode reconhecer de oficio. 
▪ Em termos de justiça penal, temos: 
 
 
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I. Justiça Especial: No âmbito Penal, é a Militar e a 
Eleitoral. 
- A justiça militar julga somente os crimes militares. 
Não julga crimes conexos. 
- Crimes dolosos praticados por militares contra 
civis são julgados pela justiça comum. 
- A justiça eleitoral julga os crimes eleitorais e os 
conexos. 
- Se o crime não for de competência especial, é de 
competência comum. 
II. Justiça Comum: No âmbito Penal, é a Justiça Federal e 
a Estadual. 
- A justiça comum é residual (Súmula 122/STJ). 
- Caso ocorra um conflito de competência, a 
competência será da justiça federal (art. 109, 
CF/88). 
- Os crimes políticos, os crimes praticados contra o 
sistema financeiro nacional, os crimes praticados 
contra bens, serviços e interesses, são julgados 
pela justiça federal. 
- Os crimes praticados contra índios são de 
competência da justiça estadual (Súmula 104/STJ). 
 
3.3. Competência em razão do território 
▪ Conhecida também como competência “ratione loci”. 
▪ Prerrogativa relativa > caso ninguém alegue e o juiz não 
reconheça de oficio, prorroga-se e ele continua competente. 
 
▪ Aplica-se a Teoria do Resultado > quero encontrar o local da 
consumação do crime (art. 70 do CPP). 
o Busca-se o princípio da verdade real. 
 
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▪ O JECRIM competente é aquele do local onde a infração foi 
praticada. Ou seja, aplica-se a Teoria da Atividade > art. 63 da 
Lei 9099/95. 
▪ Nos crimes permanentes praticados em mais de um território, a 
competência será definida pela prevenção (art. 73 do CPP). 
▪ Em caso de crime tentado, a competência é definida pelo local 
em que foi praticado o último ato de execução (art. 70 do CPP). 
▪ Caso o local de consumação seja desconhecido, a competência 
é definida pelo domicilio do réu (art. 72 e 73 do CPP). 
▪ Se o réu tem mais de uma residência ou não sei onde é, a 
competência é definida pela prevenção (critério subsidiário). 
o Súmula 706/STF: A competência processual penal possui 
regras bem definidas. Sua inobservância acarretará 
nulidade processual. Tal nulidade pode ser absoluta ou 
relativa. 
▪ Súmula 151/STJ: A competência para o processo e julgamento 
por crime de contrabando ou descaminho define-se pela 
prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1) INTRODUÇÃO 
▪ A Lei 11.690/2008 alterou substancialmente o CPP em matéria de 
prova > do art. 155 ao 250 do CPP. 
▪ Do art. 155 ao 250 do CPP temos as provas em espécie, no âmbito 
criminal. 
 
2) PROVAS 
▪ As provas são os faróis que iluminam o caminho do juiz até a verdade. 
▪ A prova penal são dados e elementos, produzidos pelas partes ou de 
oficio pelo juiz, em contraditório judicial, e que tem por destinatário o 
magistrado/julgador/juiz. 
▪ São elementos na busca da verdade processual, que muitos 
entendem como a verdade real. 
▪ O que é produzido no Inquérito Policial são atos de investigação que 
devem serrenovados na presença do juiz, em regra > não possui 
natureza de prova (art. 155, CPP). 
▪ Exceto: 
i. Provas cautelares: Essas provas não podem esperar ou 
não podem ser repetidas em Juízo. Por conta disso, são 
produzidas na fase do IP, mas com natureza de prova, e 
não mero ato de investigação. 
Em regra, é possível condenar com base nessas provas. 
Ex.: Busca e apreensão, interceptação telefônica, 
etc. 
ii. Provas antecipadas: O objetivo antecipar determinados 
meios de provas diante da impossibilidade de a parte 
aguardar o momento oportuno para sua produção. 
Ex.: Risco de pessoa internada, que é testemunha, 
vir a óbito. 
TEORIA GERAL DA PROVA 
 
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iii. Provas não-repetíveis: Aquelas que, uma vez 
realizadas, não podem ser refeitas. 
Ex.: Perícia de local, perícia de roupa, exame de 
corpo delito, etc. 
▪ O juiz, eventualmente, poderá produzir provas de ofício, em nome 
do princípio da verdade real > ouvir testemunhas além das arroladas 
pelas partes, determinar interceptação sem pedido das partes, etc. 
 
3) SISTEMAS DE APRECIAÇÃO DA PROVA 
3.1. Sistema da Íntima Convicção 
▪ O juiz aprecia o fato livremente, sem precisar fundamentar sua 
decisão. 
o Oportunidade de o julgador decidir segundo suas próprias 
convicções, decisão esta que não necessita de 
fundamentação ou até mesmo amparo legal. 
o Admite-se tese extralegal. 
▪ O sistema da íntima convicção pode ser aplicado a título de 
exceção no âmbito do Tribunal do Júri > único resquício desse 
sistema no Brasil. 
▪ No ordenamento jurídico brasileiro, a regra é o sistema do livre 
convencimento motivado. 
 
3.2. Sistema da Prova Tarifada ou Legal 
▪ Sistema hierarquizado, no qual o valor de cada prova é 
predefinido, não existindo, portanto, uma valoração 
individualizada, de acordo com cada caso concreto. 
o Cada prova tem uma pontuação, um valor, 
antecipadamente previsto. 
▪ Alguns consideram que o art. 158, 167 e 564, III, b, do CPP são 
resquícios desse sistema, por conta da imposição em relação a 
algumas provas, sem possibilidade de substituição por outras. 
 
 
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3.3. Sistema da Persuasão Racional ou do Livre Convencimento 
Motivado (art. 155, CPP) 
▪ O juiz deverá julgar a prova constante nos autos em 
concomitância com a lei e de acordo com sua convicção, ou seja, 
o juiz irá indicar as razões de suas convicções diante da prova 
demonstrada nos autos. 
o O juiz é livre para decidir, contudo, precisa ser de forma 
fundamentada. 
▪ O magistrado tem liberdade quando da avaliação das provas 
produzidas no processo desde que fundamente o porquê chegou 
àquele resultado. 
▪ O juiz poderá contrariar o laudo pericial, tamanha sua liberdade 
> art. 182 do CPP. 
 
4) PRINCÍPIOS 
4.1. Vedação aos meios ilícitos de prova (art. 157, CPP + art. 5, 
LVI, CF/88) 
▪ No processo são inadmissíveis as provas obtidas por meios 
ilegais. 
▪ As Provas Ilegais possuem os meios de provas: 
I. Provas ilícitas: Prova colhida violando direito 
material e fundamental, previsto no art. 5, da 
CF/88 > dano maior. Geralmente, quando se 
produz prova ilícita, também incide em crime. 
II. Provas ilegítimas: Prova obtida com desrespeito ao 
direito processual (CPP, leis infraconstitucionais) > 
dano menor. 
▪ A prova ilegal deve ser desentranhada dos autos do processo 
penal > consequência. 
▪ O CPP adotou a Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada (art. 
157, CPP) > se a prova original está envenenada, as que 
surgirem em decorrência da mesma, também estarão 
envenenadas (nexo causal entre as provas). 
 
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o Exceções à Teoria: 
i. A ausência de nexo causal entre as provas. 
ii. Quando houver possibilidade da prova ser obtida 
por uma fonte independente. 
iii. Descoberta inevitável. 
▪ Caso seja meio necessário para comprovar a inocência do 
réu, a prova ilícita pode ser utilizada. 
o Não poderá ser utilizado em favor da acusação. 
 
5) PROVAS EM ESPÉCIE 
5.1. Declarações do Ofendido (art. 201, CPP) 
▪ Não se pode condenar só com base na palavra da vítima. 
Porém, em alguns crimes, a palavra da vítima tem força 
probatória maior, como nos casos da Lei Maria da Penha e 
nos crimes contra dignidade sexual. 
 
5.2. Prova Testemunhal (a partir do art. 202, CPP) 
▪ Art. 202, CPP: Toda pessoa, em tese, poderá ser testemunha. 
▪ Art. 203, CPP: A testemunha fará, sob palavra de honra, a 
promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for 
perguntado. 
▪ Art. 204, CPP: O depoimento será prestado oralmente, não 
sendo permitido à testemunha fazê-lo por escrito. 
▪ Art. 206, CPP: A testemunha não poderá eximir-se da 
obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-
lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o 
cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o 
filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por 
outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas 
circunstâncias. 
▪ Art. 207, CPP: São proibidas de depor as pessoas que, em 
razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam 
guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte 
 
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interessada, quiserem dar o seu testemunho > advogado, 
pastor, padre e contador, por exemplo. 
▪ Art. 209, CPP: O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir 
outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. 
 
▪ Art. 212, CPP: As perguntas serão formuladas pelas partes 
diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que 
puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa 
ou importarem na repetição de outra já respondida. 
o Sobre pontos não esclarecidos, o juiz poderá 
complementar a inquirição. 
▪ Art. 217, CPP: Se o juiz verificar que a presença do réu 
poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento 
à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a 
verdade do depoimento, fará a inquirição por 
videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, 
determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, 
com a presença do seu defensor. 
▪ Art. 221, CPP: O Presidente da República e o Vice, os 
senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os 
governadores de Estados e Territórios, os secretários de 
Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os 
deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os 
membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos 
Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos 
em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o 
juiz. 
▪ Primeiro são ouvidas as testemunhas de acusação e, 
posteriormente, as de defesa. 
▪ Em 2008, as testemunhas passaram a ser inquiridas 
diretamente pelas partes na audiência. 
o O juiz fiscaliza e complementa a inquirição. 
 
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o Inquirição cruzada > art. 212, CPP. 
 
5.3. Prova Pericial (art. 158 ao 184, CPP) 
▪ Do art. 158-A ao 158-F trata-se da cadeia de custódia das 
provas. 
▪ Art. 159, CPP: O exame de corpo de delito e outras perícias serão 
realizadospor perito oficial, portador de diploma de curso 
superior. 
o Desde 2008, a prova pericial será feita por apenas um 
perito oficial. 
o Na falta de perito oficial, dois sujeitos com curso superior 
e conhecimento especifico na área objeto do exame 
prestarão o compromisso de realizá-lo. 
o Excepcionalmente, caso o objeto da perícia seja 
complexo, poderá ocorrer a nomeação de mais de um 
perito. 
▪ Art. 167, CPP: Não sendo possível o exame de corpo de delito, 
por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal 
poderá suprir-lhe a falta. 
▪ Art. 168, CPP: Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame 
pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame 
complementar por determinação da autoridade policial ou 
judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do 
ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 
o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela 
prova testemunhal (§ 3). 
▪ Art. 175, CPP: Serão sujeitos a exame os instrumentos 
empregados para a prática da infração, a fim de se lhes verificar 
a natureza e a eficiência. 
 
5.4. Reconhecimento de Pessoa ou Coisa (art. 226 ao 228, CPP) 
▪ O reconhecimento fotográfico não tem previsão legal. 
 
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o Não é vedado. O que é vedado é a condenação com base 
apenas no reconhecimento fotográfico da delegacia. 
▪ Art. 226, CPP: Requisitos para um reconhecimento válido. 
O procedimento do reconhecimento acontecerá da seguinte 
forma: 
I. A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será 
convidada a descrever a pessoa que deva ser 
reconhecida; 
II. A pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será 
colocada, se possível, ao lado de outras que com ela 
tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem 
tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; 
III. Se houver razão para recear que a pessoa chamada 
para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou 
outra influência, não diga a verdade em face da pessoa 
que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará 
para que esta não veja aquela; 
- Não terá aplicação na fase da instrução criminal 
ou em plenário de julgamento > feito na delegacia. 
IV. Do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto 
pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa 
chamada para proceder ao reconhecimento e por duas 
testemunhas presenciais. 
 
5.5. Acareação (art. 229, CPP) 
▪ Objetivo de sanar dúvidas entre depoimentos. 
▪ Acareação com o réu costuma ser infrutífera, já que ele pode se 
manter em silencio. 
▪ O juiz não é obrigado a determinar a acareação > ato 
discricionário, buscando sanar dúvidas. 
 
5.6. Interrogatório do Réu (art. 185 ao 196, CPP) 
 
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▪ O interrogatório deve ser o último ato da 
solenidade/audiência/instrução criminal, em qualquer crime. 
▪ É possível o interrogatório por videoconferência (art. 185, CPP) 
> medida excepcional. 
▪ Em qualquer espécie de interrogatório, inclusive o policial, 
deverá ser assegurado o direito ao silêncio. 
o O direito ao silencio diz respeito ao mérito da acusação e 
não a qualificação do réu. 
o Não há direito ao silêncio no tocante à qualificação. 
▪ No interrogatório judicial, deve ser assegurado uma entrevista 
prévia entre o advogado e o réu, e o acompanhamento do 
defensor. 
▪ Art. 187, CPP: O interrogatório será constituído de duas partes 
> sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos. 
▪ Para prova, o interrogatório tem natureza mista, ou seja, é meio 
de defesa e meio de prova. 
▪ Na delação premiada, o delator abdica do direito ao silêncio. 
 
Observações: Os artigos 197 e 198 
do CPP tratam da Confissão do 
Acusado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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➢ O procedimento comum será ordinário, sumário ou 
sumaríssimo. Basicamente, ele será tratado pela quantidade de pena 
máxima aplicada para cada crime, ou seja, quando a pena máxima 
privativa de liberdade aplicada no tipo penal for igual ou superior a 4 
anos, o procedimento a ser empregado é o ordinário (art. 394, CPC). 
➢ Teremos, também, os procedimentos especiais, como na Lei Maria 
da Penha, Lei de Drogas, etc. 
 
1) PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO (art. 394, §1, I, CPP) 
I. Denúncia ou queixa; 
II. Recebimento ou rejeição (art. 395, CPP); 
III. Citação (art. 351 e ss. + 372, CPP); 
IV. Resposta à acusação (art. 396 c/c 396-A, CPP); 
V. Absolvição sumária (art. 397, CPP); 
VI. Audiência. 
 
▪ Caso tenha lacuna em determinado rito, esse procedimento é 
aplicado subsidiariamente em todos os processos do primeiro 
grau. 
▪ Em qualquer crime, em qualquer procedimento/rito, o 
interrogatório do réu deve ser o último ato probatório da 
audiência. 
▪ Procedimento será ordinário quando a pena máxima em abstrato 
do crime cometido for maior ou igual a 4 anos. 
▪ O recebimento da inicial é a primeira causa interruptiva da 
prescrição (art. 117, I, CP). 
▪ Não cabe recurso contra o despacho ou decisão que recebe a 
petição inicial e instaura o processo penal. 
PROCEDIMENTOS PROCESSUAIS PENAIS 
 
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o O habeas corpus é cabível para trancar o inquérito policial 
ou processo penal > HC é ação autônoma de impugnação e 
um remédio constitucional (não é recurso). 
- HC não serve somente para libertar. 
- Caberá HC quando não houver justa causa para medida. 
- Súmulas 693 e 695 do STF. 
- Não cabe HC se não houver risco à liberdade, ainda que 
visando trancar processo. 
▪ O juiz pode receber ou rejeitar a inicial. 
o A rejeição é a extinção do processo, sem julgamento de 
mérito (art. 395, CPP) > inépcia, ausência de pressuposto 
processual ou ausência de justa causa. 
- Contra decisão que rejeita, cabe recurso em sentido 
estrito (art. 581, I, CPP). 
- No JECRIM, contra rejeição, cabe apelação, com prazo 
de 10 dias (art. 82, Lei 9.099/95). 
o A denúncia/queixa só pode ser recebida se existirem indícios 
suficientes de autoria/participação e materialidade. 
▪ Após receber, o juiz cita o réu para apresentação de defesa. 
o A regra é que o réu seja citado pessoalmente, para 
apresentar sua defesa. 
- Os prepostos de segurança pública envolvidos em 
alegações criminosas pelo uso de força letal terão direito 
à ampla defesa desde o inquérito, sendo citados para 
apresentar sua defesa escrita (art. 14-A, CPP). 
- É nula a citação por edital de réu preso > súmula 
351/STF. 
- O art. 66 da Lei 9.099/95 veda a citação por edital no 
JECRIM > não há vedação na regra geral. 
▪ Após apresentação da defesa, o juiz poderá absolver ou designar 
audiência. 
▪ Neste procedimento as partes poderão arrolar até 8 testemunhas. 
 
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▪ A audiência deverá ocorrer no prazo de 60 dias e, em regra, haverá 
uma única audiência. Há exceções prescritas em lei. 
▪ Algumas provas em espécie serão produzidas na audiência. 
▪ Após as alegações finais, o juiz irá proferir a sentença absolutória 
ou condenatória. 
 
2) PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO 
▪ O procedimento será sumário quando a pena em abstrato for 
superior a 2 anos e inferiores a 4. 
▪ Podem ser arroladas até 5 testemunhas.;▪ O procedimento sumário ocorrerá da mesma forma que o ordinário, 
respeitando as mesmas regras processuais, com exceção do prazo 
para a realização da audiência, que deverá ocorrer em 30 dias. 
 
3) PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO 
▪ Procedimento adotado para o julgamento de infrações penais 
de menor potencial ofensivo, ou seja, quaisquer contravenções 
penais ou crimes cujas penas máximas em abstrato não 
ultrapassem 2 anos. 
▪ Competência para o julgamento do Juizado Especial Criminal 
(JECRIM). 
▪ Este procedimento está previsto na Lei 9.099/1995. 
▪ Suas diferenças ocorrem desde antes do surgimento da ação penal, 
pois, se o sujeito for preso em flagrante, será lavrado um termo 
circunstanciado. 
o Se logo após o crime comparecer imediatamente ao juizado 
e assinar termo de compromisso, informando que irá 
comparecer em audiência em data e local marcados, ao 
agente não será imposta prisão nem se exigirá fiança. 
▪ Na primeira audiência haverá, primeiramente, uma tentativa de 
conciliação que poderá ser de duas formas: 
I. Composição Civil: Acordo entre a vítima e o acusado, 
visando reparar o dano causado. 
 
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II. Transação Penal: Acordo entre o acusado e o MP, 
visando estabelecer pena alternativa. 
- Se o acusado cumprir o acordo, o MP deixará de 
propor ação penal. 
- Se o acusado não cumprir o acordo, a situação 
inicial retornará e o MP dará início a ação penal. 
▪ Caso a conciliação seja infrutífera, será oferecida a denúncia, de 
forma oral. 
▪ O número de testemunhas não está estipulado em lei, sendo 
adotado de modo geral até 5 testemunhas, e em casos mais 
complexos pode vir a ser aceito até 8 testemunhas. Algumas 
correntes defendem que por ser um procedimento mais célere, o 
número máximo deva ser de 3 testemunhas. 
▪ Oferecida a denúncia, será designada audiência de instrução e 
julgamento (audiência uma). A defesa oferecerá a defesa prévia, 
que será apreciada pelo juiz. 
o Caso o juiz rejeite a denúncia, caberá recurso de apelação, 
no prazo de 10 dias. 
o Caso o juiz aceite a denúncia, haverá a oitiva das 
testemunhas, interrogatório, debates orais (20 minutos, 
prorrogáveis por mais 10). Neste procedimento não há 
previsão legal para substituição dos debates por memoriais. 
▪ Dada a audiência, o juiz proferirá sentença condenatória ou 
absolutória, recorrível por apelação, no prazo de 10 dias, ou 
poderão ser oferecidos embargos de declaração no prazo de 5 dias. 
 
4) PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
▪ Os procedimentos ou ritos especiais são previstos em legislação 
especial (Lei de Drogas, por exemplo) ou em regras específicas no 
próprio Código de Processo Penal, como nos crimes falimentares ou de 
responsabilidade de funcionários públicos 
 
4.1. Procedimento/Rito Funcional 
 
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 Previsão nos artigos 513 ao 518, do CPP. 
 Responsáveis por apurar os crimes previstos nos artigos 312 ao 
326, do CPP. Aplicável também ao crime do art. 3, da Lei 
8.137/90. 
 Estrutura do Rito: 
I. Denúncia/Queixa (art. 513, CPP); 
II. Notificação; 
III. Defesa preliminar (art. 514, CPP); 
IV. Receber ou Rejeitar (art. 516, CPP); 
V. Citação; 
VI. Resposta; 
 Procedimento que se inicia através da petição inicial (denúncia 
ou queixa). A denúncia/queixa precisa lastrear a inicial com 
documentos que comprovem ou tragam indícios da suposta 
pratica do delito. 
o A jurisdição não atua de ofício > precisa de provocação. 
 Oferecida a denúncia ou queixa, o juiz notificará o 
funcionário denunciado, para apresentar uma defesa 
preliminar, com prazo de 15 dias. 
o Ocorre notificação para defesa, e não citação. 
o A defesa preliminar ocorre antes da existência do 
processo penal. 
 Somente após a defesa do acusado é que o juiz poderá receber 
ou recusar a denúncia/queixa. 
o O juiz poderá rejeitar a inicial caso a ação seja 
improcedente ou o crime inexistente (art. 516, CPP). 
 Caso o juiz receba a denúncia/queixa (inicial), a ação 
prosseguirá pelo rito comum ordinário. 
 Caso ocorra concurso de crimes, o rito comum ordinário será 
o aplicado > procedimento mais amplo. 
 
4.2. Procedimento/Rito da Lei de Drogas 
 Previsão na Lei 11.343/2006. 
 
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 O rito da lei de drogas será aplicado aos crimes previstos nesta 
lei, mas que não sejam de menor potencial ofensivo. 
o Se forem de menor potencial ofensivo, aplicar-se-á o 
procedimento sumaríssimo (JECRIM). 
 Estrutura do rito: 
I. Oferecimento da denúncia/queixa (art. 54); 
II. Notificação do acusado; 
III. Defesa preliminar, no prazo de 10 dias (art. 55); 
IV. Juiz poderá rejeitar a inicial (art. 395, CPP), receber ou 
absolver sumariamente (art. 397, CPP); 
V. Audiência (art. 56, §2); 
VI. Sentença. 
 O oferecimento da denúncia exige a elaboração de um laudo 
de constatação da droga, se houver apreensão. 
o Admite-se laudo provisório para oferecer denúncia, mas 
não para condenar. A condenação exige laudo elaborado 
por perito oficial (art. 50). 
- O laudo provisório é condição para lavratura do 
auto de prisão em flagrante, sob pena de 
ilegalidade da prisão. 
 Após a denúncia, o suspeito será notificado para apresentar 
sua defesa preliminar. 
 Na defesa prévia de drogas, o denunciado apresenta o rol de 
testemunhas (máximo de 5 testemunhas), sob pena de 
preclusão. 
 Após a defesa prévia, o juiz decide se recebe ou rejeita a 
denúncia. 
o Caso o juiz receba a inicial, a audiência será marcada. 
 Pela lei, o interrogatório é o primeiro ato da audiência, porém, 
o STF entendeu que é inconstitucional, devendo primeiramente 
o delator falar, e posteriormente, o delatado/réu, tornando o 
interrogatório do réu o último ato. 
 
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 Após a audiência (interrogatório, testemunhas, debates), o juiz 
irá proferir a sentença condenatória ou absolutória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
▪ Disposto no art. 5, XXXVIII, CF/88. 
▪ O júri julga os crimes dolosos contra a vida e os conexos (art. 74, §1, 
78, CPP). 
 
Observação: Latrocínio é competência do juiz singular (art. 603). 
 
2) ESTRUTURA DO RITO: 
1) Sumário (art. 406 ao 421, do CPP): Juízo de admissibilidade da 
acusação dolosa contra a vida. 
2) Mérito (judicium causae): Juiz e Jurados. 
 
3) DECISÕES DO JÚRI: 
a) Pronuncia (art. 413 do CPP): Decisão interlocutória 
 O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da 
materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria 
ou de participação. 
§ 1. A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da 
materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de 
autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo 
legal em que julgar incurso o acusado e especificar as 
circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. 
§ 2. Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança 
para a concessão ou manutenção da liberdade provisória. 
§ 3. O juizdecidirá, motivadamente, no caso de manutenção, 
revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de 
liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado 
solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição 
de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste 
Código. 
TRIBUNAL DO JURI 
 
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b) Impronuncia (art. 414, do CPP): Ausência de provas só faz coisa 
julgada formal. 
 Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de 
indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, 
fundamentadamente, impronunciará o acusado. 
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da 
punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se 
houver prova nova. 
 
c) Absolvição sumária (art. 415 CPP): Faz coisa julgada material. 
 O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: 
I – provada a inexistência do fato; 
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
III – o fato não constituir infração penal; 
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do 
crime. 
 
d) Desclassificação (art. 418 e 419, CPP): Emendatio Libelli > pode ser 
feito de oficio. 
 O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da 
acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. 
 Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da 
existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste 
Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao 
juiz que o seja. 
 
QUESTÕES: 
1) Maicon, na condução de veículo automotor, causou lesão corporal de 
natureza leve em Marta, desconhecida que dirigia outro automóvel, que 
inicialmente disse ter interesse em representar em face do autor dos fatos, 
diante da prática do crime do Art. 303, caput, do Código de Trânsito 
Brasileiro. Em audiência preliminar, com a presença de Maicon e Marta 
 
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PROCESSO PENAL 
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acompanhados por seus advogados e pelo Ministério Público, houve 
composição dos danos civis, reduzida a termo e homologada pelo juiz em 
sentença. No dia seguinte, Marta se arrepende, procura seu advogado e 
afirma não ter interesse na execução do acordo celebrado. 
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Marta deverá: 
A) interpor recurso de apelação da sentença que homologou a 
composição dos danos civis. 
B) esclarecer que o acordo homologado acarretou renúncia ao direito 
de representação. 
C) interpor recurso em sentido estrito da sentença que homologou 
composição dos danos civis. 
D) esclarecer que, sendo crime de ação penal de natureza pública, não 
caberia composição dos danos civis, mas sim transação penal, de modo 
que a sentença é nula. 
 
2) Luiz foi condenado, em primeira instância, pela prática de crime de 
homicídio qualificado em razão de recurso que dificultou a defesa da vítima. 
Durante seu interrogatório em Plenário, Luiz confessou a prática delitiva, mas 
disse que não houve recurso que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista 
que ele estava discutindo com ela quando da ação delitiva. Insatisfeito com 
o reconhecimento da qualificadora pelos jurados, já que, diferentemente do 
que ocorreu em relação à autoria, não haveria qualquer prova em relação 
àquela, o advogado apresentou, de 
imediato, recurso de apelação. Considerando apenas as informações 
narradas, o advogado de Luiz deverá buscar, em sede de recurso, 
A) o reconhecimento de nulidade, com consequente realização de nova 
sessão de julgamento. 
B) o reconhecimento de que a decisão dos jurados foi manifestamente 
contrária à prova dos autos em relação à qualificadora, com 
consequente realização de nova sessão de julgamento. 
C) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal de 2ª instância, com 
imediata readequação, pelo órgão, da pena aplicada pelo juízo do 
Tribunal do Júri. 
 
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D) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal de 2ª instância, com 
baixa dos autos, para que o juízo do Tribunal do Júri aplique nova pena. 
 
3) Durante audiência de instrução e julgamento em processo em que é 
imputada a José a prática de um crime de roubo majorado pelo concurso de 
agentes, Laís e Lívia, testemunhas de acusação, divergem em suas 
declarações. Laís garante que presenciou o crime e que dois eram os autores 
do delito; já Lívia também diz que estava presente, mas afirma que José 
estava sozinho quando o crime foi cometido. A vítima não foi localizada para 
prestar depoimento. Diante dessa situação, poderá o advogado de José 
requerer: 
A) a realização de contradita das testemunhas. 
B) a realização de acareação dastestemunhas. 
C) a instauração de incidente de falsidade. 
D) a suspensão do processo até a localização da vítima, para superar 
divergência. 
 
 
GABARITO 
1) B 2) B 3) B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Artigo 574 e seguintes, do CPP. 
Os recursos serão voluntários, excetuando-
se os seguintes casos, em que deverão ser 
interpostos, de ofício, pelo juiz: 
I - da sentença que conceder habeas 
corpus; 
II - da que absolver desde logo o réu 
com fundamento na existência de 
circunstância que exclua o crime ou 
isente o réu de pena, nos termos do 
art. 411. 
 
1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
▪ Prolongamento do processo originário. 
▪ O HC e a revisão criminal não são recursos e sim ações autônomas de 
impugnação. 
 
2) PRINCÍPIOS 
2.1. Proibição da Reformatio in Pejus (Art. 617 CPP) 
i. Direta incide para os tribunais 
ii. Indireta incide para juiz originário 
 O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao 
disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não 
podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu 
houver apelado da sentença. 
 Essa proibição não se aplica para o júri. 
 Em novo júri pelo mesmo processo o conselho de sentença deve 
ser totalmente renovado. 
 
 
RECURSOS 
 
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2.2. Reformatio in Mellius (Art. 50, CPP) 
 Possibilidade de melhorar a situação do réu. 
 No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a 
decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em 
motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, 
aproveitará aos outros. 
 
3) MODALIDADES: 
• Recurso em Sentindo Estrito - RESE (art. 581 CPP): Em regra vai 
atacar decisões interlocutórias. 
 Sentença que julga o HC vai ser impugnada por recurso em 
sentido estrito. 
 O RESE o ataca decisões de primeiro grau. 
 
Observação: Somente anulação, RESE, carta testemunhável e 
agravo em execução atacam decisões de 1º grau. 
 
• Recurso Ordinário Constitucional – ROC: Contra sentença que 
extingue ou que não extingue a punibilidade. 
 
• Agravo em Execução (art. 197 LEP): Qualquer decisão da VEC 
admite agravo da LEP, sem efeito suspensivo, o único que tem efeito 
suspensivo desinternação do inimputável (art. 179 LEP). 
 
• Execução Penal – Sumula 192, 439, 441, 471, 493, 520, 526 do 
STJ. 
 
3.1. Forma do Agravo e RESE 
 Interposição – 5 dias (art. 585 CPP e 700 STF) 
 Razões e

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