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XXXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL Professor Ivan Jezler 2 https://www.cursocejas.com.br/ INVESTIGAÇÃO CRIMINAL SISTEMAS DE INVESTIGAÇÃO: • Art. 4 – 23 CPP (Inquérito) • Lei 12830 / 2013 • Lei 12850/2013 • Art. 144 §1 e §4 CF – Segurança pública (polícia judiciária) Considerações iniciais – Polícia Judiciária (Art. 144 §1 e §4 CF) • No CPP, A polícia judiciaria não é uma instituição e sim uma função. No âmbito estadual será exercida pela Policia Civil e no âmbito federal será exercida pela Policia Federal. • No âmbito da união, a federal tem exclusividade para atuar como polícia judiciária. • A PF investiga todos os crimes federais, mas existem delitos estaduais que precisam de repressão uniforme e também serão investigados pela PF. Primeira etapa da persecução penal. Em regra, será o inquérito policial. 3 https://www.cursocejas.com.br/ INQUÉRITO POLICIAL CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO: I) O inquérito é dispensável (Arts.4º, §único, art.12, art.27, art.28, art.39, §5º, art.46, §1° e art.47 do CPP e art.58, §3, CF). Art. 69, Lei 9099/95; nas infrações de menor potencial ofensivo, o inquérito policial será substituído por um termo circunstanciado e o auto de prisão em flagrante será substituído por um termo de compromisso (Salvo na Lei Maria da Penha). Observação: Os tribunais superiores admitem investigação direta por parte do Ministério Público, com os mesmos critérios de legalidade existentes no inquérito policial. Ex.: Súmula 234, STJ- A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. - Art129, CF: Atribuições do Ministério Público II) Inquisitório - Nosso modelo de processo penal é acusatório. A natureza jurídica do inquérito é um procedimento administrativo. – O Inquérito Policial não é processo judicial ou administrativo, mas um procedimento administrativo, liderado pela autoridade policial, que tem por finalidade apurar a suposta prática de um crime e sua respectiva autoria para formar o convencimento do titular do direito da ação (em regra, o Ministério Público ou ofendido). O inquérito também serve como abrigo para imposição de medidas cautelares reais e pessoais (Art.13, CPP). 4 https://www.cursocejas.com.br/ • Art.26, CPP é inconstitucional. – • No inquérito não há obrigatoriedade na incidência do contraditório e da ampla defesa. É entendimento dos tribunais que a nulidade do inquérito não contamina a fase da ação penal. • Teoria dos frutos da árvore envenenada (Art. 157, CPP). • Art.155, CPP-Princípio do livre convencimento motivado. III) Sigilos - Art.20, CPP - Art.21, CPP. • Para a maioria doutrinária, esse artigo é inconstitucional. • Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. • O conteúdo de uma delação premiada só pode ser mantido em sigilo, até o recebimento da denúncia (Art.4 º ao 7º da Lei 12.850). IV) Indisponibilidade - Trata-se de procedimento indisponível (Art.17, CPP). • Não se admite arquivamento de ofício pelo Delegado. • O inquérito só pode ser arquivado mediante pedido de Ministério Público e autorização do Juiz, tratando-se assim de ato complexo. V) Oficiosidade - Art. 5, CPP • Regra: inquérito seja instaurado de ofício pelo Delegado. • Indiciamento - é o ato pelo qual o Delegado, fundamentadamente, torna o sujeito destinatário formal da investigação. (Art. 2º da Lei 12830) • Início do Inquérito (Ação Pública Incondicionada) -Ofício-Art.5, I, CPP - Requisição (Ministério Público, JuizArt.40, CPP) – 5 https://www.cursocejas.com.br/ • Requerimento do ofendido (Art.5, §2,CPP) -Notícia-Povo Atenção: Não se admite investigação com base apenas em denúncia anônima, salvo se a notícia for o próprio corpo do delito. VI) Duradouro - O inquérito é duradouro. CPP: • Prazo de conclusão de inquérito para preso (flagrante e preventiva) são de 10 dias. • Se estiver solto, o prazo será de 30 dias. • Lei 1.521: 10 dias • JUSTIÇA FEDERAL: Preso:15 dias/ Solto:30 dias • LEI DE DROGAS: Preso-30 dias/ Solto:90 dias. Admite prorrogação de prazo. 6 https://www.cursocejas.com.br/ ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO ➢ Quando não houver justa causa para ação penal. ➢ Tratando-se de crimes de ação pública, os autos do inquérito policial serão encaminhados ao Ministério Público que poderá solicitar diligências, denunciar ou requerer o arquivamento. O Juiz será o destinatário indireto do inquérito Policial. ➢ A vítima não pode recorrer do inquérito. ➢ Só faz coisa julgada formal. ➢ Quando o Juiz recebe essa proposta de arquivamento, ele atua como fiscal do Princípio da obrigatoriedade da ação penal pública. Se as condições da ação estiverem presentes, o Ministério Público é obrigado a oferecer denúncia. (Art. 28, CPP) ➢ No âmbito estadual, o Juiz irá caminhar os autos para o Procurador Geral de Justiça quando descordar do pedido de arquivamento. No âmbito Federal, o Juiz irá encaminhar para um colegiados de Procuradores Federais. ➢ Por analogia, o art. 28 também poderá ser invocado. Súmula 696 e Art.384, §1º. Sempre que o Ministério Público não exercer a pretensão acusatória ou não propor ao réu um benefício de sua atribuição, e o Juiz não concordar, ele invocará o art.28, CPP. PRAZO DE CONCLUSÃO DO INQUÉRITO: 1) Código Penal (CPP) • Preso Flagrante ou Prisão preventiva (10 dias) - IMPRORROGÁVEL • Solto 30 dias 2) Lei de Drogas • Preso 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias 7 https://www.cursocejas.com.br/ • Solto 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias 3) Prazo da Justiça federal • Preso – 15 dias, prorrogáveis por mais 15 dias • Solto 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias QUESTÕES: 1) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Um Delegado de Polícia, ao tomar conhecimento de um suposto crime de ação penal pública incondicionada, determina, de ofício, a instauração de inquérito policial. Após adotar diligência, verifica que, na realidade, a conduta investigada era atípica. O indiciado, então, pretende o arquivamento do inquérito e procura seu advogado para esclarecimentos, informando que deseja que o inquérito seja imediatamente arquivado. Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que a autoridade policial A) deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo a decisão de arquivamento por atipicidade coisa julgada material. B) não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas deverá encaminhar relatório final ao Poder Judiciário para arquivamento direto e imediato por parte do magistrado. C) deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o arquivamento, poderá proceder a novos atos de investigação, independentemente da existência de provas novas. D) poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promoção de arquivamento caberá ao Ministério Público, havendo coisa julgada em caso de homologação do arquivamento por atipicidade. 2) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase 8 https://www.cursocejas.com.br/ Maria, 15 anos de idade, comparece à Delegacia em janeiro de 2017, acompanhada de seu pai, e narra que João, 18 anos, mediante grave ameaça, teria constrangido-a a manter com ele conjunção carnal, demonstrando interesse, juntamente com seu representante, na responsabilização criminal do autor do fato. Instaurado inquérito policial para apurar ocrime de estupro, todas as testemunhas e João afirmaram que a relação foi consentida por Maria, razão pela qual, após promoção do Ministério Público pelo arquivamento por falta de justa causa, o juiz homologou o arquivamento com base no fundamento apresentado. Dois meses após o arquivamento, uma colega de classe de Maria a procura e diz que teve medo de contar antes a qualquer pessoa, mas em seu celular havia filmagem do ato sexual entre Maria e João, sendo que no vídeo ficava demonstrado o emprego de grave ameaça por parte deste. Maria, então, entrega o vídeo ao advogado da família. Considerando a situação narrada, o advogado de Maria A) nada poderá fazer sob o ponto de vista criminal, tendo em vista que a decisão de arquivamento fez coisa julgada material. B) poderá apresentar o vídeo ao Ministério Público, sendo possível o desarquivamento do inquérito ou oferecimento de denúncia por parte do Promotor de Justiça, em razão da existência de prova nova. C) nada poderá fazer sob o ponto de vista criminal, tendo em vista que, apesar de a decisão de arquivamento não ter feito coisa julgada material, o vídeo não poderá ser considerado prova nova, já que existia antes do arquivamento do inquérito. D) poderá iniciar, de imediato, ação penal privada subsidiária da pública em razão da omissão do Ministério Público no oferecimento de denúncia em momento anterior. 3) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 9 https://www.cursocejas.com.br/ Tiago, funcionário público, foi vítima de crime de difamação em razão de suas funções. Após Tiago narrar os fatos em sede policial e demonstrar interesse em ver o autor do fato responsabilizado, é instaurado inquérito policial para investigar a notícia de crime. Quando da elaboração do relatório conclusivo, a autoridade policial conclui pela prática delitiva da difamação, majorada por ser contra funcionário público em razão de suas funções, bem como identifica João como autor do delito. Tiago, então, procura seu advogado e informa a este as conclusões 1 (um) mês após os fatos. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Tiago, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, deverá esclarecer que: A) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia em face de João após representação do ofendido, mas Tiago não poderá optar por oferecer queixa-crime. B) caberá a Tiago, assistido por seu advogado, oferecer queixa-crime, não podendo o ofendido optar por oferecer representação para o Ministério Público apresentar denúncia. C) Tiago poderá optar por oferecer queixa-crime, assistido por advogado, ou oferecer representação ao Ministério Público, para que seja analisada a possibilidade de oferecimento de denúncia. D) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia, independentemente de representação do ofendido. 4) Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVI - Primeira Fase O inquérito policial pode ser definido como um procedimento investigatório prévio, cuja principal finalidade é a obtenção de indícios para que o titular da ação penal possa propô-la contra o suposto autor da infração penal. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. A) A exigência de indícios de autoria e materialidade para oferecimento de denúncia torna o inquérito policial um procedimento indispensável. 10 https://www.cursocejas.com.br/ B) O despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito policial é irrecorrível. C) O inquérito policial é inquisitivo, logo o defensor não poderá ter acesso aos elementos informativos que nele constem, ainda que já documentados. D) A autoridade policial, ainda que convencida da inexistência do crime, não poderá mandar arquivar os autos do inquérito já instaurado. GABARITO 1) D 2) B 3) C 4) D 11 https://www.cursocejas.com.br/ AÇÃO PENAL 1) Introdução • Art. 24 ao 62 do CPP • Art. 5, LIX, CF • Art. 63 ao 68 do CPP – Ação Civil Ex Delito • Desde 2008 o próprio juiz criminal pode fixar uma verba mínima para reparar os danos causados pelo crime (Art. 63, parágrafo único e Art. 387, IV, CPP) • Art. 65 e 66 CPP – As decisões do crime que fazem coisa julgada no cível, as excludentes de ilicitude comprovadas e a inexistência do fato • Art. 67 e 68 CPP 2) Classificação subjetiva • Legitimidade ativa • Ação penal incondicionada – Improrrogável • Ação Penal Pública Condicionada – Representação, Requisição do Ministro da Justiça I. A REPRESENTAÇÃO • Peça informal, se for realizada por advogado vai exigir poderes especiais, o objeto da representação tem eficácia objetiva, retratável até o oferecimento da denúncia (art. 25, CPP), a requisição do MJ não é O direito constitucional de provocar o estado juiz pedindo a aplicação da lei em um caso concreto, direito abstrato. 12 https://www.cursocejas.com.br/ retratável, na Lei Maria da Penha pode se retratar até o recebimento da denúncia (art 16, Lei 11340/2006) em uma audiência específica. • A representação tem um prazo decadencial de 6 meses a partir do conhecimento do fato (Art. 38 CPP). • Prazo de alegações finais, recursos são processuais (Art. 798, § 1 e 3 CPP), sumula 310 e 710 STF. • Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. o § 1. Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. o § 3. O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar- se-á prorrogado até o dia útil imediato. • Tempos regit actum – Alei processual pura, homogênea, integra se aplica de imediato, sem prejuízo dos atos praticados antes da sua vigência (Art. 2° CPP) o Art. 2. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. II. Requisição Do MJ – (Art. 7, § 3, ‘b’ CP) e (Art. 141, 145, CP) • Iniciativa privada – Ofendida – Queixa CRIME (Art. 41, 44, CPP) a) Comum (Art. 30, 31, CPP) – Cabe representação legal e sucessão – Prazo de 6 meses a partir do conhecimento da autoria do fato – Observação: A queixa crime exige procuração com poderes especiais e menção ao fato delituoso. Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 13 https://www.cursocejas.com.br/ Injuria racial – Condicionada Racismo – Incondicionada Injúria real – Pública – Incondicionada ou condicionada ( Sumula 714 STF) Súmula 714 É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. (pública condicionada e privada- legitimidade concorrente) Sumula 594 - Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal. b) Subsidiária (Art. 29 CPP) - Possibilidade da vítima oferecer uma queixa em crime de ação pública quando houver inercia ministerial, se houver queixa subsidiária o MP deve intervir em todos os termos da ação sob pena de nulidade, será um assistente Litisconsorcial Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornece elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligênciado querelante, retomar a ação como parte principal. c) Personalíssima (Art. 236 CP) Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 14 https://www.cursocejas.com.br/ Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. PRINCÍPIOS QUE REGEM A AÇÃO PENAL Privada Pública • Discricionária/Oportuna; • Disponível – perdão; • Indivisível (art. 48, 49 e 106 do CPP) • Obrigatória; • Indisponível (art. 42 e 572 do CPP); • Divisível • Decadência – Art. 38 CPP • Renúncia – Expressa ou Tácita • A composição civil entre autor e vítima equivale a renuncia ao direito de queixa ou retratação da representação. • Transação penal só cabe em ação pública e crime de menor potencial, até 2 anos, o sujeito não pode ter tido o mesmo benefício no prazo de 5 anos ou reincidente, não se trata de uma sentença condenatória, não tem qualquer efeito penal e não faz coisa julgada. o Sumula vinculante 35 STF o Princípio da intranscendência se aplica as duas hipóteses (pública e privada) – Só pode promover ação contra o sujeito que foi o autor do delito (dolo ou culpa) - Não se admite responsabilidade objetiva. 15 https://www.cursocejas.com.br/ COMPETÊNCIA CRITÉRIOS: I) Ratione Personae • Um dos critérios determinadores da competência estabelecidos em nosso • Código de Processo Penal é exatamente o da prerrogativa de função - Sumula 451 STF. • A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional. • Para o STF, só existe prerrogativa de função após a diplomação e com nexo funcional (Deputados). • Súmulas: STF, 702, 704 e 721 (Súmula Vinculante 45). II) Ratione Material Justiça Penal: a) Especial Militar e Eleitoral b) Comum (Federal e Estadual Observações: os crimes contra a organização do trabalho serão de competência federal apenas quando violar o interesse de trabalhadores coletivamente considerados ou instituições trabalhistas. Esse entendimento é dos tribunais, para a Constituição Federal esse entendimento não vale. (Art. 109, V, CF e Art. 197 – 207 CP) A Justiça Militar só julga crimes militares. Art79, CPP e Súmula 90 STJ. 16 https://www.cursocejas.com.br/ Crimes dolosos contra a vida praticados por Militar contra civis, serão de competência do Tribunal de Júri. Súmula 122, STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, “a”, do Código de Processo Penal. A competência da justiça estadual é residual Determinação de competência em casos de conexão e continência (Art.78, CPP) Conexão: dois os mais crimes ligados entre si por algum elemento Continência: único delito. Art.76 e Art. 77 CPP. Art.109, CF - Competência da justiça federal. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o 17 https://www.cursocejas.com.br/ resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; V- as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; XI - a disputa sobre direitos indígenas. III) Ratione Loci • Lugar de consumação do crime (art.70, CPP) o Atenção: O STJ entende que os crimes contra a vida a competência territorial podem ser modificados para atender interesses probatórios. • Domicílio do réu (Art.72, 73 e 78 do CPPP) 18 https://www.cursocejas.com.br/ • Prevenção (Art. 71, CPP e Súmula 706, STF) QUESTÕES: 1) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase Jucilei foi preso em flagrante quando praticava crime de estelionato (Art. 171 do CP), em desfavor da Petrobras, sociedade de economia mista federal. De acordo com os elementos informativos, a fraude teria sido realizada na cidade de Angra dos Reis, enquanto a obtenção da vantagem ilícita ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, sendo Jucilei preso logo em seguida, mas já na cidade de Niterói. Ainda em sede policial, Jucilei entrou em contato com seu(sua) advogado(a), que compareceu à Delegacia para acompanhar seu cliente, que seria imediatamente encaminhado para a realização de audiência de custódia perante autoridade judicial. Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) deverá esclarecer ao seu cliente que será competente para processamento e julgamento de eventual ação penal pela prática do crime do Art. 171 do Código Penal, o juízo junto à A) Vara Criminal Estadual da Comarca do Rio de Janeiro. B) Vara Criminal Estadual da Comarca de Angra dos Reis. C) Vara Criminal Federal com competência sobre a cidade do Rio de Janeiro. D) Vara Criminal Federal com competência sobre a cidade de Angra dos Reis. 2) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase Gabriel, nascido em 31 de maio 1999, filho de Eliete, demonstrava sua irritação em razão do tratamento conferido por Jorge, namorado de sua mãe, para com 19 https://www.cursocejas.com.br/ esta. Insatisfeito, Jorge, no dia 1º de maio de 2017, profere injúria verbal contra Gabriel. Após a vítima contar para sua mãe sobre a ofensa sofrida, Eliete comparece, em 27 de maio de 2017, em sede policial e, na condição de representante do seu filho, renuncia ao direito de queixa. No dia 02 de agosto de 2017, porém, Gabriel, contra a vontade da mãe, procura auxílio de advogado, informando que tem interesse em ver Jorge responsabilizado criminalmente pela ofensa realizada. Diante da situação narrada, o(a) advogado(a) de Gabriel deverá esclarecer que A) Jorge não poderá ser responsabilizado criminalmente, em razão da renúncia do representante legal do ofendido, sem prejuízo de indenização no âmbito cível. B) poderáser proposta queixa-crime em face de Jorge, mas, para que o patrono assim atue, precisa de procuração com poderes especiais. C) Jorge não poderá ser responsabilizado criminalmente em razão da decadência, tendo em vista que ultrapassados três meses desde o conhecimento da autoria. D) poderá ser proposta queixa-crime em face de Jorge, pois, de acordo com o Código de Processo Penal, ao representante legal é vedado renunciar ao direito de queixa. 3) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Maria recebe ligação de duas delegacias diferentes, informando a prisão em flagrante de seus dois filhos. Após contatar seu advogado, Maria foi informada de que Caio, seu filho mais velho, praticou, em Niterói, um crime de lesão corporal grave consumado, mas somente veio a ser preso no Rio de Janeiro. Soube, ainda, que Bruno, seu filho mais novo, foi preso por praticar um crime de roubo simples (pena: 04 a 10 anos de reclusão e multa) em Niterói e um crime de extorsão majorada (pena: 04 a 10 anos de reclusão, aumentada de 1/3 a 1/2, e multa) em São Gonçalo, sendo certo que a prova do roubo influenciaria na 20 https://www.cursocejas.com.br/ prova da extorsão, já que o carro subtraído no roubo foi utilizado quando da prática do segundo delito. Considerando apenas as informações constantes do enunciado, o advogado de Maria deverá esclarecer que o(s) juízo(s) competente(s) para julgar Caio e Bruno será(ão): A) Niterói, nos dois casos, sendo que, entre os crimes de roubo e extorsão, há, de acordo com o Código de Processo Penal, continência. B) Niterói, nos dois casos, sendo que, entre os crimes de roubo e extorsão, há, de acordo com o Código de Processo Penal, conexão. C) Rio de Janeiro e São Gonçalo, respectivamente, sendo que, entre os crimes de roubo e extorsão, há, de acordo com o Código de Processo Penal, continência. D) Niterói e São Gonçalo, respectivamente, sendo que, entre os crimes de roubo e extorsão, há, de acordo com o Código de Processo Penal, conexão. 4) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase Tiago, funcionário público, foi vítima de crime de difamação em razão de suas funções. Após Tiago narrar os fatos em sede policial e demonstrar interesse em ver o autor do fato responsabilizado, é instaurado inquérito policial para investigar a notícia de crime. Quando da elaboração do relatório conclusivo, a autoridade policial conclui pela prática delitiva da difamação, majorada por ser contra funcionário público em razão de suas funções, bem como identifica João como autor do delito. Tiago, então, procura seu advogado e informa a este as conclusões 1 (um) mês após os fatos. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Tiago, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, deverá esclarecer que A) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia em face de João após representação do ofendido, mas Tiago não poderá optar por oferecer queixa-crime. 21 https://www.cursocejas.com.br/ B) caberá a Tiago, assistido por seu advogado, oferecer queixa-crime, não podendo o ofendido optar por oferecer representação para o Ministério Público apresentar denúncia. C) Tiago poderá optar por oferecer queixa-crime, assistido por advogado, ou oferecer representação ao Ministério Público, para que seja analisada a possibilidade de oferecimento de denúncia. D) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia, independentemente de representação do ofendido. 5) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase Na cidade de Angra dos Reis, Sérgio encontra um documento adulterado (logo, falso), que, originariamente, fora expedido por órgão estadual. Valendo-se de tal documento, comparece a uma agência da Caixa Econômica Federal localizada na cidade do Rio de Janeiro e apresenta o documento falso ao gerente do estabelecimento. Desconfiando da veracidade da documentação, o gerente do estabelecimento bancário chama a Polícia, e Sérgio é preso em flagrante, sendo denunciado pela prática do crime de uso de documento falso (Art. 304 do Código Penal) perante uma das Varas Criminais da Justiça Estadual da cidade do Rio de Janeiro. Considerando as informações narradas, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o advogado de Sérgio deverá A) alegar a incompetência, pois a Justiça Federal será competente, devendo ser considerada a cidade de Angra dos Reis para definir o critério territorial. B) alegar a incompetência, pois a Justiça Federal será competente, devendo ser considerada a cidade do Rio de Janeiro para definir o critério territorial. C) alegar a incompetência, pois, apesar de a Justiça Estadual ser competente, deverá ser considerada a cidade de Angra dos Reis para definir o critério territorial. 22 https://www.cursocejas.com.br/ D) reconhecer a competência do juízo perante o qual foi apresentada a denúncia. GABARITO 1) A 2) B 3) D 4) C 5) B 23 https://www.cursocejas.com.br/ PRISÃO CAUTELAR MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS: Introdução (Art. 12403/2011) • Alterou do Art. 282 ao 350 do CPP – Mais benéfico para o réu. • O Art. 282 do CPC consagrou o princípio da proporcionalidade nas cautelares • O Art. 283 causou o princípio da presunção de inocência Efeitos da presunção de inocência • Ônus da prova todo da acusação • Prisão cautelar - Toda privação de liberdade anterior ao trânsito em julgado de uma sentença condenatória à luz do Princípio da presunção de inocência Observações: o STF e o STJ admitem a possibilidade de execução antecipada da pena, quando exaurida a segunda instância. o O STF não admite a execução provisória de pena restritiva de direito (Art.44, CP). o Súmula 716: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. o Súmula 717: Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial. 24 https://www.cursocejas.com.br/ o Essas sumulas sempre admitiram a execução provisória dos benefícios penais, quando a sentença condenatória transita em julgado para a acusação. MODALIDADES DA PRISÃO I) Flagrante • Pré-cautelar e não exige ordem judicial, dura no máximo 48h • Audiência de custódia – verificar a legalidade e a necessidade de prisão Tipos: a) Flagrante obrigatório e facultativo - Art. 301, CPP Art. 301 CTB - Quando o sujeito presta assistência à vítima, não caberá flagrante. Art. 53, §2, CF§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. b) Flagrante Próprio (Art. 302, I e II) – Preso na cena do fato. Art. 303 CPP - Os crimes permanentes a prisão em flagrante pode se da enquanto não cessar a permanência. Os tribunais têm entendido que o ingresso no domicilio alheio sem ordem judicial exige justa causa, mesmo nos crimes permanentes como o tráfico de drogas e posse de arma de fogo. A busca e a apreensão exigem ordem judicial fundamentada (Art. 24 e seguintes do CPP) c) Flagrante Impróprio – Perseguição após a prática do delito (Art.302, III) 25 https://www.cursocejas.com.br/ Não se admite prisão em flagrante como fruto de uma apresentação espontânea. d) Flagrante Presumido (ficto) - O sujeito é encontrado logo depois (Art.302, IV).e) Flagrante Esperado ou Incidental - É válido Serendipidade - Encontro fortuito de provas. f) Flagrante Provocado - É inválido. Segundo a Súmula 145 do STF, não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. g) Flagrante Diferido - A Polícia protela a situação de flagrante para prender o sujeito no melhor momento probatório, com o maior número de evidências. h) Flagrante Forjado. Forma do Flagrante ➢ Art. 304, CPP ➢ Art. 69 Lei 9099/95 - Nas infrações de menor potencial o APF será substituído pelo termo de compromisso de comparecer ao AGECRIM. O APF deve ser encaminhado ao juiz em até 24h, e informado a família, ministério público e defensoria pública ➢ Art. 306 CPP, ➢ Art. 5, LXII, CF II) Temporária (Lei 7960/89) ➢ Só cabe na fase investigatória ➢ Não pode ser decretada de oficio 26 https://www.cursocejas.com.br/ ➢ Recebida a denúncia, está encerrada a possibilidade de prisão temporária. ➢ Prazo: Crime comum - 5 dias - prorrogável por mais 5 dias Crime hediondo - 30 dias - prorrogável por mais 30 dias / Art. 2, § 4, 8072/90. ➢ Requisitos: (Art. 1, I e II, Lei 7960/90) Art. 1° Caberá prisão temporária: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; LIBERDADE PROVISÓRIA ➢ Só se concede liberdade provisória, se não estiverem previstas as hipóteses de prisão cautelar, podendo ser com fiança ou sem fiança. ➢ Todos os crimes admitem liberdade provisória sem fiança: Crimes Inafiançáveis (Art. 5º, XLII-XLIV, CF): Racismo, Ação de grupos armados contra o estado de direito e Crimes hediondos e equiparados a hediondos (Tráfico, Tortura e Terrorismo). ➢ Art. 310 CPP – Excludente de ilicitude: Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. ➢ Preventiva – Art. 311 ao 316 do CPP e 317 e 318 CPP Pode ser consequência do flagrante: o Exige ordem judicial (art. 15 do CPP) se for na fase da ação o juiz pode impor de oficio (311 CPP) na fase do inquérito é necessário deve haver 27 https://www.cursocejas.com.br/ um requerimento do MP/Assistente, do Querelante, delegado. Na lei Maria da Penha pode se impor prisão de oficio em qualquer fase. Hipóteses de cabimento da Prisão Preventiva (Art. 313, CPP): • Crime culposo não admite prisão preventiva. • Regra geral da prisão preventiva: CRIME DOLOSO COM PENA SUPERIOR À 4 ANOS. • Em casos de reincidência em crimes dolosos, ainda que a pena máxima não seja 4 anos, caberá preventiva. • É possível quando a prisão for necessária para assegurar as medidas protetivas em favor da mulher, criança, idoso. Observação: O STJ admite a impetração de HC para atacar medidas protetivas da Lei Maria da Penha por conta do risco de prisão. • Admite-se a preventiva quando o sujeito não tiver identificação civil para identificação criminal. Ao identificar o sujeito deverá ser revogada a sua prisão. Requisitos da prisão preventiva (Art. 312 CPP): ➢ Justa causa: indícios suficientes d autoria e materialidade. ➢ Prisão deve ser necessária, (periculum libertatis) - Garantir a ordem pública, conveniência para instrução criminal e prisão preventiva para assegurar a futura aplicação da lei penal. ➢ O réu tem direito a não comparecer na instrução criminal e o exercício desse direito não pode acarretar em prisão privativa. QUESTÕES: 1) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 28 https://www.cursocejas.com.br/ Após ser instaurado inquérito policial para apurar a prática de um crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor (Art. 303 da Lei nº 9.503/97 – pena: detenção de seis meses a dois anos), foi identificado que o autor dos fatos seria Carlos, que, em sua Folha de Antecedentes Criminais, possuía três anotações referentes a condenações, com trânsito em julgado, pela prática da mesma infração penal, todas aptas a configurar reincidência quando da prática do delito ora investigado. Encaminhados os autos ao Ministério Público, foi oferecida denúncia em face de Carlos pelo crime antes investigado; diante da reincidência específica do denunciado civilmente identificado, foi requerida a decretação da prisão preventiva. Recebidos os autos, o juiz competente decretou a prisão preventiva, reiterando a reincidência de Carlos e destacando que essa circunstância faria com que todos os requisitos legais estivessem preenchidos. Ao ser intimado da decisão, o(a) advogado(a) de Carlos deverá requerer A) a liberdade provisória dele, ainda que com aplicação das medidas cautelares alternativas. B) o relaxamento da prisão dele, tendo em vista que a prisão, em que pese ser legal, é desnecessária. C) a revogação da prisão dele, tendo em vista que, em que pese ser legal, é desnecessária. D) o relaxamento da prisão dele, pois ela é ilegal. 2) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Durante as investigações de um crime de associação criminosa (Art. 288 do CP), a autoridade policial representa pela decretação da prisão temporária do indiciado Jorge, tendo em vista que a medida seria imprescindível para a continuidade das investigações. Os autos são encaminhados ao Ministério Público, que se manifesta favoravelmente à representação da autoridade policial, mas deixa de requerer expressamente, por conta própria, a decretação da 29 https://www.cursocejas.com.br/ prisão temporária. Por sua vez, o magistrado, ao receber o procedimento decretou a prisão temporária pelo prazo de 10 dias, ressaltando que a lei admite a prorrogação do prazo de 05 dias por igual período. Fez o magistrado constar, ainda, que Jorge não poderia permanecer acautelado junto com outros detentos que estavam presos em razão de preventivas decretadas. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Jorge, ao ser constituído, deverá alegar que A) o prazo fixado para a prisão temporária de Jorge é ilegal. B) a decisão do magistrado de determinar que Jorge ficasse separado dos demais detentos é ilegal. C) a prisão temporária decretada é ilegal, tendo em vista que a associação criminosa não está prevista no rol dos crimes hediondos e nem naquele que admite a decretação dessa espécie de prisão. D) a decretação da prisão foi ilegal, pelo fato de ter sido decretada de ofício, já que não houve requerimento do Ministério Público. 3) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase No dia 15 de maio de 2017, Caio, pai de um adolescente de 14 anos, conduzia um veículo automotor, em via pública, às 14h, quando foi solicitada sua parada em uma blitz. Após consultar a placa do automóvel, os policiais constataram que o veículo era produto de crime de roubo ocorrido no dia 13 de maio de 2017, às 09h. Diante da suposta prática do crime de receptação, realizaram a prisão e encaminharam Caio para a Delegacia. Em sede policial, a vítima do crime de roubo foi convidada a comparecer e, em observância a todas as formalidades legais, reconheceu Caio como o autor do crime que sofrera. A autoridade policial lavrou auto de prisão em flagrante pelo crime de roubo em detrimento de receptação. O Ministério Público, em audiência de custódia, manifesta-se pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, valorizando o fatode Caio ser reincidente, conforme confirmação constante de sua Folha de Antecedentes 30 https://www.cursocejas.com.br/ Criminais. Quando de sua manifestação, o advogado de Caio, sob o ponto de vista técnico, deverá requerer A) liberdade provisória, pois, apesar da prisão em flagrante ser legal, não estão presentes os pressupostos para prisão preventiva. B) relaxamento da prisão, em razão da ausência de situação de flagrante. C) revogação da prisão preventiva, pois a prisão em flagrante pelo crime de roubo foi ilegal. D) substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, pois Caio é responsável pelos cuidados de adolescente de 14 anos. 4) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase Paulo foi preso em flagrante pela prática do crime de corrupção, sendo encaminhado para a Delegacia. Ao tomar conhecimento dos fatos, a mãe de Paulo entra, de imediato, em contato com o advogado, solicitando esclarecimentos e pedindo auxílio para seu filho. De acordo com a situação apresentada, com base na jurisprudência dos Tribunais Superiores, deverá o advogado esclarecer que A) diante do caráter inquisivo do inquérito policial, Paulo não poderá ser assistido pelo advogado na delegacia. B) a presença da defesa técnica, quando da lavratura do auto de prisão em flagrante, é sempre imprescindível, de modo que, caso não esteja presente, todo o procedimento será considerado nulo. C) decretado o sigilo do procedimento, o advogado não poderá ter acesso aos elementos informativos nele constantes, ainda que já documentados no procedimento. D) a Paulo deve ser garantida, na delegacia, a possibilidade de assistência de advogado, de modo que existe uma faculdade na contratação de seus serviços para acompanhamento do procedimento em sede policial. 31 https://www.cursocejas.com.br/ 5) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase Douglas responde a ação penal, na condição de preso cautelar, pela prática do crime de furto qualificado, sendo ele triplamente reincidente específico. No curso do processo, foi constatado por peritos que Douglas seria semi-imputável e que haveria risco de reiteração. O magistrado em atuação, de ofício, revoga a prisão preventiva de Douglas, entendendo que não persistem os motivos que justificaram essa medida mais grave, aplicando, porém, a medida cautelar de internação provisória, com base no Art. 319 do Código de Processo Penal. Diante da situação narrada, o advogado de Douglas poderá requerer o afastamento da cautelar aplicada, em razão: A) da não previsão legal da cautelar de internação provisória, sendo certo que tais medidas estão sujeitas ao princípio da taxatividade. B) de somente ser cabível a cautelar quando os peritos concluírem pela inimputabilidade, mas não pela semi-imputabilidade. C) de o crime imputado não ter sido praticado com violência ou grave ameaça à pessoa. D) de não ser cabível, na hipótese, a aplicação de medida cautelar de ofício, sem requerimento pretérito do Ministério Público. GABARITO 1) D 2) A 3) B 4) D 5) C 32 https://www.cursocejas.com.br/ PROCEDIMENTOS 1) Introdução: Procedimento é a forma do processo penal e forma é garantia para o réu. Sofreu alterações em 2008 - - A lei 11689 alterou o tema júri - A lei 11690 alterou o tema prova - A lei 11719 alterou o rito comum Nulidade: inobservância da forma prevista em lei para a prática de determinado ato. (Art. 563 ao 573 CPP) 2) Modalidades de procedimentos: a) Especial – CPP Art.513 a 518, CPP - Funcionário Público Art. 406 a 497, CPP - Júri Lei 11343/06 b) Comum: Ordinário 4 anos ou mais Sumário - 2-4anos (Art. 531 ao 538 CPP) Sumaríssimo - 2 anos (Lei 9099/95) Ordinário - Se inicia com a petição inicial Observações: • Art. 72 lei 9099/95 No GECRIM antes do oferecimento oral vai existir uma audiência preliminar sob pena de nulidade. • Depois da denúncia/queixa o Juiz aceita ou rejeita. • Contra o recebimento da inicial não cabe recurso (Art. 396 CPP) mas cabe HC para anular o recebimento, HC para trancar o processo penal. • Para o STJ, o recebimento da denúncia acontece na fase do art.396 do CPP. Para os Tribunais esse recebimento não exige uma 33 https://www.cursocejas.com.br/ fundamentação aprofundada, não cabendo recurso contra o recebimento. Apenas em caso de rejeição. • O recebimento da inicial interrompe a prescrição. • Cabe RESE contra a rejeição. O STJ entende que também cabe esse RESE contra a rejeição do aditamento. • Se for rejeitado no GECRIM cabe apelação Hipóteses de rejeição da inicial:( Art. 395, CPP) I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Observações: o Sempre será causa de nulidade a ausência de razões ou contrarrazões do imputado no processo penal. o Não se admite uma petição inicial genérica que não individualize o fato com todas as circunstâncias. ➢ Após o recebimento ocorre a citação (Art. 351 e seguintes do CPP) ➢ Citação pode ser real (mandado, carta precatória ou rogatória) ou ficta (hora certa ou por edital). o Apenas a rogatória suspende a prescrição o Sumula 351 STF – nulidade de citação de réu preso o Hora certa (Art. 362 CPP) - se dá quando o réu se esconde para não ser citado- juiz nomeia a defensoria pública o Edital – Quando o sujeito está em local desconhecido (No JECRIM não existe citação editalícia) 34 https://www.cursocejas.com.br/ Observações: No art. 366 do CPP - o juiz pode decretar a preventiva e a produção antecipada de prova urgente mas sempre de maneira fundamentada. A revelia é um direito do réu, se o réu for citado pessoalmente e não se defender o juiz nomeia um defensor para fazê-lo (Sumula 523 STF). RESPOSTA A ACUSAÇÃO (ART. 396 C/C 396-A DO CPP) ▪ Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. o Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). ▪ Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. As testemunhas referidas, declarantes e as inqueridas de ofício pelo juiz ( Art 206, 207 e 208 CPP) ▪ Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão, o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. 35 https://www.cursocejas.com.br/ ▪ Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. ▪ Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206. Absolvição Sumária: o Absolver antes da audiência de instrução, julgamento antecipado da LIDE, cabe apelação (Art. 593,I, CPP), ocorre quando uma certeza acerca da existência de uma excludente. Audiência de Instrução: • No rito de organizações criminosas - 120 dias (Art. 23, 12850/ 2013) • Júri – 90 dias (1° fase 412 CPP) • Ordinário – 60 dias (Art. 400 CPP) • Sumário – 30 dias (Art. 53 CPP) Interrogatório Art. 185 § 2 CPP § 2. Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: Debates (Art. 403, §3, CPP) Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, 36 https://www.cursocejas.com.br/ prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. § 3. O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. Sentença (Art. 381 ao 392 do CPP): Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. 37 https://www.cursocejas.com.br/ JURI Considerações – (Art. 5, XXXVIII, CF): O júri julga os crimes dolosos contra a vida e os conexos (art. 74, §1, 78 CPP) Observação: Latrocínio é competência do juiz singular (Art. 603 STF), o júri não julga também (dolo + culpa). Estrutura do RITO: 1) Sumário (Art. 406 ao 421 do CPP) – Juízo de admissibilidade da acusação dolosa contra a vida. 2) Mérito (judicium causae) – Juiz e Jurados. Decisões do Júri: a) Pronuncia (Art. 413 do CPP) – Decisão interlocutória Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. § 1. A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. § 2. Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória. § 3. O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de 38 https://www.cursocejas.com.br/ quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. b) Impronuncia – (Art. 414 do CPP) Ausência de provas, só faz coisa julgada formal Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova. c) Absolvição sumária (Art. 415 CPP) - Faz coisa julgada material Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: I – provada a inexistência do fato; II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; III – o fato não constituir infração penal; IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. d) Desclassificação (Art. 418 CPP e 419 CPP) - Emendatio Libelli, podendo ser feito de oficio. Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. 39 https://www.cursocejas.com.br/ QUESTÕES: 1) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase Maicon, na condução de veículo automotor, causou lesão corporal de natureza leve em Marta, desconhecida que dirigia outro automóvel, que inicialmente disse ter interesse em representar em face do autor dos fatos, diante da prática do crime do Art. 303, caput, do Código de Trânsito Brasileiro. Em audiência preliminar, com a presença de Maicon e Marta acompanhados por seus advogados e pelo Ministério Público, houve composição dos danos civis, reduzida a termo e homologada pelo juiz em sentença. No dia seguinte, Marta se arrepende, procura seu advogado e afirma não ter interesse na execução do acordo celebrado. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Marta deverá: A) interpor recurso de apelação da sentença que homologou a composição dos danos civis. B) esclarecer que o acordo homologado acarretou renúncia ao direito de representação. C) interpor recurso em sentido estrito da sentença que homologou composição dos danos civis. D) esclarecer que, sendo crime de ação penal de natureza pública, não caberia composição dos danos civis, mas sim transação penal, de modo que a sentença é nula. 2) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase Luiz foi condenado, em primeira instância, pela prática de crime de homicídio qualificado em razão de recurso que dificultou a defesa da vítima. Durante seu interrogatório em Plenário, Luiz confessou a prática delitiva, mas disse que não houve recurso que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista que ele estava 40 https://www.cursocejas.com.br/ discutindo com ela quando da ação delitiva. Insatisfeito com o reconhecimento da qualificadora pelos jurados, já que, diferentemente do que ocorreu em relação à autoria, não haveria qualquer prova em relação àquela, o advogado apresentou, de imediato, recurso de apelação. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Luiz deverá buscar, em sede de recurso, A) o reconhecimento de nulidade, com consequente realização de nova sessão de julgamento. B) o reconhecimento de que a decisão dos jurados foi manifestamente contrária à prova dos autos em relação à qualificadora, com consequente realização de nova sessão de julgamento. C) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal de 2ª instância, com imediata readequação, pelo órgão, da pena aplicada pelo juízo do Tribunal do Júri. D) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal de 2ª instância, com baixa dos autos, para que o juízo do Tribunal do Júri aplique nova pena. 3) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase Durante audiência de instrução e julgamento em processo em que é imputada a José a prática de um crime de roubo majorado pelo concurso de agentes, Laís e Lívia, testemunhas de acusação, divergem em suas declarações. Laís garante que presenciou o crime e que dois eram os autores do delito; já Lívia também diz que estava presente, mas afirma que José estava sozinho quando o crime foi cometido. A vítima não foi localizada para prestar depoimento. Diante dessa situação, poderá o advogado de José requerer: A) a realização de contradita das testemunhas. B) a realização de acareação dastestemunhas. C) a instauração de incidente de falsidade. 41 https://www.cursocejas.com.br/ D) a suspensão do processo até a localização da vítima, para superar divergência.GABARITO 1) B 2) B 3) B 42 https://www.cursocejas.com.br/ RECURSOS (ART 574 E SEGUINTES DO CPP) Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: I - da sentença que conceder habeas corpus; II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411. 1) Considerações Iniciais • Prolongamento do processo originário. • O HC e a revisão criminal não são recursos e sim ações autônomas de impugnação. 2) Princípios 2.1. Proibição da Reformatio in Pejus (Art. 617 CPP) a) Direta incide para os tribunais b) Indireta incide para juiz originário Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença. Essa proibição não se aplica para o júri. Em novo júri pelo mesmo processo o conselho de sentença deve ser totalmente renovado. 2.2. Reformatio in Mellius (Art. 50, CPP) – Possibilidade de melhorar a situação do réu. 43 https://www.cursocejas.com.br/ Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. 3) Modalidades: • Rese (Art. 581 CPP) – Em regra vai atacar decisões interlocutórias. Sentença que julga o HC vai ser impugnada por recurso em sentido estrito. O Reses o ataca decisões de primeiro grau. Obs: Só quem ataca decisões de primeiro grau – Anulação, Rese, Carta testemunhável e agravo em execução. • Roc Contra sentença que extingue a punibilidade e que não extingue a punibilidade • O Agravo em execução (Art. 197 LEP) Qualquer decisão da VEC admite agravo da LEP, sem efeito suspensivo, o único que tem efeito suspensivo desinternação do inimputável (Art. 179 LEP). • Execução Penal – Sumula 192, 439, 441, 471, 493, 520, 526 do STJ • Forma do agravo e Rese Interposição – 5 dias (Art. 585 CPP e 700 STF) Razões e contrarrazões (2 dias) 44 https://www.cursocejas.com.br/ Apelação Carta Embargos • Só ataca decisão em 1º grau; • Interposição em 5 dias; • Razões e Contrarrazões em 8 dias; • Súmulas 705 e 708 do STF; • A renuncia ao direito de apelar deve ser fruto da vontade mutua do réu e do seu defensor. • Serve para destrancar o RESE, e o RESE serve para destrancar a Apelação; • 1º grau; • Art. 639 do CPP; • 48h – Escrivão. • Declaração – art. 382 e 383 da Lei 9099/95, e o art. 619 do CPP; • Infrigentes e Nulidade (Art. 609 §1, CPP) – 10 dias. 45 https://www.cursocejas.com.br/ REVISÃO CRIMINAL ➢ Cabe revisão criminal também para buscar uma reparação de danos por parte do estado ➢ Só cabe em favor do réu. CABIMENTO (ART. 621 CPP): • Lei; Autos – I • Nova Prova – III • Falsidade – II Observação: TJ e TRF revisam suas próprias decisões. HABEAS CORPUS: 1) Art. 647 e 648 CPP e Art. 5, LXVIII, CF Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar. Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: I - quando não houver justa causa; II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; 46 https://www.cursocejas.com.br/ VI - quando o processo for manifestamente nulo; VII - quando extinta a punibilidade. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; QUESTÕES: 1) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase Vitor foi denunciado pela prática de um crime de peculato. O magistrado, quando da análise da inicial acusatória, decide rejeitar a denúncia em razão de ausência de justa causa. O Ministério Público apresentou recurso em sentido estrito, sendo os autos encaminhados ao Tribunal, de imediato, para decisão. Todavia, Vitor, em consulta ao sítio eletrônico do Tribunal de Justiça, toma conhecimento da existência do recurso ministerial, razão pela qual procura seu advogado e demonstra preocupação com a revisão da decisão do juiz de primeira instância. Considerando as informações narradas, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o advogado de Vitor deverá esclarecer que A) o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, tendo em vista que a decisão de rejeição da denúncia é irrecorrível. B) o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, pois caberia recurso de apelação, e não recurso em sentido estrito. C) ele deveria ter sido intimado para apresentar contrarrazões, apesar de ainda não figurar como réu, mas tão só como denunciado. 47 https://www.cursocejas.com.br/ D) caso o Tribunal dê provimento ao recurso, os autos serão encaminhados para o juízo de primeira instância para nova decisão sobre recebimento ou não da denúncia. 2) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase Vanessa foi condenada pela prática de um crime de furto qualificado pela 1ª Vara Criminal de Curitiba, em razão de suposto abuso de confiança que decorreria da relação entre a vítima e Vanessa. Como as partes não interpuseram recurso, a sentença de primeiro grau transitou em julgado. Apesar de existirem provas da subtração de coisa alheia móvel, a vítima não foi ouvida por ocasião da instrução por não ter sido localizada. Durante a execução da pena por Vanessa, a vítima é localizada, confirma a subtração por Vanessa, mas diz que sequer conhecia a autora dos fatos antes da prática delitiva. Vanessa procura seu advogado para esclarecimento sobre eventual medida cabível. Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Vanessa deve esclarecer que: A) não poderá apresentar revisão criminal, tendo em vista que a pena já está sendo executada, mas poderá ser buscada reparação civil. B) caberá apresentação de revisão criminal, sendo imprescindível a representação de Vanessa por advogado, devendo a medida ser iniciada perante o próprio juízo da condenação. C) não poderá apresentar revisão criminal em favor da cliente, tendo em vista que a nova prova não é apta a justificar a absolvição de Vanessa, mas tão só a redução da pena. D) caberá apresentação de revisão criminal, podendo Vanessa apresentar a ação autônoma independentemente de estar assistida por advogado, ou por meio de procurador legalmente habilitado. 3) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 48 https://www.cursocejas.com.br/ Miguel foi denunciado pela prática de um crime de extorsão majorada pelo emprego de arma e concurso de agentes, sendo a pretensão punitiva do Estado julgada inteiramente procedente e aplicada sanção penal, em primeira instância, de 05 anos e 06 meses de reclusão e 14 dias multa.A defesa técnica de Miguel apresentou recurso alegando: (i) preliminar de nulidade e m razão de violação ao princípio da correlação entre acusação e sentença; (ii) insuficiência probatória, já que as declarações da vítima, que não presta compromisso legal de dizer a verdade, não poderiam ser consideradas; (iii) que deveria ser afastada a causa de aumento do emprego de arma,uma vez que o instrumento utilizado era um simular ao de arma de fogo, conforme laudo acostado aos autos. A sentença foi integralmente mantida. Todos os desembargadores que participaram do julgamento votaram pelo não acolhimento da preliminar e pela manutenção da condenação. Houve voto vencido de um desembargador, que afastava apenas a causa de aumento do emprego de arma. Intimado do teor do acórdão, o(a) advogado(a) de Miguel deverá interpor: A) embargos infringentes e de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar, sua absolvição e o afastamento da causa de aumento de pena reconhecida. B) embargos infringentes e de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar e o afastamento da causa de aumento do emprego de arma, apenas. C) embargos de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar, apenas. D) embargos infringentes, buscando o afastamento da causa de aumento do emprego de arma, apenas. 4) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII – Primeira Fase 49 https://www.cursocejas.com.br/ Marcus, advogado, atua em duas causas distintas que correm perante a Vara Criminal da Comarca de Fortaleza. Na primeira ação penal, Renato figura como denunciado em ação penal por crime de natureza tributária, enquanto, na segunda ação, Hélio consta como denunciado por crime de peculato. Entendendo pela atipicidade da conduta de Renato, Marcus impetra habeas corpus, perante o Tribunal de Justiça, e m busca do “trancamento” da ação penal. Já em favor de Hélio, impetra mandado de segurança, também perante o Tribunal de Justiça, sob o fundamento de que o magistrado de primeira instância, de maneira recorrente, não estava permitindo o acesso aos autos do processo. Na mesma data são julgados o habeas corpus e o mandado de segurança por Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará, sendo que a ordem de habeas corpus não foi concedida por maioria de votos, enquanto o mandado de segurança foi denegado por unanimidade. Intimado da decisão proferida no habeas corpus e no mandado de segurança, caberá a Marcus apresentar, em busca de combatê- las, A) Recurso Ordinário Constitucional, nos dois casos. B) Recurso em Sentido Estrito e Recurso Ordinário Constitucional, respectivamente. C) Embargos infringentes, nos dois casos. D) Embargos infringentes e Recurso Ordinário Constitucional, respectivamente. 5) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII – Primeira Fase No âmbito de ação penal, foi proferida sentença condenatória e m desfavor de Bernardo pela suposta prática de crime de uso de documento público falso, sendo aplicada pena privativa de liberdade de cinco anos. Durante toda a instrução, o réu foi assistido pela Defensoria Pública e respondeu ao processo em liberdade. Ocorre que Bernardo não foi localizado para ser intimado da sentença, tendo o oficial de justiça certificado que compareceu em todos os endereços identificados. 50 https://www.cursocejas.com.br/ Diante disso, foi publicado edital de intimação da sentença, com prazo de 90 dias. Bernardo, ao tomar conhecimento da intimação por edital 89 dias após sua publicação, descobre que a Defensoria se manteve inerte, razão pela qual procura, de imediato, um advogado para defender seus interesses, assegurando ser inocente. Considerando apenas as informações narradas, o(a) advogado(a) deverá esclarecer que: A) houve preclusão do direito de recurso, tendo em vista que a Defensoria Pública se manteve inerte. B) foi ultrapassado o prazo recursal de cinco dias, mas poderá ser apresentada revisão criminal. C) é possível a apresentação de recurso de apelação, pois o prazo de cinco dias para interposição de apelação pelo acusado ainda não transcorreu. D) é possível apresentar medida para desconstituir a sentença publicada, tendo em vista não ser possível a intimação do réu sobre o teor de sentença condenatória por meio de edital. GABARITO 1) C 2) D 3) D 4) A 5) C 51 https://www.cursocejas.com.br/ PACOTE ANTICRIME – LEI 13.964/19 ➢ Sancionada em 24 de dezembro de 2019, e entrou em vigor em 23 de janeiro de 2020. Com a nova lei, diversos dispositivos do Código Penal (CP) e do Código de Processo Penal (CPP), além de outras leis, como a Lei 7.210/84 (LEP), foram revogados, alterados ou acrescentados. ➢ Destarte, nosso CPP sofreu alterações significativas no que diz respeito à prisão e às medidas cautelares, às quais me dedicarei no presente artigo. ➢ Art. 282, parágrafo 2º, do CPP As medidas cautelares podem ser decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. Note bem: Agora, o juiz não pode mais decretá-la de ofício. Portanto, caso o magistrado assim venha a fazer, verificar-se-á ilegalidade, podendo a defesa requerer o afastamento da medida aplicada. ➢ O parágrafo 3º do CPP - Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária e, agora, deve abrir prazo de 5 dias. Nos casos de urgência ou de perigo, deverão ser justificados e fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que justifiquem essa medida excepcional. Dessa forma, caso o juiz deixe de abrir o prazo determinado pela nova lei ou deixe de justificar e fundamentar a decisão nos casos de urgência/perigo, a decisão será manifestamente nula. ➢ A Lei 13.964/19 acrescentou o inciso V ao artigo 564 do CPP, que, agora, expressamente prevê que é nula toda decisão carente de fundamentação. ➢ Tratando do artigo 282 do CPP, foi acrescentado, no parágrafo 6º que o não cabimento de aplicação da medida cautelar em substituição à decretação da prisão preventiva deve ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada. Essa determinação vai de encontro à nossa CRFB/88 (artigo 93, IX). A prisão, como é cediço, é 52 https://www.cursocejas.com.br/ excepcional, ultima ratio, e, agora, como prevê expressamente o parágrafo 6º do artigo 282 do CPP, a sua decretação exige fundamento de acordo com o caso concreto, de forma individualizada, sob pena de nulidade (CPP, artigos 315, parágrafo 2º e 564, inciso V). ➢ A Lei 13.964/19 revogou o parágrafo único do artigo 312 do CPP, que trata da decretação da prisão preventiva e, acrescentou dois parágrafos. O parágrafo 2, que dispõe da obrigatoriedade da motivação e do fundamento da decisão que decretar a prisão preventiva em decorrência de receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. ➢ Antes da sanção do Pacote Anticrime, não havia em nosso ordenamento jurídico um prazo máximo de prisão cautelar. Assim, não era fácil demonstrar, por exemplo, um excesso de prazo da prisão para se requerer um relaxamento da cautelar. Agora, com a sanção da Lei 13.964/19, foi introduzido o parágrafo 6º ao artigo 316 do CPP, que determina ao órgão emissor da decisão que decretou a prisão preventiva revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. Vale lembrar que a necessidade em que trata o legislador deve ser atual, na forma do artigo 312, parágrafo2º, do CPP aqui já vislumbrado. Imperioso ressaltar ainda que essa decisão deve ser proferida de ofício pelo juiz, sob pena de ilegalidade, e, logo, relaxamento da prisão, quer seja se não for proferida dentro do prazo, quer seja por ausência da devida fundamentação. Por fim, por se tratar de norma processual, a sua aplicação é imediata e, dessa forma, o prazo em questão conta-se desde a decretação da prisão preventiva. ➢ Entre as inovações trazidas pela Lei 13.964/19, está o acordo de não persecução penal, incluído no CPP, notadamente na alínea "a" do artigo 28, além de retificar o conteúdo contido no caput do referido dispositivo. ➢ Por derradeiro, é importante trazer à baila as hipóteses de não cabimento do acordo de não persecução penal (artigo 28-A, §2º, incisos I a IV CPP). ➢ Antes da vigência da lei anticrime, o estelionato era ação penal pública incondicionada. Ou seja, não havia dependência de representação do ofendido, bastando que o Ministério Público tomasse ciência do delito para oferecer denúncia. A única exceção a esta antiga regra era a chamada 53 https://www.cursocejas.com.br/ "imunidade relativa", prevista no artigo 183 do CP. Agora, o delito de estelionato passou a ser ação penal pública condicionada à representação do ofendido (§5º). Isto é, para instaurar-se a persecução penal, faz-se necessário que a vítima represente em face do suposto autor dos fatos. Vale registrar que essa é a regra, tendo por exceção quando a vítima for Administração Pública direta ou indireta, criança ou adolescente, deficiente mental ou pessoas acima de 70 anos ou incapazes (nesses casos a ação será pública incondicionada). 54 https://www.cursocejas.com.br/ PARABÉNS PELO EMPENHO! A FAMÍLIA QUE MAIS APROVA NO BRASIL! https://www.instagram.com/cejascurso/ https://www.facebook.com/cursocejas https://www.youtube.com/channel/UCborv6CABv7Qdq1mT9Y4zMQ https://open.spotify.com/show/3yYCkW4Nb80xFsbLx9bLWT?si=3lzQsaAZT7S-iUrgZZLpqw&dl_branch=1 https://api.whatsapp.com/send/?phone=5571996006480&text&app_absent=0 https://t.me/s/cejasoab
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