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Proc Penal

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XXXIII EXAME DE ORDEM 
 
PROCESSO 
PENAL 
 
Professor Ivan Jezler 
 
 
 
 
 
 
2 
https://www.cursocejas.com.br/ 
 
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL 
 
 
 
 
 
SISTEMAS DE INVESTIGAÇÃO: 
• Art. 4 – 23 CPP (Inquérito) 
• Lei 12830 / 2013 
• Lei 12850/2013 
• Art. 144 §1 e §4 CF – Segurança pública (polícia judiciária) 
 
Considerações iniciais – Polícia Judiciária (Art. 144 §1 e §4 CF) 
• No CPP, A polícia judiciaria não é uma instituição e sim uma função. No 
âmbito estadual será exercida pela Policia Civil e no âmbito federal será 
exercida pela Policia Federal. 
• No âmbito da união, a federal tem exclusividade para atuar como polícia 
judiciária. 
• A PF investiga todos os crimes federais, mas existem delitos estaduais que 
precisam de repressão uniforme e também serão investigados pela PF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Primeira etapa da persecução penal. 
Em regra, será o inquérito policial. 
 
 
3 
https://www.cursocejas.com.br/ 
 
 
INQUÉRITO POLICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO: 
I) O inquérito é dispensável (Arts.4º, §único, art.12, art.27, art.28, art.39, 
§5º, art.46, §1° e art.47 do CPP e art.58, §3, CF). 
Art. 69, Lei 9099/95; nas infrações de menor potencial ofensivo, o inquérito 
policial será substituído por um termo circunstanciado e o auto de prisão em 
flagrante será substituído por um termo de compromisso (Salvo na Lei Maria da 
Penha). 
Observação: Os tribunais superiores admitem investigação direta por parte 
do Ministério Público, com os mesmos critérios de legalidade existentes no 
inquérito policial. Ex.: Súmula 234, STJ- A participação de membro do 
Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu 
impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. 
- Art129, CF: Atribuições do Ministério Público 
 
II) Inquisitório - Nosso modelo de processo penal é acusatório. A natureza 
jurídica do inquérito é um procedimento administrativo. – 
O Inquérito Policial não é processo judicial ou administrativo, mas 
um procedimento administrativo, liderado pela autoridade policial, 
que tem por finalidade apurar a suposta prática de um crime e 
sua respectiva autoria para formar o convencimento do titular do 
direito da ação (em regra, o Ministério Público ou ofendido). O 
inquérito também serve como abrigo para imposição de medidas 
cautelares reais e pessoais (Art.13, CPP). 
 
 
4 
https://www.cursocejas.com.br/ 
• Art.26, CPP é inconstitucional. – 
• No inquérito não há obrigatoriedade na incidência do contraditório e da 
ampla defesa. É entendimento dos tribunais que a nulidade do inquérito 
não contamina a fase da ação penal. 
• Teoria dos frutos da árvore envenenada (Art. 157, CPP). 
• Art.155, CPP-Princípio do livre convencimento motivado. 
 
III) Sigilos - Art.20, CPP - Art.21, CPP. 
• Para a maioria doutrinária, esse artigo é inconstitucional. 
• Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do 
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já 
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com 
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de 
defesa. 
• O conteúdo de uma delação premiada só pode ser mantido em sigilo, até 
o recebimento da denúncia (Art.4 º ao 7º da Lei 12.850). 
 
IV) Indisponibilidade - Trata-se de procedimento indisponível (Art.17, CPP). 
• Não se admite arquivamento de ofício pelo Delegado. 
• O inquérito só pode ser arquivado mediante pedido de Ministério Público 
e autorização do Juiz, tratando-se assim de ato complexo. 
 
V) Oficiosidade - Art. 5, CPP 
• Regra: inquérito seja instaurado de ofício pelo Delegado. 
• Indiciamento - é o ato pelo qual o Delegado, fundamentadamente, torna 
o sujeito destinatário formal da investigação. (Art. 2º da Lei 12830) 
• Início do Inquérito (Ação Pública Incondicionada) -Ofício-Art.5, I, CPP -
Requisição (Ministério Público, JuizArt.40, CPP) – 
 
5 
https://www.cursocejas.com.br/ 
• Requerimento do ofendido (Art.5, §2,CPP) -Notícia-Povo Atenção: Não se 
admite investigação com base apenas em denúncia anônima, salvo se a 
notícia for o próprio corpo do delito. 
 
 
VI) Duradouro - O inquérito é duradouro. CPP: 
• Prazo de conclusão de inquérito para preso (flagrante e preventiva) são 
de 10 dias. 
• Se estiver solto, o prazo será de 30 dias. 
• Lei 1.521: 10 dias 
• JUSTIÇA FEDERAL: Preso:15 dias/ Solto:30 dias 
• LEI DE DROGAS: Preso-30 dias/ Solto:90 dias. Admite prorrogação de 
prazo. 
 
 
 
6 
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ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO 
➢ Quando não houver justa causa para ação penal. 
➢ Tratando-se de crimes de ação pública, os autos do inquérito policial serão 
encaminhados ao Ministério Público que poderá solicitar diligências, denunciar 
ou requerer o arquivamento. O Juiz será o destinatário indireto do inquérito 
Policial. 
➢ A vítima não pode recorrer do inquérito. 
➢ Só faz coisa julgada formal. 
➢ Quando o Juiz recebe essa proposta de arquivamento, ele atua como fiscal 
do Princípio da obrigatoriedade da ação penal pública. Se as condições da 
ação estiverem presentes, o Ministério Público é obrigado a oferecer 
denúncia. (Art. 28, CPP) 
➢ No âmbito estadual, o Juiz irá caminhar os autos para o Procurador Geral de 
Justiça quando descordar do pedido de arquivamento. No âmbito Federal, o 
Juiz irá encaminhar para um colegiados de Procuradores Federais. 
➢ Por analogia, o art. 28 também poderá ser invocado. Súmula 696 e Art.384, 
§1º. Sempre que o Ministério Público não exercer a pretensão acusatória ou 
não propor ao réu um benefício de sua atribuição, e o Juiz não concordar, ele 
invocará o art.28, CPP. 
 
 
PRAZO DE CONCLUSÃO DO INQUÉRITO: 
1) Código Penal (CPP) 
• Preso Flagrante ou Prisão preventiva (10 dias) - IMPRORROGÁVEL 
• Solto 30 dias 
 
2) Lei de Drogas 
• Preso 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias 
 
7 
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• Solto 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias 
 
3) Prazo da Justiça federal 
• Preso – 15 dias, prorrogáveis por mais 15 dias 
• Solto 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias 
 
QUESTÕES: 
1) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
Um Delegado de Polícia, ao tomar conhecimento de um suposto crime de ação 
penal pública incondicionada, determina, de ofício, a instauração de inquérito 
policial. Após adotar diligência, verifica que, na realidade, a conduta investigada 
era atípica. O indiciado, então, pretende o arquivamento do inquérito e procura 
seu advogado para esclarecimentos, informando que deseja que o inquérito seja 
imediatamente arquivado. Considerando as informações narradas, o advogado 
deverá esclarecer que a autoridade policial 
A) deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo a decisão de 
arquivamento por atipicidade coisa julgada material. 
B) não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas deverá 
encaminhar relatório final ao Poder Judiciário para arquivamento direto e 
imediato por parte do magistrado. 
C) deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o arquivamento, 
poderá proceder a novos atos de investigação, independentemente da 
existência de provas novas. 
D) poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promoção de arquivamento 
caberá ao Ministério Público, havendo coisa julgada em caso de 
homologação do arquivamento por atipicidade. 
 
2) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase 
 
8 
https://www.cursocejas.com.br/ 
Maria, 15 anos de idade, comparece à Delegacia em janeiro de 2017, 
acompanhada de seu pai, e narra que João, 18 anos, mediante grave ameaça, 
teria constrangido-a a manter com ele conjunção carnal, demonstrando 
interesse, juntamente com seu representante, na responsabilização criminal do 
autor do fato. Instaurado inquérito policial para apurar ocrime de estupro, todas 
as testemunhas e João afirmaram que a relação foi consentida por Maria, razão 
pela qual, após promoção do Ministério Público pelo arquivamento por falta de 
justa causa, o juiz homologou o arquivamento com base no fundamento 
apresentado. Dois meses após o arquivamento, uma colega de classe de Maria a 
procura e diz que teve medo de contar antes a qualquer pessoa, mas em seu 
celular havia filmagem do ato sexual entre Maria e João, sendo que no vídeo 
ficava demonstrado o emprego de 
grave ameaça por parte deste. Maria, então, entrega o vídeo ao advogado da 
família. Considerando a situação narrada, o advogado de Maria 
A) nada poderá fazer sob o ponto de vista criminal, tendo em vista que a 
decisão de arquivamento fez coisa julgada material. 
B) poderá apresentar o vídeo ao Ministério Público, sendo possível o 
desarquivamento do inquérito ou oferecimento de denúncia por parte do 
Promotor de Justiça, em razão da existência de prova nova. 
C) nada poderá fazer sob o ponto de vista criminal, tendo em vista que, 
apesar de a decisão de arquivamento não ter feito coisa julgada material, 
o vídeo não poderá ser considerado prova nova, já que existia antes do 
arquivamento do inquérito. 
D) poderá iniciar, de imediato, ação penal privada subsidiária da pública 
em razão da omissão do Ministério Público no oferecimento de denúncia 
em momento anterior. 
 
3) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 
 
9 
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Tiago, funcionário público, foi vítima de crime de difamação em razão de suas 
funções. Após Tiago narrar os fatos em sede policial e demonstrar interesse em 
ver o autor do fato responsabilizado, é instaurado inquérito policial para 
investigar a notícia de crime. Quando da elaboração do relatório conclusivo, a 
autoridade policial conclui pela prática delitiva da difamação, majorada por ser 
contra funcionário público em razão de suas funções, bem como identifica João 
como autor do delito. Tiago, então, procura seu advogado e informa a este as 
conclusões 1 (um) mês após os fatos. Considerando apenas as informações 
narradas, o advogado de Tiago, de acordo com a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal, deverá esclarecer que: 
A) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia em face de João após 
representação do ofendido, mas Tiago não poderá optar por oferecer 
queixa-crime. 
B) caberá a Tiago, assistido por seu advogado, oferecer queixa-crime, não 
podendo o ofendido optar por oferecer representação para o Ministério 
Público apresentar denúncia. 
C) Tiago poderá optar por oferecer queixa-crime, assistido por advogado, 
ou oferecer representação ao Ministério Público, para que seja analisada 
a possibilidade de oferecimento de denúncia. 
D) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia, independentemente de 
representação do ofendido. 
 
4) Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XVI - Primeira Fase 
O inquérito policial pode ser definido como um procedimento investigatório 
prévio, cuja principal finalidade é a obtenção de indícios para que o titular da 
ação penal possa propô-la contra o suposto autor da infração penal. 
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. 
A) A exigência de indícios de autoria e materialidade para oferecimento de 
denúncia torna o inquérito policial um procedimento indispensável. 
 
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B) O despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito 
policial é irrecorrível. 
C) O inquérito policial é inquisitivo, logo o defensor não poderá ter acesso 
aos elementos informativos que nele constem, ainda que já 
documentados. 
D) A autoridade policial, ainda que convencida da inexistência do crime, 
não poderá mandar arquivar os autos do inquérito já instaurado. 
 
GABARITO 
1) D 2) B 3) C 4) D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AÇÃO PENAL 
 
 
 
 
 
 
1) Introdução 
• Art. 24 ao 62 do CPP 
• Art. 5, LIX, CF 
• Art. 63 ao 68 do CPP – Ação Civil Ex Delito 
• Desde 2008 o próprio juiz criminal pode fixar uma verba mínima para 
reparar os danos causados pelo crime (Art. 63, parágrafo único e Art. 387, 
IV, CPP) 
• Art. 65 e 66 CPP – As decisões do crime que fazem coisa julgada no cível, 
as excludentes de ilicitude comprovadas e a inexistência do fato 
• Art. 67 e 68 CPP 
 
2) Classificação subjetiva 
• Legitimidade ativa 
• Ação penal incondicionada – Improrrogável 
• Ação Penal Pública Condicionada – Representação, Requisição do Ministro 
da Justiça 
 
I. A REPRESENTAÇÃO 
• Peça informal, se for realizada por advogado vai exigir poderes especiais, 
o objeto da representação tem eficácia objetiva, retratável até o 
oferecimento da denúncia (art. 25, CPP), a requisição do MJ não é 
O direito constitucional de provocar o estado 
juiz pedindo a aplicação da lei em um caso 
concreto, direito abstrato. 
 
 
12 
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retratável, na Lei Maria da Penha pode se retratar até o recebimento da 
denúncia (art 16, Lei 11340/2006) em uma audiência específica. 
• A representação tem um prazo decadencial de 6 meses a partir do 
conhecimento do fato (Art. 38 CPP). 
• Prazo de alegações finais, recursos são processuais (Art. 798, § 1 e 3 CPP), 
sumula 310 e 710 STF. 
• Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e 
peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 
o § 1. Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, 
porém, o do vencimento. 
o § 3. O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-
se-á prorrogado até o dia útil imediato. 
• Tempos regit actum – Alei processual pura, homogênea, integra se aplica 
de imediato, sem prejuízo dos atos praticados antes da sua vigência (Art. 
2° CPP) 
o Art. 2. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo 
da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
II. Requisição Do MJ – (Art. 7, § 3, ‘b’ CP) e (Art. 141, 145, CP) 
• Iniciativa privada – Ofendida – Queixa CRIME (Art. 41, 44, CPP) 
 
a) Comum (Art. 30, 31, CPP) – Cabe representação legal e sucessão – 
Prazo de 6 meses a partir do conhecimento da autoria do fato – 
Observação: A queixa crime exige procuração com poderes 
especiais e menção ao fato delituoso. 
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá 
intentar a ação privada. 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por 
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará 
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
 
13 
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Injuria racial – Condicionada 
Racismo – Incondicionada 
Injúria real – Pública – Incondicionada ou condicionada ( Sumula 
714 STF) 
Súmula 714 É concorrente a legitimidade do ofendido, 
mediante queixa, e do ministério público, condicionada à 
representação do ofendido, para a ação penal por crime 
contra a honra de servidor público em razão do exercício de 
suas funções. (pública condicionada e privada- legitimidade 
concorrente) 
Sumula 594 - Os direitos de queixa e de representação podem ser 
exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu 
representante legal. 
 
b) Subsidiária (Art. 29 CPP) - Possibilidade da vítima oferecer uma queixa 
em crime de ação pública quando houver inercia ministerial, se houver queixa 
subsidiária o MP deve intervir em todos os termos da ação sob pena de nulidade, 
será um assistente Litisconsorcial 
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se 
esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público 
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir 
em todos os termos do processo, fornece elementos de prova, 
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligênciado 
querelante, retomar a ação como parte principal. 
 
c) Personalíssima (Art. 236 CP) 
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro 
contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento 
anterior: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
14 
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Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do 
contraente enganado e não pode ser intentada senão depois 
de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro 
ou impedimento, anule o casamento. 
 
PRINCÍPIOS QUE REGEM A AÇÃO PENAL 
Privada Pública 
• Discricionária/Oportuna; 
• Disponível – perdão; 
• Indivisível (art. 48, 49 e 106 do CPP) 
• Obrigatória; 
• Indisponível (art. 42 e 572 do CPP); 
• Divisível 
 
• Decadência – Art. 38 CPP 
• Renúncia – Expressa ou Tácita 
• A composição civil entre autor e vítima equivale a renuncia ao direito de 
queixa ou retratação da representação. 
• Transação penal só cabe em ação pública e crime de menor potencial, até 2 
anos, o sujeito não pode ter tido o mesmo benefício no prazo de 5 anos ou 
reincidente, não se trata de uma sentença condenatória, não tem qualquer 
efeito penal e não faz coisa julgada. 
o Sumula vinculante 35 STF 
o Princípio da intranscendência se aplica as duas hipóteses (pública e 
privada) – Só pode promover ação contra o sujeito que foi o autor do 
delito (dolo ou culpa) - Não se admite responsabilidade objetiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
https://www.cursocejas.com.br/ 
 
COMPETÊNCIA 
 
CRITÉRIOS: 
I) Ratione Personae 
• Um dos critérios determinadores da competência estabelecidos em 
nosso 
• Código de Processo Penal é exatamente o da prerrogativa de função 
- Sumula 451 STF. 
• A competência especial por prerrogativa de função não se estende 
ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional. 
• Para o STF, só existe prerrogativa de função após a diplomação e 
com nexo funcional (Deputados). 
• Súmulas: STF, 702, 704 e 721 (Súmula Vinculante 45). 
 
II) Ratione Material 
Justiça Penal: 
a) Especial Militar e Eleitoral 
b) Comum (Federal e Estadual 
 
Observações: os crimes contra a organização do trabalho serão 
de competência federal apenas quando violar o interesse de 
trabalhadores coletivamente considerados ou instituições 
trabalhistas. Esse entendimento é dos tribunais, para a Constituição 
Federal esse entendimento não vale. (Art. 109, V, CF e Art. 197 – 
207 CP) 
A Justiça Militar só julga crimes militares. Art79, CPP e Súmula 90 
STJ. 
 
16 
https://www.cursocejas.com.br/ 
Crimes dolosos contra a vida praticados por Militar contra civis, 
serão de competência do Tribunal de Júri. 
Súmula 122, STJ: Compete à Justiça Federal o processo e 
julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e 
estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, “a”, do Código de 
Processo Penal. 
A competência da justiça estadual é residual 
Determinação de competência em casos de conexão e continência 
(Art.78, CPP) 
Conexão: dois os mais crimes ligados entre si por algum elemento 
Continência: único delito. Art.76 e Art. 77 CPP. 
Art.109, CF - Competência da justiça federal. 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou 
empresa pública federal forem interessadas na condição de 
autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, 
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e 
à Justiça do Trabalho; 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente 
no País; 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União 
com Estado estrangeiro ou organismo internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em 
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de 
suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas 
as contravenções e ressalvada a competência da Justiça 
Militar e da Justiça Eleitoral; 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção 
internacional, quando, iniciada a execução no País, o 
 
17 
https://www.cursocejas.com.br/ 
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou 
reciprocamente; 
V- as causas relativas a direitos humanos a que se refere o 
§ 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos 
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem 
econômico-financeira; 
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua 
competência ou quando o constrangimento provier de 
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a 
outra jurisdição; 
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra 
ato de autoridade federal, excetuados os casos de 
competência dos tribunais federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, 
ressalvada a competência da Justiça Militar; 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de 
estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o 
"exequatur", e de sentença estrangeira, após a 
homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive 
a respectiva opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas. 
 
III) Ratione Loci 
• Lugar de consumação do crime (art.70, CPP) 
o Atenção: O STJ entende que os crimes contra a vida a 
competência territorial podem ser modificados para atender 
interesses probatórios. 
• Domicílio do réu (Art.72, 73 e 78 do CPPP) 
 
18 
https://www.cursocejas.com.br/ 
• Prevenção (Art. 71, CPP e Súmula 706, STF) 
 
 
 
QUESTÕES: 
1) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
Jucilei foi preso em flagrante quando praticava crime de estelionato (Art. 171 do 
CP), em desfavor da Petrobras, sociedade de economia mista federal. De acordo 
com os elementos informativos, a fraude teria sido realizada na cidade de Angra 
dos Reis, enquanto a obtenção da vantagem ilícita ocorreu na cidade do Rio de 
Janeiro, sendo Jucilei preso logo em seguida, mas já na cidade de Niterói. Ainda 
em sede policial, Jucilei entrou em contato com seu(sua) advogado(a), que 
compareceu à Delegacia para acompanhar seu cliente, que seria imediatamente 
encaminhado para a realização de audiência de custódia perante autoridade 
judicial. Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) deverá 
esclarecer ao seu cliente que será competente para processamento e julgamento 
de eventual ação penal pela prática do crime do Art. 171 do Código Penal, o juízo 
junto à 
A) Vara Criminal Estadual da Comarca do Rio de Janeiro. 
B) Vara Criminal Estadual da Comarca de Angra dos Reis. 
C) Vara Criminal Federal com competência sobre a cidade do Rio de 
Janeiro. 
D) Vara Criminal Federal com competência sobre a cidade de Angra dos 
Reis. 
 
2) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
Gabriel, nascido em 31 de maio 1999, filho de Eliete, demonstrava sua irritação 
em razão do tratamento conferido por Jorge, namorado de sua mãe, para com 
 
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esta. Insatisfeito, Jorge, no dia 1º de maio de 2017, profere injúria verbal contra 
Gabriel. 
Após a vítima contar para sua mãe sobre a ofensa sofrida, Eliete comparece, em 
27 de maio de 2017, em sede policial e, na condição de representante do seu 
filho, renuncia ao direito de queixa. No dia 02 de agosto de 2017, porém, Gabriel, 
contra a vontade da mãe, procura auxílio de advogado, informando que tem 
interesse em ver Jorge responsabilizado criminalmente pela ofensa realizada. 
Diante da situação narrada, o(a) advogado(a) de Gabriel deverá esclarecer que 
A) Jorge não poderá ser responsabilizado criminalmente, em razão da 
renúncia do representante legal do ofendido, sem prejuízo de indenização 
no âmbito cível. 
B) poderáser proposta queixa-crime em face de Jorge, mas, para que o 
patrono assim atue, precisa de procuração com poderes especiais. 
C) Jorge não poderá ser responsabilizado criminalmente em razão da 
decadência, tendo em vista que ultrapassados três meses desde o 
conhecimento da autoria. 
D) poderá ser proposta queixa-crime em face de Jorge, pois, de acordo 
com o Código de Processo Penal, ao representante legal é vedado 
renunciar ao direito de queixa. 
 
3) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
Maria recebe ligação de duas delegacias diferentes, informando a prisão em 
flagrante de seus dois filhos. Após contatar seu advogado, Maria foi informada 
de que Caio, seu filho mais velho, praticou, em Niterói, um crime de lesão 
corporal grave consumado, mas somente veio a ser preso no Rio de Janeiro. 
Soube, ainda, que Bruno, seu filho mais novo, foi preso por praticar um crime de 
roubo simples (pena: 04 a 10 anos de reclusão e multa) em Niterói e um crime 
de extorsão majorada (pena: 04 a 10 anos de reclusão, aumentada de 1/3 a 1/2, 
e multa) em São Gonçalo, sendo certo que a prova do roubo influenciaria na 
 
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prova da extorsão, já que o carro subtraído no roubo foi utilizado quando da 
prática do segundo delito. 
Considerando apenas as informações constantes do enunciado, o advogado de 
Maria deverá esclarecer que o(s) juízo(s) competente(s) para julgar Caio e Bruno 
será(ão): 
A) Niterói, nos dois casos, sendo que, entre os crimes de roubo e extorsão, 
há, de acordo com o Código de Processo Penal, continência. 
B) Niterói, nos dois casos, sendo que, entre os crimes de roubo e extorsão, 
há, de acordo com o Código de Processo Penal, conexão. 
C) Rio de Janeiro e São Gonçalo, respectivamente, sendo que, entre os 
crimes de roubo e extorsão, há, de acordo com o Código de Processo 
Penal, continência. 
D) Niterói e São Gonçalo, respectivamente, sendo que, entre os crimes de 
roubo e extorsão, há, de acordo com o Código de Processo Penal, conexão. 
 
4) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 
Tiago, funcionário público, foi vítima de crime de difamação em razão de suas 
funções. Após Tiago narrar os fatos em sede policial e demonstrar interesse em 
ver o autor do fato responsabilizado, é instaurado inquérito policial para 
investigar a notícia de crime. Quando da elaboração do relatório conclusivo, a 
autoridade policial conclui pela prática delitiva da difamação, majorada por ser 
contra funcionário público em razão de suas funções, bem como identifica João 
como autor do delito. Tiago, então, procura seu advogado e informa a este as 
conclusões 1 (um) mês após os fatos. Considerando apenas as informações 
narradas, o advogado de Tiago, de acordo com a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal, deverá esclarecer que 
A) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia em face de João após 
representação do ofendido, mas Tiago não poderá optar por oferecer 
queixa-crime. 
 
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B) caberá a Tiago, assistido por seu advogado, oferecer queixa-crime, não 
podendo o ofendido optar por oferecer representação para o Ministério 
Público apresentar denúncia. 
C) Tiago poderá optar por oferecer queixa-crime, assistido por advogado, 
ou oferecer representação ao Ministério Público, para que seja analisada 
a possibilidade de oferecimento de denúncia. 
D) caberá ao Ministério Público oferecer denúncia, independentemente de 
representação do ofendido. 
 
5) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase 
Na cidade de Angra dos Reis, Sérgio encontra um documento adulterado (logo, 
falso), que, originariamente, fora expedido por órgão estadual. Valendo-se de tal 
documento, comparece a uma agência da Caixa Econômica Federal localizada na 
cidade do Rio de Janeiro e apresenta o documento falso ao gerente do 
estabelecimento. Desconfiando da veracidade da documentação, o gerente do 
estabelecimento bancário chama a Polícia, e Sérgio é preso em flagrante, sendo 
denunciado pela prática do crime de uso de documento falso (Art. 304 do Código 
Penal) perante uma das Varas Criminais da Justiça Estadual da cidade do Rio de 
Janeiro. Considerando as informações narradas, de acordo com a jurisprudência 
do Superior Tribunal de Justiça, o advogado de Sérgio deverá 
A) alegar a incompetência, pois a Justiça Federal será competente, 
devendo ser considerada a cidade de Angra dos Reis para definir o critério 
territorial. 
B) alegar a incompetência, pois a Justiça Federal será competente, 
devendo ser considerada a cidade do Rio de Janeiro para definir o critério 
territorial. 
C) alegar a incompetência, pois, apesar de a Justiça Estadual ser 
competente, deverá ser considerada a cidade de Angra dos Reis para 
definir o critério territorial. 
 
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D) reconhecer a competência do juízo perante o qual foi apresentada a 
denúncia. 
 
GABARITO 
1) A 2) B 3) D 4) C 5) B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRISÃO CAUTELAR 
 
MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS: 
Introdução (Art. 12403/2011) 
• Alterou do Art. 282 ao 350 do CPP – Mais benéfico para o réu. 
• O Art. 282 do CPC consagrou o princípio da proporcionalidade nas 
cautelares 
• O Art. 283 causou o princípio da presunção de inocência 
 
Efeitos da presunção de inocência 
• Ônus da prova todo da acusação 
• Prisão cautelar - Toda privação de liberdade anterior ao trânsito em 
julgado de uma sentença condenatória à luz do Princípio da presunção de 
inocência 
Observações: 
o STF e o STJ admitem a possibilidade de execução antecipada da 
pena, quando exaurida a segunda instância. 
o O STF não admite a execução provisória de pena restritiva de 
direito (Art.44, CP). 
o Súmula 716: Admite-se a progressão de regime de cumprimento 
da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela 
determinada, antes do trânsito em julgado da sentença 
condenatória. 
o Súmula 717: Não impede a progressão de regime de execução 
da pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato 
de o réu se encontrar em prisão especial. 
 
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o Essas sumulas sempre admitiram a execução provisória dos 
benefícios penais, quando a sentença condenatória transita em 
julgado para a acusação. 
 
MODALIDADES DA PRISÃO 
 
I) Flagrante 
• Pré-cautelar e não exige ordem judicial, dura no máximo 48h 
• Audiência de custódia – verificar a legalidade e a necessidade de prisão 
 
Tipos: 
a) Flagrante obrigatório e facultativo - Art. 301, CPP 
Art. 301 CTB - Quando o sujeito presta assistência à vítima, não caberá 
flagrante. 
Art. 53, §2, CF§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do 
Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de 
crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 
vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria 
de seus membros, resolva sobre a prisão. 
 
b) Flagrante Próprio (Art. 302, I e II) – Preso na cena do fato. 
Art. 303 CPP - Os crimes permanentes a prisão em flagrante pode se da 
enquanto não cessar a permanência. Os tribunais têm entendido que o 
ingresso no domicilio alheio sem ordem judicial exige justa causa, mesmo 
nos crimes permanentes como o tráfico de 
drogas e posse de arma de fogo. A busca e a apreensão exigem ordem 
judicial fundamentada (Art. 24 e seguintes do CPP) 
 
c) Flagrante Impróprio – Perseguição após a prática do delito (Art.302, III) 
 
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Não se admite prisão em flagrante como fruto de uma apresentação 
espontânea. 
 
d) Flagrante Presumido (ficto) - O sujeito é encontrado logo depois (Art.302, 
IV).e) Flagrante Esperado ou Incidental - É válido 
Serendipidade - Encontro fortuito de provas. 
 
f) Flagrante Provocado - É inválido. Segundo a Súmula 145 do STF, não há 
crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua 
consumação. 
 
g) Flagrante Diferido - A Polícia protela a situação de flagrante para prender 
o sujeito no melhor momento probatório, com o maior número de evidências. 
 
h) Flagrante Forjado. 
 
Forma do Flagrante 
➢ Art. 304, CPP 
➢ Art. 69 Lei 9099/95 - Nas infrações de menor potencial o APF será substituído 
pelo termo de compromisso de comparecer ao AGECRIM. O APF deve ser 
encaminhado ao juiz em até 24h, e informado a família, ministério público e 
defensoria pública 
➢ Art. 306 CPP, 
➢ Art. 5, LXII, CF 
 
II) Temporária (Lei 7960/89) 
➢ Só cabe na fase investigatória 
➢ Não pode ser decretada de oficio 
 
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➢ Recebida a denúncia, está encerrada a possibilidade de prisão temporária. 
➢ Prazo: Crime comum - 5 dias - prorrogável por mais 5 dias 
Crime hediondo - 30 dias - prorrogável por mais 30 dias / Art. 2, § 4, 
8072/90. 
➢ Requisitos: (Art. 1, I e II, Lei 7960/90) 
Art. 1° Caberá prisão temporária: 
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer 
elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA 
➢ Só se concede liberdade provisória, se não estiverem previstas as hipóteses 
de prisão cautelar, podendo ser com fiança ou sem fiança. 
➢ Todos os crimes admitem liberdade provisória sem fiança: 
Crimes Inafiançáveis (Art. 5º, XLII-XLIV, CF): Racismo, Ação de grupos 
armados contra o estado de direito e Crimes hediondos e equiparados a 
hediondos (Tráfico, Tortura e Terrorismo). 
 
➢ Art. 310 CPP – Excludente de ilicitude: 
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o 
agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput 
do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, 
poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, 
mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena 
de revogação. 
 
➢ Preventiva – Art. 311 ao 316 do CPP e 317 e 318 CPP 
Pode ser consequência do flagrante: 
o Exige ordem judicial (art. 15 do CPP) se for na fase da ação o juiz pode 
impor de oficio (311 CPP) na fase do inquérito é necessário deve haver 
 
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um requerimento do MP/Assistente, do Querelante, delegado. Na lei Maria 
da Penha pode se impor prisão de oficio em qualquer fase. 
 
Hipóteses de cabimento da Prisão Preventiva (Art. 313, CPP): 
• Crime culposo não admite prisão preventiva. 
• Regra geral da prisão preventiva: CRIME DOLOSO COM PENA SUPERIOR 
À 4 ANOS. 
• Em casos de reincidência em crimes dolosos, ainda que a pena máxima 
não seja 4 anos, caberá preventiva. 
• É possível quando a prisão for necessária para assegurar as medidas 
protetivas em favor da mulher, criança, idoso. 
Observação: O STJ admite a impetração de HC para atacar medidas 
protetivas da Lei Maria da Penha por conta do risco de prisão. 
• Admite-se a preventiva quando o sujeito não tiver identificação civil para 
identificação criminal. Ao identificar o sujeito deverá ser revogada a sua 
prisão. 
 
Requisitos da prisão preventiva (Art. 312 CPP): 
➢ Justa causa: indícios suficientes d autoria e materialidade. 
➢ Prisão deve ser necessária, (periculum libertatis) - Garantir a ordem 
pública, conveniência para instrução criminal e prisão preventiva para 
assegurar a futura aplicação da lei penal. 
➢ O réu tem direito a não comparecer na instrução criminal e o exercício 
desse direito não pode acarretar em prisão privativa. 
 
QUESTÕES: 
1) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem 
Unificado - XXVII - Primeira Fase 
 
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Após ser instaurado inquérito policial para apurar a prática de um crime de lesão 
corporal culposa praticada na direção de veículo automotor (Art. 303 da Lei nº 
9.503/97 – pena: detenção de seis meses a dois anos), foi identificado que o 
autor dos fatos seria Carlos, que, em sua Folha de Antecedentes Criminais, 
possuía três anotações referentes a condenações, com trânsito em julgado, pela 
prática da mesma infração penal, todas aptas a configurar reincidência quando 
da prática do delito ora investigado. Encaminhados os autos ao Ministério Público, 
foi oferecida denúncia em face de Carlos pelo crime antes investigado; diante da 
reincidência específica do denunciado civilmente identificado, foi requerida a 
decretação da prisão preventiva. Recebidos os autos, o juiz competente decretou 
a prisão preventiva, reiterando a reincidência de Carlos e destacando que essa 
circunstância faria com que todos os requisitos legais estivessem preenchidos. 
Ao ser intimado da decisão, o(a) advogado(a) de Carlos deverá requerer 
A) a liberdade provisória dele, ainda que com aplicação das medidas 
cautelares alternativas. 
B) o relaxamento da prisão dele, tendo em vista que a prisão, em que pese 
ser legal, é desnecessária. 
C) a revogação da prisão dele, tendo em vista que, em que pese ser legal, 
é desnecessária. 
D) o relaxamento da prisão dele, pois ela é ilegal. 
 
 
2) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
Durante as investigações de um crime de associação criminosa (Art. 288 do CP), 
a autoridade policial representa pela decretação da prisão temporária do 
indiciado Jorge, tendo em vista que a medida seria imprescindível para a 
continuidade das investigações. Os autos são encaminhados ao Ministério 
Público, que se manifesta favoravelmente à representação da autoridade policial, 
mas deixa de requerer expressamente, por conta própria, a decretação da 
 
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prisão temporária. Por sua vez, o magistrado, ao receber o procedimento 
decretou a prisão temporária pelo prazo de 10 dias, ressaltando que a lei admite 
a prorrogação do prazo de 05 dias por igual período. Fez o magistrado constar, 
ainda, que Jorge não poderia permanecer acautelado junto com outros detentos 
que estavam presos em razão de preventivas decretadas. Considerando apenas 
as informações narradas, o advogado de Jorge, ao ser constituído, deverá alegar 
que 
A) o prazo fixado para a prisão temporária de Jorge é ilegal. 
B) a decisão do magistrado de determinar que Jorge ficasse separado dos 
demais detentos é ilegal. 
C) a prisão temporária decretada é ilegal, tendo em vista que a associação 
criminosa não está prevista no rol dos crimes hediondos e nem naquele 
que admite a decretação dessa espécie de prisão. 
D) a decretação da prisão foi ilegal, pelo fato de ter sido decretada de 
ofício, já que não houve requerimento do Ministério Público. 
 
3) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase 
No dia 15 de maio de 2017, Caio, pai de um adolescente de 14 anos, conduzia 
um veículo automotor, em via pública, às 14h, quando foi solicitada sua parada 
em uma blitz. Após consultar a placa do automóvel, os policiais constataram que 
o veículo era produto de crime de roubo ocorrido no dia 13 de maio de 2017, às 
09h. Diante da suposta prática do crime de receptação, realizaram a prisão e 
encaminharam Caio para a Delegacia. Em sede policial, a vítima do crime de 
roubo foi convidada a comparecer e, em observância a todas as formalidades 
legais, reconheceu Caio como o autor do crime que sofrera. A autoridade policial 
lavrou auto de prisão em flagrante pelo crime de roubo em detrimento de 
receptação. O Ministério Público, em audiência de custódia, manifesta-se pela 
conversão da prisão em flagrante em preventiva, valorizando o fatode Caio ser 
reincidente, conforme confirmação constante de sua Folha de Antecedentes 
 
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Criminais. Quando de sua manifestação, o advogado de Caio, sob o ponto de 
vista técnico, deverá requerer 
A) liberdade provisória, pois, apesar da prisão em flagrante ser legal, não 
estão presentes os pressupostos para prisão preventiva. 
B) relaxamento da prisão, em razão da ausência de situação de flagrante. 
C) revogação da prisão preventiva, pois a prisão em flagrante pelo crime 
de roubo foi ilegal. 
D) substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, pois Caio é 
responsável pelos cuidados de adolescente de 14 anos. 
 
4) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase 
Paulo foi preso em flagrante pela prática do crime de corrupção, sendo 
encaminhado para a Delegacia. Ao tomar conhecimento dos fatos, a mãe de 
Paulo entra, de imediato, em contato com o advogado, solicitando 
esclarecimentos e pedindo auxílio para seu filho. De acordo com a situação 
apresentada, com base na jurisprudência dos Tribunais Superiores, deverá o 
advogado esclarecer que 
A) diante do caráter inquisivo do inquérito policial, Paulo não poderá ser 
assistido pelo advogado na delegacia. 
B) a presença da defesa técnica, quando da lavratura do auto de prisão 
em flagrante, é sempre imprescindível, de modo que, caso não esteja 
presente, todo o procedimento será considerado nulo. 
C) decretado o sigilo do procedimento, o advogado não poderá ter acesso 
aos elementos informativos nele constantes, ainda que já documentados 
no procedimento. 
D) a Paulo deve ser garantida, na delegacia, a possibilidade de assistência 
de advogado, de modo que existe uma faculdade na contratação de seus 
serviços para acompanhamento do procedimento em sede policial. 
 
 
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5) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase 
Douglas responde a ação penal, na condição de preso cautelar, pela prática do 
crime de furto qualificado, sendo ele triplamente reincidente específico. No curso 
do processo, foi constatado por peritos que Douglas seria semi-imputável e que 
haveria risco de reiteração. O magistrado em atuação, de ofício, revoga a prisão 
preventiva de Douglas, entendendo que não persistem os motivos que 
justificaram essa medida mais grave, aplicando, porém, a medida cautelar de 
internação provisória, com base no Art. 319 do Código de Processo Penal. Diante 
da situação narrada, o advogado de Douglas poderá requerer o afastamento da 
cautelar aplicada, em razão: 
A) da não previsão legal da cautelar de internação provisória, sendo certo 
que tais medidas estão sujeitas ao princípio da taxatividade. 
B) de somente ser cabível a cautelar quando os peritos concluírem pela 
inimputabilidade, mas não pela semi-imputabilidade. 
C) de o crime imputado não ter sido praticado com violência ou grave 
ameaça à pessoa. 
D) de não ser cabível, na hipótese, a aplicação de medida cautelar de 
ofício, sem requerimento pretérito do Ministério Público. 
 
GABARITO 
1) D 2) A 3) B 4) D 5) C 
 
 
 
 
 
 
 
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PROCEDIMENTOS 
 
1) Introdução: 
Procedimento é a forma do processo penal e forma é garantia para o réu. 
Sofreu alterações em 2008 - 
- A lei 11689 alterou o tema júri 
- A lei 11690 alterou o tema prova 
- A lei 11719 alterou o rito comum 
Nulidade: inobservância da forma prevista em lei para a prática de 
determinado ato. (Art. 563 ao 573 CPP) 
 
2) Modalidades de procedimentos: 
a) Especial – CPP Art.513 a 518, CPP - Funcionário Público 
Art. 406 a 497, CPP - Júri 
Lei 11343/06 
b) Comum: Ordinário 4 anos ou mais 
Sumário - 2-4anos (Art. 531 ao 538 CPP) 
Sumaríssimo - 2 anos (Lei 9099/95) 
Ordinário - Se inicia com a petição inicial 
 
Observações: 
• Art. 72 lei 9099/95 No GECRIM antes do oferecimento oral vai existir 
uma audiência preliminar sob pena de nulidade. 
• Depois da denúncia/queixa o Juiz aceita ou rejeita. 
• Contra o recebimento da inicial não cabe recurso (Art. 396 CPP) mas 
cabe HC para anular o recebimento, HC para trancar o processo penal. 
• Para o STJ, o recebimento da denúncia acontece na fase do art.396 do 
CPP. Para os Tribunais esse recebimento não exige uma 
 
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fundamentação aprofundada, não cabendo recurso contra o 
recebimento. Apenas em caso de rejeição. 
• O recebimento da inicial interrompe a prescrição. 
• Cabe RESE contra a rejeição. O STJ entende que também cabe esse 
RESE contra a rejeição do aditamento. 
• Se for rejeitado no GECRIM cabe apelação 
 
Hipóteses de rejeição da inicial:( Art. 395, CPP) 
I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação 
penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei 
nº 11.719, de 2008). 
Observações: 
o Sempre será causa de nulidade a ausência de razões 
ou contrarrazões do imputado no processo penal. 
o Não se admite uma petição inicial genérica que não 
individualize o fato com todas as circunstâncias. 
 
➢ Após o recebimento ocorre a citação (Art. 351 e seguintes do CPP) 
➢ Citação pode ser real (mandado, carta precatória ou rogatória) ou ficta 
(hora certa ou por edital). 
o Apenas a rogatória suspende a prescrição 
o Sumula 351 STF – nulidade de citação de réu preso 
o Hora certa (Art. 362 CPP) - se dá quando o réu se esconde para 
não ser citado- juiz nomeia a defensoria pública 
o Edital – Quando o sujeito está em local desconhecido (No JECRIM 
não existe citação editalícia) 
 
 
 
34 
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Observações: 
No art. 366 do CPP - o juiz pode decretar a 
preventiva e a produção antecipada de prova 
urgente mas sempre de maneira fundamentada. 
A revelia é um direito do réu, se o réu for citado 
pessoalmente e não se defender o juiz nomeia um 
defensor para fazê-lo (Sumula 523 STF). 
 
RESPOSTA A ACUSAÇÃO (ART. 396 C/C 396-A DO CPP) 
▪ Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou 
queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a 
citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 
10 (dez) dias. 
o Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para 
a defesa começará a fluir a partir do comparecimento 
pessoal do acusado ou do defensor constituído. (Redação 
dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
▪ Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar 
tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, 
especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e 
requerendo sua intimação, quando necessário. As testemunhas referidas, 
declarantes e as inqueridas de ofício pelo juiz ( Art 206, 207 e 208 CPP) 
▪ Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. 
Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o 
afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão, o pai, a 
mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por 
outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas 
circunstâncias. 
 
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▪ Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, 
ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, 
desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. 
▪ Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos 
doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem 
às pessoas a que se refere o art. 206. 
 
Absolvição Sumária: 
o Absolver antes da audiência de instrução, julgamento antecipado da LIDE, 
cabe apelação (Art. 593,I, CPP), ocorre quando uma certeza acerca da 
existência de uma excludente. 
 
Audiência de Instrução: 
• No rito de organizações criminosas - 120 dias (Art. 23, 12850/ 2013) 
• Júri – 90 dias (1° fase 412 CPP) 
• Ordinário – 60 dias (Art. 400 CPP) 
• Sumário – 30 dias (Art. 53 CPP) 
 
Interrogatório 
Art. 185 § 2 CPP 
§ 2. Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a 
requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por 
sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão 
de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária 
para atender a uma das seguintes finalidades: 
Debates (Art. 403, §3, CPP) 
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo 
indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) 
minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, 
 
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prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, 
sentença. 
§ 3. O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de 
acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente 
para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) 
dias para proferir a sentença. 
 
Sentença (Art. 381 ao 392 do CPP): 
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença 
condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem 
como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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JURI 
 
Considerações – (Art. 5, XXXVIII, CF): 
O júri julga os crimes dolosos contra a vida e os conexos (art. 74, §1, 78 CPP) 
Observação: Latrocínio é competência do juiz singular (Art. 603 STF), o 
júri não julga também (dolo + culpa). 
 
Estrutura do RITO: 
1) Sumário (Art. 406 ao 421 do CPP) – Juízo de admissibilidade da 
acusação dolosa contra a vida. 
2) Mérito (judicium causae) – Juiz e Jurados. 
 
Decisões do Júri: 
a) Pronuncia (Art. 413 do CPP) – Decisão interlocutória 
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se 
convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes 
de autoria ou de participação. 
§ 1. A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da 
materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de 
autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo 
legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias 
qualificadoras e as causas de aumento de pena. 
§ 2. Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para 
a concessão ou manutenção da liberdade provisória. 
§ 3. O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, 
revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de 
liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, 
sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de 
 
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quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste 
Código. 
 
b) Impronuncia – (Art. 414 do CPP) Ausência de provas, só faz coisa julgada 
formal 
Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência 
de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, 
fundamentadamente, impronunciará o acusado. 
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, 
poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova 
nova. 
 
c) Absolvição sumária (Art. 415 CPP) - Faz coisa julgada material 
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, 
quando: 
I – provada a inexistência do fato; 
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
III – o fato não constituir infração penal; 
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do 
crime. 
 
d) Desclassificação (Art. 418 CPP e 419 CPP) - Emendatio Libelli, podendo ser 
feito de oficio. 
Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante 
da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. 
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, 
da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste 
Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz 
que o seja. 
 
 
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QUESTÕES: 
1) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase 
Maicon, na condução de veículo automotor, causou lesão corporal de natureza 
leve em Marta, desconhecida que dirigia outro automóvel, que inicialmente disse 
ter interesse em representar em face do autor dos fatos, diante da prática do 
crime do Art. 303, caput, do Código de Trânsito Brasileiro. Em audiência 
preliminar, com a presença de Maicon e Marta acompanhados por seus 
advogados e pelo Ministério Público, houve composição dos danos civis, reduzida 
a termo e homologada pelo juiz em sentença. No dia seguinte, Marta se 
arrepende, procura seu advogado e afirma não ter interesse na execução do 
acordo celebrado. 
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Marta deverá: 
A) interpor recurso de apelação da sentença que homologou a composição 
dos danos civis. 
B) esclarecer que o acordo homologado acarretou renúncia ao direito de 
representação. 
C) interpor recurso em sentido estrito da sentença que homologou 
composição dos danos civis. 
D) esclarecer que, sendo crime de ação penal de natureza pública, não 
caberia composição dos danos civis, mas sim transação penal, de modo 
que a sentença é nula. 
 
2) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase 
Luiz foi condenado, em primeira instância, pela prática de crime de homicídio 
qualificado em razão de recurso que dificultou a defesa da vítima. Durante seu 
interrogatório em Plenário, Luiz confessou a prática delitiva, mas disse que não 
houve recurso que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista que ele estava 
 
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discutindo com ela quando da ação delitiva. Insatisfeito com o reconhecimento 
da qualificadora pelos jurados, já que, diferentemente do que ocorreu em relação 
à autoria, não haveria qualquer prova em relação àquela, o advogado 
apresentou, de 
imediato, recurso de apelação. Considerando apenas as informações narradas, o 
advogado de Luiz deverá buscar, em sede de recurso, 
A) o reconhecimento de nulidade, com consequente realização de nova 
sessão de julgamento. 
B) o reconhecimento de que a decisão dos jurados foi manifestamente 
contrária à prova dos autos em relação à qualificadora, com consequente 
realização de nova sessão de julgamento. 
C) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal de 2ª instância, com 
imediata readequação, pelo órgão, da pena aplicada pelo juízo do Tribunal 
do Júri. 
D) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal de 2ª instância, com baixa 
dos autos, para que o juízo do Tribunal do Júri aplique nova pena. 
 
3) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase 
Durante audiência de instrução e julgamento em processo em que é imputada a 
José a prática de um crime de roubo majorado pelo concurso de agentes, Laís e 
Lívia, testemunhas de acusação, divergem em suas declarações. Laís garante que 
presenciou o crime e que dois eram os autores do delito; já Lívia também diz que 
estava presente, mas afirma que José estava sozinho quando o crime foi 
cometido. A vítima não foi localizada para prestar depoimento. Diante dessa 
situação, poderá o advogado de José requerer: 
A) a realização de contradita das testemunhas. 
B) a realização de acareação dastestemunhas. 
C) a instauração de incidente de falsidade. 
 
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D) a suspensão do processo até a localização da vítima, para superar 
divergência.GABARITO 
1) B 2) B 3) B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RECURSOS (ART 574 E SEGUINTES DO CPP) 
 
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em 
que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: 
I - da sentença que conceder habeas corpus; 
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de 
circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do 
art. 411. 
 
1) Considerações Iniciais 
• Prolongamento do processo originário. 
• O HC e a revisão criminal não são recursos e sim ações autônomas de 
impugnação. 
 
2) Princípios 
2.1. Proibição da Reformatio in Pejus (Art. 617 CPP) 
a) Direta incide para os tribunais 
b) Indireta incide para juiz originário 
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas 
decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for 
aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando 
somente o réu houver apelado da sentença. 
Essa proibição não se aplica para o júri. 
Em novo júri pelo mesmo processo o conselho de sentença deve 
ser totalmente renovado. 
 
2.2. Reformatio in Mellius (Art. 50, CPP) – Possibilidade de melhorar a 
situação do réu. 
 
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Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a 
decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos 
que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. 
 
3) Modalidades: 
• Rese (Art. 581 CPP) – Em regra vai atacar decisões interlocutórias. 
Sentença que julga o HC vai ser impugnada por recurso em sentido estrito. 
O Reses o ataca decisões de primeiro grau. 
Obs: Só quem ataca decisões de primeiro grau – Anulação, Rese, 
Carta testemunhável e agravo em execução. 
 
• Roc 
Contra sentença que extingue a punibilidade e que não extingue a punibilidade 
 
• O Agravo em execução (Art. 197 LEP) 
Qualquer decisão da VEC admite agravo da LEP, sem efeito suspensivo, o único 
que tem efeito suspensivo desinternação do inimputável (Art. 179 LEP). 
 
• Execução Penal – Sumula 192, 439, 441, 471, 493, 520, 526 do 
STJ 
 
• Forma do agravo e Rese 
Interposição – 5 dias (Art. 585 CPP e 700 STF) 
Razões e contrarrazões (2 dias) 
 
 
 
 
 
 
 
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Apelação Carta Embargos 
• Só ataca decisão em 1º 
grau; 
• Interposição em 5 dias; 
• Razões e Contrarrazões em 8 
dias; 
• Súmulas 705 e 708 do STF; 
• A renuncia ao direito de 
apelar deve ser fruto da 
vontade mutua do réu e do 
seu defensor. 
• Serve para 
destrancar o RESE, 
e o RESE serve 
para destrancar a 
Apelação; 
• 1º grau; 
• Art. 639 do CPP; 
• 48h – Escrivão. 
• Declaração – art. 382 
e 383 da Lei 9099/95, 
e o art. 619 do CPP; 
• Infrigentes e Nulidade 
(Art. 609 §1, CPP) – 
10 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REVISÃO CRIMINAL 
 
➢ Cabe revisão criminal também para buscar uma reparação de danos por 
parte do estado 
➢ Só cabe em favor do réu. 
 
CABIMENTO (ART. 621 CPP): 
• Lei; Autos – I 
• Nova Prova – III 
• Falsidade – II 
 
Observação: TJ e TRF revisam suas próprias decisões. 
 
HABEAS CORPUS: 
1) Art. 647 e 648 CPP e Art. 5, LXVIII, CF 
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se 
achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua 
liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar. 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que 
determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência 
para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a 
coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos 
casos em que a lei a autoriza; 
 
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VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém 
sofrer ou se achar ameaçado de 
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, 
por ilegalidade ou abuso de poder; 
 
QUESTÕES: 
1) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
Vitor foi denunciado pela prática de um crime de peculato. O magistrado, quando 
da análise da inicial acusatória, decide rejeitar a denúncia em razão de ausência 
de justa causa. O Ministério Público apresentou recurso em sentido estrito, sendo 
os autos encaminhados ao Tribunal, de imediato, para decisão. Todavia, Vitor, 
em consulta ao sítio eletrônico do Tribunal de Justiça, toma conhecimento da 
existência do recurso ministerial, razão pela qual procura seu advogado e 
demonstra preocupação com a revisão da decisão do juiz de primeira instância. 
Considerando as informações narradas, de acordo com a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, o advogado de Vitor deverá esclarecer que 
A) o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, tendo em vista 
que a decisão de rejeição da denúncia é irrecorrível. 
B) o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, pois caberia 
recurso de apelação, e não recurso em sentido estrito. 
C) ele deveria ter sido intimado para apresentar contrarrazões, apesar de 
ainda não figurar como réu, mas tão só como denunciado. 
 
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D) caso o Tribunal dê provimento ao recurso, os autos serão 
encaminhados para o juízo de primeira instância para nova decisão sobre 
recebimento ou não da denúncia. 
 
2) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
Vanessa foi condenada pela prática de um crime de furto qualificado pela 1ª Vara 
Criminal de Curitiba, em razão de suposto abuso de confiança que decorreria da 
relação entre a vítima e Vanessa. Como as partes não interpuseram recurso, a 
sentença de primeiro grau transitou em julgado. Apesar de existirem provas da 
subtração de coisa alheia móvel, a vítima não foi ouvida por ocasião da instrução 
por não ter sido localizada. Durante a execução da pena por Vanessa, a vítima é 
localizada, confirma a subtração por Vanessa, mas diz que sequer conhecia a 
autora dos fatos antes da prática delitiva. Vanessa procura seu advogado para 
esclarecimento sobre eventual medida cabível. Considerando apenas as 
informações narradas, o advogado de Vanessa deve esclarecer que: 
A) não poderá apresentar revisão criminal, tendo em vista que a pena já 
está sendo executada, mas poderá ser buscada reparação civil. 
B) caberá apresentação de revisão criminal, sendo imprescindível a 
representação de Vanessa por advogado, devendo a medida ser iniciada 
perante o próprio juízo da condenação. 
C) não poderá apresentar revisão criminal em favor da cliente, tendo em 
vista que a nova prova não é apta a justificar a absolvição de Vanessa, 
mas tão só a redução da pena. 
D) caberá apresentação de revisão criminal, podendo Vanessa apresentar 
a ação autônoma independentemente de estar assistida por advogado, ou 
por meio de procurador legalmente habilitado. 
 
3) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
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Miguel foi denunciado pela prática de um crime de extorsão majorada pelo 
emprego de arma e concurso de agentes, sendo a pretensão punitiva do Estado 
julgada inteiramente procedente e aplicada sanção penal, em primeira instância, 
de 05 anos e 06 meses de reclusão e 14 dias multa.A defesa técnica de Miguel 
apresentou recurso alegando: 
(i) preliminar de nulidade e m razão de violação ao princípio da correlação entre 
acusação e sentença; 
(ii) insuficiência probatória, já que as declarações da vítima, que não presta 
compromisso legal de dizer a verdade, não poderiam ser consideradas; 
(iii) que deveria ser afastada a causa de aumento do emprego de arma,uma vez 
que o instrumento utilizado era um simular ao de arma de fogo, conforme laudo 
acostado aos autos. 
A sentença foi integralmente mantida. Todos os desembargadores que 
participaram do julgamento votaram pelo não acolhimento da preliminar e pela 
manutenção da condenação. Houve voto vencido de um desembargador, que 
afastava apenas a causa de aumento do emprego de arma. Intimado do teor do 
acórdão, o(a) advogado(a) de Miguel deverá interpor: 
A) embargos infringentes e de nulidade, buscando o acolhimento da 
preliminar, sua absolvição e o afastamento da causa de aumento de pena 
reconhecida. 
B) embargos infringentes e de nulidade, buscando o acolhimento da 
preliminar e o afastamento da causa de aumento do emprego de arma, 
apenas. 
C) embargos de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar, apenas. 
D) embargos infringentes, buscando o afastamento da causa de aumento 
do emprego de arma, apenas. 
 
4) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVIII – Primeira Fase 
 
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Marcus, advogado, atua em duas causas distintas que correm perante a Vara 
Criminal da Comarca de Fortaleza. Na primeira ação penal, Renato figura como 
denunciado em ação penal por crime de natureza tributária, enquanto, na 
segunda ação, Hélio consta como denunciado por crime de peculato. Entendendo 
pela atipicidade da conduta de Renato, Marcus impetra habeas corpus, perante 
o Tribunal de Justiça, e m busca do “trancamento” da ação penal. Já em favor 
de Hélio, impetra mandado de segurança, também perante o Tribunal de Justiça, 
sob o fundamento de que o magistrado de primeira instância, de maneira 
recorrente, não estava permitindo o acesso aos autos do processo. Na mesma 
data são julgados o habeas corpus e o mandado de segurança por Câmara 
Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará, sendo que a ordem de habeas corpus 
não foi concedida por maioria de votos, enquanto o mandado de segurança foi 
denegado por unanimidade. Intimado da decisão proferida no habeas corpus e 
no mandado de segurança, caberá a Marcus apresentar, em busca de combatê-
las, 
A) Recurso Ordinário Constitucional, nos dois casos. 
B) Recurso em Sentido Estrito e Recurso Ordinário Constitucional, 
respectivamente. 
C) Embargos infringentes, nos dois casos. 
D) Embargos infringentes e Recurso Ordinário Constitucional, 
respectivamente. 
 
5) Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de 
Ordem Unificado - XXVII – Primeira Fase 
No âmbito de ação penal, foi proferida sentença condenatória e m desfavor de 
Bernardo pela suposta prática de crime de uso de documento público falso, sendo 
aplicada pena privativa de liberdade de cinco anos. Durante toda a instrução, o 
réu foi assistido pela Defensoria Pública e respondeu ao processo em liberdade. 
Ocorre que Bernardo não foi localizado para ser intimado da sentença, tendo o 
oficial de justiça certificado que compareceu em todos os endereços identificados. 
 
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Diante disso, foi publicado edital de intimação da sentença, com prazo de 90 dias. 
Bernardo, ao tomar conhecimento da intimação por edital 89 dias após sua 
publicação, descobre que a Defensoria se manteve inerte, razão pela qual 
procura, de imediato, um advogado para defender seus interesses, assegurando 
ser inocente. Considerando apenas as informações narradas, o(a) advogado(a) 
deverá esclarecer que: 
A) houve preclusão do direito de recurso, tendo em vista que a Defensoria 
Pública se manteve inerte. 
B) foi ultrapassado o prazo recursal de cinco dias, mas poderá ser 
apresentada revisão criminal. 
C) é possível a apresentação de recurso de apelação, pois o prazo de cinco 
dias para interposição de apelação pelo acusado ainda não transcorreu. 
D) é possível apresentar medida para desconstituir a sentença publicada, 
tendo em vista não ser possível a intimação do réu sobre o teor de 
sentença condenatória por meio de edital. 
 
GABARITO 
1) C 2) D 3) D 4) A 5) C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PACOTE ANTICRIME – LEI 13.964/19 
 
 
➢ Sancionada em 24 de dezembro de 2019, e entrou em vigor em 23 de 
janeiro de 2020. Com a nova lei, diversos dispositivos do Código Penal (CP) 
e do Código de Processo Penal (CPP), além de outras leis, como a Lei 7.210/84 
(LEP), foram revogados, alterados ou acrescentados. 
➢ Destarte, nosso CPP sofreu alterações significativas no que diz respeito à 
prisão e às medidas cautelares, às quais me dedicarei no presente artigo. 
 
 
➢ Art. 282, parágrafo 2º, do CPP 
As medidas cautelares podem ser decretadas pelo juiz a requerimento das 
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da 
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. Note 
bem: Agora, o juiz não pode mais decretá-la de ofício. Portanto, caso 
o magistrado assim venha a fazer, verificar-se-á ilegalidade, podendo a defesa 
requerer o afastamento da medida aplicada. 
 
➢ O parágrafo 3º do CPP - Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de 
ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, 
determinará a intimação da parte contrária e, agora, deve abrir prazo de 5 
dias. Nos casos de urgência ou de perigo, deverão ser justificados e 
fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que 
justifiquem essa medida excepcional. Dessa forma, caso o juiz deixe de abrir 
o prazo determinado pela nova lei ou deixe de justificar e fundamentar a 
decisão nos casos de urgência/perigo, a decisão será manifestamente nula. 
 
➢ A Lei 13.964/19 acrescentou o inciso V ao artigo 564 do CPP, que, 
agora, expressamente prevê que é nula toda decisão carente de 
fundamentação. 
 
➢ Tratando do artigo 282 do CPP, foi acrescentado, no parágrafo 6º que o não 
cabimento de aplicação da medida cautelar em substituição à decretação da 
prisão preventiva deve ser justificado de forma fundamentada nos elementos 
presentes do caso concreto, de forma individualizada. Essa determinação vai 
de encontro à nossa CRFB/88 (artigo 93, IX). A prisão, como é cediço, é 
 
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excepcional, ultima ratio, e, agora, como prevê expressamente o parágrafo 
6º do artigo 282 do CPP, a sua decretação exige fundamento de acordo com 
o caso concreto, de forma individualizada, sob pena de nulidade (CPP, artigos 
315, parágrafo 2º e 564, inciso V). 
 
➢ A Lei 13.964/19 revogou o parágrafo único do artigo 312 do CPP, que trata 
da decretação da prisão preventiva e, acrescentou dois parágrafos. O 
parágrafo 2, que dispõe da obrigatoriedade da motivação e do fundamento 
da decisão que decretar a prisão preventiva em decorrência de receio de 
perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que 
justifiquem a aplicação da medida adotada. 
 
➢ Antes da sanção do Pacote Anticrime, não havia em nosso ordenamento 
jurídico um prazo máximo de prisão cautelar. Assim, não era fácil demonstrar, 
por exemplo, um excesso de prazo da prisão para se requerer um relaxamento 
da cautelar. Agora, com a sanção da Lei 13.964/19, foi introduzido o 
parágrafo 6º ao artigo 316 do CPP, que determina ao órgão emissor da 
decisão que decretou a prisão preventiva revisar a necessidade de sua 
manutenção a cada 90 dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob 
pena de tornar a prisão ilegal. Vale lembrar que a necessidade em que trata 
o legislador deve ser atual, na forma do artigo 312, parágrafo2º, do CPP aqui 
já vislumbrado. Imperioso ressaltar ainda que essa decisão deve ser proferida 
de ofício pelo juiz, sob pena de ilegalidade, e, logo, relaxamento da prisão, 
quer seja se não for proferida dentro do prazo, quer seja por ausência da 
devida fundamentação. Por fim, por se tratar de norma processual, a sua 
aplicação é imediata e, dessa forma, o prazo em questão conta-se desde a 
decretação da prisão preventiva. 
 
➢ Entre as inovações trazidas pela Lei 13.964/19, está o acordo de não 
persecução penal, incluído no CPP, notadamente na alínea "a" do artigo 28, 
além de retificar o conteúdo contido no caput do referido dispositivo. 
 
➢ Por derradeiro, é importante trazer à baila as hipóteses de não cabimento do 
acordo de não persecução penal (artigo 28-A, §2º, incisos I a IV CPP). 
 
➢ Antes da vigência da lei anticrime, o estelionato era ação penal pública 
incondicionada. Ou seja, não havia dependência de representação do 
ofendido, bastando que o Ministério Público tomasse ciência do delito para 
oferecer denúncia. A única exceção a esta antiga regra era a chamada 
 
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"imunidade relativa", prevista no artigo 183 do CP. Agora, o delito de 
estelionato passou a ser ação penal pública condicionada à representação do 
ofendido (§5º). Isto é, para instaurar-se a persecução penal, faz-se 
necessário que a vítima represente em face do suposto autor dos fatos. Vale 
registrar que essa é a regra, tendo por exceção quando a vítima for 
Administração Pública direta ou indireta, criança ou adolescente, deficiente 
mental ou pessoas acima de 70 anos ou incapazes (nesses casos a ação será 
pública incondicionada). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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