Buscar

ANOTACOES AULAS PROC PENAL II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

JULIO CESAR LAVIEJA | DIREITO PROCESSUAL PENAL II
DIREITO PROCESSUAL PENAL II | JULIO CESAR LAVIEJA
A INSTRUMENTALIDADE DO PROCESSO PENAL
Com a violação do mandamento proibitivo, o jus puniendi desce para um plano concreto e surge para o Estado o poder-dever de aplicar a lei ao autor da conduta proibida. 
Este poder-dever do Estado de punir o indivíduo infrator se dá de forma violenta, pois envolve a violação do domicílio, algemar o cidadão, privar-lhe de seus bens ou até mesmo de sua liberdade. Daí, portanto, esta punição necessita ser legitimada, o que se dá pelo processo penal e pelos mecanismos que existem no ordenamento jurídico que vão permitir que o Estado faça uso destes meios.
Contudo, para exercer a pretensão punitiva, o Estado deve fazer uso do Processo Penal, que para além de um mero mecanismo de busca de aferição de culpa, é um instrumento que reflete o exercício da pretensão acusatória do Estado e a garantia de ampla defesa e contraditório, que, por sua vez, legitimam eventual castigo aplicável.
O Ministério Público é o dominus litis, o titular da ação penal. Somente o acusador tem o direito público subjetivo de exigir do Estado a aplicação do ius puniendi (art. 129, I, da CRFB). A imposição da pena exige o exercício do direito-dever de acusação do MP (nulla poena sine judicio).
Destarte, o processo penal é, portanto, um mecanismo para instrumentalizar seu direito de punir, fazendo com que aquela lei abstrata prevista na legislação penal possa ganhar concretude e ser procedimentalizada, no mundo dos fatos e envolvendo sujeitos reais. Será através da ação penal, em um caso concreto, que o Estado poderá praticar ou o jus puniendi ou o jus libertatis.
PROCEDIMENTOS PROCESSUAIS PENAIS
Como já visto, o Processo Penal é um instrumento que reflete o exercício da pretensão acusatória do Estado e a garantia de ampla defesa e contraditório, que, por sua vez, legitimam eventual castigo aplicável.
Enquanto sequencia de atos concatenados, o procedimento penal pode seguir o rito comum ou o rito especial (caput do art. 394 do CPP). O especial abrange uma série de diferentes procedimentos como o do tribunal do júri, da lei de drogas, crimes contra a propriedade imaterial, dos crimes praticados por servidor contra a administração pública e etc. 
O procedimento comum (art. 394, §1º, CPP) é gênero de três outras espécies: Procedimento comum ordinário, sumário e sumaríssimo. De acordo com o §1º do art. 394 do CPP, o critério utilizado para selecionar qual das espécies do procedimento comum aplicável é o preceito secundário do tipo penal.
	PROCEDIMENTO COMUM
DISPOSIÇÕES GERAIS
	PROCEDIMENTO
	DIFERENÇAS
	
Procedimento Comum Ordinário
	Pena máxima seja igual ou superior a 4 anos
	
Procedimento Comum Sumário
	Pena máxima seja inferior a 4 anos 
	
Procedimento Comum Sumaríssimo
	Infrações de menor potencial ofensivo com pena máxima não superior a 2 anos (art. 61 da Lei n. 9.099/95 e art. 94 do Estatuto do Idoso) e Contravenções Penais (Decreto nº 3688/41).
AUMENTO E DIMINUIÇÃO DE PENA: quando houver causas de aumento/diminuição na capitulação do tipo penal, que alterem a pena máxima, estas devem ser consideradas para a classificação do procedimento aplicável. 
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA: As regras do Procedimento Comum Ordinário aplicam-se subsidiariamente aos demais (art. 394, §4º, do CPP).
PRIORIDADE NOS HEDIONDOS: Os processos envolvendo crimes hediondos (art. 1º da Lei 8.072/90) terão prioridade de tramitação em todas as instâncias (art. 394-A do CPP). Não aplicável aos equiparados (art. 2º da Lei 8.072/90; 3T’s = tortura, tráfico e terrorismo).
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
LINHA DO TEMPO DO PROCESSO PENAL
OFERECIMENTO DA DENÚNCIA/QUEIXA: deve observar os requisitos do art. 41 do CPP[footnoteRef:1], sendo causa de rejeição o não preenchimento (art. 395, I do CPP). Além desta, os incisos II e III do art. 395 do CPP também indicam outras duas hipóteses de rejeição, qual seja: a) a ausência de pressuposto processual (de existência ou de validade) ou de condição da ação, como a necessidade de representação nos crimes contra a propriedade imaterial, por exemplo; e b) ausência de justa causa, que é a existência de lastro probatório mínimo, indispensável para demonstrar a viabilidade da demanda. [1: CPP, art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.] 
O recurso cabível contra a decisão que rejeita a denúncia é, em regra, o RESE (art. 581, I, CPP). Já no JECRIM (procedimento comum sumaríssimo), o recurso cabível é a apelação (art. 82 da Lei nº 9.099/95).
Insta mencionar o teor das Súmulas:
Nº 707 do STF. Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo; e 
Nº Súmula 709. Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA/QUEIXA (art. 396, CPP[footnoteRef:2]): trata-se de decisão irrecorrível que interrompe a prescrição da pretensão acusatória (art. 117, I, do CPP). Contudo admite-se a impetração de HC pela sua natureza de ação autônoma. [2: CPP, art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.] 
Citação: A citação (arts. 351 e ss. do CPP) do acusado pode ser real ou presumida (ficta), mas merece atenção a contagem dos prazos no processo penal, que difere da regra civilista (Súmula 710 do STF[footnoteRef:3]). O réu preso será citado pessoalmente (art. 360 CPP e Súmula 351 do STF), mas parte da jurisprudência admite que o acusado preso em outra UF possa ser citado por edital (Súmula 351 do STF.É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição). São aplicáveis as disposições dos arts. 252 a 352 do CPC, c/c art. 362 do CPP na citação do acusado. [3: Súmula 710-STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.] 
Defensor: O acusado terá que constituir defensor ou, não possuindo condições, será defendido pelo Estado de forma gratuita (art. 396-A, §2º, CPP). 
Denúncia: Assemelha-se a contestação na esfera processual civilista. É na resposta à acusação/defesa prévia que o réu se manifesta pela primeira vez nos autos, procedendo a juntada de documentos e apresentando rol de testemunhas. 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO/DEFESA PRÉVIA: É peça de apresentação obrigatória, mas com conteúdo facultativo. Constituída ou nomeada, a defesa tem a obrigação de apresentar a peça, no prazo legal (15 dias), podendo alegar todos os argumentos válidos e lícitos existentes (interessantes à defesa) para obter a antecipação da tutela absolutória, denominada de absolvição sumária do rito comum.
Havendo possibilidade de absolvição sumária (art. 397, CPP).
(i) Excludente de ilicitude – a conduta do acusado, apesar de ser típica, não é ilícita pois alguma das excludentes de ilicitude do art. 23 do CP (legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito). Há ainda as chamadas causas supralegais de exclusão de ilicitude, como a adequação social; e de culpabilidade, como a inexigibilidade de conduta diversa.
(ii) Excludente de culpabilidade – erro de proibição, coação moral irresistível, obediência hierárquica, são hipóteses de excludentes de culpabilidade. Com base na existência de alguma dessas circunstâncias, o réu poderá pleitear a sua absolvição sumária. Embora inimputabilidade do art. 26 do CP não seja causa de absolvição sumária, se o réu for menor de idade faça prova disso, neste momentoafasta-se a culpabilidade penal.
(iii) Excludente de tipicidade – o fato será típico se a conduta prevista em lei atingir o bem jurídico-penal de forma significativa. Não sendo significativa a lesão ao bem jurídico-penal, pode ser caso de absolvição sumária com base no princípio da ofensividade e no inciso III do novo art. 397;
(iv) Excludente de punibilidade – as causas extintivas da punibilidade estão previstas no art. 107 do Código Penal. Por exemplo, a prescrição na modalidade virtual.
PRELIMINARES: é momento de arguir todas as preliminares (como as exceções de incompetência, litispendência e coisa julgada, que são processadas em apartado); 
NO MÉRITO: pode ser momento de reforçar uma tese defensiva previamente levantada durante a fase de investigação; fragilizar o alegado pela acusação na denúncia/queixa já regularmente recebida pelo magistrado etc. Por outro lado, se a absolvição sumária é muito pouco provável, na maior parte das vezes é mais interessante em termos de defesa criminal deixar para aprofundar as razões defensivas na fase de alegações finais.
PROVAS: este também é o momento de especificar as provas que serão produzidas na chamada “superaudiência” do 400 CPP, inclusive apresentando o rol de testemunhas (8 para o rito ordinário e 5 para o rito sumário).
Recurso cabível: na hipótese de absolvição sumária, o recurso cabível é o de apelação, caso contrário, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, providenciando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público, se for o caso, do querelante e do assistente.
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO: não havendo absolvição sumária, o juiz designará audiência de instrução e a colheita da prova oral obedecerá a ordem do art. 400 do CPP.
Princípio da identidade física do Juiz[footnoteRef:4]. [4: JURISPRUDÊNCIA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. INDICIAMENTO. NÃO OBRIGATORIEDADE. REAPRESENTAÇÃO DE TRANSAÇÃO. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA N. 284/STF. NEXO CAUSAL. RESPONSABILIDADE PENAL. NECESSÁRIO REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA N. 7/STJ. PRINCÍPIO IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. EXCEÇÃO. POSSIBILIDADE. PROVAS. NECESSIDADE. COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL A QUO. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O indiciamento apesar de ser um antecedente processual lógico, não é obrigatório para que ocorra o oferecimento da peça acusatória.
2. A deficiência de fundamentação quanto à necessidade de reapresentação da transação penal atrai o óbice da Súmula n. 284/STF.
3. Para verificar a ausência de nexo causal à imputação de responsabilidade penal é necessário o reexame fático-probatório da demanda. Óbice da Súmula n. 7/STJ.
4. A jurisprudência desta Corte Especial é firme no sentido de que o princípio da identidade física do juiz no processo penal não é absoluto, comportando exceções, como no caso concreto. 
5. Compete ao Juízo a quo exercer juízo acerca das provas produzidas, dentre elas a necessidade da prova testemunhal, haja vista sua proximidade com as circunstâncias fáticas da causa. Agravo Regimental desprovido (AgRg no REsp 1588188/RN, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 23/05/2017, DJe 07/06/2017).] 
ACARIAÇÕES e RECONHECIMENTOS: após há manifestação dos peritos, acareações, reconhecimentos de pessoas e coisas.
INTERROGATÓRIO (art. 185, CPP) é meio de prova e de defesa. Antes do interrogatório o acusado tem direito a entrevista reservada com seu adv. 
ALEGAÇÕES FINAIS, em regra, são orais (art. 403, CPP). De acordo com o §3º do 403 ou §4º do 404 do CPP, podem ser convertidas em memoriais escritos.
A depender das hipóteses dos §§ 1º e 2º do art. 403 (diligência imprescindível ou complexidade da causa), pode o tempo de sustentação oral das partes previsto no caput, pode variar, inclusive sendo o excesso de tempo da audiência causa para conversão em memoriais escritos.
Novas diligências: As partes podem requerer sejam ordenadas diligências imprescindíveis pelo juiz (ou ele de ofício), antes do encerramento da instrução (art. 404, CPP).
Prazo das alegações escritas é de 5 dias, e o juiz julgará em 10 (§único do art. 404, CPP)
Acesso aos registros escritos e telemáticos pelas partes é garantido dados pelo art. 405 do CPP. 
SENTENÇA: na prolação da sentença, o juiz julga com base no seu livre convencimento. O art. 385, CPP permite que o juiz condene o acusado ainda que o MP postule a absolvição, inclusive fixando agravantes são suscitadas pela acusação. A jurisprudência acolhe esses poderes do juiz, mas parte da doutrina sustenta a inconstitucionalidade dos poderes do art. 385 por violação ao sistema acusatório.
Suspensão do juiz de garantias: O artigo 3º B, inciso XIV, do CPP está suspenso pela ADI 6.299 e ADIs n.º 6.298, 6.300 e 6.305. o Ministro Luiz Fux do STF, suspendeu, em 22/01/2020, a implementação do juiz das garantias e de seus consectários (Artigos 3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3ª-E, 3º-F, do CPP) até que a questão seja apreciada pelo Plenário do Tribunal).
ABSOLVIÇÃO IMPRÓPRIA: Duas espécias de penas: penas (senteça penal condenatória do art. 387 do CPP; e absolutória do art. 386, CPP);
Medias de segurança (inconsciente, inimputabilidade, art. 26 do CP). A sentença será absolutória, mas imprópria. O acusado será obrigado ao tratamento ambulatório ou clínico)
PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
Aplicável aos crimes cuja pena máxima seja inferior a 4 anos (art. 394, §1º II do CPP), desde que não seja caso de procedimento especial.
O procedimento sumário é mais célere (30 dias), mas assemelha-se ao procedimento comum (art. 531, CPP[footnoteRef:5]), diferindo em relação aos prazos e ao limite de cinco testemunhas (art. 532, CPP) e penas aplicáveis. [5: CPP, art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate.] 
Não há, contudo, previsão legal para conversão das alegações finais em memoriais no procedimento sumário. Por tal razão, utiliza-se a regra do procedimento comum ordinário, art. 403, §3º, CPP. 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO - JECRIM
Regras dos arts. 77 e ss. da Lei nº 9.099/95. No âmbito federal Lei nº 10.259/2001.
Base constitucional: 
CRFB/88, art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
[...]
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
MENOR POTENCIAL OFENSIVO: contravenções penais e crimes que a lei comine pena não superior a 2 anos (art. 61 da Lei 9.099/95[footnoteRef:6], e Súmula 38 do STJ[footnoteRef:7]), como os crimes contra a honra, vias de fato, desacato, desobediência e o dano simples (dano qualificado não é de competência do juizado). Contravenção praticada por juízes pode deslocar a competência. [6: Lei nº 9.099/95, art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.] [7: Súmula 38 do STJ. Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da CF/88, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.] 
CRITÉRIOS E OBJETIVOS DOS JUIZADOS ESPECIAIS (art. 62 da Lei da nº 9.099/95): CEIOS (celeridade, economia,informalidade, oralidade e simplicidade). As garantias serão observadas, como no caso do art. 69 da Lei da nº 9.099/95. Oralidade é muito observada (art. 77).
PROCEDIMENTO: Acionada a PM, no local é lavrado o Termo Circunstanciado (art. 69[footnoteRef:8]) e indicará a data da audiência preliminar (ou o acusado será notificado para comparecer). [8: Lei 9.099/95, art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.] 
FASE PRELIMINAR: na audiência, NÃO SENDO CASO DE ARQUIVAMENTO, haverá possibilidade de composição ou transação penal, evitando-se chegar ao procedimento sumaríssimo.
Na solenidade (art. 72 da Lei 9.099/95), será intentada a COMPOSIÇÃO CIVIL DOS DANOS (proposta de acordo entre as partes nos casos de ação pública condicionada e ação penal privada). Ao firmar a composição, o ofendido abre mão do seu direito de representação, que gerará sentença irrecorrível e executável no juízo cível, encerrando-se a discussão no âmbito criminal.
Para os crimes de Ação Penal Pública incondicionada não tem efeito a composição penal. Não sendo caso de composição e nos casos de Ação Penal Pública Incondicionada é dado procedimento à solenidade para verificar oferta de transação penal (art. 76), caso em que será ofertada pena de multa ou PRD.
TRANSAÇÃO PENAL (art. 76[footnoteRef:9]): é medida despenalizadora. Preenchidos os requisitos o MP deve oferecer a transação (§2º). Não gera reincidência (§4º), mas aceita-se aqui o conceito de reincidência, sendo a condenação impeditiva mais jovem do que 5 anos (art. 76, §2º, II). [9: Lei nº 9.099/95, a Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
§2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
§4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
§6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.] 
Da decisão que concede a transação cabe apelação (§5º). A que não concede é irrecorrível, mas atacável por HC (súmula 696 do STF)
A transação não gera assunção de responsabilidade (final do §6º) e cabe apelação da decisão que concede a transação, no que pertine ao valor da pena pecuniária prevista na transação. A decisão que não concede a transação é irrecorrível, mas por analogira pode-se postular a aplicação da súmula 596 do STF[footnoteRef:10]. [10: Súmula 596, STF. As disposições do Decreto 22.626/1933 não se aplicam às taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por instituições públicas ou privadas, que integram o Sistema Financeiro Nacional.
] 
Súmula Vinculante 35 do STF. A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
CITAÇÃO: ao final da audiência, sendo caso de oferecimento da denúncia, a lei prevê que a denúncia será oferecida oralmente e o autor do fato será citado na solenidade. Vedada a citação editalícia (art. 66 do CPP). A citação será pessoal, (na audiência preliminar) ou por mandado (art. 66 da Lei nº 9.099/95). Citação por hora certa; enunciado nº 110 do Fonaje - No Juizado Especial Criminal é cabível a citação com hora certa (XXV Encontro – São Luís/MA). Contudo, o TJRS tem firmado o posicionamento da inaplicabilidade da citação ficta nos Juizados Especiais. 
DENUNCIA/QUEIXA (art. 78): embora a praxe seja o oferecimento por escrito, em regra deve ser oralmente oferecida pelo acusador na audiência preliminar e reduzida a termo e já citado o acusado para comparecer na audiência de instrução, oportunidade em que seu defensor poderá sustentar sua resposta a acusação (art. 81) e após o juiz receberá ou rejeitará a denúncia/queixa. Cabe apelação da decisão que rejeita a denúncia (art. 82). Havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença. Não há previsão de número de testemunhas na lei, aplicando-se por analogia o art. 34 do 9.099/95. 
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO: encerradas as hipóteses de acordo, transação, scp, abre-se a audiência (art. 81) para que, de forma oral, o defensor sustente a rejeição da denúncia. Se o juiz rejeitar, cabe apelação (art. 82). Em sendo recebido, será colhida a prova oral (sem previsão de limite de testemunhas na parte criminal da Lei 9.099/95, aplicando-se subsidiariamente o limite de 3 testemunhas do art. 34), interrogatório, debates orais e, sem seguida, sentença, da qual cabe apelação com prazo de 10 dias. 
PENAS APLICÁVEIS: orientado pelos princípios da reparação do dano e transação, para não aplicação de PPL. Aplica-se a pena de multa e as PRD (art. 43 do CPP). Além disso, podem ser aplicadas MEDIDAS DESPENALIZADORAS:
· Composição civil dos danos (art. 72)
· Transação (art. 76)
· Suspensão Condicional do Processo (art. 89)
SITUAÇÕES DE REMESSA PARA O JUÍZO COMUM:
· Complexidade (art. 66, §único; e art. 77, §§2º e 3º)
· Não localização para citação (art. 66, §único, da Lei nª 9.099/95);
· Conexão ou continência com delitos da competência do Júri ou crimes mais graves, será afastada a competência – artigo 61 da Lei n. 9.099/95 – porém as medidas despenalizadoras deverão ser observadas (composição, transação, suspensão do processo).
· poderá também restar afastada a competência do JECRIM caso incida uma causa de aumento de pena, ultrapassando o patamar da pena máxima de 2 anos. Por exemplo, nos casos de concursos material entre dois crimes, aplica-se a regra do acúmulo material somando no caso as penas máximas (art. 69 do CP), logo se dois crimes com pena máxima de dois forem praticados no mesmo contexto, somando-se teríamos uma pena máxima de 4 anos, portanto, restaria afastada a competência do JECRIM;
· Nos casos de violência doméstica e familiar o artigo 41 exclui a aplicação da Lei n. 9.099/95, logo não há que se falar em JECRIM. Súmula 536 do STJ - A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
· Âmbito da justiça militar(art. 90). 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO – artigo 89 da Lei n. 9.099/95
REQUISITOS OBJETIVOS: 
· pena mínima cominada = ou maior de 1 ano (médio potencial ofensivo);
· condição de primariedade e não estar respondendo a outro processo; 
Artigo 89 da Lei n. 9099/95 – Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
Suspensão condicional DA PENA (sursis): CP, Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.
§2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.
NÃO SE APLICA NOS DELITOS SUJEITOS À LEI MARIA DA PENA
· Súmula 536 do STJ - A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
PROCEDIMENTO DO JURI
BASE CONSTITUCIONAL: art. 5º, inciso XXXVIII
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos; e
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
DEFESA: a plenitude de defesa é exercida pela defesa técnica e autodefesa. Quando a defesa técnica, pode o advogado expor o que melhor lhe couber, ainda que não haja respaldo jurídico necessário (questões sociológicas, religiosas e morais, decorrentes da plenitude de defesa, trazidas pelos laudadores ou testemunhas de beatificação, que são aquelas pessoas que trazem aos autos dados sobre a vida do acusado).
SOBERANIA DOS VEREDITOS veda que o Tribunal de Justiça altere a decisão dos jurados. 
COMPETÊNCIA: além dos crimes dolosos também é de competência do júri os crimes conexos, como sequestro e homicídio, homicídio e ocultação de cadáver, homicídio e tráfico de drogas, entre outros. 
PROCEDIMENTO BIFÁSICO
1ª Fase (arts. 406 a 421 do CPP) – “judicium accusationis” ou juízo de acusação
Essa fase tem por objeto a admissibilidade da acusação perante o Tribunal, se inicia com o oferecimento da denúncia ou queixa e termina com a sentença de pronúncia, impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária.
APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA das regras do procedimento ordinário (art. 394, §5º).
PRAZO DE DURAÇÃO da 1ª fase: 90 dias (art. 412, do CPP).
CITADO, o acusado terá 10 dias para apresentar resposta à acusação (arts. 406 e 798 do CPP e Súmula 710 do STF).
Após é dada vista ao MP e designada audiência de instrução (art. 411 do CPP). Neste momento não há possibilidade de absolvição sumária. Somente poderá o juiz absolver sumariamente ao fim desta fase.
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO (art. 411): oitiva da vítima, inquirição das testemunhas de acusação e defesa (máximo de 8 por parte, art. 406, §2º do CPP), demais provas (peritos), acareações e reconhecimentos de pessoas e coisas, interrogatório do acusado e, por fim, os debates orais (primeiro a acusação e depois defesa, por 20min prorrogáveis por mais 10min, conforme os arts. 400 e 403 do CPP). Comumente os debates orais são convertidos em memoriais (5 dias para cada).
Ao fim desta fase, que busca a formação de um juízo de existência do crime contra a vida, pode ao juiz singular tomar uma das quatro decisões:
	Pronúncia
	Impronúncia
	Absolvição Sumária
	Desclassificação
	413, CPP[footnoteRef:11] [11: CPP, art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.
§1º A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena.
§2º Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória.
§3º O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código.] 
	414, CPP
	415, CPP
	419, CPP
	Juiz convencido da materialidade e dos indícios suficientes de autoria ou participação
	Juiz não está convencido da materialidade ou dos indícios suficientes de autoria ou participação
	Juiz convencido de uma das hipóteses do artigo 415, CPP
Exige juízo de certeza
	Juiz convencido, em discordância da acusação, da existência de crime diverso daqueles do art. 74, §1º, CPP.
	RESE (art. 581, IV, CPP)
	Apelação (art. 416 do CPP)
	RESE (art. 581, II, CPP)
	
	Coisa jugada formal
	Coisa julgada Material
	
Vejamos alguns aspectos relevantes de cada uma dessas decisões:
PRONÚNCIA: 
· Julga admissível a acusação e, art. 413, CPP;
· Decisão interlocutória mista com estrutura forma de SENTENÇA, pois encerra uma fase do procedimento (julga admissível a acusação) levando o acusado para a segunda fase (remete o julgamento ao Tribunal do Júri)
· Deve indicar a capitulação do crime imputado, majorantes e qualificadoras[footnoteRef:12]. Deve também indicar eventual crime conexo. [12: NUCCI entende que as qualificadoras e as eventuais excludentes, confessadas pelo réu ou quando notórias, devem fazer parte da pronúncia pois TODA DECIÃO JUDICIAL DEVE SER DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA (art. 93, X, CF).] 
· Aplica-se a regra in dúbio pro-societate (STF HC 81646-PE), já que julga apenas a admissibilidade da acusação, sem conteúdo de mérito, exigindo apenas prova de autoria e apenas indícios de autoria;
· Essa decisão limita a acusação durante a 2ª fase (art. 476, CPP).
· O excesso de manifestação de caráter acusatório é causa de nulidade da decisão de pronúncia (arts. 413, §1º, e 472, CPP).
· Esta decisão desafia o RESE (art. 581, IV do CPP).
· Interrompe a prescrição (CP, art. 117, incisos II e III);
· Emendatio libelli: o juiz não está vinculado ao juízo de tipicidade indicado na inicial, podendo “emenda-la” corrigindo a capitulação ainda que mais grave (Art. 418 do CPP).
· Intimação pessoal do acusado (art. 420 do CPP).
IMPRONÚNCIA[footnoteRef:13]: [13: CPP, art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova.] 
· Julga inadmissível a acusação, extinguindo o processo ante o reconhecimento de insuficiência de materialidade e/ou indícios de autoria (art. 414, CPP);
· Decisão interlocutória mista de conteúdo terminativo;
· Inexiste mérito. Logo, de acordo com o §único do art. 414 do CPP, poderáser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova;
· Decisão atacável por apelação (art. 416 do CPP).
DESCLASSIFICAÇÃO[footnoteRef:14]: [14: CPP, art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado preso.] 
· Decide não ser o Tribunal do Júri competente para o julgamento e remete ao Juízo competente;
· Decisão interlocutória simples, mas modifica a competência do juízo (art. 74, CP);
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA[footnoteRef:15] [15: CPP, a Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:
I – provada a inexistência do fato;
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
III – o fato não constituir infração penal;
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.] 
· Julga improcedente a acusação e absolve o réu por reconhecer uma das hipóteses dos incisos I a IV do art. 415 do CPP;
· Expressa convencimento do juiz e gera coisa julgada material;
· O pedido de absolvição com base no art. 415, IV do CPP somente pode ser acolhido se a inimputabilidade for a única tese da defesa.
2ª Fase (arts. 422 a 497 do CPP) - judicium causae
As partes podem inquirir diretamente a vítima e as testemunhas, conforme a ordem estabelecida pelo art. 473.
Os jurados devem fazer perguntas por intermédio do juiz.
O relatório feito pelo juiz sobre o processo, por escrito, será distribuído aos jurados, que também terão cópia da pronúncia (ou acordão, conforme o caso).
PREPARAÇÃO DO PROCESSO (art. 422 CPP) – petição pelas partes para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas (até 5), juntar documentos e requerer diligência.
Seleção e sorteio dos jurados.
Convoca 25 jurados (mínimo de 15 presentes para o sorteio), dos quais 7 serão sorteados para formar o Conselho de Sentença. (art. 447, §2º).
Impedidos (448 e 449)
Julgamento somente terminará quando encerrado. Pode haver a dissolução do júri.
Primeiro a oitiva da vítima, nos casos tentados, 8 testemunhas de cada, demais provas, interrogatório do acusado e, finalmente, para os debates orais, onde cada parte terá 1h30min e, se o MP entender, pela réplica, haverá também tréplica com acréscimo de 30min para tanto (art. 476, §4º).
Durante a sessão de julgamento, presidindo o júri, o juiz (art. 497, XII) regula a intervenção de até 3m que as partes podem fazer entre sí durante a fala do outro, sendo esse tempo acrescido ao tempo do orador. 
CPP, art. 480.  A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele alegado. 
§ 1o  Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos.
§ 2o  Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará esclarecimentos à vista dos autos.
§ 3o  Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso aos autos e aos instrumentos do crime se solicitarem ao juiz presidente. 
Concluídos os debates, os jurados em conjunto e isolados farão a votação nos termos do art. 483
CPP, art. 483.  Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre: 
I - a materialidade do fato;
II - a autoria ou participação; 
III - se o acusado deve ser absolvido;
IV - se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa; 
V - se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.
§ 1o A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado.
§ 2o Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação:
O jurado absolve o acusado?
§ 3o Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo ser formulados quesitos sobre: 
I - causa de diminuição de pena alegada pela defesa;
II - circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. 
§ 4o  Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após o 2o (segundo) ou 3o (terceiro) quesito, conforme o caso.
§ 5o  Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas questões, para ser respondido após o segundo quesito.
§ 6o  Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão formulados em séries distintas.  
Encerrada a votação, a sentença (art. 492 CPP):
Art. 492.  Em seguida, o presidente proferirá sentença que:
(...)
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, determinará a execução provisória das penas, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos; 
(...)
§ 1o  Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. 
§ 2o Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo. 
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução provisória das penas de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação. 
§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo.
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso:
I - não tem propósito meramente protelatório; e
II - levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão.
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito incidentemente na apelação ou por meio de petição em separado dirigida diretamente ao relator, instruída com cópias da sentença condenatória, das razões da apelação e de prova da tempestividade, das contrarrazões e das demais peças necessárias à compreensão da controvérsia. 
DESAFORAMENTO: em regra, o júri é processado na comarca de tramitação do processo original, havendo possibilidade de deslocação da competência, que é decidida pelo Tribunal à requerimento das partes ou do juiz.
APELO (art. 593).
PROCEDIMENTO DA LEI 11.304/2006
AO USO DE DROGAS (art. 28) aplica-se o procedimento sumaríssimo – JECRIM.
Em flagrante o exame de corpo de delito é flexibilizadopara um laudo de constatação (provisório) quanto a natureza e quantidade da droga.
IC deve ser concluído em até 90 dias solto, 30d preso.
Concluído, remessa ao juiz, MP que pode oferecer denúncia, oportunidade que o juiz notificará o acusado para oferecer DEFESA PRÉVIA no prazo de 10 dias (art. 55).
RECEBIDA A DENÚNCIA (art. 56):
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias.
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.
§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.
Segundo o art. 57 o primeiro ato da AIJ é o interrogatório. Segundo STF aplica-se o art. 400 do CPP porque mais benéfico.
De resto, em muito assemelha-se ao procedimento comum.
PROCEDIMENTO ESPECIAL CRIMES FUNC. PÚBLICOS
Procedimento especial muito similar ao ordinário.
Crimes funcionais previstos no 312 a 326 do CP (prevaricação = jecrim).
DEFESA PRELIMINAR anterior ao recebimento da denúncia: nos casos de crimes afiançáveis (hoje todos) de ação não embasada em IP[footnoteRef:16] é exigida uma notificação para apresentação de defesa preliminar (15 dias). [16: Súmula 330 do STJ: É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial.] 
Em suma, somente será aplicado o procedimento diferenciado, com a exigência da defesa preliminar prevista no artigo 514 do CPP se não houver investigação em inquérito policial. 
REQUISITOS DA DENÚNCIA: 
Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.
RECEBIDA, O ACUSADO É NOTIFICADO PARA APRESENTAR DEFESA PRÉVIA EM 15 DIAS. 
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar.
Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido para a resposta, os autos permanecerão em cartório, onde poderão ser examinados pelo acusado ou por seu defensor.
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações.
APÓS, PODE O JUIZ REJEITAR OU RECEBER A DENÚNCIA:
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação.
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I.
INSTRUÇÃO SEGUE COMO NO PROC. ORDINÁRIO:
Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro.
LEI MARIA DA PENHA – Lei 11.340/06
BASE CONSTITUCIONAL: art. 226, §8º, da CF, que prevê que o ”Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações”. 
Somente após sanções perante a OEA, o Brasil editou, em 2006, a Lei 11.340/2006.
A Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Doméstica (Convenção de Belém do Pará, 1994), ratificada em 1995 pelo Brasil, definiu a violência contra a mulher à física, sexual e psicológica contra a mulher.
A ementa de ratificação é mencionada na Lei 11.340/06, que veio apenas em 2006.
Na Lei Maria da Penha, além da violência contra a mulher à física, sexual e psicológica contra a mulher prevista da Convenção, é asseverada também a proteção contra a violência moral e patrimonial (art. 5º):
Lei 11.340/06: art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Esse artigo sofreu alteração com a Lei do Contrato de Domésticas (Lei Complementar nº 140/2005), para inserir a figura do empregador como sujeito autor do delito. 
O inciso III reconhece a proteção da vítima em qualquer relação de afeto. Logo aplica-se a lei independentemente de ORIENTAÇÃO SEXUAL. 
Enquadramento da CONDUTA - APLICABILIDADE: se o crime praticado se enquadrar numa dessas hipóteses, está configurada a incidência. Observar art. 7º:
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbeo pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;Enquadramento do SUJEITO ATIVO
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
O inciso II foi editado pela Lei nº 13.772, de 2018, que reconhece a violação da intimidade da mulher, também alterou o CP para proteger a exposição da intimidade sexual (art. 216-B do CP), inclusive em meios digitais. 
SUJEITO PASSIVO, a vítima, é a mulher (e. g. a namorada, esposa, ex-namorada, filha, neta, mãe...). 
É possível que a agressão cometida por ex-namorado configure violência doméstica contra a mulher ensejando a aplicação da Lei nº 11.340/2006 (STJ. 5ª Turma. HC 182.411/RS, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu (Des. Conv. do TJ/RJ), julgado em 14/08/2012).
Violência praticada por irmão contra irmã, ainda que eles nem mais morem sob o mesmo teto (STJ. 5ª Turma. REsp 1239850/DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 16/02/2012); 
A caracterização da violência doméstica e familiar contra a mulher não depende do fato de agente e vítima conviverem sob o mesmo teto. Assim, embora a agressão tenha ocorrido em local público, ela foi nitidamente motivada pela relação familiar que o agente mantém com a vítima, sua irmã, circunstância que dá ensejo à incidência da Lei Maria da Penha. STJ. 5ª Turma. HC 280.082/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 12/02/2015.
DISPENSA A NECESSIDADE DE COABITAÇÃO (Súmula 600 do STJ[footnoteRef:17]). Há decisões que excepcionalmente se aplicou a lei nos casos de transgênicos. [17: Súmula 600 do STJ. "Para configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da lei 11.340/2006, lei Maria da Penha, não se exige a coabitação entre autor e vítima."] 
APLICAÇÃO CUMULATIVA: estupro no ambiente doméstico; ameaça prevalecendo-se das relações de afeto (ex-marido contra ex-mulher, ou irmãos coabitantes, por exemplo), lesão corporal no ambiente familiar (descendente contra ascendente, por exemplo), feminicídio de vingança contra ex-mulher... Observar o art. 7º.
Muitas condutas que configurem violência podem não configurar um tipo penal!
NÃO HÁ NA LEI PROCEDIMENTO ESPECIALIZADO. REGRAS DO PROCEDIMENTO COMUM, mesmo no caso de penas pequenas. 
Não é aplicável ao JECRIM (art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099/95).
· Logo também não se aplicam Composição civil
· Suspensão condicional do Processo
· Transação Penal.
 
Súmula 536 do STJ. A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
Súmula 588 do STJ. A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
Súmula 599 do STJ. É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticadas contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
RENÚNCIA: em ação penal pública condicionada só é admitida em audiência especializada, prévia ao recebimento da denúncia, em que a ofendida representará sua renúncia ao juiz (art. 16).
O 129 do CP é APPúbINDONCICIONADA: a ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. (Súmula 542 do STJ)
VEDA O PAGAMENTO DE MULTA ISOLADAMENTE: impede a condenação ou substituição em pena de pagamento de cesta básica ou dinheiro (art. 17 e Súmula 588 do STJ). 
 
MEDIDAS PROTETIVAS (art. 22, 23 e 24):
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; e (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após afastamentodo agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, independentemente da existência de vaga.
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.
PROVAS
Conjunto de elementos voltados a comprovar a veracidade de um fato ou alegação, destinado à formação da convicção do magistrado (reconstrução dos fatos para construção da verdade processual, que não se confunde com a verdade real, que é inatingível).
FUNDAMENTO LEGAL: arts. 155 ao 281 do CPP.
Princípios afetos à matéria probatória
· Princípio do Contraditório - direito de contraditar, influir no convencimento do juiz. Atentar para a questão da paridade de armas. 
· Princípio da comunhão dos meios de provas – uma vez produzida, poderá socorrer qualquer das partes. 
· Princípio da Identidade física do juiz – art. 399, §2º, CPP.
· Princípio da concentração – audiência única – ex. 400 do CPP. 
· Princípio da não autoincriminação – direito de abster-se o acusado de praticar qualquer conduta que possa acarretar em prova em seu desfavor.
INDEPENDEM DE PROVA: fatos axiomáticos ou intuitivos, presunções legais e fatos inúteis.
SISTEMA ACUSATÓRIO: Produção de provas pelo Juiz contraria o sistema acusatório (art. 156, II do CPP). No sistema acusatório a posição do juiz é apenas de gestão probatória.
SISTEMA DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO, da persuasão racional do juiz – o juiz tem ampla liberdade na valoração das provas, mas deve fundamentar seu convencimento; * sistema adotado pelo art. 93, IX, CF e art. 155 do CPP. Há exceção no caso da decisão dos jurados no procedimento do júri, pois julgam com a sua íntima convicção – art. 472 do CPP, podendo decidir unicamente com base nos elementos do IP. 
ELEMENTO INFORMATIVOS: obtidos na fase investigatória, sem a participação dialética das partes, ou seja, não há no momento de produção a observância do contraditório e ampla defesa. Presta-se para a fundamentação de medidas cautelares e também, para a formação da opinio delicti do titular da ação penal.
PARA SER PROVA DEVE TER CONTRADITÓRIO, ainda que realizado posteriormente. Justamente por serem submetidas ao contraditório posteriormente, podem ser utilizadas para fundamentar sentença condenatória:
· Provas cautelares – ex.: interceptação telefônica
· Provas não repetíveis – perícia, exame cadavérico; 
· Provas antecipadas – oitiva de testemunhas em estado terminal.
Ônus da Prova: em geral é da acusação o encargo de provar, pelos meios que em direito são admitidos, a veracidade do fato alegado.
CPP, art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Ônus da prova objetivo: consiste em uma regra de julgamento; se ao final do processo persistir dúvida, deve o juiz absolver o acusado com base no princípio do in dúbio pro reo (não aplicável na revisão criminal).
Ônus da prova subjetivo: é o encargo que recai sobre as partes de provar a veracidade dos fatos alegados.
A não observância do art. 212 do CPP era vista pelos Tribunais Superiores como mera irregularidade. Este ano, a 1ª Turma do STF manifestou, no julgamento do HC 187.035, posicionamento inovador assegurando a necessidade de seguimento da regra do art. 212 do CPP. 
Provas em Espécie
· Exame de Corpo de Delito
· Interrogatório
· Confissão 
· Ofendido
· Testemunhas
· Reconhecimento de Pessoas e Coisas
· Acareação
· Busca e Apreensão 
PRISÕES
· CONCEITO: Restrição da liberdade de ir/vir/permanecer em razão de flagrante delito, ordem fundamentada de autoridade judicial ou militar. Pacote anticrime vedou a decretação das prisões cautelares de ofício. 
· EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA: Hoje é a exceção (só quando condenado a mais de 15 anos pelo Tribunal do Júri – soberania do veredito. Apelação não tem efeito suspensivo, nesse caso, em regra).
· USO DE ALGEMAS: Exceção. Só em casos de perigo, resistência e fuga. 
· ESPÉCIES: Prisão pena e prisão provisória/cautelar (prisão temporária e preventiva). 
· PRISÃO EM FLAGRANTE (art. 310)[footnoteRef:18]: É uma prisão pré-cautelar. Serve para fazer cessar a atividade criminosa. Deve ser levado para audiência de custódia (24h), juiz decidirá se converte em preventiva/temporária, se relaxará (caso ilegal) ou se concederá liberdade provisória com ou sem fiança (art. 319 CPP). O flagrante pode ser próprio (cometendo crime/acabou de cometer), impróprio (perseguido logo após) ou presumido (localizado com instrumentos/armas/objetos). Gera APF. É obrigatório para autoridade policial e facultativo para qualquer um do povo. Os sujeitos são o condutor, testemunhas (02 do ato ou, se não houver, 02 da apresentação) e conduzido. [18: NÃO serão presos em flagrante os menores de 18, chefe de missão diplomática, Presidente. Só por crime inafiançável: deputado, senador, juiz e promotor. ] 
	PRISÃO TEMPORÁRIA
	PRISÃO PREVENTIVA
	Lei 7.960/89
	311 e ss. Do CPP
	Só no IP
	IP e Ação Penal
	Prazo certo: 5 dias + 5 dias.
Se crime hediondo/equiparado: 30 + 30.
Manutenção excessiva é crime de abuso de autoridade! 
	Não possui prazo, devendo, entretanto, ser revista a cada 90 dias (3.964/19). Se não for revisada, não implica em automática revogação.
	Só quando imprescindível para as investigações ou não ter endereço/identificação ou fundadas razões de autoria/participação. 
	Garantia da ordem pública, econômica, conveniência da instrução criminal ou assegurar futura aplicação da lei penal. 
	Rol taxativo de crimes: a) homicídio doloso; b) seqüestro ou cárcere privado; c) roubo; d) extorsão; e) extorsão mediante seqüestro; f) estupro; g) atentado violento ao pudor; h) rapto violento; i) epidemia com resultado de morte; j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285); l) quadrilha ou bando; m) genocídio; n) tráfico de drogas; o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986); p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.
Não pode ser decretada de ofício pelo juiz. 
	Crimes dolosos e pena superior a 04 anos ou reincidência ou Medida Preventiva da Maria da Penha não cumprida ou não identificação (se identificado, solto). 
Não pode ser decretada de ofício! 
· MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO (art. 319): comparecimento período em juízo, proibição de frequentar certos lugares, probiição de manter contato com certas pessoas, proibiçãode sair da comarca sem autorização, recolhimento domiciliar à noite e folga, suspensão da função pública se houver justo receio de uso para prática de infrações, internação provisória se passível de medidade segurança, fiança e monitoração eletrônica. 
· PRISÃO DOMICILIAR (art. 317/318): maior de 80 anos; extremamente doentes, cuidador de menores de 06 anosou PCD; gestante, pais de crianças até 12 anos. 
	DELEGADO DE POLÍCIA
	JUIZ
	Crimes com penas de até 04 anos
	Penas superiores à 04 anos (48h)
	1 a 100 SMN
	10 a 200 SMN
· LIBERDADE PROVISÓRIA: Pode ser concedida com ou sem fiança. Os crime inafiançáveis são suscetíveis de liberdade provisória, sem fiança. Não terá direito a fiança quem já quebrou antes, se prisão civil ou militar e se houver cabimento da decretação ad prisão preventiva. 
NULIDADES
Art. 563.  Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
Art. 564.  A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
II - por ilegitimidade de parte;
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade;
k) os quesitos e as respectivas respostas;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
m) a sentença;
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso;
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento;
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
V - em decorrência de decisão carente de fundamentação.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único.  Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas.         (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
Art. 565.  Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.
Art. 566.  Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.
Art. 567.  A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
Art. 568.  A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais.
Art. 569.  As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.
Art. 570.  A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argüi-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
Art. 571.  As nulidades deverão ser argüidas:
I - as da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos prazos a que se refere o art. 406;
II - as da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular e dos processos especiais, salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro II, nos prazos a que se refere o art. 500;
III - as do processo sumário, no prazo a que se refere o art. 537, ou, se verificadas depois desse prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoadas as partes;
IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro II, logo depois de aberta a audiência;
V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o julgamento e apregoadas as partes (art. 447);
VI - as de instrução criminal dos processos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere o art. 500;
VII - se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de recurso ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas as partes;
VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal, logo depois de ocorrerem.
Art. 572.  As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas:
I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior;
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
Art. 573.  Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados.
§ 1o  A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência.
§ 2o  O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.
PRESSUPOSTOS RECURSAIS
NON REFORMATIO IN PEJUS: É vedado a reforma da decisão para piorar a situação do réu quando o recurso for EXCLUSIVO da defesa.
Art. 617, CPP. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença.
Pode ser direta ou indireta
Reformatio in pejus direta: proibida em recurso exclusivo da defesa a reforma de decisão que piore a situação do réu. É o caso da majoração da pena, de reforma do regime inicial para mais gravoso e do reconhecimento de erro material que ao ser corrigido piora a situação do réu, por exemplo.
Reformatio in pejus indireta: assegura que, após o reconhecimento de nulidade em recurso exclusivo da defesa, as decisões posteriores não piorem a situação do réu.
RECURSOS
· CONCEITO: Recurso é instrumento processual voluntário dentro de prazo legal que objetiva combater uma decisão judicial para esclarecer, integrar, invalidar ou reformar essa decisão. No processo penal, divide-se o recurso em dois momentos: interposição (aqui se observa a voluntariedade – PRAZO MAIS IMPORTANTE – 05 dias) e arrazoado. 
· RECURSOS DE OFÍCIO: Da sentença que concede HC.
· CARACTERÍSTICAS: Disponibilidade (não há obrigatoriedade do MP de recorrer, mas se o fizer, não pode desistir – art. 576 CPP). Interesse recursal (quem tem interesse de modificação, aclaração ou reforma da decisão). Previsão legal (cabimento é pressuposto recursal). 
· TEMPO: O recurso deve ser interposto antes da preclusão ou coisa julgada. Se após, só cabível ação autônoma de impugnação. 
· PRESSUPOSTOS: Duplo grau de admissibilidade no processo penal. Objetivos (cabimento, adequação e tempestividade) e subjetivos (interesse e legitimidade).
· RECOLHIMENTO À PRISÃO: Não é mais requisito para interposição e conhecimento do recurso (S. 347, STJ). 
· INTERPOSIÇÃO: Por petição ou termo nos autos. Se não souber assinar, será assinado a rogo na presença de duas testemunhas. Se houver intempestividade das razões considera-se mera irregularidade. 
· PRINCIPIOLOGIA: Taxatividade recursal (previstos em lei em rol taxativo – haverá decisões irrecorríveis), fungibilidade (inexistência de má-fé), efeito extensivo (princípio da isonomia – quando houver a prática de um mesmo crime, devem ser tratados de maneira semelhante e, porisso, se um réu interpõe um recurso se estende os efeitos favoráveis aos demais – exceto se for fundado em caráter de exclusivamente pessoal), efeito regressivo[footnoteRef:19] (retratação), duplo grau de jurisdição, non reformatio in pejus (recurso exclusivo da defesa não pode ter resultado pior – se estende à HC ou revisão criminal), tempestividade. Recurso exclusivo da defesa nunca pode ter resultado pior (proibição da reformatio in pejus[footnoteRef:20]). [19: Admite-se no REse, carta testemunhável e agravo em execução.] [20: Indireta: processo anterior, cuja pena foi de 10 anos, em apelação foi reconhecida nulidade. Feito novo processo, nova sentença veio em 10 a e 6m. Não pode! Reformatio in pejus! Tem que ficar, igual ou melhor. ] 
· SENTENÇA (ABSOLUTÓRIA OU CONDENATÓRIA): Comporta apelação! 
	RECURSO
	PRAZO INTERP.
	PRAZO ARRAZOAR
	RSE
	5 dias
	2 dias
	APELAÇÃO
	5 dias
	8 dias
	CARTA TESTEMUNHÁVEL
	48h
	(tudo junto)
	EMBARGOS JECRIM
	5 dias
	(tudo junto)
	EMBARGOS CPP
	2 dias
	(tudo junto)
	APELAÇÃO JECRIM
	10 dias
	(tudo junto)
	AGRAVO EM EXEC.
	5 dias
	2 dias
	ROC EM HC
	5 dias
	(tudo junto)
	EMBARGOS INFRINGENTES
	10 dias
	(tudo junto)
	REX e RESP
	15 dias.
	(tudo junto)
RECURSOS EM ESPÉCIE
· RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (art. 581): Combate decisões interlocutórias proferidas no curso do processo. 
· PRAZO: Em regra, 05 dias para interpor e 2 dias para arrazoar. 
· JUÍZO DE RETRATAÇÃO: 02 dias pelo magistrado de 1º grau.
· DENEGADO RESE: Caberá carta testemunhável (639, I, CPP – Prazo de 02 dias para arrazoar desde quando intimado).
I - que não receber a denúncia ou a queixa (se JECRIM, será apelação no prazo de 10 dias);
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV – que pronunciar o réu (tribunal do júri);
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante (+ temporária);
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade (se na sentença, será apelação). 
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; CABE AGRAVO EM EXECUÇÃO
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; CABE AGRAVO EM EXECUÇÃO
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; (Exceção de prazo: 20 dias!)
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas; CABE AGRAVO EM EXECUÇÃO
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; CABE AGRAVO EM EXECUÇÃO
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; CABE AGRAVO EM EXECUÇÃO
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; CABE AGRAVO EM EXECUÇÃO
XXII - que revogar a medida de segurança; CABE AGRAVO EM EXECUÇÃO
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação; CABE AGRAVO EM EXECUÇÃO
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples Converterá em dívida de valor.
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei.    
· AGRAVO EM EXECUÇÃO: 
· Prazo: 05 dias (Súmula 700 do STF) + 02 dias para razões. Admite juízo de retratação (02 dias). 
· Não tem efeito suspensivo. 
· Competente para o juiz de onde cumpre a pena
· APELAÇÃO: 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias (razões no prazo de 08 dias): 
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição[footnoteRef:21] proferidas por juiz singular;     [21: Mudar o fundamento da absolvição. ] 
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;             
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:                 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;             
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;           
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.  
· Se contravenção: prazo para arrazoar é de 03 dias.
· EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (382 do CPP): Prazo de 02 dias sempre que houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão. Embargos interrompem prazo da Apelação.
· JECRIM: 05 dias.
· EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE (art. 609): Interposto em face de decisão não unanime e desfavorável ao acusado (acórdão de RESE, Agravo e apelação). É um recurso exclusivo da defesa (10 dias). Objeto será a matéria de divergência. 
· CARTA TESTEMUNHÁVEL (639 CPP): Cabível contra decisão que denega recurso ou agravo em execução (apelação é RESE) ou que admite, mas obsta seguimento. Prazo é de 48h seguintes, sendo requerido ao escrivão ou secretário que, se RESE deve entregar em 05 dias e se REX em 60 dias. Não tem efeito suspensivo. 
· RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL EM HC OU MS: Aplica-se quando tribunal denegar (art. 30, L. 8038/90 + 102, II CF + 105, II CF)
16 AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO
· HABEAS CORPUS (647 CPP): Medida que objetiva resguardar a liberdade de locomoção. Preventivo (salvo-conduto) ou repressivo (alvará de soltura). Não é recurso! É uma ação autônoma. Independe da existência de processo, pode ser impetrado contra decisões judiciais ou atos administrativos e pode ser impetrado mesmo após o trânsito em julgado. Agente coator pode ser particular (ex. clinica de reabilitação, hospital...). Legitimado ativo: tem-se o impetrante[footnoteRef:22] (quem ajuíza) e o paciente (o beneficiário). [22: Impetrante pode ser o próprio paciente, por qualquer pessoa e pelo Ministério Público (se beneficiário for o investigado).] 
· COMPOSIÇÃO: a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor; c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências. Pode ser determinada de ofício.
· CABIMENTO (rol exemplificativo art. 648):  quando não houver justa causa; quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; quando o processo for manifestamente nulo; quando extinta a punibilidade.
· PRAZO PARA DECISÃO: 24h;
· COMPETÊNCIA PARA JULGAR: Depende da autoridade coatora (sempre será a imediatamente superior).
· REVISÃO CRIMINAL (art. 621 CPP): Não é recurso. Tem como pressuposto o trânsito em julgado de sentença condenatória ou absolutória imprópria. Competência originária do tribunal. Resultado não pode agravar a pena imposta pela decisão revista (non reformatio in pejus). Só pode ser manejada pelo réu. Não tem prazo para o manejo! Pode ser antes ou após a execução da pena. Reestabelece todos os direitos perdidos em razão da condenação. 
· CABIMENTO: quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena. Reiteração só se funda

Continue navegando