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COLAPSO DA BIODIVERSIDADE

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CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - CFCH ÁREA DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CFCH592 - Sociedade e Natureza
Docente: Profa. Ma. Ávila de França Lima Rangel
Universidade Federal do Acre
COLAPSO DA BIODIVERSIDADE
Otniel Santana de Abreu
Luciano dos Santos Andrade
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
luciano.andrade@sou.ufac.br
No presente ensaio critico, estaremos abordando o assunto do colapso da biodiversidade no meio aquático, onde Luiz Marques mostra o desequilíbrio ambiental nas terras emersas consideradas de água doce: igarapés, rios, lagos, mangues, etc., como também os oceanos. Esse desequilíbrio ambiental vem impactando os seres vivos que habitam este ambiente, desencadeando a degradação de várias espécies, inclusive a sociedade como um todo. A ação do homem na natureza, contribui de maneira negativa no processo de reprodução e desenvolvimento, causando assimetria na cadeia alimentar, como também em todo o ecossistema, originando a extinção da fauna e da flora.
1. O Extermínio da Vida Aquática.
Science (2015) Segundo a lista vermelha do UICN, 31% dos caranguejos de água doce e 37% das espécies de peixes de água doce avaliados em 2009 estavam ameaçados.
Diante desses dados pesquisados, há de se concordar que a ação do homem tem ocasionado o aumento de consumo dessas espécies, tornando ameaçadas de extinção devido à ambição do mesmo, conforme afirma o artigo publicado na revista Science. No entanto, pesquisas revelam atualmente o aumento cada vez maior de recursos naturais providos da natureza, sendo a agropecuária um dos principais impactos causados no meio ambiente.
“embora a defaunação tenha sido menos severa no oceano que no ambiente terrestre, nossos efeitos sobre os animais marinhos estão crescendo em ritmo e impacto. Os humanos causaram poucas extinções completas no mar, mas somos responsáveis por muitas extinções locais, ecológicas e comerciais. A despeito de nosso começo tardio, os humanos já mudaram de modo poderoso virtualmente todos os ecossistemas marinhos maiores” (MARQUES, 2016, P. 365).
Através deste contexto, podemos perceber que a vida aquática está sendo exterminada por inúmeras situações dentre elas podemos destacar: sobrepesca, fazendas aquáticas, redes de arrasto e poluição.
1.1 Sobrepesca
Sua definição consiste na retirada de peixes acima das quotas estabelecidas pelos órgãos ambientais, sendo considerada pesca predatória. 
Em 1989, porém quando cerca de 90 milhões de toneladas de peixe foram retiradas do oceano a indústria atingiu seu ápice. Desde então os rendimentos diminuíram ou estagnaram. A pesca das espécies mais procuradas, como peixe relógio, merluza- negra, atum- azul, entraram em colapso por falta de peixes. Em 2003, um relatório cientifico estimou que a pesca industrial havia reduzido o número de peixes oceânicos grandes para apenas 10% de nossa população pré-industrial.
1.2 Fazendas aquáticas
As fazendas aquáticas não diferem muito das fazendas terrestres, pois seu proposito coincide na criação de peixes, anfíbios, crustáceos, moluscos e algas com intuito de evitar o desaparecimento das espécies em seu habitat natural. Mas ao mesmo tempo contribuindo negativamente na degradação fora desse habitat.
O relatório da FAO de 2014 informa que a população das fazendas aquáticas continua a crescer, embora em taxas menores, atingindo 90,4 milhões de toneladas em 2012, das quais 66,6 milhões de toneladas de peixes e 23,8 milhões de toneladas de algas marinhas. Em 2012 15 países responderam por 92,7% de toda população das fazendas aquáticas, sendo que 88% da população global provem da Asia. (MARQUES, 2016, P. 368).
1.3 Redes de arrasto
São utilizadas para pesca de todos os tipos de peixe, embarcados em um tipo de saco.
Segundo o autor Luís Marques, alguns exemplos deste colapso são: “(1) 24 das 26 espécies de esturjões do planeta estão ameaçadas; (2) Das 143 espécies que viviam tradicionalmente no rio Yangtzé, apenas 17 sobrevivem em 2013.
Operação de pesca em parelha com rede de arrasto (Fonte: Fischer & Haimovici, 2007).
1.4 Poluição
A poluição dos rios é considerada um agravante para a vida animal e a biodiversidade. Ela afeta populações ribeirinhas, juntamente com os garimpos ilegais que provocam destruição do meio ambiente mudando os cursos desses rios.
“De acordo com estudos técnicos, os níveis de contaminação por mercúrio já atingiram índices graves. O estudo verifica também que 72,72% dos examinados relataram algum sinal ou sintoma de contaminação e que, entre esses, pelo menos 87,5% eram de origem neurológica.” (GARCIA, 2022, P. 6).
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
2 Aquecimento das águas
	
Segundo Michael Jarraude, “não há pausa no aquecimento global”, desde 1871 os oceanos absorvem 94% da energia cósmica recebida pela terra e suas temperaturas superficiais são hoje as mais quentes dos registros históricos. (apud MARQUES, 2016, P. 385)
Deste modo, podemos perceber que, o aquecimento global tem aumentado consideravelmente nos últimos anos e afetado a vida aquática, estressando os organismos marinhos e os de água doce a suscetíveis doenças. Conforme dados analisados por cientistas da universidade de Yale, alguns peixes devem- se extinguir em breve, pois não conseguem sobreviver ao aquecimento da temperatura das águas.
2.1 Degelo do Ártico 
Considerado como uma ameaça catastrófica para a civilização, o degelo do ártico atinge o ecossistema prejudicando o ciclo reprodutivo de várias espécies, como os mamíferos que deles se alimentam. As alterações nas temperaturas de todo o planeta evidenciam esse aquecimento com fenômenos sem explicação, chuvas torrenciais, invernos setentrionais têm sido mais frios que a média dos últimos decênios. Essa ameaça a vida marinha é evidente e cabe a sociedade mundial e científica adotarem critérios, experimentos e estudos para que a biodiversidade não deixe de existir.
A camada de gelo do Ártico está há quatro anos em extinção (Foto: National Geographic/ Reprodução)
Considerações finais
Neste ensaio critico buscamos apresentar o continuo aumento do colapso ambiental apresentado por Luiz Marques onde ele nos mostra de todas as maneiras como esse colapso vem ocorrendo dia a dia. Sabemos que todos devemos refletir sobre nossas atitudes e sobre qual o melhor caminho para evitar esse colapso, temos clareza que este assunto requer muito mais de cada um de nós. No entanto Marques, nos dá uma série de ideias para que possamos evitar todos os transtornos pelo qual iremos passar caso não mudemos de atitude, devemos sair da subjetividade para ações concretas e que de fato possam mudar a realidade que vivemos hoje.
Tudo nos leva a crer que se essas mudanças não ocorrerem o mais rápido possível nosso planeta poderá sofrer as consequências como já vem sofrendo, a natureza tem demonstrado claramente que esta por um fio e por tanto devemos mudar nossas atitudes e buscar meios para preservar o que ainda nos resta, pois, se nada for feito a humanidade poderá pagar pela ação descontrolada do homem.
Bibliografia:
Fischer & Haimovici. Operação de pesca em parelha com rede de arrasto. UFRG, 2007. Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Operacao-de-pesca-em-parelha-com-rede-de-arrasto-Fonte-Fischer-Haimovici_fig2_333405433 / Acesso em: 04 de jun. de 2022.
G1. Camada de gelo do Ártico pode desaparecer nos próximos 5 anos. Casa & Jardim 2019. Disponível em: https://revistacasaejardim.globo.com/casa ejardim/Dicas/Sustentabilidade/noticia/2019/05/ Acesso em: 04 de jun. de 2022.
GARCIA, Ívani. Contaminação de rio no Pará é investigada pelo MPF; indígenas relatam mudança na cor da água e encontram peixes mortos. Revista Cenarium, 2022. Disponível em: https://cultura.uol.com.br/cenarium/2022/05/30/194706_contaminacao-de-rio-no-para-e-investigada-pelo-mpf-indigenas-relatam-mudanca-na-cor-da-agua-e-encontram-peixes-mortos.html/ Acesso em: 04 de jun. de 2022.
MARQUES, Luíz. Capitalismo e colapso ambiental. 2 ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp,2016.
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