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SÍNDROME DE BURNOUT Marcus Vinicius Stancke Elisandro Gonçalves Ederson Leithold Prof. Alexandre Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Gestão da Produção Industrial Data: 26/11/2021 RESUMO Este artigo tem como principal objetivo abordar um assunto que, em maior ou menor medida, afeta ou vai afetar a todos nós no âmbito profissional, a Síndrome de Burnout. A abordagem principal é o esgotamento profissional, gerando sentimentos e ações negativas no colaborador, reduzindo massivamente seu desempenho na organização. Através da nossa pesquisa, trataremos dos estágios dessa síndrome, bem como dos sintomas, tratamentos e experiências. Com relação ao método de abordagem, será utilizado o método descritivo, já que o entendimento se dá no momento em que a Síndrome de Burnout é esclarecida através de diagnósticos e sintomas.. Portanto, Burnout é uma síndrome depressiva intrínsica ao trabalho. Por se tratar de uma patologia relativamente comum, utilizamos um método de fácil compreensão, de modo a interpretação seja a melhor possível sobre esse tema tão importante. Palavras-chave: síndrome burnout, tratamento, sintomas. INTRODUÇÃO A dedicação ou cobrança exagerada dos colaboradores por parte das empresas podem acabar debilitando o desempenho desses indivíduos nas funções que exercem. Uma das atribuições dos distúrbios emocionais do indivíduo se dá devido ao cenário no mundo do trabalho mudar frequentemente e a cobrança com relação aos funcionários ter aumentado muito. A partir dessa linha de pensamento surgiu o estudo de Freudenberger, esmiuçando um sentimento de fracasso e fadiga causado por um excessivo desgaste de energia, força e recursos. A Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é uma reação do indivíduo com relação ao trabalho que exerce, nenhum trabalhador está imune a essa patologia laboral. Diante da falta de esclarecimento, muitas pessoas que possuem a Síndrome de Burnout não conseguem identificá-la como doença, já que não reconhecem essa patologia. É de extrema importância tratar nas organizações desse tema, apresentando ao conhecimento dos colaboradores os sintomas e causas, tendo em vista contribuir para o tratamento e prevenção, abreviando as consequências negativas no âmbito organizacional. 1 SÍNDROME DE BURNOUT A Síndrome de Burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional, é classificada como um transtorno psíquico. Esse distúrbio ficou conhecido no inicio da década de 1970, sendo definida pelo psicanalista Herbert J. Freudenberger, que constatou em si próprio a Síndrome de Burnout, o desenvolvimento do conceito da síndrome apresenta dois estágios em sua evolução; a fase precursora onde o foco foi a descrição clínica da “Síndrome de Burnout”, e a outra fase experimental onde se sistematizaram as investigações que na época eram muito distintas, para poder dar-se a descrição conceitual da doença. Há vários aspectos que definem essa síndrome, um dos principais é o estado de tensão emocional e estresse crônico provocado pelo esgotamento físico e mental. Esse transtorno se desenvolve em pessoas que o trabalho exige muito contato e interação pessoal, enfim, pessoas que tenham uma relação direta e intensamente com outras pessoas ou que possuam jornada dupla, que não consigam administrar o trabalho com a saúde mental. O trabalho ocupa papel central na vida das pessoas e revela-se um fator relevante na formação da identidade e na inserção social dos cidadãos. Nesse contexto, considera-se que o bem-estar adquirido pelo equilíbrio entre as expectativas em relação à atividade profissional e a concretização desses ideais, representa um dos fatores que constituem a qualidade de vida que é proporcionada pela satisfação de condições objetivas tais como renda, emprego, objetos possuídos e qualidade de habitação, de condições subjetivas como segurança, privacidade e afeto (WILHEIM; DÉAK, apud CARDOSO, 1999, p. 89). 2 SINTOMAS A Síndrome de Burnout é a experiência individual de caráter negativo, atitudes e emoções negativas com relação ao seu trabalho e com os demais colegas, o indivíduo passa a estar desmotivado. 2.1 SINTOMAS FÍSICOS Os principais sintomas físicos são: · ● Dores de cabeça; · ● Alterações no sono; · ● Problemas digestivos; · ● Falta de ar; · ● Excesso de cansaço; · ● Dores musculares; 2.2 SINTOMAS PSÍQUICOS Os sintomas psíquicos da síndrome são é o esgotamento, a sensação do cansaço físico e emocional, desencadeando outros sintomas, como: · ● Ansiedade; · ● Dificuldade de concentração; · ● Variações constantes de humor; · ● Perda de motivação no emprego; · ●Pensamentos negativos; · ● Isolamento; · ● Irritabilidade; · ● Baixa auto-estima. 3 ESTÁGIOS Para Freudenberg, existem 12 estágios no Burnout, sendo eles: · 1. Necessidade de se afirmar: provar ser capaz de tudo, sempre; · 2. Dedicação exacerbada: com predominância da necessidade de se fazer tudo sozinho; · 3. Indiferença com as necessidades pessoais: comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido; · 4. Recalque de conflitos: o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando surgem sintomas físicos; · 5. Reinterpretação dos valores: isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização, lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o trabalho; · 6. Negação de problemas: nessa fase os outros são completamente desvalorizados e tidos como incapazes. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes; · 7. Recolhimento: aversão a grupos, reuniões, comportamento anti-social. · 8. Mudanças evidentes de comportamento, perda do humor, não aceitação de comentários, que antes eram tidos como naturais. · 9. Despersonalização: ninguém parece ter valor, nem mesmo a pessoa afetada. A vida se restringe a atos mecânicos e distância do contato social – prefere e-mails e mensagens. · 10. Vazio interior: sensação de desgaste, tudo é difícil e complicado. · 11. Depressão: marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido; · 12. Síndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência, e a ajuda médica e psicológica são urgentes. 4 DIAGNOSTICO Para que se tenha o diagnostico, leva-se em conta a construção da história do paciente, considerando suas realizações pessoais dentro e fora do trabalho, e o quão realizado ele é, em relação a sua perspectiva. 5 TRATAMENTO O tratamento da deve ser indicado por um profissional qualificado, é comum a indicação do uso de antidepressivos e psicoterapia, recomenda-se também atividade física regular e exercício de relaxamento como uma forma de canalizar e controlar os sintomas. 6 SINAIS DE MELHORA Quando se faz o tratamento adequado surgem sinais de melhora, podendo o colaborador voltar a ter maior desempenho e rendimento no trabalho, diminui também outros sintomas como dores de cabeça e o cansaço físico e emocional, o indivíduo passa a se portar melhor diante de dificuldades. 7 SINAIS DE PIORA Quando não se segue o tratamento de forma adequada o indivíduo perde totalmente sua motivação em relação ao seu emprego, perdendo o interesse e faltando com freqüência. Em casos mais críticos, a pessoa pode desenvolver depressão, até mesmo necessitando de internamento para ter um acompanhamento médico mais preciso. CONSIDERAÇÕES FINAIS A síndrome de Burnout não é um fenômeno isolado segundo a Organização Internacional do Trabalho, fica evidente a importância da saúde e do bem-estar do colaborador no ambiente de trabalho, pois o indivíduo passa a maior parte de seu tempo em função do seu trabalho, a vontade de fazer o melhor naquilo na profissão que exercemos fala mais alto, acarretando assim com que o esforço pessoal passe a ser prioridade. Como vimos no desenvolvimento do artigo o portador da Síndrome de Burnout mede a auto-estima pela capacidade de realização e sucesso profissional, onde a pessoa passa a ficar fatigada, pois a realização profissionalestá ligada aos sentimentos, ao desenvolvimento nas suas atividades laborais e a estabilidade financeira. A qualidade de vida está relativa as expectativas, necessidades e satisfação humanas. Com isso, pode-se considerar que o ambiente de trabalho possui aspectos que interferem no bem estar do empregado. Por isso, é necessário realizar estudos em ambientes que possam auxiliar os pesquisadores a identificar os fatores capazes de levar o indivíduo a desencadear a síndrome de burnout (FIGUEROA; VELIZ-CAQUIAS, 1992). Para uma pessoa com os sintomas da Síndrome de Burnout deve-se ter maior atenção, uma pessoa com a qualidade de vida no trabalho agradável, porém isso não deve apenas partir do individuo portador da síndrome, mas também da empresa que ele trabalha, dando assim mais segurança física, mental e social. Podemos entender Burnout como o produto de uma interação negativa entre o local, a equipe de trabalho e os clientes como afirma Alvarez Gallego e Fernandez Rios (1991). REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 2003. TAFNER, Elisabeth Penzlien; SILVA, Everaldo da. Metodologia do Trabalho Acadêmico. Indaial: Ed. Grupo UNIASSELVI. TIRONI, Márcia Oliveira Staffa et al. Trabalho e síndrome da estafa profissional (Síndrome de Burnout) em médicos intensivistas de Salvador. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. 2009, vol.55, n.6, pp.656-662. ISSN 0104-4230. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S Acesso em 22 de novembro de 2021. CARDOSO, W. L. C. D. Qualidade de vida e trabalho: uma articulação possível. In: GUIMARÃES, L. A. M.; GRUBITS, S. (Orgs.). Saúde Mental e Trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999. p. 89-116.
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