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Tráfico de pessoas

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Tráfico de pessoas
	“Amor de mãe”, novela brasileira de 2020, retrata a história de uma família pobre, no interior do nordeste, a qual o pai vendeu o filho para o tráfico em troca de dinheiro. Nesse viés, a narrativa se aproxima do cenário hodierno no Brasil, visto que o tráfico de pessoas ainda é uma realidade no país, seja pelo enraizamento histórico, seja pela ineficácia governamental para a sua contenção. Dessa forma, medidas estatais necessitam ser aplicadas para a reversão desse óbice.
	É oportuno ressaltar, a partir dessa premissa, a raiz histórica socioestrutural do tráfico de pessoas que permeia a comunidade brasiliana desde o século XVI. Isso porque, embora a proibição formal tenha acontecido em 1850 com a Lei Eusébio de Queiroz, o encobrimento de métodos informais possibilitou a sua perpetuação dentro do território até a atualidade de forma silenciada. Nesse sentido, a captação de pessoas vulneráveis a tais golpes, como acontecera na novela, é a base para dar continuidade no funcionamento silencioso do tráfico, uma vez que as vítimas, majoritariamente, não têm visibilidade social, torna-se mais lucrativo o comércio. Logo, uma alternativa eficaz é direcionar a atenção para esses fatos na tentativa de combate ao tráfico humano na contemporaneidade. 
	Outrossim, a garantia de proteção e de segurança do cidadão é de responsabilidade do Estado, o qual descumpre tais prerrogativas no que incumbe ao tráfico de pessoas. Assim, concretiza-se o conceito de subcidadania que o sociólogo Jessé de Souza disserta em seu livro “A ralé brasileira”, o qual diz respeito ao tangenciamento de direitos por parte do Estado. Consequentemente, coloca em risco a vida de milhares de pessoas devido sua omissão frente à problemática e, ainda, corrobora para a permanência impune de ações contra a integridade de seus cidadãos. Destarte, a atuação do Estado precisa ser incisiva e constante perante esse crime. 
	Partindo dos pressupostos anteriores, evidencia-se, portanto, a importância de contornar o mais rápido possível esse problema. Para isso, cabe ao poder midiático, por intermédio do projeto “Vida Segura” em rede nacional, veicular curtas-metragens expositivos da realidade do tráfico humano, com o intuito inquietar a população acerca do tema e alertar para os seus perigos, bem como formas de prevenção. Ademais, urge ao Ministério da Segurança Pública monitorar organizações criminosas, por meio de investigações sigilosas, com o fito de prender os responsáveis e quebrar com a continuidade dessa prática. Enfim, poder-se-á ter uma cidadania digna e segura no Brasil.

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