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Reforma da saúde mental no século XIX

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ESTEPHANY GOMES KESTERING (202103024301)
ISABELLE MULLER DE SOUSA (202102207101)
SHEILA PATRICIA MATHIAS DA SILVA (202103163459)
REFORMA DA SAÚDE MENTAL NO SÉCULO XIX
ALFRED BINET E O TESTE PSICOLÓGICO
Curitiba, 14 de março de 2022.
Reforma da Saúde Mental no Século XIX
O início da reforma psiquiátrica começou em Paris, no ano de 1792, com os estudos do Dr. Philippe Pinel, desenvolvedor da corrente que constituiu o saber psiquiátrico por meio da observação e análise sistemática dos fenômenos perceptíveis da doença já que no século XVIII a loucura já era campo da medicina, mas ainda não havia definições claras para identificar a loucura nas pessoas, tanto que uma das medidas de Pinel foi que pessoas psicologicamente doentes fossem separadas das pessoas marginalizadas, que também se encontravam nos manicômios. 
Essa definição foi importante pois a medicina estava se desprendendo da filosofia e religião e não poderia se prender somente na observação de alguns comportamentos pontuais. A partir disto foi concebida a concepção de “doença mental” como consequência de distúrbios resultantes de lesões anatômicas ou funcionais do cérebro que são refletidas nos comportamentos.
Mas Pinel e seu seguidor Jena-Étienne Dominique Esquirol, estavam mais preocupados em entender e classificar os comportamentos clínicos do que formar uma teoria mais biológica. Pinel trouxe a definição de loucura como resultado de paixões exacerbadas e o próprio louco como uma vítima da confusão mental no sistema nervoso central, assim obtendo uma nova direção de estudos para a psiquiatria no início do século 19.
As práticas que Pinel e Esquirol seguiram era a observação empírica sistemática e o tratamento moral. Então seus pacientes tinham cuidados gentis para melhorar suas condições de saúde mental ao contrário dos maus tratos que ocorriam anteriormente, deixando os tratamentos mais humanizados e entendendo que a loucura era uma doença moral. O que o médico precisava fazer era trazer o paciente para racionalidade novamente.
Sendo assim considerou a necessidade de ouvir os pacientes para entender e tratá-los de maneira mais humana e respeitosa, assim concedeu o estatuto de dignidade aos loucos. Na sua abordagem era necessário que os cuidados com as instalações sob os comandos do Dr. Pinel fossem limpos, que os pacientes fossem livres de correntes e colocados em quartos com luz solar, praticassem exercícios livremente dentro do hospital e que sua qualidade de cuidado fosse melhorada.
O tratamento iniciado era o oposto das práticas dos médicos tradicionais encontrados nos manicômios, como a sangria terapêutica e as restrições físicas, e em vez disso, era focado em transformar os manicômios em locais seguros e controlados com um ambiente tranquilo e calmo, sem situações de conflito. As experiências dos pacientes passaram a serem considerados para a compreensão da loucura em questão, assim passando a ser uma doença com possibilidade de reversão. Mas ainda o paciente não era realmente ouvido no seu sofrimento mental, os sintomas eram considerados uma doença de juízo distorcido da realidade e o tratamento moral era fazer entender onde o louco estava errando e conseguir com que ele voltasse para a sociedade.
Referente a etiologia das doenças morais, Pinel reconhecia que poderiam ter causas hereditárias, mas tem como principal a influência de fatores externos as emoções violentas. Esquirol aprofundando os estudos de Pinel obteve um avanço considerável na parte teórica propondo uma nova sistematização nosografia (novo entendimento sobre a natureza das doenças) com quatro grupos principais de doenças mentais:
- Idiotia: que pode ser congênita ou adquirida, mas constitui uma categoria bastante diferenciada das que agrupam os problemas propriamente psíquicos
- Demência: na forma aguda, passível de cura e na forma crônica, praticamente incurável.
- Mania: que se refere ao delírio total com exaltação. Seria uma alteração generalizada das funções mentais, como a inteligência, percepção, volição, atenção.
- Monomanias: que agrupa todas as perturbações mentais que trazem prejuízos psíquicos apenas parciais conservando perfeitas outras funções intelectuais.
O delírio é parcial e pode ter uma forma alegre ou uma forma triste. (https://www.academia.edu/40066852/HIST%C3%93RIA_DA_REFORMA_PSIQUI%C3%81TRICA, página 8)
A tristeza também foi inclusa na classificação de Pinel e Esquirol, divindade entre mania e lipemania. A lipemania consistiria num delírio intelectual, de natureza depressiva, afetando toda a vida do paciente, deixando-o incapaz de realizar as mais simples atividades.
Chegou-se à conclusão de que somente esse tratamento moral não era o ideal, mas abriu precedente para que os tratamentos sejam mais brandos e que a via de tortura não era uma opção a se seguir. Assim foi criada uma vertente para os futuros psicólogos e psiquiatras como Jung com a psicologia analítica, Esquirol e a psicopatologia descritiva, Pierre Janete com a dissociação, Philippe Pinel e o tratamento psiquiátrico, Karl Jaspers e a fenomenologia, Sigmund Freud e a psicanálise e Franco Basaglia e a antipsiquiatria.
Reforma da Educação no Século XIX
A educação no século 19 começou a ser considerada uma forma de desenvolver lealdade do povo com os líderes políticos, agente de pacificação, identidade nacional e dissolução de tensões internas nos países
Mesmo com essas vantagens para os governos as escolas eram extremamente elitistas, poucas crianças tinham acesso, fora essa questão as meninas eram quem menos estavam presentes. A realidade da maioria das crianças era o trabalho infantil, seja em casa, na agricultura, fábricas e minas. 
Os livros não eram comuns e o que era utilizado para estudo em sala eram pequenas lousas para cada criança, eram caras e o ensino se baseava em memorização.
Como as salas eram escassas numa mesma turma tinham crianças de várias idades e a punição e a humilhação psicológica era comum e diária, assim impondo uma disciplina rígida. 
A mudança começou no final do século 19 com a Alemanha começou a investir nas suas escolas e faculdades, gerando competitividade entre governos, principalmente na Europa.
Alfred Binet e os testes psicológicos
Alfred Binet viveu de 1857-1911. Cursou a faculdade de Direito, mas tinha interesse na Psicologia e virou autodidata neste campo. Em 1889 ajudou a fundar o primeiro laboratório de pesquisa psicológica em seu país e ficou como diretor até o final de sua vida.
O ponta pé inicial para a criação da primeira escala de inteligência foi com o governo francês impondo a escolaridade obrigatória para todas as crianças de até 14 anos, o que deixou em evidência que as crianças tinham grande diferença de níveis de conhecimentos e habilidades e precisava identificar as crianças com dificuldades para ajudá-las.
Com isso o governo organizou uma comissão de estudo para encontrar uma maneira científica para identificar os níveis de dificuldades. As únicas maneiras de classificação das crianças utilizadas naquela época era a partir da medição da parte física e fisiológica, porém a inteligência não é vinculada com nenhum desses quesitos. 
Juntamente com a ajuda do psiquiatra Théodore Simon, colaborador do laboratório liderado por Binet, em 1905 foi criada a primeira escala de medição de inteligência, nomeada de escala Binet-Simon. Esse teste era composto de 30 tarefas, variando de sensoriais as mais abstratas, forçando o uso da capacidade intelectual, assim sendo necessário o julgamento prático ou senso comum (capacidade de entendimento, julgamento e raciocínio), as tarefas iam das mais simples, seguir comandos ou repetições de frases, até as mais complicadas que incluía a construção de frases a partir de determinadas palavras até desenhar imagens a partir da memória. Analisando os testes aplicados foi constado por Binet que a inteligência humana era diversificada e que a inteligência tinha um processo de desenvolvimento gradual, sendo flexível e influenciável.
Em 1908 o teste foi revisado e agora eram específicos para as idades,por exemplo uma criança de 5 anos definir a utilização do garfo e a de 13 resolver uma equação matemática. Baseado nos resultados desses testes por idade surgiu a definição de idade mental, se a criança de 7 anos conseguisse realizar os testes identificados para crianças de 10 a idade mental dessa criança seria considerada de 10 anos e não igual a idade cronológica.
Seguindo os resultados da criação do teste Binet-Simon, em 1916 Lewis Terman adicionou o conceito de QI ao teste, assim formando a base para os testes de inteligência atuais.
Bibliografia
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/quem-foi-philippe-pinel-e-esquirol/32125
https://www.scielo.br/j/rlae/a/QynmvzMRwCFw5wBFb5hkCwg/?lang=pt
https://escolapt.wordpress.com/2017/05/06/a-escola-do-seculo-xix/
https://www.academia.edu/26852857/A_EDUCA%C3%87%C3%83O_NO_S%C3%89CULO_XIX_REFORMAS_EDUCATIVAS_E_ISTITUCIONALIZACAO_DOS_SISTEMAS_EDUCACIONAIS_DE_ENSINO
http://flacso.redelivre.org.br/files/2012/07/372.pdf
https://maestrovirtuale.com/alfred-binet-biografia-do-criador-do-primeiro-teste-de-inteligencia/
https://pt.estudyando.com/alfred-binet-teoria-e-teste/
https://www.academia.edu/40066852/HIST%C3%93RIA_DA_REFORMA_PSIQUI%C3%81TRICA

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