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TRABALHO SEMESTRAL ANA CARLA CAPA 1

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO - UNIRP
CURSO DE PSICOLOGIA
TURMA 18171
DANIELE OLIVEIRA
ERIC MORETTI
FELIPE LUÍS
THIAGO MIGUEL
VITOR FERREIRA
TRABALHO SEMESTRAL DE PSICOLOGIA ESCOLAR:
A HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA, A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR
São José do Rio Preto/SP
2020
Daniele Oliveira
Eric Moretti
Felipe Luís
Thiago Miguel
Vitor Ferreira
TRABALHO SEMESTRAL DE PSICOLOGIA ESCOLAR:
A HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA, A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR
.
Trabalho apresentado ao Centro Universitário de Rio Preto - UNIRP, como requisito para a disciplina de Psicologia Escolar, do Curso de Bacharelado em Psicologia, sob orientação da Profª Ana Carla Furlan.
São José do Rio Preto/ SP
2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 A história da Psiquiatria
2.2 A história da Psicologia
2.3 A atuação do Psicólogo Escolar
3. CONCLUSÃO
 REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi realizado com o objetivo de caracterizar a evolução das discussões sobre a atuação do Psicólogo Escolar nos dias de hoje, os desafios não só na forma de intervir, mas também em buscar meios que favoreça a eficácia da intervenção mesmo em locais com índice de suporte de certa forma comprometido. O trabalho também tem enfoque na História da Psicologia e da Psiquiatria em sua totalidade, abarcando inclusive sua parte obscura.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 A história da Psiquiatria
Para se falar de psiquiatria e saúde mental é necessário que se compreenda primeiramente ou que se saiba diferenciar normalidade de anormalidade. Bem antigamente, durante a pré-história e antiguidade as doenças eram consideradas doenças dos Deuses, ou seja, a epilepsia, a lepra, eram consideradas uma forma dos deuses castigar os seres existentes na terra pelos seus pecados, não existia outra forma de explicação. No período mágico-sacerdotal, acreditava-se que as pessoas que mostravam comportamento diferenciado, ou ficavam isoladas, falavam sozinhas, eram consideradas pessoas possuídas e endemoniadas, tendo essas que passar por rituais mágicos, durante o cristianismo por rituais de exorcismos, pois nesse momento a igreja tinha o maior comando na população. Porém ainda na idade antiga, 2000 a.C, Hipócrates (Pai da medicina) considerava epilepsia e histeria como diferentes, ou seja, decorrente do cérebro e útero. Portanto, Hipócrates como médico na época e sacerdote, começa a observar as pessoas no seu processo de adoecer e assim desmistifica a crença de que as “doenças eram causadas por maus espíritos”. Nesta época, teve então, início os estudos sobre as doenças mentais. Chegando à idade média, há um retrocesso dos estudos científicos, em decorrência da inquisição, pois com a igreja sendo poderosa, inicia-se a caça às bruxas, ou seja, todas as mulheres que tinham comportamentos diferentes, ou seja, mulheres com histeria, eram caçadas e mortas. No entanto com o surgimento da industrialização a ciência passa ocupar espaço central para explicações dos fenômenos. Nesse momento com o desenvolvimento da industrialização, do comércio crescente com as mudanças crescentes nas formas de agir e de se viver nesse meio capitalista, muitos não se adaptaram a essas mudanças, e foram surgindo os moradores de rua, a prostituição, marginais e então as pessoas que não se adaptavam a ordenação/disciplina eram excluídas do convívio. A nova organização do trabalho passa a exigir locais para abrigar as pessoas que não se enquadravam nesse novo sistema, ou seja, locais para abrigar os “diferentes” ou “desordeiros” ou “loucos”. Assim, as pessoas que por alguma razão não conseguiam se adaptar as formas disciplinadas de convivência, eram excluídas em prisões ou asilos e entre esses encontravam-se, leprosos, loucos, inválidos e outros desviados, onde a separação era necessária para não colocar em risco a ordem social vigente. Os “desviantes”, trancafiados nesses asilos, recebiam os cuidados das irmãs de caridade, porém esses cuidados eram leigos e repressivos. Então o saber científico baseava-se em libertar o homem da loucura para venderem sua força de trabalho no mercado. Por esse saber estar integrado a nova ordem industrial que era, a sobrevivência por meio da força de trabalho os médicos começaram a ter espaço dentro dos asilos e assim foram estudando, esses doentes, porém o cuidado era realizado através da repressão, pois acreditavam que a disciplina por meio de castigos, como o isolamento, fazia com que o indivíduo melhorasse, assim, os cuidadores passavam a ser os doentes que melhoravam, que ficavam mais educados, ou seja, a cura através da barganha, o indivíduo que se adequava às regras subia de cargo, e os “verdadeiros doentes” sofriam cada vez mais sendo sacrificados. A ordem médica tomando espaço nos asilos, a igreja sai desses espaços e esses espaços passam a ser chamados de hospícios ou hospitais e os cuidadores deixam de ser as irmãs de caridades para serem os ex-pacientes. No final do século XVIII a medicina começa a perceber que os pacientes possuem comportamentos diferenciados é quando Philippe Pinel na França, propôs classificar os doentes, separando os desvios sociais das doenças, criando um ”tratamento moral” aos loucos que passaram a nova linguagem da nova especialidade que surgiam e se instaurava, a psiquiatria, a serem chamados de “alienados”. Nascendo, então a assistência psiquiátrica como instituição repressiva-assistencial, o hospital asilar. As reformas políticas e sociais ocorridas na França no final do século XVIII, como consequência das ideias do Iluminismo e dos princípios da Revolução Francesa (direitos humanos), determinaram novos mecanismos de exclusão/inclusão e retiraram os pobres, velhos e vadios do asilo, permanecendo os loucos isolados na internação. Pinel na França e Tuke na Inglaterra foram os principais protagonistas de um movimento de reforma dos asilos quando internamento tornou-se medida de caráter médico. No tratamento moral de Pinel e seus contemporâneos, o louco, libertado dos grilhões que o reprimiam fisicamente passou a ser submetido a um controle social e moral ininterrupto. Num ambiente de racionalidade, ele passou a ser vigiado, julgado, responsabilizado, corrigido e reprimido. No final do século XVIII para o século XIX acontece a objetivação da loucura por meio do conhecimento cientifico aliado à categorização que Pinel faz no hospital e a percepção da alienação mental por critérios morais.
A história da psiquiatria também possui seu lado totalmente obscuro, onde trilha-se um percurso cruel e abominável. Como forma de entendimento para indivíduos que apresentavam comportamentos desviantes, utilizavam para tais estudos os métodos mais cruéis de tratamentos para doenças que na época, não eram identificadas. Com base no documentário “História obscura da psiquiatria”, serão citados fatos reais dos conhecidos modelos médicos com base em experimentos e técnicas desumanas por parte dos realizadores. Inicialmente os Behavioristas que não se interessam pelo que se passa na sua cabeça ou alma, já que não acreditam que existe uma alma. Os Behavioristas crêem que as crianças são animais e podem ser treinadas assim. Watson, o mais famoso dos Behavioristas, diz que se deve tratar ou ver os seres humanos de modo como olhariam para o boi do matadouro. A história da psiquiatria está relacionada com as instituições. O hospital Royal Bethlehem foi uma das primeiras instituições psiquiátricas do mundo. O hospital era basicamente um armazém para que os considerados loucos, os internados, eram encarcerados em jaulas, dispensas, estábulos, eram acorrentados e chicoteados. No século XVIII, o Dr. William Battie, Presidente da Faculdade Real de Medicina, foi o primeiro a promover que seus hospitais podiam curar os doentes mentais. Os manicômios do Battie o tornaram o homem mais rico da Inglaterra ainda que seus tratamentos fossem extremamente desumanos sem um único paciente curado. O seu êxito financeiro desencadeou uma expansão nos negóciosdos manicômios e oportunidade para os psiquiatras lucrarem com esta nova indústria crescente. Foi uma época em que começaram a se construir instituições para doentes mentais em grandes quantidades, estas instituições remontam ao início do século XVIII, mas o crescimento do setor institucional de manicômios é principalmente um fenômeno do século XIX, é aquele período em que o estado é persuadido a usar os impostos para construir estes lugares. Mas enquanto aqueles que dirigiram as instituições enriqueciam, faltavam aos psiquiatras credibilidade. Segundo o Dr. Ty Colbert, para justificar a sua profissão, eles precisavam trazer estas soluções biológicas ou não teriam nenhuma profissão e a única forma de resolver isso foi tentar começar a crer que estas pessoas sofriam de desordens emocionais, as quais envolviam algum fator biológico. Qualquer procedimento realizado para deixar a pessoa mais controlável, simplesmente chamar-se-ia tratamento, e a triste realidade, é que muitos dos tratamentos são essencialmente tortura (Dr. Lee Coleman). De acordo com o Dr. Andrew Scull, os aparelhos de quase afogamento desse período, devem ter sido extremamente assustadores, por exemplo, um aparelho consiste em pôr o paciente num caixão, fechar a tampa e submergi-lo numa banheira com água, em seguida abri-la e tentar ressuscitá-lo. Haviam muitas dessas atitudes e a porcentagem de mortalidade era muito alta. Os psiquiatras procuraram dar crédito as suas práticas ao disfarça-las da linguagem da medicina e este tipo de tratamento tornou-se conhecido como “modelo médico”. Quem fosse hiperativo e maníaco, era embrulhado num lençol e submergido. O mesmo deixará de atuar como maníaco pois é um tratamento brutal. Mas assim que os sintomas iam desaparecendo, eles começaram a acreditar que embrulhá-los e submergi-los em água fria, fazia com que as toxinas dos seus corpos fossem drenadas, e assim, montaram um modelo médico à sua volta. Ao levar mais adiante a teoria biológica da doença mental, um americano, o Dr. Benjamin Rush, propôs a ideia de que a loucura era causada por um grande volume de sangue na cabeça e a cura consistia em tirar o sangue por qualquer meio; imobilização, água gelada, sangramentos, inclusive o terror, e com isso, criou-se um novo modelo médico. Benjamin Rush foi o terapeuta americano mais famoso da Revolução Americana, Rush era conhecido como “Mestre Sangrador”. Também inventou algo chamado “O tranquilizador”, que consiste numa cadeira um pouco parecida a uma cadeira elétrica. O paciente ficava confinado neste aparelho, às vezes com água fria sobre a cabeça por algumas horas de uma só vez. Os procedimentos frequentemente letais de Rush foram detalhados no seu livro de 1812 que continua a ser a fonte autorizada da psiquiatria durante os próximos 70 anos. Ele era tão reverenciado, que em 1965 foi consagrado O “Pai da Psiquiatria Americana” no selo da associação psiquiátrica Americana. No final do século XIX, os crescentes fracassos da psiquiatria em curar a loucura, ameaçavam seus lucros financeiros obrigando-os a inventar novos modelos médicos. Não foram entregues as curas prometidas, assim nos anos de 1860 e 1870 um pessimismo crescente cobria a Europa e América do Norte, onde as novas instituições cresciam em tamanho, mas não cresciam em eficácia. O século XX trouxe mais modelos médicos. O psiquiatra americano Henry Cotton, mutilava seus pacientes removendo partes do corpo e declarou que este era um grande avanço para tratar as doenças mentais. O objetivo inicial eram os dentes e logo as amígdalas e os seios nasais, mas como os pacientes não melhoravam, o entusiasmo por este tratamento começou a ir mais para baixo do corpo dizendo: Os pacientes engoliram bactéria com a saliva então devem tirar-lhes o estômago, o baço e o cólon. Por conta da indignação pública pela tortura e mutilação dos pacientes, os psiquiatras inventaram novos métodos, cada um aclamado como cura milagrosa, mas cada um provou ser tão ineficaz e brutal como os anteriores. Ao avançar no século XX, a psiquiatria continua a procurar a legitimidade e transformar-se em disciplinas médicas. Mas somente conseguiram criar formas mais eficientes de infligir tortura mental e física, um legado que tem continuado até a psiquiatria moderna, o mais lucrativo modelo médico até hoje: drogar milhões de pessoas. Mas para conseguir, os psiquiatras precisavam ser capazes de destroçar uma das crenças mais preciosas da humanidade decretando que as pessoas não eram o que pensavam que eram.
2.2 A história da Psicologia
No meio do século XIX houve o desenvolvimento científico da psicologia, o qual uniu as filosofias da mente aos estudos da fisiologia. No século XVIII já haviam estudos da mente, porém sem o método e rigor com que foi estudado no século XIX. A psicologia não surgiu diretamente como uma ciência, teve início como um ramo da filosofia e continuou por cerca de 2.000 anos antes de emergir como ciência. Christian Wolff foi o primeiro a utilizar o nome psicologia para denominar o estudo da mente. O seu método dividiu psicologia em dois, que são: psicologia empírica e psicologia racional. Os dados da mente que resultaram da observação de si e das outras pessoas eram denominados psicologia empírica e a psicologia racional interpretavam os dados obtidos na psicologia empírica pelo meio do uso da razão e da lógica. O termo psicologia foi encontrado pela primeira vez em livros filosóficos do século XVI, foi formada de duas palavras gregas: psique que quer dizer alma e logus que tem vários significados, porém poderíamos dizer que seria o estudo da alma. Por alma entende-se o princípio subjacente de todos os fenômenos da vida mental e espiritual. Muitas ideias modernas sobre a mente e seu funcionamento foram derivados da filosofia grega, as primeiras pedras no fundamento da Psicologia como ciência foram colocadas pelo médico grego Alcmeão de Crotona no século VI antes de Cristo que propunha que a vida mental consiste em uma função do cérebro. Outros filósofos gregos notáveis para psicologia são Hipócrates, Sócrates, Platão e Aristóteles. Hipócrates conhecido como pai da Medicina classificou as pessoas em quatro tipos com base nos humores corporais: fleumático, sanguíneo, melancólico e colérico. Sócrates também reconhecia a mente além da Alma, ele analisou as atividades da mente na forma de pensamento, imaginação, memória e sonhos. Além disso seu aluno Platão e o aluno de Platão Aristóteles reforçaram e continuaram algumas ideias de Sócrates, eles enfatizavam a capacidade de raciocínio do homem e chamaram o ser humano de “Animal Racional”. Platão estava mais interessado em saber o papel da mente no controle do comportamento humano, foi progenitor do dualismo na psicologia e considerava substâncias materiais e espirituais, corpo e mente como dois princípios independentes e antagônicos. O dualismo de Platão foi rejeitado por Aristóteles que reuniu o pensamento psicológico com os estudos naturais e restaurou a sua estreita ligação com a biologia e a medicina, ele transmitiu a ideia da inseparabilidade da alma e do corpo vivo. Aristóteles levantou a hipótese de que a mente é resultado das atividades psicológicas e disse ser necessário entender os processos psicológicos incluindo as atividades dos órgãos e dos sentidos que ajudam o indivíduo a experimentar o seu ambiente. Esta suposição era acessível para verificação por causa da sua base científica, o cérebro é o centro de controle das nossas experiências e comportamentos conscientes. O filósofo francês René Descartes (1596-1650) postulou a existência da Alma como uma entidade separada que é independente do corpo. Segundo Descartes, nosso corpo é como um motor que vai continuar seu trabalho sem a supervisão da alma, portanto corpo e alma são separados, ele declarou que o homem tem uma natureza dupla: mental e física. Ele afirmou que o processo de duvidar é a prova da existência da alma, segundo ele, a alma deve existir em mim porque eu posso pensar, pensar é a principal função da alma. “Penso logo existo”. Gradualmenteà medida que a perspectiva científica foi sendo desenvolvida, a filosofia começou a perder sua proeminência assim como o conceito de alma. A psicologia foi definida como o estudo da mente, a palavra “mente” era menos misteriosa e vaga do que a alma portanto, houve essa substituição da definição. O surgimento da Psicologia como ciência A psicologia surgiu como uma disciplina científica pelo estabelecimento do primeiro Instituto de psicologia em 1879 em leipzig na Alemanha por Wilhelm Wundt. Aqui os primeiros psicólogos profissionais adquirem as competências de trabalho experimental para estudar a mente. Wundt centrou suas experiências nas experiências conscientes e substituiu o conceito de espírito por consciência adotando o método da introspecção. Com o tempo foi havendo o desenvolvimento da Psicologia como uma ciência independente, os psicólogos começaram rejeitando os diferentes métodos e abordagens baseadas em especulações e tentaram fornecer base científica para o seu trabalho, esses esforços resultaram no surgimento de diferentes escolas de pensamentos na psicologia como o Estruturalismo, Funcionalismo, Behaviorismo, Gestalt,  Psicanálise a escola Humanista, entre outras. A formulação dessas escolas tem levado à várias abordagens diferentes para entender o comportamento humano.
Uma Breve análise das abordagens da psicologia 
· O estruturalismo 
Centrou sua atenção em estudar as experiências conscientes, a estrutura do cérebro e o sistema nervoso que são responsáveis por tais experiências. Destaca-se entre os estruturalistas o psicólogo britânico Titchener (1867-1927) que considerava a psicologia como ciência da consciência. O estruturalismo tentou analisar os três elementos básicos da consciência: sensações, sentimentos e imagens e desta forma, fez um estudo sistemático da mente analisando sua estrutura, daí o conceito de Estruturalismo. 
· O funcionalismo
O funcionalismo começou com William James pai da Psicologia Americana. Os funcionalistas defendiam o funcionamento da mente como um aspecto importante, segundo eles a mente sempre ajudará a pessoa a se adaptar ao seu meio ambiente, eles foram influenciados pela Teoria da Evolução e pela biologia do Darwin. 
· O behaviorismo
O behaviorismo começou com John B. Watson. Outros psicólogos notáveis incluindo Edward L.Thorndike, Ivan Pavlov, B.F. Skinner, também possui notável relevância. Watson definiu a psicologia como ciência do comportamento do organismo, concentrou sua atenção no estudo do comportamento observável e rejeitou as forças internas e invisíveis da mente. Watson rejeitou o método de introspecção porque para ele era não confiável e não científico e defendeu o método de observação e verificação. O behaviorismo no início enfatizou os reflexos condicionados como elementos do comportamento. De acordo com Watson os reflexos condicionados são respostas apreendidas aos estímulos e enfatizou a necessidade de observação com o objetivo de estudar o comportamento humano e animal. Até o surgimento dessa escola, os psicólogos se concentravam apenas no estudo do comportamento humano e não havia espaço para o estudo do comportamento animal ou de outros animais. Watson salientou o papel do ambiente e estímulos na formação do comportamento dando uma famosa declaração onde em seu relato, afirmou que poderia tornar uma criança no que ele quisesse: um mendigo, um advogado, um cientista ou um criminoso. 
· Psicologia da Gestalt 
Essa escola de pensamento foi criada em 1912 por três psicólogos alemães
Max Wertheimer (1880-1941) e seus colegas Kurt Koffka (1886-1941) e Wolfgang kohler (1887-1967). O termo Gestalt significa forma ou configuração. Os psicólogos da Gestalt fizeram oposição à abordagem atomística ou molecular para estudar o comportamento, eles disseram que a mente não é composta de elementos portanto pode ser entendida melhor, apenas se for estudada como um todo. O princípio fundamental da escola da Gestalt é: “O todo é maior do que a soma total de suas partes”. De acordo com ela o indivíduo percebe uma coisa como um todo e não como um mero conjunto de elementos, da mesma forma a sensação ou percepção será experimentada como um todo.
Ex:
Ao olharmos para uma mesa de madeira, não iremos enxergar como um conjunto de peças diferentes, mas como um todo, só assim percebemos como um objeto significativo.
· Psicanálise
A psicologia se concentrou principalmente sobre a psique humana normal até a chegada de Sigmund Freud que fundou a psicanálise. Esta teoria surgiu a partir da história clínica dos doentes mentais, Freud desenvolveu sua teoria baseada na motivação inconsciente e incluiu diferentes conceitos como: o inconsciente, a repressão, a Catarse, o desenvolvimento psicossexual da criança, a libido, análise de sonhos, etc. Esses conceitos ajudam a analisar o comportamento humano integral especialmente do ponto de vista do entendimento do comportamento anormal. Alguns colegas de Freud questionavam sua excessiva importância ao sexo, sendo assim, dissidentes da psicanálise como Adler e Jung fundaram outras escolas de psicologia. Alfred Adler começou a psicologia individual na qual ele enfatizava o poder e falou de coisas que são conhecidas por todo mundo como “complexo de superioridade e complexo de inferioridade”. Jung deu início a psicologia analítica que afirma a existência também de um inconsciente coletivo, alguns outros nomes notáveis da psicanálise são: Anna Freud, Erik Erikson, Melanie Klein, Jacques Lacan, Donald Winnicott, Sandor Ferenczi, Wifred Bion e Wilhelm Reich. 
· Psicologia humanista
Ramo da psicologia em geral, e da psicoterapia, considerada como a terceira força, ao lado da psicanálise e da psicologia comportamental. Tem como grandes nomes Maslow, Rogers, Rollo May e Gordon Allport. Os humanistas acreditavam que o comportamento é controlado pela nossa própria vontade não pelo inconsciente ou pelas contingências ambientais. Defendem o potencial humano para a autorrealização. 
O indivíduo possui possibilidades inimagináveis de compreender-se de modificar os conceitos que tem de si-mesmo, suas posturas e seu comportamento; esse potencial pode ser liberado se a pessoa puder ser trazida a uma situação caracterizada por um clima favorável para o desenvolvimento psíquico". (Carl Rogers).
A história da Psicologia como ciência é relativamente breve, já que consiste em uma ciência jovem, porém, faz-se notável seu crescimento e evolução como ciência a cada dia.
2.3 A atuação do Psicólogo Escolar
A psicologia escolar é uma área que vem se desenvolvendo cada vez mais ao longo do tempo, desde sua inserção no espaço educacional até os dias atuais. A inclusão do trabalho do psicólogo nas escolas começou no Brasil no século XX. Contribuindo com teorias do desenvolvimento, as atribuições que cabiam ao profissional de psicologia eram: avaliar e diagnosticar alunos em relação à aprendizagem. Inicialmente, a ideia era solucionar os problemas que impediam a aprendizagem do aluno ou do grupo, ou seja, ajustar os alunos às condições de aprendizagem que a escola proporcionava e diagnosticar e encaminhar aqueles que não acompanhavam a rotina escolar. Em 1970 a função do psicólogo escolar passou a sofrer transformações, resultado da lei nº 5692/71, que determinou a obrigatoriedade e gratuidade do ensino escolar para a população, o número de estudantes cresceu e consequentemente a demanda por atendimento às crianças que apresentavam problemas de aprendizagem também. A partir daí, observou-se que solucionar queixas escolares por meio do atendimento individualizado ao aluno, realizando testes e avaliando a capacidade de aprendizado, não estava trazendo resultados satisfatórios para as diversas questões escolares que surgiram. A atuação do psicólogo escolar então foi se modificando, pois se instaurou um olhar ampliado para o cenário escolar, através da ideia principal de que as pessoas que atuam na instituição, funcionários, professores, diretores, e a inter-relação desses atores tem influência direta ou indireta na sala de aula. Todos os envolvidosna educação escolar têm suas subjetividades e estas estão necessariamente implicadas no dia a dia. Essa foi a visão que possibilitou a expansão do trabalho do psicólogo escolar, que passou a atuar também nas inter-relações existentes no âmbito escolar. Contudo, faz-se necessária a atuação de um profissional experimentado, com preparo amplo e diversificado, uma vez que a Psicologia escolar é então encarada como uma área de intersecção entre a Psicologia clínica e a Psicologia organizacional, por trabalhar e lidar com uma instituição social complexa, hierarquizada, resistente à mudança e que reflete a organização social como um todo. Sendo assim é importante considerar o indivíduo sem perder de vista, entretanto, sua inserção no contexto mais amplo da organização. Um trabalho eficiente nessa linha teria que partir de uma análise da instituição, levando em conta o meio social no qual se encontra e o tipo de clientela que atende, bem como os vários grupos que a compõem, sua hierarquização, suas relações de poder, passando pela análise da filosofia específica que a norteia, e chegando até a política educacional mais ampla. É preciso que seja realizado um levantamento da instituição onde se pretende atuar procurando detectar a ideologia subjacente aos objetivos expressos ou implícitos que a instituição contém. Inicia-se por um diagnóstico da realidade da escola e, a partir daí, planeja-se uma ação. A atuação do psicólogo escolar deve ser junto ao corpo docente e discente, bem como junto à direção e à equipe técnica, tentando conscientizá-los da realidade da sua escola, refletindo com eles sobre os seus objetivos, sobre a concepção que subjaz ao processo educacional empregado, sobre as expectativas que têm de seus alunos, sobre o tipo de relação professor-aluno existente, enfim sobre a organização como um todo. Outro aspecto relevante consiste na importância de se olhar para relação professor-aluno como objeto principal de investigação e cuidado. Contribuir de maneira preventiva para a saúde mental dos professores pode ser também uma das funções do psicólogo escolar. Ter atenção à saúde psíquica do docente é importante devido ao forte vínculo afetivo, intenso investimento no outro e às expectativas em relação aos resultados de seu trabalho. Além desses pontos chaves de atuação, outra forma do psicólogo escolar contribuir nesse âmbito é ajudando a diminuir a violência escolar, e também a segregação de pessoas portadoras de necessidades especiais e assegurar “a inclusão e o cumprimento dos direitos humanos na escola, questionando de que forma a atuação psicológica poderia contribuir com a investigação de situações de sofrimento e segregação de pessoas portadoras de necessidade especiais” (Anache, 2005; 2007).
A psicologia escolar se tornou um campo de produção científica e de atuação profissional. E hoje contribui na relação com a promoção e desenvolvimento da aprendizagem, pois além do trabalho de prevenção, com um olhar para a saúde psíquica dos atores envolvidos na instituição, a ampliação do campo de atuação do psicólogo nas escolas permite a inter-relação de conteúdos teóricos da psicologia com o processo educacional, podendo acrescentar novas possibilidades ao trabalho dos educadores e ainda, aumentar a produção de conteúdo científico, auxiliando cada vez mais o processo educacional nas escolas.
3. CONCLUSÃO
Concluímos que o desenvolvimento da área da Psicologia Escolar, cada dia mais traz benefícios consideráveis para o contexto da educação. Inicialmente, a ideia era solucionar os problemas que impediam a aprendizagem do aluno ou do grupo, porém, hoje a atuação tem seu foco voltado para professores, diretores, coordenadores, onde as intervenções destinadas inicialmente aos líderes, refletirá positivamente proporcionando maior eficácia com o todo na sala de aula. A história da Psiquiatria surpreende, principalmente ao nos depararmos com a sua história obscura abarcada por um formato desumano e cruel. Com relação à história da Psicologia, entendemos que a mesma vai sendo construída à medida que os homens vão construindo a si e a seu mundo, se apresentando como personagem principal desse processo de desenvolvimento do pensamento com vasta criação de ideias, entre elas as ideias psicológicas.
REFERÊNCIAS
ANDALÓ, Carmem Silva de Arruda. O papel do psicólogo escolar. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931984000100009 Acesso em: 21 de abril de 2020.
FIGUEIREDO, Camila. O que faz um psicólogo escolar? (20 de junho de 2017). Disponível em: https://www.psicologiasdobrasil.com.br/o-que-faz-um-psicologo-escolar/ Acesso em: 21 de abril de 2020.
SALLES, Jéssica Scheer. História da Psicologia. Disponível em: 
https://www.infoescola.com/psicologia/historia-da-psicologia/ Acesso em: 21 de abril de 2020.
SOARES, Janaína. História da psiquiatria no Brasil e no mundo. Disponível em:
https://www.cursosaprendiz.com.br/historia-psiquiatria-brasil-mundo/Acesso em: 21 de abril de 2020.

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