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Prévia do material em texto

· Pergunta 1
	
A possibilidade de podermos nos expressar livremente é uma das coisas mais maravilhosas que existe, e os meios digitais elevaram isso a um patamar até então inimaginável. Mas o fato de podermos fazer qualquer coisa não nos dá o direito de abusarmos disso. No caso dessa chance de nos expressarmos, o exagero acontece na forma de discursos de intolerância e de ódio, pois afinal, “a minha opinião vale muito e é ela que tem que valer”.
[...]
Há exatamente dois anos, o filósofo e escritor italiano Umberto Eco disse que as redes sociais deram voz a uma “legião de imbecis” antes restrita a “um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”. E continuou: “eles (os imbecis) eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra que um Prêmio Nobel. […] O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”.
Eco carregou nas tintas, ao generalizar as opiniões que são publicadas na Internet com algo sempre rasteiro. Também foi infeliz ao sugerir no mesmo discurso, proferido quando recebeu o título de doutor honoris causa em comunicação e cultura na Universidade de Turim (Itália), que “especialistas” filtrem o que o resto das pessoas publiquem na Internet.
É verdade que qualquer um de nós pode falar besteiras em uma mesa de bar, e que agora essa mesa de bar tem alcance planetário. Só que simplesmente querer calar a multidão me parece uma espécie de censura prévia, promovida por uma aristocracia cultural. Além disso, trata-se de uma atitude inócua, pois as pessoas continuarão falando, e cada vez mais.
Portanto, ao invés de tentar silenciar as pessoas, deve-se trabalhar para que elas sejam conscientizadas do poder que suas palavras têm e que, portanto, pelo menos reflitam um pouco antes de emitir a sua opinião.
Perguntas simples, feitas antes de se publicar qualquer coisa, podem ajudar muito nesse processo. Por exemplo, “o que eu vou publicar é mesmo verdade ou só parece ser?” “O que estou prestes a dizer pode prejudicar ou ferir alguém?” “Eu preciso mesmo publicar isso?”
Não acho que o mundo seja formado por uma “legião de imbecis”, como disse Umberto Eco. Apenas algumas pessoas precisam de orientação. Pois poder exprimir a sua opinião é uma coisa maravilhosa, e os meios digitais são ferramentas incríveis para isso. Mas devemos sempre exercer esse direito com responsabilidade e consciência.
 
SILVESTRE, P. Quem aguenta tanta opinião (e intolerância) nas redes sociais? Estadão , jun. 2017. Disponível em: < https://brasil.estadao.com.br/blogs/macaco-eletrico/quem-aguenta-tanta-opiniao-e-intolerancia-nas-redes-sociais/ >. Acesso em: 10 abr. 2019.
 
Com base no texto lido, analise as afirmações a seguir.
 
I. Por ser um texto predominantemente argumentativo e ter como suporte o jornal, pode-se concluir que se trata de um artigo de opinião em que o autor usa como estratégia argumentativa a apresentação de um argumento para, em seguida, refutá-lo com um contra-argumento.
II. Em “discurso de intolerância e de ódio”, “de intolerância e de ódio” é um modalizador – termo usado como fator argumentativo. Também tem a mesma função a palavra “ruins” em “opinião carregada de sentimentos ruins”.
III. O autor conclui a sua análise com a proposta de uma solução para o problema apresentado.
 
Está correto o que se afirma em
		Resposta Selecionada:
	 
I e III, apenas.
	Resposta Correta:
	 
I e III, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. O texto é um artigo de opinião. Nele, o autor usa como estratégia argumentativa a contra-argumentação de uma opinião do estudioso Umberto Eco. Em seguida, propõe uma solução, de modo a tornar válida a sua opinião. Como todo texto argumentativo, há o uso de modalizadores, que são adjetivos, advérbios, locução adjetivas e locuções adverbiais.
· Pergunta 2
1 em 1 pontos
	
	
	
	
 
— Vejamos primeiro o que é que o traz aqui. O senhor tem um grande susto...
Camilo, maravilhado, fez um gesto afirmativo.
— E quer saber, continuou ela, se lhe acontecerá alguma cousa ou não...
— A mim e a ela, explicou vivamente ele.
A cartomante não sorriu: disse-lhe só que esperasse. Rápido pegou outra vez das cartas e baralhou-as, com os longos dedos finos, de unhas descuradas; baralhou-as bem, transpôs os maços, uma, duas, três vezes; depois começou a estendê-las. Camilo tinha os olhos nela curioso e ansioso.
— As cartas dizem-me…
ASSIS, M.  A cartomante. Várias histórias . São Paulo: Globo, 1997.
 
Com base no trecho lido, analise as afirmações a seguir.
 
I. A voz narrativa, apesar de não participar da história, tem um papel além de observadora: apresenta os fatos de modo parcial, o que é comprovado pelo uso de modalizadores como “maravilhado” e “ansioso”.
II. As reticências, além de indicarem interrupção, visam traduzir um suspense projetado na fala da personagem.
III. A escolha do uso de discurso direto ou indireto na narrativa é meramente estilística. Caso o discurso direto fosse transposto para o indireto, o leitor disporia do mesmo ponto de vista.
 
É correto o que se afirma em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
I e II, apenas.
	Resposta Correta:
	 
I e II, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. O narrador onisciente é uma voz narrativa parcial, que conhece os traços psicológicos dos personagens. Apesar disso, o uso do discurso direto possibilita imprimir emoções que são evidentes apenas na fala, mostrando certos ângulos da história que não poderiam ser notados somente com o discurso indireto.
	
	
	
· Pergunta 3
1 em 1 pontos
	
	
	
	
 
TEXTO I
 
Cinderela Chinesa é minha autobiografia. Foi difícil e doloroso escrevê-la, mas me senti compelida a fazê-lo. A história da minha vida é simples e pessoal, mas, por favor, não subestime a força desse tipo de relato. De uma forma ou de outra, todos nós somos formados e modelados pelo que lemos e observamos no passado.[...]
O fato de essa história ser verdadeira pode dar um toque especial. Hoje em dia o mundo está diferente. Embora muitos pais chineses ainda prefiram ter filhos homens, as filhas meninas não são mais tão desprezadas. Mas as coisas em si não mudaram. [...]
Para aqueles que foram abandonados e indesejados quando crianças, tenho uma mensagem especial. Apesar de tudo de ruim que tentaram fazer vocês acreditarem, por favor, tenham a certeza de que cada um de vocês tem dentro de si algo único e precioso. Cinderela Chinesa é dedicado a vocês…[...]
 
MAH, Adeline Yen. Cinderela Chinesa . São Paulo: Seguinte, 2006.
 
TEXTO II
 
A autobiografia é um gênero literário constituído de uma narrativa de caráter pessoal. O próprio escritor atua como protagonista da história, que implica num pacto literário e não histórico ou documental, porque ora a narrativa apresenta um resgate memorialístico, ora constrói a trama com os fios da ficção.
 
Com base nos textos, analise as afirmações a seguir sobre o trecho de Cinderela Chinesa .
 
I. A autora, ao reconstituir a trajetória da própria vida, busca atribuir um sentido à sua história.
II. Por meio da leitura da autobiografia, é possível vivenciar as experiências da autora e ampliar a percepção que se tem de determinado universo cultural.
III. O papel da mulher na sociedade chinesa em diferentes épocas e a relação entre pais e filhos são alguns dos fatos que ultrapassam a experiência memorialística dessa biografia e levam a uma análise social.
 
Está correto o que se afirma em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
I, II e III.
	Resposta Correta:
	 
I, II e III.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. Apesar do caráter pessoal da autobiografia, esse tipo de texto narrativo apresenta ao leitor experiências, ideias e sentimentos da pessoa retratada, permitindo a ele a experiência de se colocar no lugar do outro e, assim, ampliar a sua visão de mundo.
	
	
	
· Pergunta 4
1 em 1 pontos
	
	
	
	
Disponível em: < https://www.ibge.gov.br/ >. Acesso em: 10 abr. 2019.
 
Considerando que os gráficos são, em geral, textos explicativos, a leitura dos gráficos acima permite afirmar que
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:a taxa de realização de afazeres domésticos entre os homens é diretamente proporcional ao nível de escolaridade deles.
	Resposta Correta:
	 
a taxa de realização de afazeres domésticos entre os homens é diretamente proporcional ao nível de escolaridade deles.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. Os homens têm uma taxa que varia de 73%, entre os sem instrução ou com fundamental incompleto, a 83,8% entre aqueles com superior completo. Essa variação é progressiva, ou seja, quanto mais instruído, mais o homem realiza afazeres domésticos no domicílio.
	
	
	
· Pergunta 5
1 em 1 pontos
	
	
	
	
 
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
 
COSTA, E. A. No caminho, com Maiakóvski. Disponível em: < http://geracaoeditorial.com.br/caminho-com-maiakovski-no/ >. Acesso em: 7 abr. 2019.
 
O poema “No caminho, com Maiakóvski” foi escrito durante o período da ditadura militar no Brasil. O trecho apresentado versa sobre
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
a opressão, que se mantém, aos poucos, pelo conformismo do cidadão.
	Resposta Correta:
	 
a opressão, que se mantém, aos poucos, pelo conformismo do cidadão.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. O trecho do poema retrata a opressão, a censura, que vai tomando proporções cada vez maiores à medida que o cidadão vai se conformando com o que lhe é tirado.
	
	
	
· Pergunta 6
1 em 1 pontos
	
	
	
	A tolerância religiosa no Brasil nunca foi pura e simplesmente uma medida imposta por decreto. É, antes disso, um aspecto cultural. Por um lado, foi preciso incluir na Constituição um artigo resguardando a liberdade de culto e proteção contra a discriminação, porque tais garantias não seriam naturais; por outro, a convivência entre credos distintos foi facilitada pela formação do povo. A miscigenação e a intimidade entre a casa-grande e a senzala resultaram em mecanismos de acomodação, como o sincretismo que uniu religiões aparentemente tão diferentes quanto o catolicismo e o candomblé. Na Bahia, por exemplo, eles se misturaram
Disponível em: < https://oglobo.globo.com/opiniao/o-perigo-da-intolerancia-religiosa-13622751 >. Acesso em: 10 abr. 2019.
 
Articuladores textuais são, basicamente, os conectores, que encadeiam as diferentes partes do texto, expressando uma relação entre elementos linguísticos ou contextuais. Com base nisso, analise as afirmações a seguir.
 
I. “Nunca” indica negação de afirmação sobre o fato de a tolerância religiosa ser resultado de um decreto.
II. “Antes disso” indica prioridade do aspecto legal em relação ao aspecto cultural sobre tolerância religiosa.
III. “Porque” aponta a causa da inclusão, na Constituição Federal, do direito à liberdade de culto.
 
A função desempenhada pelos articuladores textuais está correta em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
I e III, apenas.
	Resposta Correta:
	 
I e III, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. O texto afirma que a tolerância religiosa, antes de se tornar constitucional, já era uma prática cultural. Para resguardar-se, no entanto, que essa prática seja respeitada, incluiu-se tal medida na Constituição.
	
	
	
· Pergunta 7
1 em 1 pontos
	
	
	
	A áudio-descrição é compreendida como um serviço cujo alvo são as pessoas cegas ou com baixa visão, o qual é caracterizado por uma narração adicional que comunica vestimentas, linguagem corporal, e piadas visuais numa apresentação visual. Assim, as descrições concisas e objetivas inseridas entre partes do diálogo ou canção ajudam os ouvintes a entender importantes elementos visuais. Neste sentido, distinguir o texto descritivo e a áudio-descrição é relembrar que o primeiro resulta sempre de um ato de escolha que engaja uma subjetividade enunciativa, manifestada através da explicitação de certos aspectos daquilo que se descreve, enquanto o segundo pressupõe objetividade, ética e habilidades linguísticas na materialização do pilar “descreva o que você vê”, exigindo, portanto, do áudio-descritor a efetivação da técnica e a omissão de impressões pessoais.          
SILVA, F.T.S. et al. Reflexões sobre o pilar da áudio-descrição: “descreva o que você vê”. Disponível em: <http://www.rbtv.associadosdainclusao.com.br/index.php/principal/article/view/58/83>. Acesso em: 27 mar. 2019 (adaptado).
Considere o texto apresentado e analise as informações a seguir.
I. Pode-se definir áudio-descrição como uma modalidade textual na qual se pretende processar as informações, permitindo a sua passagem de uma linguagem para a outra, procurando manter o maior nível de fidelidade entre o que está numa linguagem e o que é veiculado utilizando-se de outra.
II. A áudio-descrição é uma descrição regrada, adequada a construir entendimento sobre o que antes era impreciso ao interlocutor da áudio-descrição.
III. A áudio-descrição obedece a todos os parâmetros do tipo textual descritivo, convergindo, especialmente, no que se refere à subjetividade.
 
Está correto o que se afirma em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
I e II, apenas.
	Resposta Correta:
	 
I e II, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. A áudio-descrição é um gênero emergente, isto é, criado para responder a uma nova necessidade de comunicação que, nesse caso, se refere à tradução de vestimentas, gestos, linguagem corporal, entre outros aspectos não verbais à linguagem verbal, com enfoque nas pessoas cegas ou com baixa visão. Portanto, é essencial que o áudio-descritor, ao formular uma áudio-descrição, se valha de técnicas e preze a objetividade, isentando-se de impressões pessoais.
	
	
	
· Pergunta 8
0 em 1 pontos
	
	
	
	Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
— Como não acaba? - Parei um instante na rua, perplexa.
— Não acaba nunca, e pronto.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta.
— Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.
— E agora que é que eu faço? - Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.
— Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.
— Acabou-se o docinho. E agora?
— Agora mastigue para sempre.
Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito.
Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
LISPECTOR, Clarisse. Medo da eternidade. Disponível em: < https://claricelispectorclarice.blogspot.com/2008/02/medo-da-eternidade-clarice-lispector.html>. Acesso em: 2 abr. 2019.
A respeito do conto lido, analise as afirmações a seguir.
 
I. O texto pode ser classificado como narrativo-descritivo, e nele há a predominância de discursos diretos.
II. O trecho se dá no caminho da casa para a escola da menina, mas em certo ponto o tempo deixa de ser cronológico e passa a ser psicológico, com a personagem descrevendo seus pensamentos e sentimentos.
III. A frase “Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita" descreve um estado psicológico latente de embaraço, constrangimento – sentimento que persiste durante todo o trecho.
 
Está correto o que se afirma em
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
I, II e III.
	Resposta Correta:
	 
I e II, apenas.
	Comentário da resposta:
	Resposta incorreta. A estrutura do texto é narrativo-descritiva e com falas na forma de diálogo, isto é, apresenta discursos diretos. A cronologia se dá tanto no âmbito geográfico, definido pelo percurso da casa à escola, como no psicológico, ao desvelar o estado psicológico da personagem, que vai se alterando no decorrer do conto até que, enfim, se sente aliviada por não ter mais o peso da eternidade sobre ela.
	
	
	
· Pergunta 9
1 em 1 pontos
	
	
	
	O mecanismo linguístico mais empregado para indicar a concretização desses enunciados que incitam à ação são os verbos no modo imperativo, que podem aparecer também de forma implícita. Entretanto, esse não é o único recurso utilizado, pois orações com verbos modais (dever, ter que), verbos no futuro do presente (colocará, deverá, será) e no infinitivo (mexer, juntar, acrescentar) também são muito comuns.
Geralmente, empregam períodos simples e curtos, pois construções extensas podem prejudicar a clareza das orientações. Utilizam ainda operadores argumentativos apropriados ao encadeamento sequencial das ações.
Como são produzidos para um público que tanto pode ser masculino quanto feminino, jovem ou adulto, o enunciador mantém certa neutralidade no tratamento. Muitas vezes, utiliza o pronome você para se dirigir ao leitor, como nos manuais de instruções e regras de jogos. Porém, na maioria dos casos, o pronome está implícito e a terminação verbal garante esse entendimento.
 
Disponível em: < https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/cadernoseminal/article/view/9821 >. Acesso em: 7 abr. 2019 (adaptado).
 
O texto lido apresenta características do tipo textual
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
injuntivo.
	Resposta Correta:
	 
injuntivo.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. O texto injuntivo tem caráter instrucional, ele induz o leitor agir desta ou daquela maneira. Por isso, deve ter sequência lógica, neutralidade no tratamento e é, basicamente, estruturado com verbos no modo imperativo ou infinitivo.
	
	
	
· Pergunta 10
1 em 1 pontos
	
	
	
	O tema da velhice foi objeto de estudo de brilhantes filósofos ao longo dos tempos. Um dos melhores livros sobre o assunto foi escrito pelo pensador e orador romano Cícero: A Arte do Envelhecimento [...]. Cícero nota, primeiro, que todas as idades têm seus encantos e suas dificuldades. E depois aponta para um paradoxo da humanidade. Todos sonhamos ter uma vida longa, o que significa viver muitos anos. Quando realizamos a meta, em vez de celebrar o feito, nos atiramos a um estado de melancolia e amargura. "Todos os homens desejam alcançar a velhice, mas ao ficarem velhos se lamentam", escreveu Cícero. "Eis aí a consequência da estupidez." Ler as palavras de Cícero sobre o envelhecimento pode ajudar a aceitar melhor a passagem do tempo. "Os velhos inteligentes, agradáveis e divertidos suportam facilmente a idade, ao passo que a acrimônia, o temperamento triste e a rabugice são deploráveis em qualquer idade."
Permanecer intelectualmente ativo é uma forte recomendação de Cícero. "A memória declina se não a cultivamos ou se carecemos de vivacidade de espírito", disse. "Os velhos sempre se lembram daquilo que os interessa: promessas, identidade de seus credores e devedores etc”. Cícero lembra que Sófocles em idade avançada ainda escrevia suas tragédias. No fim da vida, Sócrates aprendeu a tocar lira. Catão, na velhice, descobriu a literatura grega. Machado de Assis, para citar um brasileiro, aprendeu alemão também na velhice, na qual aliás escreveu seus melhores romances. "Acaso os adolescentes deveriam lamentar a infância e depois, tendo amadurecido, chorar a adolescência? A vida segue um curso preciso e a natureza dota cada idade de suas qualidades próprias", escreveu Cícero. "Por isso, a fraqueza das crianças, o ímpeto dos jovens, a seriedade dos adultos, a maturidade da velhice são coisas naturais que devemos apreciar cada uma em seu tempo." Ler Cícero vale mais que qualquer Botox.
NOGUEIRA, P. Ler Cícero vale mais que aplicar Botox. Época . Disponível em: < http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG83340-8055,00-LER+CICERO+VALE+MAIS+QUE+APLICAR+BOTOX.html >. Acesso em: 7 abr. 2019.
 
Qual estratégia de argumentação o texto lido apresenta?
	
	
	
	
		Resposta Selecionada:
	 
Argumento de autoridade, com a citação de autores renomados, especialistas no assunto em questão.
	Resposta Correta:
	 
Argumento de autoridade, com a citação de autores renomados, especialistas no assunto em questão.
	Comentário da resposta:
	Resposta correta. O texto cita grandes filósofos e escritores para argumentar a respeito do ato de envelhecer e das vantagens que a maturidade traz.

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