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Governo Juscelino Kubitschek


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Governo Juscelino Kubitschek 
(1956-1961) 
⇾ Em 3 de outubro de 1955, no final do 
mandato de Vargas, que era cumprido 
por seus substitutos, foram realizadas novas 
eleições presidenciais. Os vencedores 
foram os candidatos da coligação PTB-
PSD, partidos de origem getulista: Juscelino 
Kubitschek (PSD) elegeu-se presidente, e 
João Goulart (PTB), vice-presidente. 
O governo de JK (1956 -1961) inaugura um 
período de maior estabilidade política e 
prosperidade econômica. 
 
 
Golpismo da UDN 
⇾ Após as eleições de 1955, mais uma vez 
a UDN – grande adversária do getulismo – 
era derrotada. Inconformados, os 
udenistas tentaram impedir a posse de 
Juscelino e Goulart, alegando que eles 
recebiam apoio do “comunismo 
internacional” e não tinham obtido a 
maioria absoluta dos votos. Café Filho 
(atual presidente), mostrou-se favorável à 
tese dos udenistas e uniu-se aos golpistas, 
assim como parte das Forças Armadas. 
⇾ No entanto, o ministro da Guerra 
Henrique Teixeira Lott, um defensor 
ardoroso da Constituição, unido a militares 
desmontaram a conspiração, forçando o 
afastamento de Café Filho e garantindo a 
posse de Juscelino, em 31 de janeiro de 
1956. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plano de Metas 
⇾ JK anunciou, em seu discurso de posse, 
que seu governo faria o Brasil crescer “50 
anos em 5”. Assim, apresentou à nação o seu 
projeto para o desenvolvimento econômico 
e industrial do Brasil, lançando em 1956 o 
Plano de Metas, programa contendo 31 
metas, com investimento nos setores de 
energia, transporte, indústrias de base, 
educação e alimentação e agricultura. 
 
Principais realizações: 
• construção de rodovias – entre elas a 
Belém-Brasília, como forma de interligar 
as regiões do país, pois era necessária a 
ampliação das estradas para suportar o 
escoamento da produção industrial e 
agrícola do país. 
• Construção de usinas hidrelétricas – 
como a hidrelétrica de Furnas e a de 
Três Marias. Visava a aumentar a 
capacidade de produção de energia 
elétrica do país para dar suporte à 
indústria. 
• implantação da indústria automobilística 
– novas fábricas produziriam mais de 300 
mil veículos por ano, com 90% das peças 
fabricadas no Brasil; 
• ampliação da extração de petróleo. 
⇾ Os setores de educação e alimentação 
não tiveram suas metas atingidas, com 
pouco capital destinado à sua realização. 
⇾ A área da agricultura também 
avançou pouco. Isso porque o projeto de 
modernização do campo, previsto no 
Plano de Metas, encontrou forte oposição 
dos latifundiários e “coronéis”. 
 
 
 
Modernização e desnacionalização 
⇾ Para alcançar os objetivos do Plano 
de Metas, o governo JK buscou apoio no 
capital privado nacional e no capital 
estrangeiro. Isso ocorria por meio de 
empréstimos e pela instalação de 
empresas multinacionais no país. 
⇾ Diante disso, foram oferecidas muitas 
facilidades aos investidores estrangeiros: 
redução de impostos, autorização para 
remessa de lucros ao exterior, concessão 
de terrenos para a construção de 
fábricas. 
⇾ O setor automobilístico foi o que mais 
se destacou. Instalaram-se no país 
grandes montadoras de automóveis 
como a Ford, Volkswagen, Willys e GM 
(General Motors) nas cidades de São 
Paulo, Rio de Janeiro e ABC. Além dessas, 
empresas farmacêuticas, petroquímicas e 
eletroeletrônicas. 
⇾ O resultado da política 
desenvolvimentista de JK não poderia ter 
sido outro, e a produção industrial do país 
aumentou cerca de 80%. 
 
⇾ Representantes dos nacionalistas 
diziam que a política econômica de 
Juscelino tinha a vantagem de ser 
modernizadora para a indústria, mas o 
defeito de ser desnacionalizadora. 
⇾ Embora se afastando do modelo 
nacionalista e estatista de Vargas, JK 
também defendia que países pobres, 
como o Brasil, precisavam de um Estado 
que investisse na economia e planejasse 
o desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Construção de Brasília 
⇾ Foi outro feito que marcou o governo de 
JK. A construção de Brasília era vista por JK 
como uma forma de integração econômica do 
entre as regiões do interior do território 
brasileiro, mas também como forma de 
reforçar o nacionalismo. 
⇾ A transferência da capital também 
significava resguardá-la de um conflito militar 
ou mesmo de uma revolta popular. 
⇾ A construção da cidade consumiu uma 
quantidade gigantesca dos recursos do país, 
sendo construído em tempo recorde e 
entregue antes do fim do mandato do 
presidente. 
⇾ Milhares de trabalhadores, oriundos de 
várias regiões do país, sobretudo do Nordeste, 
partiram para o Planalto Central em busca de 
trabalho nas obras da nova capital. Eles 
ficaram conhecidos como “candangos”. Assim, 
A nova capital brasileira foi oficialmente 
inaugurada em 21 de abril de 1960. 
 
 
Os anos dourados 
⇾ O governo de Juscelino é associado a 
grandes obras e a um momento de 
prosperidade e otimismo, que refletiu nos 
hábitos de consumo e no modo de pensar, 
principalmente da elite e da classe média. 
⇾ Tinha-se a impressão de que o país, 
finalmente, progredia. Por isso, esse período 
ficou conhecido como “os anos dourados”. 
⇾ No Brasil, em 1950, a televisão era a 
novidade tecnológica, sendo praticamente 
um objeto de luxo nas casas do Sudeste. 
⇾ Grande parte da população ainda 
acompanhava os programas do rádio. 
⇾ No final dos anos 1950, teve início o 
movimento musical conhecido como bossa 
nova, com João Gilberto e Tom Jobim, 
refletindo a modernização urbana. 
 
 
 
Consequências do governo JK 
• Inflação, por conta da elevada emissão de 
moeda para cobrir as despesas. 
• aumento da dívida externa, devido os 
empréstimos obtidos no exterior. 
• Êxodo rural: atraídos pelo desenvolvimento 
industrial, que se concentrava em São 
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, 
milhões de brasileiros continuaram 
migrando do campo para as cidades, em 
busca de emprego na indústria e no setor 
de serviços. Entretanto, a maioria 
encontrava a miséria. 
 
⇾ O Fundo Monetário Internacional (FMI) 
sugeriu um programa de contenção das 
despesas públicas que provocaria 
recessão e desemprego. Juscelino, que 
estava no fim de seu mandato, preferiu 
romper com o FMI e transferir o problema 
para seu sucessor. 
 
Criação da Sudene 
⇾ O desenvolvimento industrial do Brasil 
se fez em um cenário de abandono do 
campo, semelhante ao ocorrido nos 
governos anteriores. As desigualdades 
regionais se mostravam mais nítidas na 
região Nordeste. As inúmeras secas, a 
concentração fundiária, a extrema miséria 
da população e o descaso governamental 
intensificaram as migrações. 
⇾ Na tentativa de resolver os problemas 
que ocasionavam o êxodo das 
populações nordestinas, o governo federal 
criou, em 1959, a Superintendência do 
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) que 
teve pouco sucesso, principalmente pelo 
excessivo desvio de verbas 
governamentais e pela ausência de 
efetivos mecanismos de integração social. 
Assim, foi extinto em 2001. 
 
O crescimento das esquerdas 
⇾ Nesse período, surgiram vários grupos 
políticos que defendiam reformas sociais. O 
PTB recebeu apoio de setores nacionalistas 
do Exército e do movimento sindical – que 
também se fortaleceu. 
⇾ Os estudantes ganharam espaço com a 
União Nacional dos Estudantes (UNE). 
⇾ Comunistas e trabalhistas, até então 
adversários, passaram a atuar juntos, 
conquistando a diretoria de vários 
sindicatos. 
⇾ O Partido Comunista voltou a crescer ao 
abandonar a linha radical e adotar uma 
postura moderada em 1958. Seus dirigentes 
reconheceram a importância da 
democracia e admitiram a passagem 
pacífica para o socialismo. 
⇾ Os trabalhadores rurais não ficaram 
alheios a esses movimentos. Nos canaviais 
de Pernambuco, a organização dos 
trabalhadores deu origem às Ligas 
Camponesas. 
 
 
Democracia liberal 
⇾ Apesar da estabilidade política do país, 
o governo Juscelino não escapou de 
acusações de corrupção – por parte de 
seus opositores e de parcela da imprensa, 
principalmente em relação às obras de 
construção de Brasília. 
⇾ De modo geral, o governo garantiu as 
liberdades democráticase não houve prisões 
por motivos políticos. As diversas correntes 
políticas manifestavam suas ideias, exceto o 
Partido Comunista, que ainda estava na 
ilegalidade. 
 
⇾ Ao final do mandato de Juscelino 
Kubitschek, ocorreram eleições livres. Nessas 
eleições venceu Jânio Quadros, que soube 
explorar as denúncias de corrupção contra 
seu antecessor durante a campanha 
eleitoral.