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Prof. Dr. Joares Junior UNIDADE III Mecânica da Partícula O estudo das causas do movimento é a Dinâmica. É uma grandeza vetorial que tem a capacidade de modificar a velocidade (movimento) de um corpo (seja na sua magnitude, direção ou sentido). Tipos de força: - Forças de contato: aparecem quando há um contato entre dois objetos. - Forças a distância (ou forças de campo): são forças que agem a distância, sem haver necessidade de um contato entre dois objetos. O termo “força de campo” vem do fato de que essas forças estão associadas a um tipo de campo – por exemplo, campo gravitacional, campo elétrico, campo magnético. Princípios de Dinâmica. Força. Fonte: SERWAY, Jewet. Physics for Scientists and Engineers with Modern Physics. Ninth Edition, Boston, USA, 2010. M -q +Q Um corpo em repouso permanece em repouso a não ser que uma força resultante externa atue sobre ele. Um corpo em movimento continua em movimento retilíneo e uniforme (velocidade vetorial constante) até que sobre ele atue uma força resultante externa. Do ponto de vista da dinâmica, ausência de forças e resultante de forças nulas são equivalentes. Sistema de referência inercial: é o sistema de referência em que o móvel possui aceleração nula. Qualquer sistema de referência que se move com velocidade vetorial constante com relação a um sistema inercial também é um sistema inercial. Nesses sistemas, as leis de Newton são válidas. Na maioria das situações (pequenos deslocamentos), um referencial fixo na Terra é uma boa aproximação para um referencial inercial. Princípios de Dinâmica. Primeira Lei de Newton. Segunda Lei de Newton: a força resultante que atua em um corpo é igual ao produto de sua massa (medida de inércia) por sua aceleração. Para resolvermos situações que envolvem a Segunda Lei de Newton, desenhamos um diagrama de corpo livre, no qual isolamos um dado corpo e identificamos as forças que atuam sobre ele. Um sistema é formado por um ou mais corpos, e qualquer força exercida sobre corpos do sistema por outros fora do sistema é chamada de força externa. Princípios de Dinâmica. Segunda Lei de Newton. Um disco de massa 0,3 kg desliza em uma superfície lisa (sem atrito) de uma pista de hóquei. Dois jogadores, em uma disputa, batem no disco simultaneamente e as forças F1 e F2 exercidas por eles possuem direções e sentidos dos vetores indicados na figura. Para essa situação, determine o módulo e a direção da aceleração desse disco. Princípios de Dinâmica. Segunda Lei de Newton. Exemplo. Fonte: SERWAY, Jewet. Physics for Scientists and Engineers with Modern Physics. Ninth Edition, Boston, USA, 2010. y x F2 F2 = 8.0 N F1 = 5.0 N 60o 20o F1 Decomposição das forças na direção do eixo x: A aceleração nessa direção será: Decomposição das forças na direção do eixo y: A aceleração nessa direção será: O módulo da aceleração será: Princípios de Dinâmica. Segunda Lei de Newton. Exemplo. Solução. Fonte: SERWAY, Jewet. Physics for Scientists and Engineers with Modern Physics. Ninth Edition, Boston, USA, 2010. A força gravitacional que um corpo sofre perto da Terra deve-se à atração gravitacional que a Terra exerce sobre ele. Essa força gravitacional é a que imprime ao corpo uma aceleração de queda livre (g), assim, o módulo da força gravitacional é igual ao produto m.g. Essa é a força-peso. O peso de um corpo é igual ao módulo da força gravitacional que age sobre o corpo. A direção e o sentido são para o centro da Terra, mas podemos considerar vertical e para baixo. Lembre-se de que o peso de um corpo não é sua massa e não é uma propriedade intrínseca do corpo. Princípios de Dinâmica. Força-peso. Fonte: HALLIDAY, RESCNICK, WALKER. Fundamentos da Física, vol. 1. Mecânica. Rio de Janeiro: LTC, 2006. N N Força normal FN Bloco Fg Quando uma bola de boliche é colocada sobre um colchão, o colchão se deforma e empurra a bola para cima. Quando essa mesma bola é colocada sobre um piso, esse também se deforma (ainda que imperceptivelmente) e também a empurra para cima. Essa força que surge da deformação das superfícies aos se tocarem é chamada força normal. Direção e sentido: sempre perpendiculares à superfície de sustentação. Módulo: dependerá da força total apoiada sobre a superfície. Princípios de Dinâmica. Força Normal. Partindo do repouso, um carro de Fórmula 1 atingiu a velocidade escalar de 180 km/h após percorrer 120 m em uma pista reta e horizontal com aceleração constante. Considerando-se que a massa do carro era 720 kg, a intensidade média da força resultante no carro nesse movimento foi de: a) 7,5 . 101N b) 1,5 . 102N c) 3,7 . 103N d) 7,5 . 103N e) 1,5 . 104N Interatividade d) 7,5 . 103N Resposta h 180km Quando dois corpos interagem, as forças que cada corpo exerce sobre o outro são sempre iguais em módulo, direção e possuem sentidos opostos, 𝐹12= − 𝐹21 Importante: as forças de ação e reação estão sempre aplicadas em corpos distintos e, por isso, não podem se equilibrar. Podem ter efeito estático (deformação) ou efeito dinâmico (aceleração). Os efeitos produzidos podem ser diferentes, pois o efeito estático depende da resistência mecânica dos corpos e o efeito dinâmico depende da massa dos corpos. Comparecem sempre aos pares, isto é, sempre simultaneamente, e os termos ação e reação são permutáveis. Podem ser forças de contato ou forças de campo. Princípios de Dinâmica. Terceira Lei de Newton. Exemplos: Princípios de Dinâmica. Terceira Lei de Newton. Fonte: HALLIDAY, RESCNICK, WALKER. Fundamentos da Física, vol. 1. Mecânica. Rio de Janeiro: LTC, 2006. Abóbora A Mesa M Terra T Abóbora Terra FTA FAT FMA FAMFAT (força gravitacional) FAM (força normal da mesa) Na figura a seguir, uma força (F) de 100 N empurra o bloco 1 de massa m1 = 5 kg. Este, por sua vez, empurra o bloco 2 de massa m2 = 10 kg. Determine a aceleração dos blocos e a força de contato entre eles (despreze as forças de atrito). Princípios de Dinâmica. Terceira Lei de Newton. Exemplo. Bloco 1 Bloco 2 Sistema Resolvendo 1 2 F F N1 N2 P1 P2 2 1 FC FC F – FC = m1a 100 – FC = 5a 100 – FC = 5a FC = 10a FC = m2a FC = 10a FC = 66,7N a = 6,67 m/s2 Fonte: acervo pessoal. Quando uma corda (ou um fio, ou um cabo ou outro do mesmo tipo) é presa a um corpo e esticada, aplica a um corpo uma força orientada ao longo da corda. Essa força é chamada de força de tração, pois a corda está sendo tracionada (puxada). A tensão da corda é o módulo da força exercida sobre o corpo. Uma corda é frequentemente considerada sem massa e inextensível. Princípios de Dinâmica. Terceira Lei de Newton. Tração. Fonte: HALLIDAY, RESCNICK, WALKER. Fundamentos da Física, vol. 1. Mecânica. Rio de Janeiro: LTC, 2006. T T T T P T T T T T T T Quando tratamos de cordas, normalmente encontramos presente um dispositivo chamado polia ou roldana. A polia serve para que a corda deslize sobre ela com o mínimo de atrito. Quando uma polia é ideal, a força de tração (T) que age sobre todos os pontos da corda continua sendo igual em qualquer ponto, antes ou depois de passar pela polia. O mesmo não ocorre com polias não ideais. Princípios de Dinâmica. Polias. T T mB mA PA PB Fonte: acervo pessoal. Determinar a tração nos fios e a aceleração dos blocos. Princípios de Dinâmica. Polias. Exemplo. Bloco 1: Bloco 2: Resolvendo-se (1) e (2), lembrando que : Fonte: acervo pessoal. Um corpo de massa de 2,0 kg se move sobre uma superfície lisa horizontal sob a ação da força resultante: Calcule a velocidade do corpo quando t = 6,0s (o corpo estava em repouso em t = 0s). Resolução: Princípios de Dinâmica. Exemplo. Uma criança está sentada em um balanço, conforme indicado na figura abaixo. A criança puxa a extremidade livre da corda com uma força de intensidade 252N. O peso dacriança é 320N e da cadeira, 160N. Qual a intensidade da força que o assento exerce sobre a criança? a) 16N b) 32N c) 48N d) 84N e) 120N Interatividade Fonte: Física. Caderno Objetivo. 2020. Adote g = 10,0 m/s2 e não considere o efeito do ar. g d) 84N Resposta Quando empurramos ou tentamos empurrar um corpo sobre uma superfície, a interação dos átomos do corpo com os átomos da superfície faz com que haja uma resistência ao movimento. Essa força é paralela à superfície e aponta no sentido oposto ao do deslizamento ou à tendência de deslizamento. A força de atrito depende basicamente da força normal e do coeficiente de atrito entre o objeto e a superfície. Princípios de Dinâmica. Força de Atrito. F af Fonte: acervo pessoal. Coeficiente de atrito estático: representado por µe, não possui um valor constante. De fato, ele depende da força aplicada. O valor máximo é atingido no instante em que o bloco começa (iminência) a se mover (µe) como o coeficiente de atrito estático máximo que corresponde à iminência do movimento. Coeficiente de atrito cinético: uma vez que o objeto começa a andar, o coeficiente de atrito tem uma queda no seu valor e passamos a representá-lo por µc. Esse valor, que é sempre menor que o µe, depende do tipo de objeto e da superfície. Diferente do estático, o atrito cinético não varia, possui apenas um valor e permanece assim enquanto durar o movimento. Princípios de Dinâmica. Força de Atrito. As forças de atrito são dadas por: A força de atrito possui as seguintes propriedades: É paralela às superfícies de contato. Possui sentido oposto à tendência do escorregamento. É aproximadamente independente da área de contato. Depende do tipo de superfície em contato e do grau de polimento de cada uma. Princípios de Dinâmica. Força de Atrito. Fonte: SERWAY, Jewet. Physics for Scientists and Engineers with Modern Physics. Ninth Edition, Boston, USA, 2010. f F O regime estático regime cinético mg fs F n n fk deslizamento mg F Uma interação muito comum que vale a pena ser estudada é a força elástica, presente em diversos materiais que possuem propriedades elásticas. Sabemos que, se esticarmos uma mola, ela reage com uma força restauradora. O mesmo ocorre ao comprimirmos a mola – ela reagirá com uma força também restauradora. Hooke percebeu que a deformação da mola é diretamente proporcional à força aplicada. Princípios de Dinâmica. Força Elástica. F X FelásticaFonte: acervo pessoal. Quando um corpo de peso P é colocado em um plano inclinado de α (ou θ) em relação ao plano horizontal, é usual decompormos o seu peso em duas parcelas: Componente tangencial ou motriz (Pt): é a componente do peso, paralela ao plano, e que solicita o bloco a se mover para baixo, ao longo do plano; Componente normal ou de compressão (Pn): é a componente do peso normal ao plano e que comprime o bloco contra o plano inclinado. Princípios de Dinâmica. Plano Inclinado. Fonte: Física. Caderno Objetivo.2020. Um ciclista, tentando bater um recorde de velocidade em uma bicicleta, desce, a partir do repouso, a distância de 1440 m em uma montanha plana cuja inclinação é de 30º. Calcule a velocidade escalar atingida pelo ciclista ao chegar à base da montanha (adote g = 10,0 m/s2). a) 84 m/s. b) 120 m/s. c) 144 m/s. d) 157 m/s. e) 169 m/s. Interatividade b) 120 m/s Resposta Consideremos um corpo abandonado em um plano inclinado com atrito. Seja μe o coeficiente de atrito estático entre o bloco e o plano inclinado. Na iminência de deslizamento: Princípios de Dinâmica. Plano inclinado com atrito. NFat P 𝜽 Fonte: acervo pessoal. Consideremos uma partícula em trajetória curva e movimento não uniforme, em relação a um sistema de referência inercial. Os módulos dessas componentes são: Princípios de Dinâmica. Componentes da força resultante. Fonte: Física. Caderno Objetivo. 2020. A Fcp F Trajetória Ft tangente à trajetória no ponto A Uma criança (de massa 40 kg) gira em uma roda gigante de raio 10 m com velocidade constante de 3,0 m/s. Determine a força exercida pelo assento da roda gigante exercida sobre a criança quando ele se encontra na parte mais baixo e na parte mais alta da trajetória. Princípios de Dinâmica. Componentes da força resultante. Exemplo. Fonte: SERWAY, Jewet. Physics for Scientists and Engineers with Modern Physics. Ninth Edition, Boston, USA, 2010. Fn mg v v R Um engenheiro civil deseja projetar uma curva em uma pista. Por questão de segurança, ele irá considerar que o carro deverá fazer a curva, no entanto, sem usar a força de atrito entre os pneus e o asfalto (como se o carro tivesse que fazer a curva mesmo que ela estivesse coberta de gelo ou óleo). Para isso, ele terá que realizar uma elevação da pista, como mostrado na figura. Suponha que a velocidade da pista é de 54 km/h (15 m/s) e o raio da curva seja de 40 m. Qual é aproximadamente o ângulo de elevação com a linha horizontal que essa curva deverá possuir? (Adote g = 10,0 m/s2) Interatividade Fonte: SERWAY, Jewet. Physics for Scientists and Engineers with Modern Physics. Ninth Edition, Boston, USA, 2010. a) 29,30 b) 17,40 c) 69,30 d) 28,60 e) 72,50 Interatividade Fonte: SERWAY, Jewet. Physics for Scientists and Engineers with Modern Physics. Ninth Edition, Boston, USA, 2010. Resposta Fonte: SERWAY, Jewet. Physics for Scientists and Engineers with Modern Physics. Ninth Edition, Boston, USA, 2010. ATÉ A PRÓXIMA!
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