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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ PSICOLOGIA Miguel Stadnicki - 201901219101 Ana Clara Nogueira Sousa - 201903076102 Trabalho de Técnicas e Exames Psicológicos II – Aplicação do teste HTP FORTALEZA 2022 INTRODUÇÃO: O HTP é um instrumento destinado a pessoas a partir de oito anos de idade, sem limite máximo para realizá-lo, logo pode ser aplicado em adolescentes, adultos e idosos. Possui vantagens referentes a ser uma técnica de aplicação simples e de baixo custo, podendo ser realizado tanto individualmente quanto coletivamente. Entretanto, uma de suas desvantagens é que ele não é um instrumento diagnóstico, ele dará informações para a investigação sobre a personalidade do sujeito. Ele é associado juntamente com outras ferramentas avaliativas. Os materiais necessários para realizar o teste são simples, apenas lápis preto nº2, borracha, folha A4 na cor branca, giz de cera com no mínimo oito cores, para a fase cromática, relógio e o manual. É importante também prestar atenção à mesa do indivíduo, essa deve ser apropriada ao seu tamanho. O HTP contém quatro fases, a primeira é a não verbal, também conhecida como fase acromática, para a aplicação, segundo como foi proposto por Hammer (1991), deve-se dar uma folha a cada desenho, sendo que no da casa, a folha deve ser entregue na frente do indivíduo na horizontal, enquanto nos da árvore e da pessoa no vertical (apud FREITAS e CUNHA, 2007, p. 519). Após feitos esses desenhos, a fase seguinte é o inquérito, quando o psicólogo irá fazer uma série de perguntas a respeito de cada produção gráfica. Terminadas essas duas etapas, o profissional pode escolher continuar ou não, caso decida prosseguir, a terceira e a quarta fases são semelhantes as duas iniciais, com a diferença sendo que agora, ao invés de usar apenas lápis preto nos desenhos, será utilizado o giz de cera, etapa essa conhecida como cromática. De acordo com Hammer (1991), essas duas últimas fases são uma forma de explorar níveis mais profundos da personalidade do sujeito, obtendo uma compreensão de quais são as defesas do paciente, além de conseguir classificar seus conflitos (apud FREITAS e CUNHA, 2007, p. 519). Além disso, segundo Morris (1976), é importante o psicólogo fazer observações durante a realização do teste, como registrar de que modo o sujeito reagiu às instruções, que podem ser de ansiedade ou até uma simples aceitação. Anotando, também, o tempo de reação, gestos, feições, postura, falas, em quais desenhos há uma maior ou menor dedicação, por exemplo, ou seja, seus comportamentos não-verbais e verbais. (apud FREITAS e CUNHA, 2007, p. 519). Caso o sujeito esteja nervoso ou mesmo preocupado com a sua aptidão gráfica, o psicólogo deve fazer um bom rapport, assim como assegurar que suas habilidades artísticas não serão analisadas, além de não existir respostas certas ou erradas, isso é relevante ser feito, pois quanto mais livre o sujeito estiver na hora de se expressar, mais confiáveis serão os resultados. Sobre a interpretação das produções gráficas, vai ser feita a partir das observações feitas durante a testagem, dos elementos gráficos dos desenhos e do conteúdo verbal trazido pelo sujeito. Van Kolck (1975) e Campos (1977), inclusive, indicam a avaliação de uma série de elementos, que não tem a ver com o conteúdo do desenho, e sim com os aspectos globais dele, como a posição, o tamanho, o traço, as correções, o sombreado, os retoques, entre outros detalhes. (apud FREITAS e CUNHA, 2007, p. 520 e 521) Em relação as interpretações de cada desenho, começando com a casa, são analisados dois elementos, os essenciais, como as paredes, o telhado, porta e janelas, e os acessórios, a linha do chão e perspectiva, por exemplo. A falta de um desses componentes essenciais, pode indicar a existência de um transtorno mais sério. Basicamente, quanto mais ilógica for a casa feita, mais são as chances de uma psicopatologia. Tendo como exemplo o tamanho do telhado, ele diz respeito a profundidade em que as fantasias distorcem o funcionamento da mente, os pacientes esquizofrênicos, muitas vezes, desenham o telhado representando toda a casa com o acréscimo das portas e as janelas. No que diz respeito à árvore, se presume ser feito pelo menos um tronco e um galho. A impressão geral do desenho se dará pela sua localização na folha, feito na parte superior sugere fuga na realidade, enquanto na inferior sentimentos depressivos, e pelo tipo de árvore, que é basicamente como foram desenhados os galhos e o tronco. Marcas nos troncos, geralmente, são interpretadas como experiências traumáticas. Enquanto os galhos indicam sentimentos diversos, se estiverem mortos pode ser depressão, já inexistência de galhos sugere ausência de contato. Em relação ao último desenho, o da pessoa, é necessário que sejam desenhados os membros superiores e inferiores, a cabeça e o tronco, caso o sujeito não desenhe uma dessas partes, o psicólogo deverá pedir que o indivíduo faça outro desenho. O desenho da pessoa está relacionado ao autorretrato, a como o sujeito se percebe e age em face as outras. Logo, é importante examinar o tipo de ser humano que foi desenhado, estipulando melhor com o auxílio do inquérito e das falas espontâneas do sujeito durante a testagem. Por fim, vale ressaltar que nos testes projetivos em geral, as quantidades de informações obtidas, bem como a qualidade delas, vão depender tanto do sujeito, como sua vontade de falar sobre a sua história e de desenhar, quanto das habilidades e experiências do psicólogo, tal como diferenciar o que é algo importante daqueles não tão significativos. IDENTIFICAÇÃO: Nome: P. G. S Idade: 18 anos Sexo: Masculino Escolaridade: Ensino Médio completo Estado Civil: Solteiro DESCRIÇÃO DA DEMANDA: Aplicação do teste psicológico para treino referente a disciplina de Técnicas e Exames Psicológicos II. PROCEDIMENTOS UTILIZADOS: Teste HTP ANÁLISE: De acordo com o que pode ser observado por meio da análise dos desenhos, das respostas do inquérito e do seu comportamento durante a aplicação do teste, é possível concluir que o examinando possui um nível de desenvolvimento cognitivo dentro da normalidade, demonstrando bom equilíbrio emocional durante a realização da atividade, além de boa compreensão sobre a sua realidade e questões pessoais. Os principais traços encontrados com os resultados do teste foram: insegurança, retraimento, inadequação e descontentamento. O conteúdo dos desenhos e das respostas do inquérito evidenciou que o indivíduo possui certo nível de dificuldade de adequação no âmbito social, referindo a família como principal círculo de relações. Outra forte característica do sujeito são questões de insegurança e descontentamento relacionadas ao próprio corpo. É evidenciado tanto por meio da análise dos desenhos quanto pelas verbalizações do examinando que existem conflitos com sua identidade de gênero, com seu papel na sociedade e sua independência financeira. CONCLUSÃO: Os resultados do teste apontam que o examinando, clinicamente, se encaixa dentro dos padrões de normalidade esperados para o seu tipo de perfil cognitivo e social. Entretanto, por conta de seus conflitos internos evidenciados pela análise dos dados, é recomendável que o indivíduo ingresse em um processo de psicoterapia, a fim de trabalhar formas de lidar, principalmente, com suas questões de identidade, insegurança, autoestima e suas preocupações profissionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Este trabalho foi de suma importância para formação acadêmica dos alunos, ter a oportunidade de estudar e aplicar esse teste foi engrandecedor. A aplicação do teste HTP neste contexto de treinamento, mostrou-se ser uma experiência muito valiosa, principalmente por se tratar de uma atividade prática queexercita áreas do conhecimento essenciais para a atuação do psicólogo. A atenção aos comportamentos do examinando, a análise e interpretação de conteúdos gráficos, o contato com questões internas e delicadas, juntamente com a comunicação direta com o indivíduo, são alguns dos principais aspectos trabalhados na aplicação do teste, refletem diretamente o exercício do profissional de psicologia nos mais variados contextos, o que torna o aprendizado deste trabalho ainda mais enriquecedor. O HTP é uma das técnicas mais utilizadas por psicólogos brasileiros, por ser um teste que pode ser usado em diferentes contextos, além de suas vantagens relacionadas ao seu baixo custo e a sua fácil aplicação. Justamente por isso ele é um dos mais ensinados nos cursos de Psicologia. Porém, reforça-se a indispensabilidade de treinamentos e formações para manusear esse teste. REFERÊNCIAS: CUNHA, Jurema Alcides. Psicodiagnóstico - V. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. FLORENTINA, M. Manual prático de avaliação do HTP (casa-árvore-pessoa) e família. São Paulo: Casa Do Psicólogo, 2000. INQUÉRITO 1. CASA: P: De quem é essa casa? R: Não é minha. P: Quantas pessoas moram nela? R: Umas quatro ou cinco. P: Falta alguma coisa nessa casa? R: Não tem uma caixa d’água. P: Você gostaria de morar nela? R: Não, muito simples. P: Quando você olha para a casa, ela parece estar perto ou longe de você? R: Longe. P: Se você estivesse olhando essa casa, como você a estaria vendo? ( ) Na altura dos seus olhos (x) Abaixo ( ) Acima dos seus olhos P: Em que essa casa faz você lembrar ou pensar? R: Casas da serra. P: Essa casa é: ( )Feliz ( )Amiga ) (x) Confiável ( )Triste ( )Agressiva ( ) Barulhenta P: Por quê? R: Porque uma casa envolve pessoas e quem mora nela é confiável. P: Alguém ou alguma coisa já machucou essa casa? Por quê? R: Não 2. ÁRVORE: P: Que tipo de árvore é essa que você desenhou? R: Desenhei pensando num abeto, por causa do tronco fino. P: Onde ela poderia estar situada? R: Numa floresta. P: Quem a plantou? Por quê? R: Um pássaro. Ele estava comendo e a semente e caiu. P: Que idade ela tem? R: Acho que ela é nova. P: Você pensa nela como estando: Viva (x) Morta ( ) P: Por quê? R: Porque tem folhas. P: Essa árvore está sozinha ou em um grupo de árvores? R: Está sozinha, pois está num bioma de taiga. P: Como está o clima nessa figura? R: Frio. P: Em que essa árvore faz você lembrar ou pensar? R: Árvores do Morrowind, um jogo de videogame. P: Do que essa árvore mais necessita? R: Nutrientes. Onde ela vive tem poucas árvores então tem poucos nutrientes. P: Alguém ou alguma coisa já feriu essa árvore? R: Não. 3. PESSOA: P: É um homem ou uma mulher? R: É não-binário. P: Quantos anos tem? R: 18. P: Quem é ele (a)? R: Não sou eu. P: O que ele (a) está fazendo? R: Posando para a foto. P: Em que ano está na escola? R: Não está na escola. P: O que ele(a) quer ser? R: Famosa. P: Qual é a parte mais bonita de seu corpo? R: O rosto, a cabeça. P: E a mais feia? R: O tronco. P: Como ele (a) se sente? Por quê? R: Sem emoção no momento. Porque só está posando para a foto. P: O que mais o(a) preocupa? R: Envelhecer. P: Tem muitos amigos? R: Muitos não. P: O que ele (a) mais quer da vida? R: Um emprego fixo. P: Do que ele (a) tem medo? R: De que o maior sonho dela não aconteça. P: De que essa pessoa mais precisa? R: Autonomia. P: O que as pessoas falam dele (a)? R: Estranho. P: E os familiares? R: Nada de ruim. P: Alguém já feriu essa pessoa? Por quê? R: Já. Questão de amizade e tal. P: Você acha que a maioria das pessoas se sente assim? R: A maioria não. Porque nem todo mundo passa pelas mesmas coisas.
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