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P1 TÉCNICAS DE EXAME PSICOLOGICO II 1. Quais cuidados éticos devemos ter ao realizar a entrevista com os pais e demais informantes? Quando estamos trabalhando com técnicas de exame psicológico, ou qualquer outro tipo de intervenção, com crianças, devemos sempre ter o cuidado de realizar o primeiro contato com os pais ou os responsáveis por aquela criança. Dentro disso, alguns aspectos são de suma importância para que os pais ou responsáveis nos ajudem a coletar a maior quantidade de dados possíveis sobre essa criança, antes de termos nosso primeiro contato com ela. Assim, é importante que, caso forem os pais os entrevistados, que ambos participem da sessão, sem a presença da criança. Devemos nos apresentar e explicar como irá funcionar o processo terapêutico que envolverá seus filhos, ajuda-los no preenchimento da documentação, fazer a coleta de dados sociodemográficos (que podem interferir ativamente no processo), e explicar que a entrevista pode levar um tempo, mas que ela é de extrema importância para o processo como um todo. Podemos, então, partir para questionar os pais sobre a queixa que os fez trazer seu filho para o atendimento, pois isso pode diferenciar um pouco quando conversarmos com a criança, e para que essa queixa tenha um fundamento, devemos tentar entender o que os pais entendem como problemático, no sentido de intensidade do problema, sua duração etc., para que possamos entender se é uma queixa mesmo ou se não envolve outros aspectos, principalmente desenvolvimentais. Nós, como psicólogos, devemos prestar atenção na reação dos pais ou responsáveis durante toda a entrevista, em quem conduz a sessão, quem fala mais, quem se acua e escuta mais, para termos uma noção da dinâmica de conversa daquela família. Devemos também prestar atenção em convergências e divergências no discurso entre pai e mãe, por exemplo, para entendermos se eles estão ali pelo mesmo motivo. Podemos esclarecer duvidas sobre desenvolvimento infantil, já que quando falamos de crianças, a nossa maior preocupação é ter certeza que é uma problemática que necessita de intervenção ou tem mais a ver com o desenvolvimento dessa criança. Ofereceremos, também, formas de manejo de comportamento, e devemos sempre assegurar que aquele espaço é sigiloso, seguro e que não emite nenhum tipo de julgamento. 2. O que deve ser discutido no primeiro contato com a criança? O primeiro contato com a criança é tão importante quanto o com os pais ou responsáveis, e deve ser feito após este. Nele, explicamos para aquela criança como funcionará todo o processo de avaliação, englobando alguns aspectos como informar para ela os motivos que levaram ela a estar lá, mas perguntar também o porquê ela acredita estar ali. Devemos ter uma postura mais livre durante o atendimento, permitindo que aquela criança se expresse, e em nenhum momento devemos trazer as ideias que foram discutidas com os pais ou responsáveis por ela. Discutiremos, também, as regras e a confidencialidade do processo, e porque isso é importante, além de darmos diretrizes sobre como a parte mais lúdica do processo se dará, como as brincadeiras e atividades. Além disso, devemos estar atentos a alguns sinais e características, como: aparência, higiene, comportamento verbal e não verbal, atitudes, reações a estímulos externos, sons, barulhos, como ela se comporta diante aos objetos da sala de atendimento (devemos ter o mínimo possível de objetos), se ela mantém contato visual, se é distraída, se interrompe muito o profissional etc. Faremos, então, uma série de perguntas divididas em blocos de família, escola e amigos. Dentro de cada um, englobamos perguntas especificas, mas também podemos trazer novas perguntas a partir do que é discutido e falado. Dentro do bloco de família, perguntamos quem são as pessoas que fazem parte da família dessa criança, se dormem em quartos separados, quem faz as regras em casa e o que acontece quando ela as quebra, como é o relacionamento entre os pais etc. No bloco da escola, podemos perguntar sobre o que a criança mais gosta e menos gosta no ambiente escolar, como são os professores, se faz o dever de casa e se alguém a ajuda nesse processo, entre outras. E, por último, no bloco de amigos, podemos fazer perguntas como quem são os amigos daquela criança, qual a idade deles, do que eles brincam, se eles vão até a sua casa ou se é a criança que vai até a casa dele, etc. 3. Com relação ao local para a realização do Ludodiagnostico. Quais tipos de cuidados devemos ter? Os cuidados com o local para a aplicação da técnica ludodiagnostica são vários. O ambiente onde o trabalho ocorrerá deve ser diferente quando se trata de uma criança e de um adulto. Isso deve acontecer porque o espaço da criança deve ser um espaço onde ela possa brincar, se movimentar, pintar paredes e mesas, etc. Não pode ser um espaço muito pequeno porque a criança precisa se sentir livre para usar o espaço da maneira que ela desejar. A sala deve ser feita de piso ou qualquer material que permita ser lavado e limpado nos casos onde as crianças pintam o chão, a mesa, as paredes. O posicionamento da cadeira e o tamanho delas tambem é algo para ser olhado com mais cuidado. A cadeira da criança e do terapeuta devem ser do mesmo tamanho para que isso possibilite que a criança se encontre num mesmo plano/campo de visão que o terapeuta, não havendo diferenciação. No armário das caixas lúdicas é algo que se faz necessário ter trancas e que seja guardada ali a caixa lúdica de cada paciente, não podendo assim, ser utilizada uma mesma caixa lúdica para duas ou mais crianças. A individualidade dos materiais se faz necessário uma vez que a organização ou a maneira que a criança arrumou aquela caixa, seja também produto de analise terapêutica. 4. O que devemos considerar nas escolhas dos brinquedos para a caixa lúdica? Os brinquedos que estarão dentro da caixa lúdica devem ser pequenos para melhor manuseio das crianças, porem não tão pequenos a ponto de oferecerem qualquer tipo de risco para a criança. Esses brinquedos também devem condizer ou chegar o mais próximo possível da realidade de cada criança. Deve haver então materiais estruturados e não estruturados dentro da caixa e que possibilitem que a imaginação daquela criança flua, seja condizendo com a realidade da criança em analise e possibilitando um setting terapêutico.
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