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Análise de Projetos Industriais Módulo 7 – Consolidação dos Estudos ✔SELEÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS ✔ESTIMATIVAS RELEVANTES DO PROJETO DE INVESTIMENTO ✔CONSTRUÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO Objetivos do Estudo de Fluxo de Caixa: ✔O objetivo principal do estudo de fluxo de caixa é estimar as receitas e desembolsos do empreendimento. ✔Ela é gerada a partir dos dados constantes nos estudos elaborados anteriormente e de estimativas de execução das atividades do empreendimento ao longo de toda sua vida útil. Objetivos ✔ O fluxo de caixa (FC) é um instrumento de gerenciamento financeiro extremamente importante para os gestores de uma organização ✔ Dentre as suas principais aplicações, destacam-se à simulação de projeções, acompanhamento de resultados, análises e avaliações de indicadores de desempenho. ✔ É a principal matéria-prima para estimar o valor de uma empresa, medir a rentabilidade de um projeto, planejar as operações ou estabelecer a capacidade de pagamento de uma dívida. Conceito Variáveis e custos econômicos relevantes: ✔Horizonte de tempo das projeções; ✔Valor residual do projeto; ✔Custos de oportunidade; ✔Custos afundados (sunk costs); ✔Efeitos derivados; ✔Dispêndios de capital; ✔Depreciação, amortização e exaustão; ✔Investimento líquido; ✔Capital de giro. Estudo de Fluxo de Caixa Horizonte de tempo das projeções Estudo de Fluxo de Caixa O período de previsão explícita é normalmente definido em função de: • Risco do projeto — quanto maior o risco, menor tenderá a ser o período de previsão explícita; • Período de estabilidade — quanto maior a fase de investimento e crescimento do projeto, maior será o período de previsão explícita; • Outros fatores — prazo de concessões, regulamentação econômica etc. Valor residual do projeto Estudo de Fluxo de Caixa Na abordagem patrimonial, o valor residual pode ser estimado das seguintes maneiras: • Pelo valor de liquidação física dos bens; • Pelo custo de reposição dos bens tangíveis e intangíveis do projeto; • Pelo valor contábil do patrimônio líquido; • Pelo valor de mercado de empresas similares que estejam sendo negociadas. Custos de oportunidade Estudo de Fluxo de Caixa • Refere-se à quantia que se deixa de ganhar em prol do investimento, se, em vez de aplicados no projeto, os recursos fossem investidos em alternativas de risco similar. • É um reflexo da escassez de recursos, porque, se os recursos fossem ilimitados, não haveria custos de oportunidade. Custos afundados (sunk costs) Estudo de Fluxo de Caixa • Correspondem a fatores irrecuperáveis ou sem alternativa de uso (custo de oportunidade igual a zero). • Regra: investimentos e fluxos de caixa passados são irrecuperáveis; apenas os fluxos de caixa presentes e futuros afetam a decisão de continuar ou abandonar um projeto. • Decisões econômicas são prospectivas e devem envolver apenas o que pode ser modificado pelos agentes decisores. Efeitos derivados Estudo de Fluxo de Caixa Muitas vezes, os fluxos de caixa de um projeto de investimento são obtidos em detrimento ou em prol de outros projetos já existentes. A perda ou o ganho em outros projetos ocasionada pela decisão de investir é comumente chamada efeito derivado ou colateral. Dispêndios de capital Estudo de Fluxo de Caixa Qualquer consequência potencial da decisão inicial de investir deve ser considerada como parte da proposta de investimento. Assim, os dispêndios de capital a serem feitos enquanto o projeto durar e que constituem a base para seu funcionamento contínuo devem ser incluídos no fluxo de caixa livre. Depreciação, amortização e exaustão Estudo de Fluxo de Caixa Deve ser incluído no fluxo econômico unicamente seu impacto fiscal, pois elas representam despesas não-caixa. Em algumas situações, na falta de mais informações, pode ser utilizada a depreciação linear como valor aproximado da depreciação econômica dos ativos. Pelo princípio contábil da consistência, espera-se que, durante a vida útil do bem, a empresa mantenha o mesmo critério de depreciação que adotou desde o início. Depreciação, amortização e exaustão Estudo de Fluxo de Caixa Há vários métodos de depreciação, mas, na prática, o mais utilizado é o método linear, que estabelece um percentual anual fixo para a depreciação. Investimento líquido Estudo de Fluxo de Caixa O investimento inicial de um projeto deve incluir: • gastos referentes à aquisição dos ativos necessários à sua implantação; • gastos com transporte e seguros dos ativos; • gastos necessários para colocar os ativos em condições de uso (inclusive impostos); • aumento do capital de giro necessário para sua operacionalização; • fluxo de caixa proveniente da venda dos equipamentos antigos (inclusive impostos). Capital de giro Estudo de Fluxo de Caixa • Origina-se da necessidade de enfrentar a defasagem que normalmente existe entre os processos de produção e de vendas. • Serve para financiar a operação do negócio até que sejam recebidos os ingressos gerados pelas atividades produtivas. Fonte de dados A fim de elaborar a projeção do fluxo de caixa operacional do empreendimento, são necessários vários dados. De modo geral, eles podem ser divididos em internos e externos, quanto a suas fontes. Estudo de Fluxo de Caixa i. Fonte de dados internos ✔ O sistema de informações gerenciais da empresa deve fornecer dados históricos a respeito de receitas e desembolsos. Com esses dados e suas estatísticas descritivas, a equipe pode partir de um ponto balizador, que deve ser cotejado com circunstâncias futuras que o empreendimento experimentará. Estudo de Fluxo de Caixa ii. Fonte de dados externos ✔ Dados microeconômicos, macroeconômicos, taxas de juros, câmbio etc. Devem ser considerados na projeção do fluxo de caixa operacional. Estudo de Fluxo de Caixa Qualidade do Fluxo de Caixa Consistência: todas as informações pertinentes aos processos operacionais devem estar contempladas na projeção. Comparação: é importante realizar comparações intertemporais e com empreendimentos similares. Otimização: ajustes dos valores projetados a novas expectativas. Estudo de Fluxo de Caixa Passos para elaboração Em geral, adotam-se os seguintes passos para a elaboração de um fluxo de caixa: i.Elaborar o plano de contas operacional. ii.Projetar as receitas operacionais. iii.Projetar os custos produtivos. iv.Projetar as despesas operacionais. Estudo de Fluxo de Caixa i. Elaborar o plano de contas operacional ✔ Deve basear-se nas atividades operacionais do empreendimento. O formato deve permitir uma análise completa, atendendo a requisitos de exequibilidade e custos adequados de obtenção. Nível de detalhamento das contas. Estudo de Fluxo de Caixa i. Exemplo de um o plano de contas Estudo de Fluxo de Caixa i. Plano de contas operacional sintético Estudo de Fluxo de Caixa ii. Receitas operacionais ✔ Receitas operacionais projetadas no estudo de mercado. As receitas devem ser apresentadas por regime de caixa, a fim de dar uma visão de caixa. Estudo de Fluxo de Caixa ii. Receitas operacionais – aplicação do regime de caixa Estudo de Fluxo de Caixa iii. Custos produtivos ✔ Refletem o impacto financeiro do plano de produção. São formados pelos custos diretos e indiretos. ✔ Os custos diretos são observados de maneira proporcional ao nível de produção. Há dois custos diretos predominantes: matérias-primas e mão de obra direta. Eles são projetados através do custo unitário destas contas multiplicado pela quantidade produzida ou através de relações percentuais. ✔ Os custos indiretos decorrem da estrutura de produção montada e das expectativas sobre desembolsos necessários para permitir que essa estrutura funcione adequadamente para a produção estimada. Seus valores são projetados por meio do estabelecimento de premissas para seus valores, de acordo com aestrutura montada. Estudo de Fluxo de Caixa iv. Despesas operacionais ✔ São desembolsos de natureza operacional não ligados ao processo produtivo. Decorrem do esforço para gerenciar o empreendimento e gerar as receitas necessárias para seu funcionamento. São normalmente divididas em variáveis e fixas. ✔ As despesas variáveis têm comportamento proporcional ao nível de atividade do empreendimento (receita, por exemplo). Elas podem ser estimadas por meio de relações percentuais com certas bases de cálculo. Exemplos: impostos sobre vendas, comissões, fretes etc. ✔ As despesas fixas são desembolsos operacionais que não variam proporcionalmente em relação ao nível de atividades do empreendimento. Podem ser estimadas tomando-se por base a estrutura operacional montada para gerenciar e para realizar as demais atividades operacionais. Exemplos: salários fixos, aluguel, água, energia etc. Estudo de Fluxo de Caixa A estrutura de um fluxo de caixa é similar à estrutura de uma DRE (listado a seguir). Receita bruta de venda de bens/prestação de serviços (-)Impostos sobre vendas/serviços (-)Devoluções, descontos comerciais e abatimentos (=)Receita líquida (-)Custos dos produtos vendidos/serviços prestados (=)Lucro bruto (-)Despesas comerciais/administrativas/financeiras/de pessoal (-)Outras despesas operacionais (+)Outras receitas operacionais (=) Lucro Operacional (+)Receitas não operacionais (-)Despesas não operacionais (ex.: depreciação) (=)Lucro antes do imposto de renda (LAIR) (-)Imposto de renda (IRPJ)/Contribuição social s/ L.Líquido (CSLL) (-)Participação de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias (+)Depreciação (=) Resultado Líquido do Exercício (Fluxo de caixa líquido) Estudo de Fluxo de Caixa Estrutura resumida Receita bruta de venda de bens/prestação de serviços (RB) (-)Custos dos produtos vendidos/serviços prestados (CPV ou CSP) =Lucro bruto (LB) (-) Despesas operacionais (+)Receitas operacionais = Lucro Operacional (LOP) (+)Receitas não operacionais (-)Despesas não operacionais (-)Depreciação = Lucro tributável (LT) (ou antes do imposto de renda - LAIR) (-)Imposto de renda (IR) (+)Depreciação = Fluxo de Caixa Líquido Estudo de Fluxo de Caixa Tipos de fluxos de caixa: O FC pode ser dividido em três grupos ou atividades: ▪Operacional; ▪Investimento; ▪Financiamento (credores e acionistas). Estudo de Fluxo de Caixa FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL Contém os movimentos de caixa referentes a atividade principal da empresa (receitas, custos e despesas) Abaixo, um esquema simplificado da estruturação de um FC operacional: (+) Receitas operacionais (-) Custos de produção (-) Despesas fixas (-) Despesas variáveis (=) Fluxo de Caixa Operacional (FCO) Estudo de Fluxo de Caixa FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL Estudo de Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa Operacional - Exemplo No final do terceiro ano, as estimativas relevantes do fluxo de caixa do projeto de investimento são: Receita = $ 3.000, Custos produtivos e despesas operacionais - $ 1.850 e Depreciação = $ 520. Qual o valor do FCO considerando a alíquota de IR de 35%? Estudo de Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa de Investimentos (FCI) É composto de movimentos de caixa decorrentes das atividades de investimento e desinvestimento da empresa. Os investimentos podem ser realizados em ativos permanentes, operacionais ou não operacionais, em ativos financeiros ou em outras empresas. A estruturação típica do fluxo de investimentos é dada a seguir: (+) Realização de ativos (-) Investimentos em ativos (=) FLUXO DE CAIXA DE INVESTIMENTOS Estudo de Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa de Investimentos (FCI) Estudo de Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa Livre (FCL) ou do Empreendimento A soma do fluxo operacional e de investimento é chamado fluxo de caixa livre (FCL). É o montante residual disponível aos fornecedores de capital da empresa, ou seja, o fluxo disponível aos provedores de capital, seja por endividamento ou por participação societária. Estudo de Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa Livre (FCL) ou do Empreendimento Estudo de Fluxo de Caixa + Fluxo de Caixa Livre (FCL) ou do Empreendimento Estudo de Fluxo de Caixa FCL = Lucro operacional depois de impostos – Dispêndios de capital ± Mudanças nos requerimentos de capital de giro + Depreciação FCL = LAIR × (1 – T) – Dispêndios de capital ± Mudanças nos requerimentos de capital de giro + Depreciação • LAIR é a abreviação de lucro antes do imposto de renda. • T é a alíquota de imposto de renda (IR), que pode ser efetivamente atribuível às operações da empresa. FCL = FCO + FCI Fluxo de Caixa dos Financiamentos Envolve as atividades de financiamento da empresa, tanto de curto como de longo prazo. Pode advir de recursos próprios (empreendedores) ou de terceiros (credores). Desta forma, a estruturação típica do fluxo de financiamento é dada a seguir: (+) Fluxo dos credores (+) Fluxo dos acionistas (ou empreendedores) (=) FLUXO DE CAIXA DOS FINANCIAMENTOS Estudo de Fluxo de Caixa FLUXO DE CAIXA DOS FINANCIAMENTOS Fluxo de Caixa do FINANCIAMENTO dos Credores (FCFC) Estudo de Fluxo de Caixa FLUXO DE CAIXA DOS FINANCIAMENTOS Fluxo de Caixa do FINANCIAMENTO dos Proprietários (FCFP) Estudo de Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa dos Acionistas (FCA) ou Proprietários É formado pelo aporte de capital e pela distribuição de lucros, quando assim for definida pela política de distribuição de dividendos da empresa. O FCA permite estimar a rentabilidade do projeto do ponto de vista do capital próprio (do ponto de vista dos acionistas) Estudo de Fluxo de Caixa FCA = FCL + fluxo de caixa do financiamento dos credores (FCFC) FCA = FCL + Novos financiamentos – Prestações pagas pelos financiamentos + Benefício fiscal decorrente dos juros pagos nos financiamentos Relacionamento dos Fluxos de Caixa Fluxo de Caixa Livre ou do Empreendimento (FCL) = FCO + FCI Fluxo de Caixa do Acionista (FCA) = FCL + FCFC Estudo de Fluxo de Caixa Estrutura do fluxo de caixa de um projeto Estudo de Fluxo de Caixa Exemplo Monte o demonstrativo de fluxo de caixa anual do projeto de investimento, para o qual uma empresa projetou os seguintes valores: •receitas operacionais líquidas = $ 3.640/ano; •custos e despesas operacionais (sem depreciação) = $ 530/ano; •depreciação = $ 120/ano; •despesas financeiras (juros) = $ 115/ano. Para elaborar o demonstrativo, suponha também: •aumentos nos requerimentos de capital de giro = $ 100/ano; •alíquota de IR = 30%; •o financiamento é uma perpetuidade (pagam-se unicamente •os juros). Estudo de Fluxo de Caixa Exercício de sala A compra de um equipamento com vida útil de 3 anos, depreciável nesse mesmo prazo e sem valor residual exige um investimento inicial de $ 900.000. O equipamento permitirá diminuir os custos operacionais em $ 388.000/ano e aumentar a receita operacional em $ 210.000/ano. O capital de giro está estimado a ser 10% da receita operacional. Monte o fluxo de caixa do projeto, considerando que a alíquota de IR é de 30%. Estudo de Fluxo de Caixa 1. Uma empresa pretende investir $ 220.000 na compra de um equipamento com vida útil de 4 anos sem nenhum valor residual de liquidação. O equipamento deve proporcionar uma diminuição nos custos operacionais da ordem de $52.000/ano e um incremento na receita operacional da ordem de $30.000/ano. Analise a viabilidade econômica do projeto pelo critério da TIR, considerando que a alíquota de IR da empresa é de 30% e seu custo do capital é de 12% ao ano. Estudo de Fluxo de Caixa Exercícios 2. Uma indústria pretende investir $ 4 milhões na compra de um equipamento. A vida útil do equipamento é de 4 anos, e ele será instalado em um terreno da própria empresa, cujo valor de mercado é de $ 1 milhão. Ao término da vida útil, o bem estará contabilmente depreciado, mas na data poderá ser liquidado por $ 1,2 milhão no mercado de equipamentos usados. A receita operacional projetada obtidada operação do equipamento será de $ 2 milhões/ano, com custos operacionais de $ 0,4 milhão/ano e gastos indiretos de $ 0,2 milhão/ano. As necessidades de capital de giro serão de 15% sobre os incrementos das vendas. A alíquota de IR da indústria é 30% . Pede-se montar o fluxo de caixa econômico do projeto. Estudo de Fluxo de Caixa Exercícios 3. Considerando os valores e informações a seguir, determine o fluxo do acionista (FDA) e analise se o projeto é viável do ponto de vista do capital próprio (do acionista): Investimento em máquinas = $ 18 milhões; Vida útil do projeto = 2 anos; Financiamento = 100% do investimento em máquinas, a juros efetivos de 10% a.a. amortizável em 2 anos pelo sistema SAC; Alíquota de IR = 34%; Custo do capital próprio = 40% a.a.; Receitas operacionais líquidas = $ 19 milhões/ano; Custos e despesas operacionais (sem depreciação)= $ 4 milhões/ano. Estudo de Fluxo de Caixa Exercícios 4. Suponha que uma empresa agroindustrial pretenda comprar sementes de pequenos agricultores processá-las e vendê-las ao público. A produção da empresa acompanhará a colheita de sementes, processando-as também três vezes ao ano (em abril, agosto e dezembro). Diferentemente dos pequenos agricultores, a empresa deve oferecer ao mercado ao longo do ano uma quantidade constante de sementes processadas. Por essa razão, deve manter estoques para as épocas em que não houver colheita. A empresa projeta realizar vendas mensais de $ 15.000, que, segundo estimativas, devem aumentar 50% a partir do terceiro ano. Os gastos em sementes equivalem a 50% das vendas. Adicionalmente, a empresa deve incorrer em gastos operacionais calculados em cerca de 10% das vendas. Estudo de Fluxo de Caixa Exercícios 4. (cont.) Dado que a colheita das sementes é quadrimestral, estima-se que as mudanças de capital de giro requeridas no início de cada ano equivalham a aproximadamente 20% das mudanças nas vendas. A vida útil do projeto é de 4 anos. Projete o fluxo de caixa livre (FCL) do empreendimento. Estudo de Fluxo de Caixa Exercícios
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