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EaD 1 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃOUNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUÍ VICE-REITORIA DE GRADUAÇÃO – VRG COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – CEaD Coleção Educação a Distância Série Livro-Texto Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil 2009 Enise Barth Teixeira Luciano Zamberlan Pedro Carlos Rasia PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 2 2009, Editora Unijuí Rua do Comércio, 1364 98700-000 - Ijuí - RS - Brasil Fone: (0__55) 3332-0217 Fax: (0__55) 3332-0216 E-mail: editora@unijui.edu.br www.editoraunijui.com.br Editor: Gilmar Antonio Bedin Editor-adjunto: Joel Corso Capa: Elias Ricardo Schüssler Revisão: Véra Fischer Designer Educacional: Jociane Dal Molin Berbaum Responsabilidade Editorial, Gráfica e Administrativa: Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil) Catalogação na Publicação: Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí T266p Teixeira, Enise Barth. Pesquisa em administração / Enise Barth Teixeira, Luciano Zamberlan, Pedro Carlos Rasia. – Ijuí : Ed. Unijuí, 2009. – 232 p. – (Coleção educação a distância. Série li- vro-texto). ISBN 978-85-7429-783-5 1. Pesquisa. 2. Administração. 3. Conhecimento. 4. Tra- balhos acadêmicos. 4. Pesquisa científica. 5. Normas téc- nicas. I. Zamberlan, Luciano. II. Rasia, Pedro Carlos. III. Título. IV. Série. CDU : 001.8:658 658:001.8 EaD 3 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO SumárioSumárioSumárioSumário APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................7 CONHECENDO OS AUTORES ....................................................................................................9 O QUE VAMOS ESTUDAR .........................................................................................................13 UNIDADE 1 – CONHECIMENTO CIENTÍFICO E OUTRAS FORMAS DE CONHECIMENTO ...............................................17 Seção 1.1 – Tipos de Conhecimento ............................................................................................17 Seção 1.2 – Conhecimento e Método Científico .......................................................................22 UNIDADE 2 – A PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO ............................................................29 Seção 2.1 – O que é Pesquisa? .....................................................................................................29 Seção 2.2 – Objetivos da Pesquisa Científica ............................................................................32 Seção 2.3 – Importância da Pesquisa Científica para o Profissional de Administração .....36 UNIDADE 3 – OS PROCESSOS E ATIVIDADES ACADÊMICAS ........................................43 Seção 3.1 – O Contexto Universitário ........................................................................................43 Seção 3.2 – Processos Acadêmicos ..............................................................................................49 3.2.1 – Estudo Individual ..................................................................................................50 3.2.2 – Leitura .....................................................................................................................57 3.2.3 – Seminários ..............................................................................................................63 3.2.4 – Estudo de Caso ......................................................................................................64 3.2.5 – Vivências .................................................................................................................66 3.2.6 – O Método da Pesquisa .........................................................................................68 3.2.7 – Outras Atividades Acadêmicas ............................................................................69 EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 4 Seção 3.3 – Desenvolvendo a Capacidade para Pensar ...........................................................70 3.3.1 – Operações de Pensamento ...................................................................................70 3.3.2 – Características de Comportamento e Reflexão .................................................77 UNIDADE 4 – TRABALHOS ACADÊMICOS E SEUS FORMATOS ....................................81 Seção 4.1 – Fichamento ................................................................................................................82 Seção 4.2 – Resumo .......................................................................................................................87 4.2.1 – Resumo Crítico, Resenha ou Recensão..............................................................88 4.2.2 – Resumo Indicativo ................................................................................................89 4.2.3 – Resumo Informativo ..............................................................................................90 4.2.4 – Resumo Expandido ...............................................................................................91 Seção 4.3 – Paper ...........................................................................................................................92 4.3.1 – Short paper ou issue paper ...................................................................................94 4.3.2 – Paper – comunicação científica...........................................................................95 4.3.3 – Position paper .........................................................................................................96 Seção 4.4 – Memorial ....................................................................................................................97 Seção 4.5 – Artigo ....................................................................................................................... 102 4.5.1 – A Estrutura dos Artigos ..................................................................................... 104 4.5.2 – Formatação ......................................................................................................... 105 Seção 4.6 – Ensaio...................................................................................................................... 106 Seção 4.7 – Planos e Projetos .................................................................................................... 107 4.7.1 – Planos e Planos de Ações .................................................................................. 107 4.7.2 – Projetos ................................................................................................................ 108 4.7.3 – Relatório .............................................................................................................. 108 UNIDADE 5 – PESQUISA CIENTÍFICA E SUAS CLASSIFICAÇÕES .............................. 111 Seção 5.1 – Tipos de Pesquisas ................................................................................................. 111 Seção 5.2 – Pesquisa quanto à Natureza ................................................................................ 112 Seção 5.3 – Pesquisa quanto à Abordagem ............................................................................ 113 Seção 5.4 – Pesquisa Quanto aos Objetivos ........................................................................... 114 5.4.1 – Pesquisa Exploratória ........................................................................................ 114 5.4.2 – Pesquisa Descritiva ............................................................................................ 116 5.4.3 – Pesquisa Explicativa ..........................................................................................117 Seção 5.5 – Pesquisa Quanto aos Procedimentos Técnicos ................................................. 118 UNIDADE 6 – PROJETO DE PESQUISA .............................................................................. 121 Seção 6.1 – O que é um Projeto de Pesquisa? ........................................................................ 121 Seção 6.2 – Fases Para Elaboração de Projeto de Pesquisa .................................................. 123 UNIDADE 7 – COLETA DE DADOS ....................................................................................... 139 Seção 7.1 – O Processo de Coleta de Dados ........................................................................... 139 Seção 7.2 – Técnicas de Coleta de Dados ............................................................................... 142 7.2.1 – Levantamento ou Survey ................................................................................... 143 7.2.2 – Observação .......................................................................................................... 144 7.2.3 – Entrevistas tipo Grupos de Foco (Focus Group) ............................................ 145 7.2.4 – Entrevistas em Profundidade ............................................................................ 147 7.2.5 – Técnicas Projetivas ............................................................................................ 148 7.2.6 – Escalas de Mensuração ou Medição .............................................................. 149 7.2.7 – Questionário ....................................................................................................... 154 Seção 7.3 – Amostragem ............................................................................................................ 158 7.3.1 – Técnicas de Amostragem Não-Probabilísticas ............................................... 161 7.3.2 – Técnicas de Amostragem Probabilísticas ........................................................ 163 7.3.3 – Determinação do Tamanho da Amostra .......................................................... 165 UNIDADE 8 – ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................... 169 Seção 8.1 – O Processo de Análise e Interpretação dos Dados ............................................ 169 Seção 8.2 – Técnicas de Análise dos Dados ............................................................................ 175 Seção 8.3 – Procedimentos Estatísticos de Análise ............................................................... 178 8.3.1 – Distribuição de Freqüência ............................................................................... 178 8.3.2 – Medidas de Tendência Central ......................................................................... 180 UNIDADE 9 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DE ESTUDOS E PESQUISAS – RELATÓRIO ............................................ 183 Seção 9.1 – Preparação e Apresentação do Relatório de Pesquisa ...................................... 183 9.1.1 – Socialização dos Resultados da Pesquisa....................................................... 185 9.1.2 – Apresentação por Escrito na Forma de Relatório.......................................... 185 Seção 9.2 – O Artigo para Apresentação e Socialização dos Resultados de Pesquisa .... 190 9.2.1 – Estrutura e Elementos dos Artigos Científicos .............................................. 191 9.2.1.1 – A Estrutura dos Artigos ................................................................................. 192 9.2.1.2 – Formatação do Artigo ..................................................................................... 192 Seção 9.3 – Apresentação Oral dos Resultados de Estudos e Pesquisas ............................ 193 UNIDADE 10 – ÉTICA NA PESQUISA .................................................................................. 197 Seção 10.1 – A Ética na Pesquisa............................................................................................. 197 Seção 10.2 – Princípios Éticos a Serem Considerados na Pesquisa .................................... 201 10.2.1 – A Ética e o Patrocinador ................................................................................. 201 10.2.2 – A Ética e os Pesquisadores .............................................................................. 202 10.2.3 – A Ética e os Pesquisados ................................................................................. 203 UNIDADE 11 – NORMAS TÉCNICAS PARA ELABORAÇÃO E PREPARAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS ................................ 205 Seção 11.1 – Elaboração e Apresentação de Trabalhos Acadêmicos .................................. 205 11.1.1 – Elementos Pré-Textuais ................................................................................... 207 11.1.2 – Elementos Textuais .......................................................................................... 209 11.1.3 – Elementos Pós-Textuais ................................................................................... 219 Seção 11.2 – Regras Gerais de Apresentação ......................................................................... 224 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 227 EaD 7 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO ApresentaçãoApresentaçãoApresentaçãoApresentação O componente curricular (CC) Pesquisa em Administração (PA) integra a grade curricular do curso de Graduação em Administração, bacharelado – modalidade Educação a Distância (EaD) do Departamento de Estudos da Administração da Unijuí. De acordo com o Projeto Político-Pedagógico do curso, Pesquisa em Administração integra área temática Pesquisa e Ensino da Administração e o conteúdo de Formação Pro- fissional previstos nas diretrizes curriculares do MEC. Ao trabalhar com o Eixo Pesquisa-Conhecimento está-se propondo um caminho ao longo do curso que possa criar as condições objetivas para os sujeitos/alunos refletirem os saberes constituintes da prática profissional, que são os saberes científicos, da experiência e da gestão. A metodologia de pesquisa destina-se a iniciar e inserir o aluno no contexto acadêmi- co, realiza a discussão e a reflexão quer sobre o conhecimento em seus diversos tipos, quer sobre os métodos e processos de acesso ao conhecimento acumulado, bem como de sua produção, desde o estudo individual, a pesquisa bibliográfica, de campo e outros procedi- mentos técnicos apropriados para o estudo de fenômenos organizacionais. O estudo de métodos e técnicas de pesquisa pode dar a você o conhecimento e a habi- lidade necessários para identificar e solucionar problemas. Além disso, aplicação correta das técnicas de pesquisa resulta em estudos que podem fornecer importantes subsídios para o processo de tomada de decisão e ações dos gestores. Pesquisa em Administração pode ser considerado um componente curricular que tem potencial de apoiar e subsidiar cada campo de formação como os demais que compõem as áreas temáticas do DEAd, em especial articular os demais CCs integrantes da grade curricular do curso. Ressalta-se, ainda, que os conhecimentos desenvolvidos qualificarão a formação dos acadêmicos e a atuação dos futuros profissionais em qualquer das funções das organi- zações ou entidades. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 8 Esta proposta desafia os envolvidos no processo de ensino/aprendizagem a aderirem com forte vinculação à sistematização e à pesquisa, como ferramentas de construção e re- construção dos conhecimentos necessários para a capacitação dos futuros profissionais. Este conjunto de unidades pretende apresentar e remeter a conteúdos da literatura disponível, considerados especialmente úteis aos alunos durante sua vida acadêmica, para facilitar sua formação, mas que certamenteacompanharão de forma perene na atividade profissional. Expressa também a experiência dos professores no exercício do magistério su- perior, em cursos de Graduação, de Especialização e de Mestrado. Destina-se a qualquer pessoa que precise ou deseje iniciar-se na metodologia do estu- do e da pesquisa bibliográfica e de campo, para poder realizar com mais proveito suas ativi- dades acadêmicas. A metodologia proposta para a leitura e análise de cada unidade deste livro-texto parte do entendimento de que o aluno é um sujeito ativo no processo de ensino-aprendiza- gem, desenvolvendo sua criatividade, sua autonomia e sua capacidade crítica. Este livro-texto está estruturado em unidades e seções de forma a subsidiar os estudos deste CC neste bimestre para a produção de conhecimentos por intermédio da pesquisa científica. EaD 9 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Conhecendo os AutoresConhecendo os AutoresConhecendo os AutoresConhecendo os Autores Enise Barth Teixeira Sou natural de Não-Me-Toque/RS e resido em Ijuí desde 1982. Minha formação acadêmica iniciou-se com o curso Superior de Tecnologia em Cooperativismo pela Fundação de Integração, Desenvolvimento e Educação do Noroeste do Estado do RS (1984). Na seqüência cursei Administração na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (1986). A realização da especialização em Teorias e Estratégias de Metodologia de Ensino Superior na Unijuí, finalizada em 1987, fez-se necessária para qualificar minha atuação no magistério superior. Em 1991 conclui o Mestrado em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Nor- te (PPGA/UFRN). E em 2005 defendi o Doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. No vínculo com a Unijuí, desde 1984, venho desenvolvendo atividades de ensino, de extensão, de pesquisa e de gestão univer- sitária. Fui chefe do Departamento de Estudos da Administração (1997-1999), coordenadora do Colegiado do Curso de Administra- ção (1992-1996) e Coordenadora de Pesquisa do DEAd (2005-atu- al). Leciono nos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Admi- nistração e no Mestrado em Desenvolvimento. Exerço a função de avaliadora ad hoc do Inep/MEC desde 2001. Atuo também como consultora ad hoc dos periódicos RCA e RCC da UFSC e membro do Comitê Editorial da Revista Desenvol- vimento em Questão da Unijuí. Lidero o Grupo de Estudos e Pes- quisas em Organizações, Gestão e Aprendizagem (Gepog). As mi- nhas áreas de interesse em pesquisa são: Estudos Organizacionais, Ensino e Pesquisa em Administração, Aprendizagem Organizacional e Educação Continuada Corporativa, Micro e Pe- quenas Empresas, Empresa Familiar. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 10 Luciano Zamberlan Sou gaúcho, natural do município de Três de Maio, região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Sou bacharel em Admi- nistração. Em 1996 fiz parte do Programa de Pós-Graduação em Gestão Empresarial com ênfase em Recursos Humanos (Setrem/ UFRGS). Em 1998 participei do curso de especialização em Siste- mas de Informação (UFSC). Comecei a atuar como docente em 1995 em cursos técnicos e a partir de 1997 no ensino superior. Nessa mesma época, paralelamente às atividades de ensino, pos- suía uma empresa que prestava assessoria na área de marketing. Ingressei na Unijuí em 1999 e desde então estou alocado ao Departamento de Estudos da Administração – DEAd – que abriga o curso de Administração e o Programa de Formação Superior de Tecnologia em Gestão de Negócios. Motivado pelo ambiente de trabalho e pela incessante busca pelo aprimoramento contínuo da equipe de professores do DEAd, ingressei no Mestrado em Gestão Empresarial da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. Atu- almente sou doutorando em Administração e atuo como professor em cursos de Graduação e Pós-Graduação nas áreas de Adminis- tração de Marketing e Vendas, Sistemas de Informação e Pesquisa de Marketing, Serviços, Marketing Cooperativo, Marketing Go- vernamental, Gestão de Produtos e Marcas, Marketing de Varejo, Endomarketing, Marketing Eletrônico e como coordenador de Estágios Supervisionados em Administração da Unijuí. Além das atividades de ensino, também participo ativamente de projetos de pesquisa institucionais nas áreas de serviços e de agronegócios e também de um projeto de extensão na área do varejo. EaD 11 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Pedro Carlos Rasia Sou natural de Ijuí, município que integra o Conselho Regio- nal de Desenvolvimento do Noroeste Colonial (Corede-Norc) do Rio Grande do Sul. Minha iniciação profissional se deu em virtude da oportuni- dade de iniciação científica como auxiliar de pesquisa no Instituto de Pesquisa e Planejamento (IPP) da Fidene. Esse envolvimento com a pesquisa, pesquisadores e estudos sobre a realidade regio- nal despertou e revelou a importância da investigação científica para o conhecimento e para subsidiar o planejamento e o processo de desenvolvimento. Na década de 80 atuei como assistente de planejamento e projetos no Setor de Planejamento, Projetos e In- formações (SePPI) da Fidene/Unijuí. Minha formação acadêmica iniciou-se com os cursos de Tecnólogo em Cooperativismo (1979) e Bacharelado em Adminis- tração (1984), ambos na Fidene. Realizei também o curso de Gra- duação em Licenciatura para Professor de Matérias Técnicas de Segundo Grau pela Unijuí, em 1986, o que me possibilitou a inicia- ção no magistério pelo Ensino Técnico em colégios de Ensino Médio. Os estudos de Pós-Graduação iniciaram-se em 1987 com o Mestrado em Administração na Universidade Federal de Santa Catarina (PPGA/UFSC) e em 1991, com o curso de Especialização em Ciências da Computação realizado na PUC/POA/RS. Desde o início da década de 90 participo de grupos de Pes- quisa, Planejamento e Avaliação Institucional. No período de 2002 a 2006 fui avaliador ad hoc do Inep/MEC sobre as condições de funcionamento para fins de reconhecimento de cursos de Admi- nistração (Empresas e Pública). Atualmente integro a Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Unijuí. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 12 Desde 1987 estou alocado ao Departamento de Estudos da Administração (DEAd) da Unijuí, que mantém programas de ensi- no como o curso de Administração (presencial e EaD) e o Progra- ma de Formação Superior de Tecnologia em Gestão e Negócios, além de Programas de Pesquisa e Extensão nos quais tenho envolvimento e interesse com as práticas, instrumentos e sistemas de gestão em micro, pequenas e médios empreendimentos (MPMEs) e no Programa Interdepartamental: Incubadora de Economia So- lidária e Desenvolvimento Sustentável. EaD 13 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO No componente curricular Pesquisa em Administração serão abordados conteúdos referen- tes às diferentes formas de conhecimento, os meios para sua obtenção, os métodos científicos, a importância da pesquisa, os processos e atividades acadêmicas, a pesquisa científica e suas clas- sificações e etapas que envolvem: planejamento, execução e apresentação de dados, com o intui- to de discutir a importância da informação para a tomada de decisão. Você terá contato com os principais métodos de pesquisa e receberá orientações para a elaboração de projetos e relatórios de pesquisa, bem como subsídios para a elaboração de trabalhos acadêmicos. Considerando que pesquisar é produzir conhecimento, temos como propósi to instrumentalizá-lo para realizar investigações científicas. Para tanto, vamos apresentar as etapas que constituem o processo de pesquisa, para que você possa ao final ter uma visão global dos aspectos que envolvem esta atividade. Os fundamentos de metodologia da pesquisa estão estruturados nesta obra em 11 Unidades, que abordarão os seguintes conteúdos: UNIDADE 1 – CONHECIMENTO CIENTÍFICO E OUTRAS FORMAS DE CONHECIMENTO Iniciamos esta unidade destacandoque no decorrer da história humana levaram ao desenvolvimento de diversos níveis ou formas de saber. Este cabedal reflete a evolução da vida em sociedade, da própria humanidade, das formas de concepção da realidade e seus entendimentos. Apresentamos os tipos de conhecimento, os meios para sua obtenção, as formas de classificação das ciências e áreas de estudo e, por fim, os principais métodos cien- tíficos aplicados em Pesquisa em Administração. UNIDADE 2 – PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO Nesta unidade você irá conhecer a importância da coleta de informações de qualidade e como isso pode dar suporte aos sistemas de informação de uma organização. Para tanto serão abordados as concepções e os propósitos da pesquisa, evidenciando seu papel nas O Que Vamos EstudarO Que Vamos EstudarO Que Vamos EstudarO Que Vamos Estudar EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 14 tomadas de decisão gerenciais em organizações. Também procuraremos frisar a importância de conhecimentos e habilidades para desenvolver investigações na atividade profissional de gestor. UNIDADE 3 – OS PROCESSOS E ATIVIDADES ACADÊMICAS A inserção do acadêmico no âmbito da educação superior requer a compreensão tanto do papel da universidade quanto do estudante. Esta unidade pretende apresentar processos e atividades acadêmicas inerentes à formação, como o ato de estudar, a prática da leitura analítica e operações de pensamento que venham a promover a capacidade de aprender a pensar e produzir conhecimento científico. UNIDADE 4 – TRABALHOS ACADÊMICOS E SEUS FORMATOS Nesta unidade apresentamos e discutimos elementos a serem considerados na elabora- ção de alguns dos trabalhos acadêmicos a serem produzidos ao longo do curso. Entre os formatos explicitados tem-se fichamentos, resumos, artigos, projetos e relatórios de pesquisa. UNIDADE 5 – PESQUISA CIENTÍFICA E SUAS CLASSIFICAÇÕES Uma pesquisa bem-sucedida é aquela que melhor consegue compatibilizar os objetivos da investigação com os procedimentos metodológicos. Nesta unidade serão descritos os dife- rentes tipos de pesquisa, sobretudo aqueles adotados nas Ciências Sociais Aplicadas, com suas características e possibilidades de emprego. O estudo sobre a classificação da pesquisa contempla as dimensões: natureza, abordagem, objetivos e procedimentos técnicos. UNIDADE 6 – PROJETO DE PESQUISA Nesta unidade você irá entender a importância de planejarmos a pesquisa de forma metódica, mediante a elaboração de um projeto. Descreveremos as etapas que compõem um Projeto de Pesquisa, desde a definição do tema e problema de pesquisa, objetivos, até a relação de bibliografia utilizada para a montagem do estudo. Além disso, você receberá um roteiro para a formulação de projetos de pesquisa. EaD 15 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO UNIDADE 7 – COLETA DE DADOS Nesta unidade você conhecerá os conceitos fundamentais de coleta de dados. Apre- sentaremos as principais técnicas de coleta de dados empregadas em estudos quantitativos e quali tativos. Você receberá, também, informações sobre amostragem e as técnicas probabilísticas e não-probabilísticas de classificação. UNIDADE 8 – ANÁLISE DOS DADOS Os conceitos fundamentais de análise dos dados serão abordados nesta unidade. Apre- sentaremos as principais técnicas de análise dos dados empregadas em pesquisas quantita- tivas e qualitativas. UNIDADE 9 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DE ESTUDOS E PESQUISAS – RELATÓRIO Nesta unidade vamos desenvolver idéias em relação ao significado de registrar as atividades e resultados da pesquisa como forma de subsidiar o processo decisório com as informações que ela proporcionou. Discutiremos a importância de apresentar os resulta- dos da pesquisa na forma de relatório técnico, sua estrutura e o que deve conter cada uma de suas partes. Avaliaremos o significado de socializar seus resultados mediante apresen- tação de documentos científicos para avanços no conhecimento na área de sua realiza- ção. Também abordaremos a estrutura, elementos e informações necessários para comuni- cações científicas. UNIDADE 10 – ÉTICA NA PESQUISA Aqui serão discutidos os princípios éticos em pesquisas e quais são os aspectos a serem levados em consideração. Avaliaremos os diferentes problemas éticos que possam surgir no processo de pesquisa e as responsabilidades dos pesquisadores. Você receberá informações de como a ética abrange os diferentes atores envolvidos na pesquisa: o patrocinador, o pes- quisador e o pesquisado. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 16 UNIDADE 11 – NORMAS TÉCNICAS PARA ELABORAÇÃO E PREPARAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS Esta última unidade se propõe a indicar as principais normas técnicas definidas pela ABNT que devem ser observadas e seguidas na elaboração, preparação e apresentação de trabalhos acadêmicos para que estes assegurem a qualidade e o padrão de uma produção científica. EaD 17 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Unidade 1Unidade 1Unidade 1Unidade 1 CONHECIMENTO CIENTÍFICO E OUTRAS FORMAS DE CONHECIMENTO OBJETIVOS DESTA UNIDADE • Apresentar as principais formas e os tipos de conhecimento. • Descrever os caminhos metodológicos para a obtenção do conhecimento. AS SEÇÕES DESTA UNIDADE Seção 1.1 – Tipos de Conhecimento Seção 1.2 – Classificação das Ciências e Áreas de Estudo Seção 1.3 – Conhecimento e Método Científico Seção 1.1 Tipos de Conhecimento Uma das características do ser humano é a sua histórica preocu- pação com a busca de conhecimento da realidade. Esta capacidade, iniciativa e perspectiva de saber, compreender e melhorar a realidade onde vive proporcionaram um legado que tem permitido a continuida- de e o desenvolvimento da espécie humana. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 18 Ao observarmos o mundo, constatamos que ele é constituído por fenômenos e objetos de natureza material e espiritual. A realidade objetiva, que fica fora da nossa consciência (as organizações, as escolas, as matérias-primas, as pessoas, as árvores, etc.), constituem os objetos e fenômenos materiais. Denominamos de fenômenos ideais ou espirituais todos aque- les que ocorrem em nossa consciência (pensamentos, idéias, atitudes, crenças, sentimentos, juízos...) (Triviños, 1987). A tarefa de esclarecer a relação entre a consciência e a realidade objetiva, entre o mate- rial e o espiritual, entre o pensar e o ser, tem desafiado os pensadores de todos os tempos. Na maneira de adquirir conhecimento, Fachin (2001, p. 13) considera a existência de uma relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto estudado. Na essência do conhecimento, ou seja, nos aspectos em que se relacionam conhecimento, sujeito e obje- to, figuram as seguintes formas mentais: 1) existência real do sujeito; 2) existência real do objeto; 3) captação real do sujeito pelo objeto; e 4) modelação do sujeito pela ação do objeto. Neste sentido, o conhecimento é uma adequação do sujeito ao objeto; o sujeito tem seus meios de conhecimento e o objeto se revela a ele conforme tais meios. Os sentidos nos informam a maneira de ser das coisas ou objetos. E o que conhecemos das coisas ou objeto vai depender de nossos sentidos. A Figura 1 esquematiza as relações que se estabelecem entre sujeito e objeto no pro- cesso de conhecimento. EaD 19 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Figura 1: Relações entre suje ito e objeto na maneira de adquirir conhecimento Fonte: Fachin (2001, p. 13). O conhecimento, como explica Oliveira (1997), é o reflexo e a reprodução do objeto na nossa mente. Dessa forma, no processo de construção do conhecimento participam os sen- tidos, a razão e a intuição. As diferentes preocupações, interesses e perspectivas no decorrer da história humana levaram ao desenvolvimento de diversos níveis ou formas de saber. As principais formas específicas de conhecimento atualmente reconhecidas são refle- xos das várias fases da evolução da vidaem sociedade e da própria humanidade, das formas de concepção da realidade e de entendimento na busca da verdade. Estudiosos como Trujillo Ferrari (1974, p. 11), Lakatos e Marconi (1991, p. 15), Olivei- ra (1997, p. 70-74), Fachin (2001, p. 5) e Cervo e Bervian (2002, p. 8) apresentam, respecti- vamente, os seguintes tipos, formas, graus ou níveis de conhecimento: popular, religioso ou teológico, filosófico e científico. No Quadro 1, a seguir, são apresentadas de forma sistematizada características dos tipos de conhecimento. CONHECER CONHECIMENTO RELAÇÃO DETERMINADA SUJEITO OBJETO EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 20 Quadro 1: T ipos de conhecimento e características Fonte: Trujillo (1974 apud Lakatos; Marconi, 1991, p. 15). Os tipos de conhecimento, na visão de D’Onófrio (2000, p. 25), podem assumir a seguinte classificação: genérico, empírico, técnico, mítico, filosófico, científico e artístico. Para cada co- nhecimento é indicado o principal meio empregado para sua obtenção. Veja o Quadro 2. Quadro 2: T ipos de conhecimento e meios ut ilizados para sua obtenção Fonte: D’Onófrio (2000, p. 25). Com a emergência da sociedade do conhecimento, estudiosos de gestão do conheci- mento Nonaka e Takeuchi (1997) discutem sobre a criação do conhecimento no âmbito organizacional, classificando-o em tácito e explícito. Na visão destes autores, os gestores das organizações precisam levar em conta a importância do conhecimento tácito – aquilo que sabemos implicitamente, por dentro, e como ele difere do conhecimento explícito – aqui- lo que sabemos formalmente. Conhecimento Popular/Empírico Conhecimento Religioso/Teológico Conhecimento Filosófico Conhecimento Científico Valorativo Reflexivo Assistemático Verificável Falível Inexato Valorativo Inspiracional Sistemático Não verificável Infalível Exato Valorativo Racional Sistemático Não verificável Infalível Exato Real (factual) Contingente Sistemático Verificável Falível Aproximadamente exato TIPO DE CONHECIMENTO MEIO EMPREGADO Genérico Reflexão Empírico Experiência Técnico Aprendizagem Mítico Crença Filosófico Razão Científico Experimentação Artístico Fantasia EaD 21 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO O conhecimento tácito é pessoal, específico do contexto e, portanto, difícil de formalizar e comu- nicar. O conhecimento explícito ou “codificado”, por outro lado, refere-se ao conhecimento que é transmissível em linguagem formal e sistemática (Nonaka; Takeuchi, 1997, p. 59). Convidamos você a buscar mais informações relativas a estas e outras formas de conhecer, ampliando assim sua compreensão sobre o mundo. Vale destacar que estas formas de saber estão sujeitas a mudanças e questionamentos a partir de novas visões de mundo. Cada uma tem suas peculiaridades e importância. É necessário observar que as formas não são excludentes, mas sim, em muitos casos, interativas. A área da Administração é um exemplo de interdisciplinaridade. Outro debate que perpassa o saber da Administração refere-se ao seu enquadramento como: Os componentes curriculares referentes às Teorias Organizacionais contribuem signi- ficativamente para este debate, tendo em vista que as práticas de gestão no atual cenário socioorganizacional precisam estar fundamentadas no pensamento administrativo. A rela- ção teoria e prática é, portanto, constante na geração e disseminação do conhecimento organizacional. Oliveira (1997, p. 51) observa que muitos pensadores e estudiosos do assunto têm buscado classificar a ciência e reconhecem que ainda não existe uma linguagem única. No Quadro 3 você pode visualizar as classificações das ciências: Ciência Técnica Arte EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 22 Quadro 3: Classificação das Ciências Fonte: Adaptado de Oliveira (1997, p. 51). O atual panorama da pesquisa em Ciências Sociais, especialmente nas últimas duas décadas, segundo Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (1998, p. 144), tem se caracterizado por uma busca de novos caminhos, o que tem resultado em uma multiplicidade de pressu- postos e lógicas de investigação, procedimentos e técnicas. Pelo enfoque do conteúdo deste componente curricular, neste material, vamos nos deter mais especificamente ao conhecimento científico, nas Ciências Sociais Aplicadas, nas quais se enquadra o estudo das organizações sociais e a Administração/Gestão. Seção 1.2 Conhecimento e Método Científico A ciência tem sido bastante reconhecida e aplicada pela sua preocupação em buscar conhecimento e explica- ções sobre causas de fenômenos da realidade, de forma sistemática. Filosofia/Lógica Exatas Matemática, ... FORMAIS (Puras) Tecnológica Computação, ... Naturais Biologia, Física, Química, ... Humanas Educação, Sociologia, Psicologia, Filosofia, ... CIÊNCIAS FACTUAIS (Aplicadas) Sociais Aplicadas Administração, Comunicação Social, Ciências Contábeis, Economia e Direito. No mundo acadêmico, fazer ciência é importante para todos, porque é por meio dela que se descobre e se inventa (Oliveira, 1997, p. 47). EaD 23 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO A ciência é “um processo permanente de busca da verdade, de sinalização sistemática de erros e correções, predominantemente racional” (Vergara, 1998, p. 11). É ainda “a efervescência de reflexões, discussões, contradições, sistematizações e resistematizações que lhe dão vitalidade” (p. 11). O conhecimento científico resulta de um processo de construção coletiva e cada vez mais requer uma pesquisa metodológica, sistemática do contexto factual que procura analisar, a fim de descobrir causas e relações. O surgimento, a evolução e o reconhecimento da ciência estiveram sempre muito liga- dos aos métodos, tanto que “não há ciência sem o emprego de métodos científicos” (Lakatos; Marconi, 1991, p. 39). A escolha do caminho para a obtenção do resultado que se busca como solução de um problema ou novas descobertas necessita da adoção de procedimentos e meios adequados (métodos, estratégias e técnicas). O método, como bem expressa Oliveira (1997, p. 59), leva-nos a examinar de uma maneira mais ordenada as questões: Por que ocorre? Como ocorre? Onde ocorre? Quando ocorre? O que ocorre? Por sua vez, Cervo e Bervian (2002, p. 27) entendem que existe um método fundamen- talmente idêntico para todas as ciências, que compreende um certo número de procedimen- tos ou operações científicas levadas a efeito em qualquer tipo de pesquisa. Estes procedi- mentos podem ser assim resumidos: a) formular questões ou propor problemas e levantar hipóteses; b) efetuar observações e medidas; c) registrar tão cuidadosamente quanto possível os dados observados com o intuito de responder às perguntas formuladas ou comprovar a hipótese levantada; EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 24 d) elaborar explicações ou rever conclusões, idéias ou opiniões que estejam em desa- cordo com as observações ou com as respostas resultantes; e) generalizar, isto é, estender as conclusões obtidas a todos os casos que envolvem condições similares; a generalização é tarefa do processo chamado indução; f) prever ou predizer, isto é, antecipar que, dadas certas condições, é de se esperar que surjam determinadas relações. O método, contudo, pode e deve ser adaptado às diversas ciências, à medida que a investigação de seu objeto o impõe, ao pesquisador cabe lançar mão de técnicas especializadas. De acordo com o propósito ou com a natureza específica de cada problema a ser inves- tigado é necessário estabelecer a escolha dos métodos apropriados para alcançar o objetivo que se pretende (Fachin, 2001; Roesch, 1996). Esta escolha está sempre muito ligada à for- ma como se explora a natureza do objeto a que se aplica e ao objetivo que se tem em vista com a investigação. O método científicoé um plano de ações, formado por um conjunto de regras e de pro- cedimentos, com etapas e passos (estratégias) ordenadamente dispostos que possibilitam me- lhor diagnosticar e compreender uma realidade e, se possível, levar a novas descobertas. A investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos” (Gil, 1999, p. 26) para que seus objetivos sejam atingidos: os métodos científicos. Método científico é concebido por Silva e Menezes (2001, p. 26) como “o conjunto de pro- cessos ou operações mentais que se devem empregar na investigação. É a linha de raciocí- nio adotada no processo de pesquisa”. Os métodos científicos que fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, fenomenológico e dialético (Gil, 1999; Lakatos; Marconi, 1991). EaD 25 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Silva e Menezes (2001, p. 26-28) apresentam, de forma sucinta, em que bases lógicas estão pautados tais métodos. – Método Dedutivo: Método proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz, o qual pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por intermé- dio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega a uma conclusão. Aplica o silogismo, construção lógica para, a partir de duas premis- sas, retirar uma terceira logicamente decorrente das duas primeiras, denominada de conclu- são (Gil, 1999; Lakatos; Marconi, 1991). Veja um clássico exemplo de raciocínio dedutivo: Todo homem é mortal. ...........................................(premissa maior) Pedro é homem. .....................................................(premissa menor) Logo, Pedro é mortal. .............................................(conclusão) Este método parte do Geral para o Particular. – Método Indutivo: Proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume. Considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta princípios preestabelecidos. No raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As constatações particulares levam à elaboração de generaliza- ções (Gil, 1999; Lakatos; Marconi, 1991). Veja um clássico exemplo de raciocínio indutivo: Antônio é mortal. João é mortal. Paulo é mortal. Carlos é mortal. Ora, Antônio, João, Paulo e Carlos são homens. Logo, (todos) os homens são mortais. O método indutivo parte do Particular para o Geral. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 26 – Método Hipotético-Dedutivo/Positivista. Proposto por Popper, consiste na adoção da seguinte linha de raciocínio: “quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar a dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se conseqüências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear s ignifica tornar falsas as conseqüências deduzidas das hipóteses. Enquanto no mé- todo dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la” (Gil, 1999, p. 30). A seguir apresentamos um exemplo de aplicação deste Método (Triviños, 1987). Tema: O fracasso escolar Delimitação do Problema: O fracasso escolar nas escolas estaduais de 1º grau da cidade de POA/RS. Formulação do Problema: Existem relações entre o fracasso escolar nas escolas estaduais de 1º grau da cidade de POA/RS e o nível socioeconômico da família, escolaridade dos pais, lugar onde está situada a escola, centro ou perife- ria, sexo dos educandos, anos de magistério dos professores e grau de formação profissional dos mesmos? – Método Fenomenológico. Preconizado por Husserl, o método fenomenológico não é de- dutivo nem indutivo. Preocupa-se com a descrição direta da experiência tal como ela é. A realidade é construída socialmente e entendida como o compreendido, o interpretado, o comunicado. Então, a realidade não é única: existem tantas quantas forem as suas inter- pretações e comunicações. O sujeito/ator é reconhecidamente importante no processo de construção do conhecimento (Gil, 1999; Triviños, 1987). É empregado em pesquisa qua- litativa. Veja um exemplo elaborado por Triviños (1987). EaD 27 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Tema: O fracasso escolar Delimitação do Problema: O fracasso escolar nas escolas estaduais de 1º grau da cidade de POA/RS. Formulação do Problema: Quais são as causas, segundo a percepção dos alunos repetentes, dos pais e dos professores, do fracasso escolar e o significado que este tem para a vida dos estudantes que fracassaram, segundo estes mesmos, os pais e os educadores das escolas estaduais de 1º grau da cidade de POA/RS? – Método Dialético. Fundamenta-se na dialética proposta por Hegel, segundo a qual as contradições se transcendem, dando origem a novas contradições que passam a requerer solução. É um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Adverte que os fatos não podem ser considerados fora de um contexto social, político, econômico, etc. Empregado em pesquisa qualitativa (Gil, 1999; Lakatos; Marconi, 1991). O exemplo apre- sentado por Triviños (1987) ajuda a entender melhor sua aplicação. Tema: O fracasso escolar Delimitação do Problema: O fracasso escolar nas escolas estaduais de 1º grau da cidade de POA/RS. Formulação do Problema: Quais são os aspectos do desenvolvimento do fracasso escolar em âmbito local, regional e nacional e suas relações com o pro- cesso de educação e da comunidade nacional e como se apresentam as contradi- ções, primordialmente, em relação ao currículo, formação e desempenho profissi- onal dos professores e a situação de lugar da escola, centro ou periferia, dos alunos que fracassam, e especificamente nas escolas estaduais de 1º grau da cidade de POA/RS? EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 28 Na atual era do caos, da complexidade, da imprevisibilidade, do indeterminismo e da incerteza (Bauer, 1999), os métodos científicos andam com seu prestígio abalado. Apesar da sua reconhecida importância, hoje, mais do que nunca, constata-se que a ciência não é fruto de um roteiro de criação totalmente previsível. Não há, portanto, apenas uma forma de raciocínio capaz de dar conta do complexo mundo das investigações científicas. O ideal seria você empregar métodos – e não um em particular – que ampliem as possibilidades de análise e obtenção de respostas para o problema proposto na pesquisa. Além dos métodos, que são um meio de acesso, a inteligência, a reflexão e o “sopro divino” do potencial criativo do investigador descobrem o que os fatos e os fenômenos real- mente são, possibilitando a construção da realidade (Cervo; Bervian, 2002; Minayo, 1994). Na sua função de desvendar, os métodos não estão sozinhos, eles têm sido apoiados em seus principais passos por técnicas ou procedimentos científicos reconhecidos como ins- trumentos, ou seja, os meios ou táticas para assegurar que a investigação (descoberta, apren- dizado, soluções, invenção) seja bem realizada e seus resultados reconhecidos. SÍNTESE DA UNIDADE 1 Nesta unidade demos início aos seus estudos sobre o conhecimen- to e seus desdobramentos. Isso proporcionou/revelou que existem diferentes possibilidades de conhecer e meios para sua obtenção. Destacamos a área de estudo da Administração, enquadrada nas Ciências Sociais Aplicadas. Reforçamos que o conhecimento e os métodos científicos são in- trínsecos a produção de saber no âmbito universitário, alicerçando as atividades de pesquisa, para desvendar a realidade. EaD 29 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Unidade 2Unidade 2Unidade 2Unidade 2 A PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO OBJETIVOS DESTA UNIDADE • Apresentar definições de pesquisa e ospropósitos teórico-práticos em realizá-la. • Destacar a importância dos conhecimentos, habilidades e atitudes relativos à pesquisa científica na formação do administrador. AS SEÇÕES DESTA UNIDADE Seção 2.1 – O que é Pesquisa? Seção 2.2 – Objetivos da Pesquisa Científica Seção 2.3 – Importância da Pesquisa Científica para o Profissional de Administração Seção 2.1 O que é Pesquisa? Iniciamos esta seção indagando: • O que é pesquisa? • Por que a realizamos? • Aonde queremos chegar? • Enfim, o que significa pesquisar? Imagem disponível em: <http:// www.protecao.com.br/novo/imgbanco/ imagens/Re-Anuario%202007/ Pesquisa-Ilustracao.jpg>. Acesso em 19 mar. 2009. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 30 Como você definiria o ato de pesquisar? Exponha aqui sua opinião. Bem, agora veja se sua opinião coincide com a nossa apoiada em estudiosos de metodologia da pesquisa. Pesquisar, de modo geral, é reunir informações necessárias para encontrar resposta a uma pergunta e assim chegar à solução de um problema. Significa procurar respostas para indagações propostas. Na visão de Minayo (1994, p. 23), pesquisa é: Atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e perma- nente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados. Demo (1996, p. 34) define a pesquisa como atividade cotidiana, considerando-a uma atitude, um “questionamento sistemático, crítico e criativo, mais a intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido teórico e prático”. Para Gil (1999, p. 42), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. Pesquisa é um conjunto de ações, propostas para encontrar a solução de um proble- ma, que têm por base procedimentos racionais e sistemáticos. A pesquisa é realizada quan- do se está diante de um problema e não se possui informações para solucioná-lo. EaD 31 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO O desafio central da universidade é a produção de conhecimento próprio com qualida- de formal e política, capaz de promover o desenvolvimento. Isso só é possível mediante pes- quisa como estratégia de geração de conhecimento e de promoção da cidadania. Pesquisa significa diálogo crítico e criativo com a realidade, culminando na elaboração própria e na capacidade de intervenção [...] é a atitude de aprender a aprender, faz parte de um processo educativo e emancipatório, que implica uma atitude processual cotidiana (Demo, 1993, p. 128). É pela pesquisa que se alimenta a atividade de ensino, mantendo-a atualizada diante das mudanças da realidade mundial. A pesquisa “vincula pensamento e ação” (Minayo, 1994, p. 17). Pesquisar significa realizar empreendimentos para descobrir, para conhecer algo. A pesquisa constitui um ato dinâmico de questionamento, indagação e aprofundamento. Con- siste na tentativa de desvelamento de determinados objetos. É a busca de uma resposta significativa a uma dúvida ou problema. Fazer pesquisa é indagar-se, inquietar-se e, diante disso, ir em busca de conhecimen- tos, observações e investigações que permitam a realização de uma ação coerente com esta realidade. A vivência investigada e reflexiva sobre a prática funciona como a possibilidade da formação de um profissional autônomo. O ato de refletir na e sobre a prática exige um esforço de descentração dela a fim de poder analisá-la criticamente. Além dos conceitos de pesquisa já descritos, consideramos importante apresentar mais algumas definições clássicas de pesquisa científica: “Pesquisa Científica é a realização concreta de uma investigação planejada, desen- volvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência” (Ruiz, 2006, p. 48). “A Pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do em- prego de processos científicos” (Cervo; Bervian, 2002, p. 50). “Pesquisa Científica é o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocí- nio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos, me- diante o emprego de métodos científicos” (Andrade, 1995, p. 12). EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 32 Em síntese, Pesquisa: • é um processo de perguntas e investigação; • é sistemática e metódica; e • aumenta o conhecimento. Seção 2.2 Objetivos da Pesquisa Científica É consenso que toda ação que desenvolvemos visa a atingir um alvo. Para você, qual a finalidade de realizar uma pesquisa? A seguir relacione alguns objetivos para a realização de uma investigação. Bem, ao realizar uma pesquisa pode-se, no entendimento de Collis e Hussey (2005, p. 16), ter como objetivos: • revisar e sintetizar o conhecimento existente; • investigar alguma situação ou problema existente; • encontrar soluções para um problema; EaD 33 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO • explorar e analisar questões mais gerais; • construir ou criar um novo procedimento ou sistema; • explicar um novo fenômeno; • gerar novo conhecimento; • uma combinação de quaisquer dos itens anteriores. No objetivo de pensarmos a operacionalização de uma Pesquisa em Administração, buscamos em Roesch (1996, p. 65) uma classificação de estudos, a partir de seus propósitos, conforme se visualiza no quadro a seguir: Pesquisa Aplicada (Gerar soluções potenciais para os problemas humanos). Avaliação de Resultados (Julgar a efetividade de um plano ou programa). Avaliação Formativa (Melhorar um programa ou plano; acompanhar sua efetivação). Proposição de Planos (Apresentar soluções para problemas já diagnosticados. Pode ou não incluir a exe- cução do plano). Pesquisa-Diagnóstico (Explorar o ambiente; levantar e definir problemas). Quadro 1: Tipos de projetos e objetivos pretendidos Fonte: Roesch (1996, p. 65). EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 34 Pesquisa Aplicada A pesquisa aplicada ocupa-se com problemas da realidade, em entender a natureza de um problema para que se possa controlar o ambiente. A fonte das questões de pesquisa é centrada em problemas e preocupações das pessoas e o propósito é gerar soluções potenci- ais para os problemas humanos. A pesquisa aplicada refere-se à discussão de problemas, empregando um referencial teórico de determinada área de saber, e à apresentação de solu- ções alternativas. Exemplos: Resistência à mudança de novos processos gerenciais. Fatores que explicam o comportamento do consumidor diante de novos serviços. Avaliação dos Resultados Avaliar significa atribuir valor a alguma coisa. É importante, pois, estabelecer critérios de avaliação claros no projeto e definir do ponto de vista de quem será feita a avaliação. Avaliar envolve sempre uma comparação. A comparação pode ocorrer entre uma situação anterior e posterior à utilização de determinado sistema ou plano. Exemplo: Avaliação do desempenho dos colaboradores antes e depois de um programa de treinamento e desenvolvimento. Avaliação Formativa O objetivo é melhorar ou aperfeiçoar sistemas ou processos. A avaliação formativa normalmente implica um diagnóstico do sistema em vigor e sugestões para sua reformulação; por isso requer certa familiaridade com o sistema e idealmente a possibilidade de pôr em prática as mudanças sugeridas e observar seus efeitos. Exemplos: Avaliação do processo de estabelecimento de um sistema de informações. Avaliação das políticas e estratégias organizacionais referentes ao meio ambiente. Avaliação do processo de instituição de um sistema com instrumento de gestão informatizado. EaD 35 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Proposição dePlanos Apresentar propostas de planos ou sistemas para solucionar problemas organizacionais constitui-se no principal objetivo desta pesquisa. Alguns visam a burocratizar e controlar sistemas; outros buscam maior flexibilidade. Exemplos: Elaboração de um sistema de mala direta. Introdução de um programa de gestão ambiental. Pesquisa-Diagnóstico A obtenção de diagnóstico interno ou do ambiente organizacional é o que este tipo de pesquisa almeja. Exemplos: Levantamento dos índices de satisfação no trabalho. Estudo sobre satisfação em relação ao programa de saúde do trabalhador. Investigar o potencial de demanda de de- terminado produto ou serviço. Assim, cada tipo de projeto tem um propósito específico: propor soluções, diagnosticar problemas, avaliar processos, avaliar resultados ou resolver problemas mais amplos. A tipologia apresentada por Roesch (1996) não é para defender a posição de que os projetos tenham de ser unitários. O argumento é que estes deveriam ser preponderantemente de um mesmo tipo. Vale ressaltar ainda que o propósito (preponderante) orienta a escolha de uma metodologia de trabalho, sobretudo no que diz respeito à coleta e análise de dados. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 36 Seção 2.3 Importância da Pesquisa Científica para o Profissional de Administração A gestão contemporânea requer do profissional que atua em organizações certo nível de familiaridade com o método científico, buscando tomadas de decisão baseadas em fatos e não em suposições. É aí que reside a importância de saber pesquisar empregando procedi- mentos metodológico-científicos. Qual sua opinião? A Pesquisa em Administração, neste novo milênio, traz muitos desafios para os admi- nistradores, exigindo destes uma rápida tomada de decisão e de forma mais precisa. O aces- so à informação e ao conhecimento não é mais barreira, num contexto em que cada vez mais tecnologias são postas ao alcance das organizações. Para Hair Jr. et al (2005), os gestores precisam adotar esse recurso, uma vez que sem ele não é possível se beneficiar da inteligência que emerge da expansão das informações. Torna-se então necessário para os profissionais de Administração a intimidade com a “pesquisa ação”, com a gestão do conhecimento e com as mudanças constantes. Nestes novos tempos, as organizações irão se deparar com a questão de poder emanada do conhe- cimento, porém para chegar ao poder os administradores terão de converter muita informa- ção neste conhecimento esperado (Hair Jr., 2005). Uma das utilidades da pesquisa para o administrador pode ser o aprimoramento de seus métodos de produção, grau de organiza- ção e sustentabilidade dos empreendimentos. A oportunidade de pesquisar durante o processo de formação está associada à idéia de “aprender a aprender”, segundo a qual o acadêmico vai produzindo e reconstruindo o conhecimento em processo interativo com a prática. Nessa linha, a pesquisa tem uma fun- EaD 37 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO ção cotidiana ou, como assevera Demo (1993), é o próprio oxigênio da universidade, aquilo que a tudo move e justifica e que se faz a toda hora. A vivência e a experienciação dessa dinâmica no curso de formação propiciam ao acadêmico a atitude de pesquisa durante o processo de ensino-aprendizagem e, ao mesmo tempo, possibilitam-lhe uma melhor atuação futura, possivelmente como gestor com espírito de investigação. Cerca-nos um ambiente organizacional em que predomina a demanda por informação para as tomadas de decisão. Vive-se uma realidade em que o mercado está cada vez mais exigente, seja o cliente na busca da satisfação de seus desejos e necessidades, seja a organi- zação na formação de suas equipes de trabalho. Isso torna o saber e o conhecer imprescin- díveis ao bom desenvolvimento pessoal e organizacional. Sabe-se que as pessoas convivem nos mais diversificados ambientes, adquirindo cada qual um aprendizado. Dessa forma, constata-se que a aprendizagem consiste em um grande patrimônio que a pessoa assimila no dia-a-dia por meio do intelecto e dos sentidos. As pes- soas buscam espaços profissionais que lhes permitam qualificar suas condições de vida e receber valorização pessoal e profissional. Cresce, assim, a procura pelo ensino superior como meio para essa qualificação e valorização, como é o caso do curso de Administração. O estudante encontra na universidade, na maioria dos cursos de Graduação, uma oportuni- dade de construir a sua trajetória de formação profissional, uma formação integral que re- conhece o homem como sujeito de sua história e ainda, uma formação acadêmica que visa ao preparo de um trabalhador capaz de interagir com a sociedade, inserir-se no mundo do trabalho, respondendo às necessidades de seu campo de atuação. As organizações, diante da necessidade de adaptação e em resposta às mudanças no ambiente de negócios, passam a exigir gestores com características que se identificam com flexibilidade, adaptabilidade, responsabilidade social e comprometimento com a aprendiza- gem. As mentalidades e as características pessoais relacionadas por Rhinesmith, citado por Vergara (2000), representam o lado ser da gestão, enquanto as competências referem-se ao lado fazer. Para este autor, competência é “uma capacidade específica de executar a ação em um nível de habilidade que seja suficiente para alcançar o efeito desejado”. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 38 Uma competência é desenvolvida pelo fluxo constante entre mentalidade, prática e tarefa; por- tanto, mentalidade não é competência. Na verdade, uma competência só se estabelece quando a mentalidade é transformada em comportamento. Da mesma forma, característica não é compe- tência. Uma pessoa pode ser sensível para lidar com diferenças individuais e, no entanto, não aplicar essa sensibilidade no trabalho em equipe. A sensibilidade transforma-se em competência gerencial quando o gestor a usa para conhecer a si e aos outros, bem como para criar, desenvol- ver e manter equipes de trabalho (Vergara, 2000, p. 38). Fleury e Fleury (2000, p. 21) definem competência como: “um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilida- des, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”. Figura 1: Competências do profissional Fonte: Fleury e Fleury (2000, p. 22). Saber agir • Saber o que e por que faz. • Saber julgar, escolher, decidir. Saber mobilizar • Saber mobilizar recursos de pessoas e financeiros, criando sinergia entre eles. Saber comunicar • Compreender, processar, transmitir informações e conhecimentos, assegurando o entendimento da mensagem pelos outros. Saber aprender • Trabalhar o conhecimento e a experiência. • Rever modelos mentais. • Saber desenvolver-se e propiciar o desenvolvimento dos outros. Saber comprometer-se • Saber engajar-se e comprometer-se com os objetivos da organização. Saber assumir responsabilidades • Ser responsável, assumindo os riscos e as conseqüências de suas ações, e ser, por isso, reconhecido. Ter visão estratégica • Conhecer e entender o negócio da organização, seu ambiente, identificando oportunidades, alternativas. EaD 39 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Espera-se e exige-se do universitário que realiza curso de Administração que: a) adquira, elabore e sistematize os conhecimentos (conceitos, teorias, enfoques, modelos de análise) básicos de cada componente que integra seu curso; b) desenvolva habilidades para ler analiticamente como instrumentalização para obter, sis- tematizar, assimilar criticamente uma grande quantidade de informações sobre adminis- tração e áreas contíguas do conhecimento; c) conheça e exercite técnicas administrativas, de modo a assimilá-las e ter facilidade para empregá-las no exercício de sua profissão;d) desenvolva hábitos e atitudes como: espírito crítico perante a realidade, exigência de rigor científico ou gosto pela investigação e ação metódicas, responsabilidade, busca de aprimoramento constante, iniciativa e criatividade. Sendo assim, um bom profissional em Administração precisa de conhecimento sobre a área, habilidades e atitudes, ou seja, um conjunto de competências já elencadas por Fleury e Fleury (2000, p. 21). Já vimos que um gestor deve contar com múltiplas competências. E como os conheci- mentos em pesquisa podem contribuir na formação acadêmico-profissional? Explicite aqui seu entendimento. Há uma significativa afinidade entre as competências do profissional demandadas pelo mundo do trabalho das organizações e as qualidades e habilidades de um pesquisador defi- nidas por Collis e Hussey (2005) na figura a seguir. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 40 Figura 2: Qualidades e habilidades necessárias ao pesquisador Fonte: Collis e Hussey (2005, p. 17). Do exposto ficam evidenciados os desafios e as competências requeridas do gestor no mundo contemporâneo marcado pela incerteza, pela instabilidade e pela imprevisibilidade. Conclui-se, também, que é fundamental desenvolver competências para se constituir num gestor com perfil de questionador sistemático. A universidade, diante da sociedade da informação, deve, mais do que nunca, ser um espaço de criação e de inovação, em que a pesquisa assuma importante papel, desenvolven- do nos estudantes as habilidades essenciais do cidadão e do trabalhador atuais: aprender a aprender e saber pensar, para intervir de modo inovador. Para finalizar esta seção lembramos que além do domínio dos conhecimentos da metodologia da pesquisa, o estudante deve atender, segundo Goldenberg (2000), a algumas exigências para o desenvolvimento de um trabalho criterioso, baseando-se no confronto permanente entre o desejo e a realidade, entre o conhecimento e a ignorância, que são: • Curiosidade • Criatividade • Disciplina • Paixão EaD 41 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO SÍNTESE DA UNIDADE 2 Nesta unidade procuramos refletir sobre o que é pesquisar, com base na concepção de diferentes autores. Abordamos os objetivos da pesquisa científica, em particular para subsidiar o processo decisório na Administração. Destacamos a oportunidade de pesquisar para os estudantes como forma de “aprender a aprender” e contribuir para sua formação acadêmico-profissional. EaD 43 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Unidade 3Unidade 3Unidade 3Unidade 3 OS PROCESSOS E ATIVIDADES ACADÊMICAS OBJETIVOS DESTA UNIDADE • Apresentar aspectos inerentes ao mundo acadêmico, desde a função da universidade ao papel do estudante. • Discutir os principais processos didático-pedagógicos empregados no ensino superior. • Conhecer e desenvolver processos para aprender a pensar. AS SEÇÕES DESTA UNIDADE Seção 3.1 – O Contexto Universitário Seção 3.2 – Processos Acadêmicos Seção 3.3 – Desenvolvendo a Capacidade para Pensar Seção 3.1 O Contexto Universitário O aluno que acaba de ingressar num curso superior precisa tomar consciência de que a universidade se constitui para ele em situação nova e desafiadora, exigindo-lhe mudanças muito significativas. O estudante deve ser reconhecido como o principal responsável por sua aprendiza- gem, sobretudo no ensino superior. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 44 A universidade, além de sua função informativa, precisa desempenhar sua função de formadora de profissionais altamente qualificados, bem como ser um centro de reflexão crí- tica, de produção e difusão do conhecimento, e de intervenção inovadora. O resultado fundamental que o aluno deve buscar na universidade é “saber pensar e aprender a aprender” (Demo, 1994, p. 9). Para que estes objetivos da universidade se realizem será necessário que os processos didático-pedagógicos ou de estudo e pesquisa, tais como a aula, o estudo individual, o seminário, a leitura, apresentem uma dinâmica em que se destaque a atuação do aluno como sujeito, não como agente passivo, posto que não cabe ao professor o papel de trans- missor de conhecimentos, mas de facilitador/mediador da aprendizagem que será realizada unicamente pelo aluno. Visando a ampliar e aprofundar estas considerações, tratar-se-á, no tópico seguinte, da proposta da universidade, isto é, do que se pressupõe que deva ser das funções que se atribui à esta instituição de ensino superior. Na mesma perspectiva, serão abordados em tópicos posteriores: (1) alguns processos didático-pedagógicos, como aula expositiva, estu- do individual, seminário e leitura; (2) desenvolvimento da capacidade de pensar; (3) carac- terísticas de comportamento que facilitam e conferem maior eficácia à reflexão e contribuem para o desenvolvimento de uma vida mais intelectualizada. A vida acadêmica, as atividades todas do estudante estarão sempre em relação a con- cepção de universidade que se tenha. Sem esta proposta de universidade como fundamento, os componentes curriculares de um curso, a metodologia científica, uma disciplina essencial- mente instrumental, careceriam de rumo, de sentido. A concepção de universidade ou de escola de nível superior evoluiu através dos tem- pos. Na Antiguidade clássica, principalmente na Grécia e depois em Roma, discípulos dó- ceis e atentos se reuniam em torno de um mestre, cuja bagagem de conhecimentos era zelo- samente transmitida. Na Idade Média a Igreja Católica, para fundamentar sua ação política e religiosa, para formar seus quadros, o clero, organizou e unificou o ensino em escolas chamadas uni- versidades. Nelas se promovia o estudo e a discussão, mas sempre sob severa vigilância para preservar a ortodoxia, ou a conformidade aos dogmas religiosos. EaD 45 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Os movimentos da Renascença, da Reforma e Contra-Reforma (século 16) dão início à Idade Moderna. Com Galileu Galilei (1564-1642), Bacon (1561-1626) e Descartes (1596-1650) inicia-se o desenvolvimento da ciência moderna. O conhecimento humano se diversifica. A universidade, sob a vigilância da ortodoxia e do dogmatismo religioso, se aliena, se distancia dos movimentos de vanguarda da sociedade. O ensino, organizado em summas medievais, torna-se autoritário. As verdades incon- testáveis estão nos livros-textos ou manuais. O professor transmite um saber considerado pronto e definitivo aos alunos, que devem continuar a repeti-lo. No século 18 os enciclopedistas e iluministas continuaram a luta contra o dogmatismo medieval. Preparam o terreno para que no século 19 se criasse na França a universidade napoleônica, com caráter profissionalizante, espírito positivista, pragmático e utilitarista, e uma organização fragmentada do saber. Em 1810, é criada a Universidade de Berlim (Alemanha), por Humboldt, marco inicial da universidade atual, voltada para a pesquisa, caracterizada pela autonomia para questi- onar, investigar e propor soluções, tanto quanto possível científicas, para os problemas (per- guntas, indagações) de qualquer tipo levantados pela atividade humana. Como afirma a ex-Retirora da UFRGS, Wrana Panizzi (2004, p. 82), atualmente ocorre um debate globalizado sobre o destino da Universidade, uma vez que o conhecimento, hoje mais do que em décadas passadas, é absolutamente estratégico para o desenvolvimento das nações, das organizações e das pessoas. A instituição universitária, ao longo dos séculos, ganhou legitimidade social ao de- sempenhar três grandes funções: “a preservação de identidades, culturas e valores; a media- ção democrática de conflitos sociais, políticos e ideológicos; e a inovação, procurada em todos os domínios do conhecimento – das artes às ciências” (Panizzi, 2004). E como deve ser hoje a universidade? EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 46 O desafio central da universidade é a produção de conhecimentopróprio com qualidade formal e política, capaz de promover o desenvolvimento. Isso só é possível mediante pesquisa como estratégia de geração de conhecimento e de promoção da cidadania. “Pesquisa significa diálogo crítico e criativo com a realidade, culminando na elaboração própria e na capacidade de intervenção” (...) é “a atitude de aprender a aprender, faz parte de um processo educativo e emancipatório”, que implica “uma atitude processual cotidiana” (Demo, 1993, p. 128). A integração no tripé ensino, pesquisa e extensão é uma preocupação de Marques (2001, p. 134), como expressa sua afirmação: A pesquisa que imaginamos alma da universidade deve fazer-se presente em toda a universidade e informá-la por inteiro. Trata-se evidentemente de níveis diferenciados de pesquisa, cada qual com suas próprias exigências de articulação e de especialização. A universidade por inteiro a pensamos como abrangente articulação de linhas institucionais programáticas de pesquisa em que se insiram projetos específicos, plurais e diferenciados [...]. A função da universidade, portanto, vai muito além da que se lhe costuma atribuir, na prática, em nosso país, a de instituição dedicada, sobretudo, à formação profissional, no segmento do ensino superior. Esta é certamente uma de suas missões, contudo o papel social da universidade é muito mais amplo e fundamental. Tem de se mostrar capaz de exer- cer ações que explorem e ampliem as fronteiras do conhecimento, gerando condições para avanços do desenvolvimento econômico e humano. Não queremos uma universidade, como expressam Luckesi et al (1991, p. 39), que seja apenas escola, em que se faça apenas ensino repetitivo, verbalístico, desvinculado da reali- dade, que não identifica e não analisa problemas concretos, não exercita a criatividade, não desenvolve o espírito crítico. Não queremos uma universidade conservadora, que não propõe inovações e que repete verdades geradas há anos em outros países e em outros con- textos socioeconômicos, sem a devida adequação ao espaço geográfico e ao contexto cultu- ral em que atua. Rejeitamos a universidade em que o professor se constitui em único sujeito do proces- so ensino-aprendizagem, ditando verdades prontas e indiscutíveis, para alunos ouvintes, receptores passivos. EaD 47 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Então, que universidade queremos? Queremos uma universidade, como bem expressam Luckesi et al (1991, p. 40), em que a pesquisa, em sentido amplo, a avaliação crít ica, o trabalho criativo, sejam suas preocupa- ções centrais. Buscamos uma universidade em que o ensino se realize com o máximo de informações atualizadas em todos os níveis, de forma que a realidade que nos circunda seja percebida, questionada, avaliada e entendida em todos seus ângulos e relações, com rigor científico, para que possa ser transformada. Queremos uma universidade, em que professores, alunos e funcionários, com maturi- dade, competência e responsabilidade, em clima de liberdade, de reflexão, de intercâmbio de idéias, de participação em iniciativas criativas, ajam sempre como sujeitos, nunca como objetos, no desempenho de suas respectivas funções. Cabe à escola em geral e, principalmente, à universidade como objetivo fundamental de todo seu trabalho, desenvolver nos alunos as competências essenciais do cidadão e do trabalhador atual: aprender a aprender e saber pensar, para intervir de modo inovador. Em outros termos, um cidadão que contribua para a construção da sociedade brasilei- ra que se deseja: Mais democrática, solidária, justa e próspera. Em síntese, as funções do ensino superior resumem-se no trinômio ensino, pesquisa e extensão (intervenção inovadora), realizados de forma integrada e simultaneamente, histo- ricamente situados. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 48 Operacionalmente, à semelhança do que ocorre com os universitários que realizam qualquer outro curso de formação profissional, espera-se e exige-se do estudante de Admi- nistração que: a) adquira, elabore e sistematize os conhecimentos (conceitos, teorias, enfoques, modelos de análise) básicos de cada matéria que compõe seu curso; b) desenvolva habilidades para ler analiticamente como instrumentalização para obter, sis- tematizar, assimilar criticamente uma grande quantidade de informações sobre Adminis- tração e áreas contíguas do conhecimento; c) conheça e exercite técnicas administrativas, de tal modo a assimilá-las e ter facilidade para aplicá-las no exercício de sua profissão; d) desenvolva hábitos e atitudes como: espírito crítico perante a realidade, exigência de rigor científico ou gosto pela investigação e ação metódicas, responsabilidade, busca de aprimoramento constante, iniciativa e criatividade. Um bom profissional em Administração precisa possuir um conjunto de competências, em termos de: 1) conhecimento sobre a área; 2) habilidades e 3) atitudes. O que um estudante pode esperar e deve buscar num curso superior é uma sólida formação teórica, conhecimentos consistentes sobre conceitos, teorias e técnicas, que facili- tem a análise, a compreensão de situações práticas para que possa tomar decisões mais acertadas, mais eficazes e eficientes na realização de objetivos organizacionais e, em certos limites, pessoais. Em síntese, é preciso superar o senso comum e adotar um comportamento administra- tivo caracterizado por um alto grau de rigor científico. Num mundo de mudanças acelera- das e constantes, em que o volume de informações “dobra a cada 18 meses”, sempre teremos problemas novos pela frente. É preciso que se desenvolva a capacidade para enfrentá-los. É necessário aprender a definir e analisar problemas, a exercitar a observação para a coleta e a sistematização de dados originais e a discussão de alternativas de solução. EaD 49 PESQUISA EM A DMINI ST RAÇ ÃO Sugestões de atividades: 1) Ler e discutir o “Perfil do Profissional que o Curso Pretende Formar”, verificar mais infor- mações sobre o administrador no site do Conselho Federal de Administração (CFA) www.cfa.org.br 2) Responder individualmente às questões: Qual seu projeto de vida? O que você quer ser? Como você pretende se realizar? 3) Faça uma análise de como é você como estudante, considerando os seguintes aspectos: Nas aulas e nas leituras, você é ativo (crítico, criativo, interessado) ou passivo (preocupado em memorizar e reproduzir o que o professor diz, sem avaliar o que está sendo proposto, preocupado apenas em obter boas notas...)? Como você vê a relação entre teoria e prática? 4) Ler outros textos sobre proposta da universidade. Ex.: Nicolini, Alexandre. Educação: os novos desafios da universidade. RAE – Revista de Administração de Empresas, São Pau- lo, v. 44, n. 1, p. 130-131, jan./mar. 2004. 5) Tomar conhecimento, analisar o projeto da universidade em que você estuda e se possível de outras universidades, conhecer sua história, suas características. Mais informações da Unijuí podem ser obtidas no site www.unijui.edu.br Seção 3.2 Processos Acadêmicos Alguns processos didático-pedagógicos são intensamente empregados no ensino su- perior, como estudo individual da leitura, estudo de caso, vivências e pesquisa. Como pessoas que vivem na era da informação, em que o conhecimento desponta como principal recurso da atual sociedade precisamos ter a consciência que a educação ao longo da vida (Delors, 1999) deve nortear nossa condição de cidadãos do mundo globalizado. E como futuros profissionais em Administração é fundamental atualizar-se constantemen- te, como sugere Marin (2000) ao referi r-se a educação continuada. EaD Eni se Bart h Teixeira – Luci ano Z amb er la n – Pedro C ar los Rasia 50 3.2.1 – ESTUDO INDIVIDUAL Como estudante você já passou pelo menos 11 anos em sala de aula. Ao ingressar no curso de Bacharelado em Administração está se propondo a dedicar no mínimo mais quatro anos para sua formação acadêmica. Ao estudante compete principalmente
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