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Orçamento Empresarial

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Prévia do material em texto

2012
OrçamentO empresarial
Prof. Valdecir Knuth
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Valdecir Knuth
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 658.154
 K748o Knuth, Valdecir
 Orçamento empresarial / Valdecir Knuth. Indaial : Uniasselvi, 
2012.
 345 p. : il 
 ISBN 978-85-7830- 601-4
 1.Orçamento empresarial I. Centro Universitário Leonardo da 
Vinci.
III
apresentaçãO
Com o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico, as empresas 
aumentaram a complexidade no desenvolvimento de suas atividades, 
tornando-se necessário aumentar o volume de informações com qualidade, 
para possibilitar aos gestores o controle do processo de produção e tomar 
decisões estratégicas, podendo prever o seu futuro. 
Neste contexto atual, os gestores têm necessidade de planejar as ações 
e buscar o controle da empresa, e o processo orçamentário torna-se cada vez 
mais indispensável para a administração de qualquer negócio.
Por isso, na disciplina de Orçamento Empresarial vamos estudar 
sobre a elaboração e utilização do orçamento financeiro e da demonstração 
financeira. O objetivo é proporcionar a você o conhecimento e a prática na 
aplicação do orçamento, abrangendo diversas áreas de uma empresa, de 
forma que possa contribuir com a melhoria dos resultados econômicos e 
financeiros. 
Na primeira unidade estudaremos três tópicos: no Tópico 1 
abordaremos sobre sistema empresa, sua definição e importância na 
elaboração e consecução do orçamento, pois suas técnicas e aplicações 
estão relacionadas de acordo com um conjunto de atividades que envolvem 
vários profissionais, sendo que os setores devem estar integrados. Além 
disso, existem fatores externos à empresa, como as mudanças constantes 
do mercado, que também influenciam direta ou indiretamente no seu 
funcionamento. No Tópico 2 analisaremos conceitos de orçamentos, seus 
objetivos e os tipos existentes. Também estudaremos o funcionamento do 
sistema orçamentário, seus reflexos e efeitos causados no processo de gestão 
do negócio e nos próprios profissionais envolvidos. O Tópico 3 abordará os 
aspectos que envolvem a implantação do orçamento, como planejamento, 
execução, controle, avaliação das áreas de responsabilidades e a motivação 
dos envolvidos no processo. 
Na segunda unidade trataremos dos principais aspectos ligados 
à implantação do orçamento empresarial. No Tópico 1 estudaremos a 
importância do controle orçamentário, seus limites, a comunicação, a criação 
de cenários e o perfil do profissional designado pela empresa para fazer 
o orçamento. No Tópico 2 vamos identificar em um orçamento os custos 
industriais diretos e indiretos. O Tópico 3 terá como enfoque o planejamento 
da produção, que envolve a apuração da depreciação dos bens industriais 
e a identificação dos centros de custos em que são alocados os gastos de 
produção. E no Tópico 4 vamos identificar o que é uma ficha de produção 
e apontar os custos dos produtos que conhecemos no terceiro tópico desta 
IV
unidade. Com todos os custos apurados, poderemos apurar o preço de 
venda e conhecer quais os principais impactos que existem em relação aos 
gastos variáveis na sua formação. 
Por fim, na terceira unidade estudaremos três tópicos: o Tópico 1 
apresentará os modelos conceituais de orçamento. No Tópico 2 analisaremos 
o impacto dos efeitos inflacionários nas projeções orçamentárias. 
Identificaremos uma demonstração do resultado projetado e também 
um balanço patrimonial projetado, permitindo, dessa forma, visualizar 
os comportamentos futuros da empresa em relação aos seus aspectos 
econômicos e financeiros. Finalizando a última unidade deste caderno, no 
Tópico 3 vamos aprender a elaborar e analisar um fluxo de caixa. 
Este Caderno de Estudos pretende levar a você a compreensão da 
teoria, além de incentivá-lo(a) a pôr em prática os ensinamentos sobre o 
orçamento financeiro e demonstração financeira, contribuindo para a sua 
atuação profissional.
Bons estudos e sucesso na sua vida profissional!
Professor Valdecir Knuth
APRESENTAÇÃO DO CONTEUDISTA
Olá! Sou o professor Valdecir Knuth, Mestre em Ciências Contábeis pela 
Fundação Universidade Regional de Blumenau, com área de concentração em 
Controladoria. Sou professor no Centro Universitário Leonardo da Vinci em 
cursos de graduação.
Tenho atuação em cursos de graduação desde 1996, na área de Contabilidade, 
com ênfase em Contabilidade Geral, Custos, Controladoria e Auditoria, 
principalmente nos seguintes temas: Gestão Econômica de Negócios, Gestão de 
Custos e Resultados, Resultado Econômico, Ética Profissional, Responsabilidade 
Profissional, Sistemas de Custeio, Método de Custeio e Orçamentos.
Atuo na pós-graduação, em cursos de Especialização/lato-sensu, desde 
2001, na área de Contabilidade, com ênfase em Controladoria, Gestão Econômica, 
Finanças Internacionais e Auditoria (Controles Internos/Sarbanes Oxley).
Sou autor de cadernos de estudos de ensino a distância (EAD) nas áreas de 
Auditoria, Custos Industriais, Engenharia Econômica, Controladoria, e coautor 
no Caderno de Estudos de Empreendedorismo.
Minha experiência profissional foi adquirida nos mais de 18 anos atuando 
na área contábil em empresas multinacional e nacional, onde ocupei diversos cargos.
Meu e-mail de contato é valdecir.knuth@tpa.com.br. 
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VI
VII
sumáriO
UNIDADE 1 – PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO ............................... 1
TÓPICO 1 – SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL ................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 3
2 A EMPRESA COMO UM SISTEMA .............................................................................................. 3
2.1 CONCEITO DE EMPRESA ................................................................................................... 3
2.2 CONCEITOS DE SISTEMA EMPRESA ........................................................................... 4
2.3 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ORGANIZACIONAL DE UMA 
EMPRESA.................................................................................................................................... 8
2.4 MISSÃO DA EMPRESA .........................................................................................................10
2.5 A EMPRESA COMO SISTEMA ABERTO ....................................................................... 11
2.6 A EMPRESA COMO SISTEMA DINÂMICO ................................................................. 14
2.7 MODELO CONCEITUAL DE SISTEMA EMPRESA .................................................. 17
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 21
TÓPICO 2 – TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES .............................................. 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23
2 ASPECTOS CONCEITUAIS ............................................................................................................ 23
3 OBJETIVOS DOS ORÇAMENTOS ............................................................................................... 26
4 TIPOS DE ORÇAMENTOS ............................................................................................................. 31
5 SISTEMA DE ORÇAMENTOS ....................................................................................................... 37
6 O QUE REFLETEM OS ORÇAMENTOS ...................................................................................... 38
7 POR QUE PREVER? .......................................................................................................................... 38
8 COMO PREVER? ............................................................................................................................... 39
9 OS EFEITOS DO ORÇAMENTO NAS PESSOAS ...................................................................... 41
10 VANTAGENS E LIMITAÇÕES DO ORÇAMENTO ................................................................ 44
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 47
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 48
TÓPICO 3 – IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL ........................................ 49
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 49
2 PLANO ORÇAMENTÁRIO ............................................................................................................ 49
2.1 ORÇAMENTO E PROCESSO DE GESTÃO .................................................................... 49
2.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO SISTEMA DE ORÇAMENTOS .................. 54
2.3 CRIAÇÃO DE NOVAS MENTALIDADES ...................................................................... 57
2.4 ADEQUAÇÃO DO SISTEMA DE ORÇAMENTOS À ESTRUTURA 
ORGANIZACIONAL .............................................................................................................. 58
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 60
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 70
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 71
UNIDADE 2 – CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO .................. 73
VIII
TÓPICO 1 – UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL .............................................. 75
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 75
2 IMPORTÂNCIA E VANTAGENS DO CONTROLE ORÇAMENTÁRIO ..............................75
3 OS LIMITES PARA A ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS .......................................................76
4 QUEM FAZ OS ORÇAMENTOS ..........................................................................................................................80
5 COMUNICAÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS ...........................................81
6 CRIAÇÃO DE CENÁRIOS ........................................................................................................................................83
7 PREMISSAS PARA A ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS ...........................................................83
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 89
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 90
TÓPICO 2 – IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS INDUSTRIAIS . 91
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 91
2 CUSTOS VARIÁVEIS OU DIRETOS E CUSTOS FIXOS OU INDIRETOS ......................... 91
2.1 CUSTOS VARIÁVEIS OU DIRETOS ................................................................................. 91
2.2 CUSTOS FIXOS OU INDIRETOS ...................................................................................... 93
2.2.1 Principais características dos custos fixos ou indiretos .................................................. 95
2.3 EMBALAGEM E ETIQUETAS DE IDENTIFICAÇÃO ............................................... 96
2.4 MÃO DE OBRA DIRETA E INDIRETA ............................................................................ 98
2.5 HORAS DE PRODUÇÃO DISPONÍVEIS ........................................................................ 105
2.6 VALOR DO CUSTO/HORA .................................................................................................. 106
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 108
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 109
TÓPICO 3 – IDENTIFICAÇÃO DOS GASTOS DE PRODUÇÃO ............................................. 111
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 111
2 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO ............................................................................................. 111
3 DEPRECIAÇÃO ................................................................................................................................. 114
3.1 MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO .......................................................................................... 116
3.2 CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO ......................................................................................... 116
4 NATUREZA E AVALIAÇÃO DOS CENTROS DE RESPONSABILIDADES ....................... 118
4.1 CENTRO DE CUSTO .............................................................................................................. 118
4.2 CENTRO DE VENDAS ........................................................................................................... 119
4.3 CENTRO DE DESPESAS ....................................................................................................... 119
4.4 CENTRO DE INVESTIMENTOS ........................................................................................ 119
4.5 CENTRO DE LUCRO .............................................................................................................. 120
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 122
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 123TÓPICO 4 – APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ............. 125
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 125
2 FICHA TÉCNICA OU DE PRODUÇÃO ....................................................................................... 125
3 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ......................................................................................... 135
3.1 POLÍTICA DE PREÇOS .......................................................................................................... 137
3.1.1 Formação do preço de venda ............................................................................................. 137
3.1.2 Erros na formação do preço de venda .............................................................................. 142
3.1.3 A equação do preço de venda ............................................................................................ 142
3.2 TIPOS DE PREÇOS .................................................................................................................. 143
3.2.1 Estratégias de preços distintos ........................................................................................... 143
3.2.2 Estratégias de preços competitivos ................................................................................... 144
3.3 ANÁLISE DO COMPOSTO COMPETITIVO ................................................................. 145
3.3.1 Estrutura de custos .............................................................................................................. 145
IX
3.3.2 Estratégia e política de mercado ........................................................................................ 145
3.3.2.1 Produtos ............................................................................................................................. 146
3.3.2.2 Fatores ambientais ............................................................................................................ 146
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 146
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 153
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 154
UNIDADE 3 – ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA ........................................ 157
TÓPICO 1– ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL) ............................... 159
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 159
2 MODELO CONCEITUAL DE ORÇAMENTO ............................................................................ 159
2.1 PROCESSOS DE ELABORAÇÃO ....................................................................................... 159
2.2 ORÇAMENTO OPERACIONAL ........................................................................................ 161
2.3 ORÇAMENTO DE VENDAS ................................................................................................ 163
2.4 ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS ............................................................................. 176
2.5 IDENTIFICAÇÃO DOS PERÍODOS DE ESTOCAGEM DE PRODUTOS ........... 177
2.6 ORÇAMENTO DE MÃO DE OBRA DIRETA ................................................................. 178
2.7 ORÇAMENTO DE UNIDADES FÍSICAS DE ESTOQUE .......................................... 179
2.8 ORÇAMENTO DE COMPRAS, CONSUMO E ESTOQUE DE MATERIAIS ...... 189
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 278
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 280
TÓPICO 2 – PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS ............................................................................. 281
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 281
2 OS EFEITOS INFLACIONÁRIOS NAS PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS ........................ 281
2.1 ESTIMATIVAS DE INFLAÇÕES FUTURAS .................................................................. 284
2.2 DEMONSTRATIVO DE CUSTOS E DESPESAS PROJETADOS ........................... 285
2.2.1 Orçamento de despesas operacionais ............................................................................... 285
2.2.2 Orçamento de despesas administrativas .......................................................................... 287
2.2.3 Orçamento de despesas com vendas ................................................................................ 287
2.2.4 Orçamento de despesas financeiras .................................................................................. 288
2.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO PROJETADO ................ 297
2.3.1 Orçamento de despesas tributárias ................................................................................... 299
2.4 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA PROJETADO ...................................... 300
2.5 BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO ..................................................................... 302
2.6 ANÁLISE DAS VARIAÇÕES ................................................................................................ 303
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 306
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 307
TÓPICO 3 – ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA ............................................ 309
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 309
2 MÉTODOS PARA ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA . 309
2.1 MÉTODO DIRETO ................................................................................................................... 309
2.1.1 Vantagens e desvantagens do método direto .................................................................. 311
2.2 MÉTODO INDIRETO ............................................................................................................. 312
2.2.1 Vantagens e desvantagens do método indireto ............................................................... 315
2.3 VISÃO GERAL DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ........................... 315
3 BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................................ 316
3.1 MOVIMENTAÇÕES CONTÁBEIS DO ATIVO .............................................................. 317
3.2 MOVIMENTAÇÕES CONTÁBEIS DO PASSIVO ......................................................... 321
3.3 MOVIMENTAÇÕES CONTÁBEIS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO .......................... 324
X
4 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO ............................................ 326
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 335
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 341
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 342
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 343
1
UNIDADE 1
PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA 
IMPLANTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade vocêestará apto(a) a:
• conhecer de que maneira a empresa é percebida como um sistema;
• compreender as características do sistema organizacional de uma empresa;
• aprender de que forma uma empresa pode ser vista como um sistema 
aberto e dinâmico;
• compreender o que é um orçamento e quais são seus objetivos;
• conhecer por que se deve realizar um orçamento e qual é a sua função para 
o administrador;
• identificar qual a contribuição do orçamento para o trabalho do gestor da 
empresa;
• conhecer os principais tipos de orçamentos existentes;
• compreender a maneira como o orçamento exerce influência nos adminis-
tradores da empresa quanto ao seu aspecto comportamental;
• avaliar a importância da gestão para a implantação de um processo orça-
mentário.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles você 
encontrará atividades que o(a) ajudarão a consolidar o seu aprendizado.
TÓPICO 1 – SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
TÓPICO 2 – TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES 
TÓPICO 3 – IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
1 INTRODUÇÃO
Sistema empresa é a área onde estudamos orçamentos, para a identificação 
e compreensão das atividades e departamentos que interagem entre si. Para uma 
empresa ter um bom funcionamento, precisa que todos os seus departamentos 
estejam em franca harmonia e funcionamento. O sistema empresa esclarece esses 
mecanismos, considerando que além do seu ambiente interno, a empresa interage 
num ambiente externo, o qual deve adequar-se constantemente para manter-se 
no mercado. Por isso, para que o processo orçamentário seja elaborado de acordo 
com a realidade de mercado em que a empresa está inserida, é fundamental 
conhecermos a empresa como um sistema.
Veremos isso no decorrer deste tópico. Vamos lá!
2 A EMPRESA COMO UM SISTEMA
2.1 CONCEITO DE EMPRESA
Na sociedade atual, a maioria da população em idade produtiva tem 
ou teve algum tipo de envolvimento com alguma empresa, como funcionário, 
socioacionista, prestador de serviços, dentre outros vínculos. 
Mas, você sabe dizer o que é uma empresa? 
Podemos dizer que uma empresa é definida como uma união de esforços 
financeiros, físicos e intelectuais, com a finalidade de criar e, consequentemente, 
transacionar produtos e serviços no mercado interno e/ou externo, resultando 
na formação e circulação de capital que possa trazer benefícios econômicos e 
utilidade social. 
Em outras palavras, é uma entidade constituída juridicamente, ou não, 
que exerce atividade econômica de produção, transformação, comércio ou 
prestação de serviços, podendo ter fins lucrativos, filantrópicos ou sociais. 
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO
4
Conforme Padoveze (2009a, p. 13), “a empresa é um sistema em que há 
recursos introduzidos, que são processados, e há a saída de produtos ou serviços”. 
Na mesma linha de raciocínio, Figueiredo e Caggiano (2008, p. 8) mencionam que 
“a empresa é uma unidade produtora que visa criar riquezas, transacionando em 
dois mercados, um fornecedor, outro consumidor”.
2.2 CONCEITOS DE SISTEMA EMPRESA
Para facilitar a compreensão do sistema organizacional de uma empresa 
deve haver, primeiramente, um reconhecimento do conjunto de departamentos 
que integram a organização, bem como das atividades desempenhadas pelos 
mesmos, haja vista que tais funções têm por finalidade propiciar a sustentabilidade 
da empresa no mercado.
Antes de continuarmos, vamos conhecer o que é um sistema.
Beer (1969, p. 25) define que “qualquer coisa que consiste em partes 
unidas entre si pode ser chamada de sistema, pode ser apontada como agregados 
de pedaços e peças [...]”. Para Bio (1985, p. 18), o sistema é “[...] um conjunto de 
elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem 
formando um todo unitário e complexo”.
Em uma empresa, sempre ouvimos dizer que as “coisas” no seu ambiente 
funcionam corretamente quando existe a harmonia das atividades relacionadas 
entre si.
E como podemos identificar isso?
Tomemos como exemplo um conjunto de funções relacionadas ao setor 
de projetos de uma empresa, onde os funcionários têm a função de elaborar 
o desenho de um determinado tipo de produto. A área de projetos, com base 
nas dimensões estruturadas, identificará os tipos de materiais necessários à 
produção desse produto. O setor de administração da produção necessita 
dessas informações para elaborar as planilhas de cálculo do tempo estimado da 
produção e saber quais os tipos de matérias que serão utilizados. Prosseguindo 
nessa cadeia de atividades, o departamento de compras realizará as cotações de 
preços e pesquisará os fornecedores com melhores preços, prazos e qualidade, 
para ter uma noção de quanto se gastaria na aquisição de insumos e matéria-prima 
necessários à fabricação do produto. Por sua vez, a área de custos apurará os 
valores necessários para a sua produção e identificará a margem de lucratividade 
ideal para manter a perenidade (a sobrevivência) da empresa no mercado.
Para compreender essa interatividade na organização, Bertalanffy (1977, 
p. 53) salienta que “[...] é necessário estudar não somente as partes e processos 
isoladamente, mas também resolver os decisivos problemas encontrados na 
organização e na ordem que os unifica, resultante da interação dinâmica das 
partes [...]”. 
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
5
IMPORTANT
E
Então quer dizer que a empresa é “dividida” em partes e essas interagem entre 
si? Sim, cada departamento tem a incumbência de realizar uma atividade ou tarefa e o 
resultado é a interação de forma harmoniosa até chegar ao produto final. Por isso dizemos 
que a empresa é um sistema, ou seja, um sistema empresa. 
Para a empresa funcionar bem, ela precisa que todos os seus 
departamentos estejam em franca harmonia e funcionamento. Sem as informações 
de determinado departamento, o gestor de outro departamento poderá tomar 
decisões equivocadas.
UNI
A empresa precisa ser observada como um organismo vivo?
Sim, um organismo que depende de diversos outros órgãos para o seu excelente 
funcionamento.
Portanto, a empresa não é um sistema fechado, mas um sistema aberto em 
que implicam diversos fatores, como recursos financeiros, gestão de pessoas, de 
capital e de produção, além dos fatores econômicos e sociais.
De modo geral, as empresas possuem as mesmas características de 
interatividade de funções, porque elas também fazem parte de um macrossistema 
que fornece seus serviços para um conjunto de empresas que agregam seus bens 
ao produto final. 
As empresas devem estar preparadas para se adequarem às constantes 
mudanças que acontecem no mercado, pois isso é fundamental para a sua manutenção e 
sobrevivência. Em outras palavras, ADEQUAR-SE E MELHORAR SEMPRE.
ATENCAO
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO
6
Kochanski (2000, p. 54) afirma que:
Quando uma organização passa a oferecer valor agregado a seus 
produtos e/ou serviços, o mercado reage naturalmente, exigindo que 
as demais organizações também passem a oferecer valor agregado a 
seus produtos e serviços, levando-as a se tornarem mais competitivas. 
Em relação aos fatores macroeconômicos, Tung (1974, p. 29) demonstra 
que:
Nenhuma empresa pode, hoje, permitir-se o luxo de ignorar os 
acontecimentos do mundo exterior. A interdependência das empresas 
entre si e destas com o Estado em particular, é patente. A sobrevivência 
dos negócios depende, em grande parte, do conhecimento, dos fatos 
atuais e da previsão dos acontecimentos futuros, tanto no plano 
nacional, quanto no internacional. 
Respondendo aos estímulos do mercado, as empresas procuram se 
adequar à nova realidade econômica e, nas constantes reestruturações, buscam 
a competitividade. 
Cruz (1998) aborda que existem dois tipos de comportamentos: o 
operacional e o estratégico, por meio dos quais a empresa interage com o ambiente 
que o cerca e que se complementamentre si, dando um caráter holístico que toda 
organização deve ter. 
IMPORTANT
E
Devemos tomar cuidado e observar que, com esse mercado dinâmico, muitas 
empresas também poderão desaparecer.
Contudo, apenas o cuidado não garante a sustentação da empresa no 
mercado. Podemos entender que não apenas os fatores internos, mas todas as 
atividades externas repercutem no funcionamento da empresa. Tung (1974, p. 
29) afirma que:
[...] em princípio é uma fase de constantes ajustes e reajustes, pois 
qualquer trabalho atual constitui apenas um teste para o futuro, 
cujo alvo é a meta do desenvolvimento global. O cenário financeiro-
econômico nacional repercute sempre, direta ou indiretamente, sobre 
as atividades da empresa.
Para entendermos como uma empresa transforma recursos materiais, 
humanos, financeiros, tecnológicos, dentre outros, em produtos e serviços que 
são destinados ao mercado, observemos a figura a seguir:
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
7
FIGURA 1 – VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA
Eficiência Continuidade Eficácia
Resultado econômico
Valores 
econômicos
Valores 
econômicos
Recursos de 
informação
Recursos de 
tecnologia
Recursos
financeiros
Recursos
humanos
Recursos
materiais
Produtos 
e 
serviços
Comprometimento
da missão
Compras de
recursos
Estocagem
de materiais Produção
Serviços de
apoio Manutenção
Estocagem
de produtos
Finanças Transportes Entrega dos
produtos
Mercado
Consumidor
Mercado
Fornecedor
Acionistas, concorrentes, governo, sindicatos, etc.
FONTE: Adaptado de: Catelli (1999, p. 39)
Na figura anterior você pôde visualizar, de forma bastante simplificada, 
que a empresa é percebida como um sistema.
Então quer dizer que a empresa pode ser vista de forma sistêmica?
Sim.
Naturalmente, diversos fatores externos à empresa, como o governo, 
as políticas econômicas, a relação entre fornecedores e clientes, podem 
frequentemente alterar a sua dinâmica. Isto significa que ao mesmo tempo em que 
a empresa precisa interagir no seu ambiente interno, também sofre a influência 
do ambiente externo, conforme podemos observar na figura a seguir:
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO
8
FIGURA 2 − A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE INTERNO E EXTERNO NA EMPRESA (MACROSSISTEMA)
Governo
Mão de obra Concorrência
Fornecedores Comunidade
Consumidores
Tecnologia
Sindicato
Sistema Financeiro
Empresa
FONTE: Disponível em: <http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/lucineiagomes//som001_clip_
image011.jpg>. Acesso em: 21 nov. 2011.
As empresas recebem do mercado fornecedor os diversos tipos de 
matérias-primas e insumos que, nas atividades internas, serão processados, 
gerando novos produtos, que serão disponibilizados ao mercado consumidor.
Todos esses fatores podem se constituir em oportunidades e ameaças 
à sobrevivência da empresa no mercado. Para garantir a sua continuidade, é 
necessário que a empresa mantenha sua capacidade de mudanças e adaptações 
aos diversos fatores que a influenciam tanto internamente quanto externamente.
2.3 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ORGANIZACIONAL DE 
UMA EMPRESA
A partir das considerações do item anterior, entendemos que a união dos 
departamentos integrantes de uma empresa resulta em um sistema organizacional, 
dentro do qual existe uma ordem hierárquica a ser respeitada em decorrência do 
agrupamento humano integrante da organização. 
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
9
Para que o sistema empresa tenha um bom funcionamento, é dividido em 
vários subsistemas, que são os seguintes:
a) institucional: também denominado de matriz, responsável pelos demais 
subsistemas, compreende a missão, assim como crenças e valores da 
organização;
b) gestão: é o responsável pelo processo de tomada de decisões, pois abrange as 
atividades de planejamento, gerenciamento e mecanismo de controle interno;
c) organização: é como a empresa está organizada, o tipo de estrutura empregada 
(vertical ou horizontal), o grau de autoridade e atribuição de responsabilidade. O 
objetivo é assegurar que todas as atividades da organização sejam desenvolvidas 
de forma ética, sendo influenciadas pelo subsistema institucional;
d) social: abrange o quadro funcional da empresa, incluindo-se nessa esfera a 
cultura e demais características inerentes ao capital intelectual da organização. 
Guerreiro (1996, p. 171) destaca os seguintes fatores que envolvem este 
subsistema: “necessidades dos indivíduos; criatividade; objetivos individuais; 
motivação; liderança; treinamento etc.”;
e) informação: tendo em vista a atual dinâmica dos mercados como um todo, 
este subsistema aparece com uma considerável importância, pois consiste 
no conjunto de dados necessários para uma melhor tomada de decisão dos 
gestores da empresa. Guerreiro (1996, p. 172) enfatiza que: 
[...] dentre as inúmeras atividades executadas no âmbito da empresa, 
existem aquelas que objetivam basicamente a manipulação de 
informações. Elas geram essas informações através da manipulação 
(processamento) de dados derivados da execução das diversas 
atividades necessárias ao desenvolvimento das funções empresariais 
básicas. Essas atividades se caracterizam por três aspectos básicos: 
recebimento de dados, processamento e geração de informações.
Os dados gerados nesta categoria buscam um elevado grau de excelência, 
eliminando a criação de atividades desnecessárias, o que resulta em um melhor 
procedimento de gestão. 
f) físico-operacional: compreende as instalações físicas e equipamentos 
necessários para a realização das atividades inerentes à produção de bens 
e serviços desenvolvidos pela empresa. Nesse contexto ficam excluídos os 
funcionários, pois estão vinculados ao modus operandi do know-how. Como 
exemplos, citam-se os procedimentos de compras, produção, vendas, finanças, 
manutenção, entre outros.
Veja agora a figura esquemática de uma empresa que inclui os 
subsistemas descritos até aqui:
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO
10
FIGURA 3 – VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA, SUBSISTEMAS E EFICIÊNCIA
FONTE: Adaptado de Padoveze (2009a)
Um dos pontos fundamentais do funcionamento dos subsistemas 
com sinergia e eficácia é a existência de um objetivo a ser alcançado para 
onde convergem todas as ações. Veremos este assunto no próximo item.
2.4 MISSÃO DA EMPRESA
A missão de cada empresa encontra-se ligada ao seu respectivo motivo 
básico de existência, notadamente correlacionado aos produtos e serviços 
oferecidos por ela junto ao mercado, visando à satisfação de seu público-alvo. 
O próprio conceito de sistema envolve a ideia [sic] de partes que 
interagem para alcançar um objetivo em comum. Assim, os diversos 
componentes do sistema empresa interagem, para que esta atinja 
seus objetivos. Por objetivo entende-se o alvo ou desígnio a que se 
quer atingir. São vários os objetivos de uma empresa, que poderiam 
ser classificados por hierarquia de importância e temporaneidade. O 
objetivo fundamental, isto é, o mais importante e permanente, é a sua 
missão. (MOSIMANN; ALVES; FISCH, 1993, p. 19).
De acordo com Padoveze (2009a), a missão constitui o propósito da empresa 
e do seu negócio, portanto deve comunicar interna e externamente. Ela deve ser 
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
11
escrita de forma objetiva e breve, compreendendo as atividades da empresa, o 
mercado de atuação, os produtos e serviços oferecidos, a sua diferenciação e o 
seu papel em relação a seus concorrentes e às principais conquistas que se quer 
atingir.
Como exemplo, veja a transcrição da missão da empresa Petrobras:
Atuar de forma segura e rentável, com responsabilidade social e 
ambiental, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos 
e serviços adequados às necessidades dos clientes e contribuindo para 
o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua. 
FONTE: Disponível em: <http://www.petrobras.com.br/pt/quem-
somos/estrategia-corporativa/>. Acesso em: 20 nov. 2011.
Veja também a missão da empresa de cosméticosAvon: 
Nossa Missão
- Ser líder global em beleza.
- Ser a marca de escolha das mulheres.
- Ser líder em vendas diretas.
- Ser o melhor lugar para se trabalhar.
- Ser a maior Fundação para as mulheres.
- Ser a empresa mais admirada.
FONTE: Disponível em: <http://www.avonculturadevida.com.br/premioavon/visao.html>. Acesso 
em: 20 nov. 2011.
É importante que a missão seja definida com muita clareza, uma vez 
que para ela convergirá o sistema organizacional da empresa por meio dos seus 
subsistemas. 
Em algumas empresas, a missão não é explicitada. No momento em que 
a entidade opta por explicitar a sua respectiva missão, deve considerá-la como 
diretriz permanente, a fim de direcionar as finalidades socioeconômicas de tais 
instituições. Caso a missão seja evidenciada de maneira errônea, poderá ser 
desvirtuada de seus reais propósitos, não permitindo aos gestores o conhecimento 
das necessidades imediatas da empresa.
Agora que você já sabe o que é um sistema organizacional e compreende 
a importância de uma empresa ter a missão definida claramente, podemos 
passar para o próximo assunto: os fatores que influenciam o desenvolvimento 
da empresa, como os financeiros, o mercado concorrente, a política econômica e 
social, entre outros. 
2.5 A EMPRESA COMO SISTEMA ABERTO
Em todos os setores empresariais, as empresas apresentam as concepções 
de um sistema aberto. Os fatores externos influenciam de forma relevante nas 
empresas, segundo Tung, que diz o seguinte: 
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO
12
No regime de livre comércio, o alvo da empresa é o maior lucro 
possível, conciliável com o seu crescimento a longo prazo e também 
com o bem-estar da coletividade, mediante o atendimento das suas 
necessidades. Para atingir esse objetivo, a tarefa da empresa seria 
a de determinar quais as necessidades ou desejos desta mesma 
coletividade, para depois organizar-se do ponto de vista da produção 
e da comercialização. Essa tarefa é contínua, pois as necessidades e 
os desejos dos homens sofrem alterações permanentes. Para que a 
empresa consiga maior lucro, cada setor de atividade deverá procurar 
aplicar métodos eficientes, a partir de uma análise acuradamente 
elaborada. (TUNG, 1974, p. 27).
Então, o que acontece fora da empresa pode influenciar nas decisões 
tomadas pelos gestores de cada departamento dentro da empresa.
Para reforçar essa concepção, Bio (1985, p. 18) ressalta que:
Uma das implicações críticas dos conceitos de sistemas na 
Administração é justamente a concepção da empresa como um 
sistema aberto, pois tal visão ressalta que o ambiente em que vive a 
empresa é essencialmente dinâmico, fazendo com que um sistema 
organizacional, para sobreviver, tenha de responder eficazmente às 
pressões exercidas pelas mudanças contínuas e rápidas do ambiente.
ESTUDOS FU
TUROS
Na Unidade 3 serão elaborados os orçamentos por várias áreas ou departamentos 
da empresa. No modelo que será estudado, você aprenderá que o orçamento da área de 
produção exerce influência sobre o orçamento de compras e o orçamento da área financeira 
deve prever quanto será necessário para manutenção da continuidade da empresa. Veremos 
isso na prática.
É importante ressaltar que cada decisão tomada, inclusive por dirigentes 
políticos, pode afetar o andamento das empresas e implicar a necessidade de 
tomadas de decisões, mudando estratégias e ações já previstas. Por exemplo, 
se determinadas empresas exportam alguns tipos de produtos e na política 
econômica daquele país foi aplicada alguma lei protecionista referente a esses 
produtos, essas empresas deverão rever seus planos de expansão, pois assim não 
terão condições de buscar esses mercados. Por isso, é importante simular diversos 
cenários e analisar como a empresa reagiria a determinados acontecimentos no 
mercado. Isso pode prever diversos problemas futuros. 
Chiavenato (2000, p. 552) afirma que:
[...] é perfeitamente aplicável à organização empresarial. A organização 
é um sistema criado pelo homem e mantém uma dinâmica interação 
com seu meio ambiente, sejam clientes, fornecedores, concorrentes, 
entidades sindicais, órgãos governamentais e outros agentes externos.
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
13
As empresas que atuam no mercado nacional e internacional têm a 
necessidade de sempre estarem atualizadas e preparadas para as constantes e 
inevitáveis mudanças de mercado, que estão relacionadas à aspectos financeiros, 
políticos, econômicos e fatores macroeconômicos, entre muitos outros aspectos e 
fatores que influenciam diretamente no seu desenvolvimento.
Enfim, pode-se afirmar que são as constantes mutações internas e externas 
das organizações, decorrentes do ambiente em que estão inseridas, o motivo que 
as levam à sobrevivência no mercado competitivo. 
A amplitude de acontecimentos nacionais e internacionais implica ações 
diretamente na empresa, o que a leva a realizar intercâmbios com o meio, por 
intermédio dos quais angaria pontos importantes necessários à viabilidade da 
entidade, capacidade reprodutiva e adaptativa, resultando em sua continuidade.
O mercado mundial é dinâmico e, diante disso, Kochanski (2000, p. 54) 
afirma categoricamente que: “aquelas que ainda não se adequaram ou ainda não 
estão se adequando a este novo contexto mercadológico, irão sentir-se forçadas a 
adaptarem-se ou irão desaparecer do mercado rapidamente [...]”.
Schein (1987 apud NAKAGAWA, 1994, p. 23-24) também estabelece a sua 
concepção de empresa a partir do sistema aberto da seguinte forma: 
a) a empresa deve ser concebida como um sistema aberto, o que 
significa que ela se encontra em constante interação com todos os seus 
ambientes, absorvendo matérias-primas, recursos humanos, energia 
e informações, transformando-se em produtos e serviços, que são 
exportados para esses ambientes;
b) a empresa deve ser concebida como um sistema de múltiplas 
finalidades ou funções, que envolvem múltiplas interações entre ela e 
seus diversos ambientes. Muitas atividades dos subsistemas existentes 
na empresa não podem ser compreendidas sem que se considerem 
essas múltiplas interações e funções;
c) a empresa é constituída de muitos subsistemas que estão em 
interação dinâmica uns com os outros. Em vez de se analisarem os 
fenômenos organizacionais em termos de comportamento individual, 
cada vez se torna mais importante analisar o comportamento desses 
subsistemas, que sejam considerados em termos de coalizões, grupos, 
funções ou de outros elementos conceituais;
d) devido ao fato de que os subsistemas, em graus variáveis, são 
interdependentes, as modificações ocorridas em um sistema, 
provavelmente, afetam o comportamento dos outros subsistemas;
e) a empresa existe dentro de um conjunto de ambientes, alguns 
maiores, outros menores do que ela. Os ambientes, de diversos modos, 
fazem exigências e oferecem restrições à empresa e a seus subsistemas. 
O funcionamento total da empresa não pode ser compreendido, 
portanto, sem explícita referência a essas exigências e restrições e a 
maneira como ela os enfrenta a curto, médio e longo prazos;
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO
14
f) as numerosas vinculações entre empresa e seus ambientes tornam 
difícil especificar claramente seus limites.
Brito (2003, p. 31) aborda que o relacionamento entre os cenários poderá 
implicar a continuidade da empresa, pois ele entende que “[...] o processo de 
montagem de cenários deve ser visto como processo evolutivo, no qual frequência 
e disciplina são muito importantes [...]”.
ESTUDOS FU
TUROS
Na Unidade 2, no item 2.9, iremos estudar de que forma os cenários podem 
influenciar e até interagir nas atividades das empresas e, por conseguinte, afetar ou não a 
elaboração do processo orçamentário.
2.6 A EMPRESA COMO SISTEMA DINÂMICO
Para entendermos o chamado “movimento sistêmico” que mantém a 
empresa em constante formação ou transformação, é importante estudar o que 
é empresa como um sistema dinâmico. A palavra “DINÂMICA”significa que 
todas as coisas se transformam com a influência de outros fatores ou mecanismos 
existentes. A empresa processa, executa e operacionaliza as suas atividades a 
partir do momento em que os gestores utilizam a força decisória para a tomada 
de decisões.
Isso quer dizer que as coisas somente acontecem quando alguma pessoa 
do comando da empresa “FAZ ACONTECER”.
Catelli (1999, p. 39) corrobora que “[...] a empresa se encontra 
permanentemente interagindo com seu ambiente. Como um sistema dinâmico, 
realiza uma atividade, ou um conjunto de atividades, que a mantém em constante 
mutação e requer que seja constantemente orientada ou reorientada para a sua 
finalidade principal”.
ESTUDOS FU
TUROS
No Tópico 2 (desta unidade), no item 4 - Tipos de orçamento, faremos o estudo 
do Orçamento Flexível. Você poderá verificar, estudar e entender que o orçamento deve 
permitir os ajustes necessários para adequar-se à realidade de mercado.
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
15
O sistema externo e interno de uma empresa pode ser identificado 
conforme a figura a seguir:
FIGURA 4 – CONTEXTO DAS ATIVIDADES NO SISTEMA EMPRESA
Fatores Externos: Mercado, Política Econômica, Globalização, 
Concorrência, Sazonalidade, dentre outros.
Fatores Externos: Mercado, Política Econômica,
 Globalização, Concorrência, Sazonalidade, 
dentre outros.
Retorno do produto ao
distribuidor
Produtos oferecidos ao
Mercado Consumidor.
Produto
Acabado
Insumos
Processamento
da produção
Empresas de produção em escala
Outros recursos:
- Mão de obra
- Energia
- Água
- Maquinários
- Outros
Indústrias 
contratantes 
de produtos ou
serviços
A
B
C
D
Resultado=
Preço-meta
(-) Custos
(-) Despesas
=Custo -Alvo
=Resultado
Econômico
FONTE: O autor 
Observe a figura anterior. Para compreender, vamos utilizar o seguinte 
exemplo: uma empresa do ramo industrial, conforme o conceito de sistema 
empresa, está inserida na produção em escala. Essa empresa interage desde o 
recebimento dos pedidos até a entrega do produto final aos seus clientes. Ela 
adquire a matéria-prima que se encontra disponível no mercado e transforma 
essa mesma matéria-prima em outros produtos que retornarão ao mercado sob a 
forma de produto pronto ou acabado.
A empresa exerce um papel fundamental no funcionamento da cadeia de 
relacionamentos. Já vimos anteriormente que existem diversos fatores externos, 
como o mercado, a política econômica, o governo, a concorrência e a sazonalidade. 
Esses fatores influenciam tanto as corporações contratantes de produtos ou 
serviços como as empresas de produção em escala. A primeira poderá fornecer 
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO
16
insumos para a segunda, que produz em escala somente se houver harmonia 
com os fatores externos. Qualquer anormalidade poderá colocar em risco as suas 
atividades e, como resultado, poderão faltar ou sobrar produtos no mercado.
As grandes corporações industriais fornecem os insumos necessários para 
empresas de menor porte, que transformarão os insumos em produtos acabados 
ou prestarão serviços às grandes corporações. Em ambos os casos, essas empresas 
também necessitam de outros serviços, como energia elétrica, mão de obra, água, 
telefone, material de expediente, dentre outros, movimentando a economia. 
Ao encerrar a produção ou a prestação de determinado serviço, a empresa 
de menor porte retorna os produtos elaborados para o seu contratante de serviços 
(as grandes corporações) e, através da entrega, conclui-se o processo produtivo. 
As grandes corporações disponibilizam seus produtos ao mercado 
consumidor. Por sua vez, o mercado consumidor poderá ou não consumir esses 
produtos, dependendo dos estímulos provocados pelos fatores externos, como 
mercado, política econômica, governo, concorrência, sazonalidade, tendências da 
moda, dentre outros.
Esse processo se transforma em um ciclo, portanto, para a continuidade 
dos empreendimentos, faz-se necessário que todos os segmentos empresariais 
estejam em consonância com os estímulos externos e internos, formando uma 
cadeia de relacionamentos.
Se há consumo, há produção. O inverso poderá paralisar a economia.
ATENCAO
Para reforçarmos esse pensamento, também buscamos a contribuição de 
Chiavenato (2000, p. 553), que diz o seguinte:
Como todos os sistemas sociais, as organizações são sistemas 
abertos, afetados por mudanças em seus ambientes, denominados 
variáveis externas. O ambiente não tem fronteiras e inclui variáveis 
desconhecidas e incontroladas. Por essa razão, as consequências 
dos sistemas sociais são probabilísticas e não determinísticas e o seu 
comportamento nunca é totalmente previsível. As organizações são 
complexas e respondem a muitas variáveis que não são totalmente 
previsíveis. 
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
17
IMPORTANT
E
As empresas existem de acordo com as respostas aos estímulos externos ou 
internos.
De certa forma, podemos afirmar que as empresas estão inseridas em 
sistemas abertos, que trocam produtos e serviços no ambiente em que atuam e 
que formam um elo entre o próprio mercado fornecedor de insumos e o mercado 
consumidor.
Podemos dizer que existe uma interface nesse mercado?
Com certeza podemos afirmar isso. O que ocorre através da inter-relação 
entre um sistema e o ambiente em que está estruturado é chamado de interface. 
Essa interface propõe respostas aos estímulos do mercado onde a empresa 
está inserida, reconhecendo-se essas interações entre todos esses elementos.
Para muitos estudiosos da economia, a empresa responde aos estímulos 
do mercado exterior. Esses estímulos estão relacionados com a sua produção 
(compra de insumos), controles internos, venda de produtos, contratação de mão 
de obra (aspectos sociais), dentre outras, com o objetivo da maximização dos seus 
resultados (em busca do lucro).
Entende-se que a interação de sistemas é complexa e a busca para a 
harmonização dos seus elementos acontece de acordo com o estilo de administrar 
de cada empresa.
2.7 MODELO CONCEITUAL DE SISTEMA EMPRESA
Vimos até agora que as empresas estão inseridas em um ambiente que 
podemos chamar de organismo vivo, pois todo o mercado, a produção, o consumo, 
as finanças, o planejamento, dentre outras coisas estão em constantes mutações. 
Para exemplificar o que vem a ser esse ambiente de inter-relações, apresentamos 
a figura a seguir como sendo um modelo conceitual de sistema empresa.
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO
18
FIGURA 5 – VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA
CONCORRENTES
consumidores
Grandes
Corporações
FUNÇÕES: COMERCIAL
 OPERACIONAL
 FINANÇAS
Atividades Principais
Comprar
Vender
Estocar
Movimentar
Transportar
Distribuir
Resultado
Econômico
Fornecedores
Mercadorias
Transportes
Dinheiro
Informações
Recursos
Humanos
Serviços
Clientes
Dinheiro
Informação
Recursos Humanos
Serviços
AMBIENTE PRÓXIMO
FONTE: Adaptado de Coronado (2001, p. 69)
O Resultado Econômico - em destaque na figura - é o resultado da interação dos 
fatores oriundos das entidades remotas (econômica, social, política, tecnológica, dentre 
outras) com as variáveis ambientais (ambientes onde se desenvolvem as entidades 
remotas, como compras, vendas, transportes, dentre outros). Esses interagem com o 
ambiente interno da empresa, que, de acordo com as principais funções e atividades 
(como produzir, vender, dentre outras), geram o resultado almejado.
Esse RESULTADO ECONÔMICO pode ser o Lucro ou o Prejuízo.
ATENCAO
Qual a influência que a concorrência exerce no sistema empresa? A 
concorrência exerce um papel fundamental no sistema empresa, ela faz parte dos 
fatores externos da empresa que podem afetar o resultado econômico.
De que forma? De diversas formas. As decisões que os gestores das empresas 
concorrentes tomam afetam positivamente ou negativamente. Se o gestor da empresa 
concorrente decidir baixar o preço e, por conseguinte, diminuir a qualidade dos seus 
produtos, corre o risco de afetar a manutençãoda perenidade dos seus negócios no 
TÓPICO 1 | SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL
19
mercado. Contudo, se o gestor da empresa concorrente decidir melhorar a qualidade 
dos produtos sem elevar demais seus preços, isso poderá afetar a perenidade dos 
negócios das outras empresas do mesmo ramo de atividades.
Portanto, uma empresa exerce, diretamente ou indiretamente, influência 
na outra.
De certa maneira, o resultado econômico é alcançado com a utilização de 
todos esses recursos, que são transformados em produtos ou serviços oferecidos 
ao mercado, que remuneram as suas atividades. Por sua vez, os consumidores, 
em geral, são aqueles que se utilizam desses produtos ou serviços das empresas. 
Contudo, essa cadeia produtiva se encontra alicerçada em uma série de decisões 
tomadas pelos seus gestores. Coronado (2001, p. 97) explica que:
Decisões dizem respeito à identificação de eventos futuros. Eventos, por 
sua vez, referem-se à classe de transações, por exemplo, um conjunto 
homogêneo de transações de vendas forma o evento vendas. Logo, 
um evento econômico representa um acontecimento que modifica a 
estrutura patrimonial da empresa. 
Ressalta-se que esses resultados são reflexos das movimentações financeiras 
geradas pelas decisões tomadas, pois, com a escassez dos recursos financeiros 
no mercado, é preciso tomar decisões convenientes para não comprometer os 
resultados da companhia. Essas decisões podem estar relacionadas ao tipo de 
recurso que a empresa necessita (a forma de financiamento), às habilidades 
desenvolvidas pelos profissionais e aos recursos tecnológicos disponíveis. Isso 
impacta nos resultados da empresa e essas decisões estão fundamentadas nas 
ferramentas dos ORÇAMENTOS, que são suficientemente capazes de fornecer 
informações para gerar os melhores resultados.
UNI
Lembre-se! Ferramentas de ORÇAMENTOS são suficientemente capazes de 
fornecer informações para gerar os melhores resultados.
Já é possível compreender que as empresas podem ser determinadas como 
organismos vivos que interagem no ambiente social, econômico e outros. Esse 
dinamismo (ambiente dinâmico) é gerado pelo esforço da tomada de decisões 
dos seus gestores. Essas decisões podem afetar a continuidade (perenidade) dos 
negócios da empresa e, portanto, podem e devem ser determinadas com base 
nas ferramentas de orçamentos, que são elaborados a partir dos estímulos dos 
gestores em resposta ao mercado no seu ambiente de atuação.
No próximo tópico estudaremos os orçamentos e suas aplicações.
20
 Chegamos ao final do Tópico 1. Vamos fazer uma revisão do que estudamos 
até agora.
● Com a teoria dos sistemas pode-se entender que as empresas interagem como 
organismos vivos e sofrem a influência do ambiente interno e externo da 
empresa para a manutenção da sua sobrevivência.
● Na organização empresarial, os departamentos são dependentes entre si, na 
busca da realização dos seus objetivos.
● Diversos fatores externos à empresa, como o governo, as políticas econômicas, 
a relação entre fornecedores e clientes, podem frequentemente alterar a sua 
dinâmica. 
● O sistema organizacional de uma empresa é dividido em vários subsistemas, 
que são: institucional, gestão, organização, social, informação e físico-
operacional.
● A missão deve ser escrita de forma objetiva e breve, compreendendo as 
atividades da empresa, o mercado de atuação, os produtos e serviços oferecidos, 
a sua diferenciação e o seu papel em relação a seus concorrentes e as principais 
conquistas que se quer atingir.
● A empresa é uma organização compreendida como um sistema aberto, pois 
diversos fatores externos influenciam na tomada de decisões de seus gestores. 
● A empresa é uma organização compreendida como um sistema dinâmico, 
pois realiza uma atividade, ou um conjunto de atividades, que a mantém em 
constante mutação e requer que seja constantemente orientada ou reorientada 
para a sua finalidade.
RESUMO DO TÓPICO 1
21
1 Como se processam, na cadeia de atividades, as premissas que foram 
abordadas em teoria de sistemas?
2 Para que o sistema empresa tenha um bom funcionamento, é dividido em 
vários subsistemas. Um dos itens que abordam esse assunto está relacionado 
com a seguinte definição: “É o responsável pelo processo de tomada de 
decisões, pois abrange as atividades de planejamento, gerenciamento e 
mecanismo de controle interno”. Que item é esse?
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Institucional.
b) ( ) Gestão.
c) ( ) Organização.
d) ( ) Social.
3 Conforme os conceitos e características do sistema empresa, explique o 
funcionamento da interatividade das funções.
4 Como funciona um sistema aberto para todos os setores empresariais?
5 No estudo da empresa como um sistema dinâmico, o que significa a palavra 
DINÂMICA?
6 No modelo conceitual de sistema empresa, a que as mudanças ou mutações 
estão condicionadas?
7 Explique o que são entidades remotas no modelo conceitual do sistema 
empresa.
8 Explique o que são variáveis ambientais no modelo conceitual do sistema 
empresa.
9 Explique o que é o ambiente interno da empresa no modelo conceitual do 
sistema empresa.
10 Explique o que significa resultado econômico.
11 Assinale a alternativa que corresponde a “resultado econômico”:
a) ( ) É o resultado da interação dos fatores oriundos das entidades remotas 
(econômica, social, política, tecnológica, entre outras) com as variáveis 
ambientais (ambientes onde se desenvolvem as entidades remotas, como 
AUTOATIVIDADE
22
compras, vendas, transportes, entre outros) que interagem com o ambiente 
interno da empresa, que, de acordo com as principais funções e atividades 
(como produzir, vender, entre outras), geram o resultado almejado.
b) ( ) É o “movimento sistêmico” que mantém a empresa em constante 
formação ou transformação. É importante estudar o que é empresa como 
um sistema dinâmico.
c) ( ) Compreende as instalações físicas e equipamentos necessários para 
a realização das atividades inerentes à produção de bens e serviços 
desenvolvidos pela empresa.
d) ( ) Compreende as mesmas características de interatividade de funções, 
porque elas também fazem parte de um macrossistema que fornece 
seus serviços para um conjunto de empresas que agregam seus bens ao 
produto final.
23
TÓPICO 2
TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos os conceitos de orçamentos, seus objetivos e 
os tipos existentes, dentre eles os orçamentos: estático, flexível, tendência e base 
zero.
Também estudaremos o sistema de orçamentos, que se refere à integração 
das informações dos diversos departamentos, lembrando sempre que o sistema 
de orçamentos está em concordância com o sistema empresa. 
Quando tratamos de resultados financeiros, estamos cobrando esses 
resultados dos gestores, ou seja, a empresa deverá atingir os resultados da maneira 
mais eficaz possível. Desta forma, estudaremos o que refletem os orçamentos e os 
seus efeitos nas pessoas envolvidas no processo.
2 ASPECTOS CONCEITUAIS
Nos tempos atuais, os empresários (os gestores) têm necessidade de 
planejar as ações e buscar o controle da empresa, e o processo orçamentário 
torna-se indispensável na administração de qualquer negócio.
Com as mudanças na sociedade, o desenvolvimento tecnológico e do 
mercado, as empresas aumentaram a sua complexidade no desenvolvimento de 
suas atividades e tornou-se necessário aumentar o volume de informações com 
qualidade, para possibilitar aos gestores o controle do processo de produção e 
tomar decisões estratégicas, podendo prever o seu futuro. 
O processo orçamentário envolve a elaboração de planos detalhados 
de operações a serem cumpridas na empresa com o objetivo de lucro. Esses 
planos envolvem a previsão dos custos e despesas dentro da estrutura das 
políticas existentes, além de fixar padrões para a atuação dos gestores com 
responsabilidades no negócio.
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO
24
UNI
De que formapode-se conceituar um orçamento?
O orçamento pode ser conceituado como um planejamento de operações detalhado em 
todas as suas fases para um período futuro, buscando retratar formalmente as políticas, 
planos e metas estabelecidas pelos administradores, expressos em forma quantitativa.
Portanto, orçar significa processar todos os dados constantes do sistema de 
informação e apresentá-los em forma de relatórios gerenciais, permitindo aos gestores 
terem uma visão do futuro da organização (de forma quantitativa) e poderem 
acompanhar de forma sistemática o cumprimento ou não do que foi orçado.
Para Atkinson et al. (2000, p. 465), os orçamentos representam o seguinte: 
Um papel semelhante no planejamento e no controle para gerentes 
que estão dentro de unidades empresariais e que são parte central no 
projeto e na operação de sistema de contabilidade gerencial. [...] Os 
orçamentos nas empresas refletem as condições quantitativas de como 
alocar recursos financeiros para cada subunidade organizacional, 
com base em suas atividades e nos objetivos de curto prazo. [...] 
Assim, um orçamento é uma expressão quantitativa das entradas de 
dinheiro para determinar se um plano financeiro atingirá os objetivos 
organizacionais. Orçamentação é o processo de preparação dos 
orçamentos.
Em síntese, o orçamento é o instrumento que descreve o plano geral das 
operações, orientado por objetivos e metas propostos pela alta cúpula diretiva da 
empresa para um determinado período.
Também podemos entender que o orçamento é o método de planejamento 
e controle financeiro, vinculado aos planos operacionais e/ou de investimentos, 
com a finalidade de aperfeiçoar o rendimento de recursos físicos e monetários da 
empresa. Isto significa compreender de forma quantitativa o que “pode acontecer” 
com os recursos e resultados da empresa, em períodos futuros. 
UNI
De certa forma, podemos tirar como conclusão que:
Orçamento nada mais é do que colocar à frente aquilo que está acontecendo hoje, 
processando todos os dados constantes do sistema de informação contábil de hoje e 
introduzindo os dados previstos para o próximo período, de acordo com as ferramentas 
para projeção que os gestores utilizam.
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES
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O orçamento não deixa de ser uma pura repetição dos relatórios gerenciais 
atuais, só que com os dados previstos. Vejamos o que Lunkes (2003, p. 37) diz 
sobre o orçamento, seu desenvolvimento e importância nas empresas:
- Na primeira fase predominou o orçamento empresarial, que teve 
como ênfase a projeção dos resultados e posterior controle. É um plano 
projetado para atender a um nível de atividade do próximo período.
- A segunda fase privilegiou o orçamento contínuo, que tem como 
ênfase a revisão contínua, removendo-se os dados do mês recém-
concluído e acrescentando-se dados orçados para o mesmo mês do 
ano seguinte. A aplicação desse método está se tornando bastante 
frequente nas empresas.
- O passo seguinte foi o surgimento do orçamento de base zero (OBZ), 
com a projeção dos dados como se as operações estivessem começando 
da estaca zero e tivessem necessidade de justificar os gastos. No 
orçamento de base zero os gestores estimam e justificam os valores 
orçados como se a empresa estivesse iniciando suas operações.
- A quarta etapa apresenta o orçamento flexível em destaque com 
a projeção dos dados das peças orçamentárias em vários níveis de 
atividade. O orçamento flexível é projetado para cobrir uma gama de 
atividades, portanto, pode ser usado para estimar custos em qualquer 
nível de atividade.
- Posteriormente, surgiu o orçamento por atividades como uma 
extensão do custeio baseado em atividades, com projeção dos recursos 
nas atividades e o uso de direcionadores para estimar e controlar 
resultados. O orçamento por atividades usa a informação sobre os 
direcionadores no planejamento e no processo de avaliação.
- Finalmente, o orçamento perpétuo, que prevê o uso dos recursos 
fundamentado na relação causa-efeito. 
- Pode-se ainda considerar outros métodos, como o orçamento padrão, 
orçamento de tendência e orçamento incremental. 
A importância do sistema orçamentário está basicamente no modo de 
conduzir de forma ordenada as ideias e progredir, passo a passo, nas ações.
Salienta-se que o sistema orçamentário está ligado às constantes mudanças 
que ocorrem no mundo globalizado, especificamente na área tecnológica. Dentro 
deste contexto, é importante que as empresas planejem os seus objetivos e suas 
atividades sempre considerando a necessidade de se adaptar às novas realidades. 
No Brasil, o orçamento passou a ser foco de estudo a partir de 1940, mas 
apenas a partir de 1970 as empresas o adotaram com mais frequência em suas 
atividades.
De modo geral, o processo orçamentário foi sendo adaptado às tendências das 
modernas teorias de gestão e atualmente deve apresentar as seguintes características:
- projeta o futuro da empresa no seu mercado de atuação;
- flexibiliza sua aplicação de modo a facilitar sua operacionalização e compreensão 
dos resultados; 
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO
26
- deve ter a participação direta dos responsáveis na sua elaboração, 
acompanhamento e análise; 
- precisa ter um grau de acerto aceitável dentro da realidade da empresa e do 
mercado; 
- é adaptado ao ciclo operacional, o que possibilita verificar o custo X benefício 
dos investimentos;
- demonstra capacidade para apresentar com rapidez possíveis problemas na 
relação entre gastos e retornos financeiros;
- permite o seu imediato ajuste operacional com encaminhamentos corretivos.
A partir da década de 80, com o acentuado processo de globalização, 
as distâncias desapareceram e as fronteiras deixaram de ser um obstáculo para 
o mundo dos negócios. Isso permitiu que as empresas começassem a buscar 
matérias-primas e montar suas fábricas onde os custos são menores e com 
a possibilidade de oferecer seus produtos e serviços em qualquer parte do 
mundo. Como consequência, os padrões de consumo foram massificados e o 
capital financeiro passou a buscar uma melhor rentabilidade global. Contudo, 
a competição nunca foi tão acirrada. O mercado recebe constantemente novos 
produtos importados ou de concorrentes locais com preços mais baixos, e, com 
isso, a necessidade de maior produtividade e redução dos custos é cada vez 
maior. Figueiredo e Caggiano (2008) abordam que todo este processo impacta 
no contexto externo das relações contratuais das empresas e também no seu 
ambiente interno, criando a demanda por melhores práticas de gestão.
Pode-se dizer que a empresa é uma instituição econômica que tem o 
objetivo de prover a sociedade dos produtos e serviços necessários ou desejados 
pelas pessoas de acordo com a sociedade onde elas vivem. No entanto, esses 
objetivos somente serão viabilizados se o lucro for alcançado. Assim, as atividades 
das empresas devem estar sintonizadas com as metas fixadas ao invés de serem 
realizadas de forma aleatória, isto é, necessitam ser planejadas e controladas. 
3 OBJETIVOS DOS ORÇAMENTOS
Os orçamentos possuem objetivos direcionados para o bom funcionamento 
das empresas. Para entendermos melhor o que significam esses objetivos e sua 
aplicabilidade, buscamos as citações de alguns autores.
Segundo Padoveze (1997, p. 354), o objetivo do plano orçamentário:
[...] não é apenas prever o que vai acontecer e seu posterior controle. 
Ponto básico e, entendemos, fundamental, é o processo de estabelecer 
e coordenar objetivos para todas as áreas da empresa, de forma tal 
que todos trabalhem sinergicamente em busca dos planos de lucros. 
[...] No estabelecimento de objetivos haverá o envolvimento de todos, 
numa gestão participativa, ao mesmo tempo em que se delegará 
responsabilidades. Com isso, será possível a etapa final, que é o 
controle do orçamento e a análise do desempenho e de suas variações. 
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES
27
Esse autor afirma que deve existir o envolvimento detodos os setores 
e todos os responsáveis de cada departamento, e as atividades deverão “estar 
alinhadas” de forma congruente. Warren, Reeve & Fess (2001, p. 179) abordam que 
“o orçamento envolve (1) o estabelecimento de metas específicas, (2) a execução 
de planos para atingir suas metas e (3) a comparação periódica dos resultados 
efetivos com as metas”.
O orçamento é constituído de planos específicos em datas e unidades 
monetárias que visam atingir objetivos programados. É o plano financeiro para 
implantar a estratégia da empresa em determinado exercício e, portanto, é uma 
ferramenta básica de gestão que pode ser de curto prazo ou de longo prazo.
O orçamento de curto prazo (geralmente um ano) é bastante detalhado 
e subdividido de acordo com as áreas da empresa. Sua função é quantificar os 
planos e estabelecer as metas operacionais que determinam o que fazer, quando 
fazer, como fazer e quais recursos utilizar. 
O orçamento de longo prazo orienta a realização dos objetivos estratégicos.
Com o sistema orçamentário podem-se emitir diversos tipos de relatórios 
que contêm informações gerenciais importantes para a gestão de uma empresa, 
como os seguintes: 
- relatórios de análise de desempenho por áreas de responsabilidade; 
- relatórios de análise de resultados, como a margem de contribuição por 
produto; 
- relatórios de investimentos em imobilizado, que possibilitam a identificação 
do pay-back;
- relatórios de performance econômica e financeira da empresa, como o ROAL - 
Retorno Operacional sobre os Ativos Líquidos -, que é o resultado gerado em 
relação aos investimentos dos ativos descontando-se os impostos recuperáveis 
conforme sua aquisição; 
- demonstrações financeiras, como o balanço patrimonial, a demonstração de 
resultado de exercício e a demonstração do fluxo de caixa projetado.
Quando se trata de metas, na verdade estamos falando em estabelecê-las 
para o resultado da empresa de forma global, mas sempre buscando “conectar” 
as atividades de cada departamento, uma vez que cada setor da empresa também 
possui suas metas individuais a serem atingidas. 
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO
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a) Planejamento
O planejamento é um conjunto de metas estabelecidas de acordo com as 
ações individuais e coletivas. 
Segundo Figueiredo e Caggiano (2008), ele é definido como o processo 
de reflexão precedido da ação dirigido para a tomada de decisões com vistas no 
futuro. Para os autores, o processo de planejamento pode ser dividido em cinco 
etapas:
1 Estabelecer os objetivos da empresa.
2 Avaliar os possíveis cenários relacionando os fatores internos e externos que 
poderão afetar as operações da empresa.
3 Avaliar os recursos existentes para o uso eficiente (mão de obra, máquinas, 
investimentos, tecnologia, estoque, capital etc.).
4 Definir a estratégia para alcançar os objetivos estabelecidos.
5 Delinear um programa de ação e discriminar os recursos necessários.
Em síntese, o processo de planejamento deve responder às seguintes 
perguntas: O que deve ser feito? Quando deve ser feito? Como deve ser feito? 
Quem deve fazê-lo?
Para Sanvicente e Santos (1983), planejar é estabelecer com antecedência 
as ações a serem executadas para que sejam alcançados satisfatoriamente os 
objetivos porventura fixados para uma empresa e suas diversas unidades.
O processo de planejamento pode ser dividido em três atividades:
- Planejamento estratégico: avalia os riscos e oportunidades que o setor 
produtivo oferece e os pontos fortes e fracos da organização, com vistas a 
definir as diretrizes políticas, os objetivos e os princípios da empresa.
IMPORTANT
E
Em gestão, podemos compreender as metas como uma função administrativa 
de planejamento, a execução dos planos e das ações, de acordo com o processo 
orçamentário, como uma função administrativa de direção, e a comparação dos resultados 
como uma função administrativa de controle.
Em outras palavras, o orçamento envolve: 
PLANEJAMENTO  DIREÇÃO  CONTROLE.
TÓPICO 2 | TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES
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- Planejamento programa: é um planejamento de longo prazo, normalmente de três a 
dez anos.
- Planejamento orçamentário: é elaborado com um nível de detalhes superior às 
necessidades mais imediatas. Normalmente é o primeiro ano do planejamento 
de longo prazo, previsto e acompanhado mensalmente. 
O orçamento é uma ferramenta que demonstra uma ampla visão financeira 
da empresa e o seu acompanhamento possibilita identificar possíveis resultados 
fora do planejado. Nesse caso, providenciam-se os acertos necessários, evitando, 
assim, possíveis problemas futuros.
b) Direção
A direção pode ser compreendida como o “tomar cuidado” para que as 
ações individuais e grupais sejam coordenadas da melhor forma possível. E essa 
direção deve ser bem orientada através das reuniões dos comitês de avaliação.
c) Controle
O controle é um sistema de verificação do desempenho obtido com os 
objetivos traçados, de forma que ações corretivas possam ser implementadas. Sua 
existência é fundamental tanto para a execução de planejamento de curto como de 
longo prazo. Embora a maior ênfase esteja nas atividades de controle das operações 
de curto prazo, nas situações de planejamento de longo prazo ele permite verificar 
os avanços realizados e a necessidade de rever suas metas.
Para Welsch (1983, p. 29), “controle é exercer continuamente um controle 
dinâmico, agressivo e flexível das operações, para assegurar conformidade realista 
com os planos e objetivos”. 
Desta forma, o controle tem a função de assegurar que as atividades sejam 
executadas em conformidade com os planos traçados. A figura a seguir demonstra 
a relação entre os elementos no processo de planejamento e, posteriormente, o 
controle durante a sua execução.
UNIDADE 1 | PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO
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FIGURA 6 – RELACIONAMENTO ENTRE OS ELEMENTOS NO PROCESSO DE PLANEJAMEN-
TO DE UMA EMPRESA
REALIZADO
ORÇAMENTO
CONTROLE
DO
ORÇAMENTO
SISTEMA DE
INFORMAÇÕES
GERENCIAIS
PLANOS DE
MÉDIO E 
LONGO
PRAZOS
VISÃO, MISSÃO,
OBJETIVOS,
ESTRATÉGIAS E 
POLÍTICAS
BASE DE
DADOS DO
DESEMPENHO
PASSADO
EXPECTATIVAS
DOS 
INTERESSES
INTERNOS
EXPECTATIVAS
DOS 
INTERESSES
EXTERNOS
AVALIAÇÃO:
RISCOS,
FORÇAS,
OPORTUNIDADES
E AMEAÇAS
PLANO ESTRATÉGICO
FONTE: Frezatti (2009, p. 15) 
O controle é uma fiscalização exercida sobre as atividades a fim de evitar 
que elas se desviem das normas e metas preestabelecidas. O ideal é fazer o controle 
à medida que as atividades vão se realizando, mas isso depende da implantação 
de um sistema de controle que envolve custos de implantação e operação.
Para termos uma ideia sobre a necessidade dos controles das operações por 
meio dos processos orçamentários e dos cuidados com a qualidade e o tipo de controle 
ideal para exercer em uma empresa, vamos observar o que Semler (2002) descreve a 
partir da sua experiência sobre a emissão de relatórios, análise e decisões tomadas com 
base nas informações deles extraídos. Semler (2002, p. 73) narra sua experiência como 
administrador da empresa que herdou da família. 
Em 1982 fomos visitados pelo presidente de uma poderosa empresa, uma 
das maiores dos EUA, que ao cabo de uma visita pela fábrica folheou 
nossos sistemas de relatórios mensais e orçamento. 
Naquela época tínhamos os números no quinto dia útil do mês em 
pastinhas organizadíssimas. Se você quisesse saber quanto tinha sido 
o consumo de café na subseção de Usinagem Leve III, era só procurar 
na página 67, quadro 112.6. O homem ficou impressionadíssimo e disse 
que não esperava encontrar tanta eficiência numa empresa brasileira, que 
era muitas vezes maior que nós, que gostaria de ver este mesmo sistema 
instalado na empresa deles.
A partir deste dia andávamos como pavões, declarando a quem quisesse 
ouvir que o nosso sistema de orçamento era estado-da-arte, que o 
presidente de um grande grupo norte-americano... Vocês com certeza 
conseguem imaginar a cena.
Com o passar dos anos fomos percebendo que

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