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Brasília-DF. IntradermoterapIa, preenchImento FacIal, toxIna BotulínIca e prescrIção BIomédIca esteta e FarmacologIa Elaboração Juliana Tironi Machado Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8 UNIDADE I MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA ................................................................................... 9 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO À INTRADERMOTERAPIA ...................................................................................... 9 CAPÍTULO 2 MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA INTRADERMOTERAPIA ............................................................ 16 CAPÍTULO 3 PROTOCOLOS E TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE INTRADERMOTERAPIA: SUGESTÕES DE PROTOCOLOS DE INTRADERMOTERAPIA .................................................................................. 41 CAPÍTULO 4 CLASSIFICAÇÃO DE GORDURA LOCALIZADA ......................................................................... 61 UNIDADE II PREENCHIMENTO FACIAL ..................................................................................................................... 69 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO AO PREENCHIMENTO FACIAL .......................................................................... 69 CAPÍTULO 2 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE PREENCHEDORES .................................................................... 83 UNIDADE III TOXINA BOTULÍNICA ........................................................................................................................... 114 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO À TOXINA BOTULÍNICA .................................................................................... 114 CAPÍTULO 2 TIPOS DE TOXINA BOTULÍNICA ............................................................................................... 119 CAPÍTULO 3 ANATOMIA ........................................................................................................................... 123 CAPÍTULO 4 RESULTADOS DE APLICAÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA ............................................................ 127 UNIDADE IV PRESCRIÇÃO BIOMÉDICA .................................................................................................................. 136 CAPÍTULO 1 RESOLUÇÕES DO BIOMÉDICO ESTETA .................................................................................. 136 UNIDADE V FARMACOLOGIA BÁSICA ................................................................................................................... 142 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA ........................................................................................ 142 CAPÍTULO 2 MEDICAMENTOS .................................................................................................................. 148 CAPÍTULO 3 FARMACOCINÉTICA ............................................................................................................ 154 PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................... 159 REFERÊNCIA .................................................................................................................................. 160 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 Introdução Esta, sem dúvida, é a apostila mais aguardada pelos alunos a partir da Resolução que habilitou os profissionais biomédicosa a entrarem na área dos procedimentos estéticos injetáveis. Esta apostila disponibilizará, a vocês alunos, conhecimentos sobre a farmacologia das medicações, como sua forma de uso, via de administração, tipos de medicamentos, entre outros. Para isso, será estudado os princípios básicos da farmacologia para, então, ser aplicado nos procedimentos mais utilizados na prática clínica, como, por exemplo: intradermoterapia ou mesoterapia, preenchimento facial e aplicação de toxina botulínica. Todas essas técnicas também serão estudas meticulosamente nesta apostila. A partir disso, o aluno poderá, então, ter conhecimento teórico e domínio sobre as técnicas exigidas pelo Conselho Federal de Biomedicina, na área de estética, poderá saber quais medicações devem ser usadas para uma finalidade específica, seja para rejuvenescimento, gordura localizada ou celulite e o porquê disso. Objetivos » Promover o conhecimento fisiológico, farmacológico e terapêutico das técnicas de intradermoterapia, aplicação de toxina botulínica, preenchimento facial e bioestimulação de colágeno. » Compreender mecanismo de ação das técnicas de intradermoterapia, aplicação de toxina botulínica, preenchimento facial e bioestimuladores faciais. » Compreender método de aplicação mais atual das técnicas de intradermoterapia, aplicação de toxinabotulínica, preenchimento facial e bioestimuladores faciais. » Entender o processo farmacológico básico decorrente das vias de administração de um medicamento e a consequência dessa distribuição no organismo, até a via de excreção. » Orientar a prescrição biomédica. » Ter domínio teórico sobre os procedimentos injetáveis. 9 UNIDADE I MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA CAPÍTULO 1 Introdução à intradermoterapia Linha do tempo da mesoterapia A mesoterapia também é denominada de intradermoterapia. É uma técnica bastante utilizada pelos profissionais da área da saúde estética, pois os resultados obtidos são extremamente relevantes e sua aplicação é relativamente simples. Porém, com o objetivo de compreender melhor os princípios que envolvem os tratamentos que utilizam a intradermoterapia, é necessário ter um conhecimento prévio sobre os processos históricos que fundamentaram a técnica. » 400 a. C.: Hipócrates teria usado folha de figueira da Barbária (cacto) para tratar dores no ombro de um pastor local. No entanto, chineses já usavam essa técnica há 2.000 anos, com martelos guarnecidos de pontas, denominada de acupuntura (LE COZ, 2012). » 1793: foi comprovada a ação terapêutica de substâncias injetáveis, pelo Dr. Pravaz (LE COZ, 2012). » 1832: esse mesmo pesquisador inventa a seringa e a agulha oca (LE COZ, 2012). » 1900: na França, surge o “Ressuscitador”, aparelho que contém numerosas agulhas maciças fixadas. Com ajuda de um sistema elástico, essas numerosas agulhas são espetadas na pele, por unguento (LE COZ, 2012). » 1910: na Bélgica, é visto pelo Dr. Lemaire, aplicações de procaína para tratar neuralgias, e, mais tarde, Leriche aplica procaína em gânglios e tendões dolorosos (LE COZ, 2012). 10 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA » 1948 a 1950: Drs. Pistor e Lebel expandem as infiltrações locais de procaína para diversas áreas de aplicações (LE COZ, 2012). » 1952: Marco da Mesoterapia – Dr. Pistor trata um sapateiro asmático com uma injeção de 10 mL de procaína, por via intravenosa. Não há melhora evidente da dispneia, contudo, a surdez do paciente diminui. Desse modo, Pistor teve a ideia de injetar localmente, ou seja, próximo ao lóbulo da orelha, doses baixas de procaína, o que resultou em diminuição substancial da surdez (LE COZ, 2012). » 1953: a técnica de Pistor é divulgada e muitos o procuram, no entanto, ele observa que a técnica não é eficaz para todos os pacientes surdos que ele trata. Contudo, ele observa melhora em outros aspectos, por exemplo: dores da articulação temporomandibular são eliminadas, eczemas do conduto auditivo desaparecem e que os zumbidos são reduzidos (LE COZ, 2012). » 1953 a 1958: os locais de injeção se multiplicam, promovendo a descoberta de outras indicações (LE COZ, 2012). » 1958: O nome “mesoterapia” é proposto na imprensa médica em um artigo publicado na revista La Presse Medicale, em 4 de junho, por Pistor. Nesse artigo, ele destacava as novas propriedades da procaína local na patologia humana. Propõe que “A ação sobre os tecidos originários do mesoderma é tão significativa que esses tratamentos mereceriam o nome global de mesoterapia” (LE COZ, 2012). É interessante ressaltar que, atualmente, a técnica não abrange somente tecidos da mesoderme (vasos, tendões, tecidos conectivos etc.), mas lesões dermatológicas (ectoderma), patologias digestivas (endoderma) também podem ser amenizadas pela mesoterapia (LE COZ, 2012). » 1960: Prof. Bordet pede ao Dr. Pistor que ensine mesoterapia aos estudantes de Medicina Veterinária. Isso vai até 1965, quando Bordet toma a liderança do ensinamento para os alunos (LE COZ, 2012). » 1961: primeiro livro publicado por Pistor: La Mésothérapie (LE COZ, 2012). 11 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I » 1964: é criada por Pistor a Sociedade Francesa de Mesoterapia, nomeando o Dr. Lebel para a presidência. De primeira instância, foram reunidos 16 médicos (LE COZ, 2012). » 1976: Pistor resumiu a técnica de mesoterapia com as seguintes palavras: “Pouco, poucas vezes e no local adequado” (LE COZ, 2012). Ainda nesse ano, Pistor reconheceu que suas recomendações eram empíricas e baseadas em sua própria experiência clínica (LE COZ, 2012). » 1978: Pistor faz uma conferência nos Estados Unidos da América (EUA), em Nova York (LE COZ, 2012). » 1980: Pistor cria o multipuntor (seringa com multipunturas) (LE COZ, 2012). » 1982: falecimento do Dr. Lebel, sobre quem Pistor disse: “O homem que mais ajudou a mesoterapia, em seus momentos difíceis, acaba de falecer. Ele era meu mestre e meu amigo. Se a mesoterapia de hoje reúne nomes que começam a ser conhecidos, um deles, particularmente insubstituível, que está estritamente ligado ao início histórico da mesoterapia e que não poderá jamais ser esquecido, é o nome de Mario Lebel” (LE COZ, 2012). Lebel teve três ideias e ações principais que foram: » a agulha curta ser o pequeno elo entre todos; » ter sido o primeiro presidente em 1964; e » a difusão da técnica entre os veterinários. Criaram também, em 1912, o primeiro diploma da Universidade de Mesoterapia pela Faculdade de Paris XIII (LE COZ, 2012). » 1991: Dr. Pistor cede seu lugar à frente da Sociedade Francesa de Mesoterapia ao Dr. Le Coz (LECO COZ, 2012). » 1992 a 2002: Drs. Pistor e Le Coz viajam juntos pelo mundo para difundir a mesoterapia e ensiná-la aos médicos da América do Sul, Europa e África (LE COZ, 2012). » 2001: surgiram trabalhos indexados no MedLine sobre o uso da intradermoterapia/mesoterapia para as dermatoses inestéticas (LE COZ, 2012). 12 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA » 2002: criação do diploma interuniversitário. Qualificação do ato mesoterápico pelo Caisse Nationale d´Assurance Maladie (CNAM) (LE COZ, 2012). » 2003: falecimento do Dr. Pistor (LE COZ, 2012). » 2004: médicos americanos encontram-se na França (Paris) para estágios do Dr. Le Coz e partem para difundir a técnica de origem francesa para o outro lado do Atlântico. A partir daí, Le Coz é regularmente convidado para ir ao Canadá e EUA ensinar a técnica aos colegas (LE COZ, 2012). » 2005: Ásia administra a nova abordagem terapêutica (LE COZ, 2012). » 2007: o diploma interuniversitário de mesoterapia já compreende cinco faculdades (LE COZ, 2012). » 2008: até o momento, o ato mesoterápico introduzido na nomenclatura do CNAM ainda não foi numerado (LE COZ, 2012). Intradermoterapia na prática biomédica A intradermoterapia é uma técnica minimamente invasiva que consiste em injeções intradérmicas ou subcutâneas de várias misturas diluídas de extratos naturais de plantas, agentes homeopáticos, produtos farmacêuticos, vitaminas e outras substâncias bioativas que são infundidas em quantidades muito pequenas, que variam de 0,1 mL a 0,2 mL, por meio de múltiplas punturas dérmicas em vez de poucas injeções (BROWN, 2006; TANRIKULU, 2007; KALIL, 2006). Essa técnica também é conhecida como mesoterapia, no entanto, esse nome não condiz apenas com um tratamento estético em específico, mas descreve um método de fornecimento de drogas. Além disso, o termo “mesoterapia” é proveniente da mesoderme, uma das três camadas germinativas do embrião que origina tecido conjuntivo, muscular, circulatório, entre outros (ROTUNDA; KOLODNEY, 2006). É interessante ressaltar que, antes da mesoterapia ser aceita como uma modalidade de tratamento estético, a intradermoterapia era utilizada no tratamento de diversas patologias, principalmente para dores e reumatismo (KALIL, 2006). Michel Pistor, médico francês, em 1952, foi o primeiro a relatar a utilização da mesoterapia com injeções de procaína próxima à orelha de pacientes com deficiência auditiva para melhorar a audição, embora essa tenha sido restaurada por um curto período. Foi relatado melhoria nas articulações, zumbido e eczema na região tratada (ROTUNDA; KOLODNEY, 2006; PISTOR,1964). 13 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I Desde então, a intradermoterapia vem se tornando mais popular no ramo estético, principalmente por sua extensa finalidade. Pode ser usada para tratamento de rejuvenescimento facial, flacidez, hidrolipodistrofia, ginoide, alopecia, redução de medidas e emagrecimento (DUNCAN; ROTUNDA, 2011; ROTUNDA, 2009). Mecanismo de ação da intradermoterapia Segundo Sivagnanam (2010), a derme é uma junção das funções imunológicas, circulatórias e neurológicas. Desse modo, propõe que a ação medicamentosa da técnica de intradermoterapia pode atuar em uma dessas funções, desencadeando o processo de reparo, seja na flacidez, ou estria, produzindo colágeno e elastina, ou pela vasodilatação, aumentando o processo lipolítico no local, por exemplo. A pele tem uma propriedade de reservatório, principalmente no nível da camada córnea. A função de barreira é assegurada pela camada córnea, cuja eliminação aumenta consideravelmente a permeabilidade da pele (WEPIERRE, 1980a). Desse modo, os produtos injetáveis ativam os receptores dérmicos e se difundem lentamente por meio da microcirculação. Não é necessária a presença física do fármaco no órgão alvo, pois o produto pode atuar por meio de receptores responsáveis por desencadear um influxo nervoso ao liberar mediadores químicos com ações à distância. Esses receptores são numerosos, porém, variam em quantidade segundo sua localização e profundidade (KAPLAN, 1992). De modo geral, na mesoterapia, preconiza-se a aplicação do medicamento na região mais próxima do órgão-alvo. É possível pensarmos que o produto injetado localmente tenha um valor energético, mais do que químico, em certas condições. Além disso, as moléculas grandes e os compostos fortemente lipofílicos são reabsorvidos de forma lenta e preponderantemente por via linfática. As moléculas pequenas são absorvidas principalmente por via sanguínea (WEPIERRE, 1980b). A retenção nas estruturas cutâneas e subcutâneas permite ao medicamento permanecer concentrado sob a zona de aplicação e produzir efeitos farmacológicos locais, enquanto sua difusão periférica permanece reduzida e não acarreta ação sistemática (LE COZ, 2012). A persistência de medicamentos nas regiões profundas da pele foi comprovada após aplicação de alguns corticoides, de tiroxina, de estradiol, entre outros. Esse experimento mostrou que, após a absorção, os medicamentos aplicados retornam diretamente ao coração sem passar pelo fígado (WEPIERRE,1980c). Os efeitos secundários por via intradérmica são reduzidos com relação às vias 14 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA subcutâneas e intramuscular, uma vez que estas atingem a grande circulação de forma mais rápida quando comparada à via intradérmica (LE COZ, 2012). Disponível em: htp://www.vichy.pt/international/Lalaborat%C3%B3rios-Vichy/ Camada-granulosa-1cmp1204.aspx. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abd/v86n1/v86n1a13.pdf. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls 000439406&fd=y. A punctura promove um estímulo no sistema neuroendócrino, dando origem à liberação de uma série de neurotransmissores, tais como: a encefalina responsável pela modulação da dor, promovendo um efeito anestésico após a sua liberação a betaendorfina responsável pela ação lipolítica e o aumento da imunidade, aumentando a concentração de linfócitos T, como acontece também na pratica de exercícios físicos; a substância decapeptídio, envolvida nas respostas inflamatórias, liberada quando se provoca uma irritação ao tecido, causando vasodilatação, taquifilaxia, aumento da permeabilidade venular (edema), eritema, liberação de aníon superóxido e outros mediadores, como histamina, prostaglandinas, enzimas lisossômicas e, finalmente, induz a reação inflamatória irritativa, desencadeando reflexos somáticos e viscerais. A puntura promove também o estimulo à produção de colágeno e de elastina (recuperação tecidual) (MAYA, 2007). Mrejen, em 1992, observou que, injetando medicações em diferentes profundidades dérmicas, no caso entre 4 mm e 10 mm, havia diferença no tempo de excreção da medicação. Aplicando em uma profundidade de 10 mm, percebeu-se que o produto atingia a circulação mais rapidamente e sua eliminação ocorria antes do desejado. No entanto, quando o produto era aplicado em uma profundidade de 4 mm, era maior o tempo que o medicamento ficava disponível na camada. Com isso, padronizou-se a aplicação da intradermoterapia em uma profundidade ideal de 4 mm. Nessa profundidade, após 10 minutos decorrentes da aplicação, a quantidade do fármaco no local da aplicação permanece em 50%. Em profundidades maiores que 4 mm, após 10 minutos, a permanência do fármaco declina para 16% (TENNSTEDT, 1976; AMIN et al. ,2006). Dessa forma, é evidente que as injeções intradérmicas se difundem por via sanguínea. Assim, concluiu-se que a difusão de um produto em intradermoterapia depende da profundidade na qual é injetado. Essa diferença pode ser ilustrada com curvas de eliminação: o caminho intradérmica superficial teria uma curva 15 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I de eliminação monoexponencial, enquanto que o caminho intradérmica mais profunda teria uma curva biexponencial (eliminação inicial mais rápida, correspondendo a uma injeção intravenosa, seguida de eliminação mais lenta no reservatório derme) (MREJEN,1992). Por muito tempo, a base de cada mistura foi a procaína. Atualmente, além da procaína, utilizamos com muita frequência lidocaína ou soro fisiológico como solvente de base. (LE COZ, 2012). Na hora da mistura das medicações, na mesoterapia, é importante saber que elas precisam ser preparadas em uma ordem precisa de pH para evitar flóculo. (LE COZ,2012) 16 CAPÍTULO 2 Medicamentos utilizados na intradermoterapia Medicações Em 2012, saiu a Resolução no 4.302 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proibindo o uso de alguns extratos vegetais isolados ou associados com outras substâncias. São eles: » Chá verde. » Centella asiática. » Ginkgo biloba. » Melilotus. » Castanha-da-Índia. » Dente-de-leão. » Sinetrol. » Ayslim. » Girassol. Posteriormente, em 2013, foi publicada a Resolução no 128 da ANVISA proibindo o princípio ativo Tiratricol. Além disso, substâncias alcoólicas e oleosas foram proscritas dos tratamentos injetáveis mesoterápicos por apresentarem risco de desenvolvimento de necrose tecidual. Atualmente, outras substâncias também foram proibidas pela ANVISA, como os lipossomas de girassol, por não ter nenhuma comprovação científica em relação a sua eficácia e por provocar irritação e alergias na pele. Extrato de polifenóis da alcachofra, pois quando aplicada no corpo essa substância pode deixar vermelhidão, coceiras e manchas arroxeadas que não saem. Lipostabil, pelo ativo presente que é a fosfatidilcolina. Mais recentemente, a ANVISA e o conselho de Biomedicina suspenderam o uso, para a classe, de desoxicolato de sódio e seus derivados. 17 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I Não obstante, a intradermoterapia possui uma vasta variedade de medicamentos que podem ser utilizados em diferentes tratamentos. A seguir, estão listadas algumas classes medicamentosas e os medicamentos que fazem partes delas: » anestésicos/paticolíticos; » venotróficos (venolinfáticos ou vasoativos); » lipolíticos; e » eutróficos, entre outros. Anestésicos/paticolíticos Na grande maioria dos protocolos de intradermoterapia, os anestésicos, preferencialmente utilizados para minimizar a dor do procedimento, são lidocaína a 1% (para as condições agudas) ou procaína a 1% (para condições crônicas) sem epinefrina. Na França, drogas como buflomedil (vasodilatador) e pentoxifilina também são utilizados, pois se acredita que podem aumentar a microcirculação no tecido local e facilitar a eliminação de resíduos metabólicos . Em estudos com animais,a pentoxifilina tem demonstrado possuir efeito anti-hiperalgésico. Ervas como alcachofra, ginko biloba, melilotus também são utilizadas para melhorar a circulação local (VALE et al., 2004). Procaína (pH – 5,0) A procaína é uma amina secundária, pertencente ao grupo éster. É considerada um anestésico fraco de curta duração (1h). Sua toxicidade é 110 x maior por via intravenosa em relação à via subcutânea. A procaína é utilizada na mesoterapia por suas propriedades simpaticolíticas, analgésicas e vasodilatadoras (CALAIS,1987). Lidocaína (1% ou 10 mg/mL) É um anestésico local de pH neutro (6,0-7,5) mais potente que a procaína, com potência de 60 a 75 minutos. Apresenta um período de latência menor que a procaína, sendo mais estável entre todos os anestésicos conhecidos. É uma amida. Existem várias diluições de lidocaína na mesoterapia, e a mais encontrada e utilizada é a de 1%. Um estudo sobre as reações secundárias, realizado com 2.839 pessoas que aplicaram injeções de mistura contendo lidocaína, não mostrou nenhum choque anafilático ou vagal (CAHIER,1990). 18 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA Anestésicos locais geralmente atravessam a bainha do nervo na forma não ionizada, porém, interagem com os receptores situados na membrana neural na forma ionizada, estabilizando o potencial da referida membrana, o que bloqueia a condução nervosa. A despolarização talvez ocorra devido à interferência com o fluxo de íons Na+ e K+ através da membrana plasmática (CAHIER,1990). A lidocaína, assim como outros anestésicos locais, pode ser ineficaz em áreas inflamadas, pois o pH, por ser mais baixo, facilita a ionização das moléculas de lidocaína, dificultando sua penetração nas fibras nervosas (CAHIER,1990). Apesar da sua grande utilização na prática clínica, a lidocaína pode apresentar alguns efeitos adversos, tais como: reações locais de origem alérgica ou citotóxicas, dores, edemas, neurite e dermatite e eczematoide. Venotróficos (venolinfáticos ou vasoativos) Os vasoativos são muito usados na mesoterapia, e sua utilização parece ter efeito importante. São fármacos responsáveis pelo efeito vasodilatador, permitem uma melhor absorção e difusão dos outros fármacos (LE COZ, 2012). Segundo Mrejen (1992), haveria uma terceira circulação no corpo humano, além da sanguínea e a linfática. Existiria uma circulação que ocorreria entre o plasma e o líquido intersticial, mais especificamente na substância fundamental amorfa da derme. Assim, os medicamentos injetados ficariam no interstício dérmico e seriam absorvidos por unidades microcirculatórias, atravessariam a parede capilar e atingiriam a circulação linfática ou sanguínea, de acordo com a especificidade do produto (HERREROS et al., 2007). Buflomedil (Alfabloqueador 10mg/mL pH-6,5) Utilizado nos fenômenos de insuficiência venosa, pois é um vasodilatador arteriolar, é importante para o aporte de oxigênio no tecido. Estimula a drenagem de toxinas, e, além disso, inibe agregação plaquetária e melhora o fluxo sanguíneo. Pode ser usado via intradérmica em celulite e alopecia e subcutânea para gordura localizada. Por fim, não se vê reações adversas em intradermoterapia devido à baixa dosagem utilizada. 19 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I Minoxidil Promove ação vasodilatadora periférica. É indicado para alopecia, pois estimula a microcirculação em torno do folículo piloso, auxiliando o crescimento capilar (LE COZ, 2012). Estimula os folículos em fase de miniaturização, ou seja, de pequeno diâmetro e hipopigmentados, e estimula a multiplicação de células da matriz (na raiz do cabelo). É interessante usá-lo de 1 a 4 meses, de modo que seja possível observar o crescimento. Devem ser feitas manutenções. Finasterida Inibidor da 5alfa-redutase tipo 2, reduz em dois terços a transformação de testosterona em DHT. Esse composto não reduz as ações fisiológicas da testosterona, mas apenas diminui as concentrações de DHT. Ocorre, inicialmente, um aumento na contagem folicular, com pico aos 12 meses, e, logo após, o aumento na espessura dos fios. Os efeitos se perdem após 12 meses de descontinuação do uso. É importante fazer manutenção. Benzopirona (5mg/mL pH-7,0) Conhecida também como Cumarina, atua principalmente na redução do edema, aumentando a resistência da parede dos vasos e diminuindo o conteúdo de macromoléculas no interstício (o que faz com que o edema se perpetue). Substância marcadora (substância ativa) do Melilotus, diminui a fragilidade dos capilares, otimiza o retorno venoso e, assim, diminui o edema local. Favorece a migração de macrófagos para o local do edema e, dessa forma, contribui para a fagocitose de macromoléculas impróprias do interstício que desencadeia o edema (VALE et al., 2004). Reduz inflamação. Benzopirona com rutina (pH -0,5%-2,5%) Atuam em sinergismo, melhorando circulação periférica, e diminuem a fragilidade capilar. Dessa forma, otimizam o retorno venoso e reduzem o edema. Indicado para a realização de protocolos para o eixo vascular. Apresenta ação antioxidante (MREJEN, 1992). A rutina é um flavonoide que age na cadeia do ácido araquidônico, diminuindo a inflamação e a permeabilidade capilar. Sintetiza colágeno, aumenta a produção de elastina e proteoglicanos. O uso desse composto é intradérmico. Composto considerado vasculoprotetor e venotônico (MREJEN,1992). Apresenta ação lipolítica estimulada pelas catecolaminas e hormônios lipolíticos. 20 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA Pentoxifilina (20mg/mL pH-7,0-8,5) As pentoxifilinas apresentam ação sobre a deformabilidade das hemácias e são consideradas vasodilatadores periféricos. Além disso, elas são utilizadas em membros inferiores por serem consideradas medicamentos interessantes para celulite em grau III e IV (LANCET, 2002). Além de sua ação vascular, atribui-se a ela propriedades anti-inflamatórias, fibrinolíticas e lipolíticas (GEORGE, 2008). Medicamentos lipolíticos São aqueles medicamentos que, por meio de diferentes mecanismos de ação, possuem a capacidade de quebrar a gordura localizada. Estimulam a lipólise e/ou inibindo a lipogênese no nosso organismo (RIBEIRO, 2010). Sabe-se que a quebra de gordura estocada nos adipócitos é regulada pelos receptores α-2 e β-receptores, na superfície da célula adipocitária. A lipólise ocorre por hormônios, incluindo estrógeno ou estimulantes químicos, incluindo a cafeína, por exemplo. A atividade do β -receptor aumenta a lipólise. Já a atividade do receptor α-2 inibe o β-receptor. Por isso, a ativação β-adrenérgica e a inibição α-2 adrenérgica aumentam a lipólise nos adipócitos (MATARASSO; PFEIFFER, 2005). O número de razão de α-2 e β-receptores nos adipócitos variam em diferentes áreas do corpo, por exemplo: quadril e coxa contêm mais α-2-receptores, desse modo, a gordura nessas áreas é mais resistente à lipólise, já os β–receptores são encontrados em maior quantidade no abdome (MATARASSO; PFEIFFER, 2005). É interessante salientar que a lipólise representa um processo pelo qual os triglicérides intracelulares são hidrolisados, ou seja, degradados em ácidos graxos livres e glicerol, os quais ficam disponíveis na circulação. No entanto, a lipólise não produz um efeito permanente, tais como: apoptose ou necrose celular. Em vez disso, a lipólise dispara uma resposta metabólica aguda que é, com toda a probabilidade, transitória (ROTUNDA, 2005). Devido a isso, deve ser orientado que paciente, tanto durante como após o tratamento estético, permaneça com a reeducação alimentar e a prática de exercício físico, para que possa manter por mais tempo os resultados da intradermotrapia. Não obstante, estudos já salientaram que o desoxicolato de sódio também é capaz de levar o adipócito à morte celular por apoptose e necrose (MATARASSO; PFEIFFER, 2005; JAYASINGHE et al., 2013; SCHULLER-PETROVIC et al., 2008). 21 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADEI Os lipolíticos apresentam mecanismos importantes como diminuição na formação de triglicérides (lipogênese); inibição na fosfodiesterase e aumento de AMPc – esta quando ativada inibe lipólise –; bloqueio dos alfa-receptores, estímulo dos beta receptores e bloqueio dos receptores neuropeptídeos (estes agem principalmente na celulite, restabelecendo a macrocirculação local e diminuindo o edema) (RAWLINGS, 2006; DUNCAN, 2007; RIBEIRO, 2010). Não é recomendado o uso de terapias que estimulem a circulação periférica logo após o procedimento, nem mesmo a realização de atividades físicas. O aumento da circulação periférica induz a perda de medicamento do tecido para a corrente sanguínea, contrariando o princípio da técnica. Algumas medicações e mesclas medicamentosas, assim como formas de aplicações, podem vir a causar uma discreta reação de resposta celular no nível do panículo adiposo que reveste o plano muscular. Trata-se de um pequeno afluxo de células linfoides diversas (fibrócitos, histiócitos, macrófagos, plasmócitos) localizado na periferia das grandes células vascuolares de gordura. Nota-se também uma vasodilatação dos capilares. Tipos de medicamentos lipolíticos Cafeína (250mg/mL, 5% ou 50mg/mL, pH- 7,0) A cafeína ou 1,3,7-trimetilxantina é lipossolúvel e, quando ingerida, é rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal. Sua metabolização acontece no fígado, iniciando com a retirada dos grupos metila 1 e 7, reação catalisada pelo citocromo P450 1A2, levando à formação de três grupos metilxantinas. Sua ação lipolítica se deve à mobilização dos ácidos graxos livres dos tecidos ou estoques intramusculares. Atua ainda como competidor dos receptores de adenosina e, como estes atuam inibindo a lipólise, tem-se um aumento nos níveis de AMP’c, que ativa as lipases hormônios sensíveis, promovendo a lipólise (MELLO; KUNZLER; FARAH, 2007). Sua ingestão pode contribuir para o aumento e para a manutenção da perda de peso, o que corre por meio da oxidação da gordura e de termogênese (DUNCAN, 2007). Seu efeito estimulante sobre o sistema nervoso central ocorre pelo aumento da concentração plasmática de noradrenalina. Isso estimula o processo lipolítico, ao inibir a fosfodiesterase, aumenta a meia-vida 22 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA do AMP’c e, consequentemente, a atividade da proteína quinase A (PKA) e da lipase hormônio sensível (LSH) (CURI et al., 2003). Adicionalmente, parece aumentar os níveis de proteínas desacopladoras do tipo 3 (UCP-3) no tecido adiposo branco. As proteínas desacopladoras estão presentes nas mitocôndrias das células e têm a capacidade de desacoplar a fosforilação oxidativa por dissipar, na forma de calor, o gradiente eletroquímico que foi gerado pelo processo respiratório. É por meio desse processo que nos mantemos aquecidos durante o inverno; a chamada termogênese. Foi demonstrado que animais transgênicos que expressavam essas proteínas além do normal apresentaram redução do tecido adiposo. Portanto, essa seria outra ação da cafeína na lipodistrofia localizada e no fibro edema ginoide (RAWLINGS, 2006; MORI et al., 2009). A cafeína também é encontrada no mercado, na forma combinada com a sinefrina, que é extraída da laranja amarga, e recebe o nome comercial de Amarashape®. A sinefrina tem estrutura semelhante à adrenalina. Liga-se a receptores adrenérgicos dos adipócitos e aumenta a quantidade de AMPc intracelular levando a lipólise. Considerando que a cafeína é a substância lipolítica mais conhecida, que atua inibindo a fosfodiesterase (que faz a quebra do AMPc), a junção desses dois princípios aumenta a quantidade de AMPc e, consequentemente, a atividade lipolítica (TERRA; MININ; CHORILLI, 2009). A teofilina, outra metilxantina, tem taxa de permeação cutânea inferior à cafeína, baixa solubilidade em água e efeitos secundários marcantes, mas o ácido teofilino acético, um derivado da teofilina, é hidrossolúvel e seguro para uso tópico (RIBEIRO, 2010). Resumindo, a cafeína inibe a fosfodiesterase, aumenta o AMPc intra-adipocitário e, consequentemente, estimula a lipólise. Faz parte da família das xantinas. Indicado para tratamentos com gordura localizada e celulite (hidrolipodistrofias) e estimula o SNC. (MORI et al., 2009). Além disso, aumenta a termogênese e a oxidação das gorduras (maior metabolização dos ácidos graxos). É geralmente utilizada nas hidrolipodistrofias, mas favorece claramente os hematomas. É preferível, portanto, injetá-la em subcutânea com dose baixa e diluída (MORI et al., 2009). No entanto, pode ser visto esse composto em aplicações intradérmicas (para gordura localizada) e intramuscular (melhora o desempenho físico), pois ativa o metabolismo também (MORI et al., 2009). 23 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I Na aplicação intramuscular, pode apresentar reações como taquicardia, insônia em pacientes mais sensíveis, além disso, podem ocorrer interações em pacientes fumantes, metabolizando mais rápido o composto, ou em pacientes que fazem uso de anticoncepcional, o que retarda a metabolização (RIBEIRO, 2010). Contraindicado: para pacientes que apresentam hipersensibilidade às xantinas, hipertensos e cardiopatas (RIBEIRO, 2010). Substâncias da família das xantinas, como cafeína, aminofilina, entre outras são estimulantes lipolíticos, ou seja, aumentam os beta-receptores dos tecidos adiposos, promovendo a lipólise no local tratado (VELASCO et al., 2008; MORIMOTO et al., 2001). Pentoxifilina (pH-7,0) Como já falado no tópico dos venotróficos, essa xantina apresenta efeito benéfico na microcirculação por inibir a agregação plaquetária, melhorar a deformidade dos eritrócitos, ao diminuir a viscosidade do sangue, e por apresentar efeito vasodilatador sobre os capilares (GUIRRO; GUIRRO, 2007). Indicada para tratamentos com gordura localizada e celulite. As reações adversas que pode apresentar são urticária e prurido no local da aplicação, mas regride ao término do tratamento (GUIRRO; GUIRRO, 2007). Aminofilina (pH-9,0) Essa última xantina apresentada também tem ação lipolítica, aumentando a produção de AMPc e, consequentemente, quebrando os triglicérides em ácidos graxos e glicerol. Inibem a produção de prostaglandinas e a liberação de histamina e leucotrienos e diminuem o processo inflamatório. Também é indicado para tratamento de celulite (GUIRRO; GUIRRO, 2007). Pode apresentar dor no local da aplicação e sensação de calor. É contraindicada para aplicação intramuscular em cardiopatas (GUIRRO; GUIRRO, 2007). Ioimbina (0,5%, 5 mg/mL, pH-5,0) Alcaloide da planta Pausinistalia yoimbina, antagonista de receptor alfa-adrenérgico em adipócitos. Esse antagonismo induz a lipólise intra-adipocitária. Em outras palavras, liga-se a receptores alfa 2 adrenérgicos, aumentando a disponibilidade 24 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA de ligação da norepinefrina à receptores beta 2 adrenérgicos. Consequentemente, aumenta a lipólise e diminui a lipogênense (RASCOVSKI, 2000). É indicado para tratamento com gordura localizada. Nas mulheres: quadril e coxa; e em homens: região lateral do tronco (RASCOVSKI, 2000). Não deve exceder dose máxima de 10 mg/mL por sessão (RASCOVSKI, 2000). Não associar esse composto com cafeína (xantinas) e a outras substâncias de pH alcalino – precipitação. As reações locais podem ser: ardor no momento da aplicação e, por ter uma ação vasodilatadora, podem ocorrer hematomas. É contraindicado para pacientes com hipersensibilidade à ioimbina, hipertensão ou problemas cardíacos. Essa medicação apresenta complicações na maioria dos pacientes e muitos relatam sentir reações como calafrios e náuseas por 3 horas após a aplicação. Geralmente, recomenda-se ao paciente não se alimentar por 2 horas antes de aplicar tal composto (RASCOVSKI, 2000). L-carnitina (30%, 300mg/mL, pH-7,0) É um aminoácido sintetizado nos tecidos, que favorece a hidrólise total da molécula deácido graxo na mitocôndria. Aumenta o ATP nos músculos quando associado ao exercício físico (KEDE; SABATOVICH, 2009; RIBEIRO, 2010). Responsável por transportar os ácidos graxos livres do citosol para as mitocôndrias para, assim, serem oxidados. Além disso, pode ser usado via intradérmica e intramuscular. As reações causadas podem ser ardor no local da aplicação (KEDE; SABATOVICH, 2009; RIBEIRO, 2010). Outros aminoácidos também podem ser utilizados, como L-ornitina associado com L-arginina, os quais atuam na mobilização de gorduras do organismo. L-taurina evita a degradação das proteínas, favorecendo o uso de gorduras como fonte de energia e aumentando a insulina, o que melhora o metabolismo da glicose. Na aplicação intramuscular, é interessante associar com inositol trifosfato (KEDE; SABATOVICH, 2009; RIBEIRO, 2010). Para melhorar o desempenho, recomenda-se fazer restrição de carboidratos e gorduras na dieta, fazer exercícios físicos. É interessante utilizá-la com outros lipolíticos trifosfato (KEDE; SABATOVICH, 2009). 25 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I Mesoglicano (pH-7,0) Apresenta ação lipolítica, estimulando a lípase e inibindo e dificultando a deposição de gordura, ideal para tratamento de celulite graus III e IV. Tem a tendência de causar hematomas. É interessante associar com benzopirona. Além da sua ação lipolítica, o mesoglicano apresenta ação fibrinolítica e antiedema por lisar as traves fibrinogênicas e por reorganizá-las (CHORILLI et al., 2007). Desoxicolato de sódio (4,75% pH-7,0) O desoxicolato de sódio é um sal biliar solúvel em água que promove a lise celular, levando a redução do tecido adiposo subcutâneo (ROTUNDA et al., 2004). Além disso, também tem sido mostrado na redução de lipomas (ROTUNDA et al., 2005). No intestino, ele é capaz de emulsificar a gordura proveniente da alimentação, sendo também um produto metabólico de bactérias intestinais (JAYASINGHE et al., 2013). Brown (2006) discutiu o possível papel do desoxicolato de sódio no tecido adiposo. Ele sugeriu que esse composto, dentro do tecido subcutâneo, poderia desempenhar quatro diferentes formas: a micela, vesículas e/ou monômeros e cristais. Desse modo, o desoxicolato de sódio em forma de vesículas e/ou monômeros leva à necrose celular, quando, na forma de micela, poderia resultar na mobilização da saída da gordura dos adipócitos. Por fim, na forma de cristal, poderia ser prejudicial às células. Isso dependeria da sua concentração (BROWN, 2006). Matarasso (2009) relata que a associação de desoxicolato de sódio com vasodilatadores resulta em uma rápida absorção do desoxicolato de sódio para dentro da célula. Sua aplicação deve ser subcutânea. Se aplicado via intraderme, causa necrose. 5% dos pacientes têm chances de formação de nódulos doloridos, e sua duração persiste de 7-15 dias. As reações comuns da aplicação desse composto são: vermelhidão, prurido, inchaço (até 5 dias), leve incômodo no local. Tal incômodo é persistente durante todo o tratamento (BROWN, 2006). Desox-sil (dosoxicolato de sódio 4,75%/silício 3%) – exclusiva marca PINEDA. Apresenta ação emulsionante de gorduras. A formulação especial permite o uso do desoxicolato de sódio em veículo diferenciado fosfolipídico com maior biocompatibilidade, o que facilita a dispersão pelo tecido e aumenta o número de células atingidas com redução dos efeitos colaterais. Apresenta menor edema e menor risco de fibrose e formação de nódulos 26 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA Para tratamentos com desoxicolato de sódio, aconselhe seu paciente a fazer semanalmente drenagem linfática, sempre espaçando 48 horas da aplicação. Caso ocorra nódulo, indique que, na hora do banho, massageie o local ou, então, com uma compressa de água quente, faça a massagem no local. Para que ocorra o menos possível de nódulo, é essencial aplicar 0,1 mL por ponto. No entanto, não é só isso que fará ocorrer o nódulo, considerando que isso faz parte do mecanismo de ação do composto. Esse produto deve ser usado sempre com um anestésico e venolinotrófico. Não fazer retroinjeção com desoxicolato de sódio. Figura 1. Após duas sessões de intradermoterapia com o protocolo desoxicolato de sódio, L-carnitina, buflomedil, lidocaína, cafeína, houve uma redução de 13 cm na circunferência abdominal total. Fonte: Machado JT. Liberada pelo paciente da autora desta apostila (2015). Figura 2. Complicações com desoxicolato de sódio após má conduta na aplicação – necrose tecidual. Fonte: http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2012/08/mulheres-feridas-ao-eliminar-gordura-em-clinica-ficam-sem- medicamento.html. Acesso: 9/5/2020. 27 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I Silício orgânico (0,5%, ou 5 mg/mL, pH6,0) Apresenta ação lipolítica pelo aumento de AMPc, consequentemente bloqueando a enzima fosfodiesterase. Também apresenta ação eutrófica, regenerando as fibras dérmicas. É elemento estrutural do colágeno, elastina, proteoglicanos e glicoproteínas. Apresenta ação antifibrótica e antioxidante, opondo-se à peroxidação lipídica. É indicada para lipodistrofias, celulite, mesolifting facial, hidratante, anti-inflamatória, antienvelhecimento e estrias (KEDE; SABATOVICH, 2009). Eutróficos São responsáveis por melhorar o tecido conjuntivo e, desse modo, agem estimulando as produções de fibras colágenas e reorganizam as já existentes, contribuindo também para a formação da matriz extracelular desse tecido (LE COZ, 2012). Fatores de crescimento Os fatores de crescimento são proteínas reguladoras, mediadores de vias de sinalização no interior das células e entre elas. Eles são encontrados em vários tecidos em fase de cicatrização e renovação celular (ZOE, 2009). São mediadores biológicos naturais que atuam sobre os processos de reparo e regeneração. Os fatores de crescimento podem ser aplicados em cicatrização e cura de ferimentos, ação anti-anting, estímulo de crescimento capilar, inibição de crescimento de pelos, crescimento de cílios e tratamento para manchas, sendo utilizados com o intuito de remover células epidermais danificadas, estimular a produção de novas células e nutrir as existentes (BEN et al., 2006). São indicadas para estrias, flacidez e rejuvenescimento facial: » IGF: aumenta níveis de colágeno e elastina, estimula a mitose celular, estimula os folículos capilares a produzirem um cabelo mais denso e forte. Importante papel no crescimento capilar (BEN et al., 2006). » EGF: melhora a aparência de cicatrizes e manchas, reduz e previne rugas pela ativação de novas células da epiderme (BEN et al., 2006). » TGFb3: estimula novas células da epiderme, reduz rugas e estrias pelo estímulo da síntese de colágeno e elastina (BEN et al., 2006). 28 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA » b-FGF: melhora a elasticidade da pele e a circulação periférica (BEN et al., 2006), acelera a cicatrização em feridas aberta e as repara, reduz e previne linhas e rugas de expressão pela ativação de novas células na derme. » VEGF: estimula o crescimento capilar, facilita a nutrição do folículo e induz à angiogênese (BEN et al., 2006). » AFGF-FC: estimula o crescimento capilar e inibe sua despigmentação, aumenta a circulação sanguínea do couro cabeludo, promove a revitalização dos folículos capilares e induz síntese de colágeno e de elastina. Ácido alfa-lipoico (0,05%) O ácido alfa-lipoico é sintetizado naturalmente pelo organismo, com atuação no fígado, rins e coração. Foi descoberto em 1951, por sua atividade nos processos de síntese de energia, como coenzima, atuando na descarboxilação oxidativa do ácido pirúvico e dos alfas-cetoácidos. Mais tarde, suas propriedades antioxidantes foram descobertas e, então, sua utilização foi voltada para a redução de processos inflamatórios e em combate ao envelhecimento. Atualmente, é utilizado para tratamentos em estrias, flacidez e rugas. É um importante anti-inflamatório, antioxidantee lipotrópico. É contraindicado para pessoas com hipersensibilidade aos componentes da formulação (PERRICONE, 2001). O ácido alfa-lipoico apresenta dupla solubilidade (em água e em gordura – lípides), dessa forma consegue penetrar facilmente em todas as partes e estruturas da célula protegendo-a contra a ação dos radicais livres. Por ser um elemento sintetizado naturalmente pelo organismo, o ácido alfa-lipoico exerce diversas funções no organismo, dentre as quais podem ser citadas: regulação do metabolismo lipídico e carbônico, ação lipotrópica, ação anti-inflamatória. Atua como antioxidante metabólico por controle de radicais livres, e restituição das funções mitocondriais devido à atividade antioxidante e por fazer parte do complexo de enzimas presentes nessa categoria (PERRICONE, 2001). Benefícios após a aplicação: » redução da inflamação; » melhora do aspecto da elasticidade e tônus da pele; » diminuição de rugas finas; 29 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I » diminuição das dimensões, coloração e profundidade das estrias; » prevenção do eritema causado pela exposição ao sol; » alisamento do relevo das cicatrizes hipertróficas e normotróficas; e » suavização das rugas profundas. Sugestão de protocolo de aplicação Aplicação ponto a ponto ou retroinjeção uma vez por semana, durante seis semanas, a depender da avaliação/anamnese. Ácido glicólico (1%) O ácido glicólico é um agente ceratolítico de pH 3,5 extraído da cana de açúcar pertencente ao grupo dos alfa-hidroxiácidos. É constituído por dois átomos de carbono que lhe conferem uma rápida difusão a nível intercelular por ser hidrofílico e por não necessitar de proteínas plasmáticas para exercer sua função. É indicado para tratamentos como foto envelhecimento, mesolifting facial, estrias jovens e flacidez (HERNANDEZ; FRESNEL, 1999). O ácido glicólico apresenta ação ceratolítica por diminuir a coesão de corneócitos por interferência na formação de ligações iônicas, destruindo a proteína que une um corneócito a outro. Além disso, atua na síntese de glicosaminoglicano e outras substâncias da matriz intracelular da derme (HERNANDEZ; FRESNEL, 1999). Os glicosaminoglicanos promovem uma intensa hidratação devido à grande capacidade de absorção de água. Por essa razão, preenche as lacunas deixadas nas estrias, rugas e flacidez cutânea. Histologicamente, observa-se o aumento na espessura do estrato granuloso na epiderme na adesão da união dermoepidérmica e do número de fibras elásticas, colágenas e seu reordenamento, reposicionando-as paralelamente (HERNANDEZ; FRESNEL, 1999). Consequentemente, estimula a síntese de colágeno e elastina. Aumenta a incorporação de prolina no colágeno (HERNANDEZ; FRESNEL, 1999). Ácido mandélico (pH- 5,0) Apresenta as mesmas propriedades que o ácido glicólico. Difere-se somente no tamanho da molécula, sendo esta última maior. É contraindicado para pessoas 30 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA com hipersensibilidade aos componentes da formulação e aos alfa-hidroxiácidos (GARG et al., 2009). Glucosaminoglicanos (GAG) Gel amorfo constituído por condroitin sulfato, queratan sulfato, heparan sulfato e dermatan sulfato. Apresenta forte agregação às proteínas de ligação. É uma estrutura organizada e estimula a síntese de matriz extracelular. Promove efeito esponja na derme (CHORILLI et al., 2007). Indicado para preenchimento transitório, flacidez dérmica facial e corporal, estrias jovens e antigas (CHORILLI et al., 2007). Ácido hialurônico (40mg/2mL ou 2,5% ou 60mg/mL) O ácido hialurônico é um polissacarídeo aniônico (anteriormente chamado de mucopolissacarídeo) de alto peso molecular, presente naturalmente na matriz extracelular do tecido conjuntivo. Liga-se a proteínas, outros polissacarídeos aniônicos, atraindo moléculas de água e formando uma matriz em forma de gel, o dá sustentação aos tecidos, aumenta a espessura derme-epiderme, mantém a sua elasticidade e auxilia em suas trocas metabólicas. É o principal glicosaminoglicano da pele. É indicado para tratamentos como flacidez facial e corporal, mesolifting facial e estria, por apresentar poder hidratante, cicatrizante e hidroscópico (CHORILLI et al., 2007; HERREROS, 2011). O ácido hialurônico, devido à grande capacidade de absorção de água, consegue reter de 200 a 500 moléculas de água. Quando aplicado por via intradérmica, também ocorre hidratação intensa, preenchendo as lacunas deixadas pela estria e pela flacidez cutânea. O ácido hialurônico incorpora-se à matriz que proporciona elasticidade, tonicidade e maciez à pele. Além disso, devido a sua ação anti-inflamatória, impede a criação de cicatrizes e aderências. É contraindicado para pacientes alérgicos a polissacarídeos. Deve-se evitar aplicações próximas às áreas vascularizadas (irritação e inflamação) (CHORILLI et al., 2007; HERREROS, 2011). Ácido hialurônico com condroitin (XADN) O condroitin também é um polissacarídeo que auxilia no equilíbrio do tecido conjuntivo (HERREROS, 2011). 31 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I Essa associação XADN é indicada para flacidez por melhorar a hidratação da pele. O uso intradérmico, e em estrias, devido à ação anti-inflamatória do condoritin, melhora a cicatrização. Uso por retroinjeção. É contraindicado para pessoas que têm alergia aos componentes da fórmula (HERREROS, 2011). Colágeno (1%) O colágeno é uma das proteínas que formam as fibras do organismo. É constituído principalmente pelos aminoácidos glicina hidroxiprolina, hidroxilisina e prolina. O colágeno está presente em grande quantidade nos tendões, na pele, nos ligamentos e nos músculos. Suas fibras formadas por um arranjo regular de moléculas de tropocolágeno são praticamente inextensíveis e têm como característica principal a resistência a tensões. É indicado para tratamentos de flacidez facial e corporal e estrias, devido ao seu poder hidratante e eutrófico do tecido conjuntivo (MACIEL; OLIVEIRA, 2011; KEDE; SABATOVICH, 2009). Quando aplicado por via injetável, exerce o eritema de preenchimento em locais no qual as fibras de colágeno e elastina estão danificadas, como em estrias, sulcos e regiões que apresentam flacidez (MACIEL; OLIVEIRA,2011; KEDE; SABATOVICH, 2009). O colágeno hidrolisado é 90% mais digerível que o colágeno nativo. Ele também diminui a aparência das rugas e evita o envelhecimento precoce. Para melhorar a absorção de colágeno pelo organismo, deve-se aliar sua ingestão com alimentos ricos em vitamina C. O colágeno hidrolisado é muito importante para os adeptos das dietas pouco calóricas, pois o baixo valor calórico na alimentação contribui para a perda de colágeno. Os cabelos e a pele são diretamente beneficiados com o seu uso. DMAE (3%) DMAE ou 2-Dimetilaminoetanol é um composto que funciona como estabilizador e antioxidante da membrana plasmática celular e eficaz anti-aging. Possui excelente ação tensora a curto e em longo prazo. É o precursor da acetilcolina, o neurotransmissor responsável pela contração muscular. Além disso, estimula a produção de fibroblasto na síntese de matriz extracelular (PERRICONE, 2001). 32 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA Apresenta efeitos lifting antirrugas, anti-idade, diminuindo os sinais do envelhecimento. Desse modo, é indicado para o tratamento de flacidez dérmica e muscular tanto facial quanto corporal (abdome, parte interna de braços e pernas) (PERRICONE, 2001). Deve ser injetado uma vez por semana ponto a ponto, em todo o rosto, mesmo ao redor dos olhos e pálpebras superiores e inferiores e pescoço. O efeito lifting dura em torno de 3-4 horas. No entanto, há efeito acumulativo com o uso (PERRICONE, 2001). A reação adversa pode ser coceira e vermelhidão. Esse tratamento é contraindicado para pacientes que usam botox, devido ao efeito antagônico (PERRICONE, 2001). Elastina (1%) A elastina é uma das proteínas que formam asfibras do organismo. Sendo indicada para flacidez corporal e facial e estrias, apresenta grande poder hidratante e nutritivo (KEDE; SABATOVICH, 2009). Com o envelhecimento, vários processos ocorrem na derme e epiderme, os quais podem danificar as fibras colágenas, tais como: ação de radicais livres, associação de lipídeos aos grupamentos hidrofóbicos e aumento de conteúdo de cálcio e de magnésio. Esses fatores formam as fibras mais espessas e frágeis, fato que leva à perda de sua flexibilidade, com risco de consequente rompimento. Alterações bruscas de peso, que promovem o chamado “efeito sanfona”, também podem romper essas fibras, provocando o aparecimento de estrias, linhas de expressão e flacidez na pele (MACIEL; OLIVEIRA, 2011; KEDE; SABATOVICH, 2009). Silício orgânico (1mg pH-7,0) – Trissilinol O silício orgânico apresenta efeito lipolítico, como também antioxidante e eutrófico no tecido conjuntivo. É indicado para tratamentos de flacidez facial, estrias, gordura localizada, celulite associada à flacidez, e rugas. Geralmente, é associado a um venotrófico (KEDE; SABATOVICH, 2009). No organismo humano, constitui um elemento estrutural do tecido conjuntivo, atuando como um blocatalizador e intervindo em diferentes processos enzimáticos (KEDE; SABATOVICH, 2009). 33 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I O silício orgânico participa da constituição das macromoléculas que formam o tecido conjuntivo, como a elastina, o colágeno, os proteoglicanos e as glicoproteínas, evitando sua degeneração, favorecendo e estimulando sua regeneração induzida e regulando a proliferação dos fibroblastos (KEDE; SABATOVICH, 2009). Age também como regulador, normalizador, estimulante e protetor dos processos metabólicos e de divisão celular. Atua como agente antioxidante, opondo-se à peroxidação lipídica e reorganizando os fosfolípides da membrana. Dessa forma, o silício age contra o envelhecimento precoce (KEDE; SABATOVICH, 2009). O silício induz e regula a produção de fibroblastos no tecido conjuntivo, atua como antioxidante, inibe a formação de radicais livres por participar da constituição das macromoléculas que formam o tecido conjuntivo, reduz a degeneração das fibras de colágeno e elastina, e estimula sua regeneração (KEDE; SABATOVICH, 2009). Não deve ser aplicado em pessoas que apresentam alergia aos componentes da fórmula e aos salicilatos e seus derivados (KEDE; SABATOVICH, 2009). DMAE está citado nos artigos científicos para uso tópico na sua forma base (líquida). Vitamina C (20% ou 222mg/mL, pH-6,0) Trabalhos demonstram que, embora a capacidade proliferativa e a síntese de colágeno sejam idade dependente, o ácido ascórbico sintético é capaz de estimular a proliferação celular bem como a síntese de colágeno pelos fibroblastos dérmicos independentemente da idade. A vitamina C atua também como importante cofator para enzimas (PERRICONE, 2001). É essencial para a formação do colágeno e não é produzido pelo organismo. À medida que a pele envelhece, a derme torna-se fina e seu colágeno diminui. Essas alterações aceleram-se ainda mais com a exposição aos raios UVA e UVB de forma crônica (PERRICONE, 2001). Por sua ação na biossíntese do colágeno, e por seu efeito redutor de radicais livres, a possibilidade de liberar doses farmacológicas de ácido L-ascórbico, via percutânea, apresenta-se como uma interessante e importante terapêutica (PERRICONE, 2001). Benefícios: » potente ação antioxidante; 34 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA » restaura a luminosidade da pele fotoenvelhecida; e » estimula a síntese de colágeno e elastina. De uso intradérmico, sua principal indicação é para flacidez, mesolifting facial e estrias. Apresenta reações como ardor no local da aplicação momentâneo. Outros tipos de medicamentos utilizados São aqueles fármacos que não se enquadram em nenhuma das categorias citadas anteriormente ou que possuem mecanismo de ação diferente. Mesoglicano (pH- 7,0) Além do que já foi observado nos comentários do tópico lipolítico, o composto mesoglicano apresenta ação fibrinolítica, seu estímulo ocorre pela lípase advinda das lipoproteínas. Desse modo, inibe depósito de lípides e melhora o endotélio vascular. Seu uso é intradérmico. Um dos principais efeitos adversos é o rompimento do vaso, o que causa hematoma, isolado ou associado à benzopirona . É contraindicado para pessoas que têm hipersensibilidade a heparinóides (CHORILLI et al., 2007). Hialuronidase (pH-5,5) É uma enzima proteolítica. Esse produto parece poder ser degradado pela aplicação de antisséptico alcoólico. Concedeu-se a ele uma responsabilidade de “descompartimentação” na celulite. Atribui-se a esse produto propriedades de estimulação dos fibroblastos. No entanto, ele pode causar reações locais intensas imediatas ou retardadas. É capaz de mudar a permeabilidade do tecido conjuntivo e de diminuir edema. Seu uso pode ser intradérmico para celulite ou subcutâneo para gordura localizada (CHORILLI et al., 2007). Há necessidade de fazer teste cutâneo. Pode causar processos alérgicos (eritema, prurido, vermelhidão) até depois da quarta aplicação. A aplicação deve ser feita intralesional em uma concentração de 200 UTR por local onde foi feito o preenchimento irregular. 35 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I Frasco: 3000URT em 10mL soro 200 UTR = 0,7mL Ácido tranexâmico Age nos compostos que atuam na diferenciação dos melanócitos, inibindo-os e, assim, evitando a formação de mais células produtoras de melanina. É indicado na redução da pigmentação do melasma, na remoção de hemossiderina, na remoção da hiperpigmentação da pele resultante de cicatrizes de acne, manchas senis, hormonais, medicamentosas e por exposição solar, e para tratamento para olheiras (ALBUQUERQUE, 2005). Reduz a atividade da tirosinase (enzima responsável pela síntese de melanina). Ácido kójico Despigmentante natural, não é fotossensível e não causa alergia. Diminui a produção de melanina pela tirosinase (MAYUMI et al., 2007). Associando dois despigmentantes na fórmula de ação sinérgica, otimiza os resultados. Exemplos: ácido glicólico, vit C, entre outros ativos (MAYUMI et al., 2007). Tem ação antioxidante e ajuda na prevenção do envelhecimento cutâneo. Tripeptídeo – 41 Derivado do fator de crescimento TGFβ, é um produto nanolipossomado. Desse modo, apresenta facilidade na absorção. É indicado para tratamentos de gordura localizada e celulite (ROVER et al., 2001; CHORILLI et al., 2007). O tripepdeo-41 ativa NFkb, que aumenta a produção de citocinas pró-inflamatórias, como o TNFα. Ele aumenta o AMPc em adipócitos e bloqueia o PPARg (estes são receptores importantes na adipogênese). Reduz a expressão de C/EBP (fator de transcrição essencial na adipogênese) e, por último, mas não menos importante, reduz o acúmulo de triglicérides pela inibição de PPARg e C/EBP (ROVER et al., 2001; CHORILLI et al., 2007). Coenzima Q10 Desempenha papel fundamental no metabolismo energético, e na proteção antioxidante das células, no entanto, diminui a partir dos 30 anos. Conhecido 36 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA como ubiquitinona, essa coenzima é encontrada em todas as células do nosso organismo, principalmente nas musculares, cardíacas e do músculo esquelético. Fortalece o sistema imunológico, ativa a produção de anticorpos, a ação antioxidante, neutraliza os radicais livres, retarda o envelhecimento e ajuda a regenerar a vit. C e a vit. E. Previne doenças cardíacas e melhora distúrbios cardiovasculares, como a hipertensão. Biotina É a vitamina do complexo B, conhecida como vit. B7 e vitamina H. Processa gorduras, proteínas e carboidratos, gerando energia para o corpo e produzindo ácidos que mantêm a pele, as unhas e os cabelos em ótimo estado. Sua ausência pode deixar a pele seca, escamosa e com vermelhidão ao redor da boca e do nariz. Metionina É um aminoácidoessencial, não produzido pelo organismo e deve ser ingerido por meio da dieta. Contém enxofre, substância necessária para a produção do antioxidante natural, a glutationa. Também produz a cisteína e a taurina, que ajudam no processo de eliminação das toxias, criam tecidos saudáveis e promovem a saúde cardiovascular. Crisina Extraída da planta Passiflora coeruela, apresenta atividade fitoestrogênica, antioxidante e ansiolítica. Considera uma “isoflavona anabólica”, pelo seu efeito antiestrógeno, impedindo a conversão da testosterona em estrogênios. D-Pantenol Vitamina D, o D-pantenol, forma ativa do ácido pantotênico do grupo da coenzima A, é uma substância que apresenta papel dos mais importantes na regulação dos processos de suprimento de energia. Ele se fixa em cada célula viva e auxilia na construção da célula e na manutenção normal do crescimento. Ao ser aplicado na pele ou nos cabelos, converte-se em vitamina B5. Sua forma bioativa exerce poder hidratante e acelera a regeneração celular, promovevendo também a queratinização da pele e do cabelo. 37 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I Inositol Apresenta ação no metabolismo celular, com ação energética. É membro das vitaminas do complexo B, hidrossolúvel, essencial para o metabolismo das gorduras, e pode auxiliar na redução dos níveis do colesterol. Ajuda na redução da aterosclerose. L-taurina Utilizada como suplemento energético devido seu efeito desintoxicante, facilita a excreção de substâncias não mais úteis ao organismo. Produz aumento do fluxo sanguíneo e auxilia na utilização da gordura como fonte de energia. L-arginina Lipolítica, drena toxinas e combate flacidez. Muito utilizada em todos os tipos de lipodistrofias e níveis de celulite e em tratamento de pequenos panículos de gordura. Bons resultados para protocolos combinados com carboxiterapia. L-prolina Atua na produção de colágeno. Quando associado à lisina, vit. C e cobre apresenta melhores resultados. Suas funções são fortalecer tendões e ligamentos, reparar musculatura e tecido vascular, cardioprotetor e ajuda no envelhecimento cutâneo. L-lisina Efeito supressor: impede a replicação do vírus Herpes simplex. Não pode associar a L-arginina (serve de meio de cultura ao vírus). L-fenilalanina Atua na produção de tirosina, aumentam a dopamina (melhora a depressão e Parkinson), aumentam a produção de colecistoquina, que é um sacietogênico, pois aumenta o tempo do alimento no estômago – protocolos de apetite/emagrecimento. Contraindicado se associado a fenilcetonúricos. L-ornitina Aminoácido essencial, produzido pela utilização da hidrólise da L-arginina. Ornitina tem papel importante na produção do hormônio do crescimento e é usada para aumentar a massa muscular durante a redução de gordura corporal. 38 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA HMB Betahidroxibetametilbutirato (HMB), é o aminoácido que deriva do metabolismo da leucina. Sua ação decorre da redução da proteólise muscular e aumento da massa magra. Desse modo, auxilia na eliminação da massa gorda corporal. Apresenta ação anticatabólica, ou seja, preserva a quantidade de massa magra durante os exercícios. Atua de modo a beneficiar o crescimento das células e a produção de proteínas, o que garante a hipertrofia muscular. BCAA São aminoácidos de cadeia ramificada e sua forma injetável se assemelha com a oral, mas os comprimidos ou o pó dessa substância apresenta ação generalizada. Quando injetada, apresenta ação local, como ganho de massa muscular. Composição: isoleucina, valina e leucina, associado a l-carnitina, l-arginina, vit. B6, magnésio, zinco e lidocaína. Realizado uma vez por semana. Após a aplicação, o paciente deve realizar atividade física em um período curto, de apenas 2 horas, para conseguir então um maior efeito desse composto nas fibras musculares. Picolinato de cromo Mineral essencial para a produção de insulina. O aumento da insulina melhora o recebimento de glicose, a circulação sanguínea e a manutenção dos níveis de açúcar no sangue. Pode resultar em ganho de energia, queima de gordura e construção de massa muscular. Indicado para pessoas que não conseguem emagrecer porque consomem altas taxas de doce. Inibidor de apetite e vontades!! Picolinato de cromo + exercício físico = diminuição da gordura e melhora da massa muscular. 5HTP Hidroxitriptofano age da mesma forma que o triptofano. É percursora da serotonina, neutransmissor responsável pela sensação de bem-estar. Esse composto sai facilmente da corrente sanguínea em direção ao cérebro e aumenta os níveis de serotonina no sistema nervoso central, contribuindo para o humor. Ele também favorece a liberação da leptina, hormônio da saciedade, e também melhora a qualidade do sono e o combate dos sintomas da TPM. 39 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I Morosil Suplemento natural, feito a partir do extrato seco da laranja Moro, encontrada no Mediterrêno. Seus benefícios são: gerenciamento do peso, aumento da sensibilidade à insulina, redução dos triglicérides e colesterol total, redução da gordura abdominal, potente antioxidante. Vitamina B12 – metilcobalamina É necessário reações de metilação: trio (complexo B, b12 e B9) +taurina Indicações: distrofia muscular (regenera terminais nervosos motores), esclerose múltipla, Alzheimer (melhora a memória e a comunicação), Parkinson, atua no metabolismo, L-dopamina, autismo (SC), sistema imunológico, hipotireoidismo, doença renal e psoríase. Deficiência: exame dosar b12 (211 – 911pg/mL). O ideal é acima de 700 pg/mL. Dose diária de 1000 mcg. Efeito colateral: acne temporária. Benefícios da vitamina B12: auxilia na formação e no reparo de células, previne anemia, protege o sistema nervoso, fornece resistência e energia, previne o surgimento do câncer, atua na pele, nas unhas e nos cabelos, auxilia na fertilidade masculina, reduz peso e aumenta massa magra. Não há diferença na quantidade recomendada para homens e mulheres, mas gestantes necessitam de apenas 0,0026 mg diários, enquanto as lactantes precisam de 0,0028 mg, também diários. A vitamina B12 é hidrossolúvel; o excesso é eliminado sem qualquer tipo de armazenamento. Desse modo, deve-se consumir as quantidades recomendadas diariamente. PQQ Vitamina do complexo B: 100x mais potente que a vitamina C. Apresenta cofator de oxirredução: neutraliza superóxidos e hidroxilos – cardioprotetor e neuroprotetor. Aumenta o número de mitocôndrias, promove biogênese (ativa genes de reprodução), protege DNA mitocondrial e preserva os já existentes. 40 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA Indicação: envelhecimento precoce, terapia oxidativa, metabolismo, melhora da performance, atividade física, previne cabelos brancos. Cuidado: IM/EV promove um calor súbito seguido de tontura (duração de 30-40 min). Gluconato de cobre O íon cobre melhora a tonalidade da pele e age como cofator da tirosinase responsável por transformar a tirosina em melanina. 41 CAPÍTULO 3 Protocolos e técnicas de aplicação de intradermoterapia: sugestões de protocolos de intradermoterapia Os protocolos são essenciais no nosso dia a dia, no entanto, para que possamos desenvolvê-los da melhor forma possível, precisamos ser capazes de dominar a técnica, além de ter conhecimento dos ativos, como foi visto no capítulo anterior. Além disso, precisamos saber avaliar o real problema do nosso paciente, pois, dessa forma, saberemos qual o melhor protocolo deve ser utilizado para obter os melhores resultados. Abaixo, são apresentados alguns exemplos de protocolos e sugestões interessantes a serem usados no cotidiano, contudo, na prática, acabamos desenvolvendo nossos próprios protocolos, sem contar que em muitos casos serão necessários desenvolver protocolos personalizados, o que o diferenciará no mercado de trabalho. Atualmente, além dos tratamentos injetáveis, sempre fazemos prescriçõesde cápsulas ou tópicos, dependendo para o que for o tratamento, de modo que o paciente/cliente permaneça com a conduta home care. Assim, obteremos melhores resultados pela associação e pela rotina de tratamentos que o paciente terá, o que trará mais assiduidade e desempenho ao processo. Despigmentante Aplicação intradérmica por toda a extensão da mancha a ser tratada. Adicionar 0,1mL por ponto durante 12 semanas, sendo realizada 1x/semana. » Ác. Tranexâmico 8mg. » Ác. Kójico 20mg. » Lidocaína 8mg. » Veículo qsp 2mL. 42 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA Flacidez corporal ou facial ou estrias » ADN (ácido hialurônico 10% + condroitin 2,5%) 2mL. » Elastina 1% 2 mL. » Lidocaína 1% 2mL. » Silício orgânico 1mg/2mL. » DMAE 3%/2mL. Rugas e linhas de expressão » Ácido hialurônico 40mg/4mL. » Glucosamina 20%/4mL. » Silício Orgânico 1mg/2mL. Flacidez corporal » Ácido hialurônico 10%/2mL. » DMAE 3%/2mL. » Condroitin Sulfato 200mg/2mL. Flacidez facial I » Ácido glicólico 1%/2mL. » DMAE 3%/2mL. » Ácido Hialurônico 40mg/2mL. » Lidocaína 1%/2mL. Flacidez facial II » Condroitin sulfato 10%. » Ácido hialurônico 0,06%. 43 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I » Silício orgânico 0,5%. » DMAE 2,5%. » Lidocaína 1%. Rejuvenescimento facial I » DMAE 7%. » Lidocaína 2%. Rejuvenescimento facial II » IGF. » TGP2. » EGF. » Ácido Mandélico. » Ácido Kójico. » GAG. Estria vermelha » IGF. » Vit. C 20%. » Ácido hialurônico 1% + Condroitin 2,5% (XADN). » Silício Orgânico 10mg/mL. » Glicerinol. » Lidocaína 1%. 44 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA Estria branca Mescla I » IGF. » Vit. C. » Polidocanol 0,5% - 0,5mL. » Silício Orgânico 10mg/mL. » Componente Isolado - Gluconato de Cobre 0,28% - 0,5mL. Mescla II » Ácido hialurônico 0,06%. » Buflomedil 1%. » Sulf. magnésio 10%. » Silicium P 3%. » Lidocaína 1%. Observação importante Em casos de estria com aparência branca, é indicado utilizar, nas primeiras aplicações, o Gluconato de cobre, observando a necessidade de aplicação em cada sessão. Uma vez que ele persista, agindo no local por uma semana e obtendo a coloração desejada da pele, retire o medicamente da mescla. Flacidez corporal Mescla I » Silício Orgânico 10mg/ml. » Colágeno 2%. 45 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I » IGF. » TGF. » Ácido hialurônico 1%. Mescla II » DMAE 2,5%. » Silício Orgânico 0,5%. » Polidocanol 0,5%. » Lidocaína 1%. » GAG 17,2%. Celulite » Benzopirona + Rutina 1mg/2mL. » Cafeína 50 mg/2mL. » Mesoglicana. » Lidocaína 2%. Celulite grau II » Ioimbina 0,5%. » Buflomedil 1%. » Crisina 100mcg. » L-carnitina 30%. » Lidocaína 10%. Celulite grau III » Desoxicolato 122mg. » Pentoxifilina 2%. 46 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA » Crisina 100mcg. » Silício Orgânico 0,5%. » Lidocaína 1%. Para gordura localizada Mescla I » Desoxicolato de sódio 4,75%. » Cafeína 100mg/2mL. » Silício Orgânico 10mg/mL. » Bbuflomedil 10mg/2mL. » Lidocaína 1%. Mescla II » Tripeptídeo - 41 1,2% 2mL. » Cafeína 10mg/2mL. » Lidocaína 1%. » Silício Orgânico 10mg/2mL. » Aminofilina 40mg/2mL. Intramuscular – emagrecimento » Aminofilina 20mg. » Furosemida 5mg. » Lidocaína 40 mg. » Cafeína 100 mg. » Inositol 100mg. » Veículo qsp 5mL. 47 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I Emagrecimento grau I Mescla I » Picolinato de cromo 200mcg. » L-ornitina 150mg. » L-fenilalanina 50mg. » Inositol + Taurina 200mg. » Lidocaína 10 mg. Mescla II » Vit. B12 + Metionina + inositol + colina 2mL. » L-cornitina 600mg. » L-ornitina 150mg. » L-fenialanina 2,5% » Lidocaína 2%. Mescla III » L-carnitina 600mg/2mL Emagrecimento grau II e III. » L-Fenilalanina 2,5%/ 2mL. » L-ornitina 150 mg / 2mL. » Lidocaína 1% 2mL. Os protocolos devem ser desenvolvidos uma vez na semana, pois são técnicas desconfortáveis e podem gerar hematomas. Muitas vezes, o hematoma não desaparece em uma semana. Na hora do procedimento, não pode aplicar na região que ainda apresenta o hematoma, pois o paciente sentirá dor e não haverá efeito naquele local. Alguns protocolos de flacidez podem ser realizados a cada duas semanas para ocorrer o estímulo de colágeno. Atentar-se aos ativos envolvidos. 48 UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA Pode ocorrer de alguns pacientes incharem muito, em protocolos para gordura localizada, e, desse modo, realiza-se a aplicação a cada 15 dias. Técnicas manuais de aplicação As técnicas manuais de aplicação são realizadas por via parenteral. As mais utilizadas na intradermoterapia ou mesoterapia são a intradérmica, subcutânea e intramuscular. Lembre-se que a aplicação intramuscular não é considerada uma técnica mesoterápica, uma vez que Pistor relata que a técnica consiste em injeções intradérmicas ou subcutâneas de um fármaco ou de uma mistura de vários produtos, denominado de melánge ou mesclas. Outras técnicas conhecidas e utilizadas na aplicação são as técnicas, ponto por ponto, descrita pela primeira vez por Pistor, a qual envolve a aplicação da mescla no volume de 0,02 a 0,05mL perpendicular à pele (4 mm de profundidade), com uma distância de 1 a 2 cm entre os pontos. Sendo injeções com pouco volume sempre perpendicular à pele, em uma profundidade precisa na derme profunda, distanciando em torno de 1 a 2 cm, como relatado acima, essa técnica é usada principalmente para a redução da gordura localizada. A técnica Nappage é uma técnica mais superficial (2 mm de profundidade), em que ocorre pressão constante sobre o êmbolo durante a aplicação, como se imitasse uma máquina de costura em um ângulo de 45°, com uma agulha de 4 mm. Esse procedimento é um dos mais desconfortáveis ao paciente. Geralmente é utilizado no couro cabeludo e na celulite. Na técnica de Nappage, o profissional, com um movimento de vibração rápido no pulso, vai produzir múltiplos impactos invisíveis no nível da epiderme. O gesto deve ser perfeitamente dominado para evitar escoriações cutâneas durante o mesolifting, assim como o sangramento. O produto depositado nessas multipucturas é absorvido rapidamente. Isso ocorre porque essa técnica permite estimular as seguintes estruturas sub-basais e basais, tais como (LE COZ, 2012): » unidade microcirculatória: importante efeito vasoativo (alternância cruzada de vasoconstrição e vasodilatação) (LE COZ, 2012); » unidade de competência nervosa: efeito mecânico direto da ponta da agulha sobre os receptores sensitivos da camada córnea (LE COZ, 2012); 49 MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I » unidade de competência imunitária: efeito farmacológico dos medicamentos utilizados na camada basal para a imunoestimulação (LE COZ, 2012); e » unidade de competência fundamental: a absorção cutânea dos produtos é rápida. Ela segue uma passagem transdérmica. A substância fundamental é supostamente visada por essa passagem (LE COZ, 2012). Essa técnica é realizado em toda a extensão da face e do pescoço, principalmente. A técnica epidérmica será relatada no tópico a seguir. Figura 3. Ângulos de inserção da agulha segundo a via de administração: intramuscular (IM), subcutânea (SC) e intradérmica (ID). Músculo Tec. subcutâneo Derme Epiderme Intradérmica 10º-15º Intravenosa 25º Subcutânea 45º Intramuscular 90º Intramuscular 90º Subcutâneo 45º Intravenoso 25º Intradérmico 10º-15º Fonte: https://enfermagemcuidadosintensivos.blogspot.com/2017/02/medicacao-injectavel-angulos-de-insercao.html. Acesso em: 9/5/2020. Intraepidérmica É a mais superficial (1 mm de profundidade) de todas as técnicas, em que a camada basal da pele não é penetrada. As agulhas de calibres 27-31 são usadas com o bisel orientado para longe da pele e arrastado ao longo, com uma leve pressão
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