Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
• Do ponto de vista fisiológico, o coração possui um automatismo – dependente de um marcapasso que dispara potenciais elétricos • O coração apresenta dois tipos de miócitos: células não marca-passo e células marcapasso • Células marcapasso: nó sinoatrial; nó atrioventricular; fibras de Purkinje • Nó sinoatrial dispara os potenciais elétricos, que se distribuem aos átrios – sofre um retardo de condução ao passar pelo nó atrioventricular (para dar tempo dos átrios contraírem totalmente) e, então, se distribui nos ventrículos pelo feixe de His e fibras de Purkinje → isso para que átrios e ventrículos tenham contrações em tempos diferentes • Onda P é a despolarização atrial • Complexo QRS é a despolarização ventricular • Repolarização dos potenciais de ação é a onda T • O traçado do potencial de ação é diferente para cada tipo de célula Células ventriculares – de resposta rápida • Na despolarização rápida – fase 0 – canais de Na+ voltagem dependente • Repolarização parcial – fase 1 – rápido efluxo de K+ • Platô – fase 2 – abertura de canais de Ca tipo lento • Repolarização – fase 3 – efluxo de K+ • Restabelecimento do gradiente iônico – fase 4 • O platô é importante para que se tenha um maior período refratário – período em que a célula não responde a novos estímulos • A despolarização coincide com a contração do músculo cardíaco e a repolarização com o relaxamento muscular Células nodais – resposta lenta • Fase 0 – despolarização lenta – por abertura de canais de Ca tipo lento • Não apresenta fase 1 e 2 • Fase 3 – repolarização por efluxo de K+ • Fase 4 – potencial de repouso e geração espontânea do potencial de ação – entrada de sódio • Muito frequentes nos atendimentos médicos FARMACOLOGIA ANTIARRÍTMICOS Classificação • De acordo com o local: supraventriculares ou ventriculares • De acordo com a FC: bradiarritmias (FC<50 bpm) – disfunção do NSA ou bloqueios AV; ou taquiarritmias (FC>100 bpm) com QRS estreito ou largo • De acordo com o mecanismo: alteração na formação do impulso (hiperautomatismo; atividade deflagrada por pós- potenciais precoces ou tardios); alteração na condução do impulso (reentrada); alterações na forma e condução do impulso • O mecanismo mais comum de arritmias é o de reentrada • Reentrada: a ativação do impulso nervoso pode persistir em uma região do coração, pelo tempo suficiente para que o tecido adjacente recupere a excitabilidade. Assim, o mesmo impulso volta a excitar o coração • Antiarrítmicos objetivam restaurar o ritmo sinusal e/ou prevenir a ocorrência de arritmias. • Todos alteram a condução celular da membrana, direta ou indiretamente • Classificação de Vaughan Williams classifica os fármacos em 4 classes • Existem também os não classificáveis: adenosina e digoxina PARA MEMORIZAR: So B K Cal • Na+ está envolvido com a fase 0 (despolarização rápida) • Fármaco age bloqueando a despolarização da célula • I-A bloqueio moderado - efeito moderado também do bloqueio do K; age na repolarização – PROCAINAMIDA • I-B bloqueio leve - reduzem inclinação na fase 0 - LIDOCAÍNA • I-C bloqueio intenso - inibidores da automaticidade anormal, de reentradas e da condução AV por vias acessórias - PROPAFENONA • I-A e I-C: ação atrial e ventricular • I-B: ação somente ventricular Saber: procainamida, lidocaína e propafenona PROCAINAMIDA • Depuração: Metabolismo hepático, excreção renal • Meia vida: 3 a 5 horas • Efeitos adversos: Discrasias sanguíneas, agranulocitose, síndrome lupus-like, efeito pró-arritmico (apesar de ser antiarrítmico); aumentam intervalo QT • Indicações: Arritmias ventriculares (até 80% de sucesso), FA (VO ou EV) • Janela terapêutica estreita • Lentifica a despolarização (fase 0) e prolonga o período refratário ventricular LIDOCAÍNA • Bloqueio leve dos canis de Na+ • Encurta o período refratário com pouca ação na condução do tecido normal • Muito usada em emergências • Usado em arritmias ventriculares • Ação somente ventricular • Não prolongam intervalo QT • Depuração: hepática • Meia vida: 1,5 a 2 horas • Efeitos adversos: Tremor, convulsão, parestesia, delirium, metemoblobinemia. Raro efeito pró-arrítmico • Indicações: Arritmias ventriculares; isquemia (não profilática) e/ou QT longo (EV) PROPAFENONA • Bloqueio intenso dos canais de Na+ • Redução da condução elétrica nas células de potenciais rápidos como lentos • Depuração hepática • Meia vida: 2 a 10 horas • Efeitos adversos: Náuseas, vômitos, alteração do gosto, efeito pró-arrítmico • Indicações: FA paroxística (VO), WPW (VO); evitar em IC (inotropico neg) • Não pode ser usado em cardiopatia estrutural PARA LEMBRAR: Preguiça Logo Passa! • Receptores beta 1: no coração • Beta 2: músculo liso • Seletivos beta-1 - Atenolol, bisoprolol, esmolol, metoprolol • Não-seletivos - Propranolol, nadolol → diminui FC, diminuindo os disparos. Porém, ao bloquear B2 aumenta risco de broncoespasmo • Não-seletivos com efeito no bloqueio alfa - Carvedilol, labetalol • Efeitos colaterais: broncoespasmo, bradicardia, hipotensão, fadiga. Não tem risco de pró-arritmias malignas • Inibe a despolarização da fase 4 nos NSA e NAV → diminuindo FC • Aumentam o limiar de fibrilação ventricular (FV) • Usos: controla FC na fibrilação atrial; flutter atrial; taquicardia atrial focal; reduzem a morbimortalidade na ICC e no pós IAM – • Relacionado ao efluxo de K+ e repolarização • Bloqueando canais de K+ → não repolariza → prolonga período de platô • Diminui a incidência de reentrada • Maio probabilidade de desenvolvimento de pós despolarizações precoces e torsades pointes • Amiodarona e sotalol (B-bloqueador em doses maiores age como antiarrítmico) • Contraindicação absoluta de associação de fármacos antiarrítmicos de classe I e classe III (alto risco de pró- arritmia) AMIODARONA • Mais potente antiarrítmico; bloqueia Na, K, Ca e adrenalina • Depuração: metabolização hepática e excreção renal • Possui muito iodo – monitorar função tireoidiana, neurológica, hepática e oftalmológica • Meia vida: 15 a 140 dias – depósito tecidual • Efeitos adversos: Neuropatia periférica, hipo ou hipertireoidismo, fibrose pulmonar, depósitos na córnea, rash, hepatite,depósitos na córnea, coloração azul da pele (até 75% em 5 anos de uso) efeito pró-arrítmico (↑ QT; < potencial para induzir torsade) • Indicações: Tudo!!! EV e VO. Taxa livre de arritmia até 80% supraventricular e até 60% ventricular • Cálcio atua no platô e na fase 0 da despolarização lenta • Verapamil e diltiazem – não di-idropiridinicos VERAPAMIL - não di-idropiridinicos • Prolonga o tempo de condução do NSA e NAV • Prolongam refratariedade • Diminuem automaticidade (reduzem FC) • Impedem o influxo de Ca pelos canais tipo L (diminuem a automaticidade da fase 4, reduzem a despolarização da fase 0 e prolongam a condução e a refratariedade) • < efeito vasodilatador, > efeito depressor do NS e NAV • Efeito no término de arritmias que envolvem essas regiões • Inotrópicos negativos: contraindicados na IC • Boa tolerância em pacientes com doença pulmonar Di-idropiridínicos • Efeito vasodilatador da musculatura lisa, mínimo efeito eletrofisiológico Adenosina • Nucleosídeo endógeno encontrado em todas as células • ½ vida = 10 segundos uso IV • Mais seguro que verapamil • Ativa uma corrente de efluxo de K, causando BAV transitório e lentificando o automatismo do NS - 1ª linha no tratamento de reentradas AV (TSV) • Pode ser utilizada na Emergência em taquicardias de complexo largo, desde que monomórficas • Contraindicação: broncoespasmo grave • Atentar para o desenvolvimento de fibrilação atrial Digoxina • Efeito direto na membrana de células atriais, ventriculares e do sistema de condução • Efeito principal no aumento do tônus vagal, reduzindo a automaticidade do NSe lentificando a condução AV • Ação no controle da FC na FA, porém não na reversão do ritmo • Toxicidade • Sinais/sintomas: tonturas, sintomas do TGI, fraqueza • Fatores de risco: desidratação, perda de função renal, hipoK, hiperCa, terapia combinada • Tratamento: suspensão, propranolol (nas taquicardias), anticorpos • Quando o ECG apresenta onda T em colher → impregnação Uso restrito a pacientes muito sintomáticas ou com instabilidade hemodinâmica
Compartilhar