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Peles e anexos: A pele tem como funções: ➔ Barreira física: manutenção do equilíbrio interno e movimentação ➔ Proteção ➔ Percepção sensorial ➔ Termorregulação: pelos, suprimentos sanguíneos, glândulas sudoríparas ➔ Reservatório de água, eletrólitos, vitaminas, lipídeos Para muitos tutores a pele é vista como algo estético, no entanto há diversas doenças de pele que possuem caráter zoonótico. Em ruminantes tem-se a preocupação com o couro, o couro do Brasil tem um couro de baixa qualidade, pois há dois fatores que atrapalham a qualidade da pele do animal que são o arame farpado e incidência de carrapatos. A pele é composta por milhões de colônias de bactérias, e essas colônias se encontram em equilíbrio na sua forma normal. Anamnese: Inicia com a identificação do paciente, fatores predisponentes (raças, idades, sazonalidade, manejo), quando e como ocorreu, o grau de pruridos, contágio (mais indivíduos doentes?), tratamento anteriores (pode interferir no diagnóstico), ambiente, dieta (componente alérgico). Na clínica veterinária tem o dermatograma. Tomar cuidado com a manipulação do paciente por probabilidade de ser zoonose. *A maioria de doenças fúngicas não há prurido. Pelo: Na avaliação do pelo utiliza-se a inspeção, palpação e olfação. No aspecto fisiológico terá pelos lisos e com brilho (os bovinos são bem higiênicos, se limpam e lambem, logo os pelos estarão brilhantes). O brilho do pelo está relacionado com a idade (animais mais jovens tem pelo mais brilhoso), presença de seborreia, verminoses (pelo ressecado), subnutrição (hipoproteinemia leva a opacidade do pelo). Muda ou queda de pelo, o animal pode desenvolver pelagem de inverno e pelagem de verão; cor do pelo- canície (pelo ficando branco- animais idosos), deficiência de cobre em ruminantes leva o pelo a ficar amarronzado. Avaliar o prurido quanto a intensidade e local, podendo ser ausente, leve, moderado ou grave (automutilação). ➔ Alopecia generalizada: rara, ocorre em casos de alteração do folículo piloso, em intoxicação por mercúrio, iodo, pacientes pneumônicos graves. ➔ Alopecia localizada: sarnas, micoses, bactérias, alimentação com deficiência de cobre e cobalto, fotossensibilização (animais de pele despigmentada, presença de agente fotodinâmica e raios UV), cauda pelada (possui várias causas). Pele: Na avaliação de pele faz-se a inspeção, palpação e olfação. No seu aspecto fisiológico a pele é elástica e no patológica varia de acordo com o grau de excicose (desidratação-prega cutânea), pele dura (aspecto de couro). De acordo com a coloração vai depender da espécie e raça, no aspecto patológico pode-se apresentar eritematosa, em casos de dermatites, com equimoses e petéquias ou despigmentada. De acordo com a temperatura o aumento geral pode indicar febre ou exercícios musculares, e um aumento de temperatura local indica inflamação (5 sinais). A pele ainda pode se apresentar na consistência líquida, creptante (enfisema), pastosa, firme e/ou pétrea (consistência rígida- parede). O odor da pele é subjetivo podendo ser próprio da espécie, no entanto pode apresentar odores como o de acetomia ou uremia). ➔ Prurido localizado: sarna, outras inflamações da pele ➔ Prurido generalizado: doença de Aujesky- pode levar a caso de automutilação, pacientes alérgicos. O paciente ainda pode apresentar regiões com aumento de volume, com a espessura da pele, podendo ter áreas de hiperqueratose com peles secas, quebradiças, rachaduras, podendo está relacionada com sarna sarcóptica. A paraqueratose é um achado comum relacionada com a deficiência de zinco, principalmente em animais jovens e em pequenos ruminantes, com crostas, fendas em formas de mosaico ou seborreicas e os achados neoplásicos. Há duas neoplasias que são mais comuns em equinos e são doenças de pele, sendo eles o sarcoide (pode dá em qualquer indivíduo e tem uma relação fortemente positiva com o papiloma vírus) e o melanoma (característica em animais de pelagem tordilha- cinza), são mais comuns em áreas de pele glabra. São classificados em cruzes que indicam intensidade, quanto maior o número de cruzes maior infestação parasitária. Carrapatos preferem regiões de pele glabra (períneo, vulva, pênis, virilha, axilas, orelhas), se encontrar em outros locais, é provável que já esteja no meio de uma infestação severa. As sarnas dependem muito da localização: sarna sarcóptica tem como localização preferencial cabeça e pescoço em bovinos. A sarna Psoróptica preferem base do chifre, peito e tronco. Os piolhos são bem comuns em pequenos ruminantes (levantar o pelo, vê andando na pele, os pelos ficam quebradiços). Tecido subcutâneo: A avaliação ocorre através da inspeção e palpação. Observa-se principalmente o aumento de volume (o mais característico é o edema). O edema é uma impregnação cutânea e subcutânea com líquido intercelular, a palpação vai deixar uma marca (prova de Goted, pressiona o aumento de volume, se deixa impressão tem prova de Goted positiva), o edema pode ser fisiológico (ocorre no úbere e na região púbica),ou patológico, quando ocorre em outras partes do corpo, pode ser dividido em: ➔ Não inflamatório: congestivos e hidrêmicos, temperatura, coloração e indolor ➔ Congestivos locais: envolvem retorno linfático. ➔ Congestivos generalizados: envolvem distúrbios cardíacos ➔ Caquéticos: associados a hipoproteinemia, mas comum é o submandibular ➔ Inflamação: sinais cardinais da inflamação. O flegmão é uma infiltração purulenta, necrótica e fétida, da consistência firme, quente e muito sensível ao toque, podendo apresentar áreas de flutuação. Em ruminantes é bem comum o flegmão interdigital. O abcesso é uma capsula delimitada de pus (purulenta-contaminada) que possui um aumento de temperatura na região, dor, flutuação tensa, que se torna mais “frouxa”, os profundos são encapsulados ficam bem duros e só é identificado por punção. No ultrassom dá pra ver a capsula, que diferencia do hematoma. Pode administrar antibiótico. O hematoma é um acúmulo de sangue no espaço subcutâneo por ruptura de vasos. A palpação observa-se uma área flutuante aumentada, mais macia, o líquido fica mais solto, há menor dor e a cápsula é mais fina. Não é contaminada. O enfisema subcutâneo ocorre devido a ar acumulado no espaço subcutâneo, por feridas externas, após a trocaterização, laparorrumetomia. Diagnóstico: ➔ Anidrose: sudorese inadequada. Anidrose termogênica- comum em algumas espécies de equinos, são associadas com alopecia, aumento de temperatura, pelo ressecado, intolerância ao exercício. ➔ Eflorescências cutâneas: fenômenos eruptivos da pele ➔ Erosão: perda da epiderme com integridade da camada basal Ectoparasitas: ➔ Mácula: modificação limitada da cor da pele ➔ Pápula: pequeno aumento de volume sólido ➔ Nódulos: aumento de volume mais extenso ➔ Verruga: massas carnosas da pele ➔ Urticária: elevação achatada, pode ocorrer de forma localizada ou de forma generalizada, esta está associada com hipersensibilidade do tipo 3. Penicilina pode causar. ➔ Ulceração: perda da epiderme atingindo a derme ➔ Vesícula: acúmulo de líquido sob camada superficial da pele ➔ Pústula: acúmulo de pus sob a camada superficial da pele ➔ Escama: células epidérmicas queratinizadas que se desprendem ➔ Crostas: concreções modificadas consistentes que se formam na superfície das feridas *Em equinos quando há feridas profundas na pele, o processo cicatricial pós cirúrgico, cursa com uma alteração na coloração do pelo, em animais de pelo escuro tende a nascer pelo claro e em animais de pelo escuro tende a nascer pelo escuro, devido a alteração do folículo piloso. Caracterização dermatológicas: Fazer a descrição ➔Distribuição: se é uma lesão generalizada, localizada, simétrica ou assimétrica. ➔ Arranjo: se é isolada, agrupada, bem ou mal definida. ➔ Configurações: relacionamento espacial de lesões ou se são individuais. ➔ Profundidades: elevada, superficial, profunda ➔ Consistência: endurecida, macia, flutuante ou pétrea ➔ Qualidade: seca, úmida, exsudativa, hemorrágica, infectada ou purulenta ➔ Cor: eritematosa, violácea, amarelada, esbranquiçada, acinzentada, negra. Exames complementares: ➔ Raspado de pele: em casos de dermatofitose o raspado pode ser superficial e periférico, as sarnas devem- se fazer um raspado profundo ➔ Cultivo e antibiograma: em casos de lesões infecciosas (bacteriano ou fúngicos) ➔ Pesquisa de dermatofitose: analisar o material obtido da área afetada ➔ Biopsia: diversos tipos de lesão (fases de lesão diferentes de um mesmo processo ou dermatopatias etiologicamente diferentes) ➔ Testes alérgicos: importante já ter uma suspeita. • Os fungos acometem folículo piloso e região superficial da pele. • As sarnas acometem região profunda • A lesão é mais nova na periferia que no centro.
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