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14-06-2022 1 Faculdade de Ciências Departamanto de Física ESTUDO DA INTERFERÊNCIA DOS FENÓMENOS METEOROLÓGICOS NA TRANSMISSÃO E CAPTAÇÃO DE ONDAS ELECTROMAGNÉTICAS Curso: Meteorologia Autor: Amós Samuel Sitoe Exame de estado Estrutura da Apresentação u 1.0 Introdução u 1.1 Objectivos u 1.2 Problema de Estudo e Justificação u 2.0 Materiais e Métodos u 3.0 Fundamentação Teórica u 4.0 Discussão sobre os Resultados u 5.0 Conclusão u 6.0 Referências 2 31.0.Introdução u O conhec imen to das ca rac te r í s i t i c as dos f enómenos meteorológicos é de grande importância para o entendimento do processo de trasmissão e captação de ondas electromagnéticas. A propagação das ondas electromagnéticas é influenciada pelas condições da atmosfera terrestre e pela natureza do solo entre os pontos de transmissão e recepção (Sizun, 2003). u Sabe-se que a transmissão de dados é uma matéria cada vez mais impor tan te para qua lquer pessoa que opere com equ ipamen tos que es te jam inse r idos num s i s tema de telecomunicação (Sizun, 2003). 4 1.0. Introdução - Continuação uPara fins de telecomunicação segundo Schirmer (2015) as ondas electromagnéticas usadas para o transporte de energia e informação são as de rádio e micro-ondas, porem, as micro-ondas devido a sua alta frequência sofre interferências. Dentro deste contexto, é abordado no presente trabalho de que maneira os fenómenos meteorológicos interferem na transmissão e captação de ondas electromagnéticas, envocando os processos fisicos envolvidos afim de indentificar os melhores locais para instalação de sistemas de telecomunicação. 5Geral u Estudar a interferência de fenómenos meteorológicos na transmissão e captação de ondas electromagnéticas. Específicos u Entender o comportamento da atmosfera em face a transmissão e captação de ondas electromagnéticas; u Conhecer as características de ondas electromagnéticas e sua propagação na atmosfera; u Identificar as ondas electromagnéticas aplicadas nos sistemas de telecomunicação visando entender as limitações das bandas do espectro em face as condições meteorlógicas; e u Identicar melhores locais para instalação de sistemas de telecomunicação. 1.1. Objectivos 6 1.2.Problema de estudo e justificação Com o crescente avanço da tecnologia, a utilização de ondas electromagnéticas para atender os sistemas de telecomunicação tem sofrido interferências de varia ordem, pelo que, torna-se primordial estudar a interferência gerada por fenómenos meteorológicos na transmissão e captação dessas ondas. A ampla aplicação da radiação electromagnética nas tecnologias modernas, despoleta interesse para o entendimento dos mecanismos de propagação dessas ondas sob condições adversas, e des ta f e i t a p rove r hab i l i dades t écn i cas pa ra o desenvolvimento dos serviços de telecomunicações. 72.0. Materiais e Métodos A metodologia utilizada para a materialização do presente estudo foi baseada em pesquisas webgráf icas e bibliográficas. Foram colectadas informações teóricas que fundamentam o interesse da pesquisa. Além do estudo teórico, foram discutidos os resultados, visando identificar as limitações na transmissão das ondas electromagnéticas, os factores meteorológicos que afectam a qualidade do sinal electromagnético, e com base nos estudos literários elaborados, compreender a efectividade dos sistemas de telecomunicação 8 3.0.Fundamentação Teórica Atmosfera Terrestre Para compreender como as ondas se propagam no espaço, convêm conhecer a composição da atmosfera terrestre e os factores que a afectam. A atmosfera terrestre é dividida em cinco camadas, cada uma delas possuindo características d is t in tas , sendo e las : Tropos fe ra , Estratosfera, Mesosfera, Termosfera e Exosfera (Castro, 2017). Figure 1: Camadas da atmosfera terrestre. Fonte NTC (1998) Índice de Refração Troposférico 9 Características de Propagação na Troposfera As características de propagação na troposfera variam sob certas condições de tempo, e podem permanecer invariáveis por um longo período. Em elevadas altitudes, ocorrem constantemente inversões de temperatura, por causas var iadas. Estas inversões de temperatura provocam refrações radicais, com a onda trasmitida refratando-se continuamente nos limites inferior e superior da inversão. Desta forma, é criado um duto troposférico onde as ondas ficam retidas por distâncias consideráveis, até a inversão de temperatura ser normalizada. Figura 2: Duto troposférico 10Ondas Electromagnéticas A oscilação energia que se propaga tem a forma sinusoidal e recebe o nome de onda electromagnética. As ondas electromagnéticas apresentam como características: comprimento de onda, velocidade de propagação, amplitude e frequência. (Miguens, 2004). As ondas electromagnéticas foram previstas e teorizadas pelo físico e matemático escocês James Clerck Maxwell, que unificou as equações da electricidade e do magnetismo já existentes (equações de Faraday, Ampére e Gauss) em equações de onda. 11 Espectro Electromagnético Como bem assegura (Sizun, 2003), o espectro electromagnético é definido como o conjunto de radiações electromagnéticas que se propagam no espaço e que se encontram ordenadas de acordo com a sua frequência (f) e comprimento de onda (λ) e consequentemente a sua energia. Figura 3. Espectro electromagnético. Fonte (GEO) 12 Componentes Básicos de Radiocomunicação Os sistemas normais de radiocomunicação constam de dois componentes básicos: Transmissor Receptor. O primeiro gera oscilações eléctricas com uma frequência de rádio denominada de frequência portadora. A estação transmissora geralmente é composta por um circuito transmissor, integrado por um transdutor, um modulador, uma linha de transmissão e uma antena transmissora. Por outro lado, a estação receptora é composta por uma antena receptora, uma linha de transmissão e um circuito receptor, integrado por um demodulador e um transdutor de áudios. (Alves et al, 2019) 13 Antenas (emissão e recepcão) Antenas são dispositivos usados tanto para a emissão quanto para a recepção de ondas de rádio. Polarização Orientação do campo eléctrico de uma onda de rádio com respeito à terra ou direcção de propagação e é determinado pela estrutura física da antena e por sua orientação. Zona de Fresnel A zona de Fresnel pode ser definida como um conjunto de elipses concêntricas em torno da linha de visada onde esta concentrada toda energia transmitida. 14 Satélites Satélite é o elemento comum de interligação das estações terrenas, actuando como estação repetidora. Devido a sua altitude, permite a transmissão de sinais directamente entre duas estações, sem que existam necessariamente pontos intermediários. A grande vantagem da comunicação através do satélite reside exactamente no facto de que cobre áreas enormes sem encontrar obstáculos geográficos, além da própria atmosfera terrestre. 15Mecanismos de Propagação u Refração u Reflexão u Difração u Dispersão ou Espalhamento Desvanecimento Ocorre devido a algum problema de propagação, geralmente pelas ondas de multipercurso e dutos. O sinal recebido flutua, varia de intensidade a cada instante, aumenta e diminui passando por nulos e zeros de tensão. (Sizun, 2003). Figura 6 - Tipos de onda. Carvalho Badinhan (2011) 16 Fenómenos Meteorológicos Os fenómenos meteorológicos consistem nos eventos que acontecem na atmosfera e que estão associados ao clima e ao tempo. Dependendo do fenómeno meteorológico, as ondas de rádio podem ser transmitidas a distâncias maiores, ou atenuadas substancialmente. Sob condições adversas, as transmissões com frequências mais altas sofrem interferências ou são até mesmo interrompidas. Interferência devido a Chuva A atenuação devido as gotas de chuva são maior do que a atenuação devido a água emoutros estados. A atenuação pode ser causada por absorção, com gotas de chuva actuando como um dieléctrico pobre, absorvendo a potência da onda electromagnética e a dissipando por aquecimento e espalhamento 17 A atenuação devido ao nevoeiro é similar a atenuação por gotas de chuva. É mais crítica para frequências acima de 2 GHz, acima da faixa de UHF. Já a atenuação por granizo é determinada pelo tamanho das pedras e a sua densidade. Como o gelo possui um índice de refração mais baixo, a atenuação por granizo é consideravelmente menor do que devido as gotas de chuva. Figura 7: Geometria da interferência devida ao espalhamento pela chuva 18 Interferência devido a Tempestades e Ciclones Os desafios relativos aos sistemas de transmissão de ondas electromagnéticas em áreas susceptíveis a tempestades são causados por dois factores principais: Ventos de Alta velocidade Ventos de alta velocidade tencionam as estruturas de suporte. As rajadas de vento também podem desalinhar as antenas. Caso o vento seja acompanhado de chuvas pode causar reduções ou perdas no sinal recebido em ambas extremidades do sistema. Chuvas Intensas As gotas de chuva causa a atenuação do nível do sinal nos sistemas de conexão. 19 Interferência devido a Tempestades de Poeiras As tempestades de poeira geram um efeito de neblina devido as suas finas partículas de poeira (com tamanhos entre 0,5 e 10 micrómetros). Os efeitos das tempestades de poeira na propagação de ondas electromagnéticas são uma combinação entre: Absorção e dispersão do sinal por partículas de poeira A atenuação por poeira para uma dada visibilidade óptica aumenta de maneira proporcional a frequência do rádio e a humidade das partículas de poeira. 20 Interferência devido ao Ar (oxigênio) e ao Vapor de Água As atenuações devido ao ar seco (oxigénio) e ao vapor de água dependem de factores ambientais, geográficos e técnicos do transmissor, tais como altitude (pressão), temperatura, quantidade de vapor de água dispersa na atmosfera, frequência de operação e distância. E f e i t o s d a Ve g e t a ç ã o n a T r a n s m i s s ã o d e O n d a s Electromagéticas A propagação de ondas electromagnéticas em uma região com vegetação, possui algumas características específicas que devem ser levados em conta, trata-se de uma região de alta humidade, e a humidade é um factor que afecta de forma significativa no índice de refração. 21 Os factores meteorológicos são as fontes usuais que causam interferências nas ondas de rádio, mas de acordo com vários estudos, eles não tem influência ou são insignificantes em sistemas sem fio operando em frequências abaixo de 10 GHz (Rocha, 2017). Uma vez que as condições atmosfêricas predominantes influenciam muito a propagação de ondas de rádio acima de 10 GHz, a propagação não guiada de micro-ondas na atmosfera neutra pode impactar directamente muitas aplicações vitais em ciência e engenharia (Rocha, 2017). 4.0 DISCUSSÃO GERAL SOBRE OS RESULTADOS 22 Um dos principais fenómenos que compromete o desempenho das transmissões é a precipitação (chuva). A atenuação devido as gotas de chuva são maior do que a atenuação devido a água em outros estados. A atenuação é significativa para as frequências acima da faixa de VHF. A atenuação devido ao nevoeiro é similar a atenuação por gotas de chuva. É mais crítica para frequências acima de 2 GHz, acima da faixa de UHF. Já a atenuação por granizo é determinada pelo tamanho das pedras e a sua densidade. O vento embora não interfira na atenuação da qualidade do sinal, exerce uma força sobre as antenas, pois a alta velocidade tenciona as estruturas de suporte. As rajadas de vento também podem desalinhar as antenas. 23 Com o presente trabalho chega-se a conclusão que ao longo do percurso das ondas electromagnéticas na atmosfera (troposfera) suas propriedades sofrem mudanças. Uma das causas refere-se às instabilidades oriundas de alterações meteorológicas, que trazem sensíveis efeitos sobre a transmissão em diversas faixas de frequências. O segundo problema é relacionado ao espalhamento troposférico, resultante de minúsculas irregularidades em toda sua extensão. Outro aspecto envolve a atenuação pelos gases da atmosfera, com destaques para os efeitos do vapor de água e do oxigênio. 5.0 CONCLUSÕES 24 Outro factor é o enfraquecimento causado por múltiplos percursos entre a antena transmissora e a antena receptora, que pode incluir influências de reflexões no solo e em obstáculos ou o desdobramento da trajetória oriundo de desfocalização do feixe electromagnético. Portanto, aliado estes aspectos levantados e associado a teoria de Fresnel pode se concluir que os sistemas de telecomunicação podem ser instalados em locais diversos. 25 SIZUN, H. Radio Wave Propagation for Telecommunication Applications. Springs. Paris, p. 4-14, jun. 2003. MIGUENS, A.P. Navegação electrónica e em condições especiais. Paris,v III. p. 4-14, jun. 2003. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Ondas e Linhas de Comunicações. Ilha Solteira, 2018. Disponível em: <https://www.feis.unesp.br> Acesso em 09 abr. 2022. COUTO, R.E. Analise do Impacto dos sistemas de Telecomunicações na Perspectiva do Meio Ambiente. v 13, n 5, pp. 54-68, mar. 2013. FILGUEIRA. T.G. Analise da qualidade de Sinal da Rede Sem Fio do Centro Universitário de Anápolis. Anápolis .pp. 29, mar. 2016. 6.0 REFERÊNCIAS 26 SCHIRMER et al. Transmissão de Informações atraves de Ondas E l e c t r o m a g n é t i c a s . 2 0 1 5 . D i s p o n í v e l e m : <https://www.publicacoeseseventos.unijui.edu.br> Acesso em 04 abr. 2022. ELECTRONICA. VOLUME II, capitulo XVIII, pp. 211-240. Diretoria de comunicações e Electronica da Marinha MIGUENS. A.P. VOLUME III, capitulo XIV, pp. 147-157. Electronica e em condições especiais. 2004 SONVEZ. V. capitulo II, pp. 15-33. Uma proposta de sequencia didatica para o ensino de ondas electromagnetica. 2019 6.0 REFERÊNCIAS 27 ROCHA. A.C. capitulo IV, pp. 35-53. Impacto provocado pelas condições meteorlogicas sobre a carga de trabalho dos controladores de trafego e sobre as emissões de CO2 nos terminais de São Paulo e Rio de janeiro. 2011 CASTRO. M.C.F. MODULO II. capitulo IV, pp. 2-26. Fenómenos de propagação-efeitos da refracऑão na propagação. 2017 SOUZA. W.A.. capitulo II, pp. 33-38. Avaliação da influência da precipitação pluviométrica na propagação de sinal de telefonia celular 4G LTE na CIDADE de MANAUS - AM. 2020 28 Muito Obrigado!
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