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A ADVOCACIA NÃO É PARA VOCÊ CONSELHOS DE UM ADVOGADO "ANTIÉTICO" João Nunes LEITURA OTIMIZADA PARA SMARTPHONE Dedico este livro a minha amada esposa, Adriana, e aos meus filhos, Enzo e Théo, que me inspiram e dão uma razão muito maior a minha vida. Grande Vitória! ................................................................ 03 A oportunidade ............................................................... 06 Especialidade sem personalidade ...............................11 O caminho "mais fácil" ....................................................16 A direção errada ..............................................................20 Eles não estarão ao seu lado ........................................24 A ansiedade pelos primeiros trabalhos .....................27 Ladrões de tempo ...........................................................30 O cliente é mais esperto que você ..............................33 O sócio ................................................................................36 Você tem vínculo de emprego em um escritório? ...39 Abandone qualquer estratégia passiva ......................46 Sumário Você conseguiu a tão desejada aprovação. Agora começa a dar os primeiros passos na advocacia. Desejaria parabenizar-lhe pelo grande feito, mas não agora, ainda não é o momento. Já tem alguma ideia do que vai fazer? Advogar ou estudar para concurso? A maioria dos iniciantes dizem: vou advogar, enquanto não passo em um concurso. É uma decisão tola, principalmente quando parte de pessoas que possuem uma inteligência acima da média, como no seu caso. Já parou para pensar em como conseguirá tempo para advogar se tem que estudar para passar em concurso? Ou como irá passar em um concurso já que ocupará a maior parte do seu tempo advogando? O problema da maior parte das pessoas é não pensar nos prós e contras antes de tomar uma decisão importante sobre o futuro profissional. 03 GRANDE VITÓRIA! É nítida a incompatibilidade entre advogar e se preparar para concursos. Não estou duvidando da capacidade de ninguém, mas a maioria das pessoas não conseguem... Ou você será um concursando destemido e temido ou será um advogado competente e reconhecido, as duas coisas não. Tanto nos concursos como no exercício da advocacia, a concorrência é grande e esmagadora. Não há espaço para quem está dividido entre esses dois mundos... Seu objetivo deve ser nítido, a execução para alcançar os seus propósitos deve ser cirúrgica. Mas, afinal, o que você realmente quer? Advogar ou almeja um cargo público? A resposta pode não ser tão simples. Você possui um verdadeiro fascínio pela advocacia, no entanto, não deixa de pensar nos benefícios de ocupar um cargo público. Poderia estudar para tentar ingressar na advocacia pública, mas é igualmente complicado, pois teria que viver um bom tempo dependendo financeiramente de alguém, porém, tal opção, não está disponível para todas as pessoas. E assim, de acordo com o panorama traçado até então, você decide que o melhor mesmo é o exercício da advocacia. 04 Agora responda: essas hipóteses que acabei de relatar fazem parte do seu presente ou já ficaram em um passado, talvez não tão distante? Você possui alguns anos de experiência na advocacia? Se a resposta for afirmativa pode ser algo positivo a seu favor, mas a dura verdade é que você ainda não conseguiu obter sucesso, não da forma planejada. Você vive se comparando a algum colega de profissão? Tem orgulho do profissional que se tornou? Você acha que tem o respeito e a admiração dos seus pares? Você é contatado por novos clientes, geralmente indicados por clientes mais antigos? Responda a si mesmo com sinceridade. 05 Vamos supor que há uma vaga para Advogado Júnior em um dos maiores escritórios da sua cidade. É uma ótima oportunidade para ganhar experiência, já que você optou por não fazer estágio quando ainda estava na faculdade. Certamente, essa pode ser a melhor oportunidade para você no momento! Em relação a salário, normalmente é baixo, mesmo assim, ainda é mais alto do que o salário pago por outros escritórios concorrentes. Apesar da oportunidade de emprego, você sempre teve a convicção de que se um dia fosse advogar, abriria o próprio escritório. Certamente você possui algumas economias, o que já é suficiente para alugar uma sala e comprar a mobília. Muitos colegas escolhem o caminho de advogar por sua própria conta e risco, serem donos de si mesmos e comandar suas próprias decisões. Essa é a forma mais difícil de começar na advocacia, porém, a longo prazo, os ganhos financeiros podem ser muito superiores em relação a quem trabalha como empregado. 06 A OPORTUNIDADE Um dos diferenciais em relação a abrir o próprio escritório, de acordo com o pensamento dominante, porém, repetido infinitas vezes de forma errônea, é contar com a liberdade de horário. Liberdade de horário? Melhor não contar com isso... Quem está atuando na advocacia e tem essa “liberdade de horário” é por que não tem trabalho suficiente. Entenda que vendemos o nosso tempo, se há liberdade de horário é por que temos tempo ocioso. E se temos tempo ocioso não estamos extraindo todo o nosso potencial. É somente a partir do preenchimento total do nosso tempo disponível para o trabalho que surge a necessidade de contratar outras pessoas para dividirmos as nossas tarefas. Isso é um ótimo indicador de crescimento! Consegue perceber que essa historinha de liberdade de horário para quem quer empreender na advocacia é uma falácia? No início da carreira é algo absolutamente normal que o advogado tenha bastante tempo ocioso e que consiga ter liberdade de horário. Entretanto, após um certo tempo, se o profissional ainda continua “desfrutando” da liberdade de horário, pode ser um forte indicador de ausência de crescimento. 07 Como em qualquer empreendimento, se não há crescimento, a inclinação para o fracasso não demorará a surgir no horizonte. Não estou defendendo que a melhor opção, no início da carreira, seja trabalhar em um escritório como empregado, longe disso. Isso é bastante subjetivo e depende da realidade de cada um. Em relação às pessoas que desejam empreender na advocacia, trago algumas importantes considerações... É um erro muito comum pessoas se compararem a outras pessoas, tentar replicar exatamente o que um outro indivíduo faz, querer seguir o mesmo caminho e com os mesmos passos... Isso é um grande indicativo de que há pouca originalidade em seus projetos. Mas o problema não é a pouca originalidade, mas a ausência total dela! Veja bem... Você tenta fazer exatamente o que um advogado de sucesso fez para conseguir chegar onde chegou, e, lógico, espera que os seus resultados sejam exatamente iguais aos do seu “ídolo”. Pensar e agir dessa forma é algo totalmente insano, pois cada pessoa tem experiências diferentes, personalidades diferentes, oportunidades e círculos sociais diferentes. 08 Seguir os passos de um guru, ou algo do tipo, é perder a própria personalidade, é deixar-se alienar num nível terrivelmente degradante. O resultado é simplesmente frustrante... Sendo assim, pergunto: como queres seguir os passos de outrem, se tens uma realidade completamente diferente? Se inspirar no currículo daquele profissional que você tanto admira não basta! Há pessoas extrovertidas e que possuem um amplo círculo social, por outro lado, há pessoas que têm perfil introvertido e fazem parte de um círculo social pequeno e muito fechado, o que pode ser um problema, porém, com amplas soluções. Enfim, se existe um segredo para ter sucesso na advocacia, a revelação do mesmo é não seguir os passos de outrem ou copiar o que os outros fazem. A solução é você seguir o seu próprio caminho, sem se distanciar da sua personalidade, sem ignorar o contexto a sua volta, sem deixar de levar em consideração o seu círculo social. Conhecer a sua personalidade e agir de acordo com ela é o primeiro passo para quem quer empreender na advocacia ou em qualquer outra coisa. 09 Se eu soubesse disso quandosai da faculdade e comecei a advogar, teria evitado muitas dores de cabeça e perda de tempo, sem dúvida... 10 Falando em personalidade, certamente você ainda não percebeu que quase todos os profissionais do direito escolhem suas áreas de atuação com base apenas e unicamente no ramo do conhecimento, ou seja, quem quer trabalhar na área tributária vai se especializar no Direito Tributário, quem deseja atuar na área criminal buscará especialização no Direito Penal e Processo Penal, assim por diante... Isso é bastante óbvio. No entanto, é aí que está o problema, pois trata-se de uma obviedade falsa! Advogados e advogadas escolhem uma área de atuação com base no ramo do conhecimento, ou pior, de olho apenas no lado financeiro, inspirados em alguém que ganha muito dinheiro. Entretanto, poucos sabem dos perigos dessa armadilha... Uma pequena parcela, aliás, uma pequeníssima parcela de profissionais do direito escolhe a área de atuação que esteja alinhada a sua personalidade, e não raras vezes, quem faz essa escolha é quem se torna um advogado de sucesso... 11 ESPECIALIDADE SEM PERSONALIDADE Não tenho autoridade para falar, pelo menos de forma científica, sobre personalidade, não detenho tal conhecimento. No entanto, posso afirmar, sem medo de cometer algum erro, que a personalidade é exteriorizada pelo comportamento, pelas atitudes, pelo círculo social em que uma determinada pessoa está inserida, concorda? Por ora, deixemos de lado as outras formas de exteriorização da personalidade e vamos focar no que mais importa, segundo a minha linha de raciocínio, que é o círculo social em que as pessoas estão inseridas. Imagine uma advogada recém-formada e morando em uma cidade pequena, localizada no interior, muito distante de qualquer grande centro urbano... Imagine essa advogada se especializando em Direito Penal e Processo Penal, pois tem um enorme desejo de atuar nessa área... Agora vou te dar uma informação relevante: na cidade onde ela mora praticamente não há crimes! Ou seja, não há mercado de trabalho... Consegue perceber o erro ao se escolher uma área de atuação com base apenas no desejo ou inspirado em um profissional bem-sucedido, sem levar em consideração os demais fatores que influenciam diretamente no exercício profissional em determinada área do conhecimento? 12 No exemplo que acabei de dar o problema é populacional e social, mas agora, com essa mesma advogada morando em um grande centro urbano, há uma questão de significativa relevância: o círculo social no qual ela está inserida. Ou seja, a área de atuação escolhida deve guardar total relação com o círculo social do profissional. Vou citar algumas hipóteses sobre a relação que deve existir entre a área de atuação escolhida pelo profissional do direito e o seu círculo social. Vamos começar por uma área bastante comum, que é a área criminal. Imagine um advogado recém-formado atuando nessa área sem ter relações interpessoais com policiais, escrivães de polícia, agentes prisionais, representantes de comunidades com altos índices de violência, entre outros... Quem vai indicar uma quantidade minimamente satisfatória de clientes para esse advogado? Claro que não é uma fórmula matemática, mas a probabilidade de sucesso de um profissional que está inserido nesse círculo social que acabei de citar, de longe, é bem maior do que de um profissional que está do lado de fora desse círculo. Não é à toa que muitos dos advogados que antes ocuparam algum cargo público no sistema de segurança pública se tornaram grandes nomes na advocacia criminal. Esses reconhecidos profissionais conseguiram alinhar suas áreas de atuação aos seus 13 círculos sociais. Isso é o que significa agir de acordo com a personalidade! Agora vou citar um exemplo bem mais extremo... Imagine uma advogada que acabou de concluir o curso de especialização em Direito Ambiental, porém, seu círculo social é totalmente dissociado de sua nova área de atuação. Ela não tem relações interpessoais com profissionais de órgãos ambientais, ou de associações de agropecuaristas, ou de associações industriais, entre outros... Ora, o que esperar da carreira dessa profissional como advogada ambientalista? Como um advogado especialista no Direito de Família vai se destacar nessa área sem, ao menos, participar ativamente de grupos ligados a alguma religião ou associações civis? Obrigatoriamente, uma advogada que se especializa em Direito Tributário tem que ter em seu círculo social empresários e pessoas ligadas, de alguma forma, ao empreendedorismo, como contabilistas, membros de associações, etc. Certamente você já consegue imaginar o quão difícil é advogar em uma área quando essa não guarda uma forte relação com o círculo social no qual o profissional está inserido. É algo extremamente difícil! 14 Por outro lado, você deve se questionar: e quando o advogado praticamente está fora de qualquer círculo social que possua alguma relação com as áreas de atuação da advocacia, há alguma alternativa? Existe uma área de atuação que ainda é possível obter um grande número de clientes, mesmo não fazendo parte de nenhum círculo social relevante. Trata-se da advocacia previdenciária. Lógico que não é algo fácil, longe disso... 15 A área previdenciária é bastante dinâmica e abrangente. O Direito Previdenciário se aplica a quase cem por cento da população, ou seja, em algum momento da vida qualquer cidadão se submeterá aos ditames da legislação previdenciária. Ao contrário das outras áreas de atuação, a área previdenciária possui um público demasiadamente amplo e difuso, característica bastante favorável para quem não está inserido em um círculo social de alto valor para o exercício da advocacia. O que eu quero dizer é que para montar uma carteira de clientes na área previdenciária não é necessário ter relações interpessoais com pessoas influentes em um determinado círculo social, nem amizades com funcionários de repartições públicas ligadas às questões previdenciárias, muito menos manter relações com membros de associações, nada disso. Somente em alguns casos específicos, é necessário manter um bom relacionamento com funcionários de algum órgão ou associação, como, por exemplo, se o advogado preferir prestar serviços para funcionários 16 O CAMINHO “MAIS FÁCIL” públicos. Entretanto, se não é esse o caso, a relação entre círculo social e a área de atuação é dispensável. Sendo assim, como o advogado conseguirá reunir um bom número de clientes? A resposta é simples, porém a prática nem tanto... Para conseguir uma boa quantidade de clientes é necessário fazer algo indispensável: montar um sistema de parcerias com pessoas comuns e que estejam dispostas a prospectar clientes para o seu escritório. Essas pessoas devem ser remuneradas através de algum percentual em relação aos honorários ganhos e recebidos pelo advogado. Dependendo do porte financeiro do escritório, pode haver até mesmo a junção entre remuneração fixa e variável, mas isso é algo opcional. Quando falo em montar parcerias com pessoas comuns, entenda como pessoas comuns àquelas que detêm pouco conhecimento científico, ou seja, pessoas que não têm um nível de instrução superior. São pessoas com baixo grau de instrução, mas que, por outro lado, possuem um alto nível de engajamento na comunidade a qual fazem parte. Trata-se de pessoas populares, que conhecem muita gente e são conhecidas. Por outro lado, pessoas que possuem nível superior, geralmente mais exigentes em relação a ganhos financeiros, não querem se submeter a esse tipo de trabalho. 17 Lembre-se sempre: quem atua na área previdenciária não deve prospectar clientes, não diretamente. Preocupe-se em fechar parcerias com pessoas que estão dispostas a fazer isso por você. Essa fórmula vem sendo empregada, em larga escala, por muitos escritórios de advocacia previdenciária em todas as regiões do país e é, indiscutivelmente, a que vem demonstrando os melhores resultados. Neste momento você pode até questionar: apesar de ser uma ótima solução, não seria consideradauma forma antiética de prospecção, portanto errada e proibida? Devo discordar! Errado é um jovem advogado, que após tantos anos de sacrifício para obter uma habilitação profissional para advogar, não poder montar uma carteira de clientes em razão de regras, no mínimo, sem sentido, impostas por uma elite dominante e totalmente distante dos problemas enfrentados por quem está iniciando na advocacia. Mas o momento é inoportuno para tratarmos desse assunto... Uma das vantagens em atuar na área previdenciária, além de ter um grande público, é o fácil acesso às pessoas que, de alguma forma, precisam de algum tipo de benefício, seja ele uma aposentadoria ou um salário-maternidade, por exemplo. 18 Tal público não costuma ser tão exigente em relação aos seus direitos previdenciários, o que facilita a contratação de jovens advogados e totalmente desconhecidos, algo totalmente diferente de outras áreas como, por exemplo, a área tributária, que exige do profissional reconhecimento e um alto padrão técnico. Mas, como sempre existem as dificuldades, a área previdenciária não passa ilesa... Montar parcerias com pessoas que estejam dispostas a prospectar clientes para o seu escritório não é uma tarefa das mais fáceis. Muitos parceiros irão desistir no meio do caminho, outros permanecerão em silêncio sepulcral, apesar de seus incentivos, outros tantos não vão abraçar a sua causa e os seus projetos. Mesmo àqueles que recebem remuneração fixa e variável não serão capazes de trazer bons resultados, ou, pelo menos, satisfatórios, para o seu escritório. Isso é algo desanimador, mas é na dificuldade que está a oportunidade! A busca por bons parceiros tem que ser algo permanente no seu escritório. Busque por pessoas que possuam o perfil para prospectar clientes para o seu escritório, em todas as comunidades do seu município e região. Tenha uma postura incansável em relação a esse objetivo. Os resultados certamente virão. 19 Atualmente fala-se muito no poder das redes sociais. Será que isso é algo positivo para quem está iniciando na advocacia? Certamente é algo positivo, mas não para quem está iniciando na advocacia. Lembro-me de uma famosa frase do físico Albert Einstein: “Vamos exigir uma maneira substancialmente nova de pensar se a humanidade quiser sobreviver”. Tal frase tem tudo a ver com a pergunta que acabei de fazer. É inegável a transformação da sociedade nas últimas décadas, mas não falo em evolução do ser humano. Novas profissões surgiram e outras tantas foram profundamente modificadas pelo rápido desenvolvimento da tecnologia. As redes sociais trouxeram um novo significado para o conceito de publicidade, afinal, quem não está presente no meio virtual, simplesmente não existe. No entanto, será que essa afirmação é verdadeira? À primeira vista, sim. Em relação à advocacia, será que existe a mesma liberdade publicitária, quando comparada a outras profissões? Certamente, não. 20 A DIREÇÃO ERRADA Por se tratar de uma profissão em que a tradição ainda é bem mais forte do que a inovação, não há, sem dúvida, espaço para a livre publicidade, não aqui no nosso país. Por outro lado, muitos dizem: “O futuro da advocacia é marcar uma forte presença nos meios virtuais, desde que o seu conteúdo seja informativo/educativo”. Não há nenhum problema nisso, não de forma aparente. Você consegue perceber onde está o problema? O grande problema é que existe uma forte pressão para que advogados e escritórios de advocacia invistam cada vez mais tempo e dinheiro em redes sociais. A consequência disso é algo assustador! Praticamente a totalidade dos profissionais da advocacia estão olhando em uma única direção: a busca por um grande público nas redes sociais. Mas isso não é algo bastante positivo? Não tão positivo assim... A razão de haver tantos olhos em uma única direção é que a advocacia tradicional não é mais tão convidativa, principalmente para jovens advogados. A concorrência, por si só, irá destruir os planos de qualquer jovem advogado que ouse atuar por conta própria e da forma tradicional, não é verdade? 21 Por outro lado, querer ganhar espaço no mercado através das redes sociais é, no mínimo, infantilidade, para não falar em comportamento de rebanho. Ponha algo na sua mente: seus seguidores, nas redes sociais, não estão interessados em suas dicas sobre direitos. Pessoas não acessam redes sociais com esse objetivo. Para completar, o seu conteúdo não é algo exclusivo, pois dezenas de milhares de concorrentes estão fazendo a mesma coisa. Ou seja, você abandona um modelo ineficiente para jovens advogados e pequenos escritórios, que é a advocacia tradicional, e cai no abismo sem fim chamado advocacia virtual. Os dois modelos de atuação que citei têm algo em comum: a passividade do advogado em esperar que algo aconteça. É aqui que mora toda a nocividade do sistema de regras que proíbem a livre publicidade na advocacia. Colocar uma linda placa na frente do escritório e esperar que chegue algum cliente, ou postar algo nas redes sociais e acreditar que isso vai trazer os clientes certos são duas coisas nas quais não se deve apostar. Parafraseando Albert Einstein: “É exigido uma maneira substancialmente nova de pensar se o advogado quiser sobreviver na profissão”. 22 Claro que não estou afirmando que não se deve atuar da forma tradicional ou que não se deve investir tempo e dinheiro em redes sociais, longe disso... Mas, por outro lado, é necessário estar atento às diversas técnicas de prospecção de clientes que funcionam de forma ativa, àquelas que o advogado vai ao encontro dos clientes, a exemplo do sistema de parceria aplicável à área previdenciária. Também é necessário manter a atenção voltada para as tecnologias disponíveis no mercado que se aplicam à advocacia, e que não têm relação alguma com as redes sociais, mas prefiro tratar desse assunto em um outro momento... 23 Muitos colegas de profissão vivem uma realidade semelhante, ou seja, têm uma grande família, muitos vizinhos, porém, poucos amigos. Daí surge o seguinte questionamento: como o advogado pode tirar proveito desse pequeno círculo social para exercer a advocacia? É uma pergunta proveniente de um pensamento inocente, no entanto, não deixa de ser um bom questionamento. Nunca, jamais, comece a advogar pensando em atender as necessidades de seus amigos, parentes e vizinhos, eles não procurarão você para contratá-lo, não para boas ações. Se for uma boa ação, àquela que realmente vale a pena dar o máximo de empenho, essas pessoas vão preferir prestigiar um estranho, mas não você. A cada dez pessoas próximas, uma ou nenhuma vai te contratar. Nada contra você, mas também, nada a favor. Tem uma história que diz que o invejoso corta a cidade, paga o preço exorbitante, consome a má qualidade, mas na hora de passar em frente ao estabelecimento do amigo que mora ao lado, atravessa a rua e faz descaso. 24 ELES NÃO ESTARÃO AO SEU LADO Quando se trata de uma péssima ação para o advogado, algo de baixo valor ou que o direito seja praticamente impossível do ponto de vista técnico, talvez te procurem, claro, depois de primeiro procurar outros profissionais e conseguir o desprezo destes. Eles serão os piores tipos de clientes, pois além do desprestígio anterior em relação a sua pessoa e ao seu profissionalismo, por não terem o procurado em primeiro lugar, farão perguntas nas quais já sabem as respostas com o objetivo de testar as suas competências. Exigirão uma celeridade da sua parte muito acima do normal, pois toda a morosidade do judiciário ou de qualquer órgão da administração pública será atribuída a você, além disso, qualquer valor cobrado à título de honorários advocatícios será visto como algo semelhante à extorsão. Dirão: “Que absurdo! Cobrar essa quantia por uma causa tão simples.” Consolide este mandamento na sua mente o quanto antes: evite, o quanto você puder evitar, prestar serviços aos seus parentes. Todo jovem já deveria colocar em prática esse mandamento quando ainda na faculdade. Quem é que nunca foi desafiadopor algum parente chato, que ao saber que você está no primeiro período de Direito, já o bombardeia com perguntinhas sobre as quais ele já sabe ou acha que sabe das respostas? 25 Todos já caímos nessa armadilha. Mas isso nem de longe se compara com um dos maiores erros cometidos por advogados e advogadas iniciantes: pegar qualquer tipo de causa. 26 Existe uma verdadeira ansiedade em protocolar a primeira ação no judiciário logo após conquistar a habilitação para exercer a advocacia. Não raras vezes, essa ânsia por clientes e trabalho resulta em prejuízos financeiros e emocionais. Em que pese a problemática aqui exposta, conquistar os primeiros clientes, sejam quais forem os seus problemas, é algo que não deve ser evitado, mas que, por outro lado, deve ser analisado sob um ponto de vista lógico, afastando-se de qualquer sentimento que o deixe vulnerável ou que o influencie negativamente na tomada de decisão. O primeiro trabalho, no exercício da advocacia, sempre virá acompanhado de uma boa dose de ansiedade, isso é algo indissociável. O pouco conhecimento e a falta de experiência são vilões ativamente presentes na carreira de qualquer profissional. Tais vilões vão aceitar qualquer tipo de trabalho, em qualquer área do direito, sem se importar quem é o cliente, se vai receber honorários adiantados ou se vai receber apenas se houver algum tipo de êxito. 27 A ANSIEDADE PELOS PRIMEIROS TRABALHOS Mas agora que você já sabe quem são os vilões que o empurraram em direção ao abismo, já pode negociar com eles um pouco de dignidade. Pergunte-se: Por que estou aceitando esta causa? Ela vai me proporcionar bons resultados emocionais e financeiros? O valor que irei receber compensará o desgaste físico e mental, independentemente de ganhar ou perder? Essas três perguntas, formuladas de forma conjunta, ajudam a sufocar os dois vilões que destroem os sonhos e planos de qualquer advogado iniciante. Nada mais frustrante do que ganhar um processo judicial e nada receber, ou mesmo ter que abandoná-lo no caminho, por ter o mesmo se tornado um fardo pesado, algo que você diria: se soubesse que seria assim, jamais teria aceito este trabalho. Ao surgir os primeiros clientes, acompanhados, logicamente, de seus terríveis problemas, use sua inteligência. Ser inteligente é manter seu ego distante e analisar a situação objetivamente. Você não precisa dizer ao cliente, no momento em que o mesmo o procura, que vai patrocinar a sua causa. 28 Você sabe por que depois do fim de uma discussão sempre surgem as melhores respostas, e só após superado um problema aparecem soluções que seriam infinitamente mais eficazes para resolvê-lo? Porque essa é a capacidade de analisar objetivamente o cenário sem o fulgor do momento. Você pensa “eu deveria ter dito isso” ou “eu deveria ter feito aquilo”, mas não fez e não disse porque estava tão afoito em provar seu melhor ao cliente que, saltando pela inteligência, acabou deixando de lado o que provavelmente seria a escolha mais indicada naquela circunstância. Para toda dificuldade na qual você for inserido de forma inesperada, procure analisa-la de fora, em terceira pessoa, como se estivesse estudando uma maquete ou acompanhando os movimentos de um tabuleiro. Ao se colocar por cima da situação, você diminui a urgência que consequentemente evoca o estresse e afeta a razão. Com a prática, a sensação que se tem é de estar reverberando sobre um problema que já passou – mas dessa vez sem culpa – e com o poder da inteligência ainda em punho para assumir o controle da melhor decisão. Assim, você acaba evitando processos judiciais prejudiciais a sua carreira, dorme melhor e economiza em medicamentos para dores de cabeça e antidepressivos. 29 Em seu caminho sempre surgirá clientes que não merecem a sua atenção. Reuniões marcadas com a necessária antecedência serão canceladas sem nenhum motivo aparente; horas infrutíferas aguardando uma ligação ou uma mensagem; atrasos seguidos de desculpas inverídicas, impontualidade nos pagamentos, tudo isso faz parte da rotina de quem advoga. Absolutamente ninguém passará longe desses problemas, no entanto, é necessário sempre observar os sinais que normalmente estão implícitos em um determinado contexto, assim, vale àquela máxima que diz que “quem é bom em dar desculpas, não é bom em mais nada”. A prioridade delata a insignificância. E vice-versa. Você não marca, por exemplo, um compromisso com os amigos, às oito horas da manhã de uma quarta-feira normal. Às oito você precisa estar no trabalho. 30 LADRÕES DE TEMPO Fazer dinheiro é seu compromisso. Colocar comida na mesa é a sua maior prioridade. E bom, isso é apenas um exemplo. O seu horário pode ser outro, mas a essência da mensagem ainda é a mesma: qualquer um, em sã consciência renunciaria a todo evento secundário neste espaço de tempo para estar no cumprimento do seu dever. E somente algo superior no valor da significância, como a sua família ou a saúde, poderia mudar toda a rota de prioridade. Onde pretendo chegar, digo de imediato: não gaste sua energia tentando descobrir se a outra pessoa, que pode ser um cliente, está inventando pretextos para não cumprir o que foi combinado. Se o compromisso secundário, consideravelmente marcado distante do primário – como por exemplo, depois do trabalho – foi desmarcado em cima da hora, significa que a prioridade não é você. Os mais astutos na prática tentarão deixar a desculpa mais crível emparelhando-a com o incontestável – família e saúde. Mesmo que pareça coincidência algo acontecer exatamente sobre a data marcada, a possibilidade ainda existe. 31 Desta forma, considere dar uma segunda chance, mas deixe que a outra pessoa te procure. Se houver verdade, e principalmente interesse, ela se comprometerá em remarcar para um outro dia. No todo, quem tem palavra sabe o peso de um compromisso. E se uma dor de cabeça ou um mal-estar não impede que trabalhemos, também não vemos problemas em renunciar aos pormenores para dignamente cumprir o que foi estabelecido. Assim, não direcione sua atenção na possibilidade da desculpa, e sim para onde a prioridade foi direcionada. Se a pessoa não coloca em primeiro lugar o compromisso que te envolve, priorize-se e coloque outra pessoa em seu lugar. Se for um potencial cliente, deixe-o à vontade para o procurar quando bem entender, e o melhor mesmo é que nunca mais o procure. 32 Uma das maiores qualidades de um bom advogado é não permitir que o cliente o faça de trouxa. O cliente, por mais inculto que possa ser, vai testá-lo com o objetivo de descobrir alguma fraqueza, algum ponto de intersecção que demonstre que você não é tão esperto, não como ele. O cliente conhece a verdade, o advogado conhece apenas as versões de algum fato que chega até ele, por meio do cliente ou de terceiros. Existem dois sinais de que você pode estar sendo enganado: 1 – Informações irrelevantes estão sendo repetidas muitas vezes; 2 – Informações importantes, que deveriam ser mencionadas, estão sendo “esquecidas”. A mente humana tende a confiar mais nas informações que: - Recebe primeiro; 33 O CLIENTE É MAIS ESPERTO QUE VOCÊ - É repetida mais vezes; - Confirma seus pré-conceitos; - É conveniente; - Eleva seu status; - Sinaliza lealdade para o seu grupo; - Foi mencionada por uma suposta autoridade (ex.: “a psicologia diz...”, “meu professor falou...”). Normalmente as evidências falam por si, mas a nossa mente prefere ouvir a sua própria canção. Para quebrar a inebriante frequência deste som, sempre: - Suspeite quando alguma pauta importante for “esquecida” ou adiada; - Solicite o nome do autor da menção em questão; - Desconfie de informações que causem uma forte reação emocional; - Dê dois passos para trás em reflexão. A nova arte da omissão tem sido praticada através das inverdades que desejamos ouvir, onde a disseminação soterra ainda mais aquilo que acharam “melhor” não nos contar – somos ao mesmo instante o coveiro e o sepultado nesta prática. Assim, sempre que algo estiver soandoagradável demais, procure o que há de desagradável nisso. 34 Afiando sua percepção, com o tempo entenderá que para cada bela canção que foi destinada a você, existiu, no fundo, um cântico fúnebre que sempre passou despercebido. Não raro, voltando para a prática da advocacia, advogados e advogadas se surpreendem, no curso de um processo judicial, com algo que nunca foi mencionado pelo cliente. Geralmente essa informação recém-descoberta implicaria decisivamente na análise da viabilidade do direito realizada pelo advogado. Enfim, o sentimento é de impotência. Um forte e poderoso antídoto para desconstruir o enredo friamente arquitetado pelo cliente está na frase “Acredite só em metade do que vê e em nada do que ouve”. Coloca em ação tuas próprias faculdades e arrisca experimentar, não confie apenas naquilo que vê ou ouve. Nunca tire conclusões precipitadas. Não importa quem lhe contou, aplique o seu próprio critério e exerça a sua capacidade de discernimento antes de chegar a uma conclusão. Seja rápido em desconfiar, prudente em investigar e certeiro ao decidir. 35 Existe algo ridiculamente repetido por quase a totalidade dos advogados quando o assunto é a escolha de um sócio, para juntos, planejar e executar projetos ambiciosos. Geralmente as pessoas escolhem outras para formar uma sociedade baseando-se apenas em laços de amizade. Isso é um erro! Escolher um sócio não pode ser um ato de amizade. Escolher um sócio é um ato negocial. Pode ser que a sua escolha seja trabalhar sozinho, sem divisões de resultados e sem interferências decisórias, contudo, advogar sozinho pode ser, para alguns, uma tarefa quase impossível. Você já sabe que para obter boas vantagens na advocacia é necessário alinhar a sua área de atuação com o seu círculo social. Ao formatar os critérios para a escolha de um bom sócio você deve, em primeiro lugar, descobrir qual o círculo social em que o mesmo está inserido. 36 O SÓCIO Caso você deseje, por exemplo, atuar na área empresarial, sob qual justificativa você vai escolher, para formar uma sociedade, uma pessoa que viveu a vida inteira na zona rural e só conhece um pequeno número de fazendeiros e trabalhadores rurais? Por que você escolheria um sócio baseado apenas no conhecimento teórico dele, sem levar em consideração que se trata de uma pessoa extremamente tímida e que não participa ativamente de nenhum grupo social? Se você é tímido e fechado para interações sociais, por que escolher um sócio que possua uma personalidade semelhante a sua? Você deseja, por exemplo, atuar na área criminal? Por que não procura um sócio que esteja inserido, de alguma forma, no sistema de segurança pública? Você precisa de um sócio que consiga trazer clientes para o escritório. De nada adianta ter um sócio com um notável conhecimento jurídico se é ineficaz em prospectar clientes. Na área criminal, mas vale uma sociedade informal com um escrivão de polícia do que com um advogado sem nenhum tipo de vínculo com profissionais do sistema de segurança pública. 37 Você não precisa de um sócio para dividir os seus problemas, você precisa de um sócio para somar ou multiplicar as oportunidades, as relações sociais. Pegue carona no círculo social do qual o seu sócio faz parte. Infiltre-se nas lacunas que passam de forma despercebida pelo seu sócio, alinhando-se aos aliados dele, preenchendo espaços vazios no círculo de amizades, que muitas vezes o seu sócio pode deixá-los por negligência. Não se esconda por trás do seu sócio. Aproveite todas as oportunidades para se destacar sem que, logicamente, ele perceba as suas pretensões. Caso algum dia a sociedade se desconfigure, você sairá com um ativo extremamente valioso: todo o círculo social do seu ex-sócio agora também será seu. 38 Uma das formas de ganhos imediatos, sem sombra de dúvida, é trabalhar em algum escritório de advocacia. Porém, por mais amistoso que seja o ambiente, você está cercado de inimigos. Mas o assunto que desejo abordar não é esse, não diretamente... Vou te contar tudo o que nunca te contaram sobre como sobreviver e prosperar no mundo corporativo, incluindo, é claro, as bancas de advocacia. Os indivíduos que ascendem na vida não contam apenas com a competência, mas também praticam a política e desenvolvem um caráter para ela. A política existe em qualquer lugar que exija gestão de pessoas. Seja empresas, varejo, eventos sociais ou familiares. Os dois são praticamente inseparáveis. Rejeitar a política significa rejeitar o poder. Rejeitar o poder significa aceitar ser vítima de quem não o rejeitou. 39 VOCÊ TEM VÍNCULO DE EMPREGO EM UM ESCRITÓRIO? Repetidamente, tenho visto jovens trabalhadores, homens honestos e íntegros serem esmagados, rebaixados e despedidos porque se recusaram a reconhecer o cenário político em que trabalharam. A verdade é que a política não favorece a competência. Ela favorece o interesse. E se você quer subir na hierarquia, ou em qualquer outro cenário, deve aplicar duas estratégias básicas: - Estratégia 1: torne-se bom no que faz. - Estratégia 2: aproveite a excelência para se juntar ou construir a sua própria coalizão. Todos os indivíduos dentro de qualquer tribo (de primatas a humanos) precisam de uma coalizão para ter poder. Coalizões são grupos de pessoas que trabalham juntas para impor influência. A razão pela qual você foi negligenciado ou despedido, apesar de trabalhar excepcionalmente duro, é porque foi vítima de uma coalizão que se moveu contra você. Para ingressar em uma coalizão, você deve primeiro identificar quem é o líder. 40 Em seguida, é preciso alinhar os interesses com ele e cumprir a descrição do seu trabalho. O alinhamento de seus interesses é o que lhe dará poder no cenário e protegerá sua posição. Para se alinhar às aspirações do líder, você deve: – Fornecer valor sob seu domínio, sendo competente e relevante para ele; – Priorizar o trabalho que ele delega a você acima de qualquer coisa; – Dar a ele a ilusão de que isso está construindo sua própria reputação. Para fortalecer os laços com o líder da coalizão é preciso: - Nunca dar a impressão de que você pode substituí-lo; - Mostrar lealdade, protegendo seus projetos, posição e interesses; - Mergulhar em seu ego e absorver ordens; - Desenvolver tolerância ao conflito; - Confessar vulnerabilidades para criar vínculos. Você deve querer estar em uma posição em que, caso ocorra uma dispensa, você tenha uma base sólida com a pessoa responsável por mantê-lo. 41 Isso só pode ser fortalecido por meio de emoções, alinhamento de interesses e competência – usando a natureza humana a seu favor. E tornando-se o favorito. Juntar-se a uma coalizão é como você constrói poder político dentro do local de trabalho que rechaça aqueles que ameaçam sua posição com demissões, ao mesmo tempo que lhe dá a vantagem de assumir cargos de gestão durante as promoções. Também é um pré-requisito para ser reconhecido pelos chefes. Se você deixar de entrar em uma coalizão, saiba que sempre estará sujeito a uma possível redundância e/ou estagnação posicional. Não importa quanto valor você forneça, se não conseguir alinhar os interesses com aqueles que estão acima de você, será forçado a se juntar aos que estão abaixo de você. Se não pode entrar em uma coalizão, precisará recorrer a meios astutos e insensíveis para se proteger, encontrando pontos fracos de gerentes e funcionários para alavancar e proteger sua própria posição – este é um método aceitável se os interesses políticos deles estiverem prejudicando você. 42 Se fizer exatamente como digo, você ascenderá em qualquer configuração que requeira gerenciamento de pessoas. Não se esqueça de que talento o leva até a porta, mas o caráter é o que te mantém na sala. Construindo o personagem corporativo ideal: - Não seja desrespeitoso – mesmo com aqueles que te desrespeitam. Muitos indivíduos em posições de destaque são rudes e arrogantes. Se você quiser se conectar com eles e superá-los, mostre que a arrogância deles não incomoda. Absorvao abuso. E depois use isso como contraste. Jamais retribua a arrogância. - Seja indiferente: Não há espaço para emoções no topo. Seja objetivo e busque a criação de valor para ambas as partes. Estar apegado significa ser dependente. 43 A dependência é uma fraqueza. E com ela você não pode ser confiável. - Seja protetor e leal: Seja leal aos que estão acima de você para ascender. Proteja os que estão abaixo de você para fortalecer sua liderança. Essas qualidades não devem ser comprometidas em nenhuma circunstância. - Seja eficiente: Não brinque no local de trabalho. Não se envolva em fofocas. Não use 10 palavras se 2 servem. Entre, cumpra a descrição de seu trabalho além do esperado e, em seguida, faça movimentos que criem conexão com aqueles que estão acima de você. Seja neutro com os amigos. Pareça neutro com os inimigos. 44 Forneça valor aos aliados. Dê valor aos oponentes. Respeite os dois igualmente. Esqueça as emoções do lado de fora. Alinhe interesses e procure situações em que todos ganhem. É assim que operam os homens corporativos e os advogados de sucesso. 45 Aquele que insistir no modelo de advocacia tradicional, ou seja, aquele modelo em que os clientes chegam no escritório por meios aleatórios – por exemplo, o cliente vai passando na calçada e resolve entrar no seu escritório – ou os clientes vêm ao escritório através de indicações, seja de amigos, parentes ou de outros colegas de profissão, está fadado ao fracasso. Não há mais espaço para esse tipo de advocacia. Por outro lado, aquele que se apoiar unicamente na advocacia virtual (sites e redes sociais), achando que é o modelo de advocacia do futuro, igualmente será engolido pela forte concorrência. Quase a totalidade dos advogados e escritórios de advocacia de pequeno e médio porte estão de olho nas redes sociais, e como já mencionei anteriormente, isso é um grande erro, principalmente quando os olhares estão voltados apenas para essa direção. Redes sociais são ambientes de descontração, de lazer, de “passar o tempo”. Não é e nunca será um instrumento eficaz de prospecção de clientes. 46 ABANDONE QUALQUER ESTRATÉGIA PASSIVA Claro que para você, o que acabei de mencionar, não é algo claramente óbvio, mas este material não foi feito para tratar de assuntos óbvios. Existe uma pequeníssima parcela de bancas de advogados que sepultaram de vez o modelo tradicional de advocacia e que não possuem nem ao menos um perfil em redes sociais, mas que são donas de uma carteira de clientes de tamanho notável. Você sabia que há, por exemplo, escritórios de advocacia previdenciária no Brasil com mais de 100.000 processos ativos, somente na Justiça Federal? Não posso citar nomes aqui, mas conheço pelo menos três escritórios que já ultrapassaram a marca dos cem mil processos, além de outros que em breve chegarão lá. Ao contrário do que você possa achar, não é nada complicado descobrir como um escritório de advocacia pode alcançar um número tão grande de clientes sem ao menos marcar presença em redes sociais, sites ou buscadores como o Google. Esses escritórios utilizam o poder da informação para prospectar milhares de clientes. 47 Independentemente do problema do cliente, é possível adquirir informações relevantes em áreas como a cível, a criminal, a tributária, a trabalhista, a previdenciária, a administrativa, a ambiental, ou seja, em qualquer área de atuação existente no ordenamento jurídico. Escritórios que utilizam o poder da informação, ao contrário do que você esteja pensando, não utilizam sites ou redes sociais para prospectar milhares e milhares de clientes. O engraçado é que grande parte dos clientes desses escritórios nem ao menos sabem que eles existem. Normalmente esses grandes escritórios formam parcerias com pequenos escritórios espalhados por todo o país. Assim, os clientes mantêm contato apenas com os advogados responsáveis pelo atendimento presencial. Bem, agora que você já sabe que existe esse tipo de “mercado” funcionando perfeitamente e a todo vapor bem pertinho de você, é hora de conhecê-lo mais a fundo. Neste modelo de prospecção de clientes os grandes escritórios são responsáveis pela indicação dos clientes e a confecção dos processos, enquanto os pequenos escritórios dão conta do atendimento. 48 E como os grandes escritórios conseguem esse gigantesco número de clientes? A resposta é simples e direta: por meio de informações públicas disponibilizadas pelos órgãos públicos em sites oficiais e editais. Para que fique mais claro, vou utilizar como exemplo a prospecção de clientes na área previdenciária. Você já analisou algum Edital do INSS convocando os beneficiários para comparecer ao órgão para realizar a perícia médica? Caso não tenha visto, procure na internet, você achará facilmente. Você vai perceber que são milhares de beneficiários que, por algum motivo, não receberam a carta de convocação para realizar perícia médica e que, provavelmente, terão seus benefícios cortados, pois ninguém costuma ler o Diário Oficial. Só irão perceber que o benefício foi suspenso quando forem ao banco. Você vai perceber também que o edital só indica o nome do beneficiário e o número do benefício. Não indica, por exemplo, o Estado ou o Município em que está localizado o beneficiário. O que você poderá fazer então com esses dados disponibilizados nos editais de convocação? 49 Bem, a menos que você utilize algum software que consiga rastrear pelo menos a cidade de cada beneficiário, você não poderá fazer nada, isto é, apenas com o nome do beneficiário e o número do benefício não se pode fazer nada. As grandes bancas de advocacia utilizam programas de computador complexos para descobrir mais dados desses beneficiários como CPF, endereço, telefone, status no INSS (se o benefício foi deferido ou indeferido), entre outras informações. Os programas utilizados são capazes de processar milhares de informações por minuto. Após descobrir as informações necessárias sobre cada beneficiário, o programa segmenta os dados por tipo de benefício, por cidade, por bairro, o que você puder imaginar. Após criar uma lista de pessoas de alguma cidade com benefícios indeferidos, por exemplo, os grandes escritórios enviam os dados para pequenos escritórios parceiros localizados naquela cidade ou região. Os escritórios parceiros fazem a abordagem aos clientes indicados nos dados utilizando técnicas muitas vezes rudimentares, mas que funcionam. Tal abordagem é feita 50 por meio de telefonemas ou visitas ao endereço do cliente, nunca por meio de correspondências, pois estas deixam rastros que podem gerar problemas de ordem ética. Toda essa exposição que acabei de fazer é apenas para te mostrar a diferença entre os modelos tradicionais de atuação na advocacia juntamente com o virtual, através de sites e redes sociais, e a utilização do poder da informação. Quando você utiliza o poder da informação para atuar na prospecção de clientes, você deixa para trás toda a passividade, que se traduz em esperar que algum cliente apareça no escritório ou que alguém veja o seu post, em alguma rede social, e entre em contato. Ao utilizar o poder da informação você parte para o ataque, você busca o cliente para o escritório de forma direta, você passa e fecha a porta para os concorrentes. Eu sei que neste momento você deve estar pensando que apenas os grandes escritórios de advocacia possuem a capacidade de atuar utilizando o poder da informação. Felizmente, você está errado! Lógico que não é algo tão simples de executar, principalmente para um advogado que atua sozinho, mas é perfeitamente possível. 51 Já que você não tem em seu escritório um programa que sintetize todas as informações dos potenciais clientes, de acordo com a sua área de atuação, você poderá fazer uso dos chamados Sistemas de Buscas. Sistemas de Buscas são sites que oferecem pacotes completos de informações pessoais sobre pessoas físicas e jurídicas. Informações como nome, CPF, endereço, telefone, n° do benefício previdenciário, análisede crédito, lista de funcionários de empresas (inclusive com datas de admissões e demissões), entre tantas outras, fazem parte do arsenal oferecido a qualquer advogado. Mesmo após a implementação da LGPD, os Sistemas de Buscas ainda permanecem dentro da legalidade. Segue a relação dos melhores Sistemas de Buscas do mercado: -Procob; -Serasa; -InTouch; -IFaro; -ZipOnline. 52 A utilização correta dos Sistemas de Buscas, juntamente com os dados fornecidos pelos órgãos públicos, pode alavancar, de forma exponencial, a carteira de clientes do seu escritório. Por falar em dados fornecidos por órgãos públicos, saiba que em praticamente todas as áreas de atuação, desde que, de algum modo, envolva informações públicas, é possível, por meio dos próprios sites desses órgãos, extrair informações relevantes para uma prospecção de clientes eficiente. Por exemplo, nas áreas cível e criminal é possível acessar as intimações de pessoas físicas e jurídicas que estão sendo rés em algum processo, antes mesmo delas saberem que estão sendo processadas. Tudo isso você encontra nos Diários de Justiça disponíveis nos sites dos Tribunais de Justiça dos Estados, nas páginas de processos distribuídos. Mesmo que nos Diários de Justiça os dados pessoais estejam incompletos, dificultando um pouco a obtenção de informações relevantes para uma correta prospecção, com o auxílio de um Sistema de Buscas fica extremamente fácil localizar endereço, telefone e demais dados do potencial cliente, até mesmo informações sobre os seus vizinhos e parentes. 53 A expressão “encontra-se em local incerto e não sabido” não se aplica a advogados e escritórios de advocacia que sabem utilizar todas as ferramentas disponíveis nos Sistemas de Buscas. Quem atua na área previdenciária tem a sua inteira disposição um leque de opções inimagináveis de técnicas de prospecção de clientes. Algumas dessas técnicas utilizam informações como benefícios indeferidos, deferidos, suspensos, cessados, tudo dividido por Estados da Federação e até por Municípios. O melhor de tudo é que essas informações são públicas, podendo ser acessadas por qualquer pessoa. Aqueles que atuam na área trabalhista não ficam de fora da festa. É possível levantar dados sobre todos os acidentes de trabalho ocorridos em sua região através de informações públicas. Também é possível ter acesso, por meio de um Sistema de Buscas, a todas as demissões de funcionários de qualquer empresa, juntamente com os dados pessoais de cada ex- funcionário. Essa ferramenta é ótima, principalmente, quando há noticias de demissão em massa. Para aqueles que desejam atuar ou atuam na área tributária, há várias informações sobre processos, incluindo notificações de multas, nos sites das Secretarias das Fazendas dos Estados. 54 Para quem advoga na área ambiental, existem inúmeras informações públicas, acompanhadas de dados pessoais, sobre multas aplicadas pelos órgãos de fiscalização ambiental, principalmente o IBAMA e o ICMBio. A lista de informações públicas que pode ser acessada por qualquer pessoa e que se aplica a qualquer área da advocacia é extensa. Cabe a você selecionar as informações que possuem relevância para a sua área de atuação. Para colher informações sobre benefícios previdenciários do INSS, propriedade industrial, acidentes de trabalho, multas ambientais, funcionários públicos, licitações e muitas outras, acesse o Portal Brasileiro de Dados Abertos (dados.gov.br). Um escritório de advocacia que possui em seu arsenal um profundo conhecimento sobre o acesso aos dados disponibilizados pelos órgãos públicos, juntamente com um bom Sistema de Buscas está perfeitamente alinhado ao novo modelo de advocacia, aquele que utiliza o poder da informação com o objetivo de prospectar um número infinito de clientes. O advogado que utiliza o poder da informação não espera o cliente bater na porta, não perde o seu precioso tempo com redes sociais, não precisa estar inserido em nenhum círculo social compatível com a área de atuação escolhida, nem espera por indicações de terceiros. 55 Seja bem-vindo ao novo modelo de advocacia (não tão novo assim)! Experimente um pouco do PODER DA INFORMAÇÃO! Use o conhecimento que está a sua disposição para entrar na nova era da advocacia. Mude sua forma de pensar a advocacia, reflita sobre as orientações estabelecidas neste material, só assim, em contraposição ao título deste e-book, seja possível descobrir se a advocacia é realmente para você. E por falar em advocacia... Você quer aprender algumas TÉCNICAS PODEROSAS DE PROSPECÇÃO DE CLIENTES NA ÁREA PREVIDENCIÁRIA?? Na maioria dos cursos jurídicos, tanto no bacharelado como nas especializações existe um problema: eles ensinam apenas a teoria. Mesmo os cursos de prática jurídica não são capazes de proporcionar ao aluno estratégias eficientes para ter sucesso na carreira. O Curso que aqui proponho é diferente (e único) por que é prático do começo ao fim. 56 Vou te mostrar algumas técnicas capazes de colocar seu escritório em um local de destaque na advocacia previdenciária em sua cidade. As estratégias de prospecção de clientes que serão ensinadas no curso são guardadas a sete chaves pelas grandes bancas de advocacia previdenciária. Você sabia que há escritórios de advocacia previdenciária no Brasil com mais de 100.000 processos ativos na Justiça Federal? Neste momento sei que você deve está se perguntando: Mas como isso é possível? Como conseguir essa quantidade enorme de clientes? Como...? A resposta é simples: através do Poder da Informação. Através das técnicas de prospecção ensinadas no curso você será capaz de conseguir dados de potenciais clientes que tiveram o benefício indeferido ou cessado pelo INSS, além de descobrir, com antecedência, quem são as pessoas que estão prestes a solicitar o benefício de Aposentadoria Rural por Idade do seu município. Tudo de forma descomplicada e totalmente dentro da legalidade! Mas não se preocupe, você não precisa ter nenhum tipo de conhecimento em tecnologia da informação para dar o grande salto no número de clientes em seu escritório. Não importa o tamanho do seu escritório, ou mesmo se atua sozinho e não possui um escritório físico... Os modelos de prospecção de clientes que irei ensinar servem para qualquer tipo de escritório, não importa o tamanho. A quantidade de clientes que você irá prospectar dependerá diretamente da sua capacidade de trabalho. Se você tiver capacidade para atender 50 clientes por semana, você terá 50 clientes por semana! Se a sua equipe tiver capacidade para atender 200 clientes por semana, seu escritório terá 200 clientes por semana! Repito, o tamanho da sua carteira de clientes está diretamente relacionado com a sua capacidade de trabalho. O Curso de Prospecção de Clientes na Área Previdenciária é a maior oportunidade de transformar a realidade do seu escritório, de alavancar exponencialmente a sua carteira de clientes, o que vai te trazer um enorme ganho financeiro. ESTRUTURA DO CURSO: - O curso é ministrado no nosso Canal no Telegram (não é grupo); - São 13 vídeo-aulas de curtíssima duração, porém, riquíssimas em detalhes, o que vai demandar inteiramente a sua atenção para colocar em prática todas as técnicas ensinadas; -São abordadas 3 técnicas: 1- Técnicas Básicas: 1.1- Modelos Bons e Ruins de Atuação 1.2- Montagem de Parcerias 1.3- Contratação de Parceiros Top 1.4- Dicas Gerais sobre Prospecção na Área Previdenciária 1.5- A Grande Onda Previdenciária 2- Técnicas Avançadas - Benefícios Cessados e Indeferidos: 2.1- Acesso à Informação 2.2- Como Carregar o Arquivo CSV no Excel 2.3- Filtrando os Dados de Benefícios 2.4- Sistemas de Localização 2.5- Enriquecimento dos Dados do Potencial Cliente 2.6- Trabalhando com Benefícios Cessados 3- Técnicas Avançadas - Aposentadoria por Idade Rural 3.1- Aposentadoria por Idade Rural 3.2- Montando um Dossiê Rural Tudo isso ficará a sua disposição por tempo ilimitado no nosso Canal do Telegram. Você poderá acessar sempre que quiser, através de qualquerdispositivo. O valor para ter acesso a todas essas técnicas de prospecção de clientes na área previdenciária é de R$ 49,00 (pagamento único) Forma de Pagamento: Exclusivamente por meio de PIX Clique na imagem abaixo e solicite os dados do PIX. Após a confirmação do pagamento será enviado o link de acesso ao curso. https://t.me/advrico João Nunes é alagoano, Advogado, sócio nos escritórios JN Advocacia e B2G Licitações, especialista em Direito Previdenciário, Direito Tributário, Direito Empresarial, Direito Administrativo e Assessoria em Licitações Públicas. Entre em contato com o Autor e contribua com sugestões, críticas, elogios ou relatos sobre os problemas enfrentados no seu cotidiano. CLIQUE PARA ENVIAR UM E-MAIL mailto:atendimento.advogadorico@gmail.com mailto:atendimento.advogadorico@gmail.com
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