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FICHAMENTO – HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS – CAP. 9 IDENTIFICAÇÃO Nome completo do autor da ficha de leitura: Thaís Lysakowski Ness Número do semestre do curso: 2 Curso: Relações Internacionais REFERÊNCIA DA OBRA: KRIPPENDORFF, Ekkehart. História das Relações Internacionais. Lisboa: Antídoto, 1979, p. 137- 153. Palavras-chave relacionadas ao tema: entre guerras, economia, política, Alemanha, Japão, EUA, capitalismo, socialismo INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR: Ekkehart Krippendorff nasceu na Alemanha, em 1934, e foi um especialista em Ciência Política e Relações Internacionais. Trabalhou em universidades como Harvard, Yale e Columbia, e também na universidade de Berlim, além de ter passado períodos em universidades de países como Itália e Japão. Suas principais contribuições são livros e artigos sobre política americana, guerra e Estado. Veio a falecer em 2018. TEMA GERAL E ESTRUTURA DO TEXTO: O capítulo 9 da obra de Krippendorff, intitulado “O período entre as duas guerras e o segundo colapso do sistema internacional” trata sobre os acontecimentos do período entre guerras, dando ênfase nas questões econômicas e políticas da época. É realçada a sobrevivência do capitalismo em meio às revoltas socialistas, e como esse sistema levou à Segunda Guerra, devido a conflitos econômicos entre os países. O autor faz uma diferenciação entre a economia e a política desse período, e enfatiza como uma afeta a outra em um momento de grande crise. O papel de alguns países se sobressai na análise do autor, como Japão e Alemanha, importantes para o colapso que leva à Segunda Guerra, EUA, que inicia sua ascensão à hegemonia, e URSS, sendo o primeiro país a se desassociar do sistema capitalista. SÍNTESE DE CONTEÚDO: No capítulo estudado, o autor inicia enfatizando a sobrevivência do capitalismo após o final da Primeira Guerra, pois mesmo com a saída da Rússia desse sistema, se tornando um país socialista, e dos diversos conflitos de classes que ocorriam dentro dos demais países europeus, o capitalismo continuou sendo um sistema global. Porém, foi pago um preço caro para isso, visto que o fascismo ascendeu como uma resposta aos movimentos socialistas. Em seguida, entendemos a situação de alguns países no pós guerra: segundo o autor, a Alemanha, mesmo com as restrições do Tratado de Versalhes, continuou a ter potencial para se tornar uma potência hegemônica, mesmo que não fosse vista assim pelos seus vizinhos. Já os EUA saíram da Primeira Guerra como potência capitalista, e tiveram menos problemas com relação às lutas de classes, visto que essas se desenrolavam mais fortemente no continente europeu. Ainda, o país obteve um aumento de exportações e se transformou em um agente importante para os países europeus, fazendo empréstimos para que eles pudessem se recuperar dos anos de guerra. Outro país com mudanças significativas no pós guerra foi a União Soviética, que não apenas causou uma ruptura, se tornando o primeiro país socialista, como também sobreviveu às diversas investidas antissocialistas, e se fortaleceu nos anos seguintes. Um ponto de extrema relevância trazido pelo autor foi a distinção entre econômica e política, afirmando que elas se coincidem apenas em Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce momentos de crise. Quanto ao âmbito político, é destacado que a maior preocupação dos países dizia respeito à existência de um regime socialista na Rússia, e, portanto, toda política era voltada às questões antissoviéticas e anticomunistas, sendo esse um interesse comum entre as nações europeias do período entre guerras. Um exemplo é a Liga das Nações, que era conservadora e contra a revolução. Também, essa preocupação política se exemplifica pelo apoio recebido pela Alemanha para sua estabilização econômica, que foi visto como uma barreira para o socialismo, numa tentativa de acalmar os ânimos dos grupos socialistas alemães. Por outro lado, no âmbito econômico, a Rússia não foi vista como uma ameaça pelas nações capitalistas, visto que suas exportações diminuíram consideravelmente após a revolução, apesar de sua produção interna ter aumentado – pois aumentou sua capacidade industrial, o que, aos olhos do autor, foi um grande feito visto que o país não possuía ajuda externa. Porém, numa visão econômica, o capitalismo continuou inabalável, pois continuou a ser o sistema econômico vigente no mundo, tendo em vista que nenhuma das crises que ocorreram no período entre guerras tinha relação com o Estado socialista, portanto nessa esfera a Rússia socialista não era vista como um problema. Mas o autor salienta que quando há uma forte crise, seja econômica ou política, um âmbito atinge o outro. Por exemplo, a crise de 1929, que afetou profundamente a economia mundial, afetou também o sistema político, pois resultou na criação de blocos econômicos e restrições ao comércio internacional. Isso levou a uma reação do Estado japonês, que se sentiu prejudicado pelas restrições, pois elas abalariam as vendas de seus produtos – então, o Japão sentiu a necessidade de conquistar suas próprias colônias, a fim de ter seu próprio mercado. Outro país que também se sentiu prejudicado foi a Alemanha, em relação à formação de um bloco econômico do qual não fazia parte. Sentiu-se então a necessidade de conquistar o monopólio de mercado dentro do continente europeu, ou seja, realizar uma expansão continental. Com essa ambição alemã, nasceu um conflito com a Inglaterra, que era contra essa expansão. Dessa forma, tendo em foco as exigências japonesas e alemãs, e as desavenças econômicas que geravam tensões nesse período, surgiu a Segundo Guerra, que teve como resultado uma elevação ainda maior dos EUA, que ascendeu econômica, política e militarmente. DESTAQUE DE CITAÇÕES RELEVANTES: “Depois da vitória sobre as forças militares socialistas e revolucionárias da classe operária, era apenas uma questão de tempo saber quando e como é que a Alemanha, como potência industrial capitalista, voltaria a fazer sentir as suas aspirações a desempenhar um papel hegemônico na política e na organização econômica do continente.” (p. 139) “Tinha-se dito que um dos dois resultados centrais da Primeira Guerra Mundial foi a sobrevivência inesperada do capitalismo nos centros. Esta tese deveria ainda ser qualificada no sentido de que esse primeiro colapso do sistema internacional abriu também uma primeira brecha decisiva para a ascensão dos EUA a potência capitalista dirigente, que se viria então a completar a esteira do segundo colapso do sistema.” (p. 140) “A retirada de um dos Estados desse sistema [capitalista] marca na verdade uma ruptura, uma inflexão, decisivas no desenvolvimento desse sistema, e aliás da história em geral.” (p. 143) Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce Thais Realce “A aliança tática entre a União Soviética e o Terceiro Reich, concluída por ambas as partes com o objetivo de ganhar tempo para a confrontação decisiva, tinha sido precedida por numerosas tentativas, sempre rejeitadas, da União Soviética para, conjuntamente com as potências ocidentais, isolar política e militarmente o regime nazi, se não mesmo destruí-lo a tempo, antes que se desenvolvesse totalmente o enorme potencial econômico e bélico alemão.” (p. 146) “A Rússia, que no período do pré-guerra tinha começado a desempenhar um papel cada vez mais importante no concerto das nações capitalistas, desapareceu do ponto de vista econômico quase completamente e repentinamente da economia do período entre as duas guerras.” (p. 147) “Uma vez mais não havia outra possibilidade, a não ser a guerra, para encontrar uma saída para as contradiçõesinternas e internacionais criadas pelo capitalismo, para os conflitos de interesses fundamentais em torno de regiões a explorar em regime de monopólio, exigidas sobretudo pelo Japão e pela Alemanha, prejudicados pela chegada tardia.” (p. 152)
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