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As teorias cognitivo-comportamentais 23/03/2022 Turma 3046 1 As teorias cognitivo-comportamentais Compreendendo o comportamento humano em uma perspectiva comportamentalista. As teorias cognitivo-comportamentais Condicionamento operante: O controle aversivo do responder O condicionamento operante é controlado pelas consequências. Pode-se então dizer que as consequências são, de certa forma, estímulos que surgem em relação a determinados comportamentos e que controlam a frequência destes. Há estímulos que modificam o comportamento não pela sua apresentação, mas por sua retirada. Quando a luz do sol está forte, geralmente você coloca uns óculos de sol, um chapéu ou mesmo procura ficar sob uma sombra. Tais comportamentos eliminam o estímulo (luz do sol). Por outro lado, quando uma criança faz algo que a mãe considera errado, ela pode reclamar com a criança. Tal consequência faz com que a criança tenda a não mais repetir o comportamento considerado inadequado. A apresentação do estímulo (reclamação) leva, então, a uma diminuição da frequência do comportamento. As teorias cognitivo-comportamentais Condicionamento operante: O controle aversivo do responder No controle aversivo do comportamento, o organismo se comporta a fim de eliminar o estímulo. Ou seja, é na relação com o comportamento que se pode definir o quanto algum estímulo é aversivo, e não por suas características intrínsecas. Cuidado para não classificar eventos bons como reforços e eventos ruins como punições; essa seria uma classificação baseada no senso comum e não na teoria behaviorista. As teorias cognitivo-comportamentais O controle aversivo inclui três casos de controle do comportamento: 1. o aumento da frequência pela retirada do estímulo aversivo; 2. a diminuição do comportamento pela apresentação de um estímulo aversivo; 3. a diminuição do comportamento pela retirada de um estímulo reforçador. No primeiro caso, fala-se em reforço negativo (em contraposição ao reforço positivo); no segundo em punição positiva; e por último em punição negativa. Quanto ao efeito da consequência no comportamento: Reforço: a probabilidade do comportamento tende a aumentar devido à relação com a consequência; Punição: a probabilidade do comportamento tende a diminuir devido à relação com a consequência; Quanto à ação do comportamento sobre o estímulo (consequência): Positivo: o comportamento leva a apresentação do estímulo; Negativo: o comportamento leva a eliminação ou a não apresentação do estímulo. Condicionamento operante: O controle aversivo do responder As teorias cognitivo-comportamentais Condicionamento operante: O controle aversivo do responder EV1 Slide 6 EV1 Edson Vizzoni; 20/04/2020 As teorias cognitivo-comportamentais Reforço negativo, fuga e esquiva O reforço negativo se dá quando o comportamento é controlado pela eliminação de um estímulo aversivo. Tal como o reforço positivo, há um aumento na frequência do comportamento, mas em vez da apresentação de um estímulo reforçador, há a retirada de um estímulo aversivo. As teorias cognitivo-comportamentais O reforço negativo mantém dois tipos de comportamento. O primeiro deles é a fuga: Um estímulo aversivo é apresentado ao sujeito e esse exibe um comportamento com a finalidade de suprimi-lo. Retirar a farpa, pressionar a barra para desligar o choque são alguns exemplos. O segundo é a esquiva: é um comportamento que evita ou atrasa o contato com um determinado estímulo aversivo que, portanto, ainda não está presente no ambiente. Assim, quando uma pessoa anda dentro do limite de velocidade para evitar uma multa, ela está se esquivando de um estímulo que ainda não lhe foi apresentado. Reforço negativo, fuga e esquiva As teorias cognitivo-comportamentais Punição No cotidiano das pessoas, o termo punição é geralmente utilizado com conotação moral, no sentido de castigo, repreensão ou mesmo lição aplicada a alguém que fez algo errado. No behaviorismo, ela é definida como o contrário do reforço: enquanto este último aumenta a frequência do comportamento, a punição leva a uma diminuição do comportamento. http://crescer.globo.com/edic/ed83/imagens/02a03_a.gif As teorias cognitivo-comportamentais Punição Geralmente, a punição é utilizada como uma estratégia para a eliminação de comportamentos inadequados, ameaçadores ou, por outro lado, indesejáveis de um dado repertório (MOREIRA; MEDEIROS, p. 69). Entretanto, deve-se ponderar que os efeitos da punição sobre o comportamento não são permanentes. Assim que as contingências de punição são retiradas, a probabilidade de o comportamento ser emitido retorna aos níveis anteriores. ” “ As teorias cognitivo-comportamentais Tipos de punição A punição positiva refere-se à apresentação de um estímulo aversivo. A punição negativa diz respeito à retirada de um estímulo reforçador. Tanto a apresentação quanto a retirada de estímulos devem ser colocadas como consequências do comportamento emitido, para resultar na diminuição de sua frequência. As teorias cognitivo-comportamentais Controle aversivo: efeitos colaterais Eliciação de respostas emocionais: Muitos estímulos aversivos e mesmo a retirada de estímulos reforçadores podem gerar uma série de respondentes, como choro, palpitações, tremores, sudorese. Esse fenômeno pode gerar algumas consequências. Uma delas é a eliciação de respostas emocionais também na pessoa que aplica a contingência punitiva, como comportamentos relacionados a culpa ou pena. As teorias cognitivo-comportamentais Controle aversivo: efeitos colaterais Emissão de respostas incompatíveis com o comportamento punido: Nota-se que após a punição de um determinado comportamento, o organismo emite uma série de respostas que dificultam a repetição do comportamento punido, chamada de resposta incompatível ou controladora. Tal resposta termina sendo negativamente reforçada, pois ela é uma forma de fuga do estímulo aversivo. As teorias cognitivo-comportamentais Controle aversivo: efeitos colaterais Contracontrole: este talvez seja o efeito mais indesejado do controle aversivo. Ela indica que o organismo sob controle da contingência aversiva, em vez de emitir o comportamento adequado esperado pelo agente controlador, emite outro que impede a manutenção desse controle sobre si. O termo análise funcional é definido como “a identificação de relações relevantes, controláveis, causais e funcionais aplicáveis a um conjunto específico de comportamentos-alvo para um cliente individual”. O principal instrumento conceitual adotado para a realização de análises funcionais é o conceito de contingência, introduzido por Skinner em 1938, e que aparece depois como central em toda a sua obra: "Uma formulação das interações entre um organismo e o seu meio ambiente, para ser adequada, deve sempre especificar três coisas: 1) a ocasião na qual ocorreu a resposta; 2) a própria resposta; 3) as consequências reforçadoras. As relações entre elas constituem as 'contingências de reforço'" (Skinner, 1975, p.182). Análise funcional do comportamento Fonte: COSTA, Silvana Elisa Gonçalves de Campos and MARINHO, Maria Luiza. Um modelo de apresentação de análise funcionais do comportamento. Estud. psicol. (Campinas) [online]. 2002, vol.19, n.3 [cited 2015-09-14], pp. 43-54 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2002000300005&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1982-0275. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2002000300005. Cinco passos básicos para a realização de uma análise funcional do comportamento: 1. Definir precisamente o comportamento de interesse. 2. Identificar e descrever o efeito comportamental. 3. Identificar relações ordenadas entre variáveis ambientais e o comportamento de interesse. Identificar relações entre o comportamento de interesse e outros comportamentos existentes. 4. Formular predições sobre os efeitos de manipulações dessas variáveis e desses outros comportamentos sobre o comportamento de interesse.5. Testar essas predições. Análise funcional do comportamento Fonte: Matos, M. Análise Funcional do Comportamento. Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v. 16, n.3, p. 8-18, setembro/dezembro 1999 Análise funcional do comportamento Fonte: Matos, M. Análise Funcional do Comportamento. Rev. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v. 16, n.3, p. 8-18, setembro/dezembro 1999 O exemplo mais comum de análise funcional do comportamento que rotineiramente é utilizado no meio acadêmico em Psicologia é a sequencia de experimentos realizados com ratos na caixa de Skinner, no nosso caso, com o Sniffy. Fonte: http://www.interniche.org/pt-pt/alternatives/sniffy-virtual-rat-sniffy-o-rato-virtual Lâmpada Barra Campainha Água Comida Alto-falante Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2002000300005 As teorias cognitivo-comportamentais Consideremos um homem que, certo dia, sofreu um acidente de automóvel e permaneceu durante muitas horas debaixo de seu carro, sem nenhuma possibilidade de fugir. Pensou que a morte era inevitável. No entanto, foi descoberto e libertado. Devido à intensidade do choque passou a evitar dirigir, andar e, até mesmo, entrar em um carro, visto que ficava muito ansioso e amedrontado. No decorrer dos dias começou a apresentar também medo de qualquer lugar fechado. Como adquirimos comportamentos por uma via respondente, mas mantemos um comportamento desadaptado por uma via operante? Qual a relação de quadros fóbicos com o modelo de aprendizagem respondente? Qual a relação da manutenção de comportamentos desadaptados, por exemplo, fobias, com os conceitos operantes de fuga e esquiva? Situação problema As teorias cognitivo-comportamentais Dois tipos de comportamento são mantidos por reforço negativo: I. Um comportamento é uma fuga quando o estímulo aversivo está presente no ambiente II. A esquiva é um comportamento que atrasa ou evita um aversivo III. A punição positiva resulta em uma esquiva É correto o que se afirma em Alternativas: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. Exercício As teorias cognitivo-comportamentais REFERÊNCIAS COSTA, Silvana Elisa Gonçalves de Campos; MARINHO, Maria Luiza. Um modelo de apresentação de análise funcionais do comportamento. Rev. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 19, n. 3, p. 43-54, set. 2002. MATOS, Maria Amélia. Análise funcional do comportamento. Rev. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 16, n. 3, p. 8-18, 1999. LEARNING, Cengage. Sniffy, the Virtual Rat (Sniffy, o Rato Virtual). 2000. Disponível em: https://www.interniche.org/pt- pt/alternatives/sniffy-virtual-rat-sniffy-o-rato-virtual. Acesso em: 13 set. 2021. MOREIRA, Márcio Borges; MEDEIROS, Carlos Augusto de. Princípios Básicos de Análise do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007. 224 p.
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