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Prof.ª Wilson Schiavi Rodrigues Linguagem, Trabalho & Tecnologia conteúdo Interpretação de Textos Os Tipos de Texto Formas de Discurso Descrição Dissertação Produção Textual Crase Classes Gramaticais Formação de Palavras A palavra é metade de quem a pronuncia e metade de quem escuta. Michel de Montaigne 3Curso Técnico de Administração deEmpresas introdução Não importa qual o ramo ou segmento de uma empresa, uma boa comunicação no ambiente de trabalho é fundamental para uma corporação se manter e prosperar no mercado competitivo atual. Certamente você já passou por alguma situação em que parece que seu interlocutor não te entende, e vice-versa. Isso não acontece apenas no âmbito pessoal. Segundo uma pesquisa realizada pelo Project Management Institute Brasil (PMI), 76% de 300 grandes empresas, definem a comunicação no ambiente de trabalho como o principal motivo de fracasso de diversas atividades propostas. Essa é apenas uma das muitas razões porque é importante saber se comunicar bem, e o primeiro passo para isso é conhecer nosso idioma. Nesta disciplina você vai ter dicas práticas para se comunicar melhor e ter relações interpessoais mais efetivas no ambiente profissional. Bons estudos! 4Curso Técnico de Administração deEmpresas Interpretação de texto 5Curso Técnico de Administração deEmpresas Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: o informativo e o interpretativo. Preste atenção nestes três pontos: ▪ A leitura informativa deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife as palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra a ideia central de cada parágrafo. ▪ A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras que fazem diferença na escolha adequada como NÃO, EXCETO, RESPECTIVAMENTE, etc. ▪ Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto peloautor. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDEIA CENTRAL Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto por: ▪ Ideia central; ▪ Argumentação e desenvolvimento; ▪ Conclusão. 6Curso Técnico de Administração deEmpresas Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas: ▪ Declaração inicial; ▪ Definição; ▪ Divisão; ▪ Alusão histórica. Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto. Os tipos de texto Basicamente existem três tipos de textos: ▪ Narrativo ▪ Descritivo ▪ Dissertativo Cada um desses textos possui características próprias de construção. NARRAÇÃO Narrar é falar sobre os fatos, é contar. Consiste na elaboração de um texto inserindo episódios, acontecimentos. A narração difere da descrição, a primeira é totalmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os verbos são predominantes num texto narrativo. O indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os seus elementos a uma série de perguntas: 7Curso Técnico de Administração deEmpresas ▪ Quem participa nos acontecimentos? (personagens) ▪ O que acontece? (enredo) ▪ Onde e como acontece? (ambiente e situação dos textos) Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos:: ▪ O quê? – Fato narrado ▪ Quem? – personagem principal e o anti-herói ▪ Como? – o modo que os fatos aconteceram ▪ Quando? – o tempo dos acontecimentos ▪ Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento ▪ Por quê? – a razão o motivo do fato ▪ Por isso: - a consequência dos fatos No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens. Deve haver um centro de conflito, um núcleo do enredo. Veja a seguir exemplos de textos narrativos 8Curso Técnico de Administração deEmpresas A relação verbal emissor–receptor efetiva-se por intermédio do que chamamos DISCURSO. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo. Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa. Veja um exemplo: Camilo pegou-lhe nas mãos, e olhou para ela sério e fixo. Jurou que lhe queria muito, que os seus sustos pareciam de criança; em todo o caso, quando tivesse algum receio, a melhor cartomante era ele mesmo. Depois, repreendeu-a; disse-lhe que era imprudente andar por essas casas. Vilela podia sabê-lo, e depois... —Qual saber! tive muita cautela, ao entrar na casa. —Onde é a casa? —Aqui perto, na Rua da Guarda Velha; não passava ninguém nessa ocasião. Descansa; eu não sou maluca. 9Curso Técnico de Administração deEmpresas (trecho de “ACartomante”, de Machado de Assis) Já o narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa. Veja um exemplo: Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava. Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei: -Compadre por que tanta tristeza? Ele me respondeu: - Compadre minha senhora morreu há pouco tempo. Por isso, estou tão triste. Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos. Terá sido o destino? O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais eram decisivos, ambos precisavam da vitória, quando de repente o juiz apitou uma penalidade máxima. O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já que ele era considerado o melhor batedor do time. Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição. O goleiro não teve chance. O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida. Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o centro do campo e encerrou a partida. 10Curso Técnico de Administração deEmpresas FORMAS DE DISCURSO Para relatar as falas e os pensamentos das personagens, o narrador pode usar o discurso direto, o indireto e o indireto-livre. Discurso Direto É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa. Podemos enumerar algumas características do discurso direto: ▪ Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros. ▪ Usa-se os seguintes sinais de pontuação: dois pontos, travessão e vírgula. Exemplo: O juiz disse: - O réu é inocente. 11Curso Técnico de Administração deEmpresas Discurso Indireto É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outras pessoa. No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como, etc. Exemplo: Discurso Indireto Livre É aquele que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas. Exemplo: O juiz disse que o réu era inocente. 12Curso Técnico de Administração deEmpresas DESCRIÇÃO Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou. A descrição é estática, sem movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, o objeto ou ambiente são importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo. “Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a mulher desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando.” (Graciliano Ramos) O emissor capta e transmite a realidade atravésde seus sentidos, fazendo uso de recursos linguísticos, tal que o receptor a identifique. A caracterização é indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto. 13Curso Técnico de Administração deEmpresas Há duas descrições: 1. Descrição denotativa 2. Descrição conotativa Descrição Denotativa Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras figuras de linguagem, chamamos de descrição denotativa. Na descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real, único de acordo com a definição do dicionário. Exemplo: - A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da penitenciária de Santa Cruz do Céu. Descrição Conotativa Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido figurado, ricas em figuras de linguagem. O sentido conotativo modifica o sentido (literal) das palavras e expressões, ressignificando-as. Exemplos: - Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. - Os pássaros felizes, cantarolavam pelo ar. 14Curso Técnico de Administração deEmpresas DISSERTAÇÃO Dissertar é expressar uma tese (o que se quer provar), um ponto de vista sobre determinado assunto, apoiado em dados, fatos e argumentos. Geralmente as redações são baseadas em um ou mais textos, que servem apenas como proposta. Nunca repita ou copie argumentos desses textos. DICAS ▪ Às vezes menos é mais, não “encha linguiça”. Não repita o óbvio, fuja do lugar comum. ▪ Recomenda-se quatro, no máximo cinco parágrafos. Escreva períodos breves, que não ultrapassem duas ou três linhas, todavia não produza o erro contrário, ou seja, períodos curtos demais. ▪ Use linguagem padrão, evite linguagem conotativa (figurada), gírias, chavões e estrangeirismos exagerados, evite repetições de termos e não fragmente períodos. Ou seja, evite expressões como “coisa”, “a gente”, “pra”, “desde os primórdios” e “concluindo” ao iniciar a conclusão. ▪ Ao concluir não utilize clichês, apelos a entidades milagrosas ou soluções utópicas, como: “com coragem e determinação...”, “mas dentro de pouco tempo...” ▪ Não inicie períodos com: “pois”, “isso porque”, “sem contar que”, “sendo que”, “mesmo porque”. ▪ Use o pronome “onde” apenas para referir-se a ideia de lugar. ▪ Revise a acentuação e pontuação e nunca separe o sujeito de seu verbo por meio de vírgulas. ▪ Lembre-se de que os verbos HAVER (= existir ou indicando tempo) e FAZER (indicando tempo ou clima) são impessoais, ou seja, são conjugados na 3ª pessoa do singular: “Faz meses que não a vejo...”, “Há muitas camisas aqui...” ▪ Fuja das abstrações e das imprecisões: “Certas pessoas acreditam que não há solução para determinados problemas...”. 15Curso Técnico de Administração deEmpresas ▪ Não rasure, caso isso ocorra, passe um traço sobre a palavra errada e coloque-a entre parênteses, escrevendo-a corretamente após, não use corretivo líquido: “Não é tão difícil essa tal de (dicertação) dissertação”. ▪ Não esqueça do título; ele não é obrigatório, contudo, por se tratar do menor resumo de um texto, pode valorizá-lo na hora da correção. ▪ Ao colocar o título lembre-se: ▪ COM VERBO - letras minúsculas e ponto final ▪ SEM VERBO - letras maiúsculas e sem ponto final 16Curso Técnico de Administração deEmpresas Produção textual Vivemos sob a ditadura da beleza. Pesamos os quilos que a mídia impõe, vestimos as roupas expostas nas vitrines, submetemo-nos a intervenções cirúrgicas reparadoras, com o objetivo de parecermos bonitos aos olhos dos demais. Que motivos levam-nos a viver sob esse império? Que consequências tais atitudes acarretam? Montagem do texto: ▪ Assunto: A ditadura dabeleza ▪ 1ª delimitação – motivos que levam a essa submissão; ▪ 2ª delimitação – consequências desse comportamento. 17Curso Técnico de Administração deEmpresas Ao escrever seu texto, use como base a seguinte estrutura: ✓ Introdução Faça no mínimo dois períodos. Mencione objetivamente o assunto e as delimitações que serão discutidas. Preferencialmente, posicione-se. 18Curso Técnico de Administração deEmpresas ✓ Desenvolvimento 1 (2º parágrafo) Redija cerca de quatro períodos. Aponte causas que determinam a submissão à moda e analise-as. ✓ Desenvolvimento 2 (3º parágrafo) Redija cerca de quatro períodos. Comente as consequências de tal comportamento social. ✓ Conclusão (4º parágrafo) Retome o assunto e/ou as delimitações, reforçando o seu posicionamento. Cuidado para não ser repetitivo, pode-se apresentar uma nova ideia. CRASE Crase não é acento, e sim uma superposição de dois “as” (duas letras A). O primeiro é uma preposição, o segundo pode ser um artigo definido “a”, ou um pronome demonstrativo a (as) ou aquela (as). O acento que marca esse fenômeno é chamado de grave ( `). Condições necessárias para ocorrer crase: termo regente deve exigir a preposição e o termo regido tem de ser uma palavra feminina que admita artigo. DICA Quando estiver com dúvida se é necessário usar a crase ou não, troque a palavra feminina por uma masculina equivalente, se aparecer “ao” usa-se a crase, caso apareça “o” não haverá crase. Exemplo: ➢ Todos iriam à reunião. // Todos iriam ao encontro. SITUAÇÕES EM QUE O USO DA CRASE É OBRIGATÓRIA ▪ Em locuções prepositivas, adverbiais ou conjuntivas femininas Ex.: à queima roupa / às cegas / às vezes / à medida que / à proporção que / à procura de / à vontade... ▪ Em expressões que indicam instrumento, crase é opcional ▪ Ex.: Escrevi a (à) máquina. 19Curso Técnico de Administração deEmpresas ▪ Expressão “à moda de”, mesmo que subentendida. Ex.: era um penteado à francesa. / o jogador fez um gol à Pelé. ▪ Quando as palavras “rua”, “loja”, “estação de rádio” estiverem subentendidas Ex.: Maria dirigiu-se à Renner. (loja) 20Curso Técnico de Administração deEmpresas SITUAÇÕES EM QUE NÃO EXISTE CRASE ▪ Antes de palavras masculinas e verbos Ex.: Vende-se a prazo. / O texto foi redigido a lápis. / Ele começou a fazer dieta. ▪ Antes de artigo indefinido e numeral cardinal (exceto em horas) Ex.: Refiro-me a uma blusa mais fina. / O vilarejo fica a duas léguasdaqui. ▪ Antes de pronomes pessoais, inclusive as formas de tratamento Ex.: Enviei uma mensagem a Vossa Majestade. / Nada direi aela. ➢ Obs.: Neste caso, os pronomes senhora e senhorita são exceções. ▪ Antes de pronomes demonstrativos esta (s) e essa (s) Ex.: Refiro-me a estas flores. / Não deram valor a esta ideia. ▪ Antes de pronomes indefinidos, com exceção de outra Ex.: Direi a todas as pessoas. / Fiz alusão a esta moça e à outra. ▪ Antes da preposição a tiver outra preposição Ex.: Compareceu perante a juíza no dia da audiência. / Com a preposição até o uso é facultativo. ▪ No meio de expressões com palavras repetitivas ▪ Ex.: Ficamos cara a cara. ▪ No a singular seguido de palavra no plural ▪ Ex.: Pedimos apoio a pessoas estranhas. ▪ Antes de pronome interrogativo ➢ Obs.: Na expressão devido à (s) + palavra feminina ocorre a crase. ▪ Palavra feminina tomada em sentido genérico Ex.: A pena pode ir de advertênciaa multa. Havendo determinação, a crase é indispensável, como na frase “Ele admite ter cedido à pressão dos superiores”. Quando você estiver com dúvida, primeiro exclua qualquer das hipóteses tratadas e depois use a dica de substituir a palavra feminina por uma masculina equivalente. Se ocorrer “ao” no masculino, haverá crase. ➢ Fui à cidade fazer compras – Fui ao supermercado fazer compras. 21Curso Técnico de Administração deEmpresas SITUAÇÕES EM QUE A CRASE É FACULTATIVA ▪ Antes de nomes próprios femininos – exceção: nomes de personalidade pública, sem artigo Ex.: Enviei um presente a (à) Maria. Atenção! Quando o nome feminino vier acompanhado de uma expressão que a determine a crase se tornará obrigatória. Ex.: Dedico minha vida à Rosa do Jaboatão. ▪ Antes do pronome adjetivo possessivo feminino singular às Ex.: Pediu informaçõesa minha secretária. / Pediu informações à minha secretária. / Pediu informações a minhas secretárias. / Pediu informações minhas secretárias. / Pediu informações as minhas secretárias. Atenção! Se o pronome possessivo for substantivo e por regência a preposição for exigida, a crase será obrigatória. Ex.: Foi a (à) sua cidade natal e àminha. ▪ Antes de topônimos, a menos que estejam determinados Todas essas opções estão corretas. A primeira crase é opcional, mas a segunda é obrigatória. Ex.2: Iremos à Bahia. (Voltamos da Bahia) / Vamos a Porto Alegre. (Voltamos de Porto Alegre) Neste exemplo vemos o contraste quando substituímos o verbo IR pelo verbo VOLTAR. Quando usamos “voltar de”, o “ir a” é sem crase; quando usamos “voltar da”, o “ir à” tem crase. Ex.1: Iremos a Curitiba. | Iremos à bela Curitiba. Aqui a crase é opcional Aqui a crase é obrigatória DICA Topônimos são nomes geográficos de região, cidade, vila, povoação, lugar, rio, logradouro público etc. Para saber se vai crase ou não, troque pelo verbo “voltar”. Se volto da, CRASE HÁ; se volto de, CRASE PRA QUÊ? 22Curso Técnico de Administração deEmpresas ▪ Crase da preposição “a” com o pronome demonstrativo e relativo Com os demonstrativos “aquele(s)” e “aquilo”, basta verificar se, por regência, alguma palavra pede a preposição que irá se fundir com o “a” inicial do próprio pronome. Uma dica é trocar aquele (a/s) por este (a/s) e aquilo por isto, se antes aparecer a, há crase. Ex.1: Enviei presentes àquela menina. | Enviei presentes a esta menina. Ex.2: Não se de ênfase àquilo. | Não se de ênfase a isto. Quando o pronome demonstrativo “a(s)” aparece antes de “que” ou “de” e pode ser trocado por “aquela(s)”, deve-se fazer o teste da troca por um masculino similar e verificar se aparece “ao(s)”. Se com o masculino similar aparece “ao”, tem crase. Ex.1: Esta estrada é paralela à que corta a cidade. | Este caminho é paralela ao que corta a cidade. Ex.2: Conheço a moça de azul, não a de branco. | Conheço o rapaz de azul, não o de branco. Ao substituir “aquela” por “esta” apareceu o “a”, então tem crase Ao substituir “aquilo” por “isto” apareceu o “a”, então tem crase Ao substituir “estrada” por “caminho” apareceu “ao”, então tem crase Ao substituir “moça” por “rapaz” não apareceu “ao”, então não tem crase 23Curso Técnico de Administração deEmpresas Antes dos pronomes relativos “que” e “quem” não ocorre crase. Já o pronome “qual” admite crase. Ex.1: A menina a que me refiro não estudou. Ex.2: A professora a quem me refiro ébonita. Ex.3: A fama à qual almejo não édifícil. CASOS ESPECIAIS SOBRE O USO DA CRASE ▪ Antes da palavra “casa” Quando a palavra casa significa lar, domicílio e não vem acompanhada de adjetivo, ou locução adjetiva, não se usa a crase. Quando a palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução adjetiva, usa-se a crase. Ex.1: Iremos a casa assim que chegarmos (casa equivale a lar = iremos ao lar assim que chegarmos). Ex.2: Iremos à casa de minha mãe. ▪ Antes da palavra “terra” Quando a palavra terra significar oposto de mar, ar e bordo não há crase. Quando terra significa solo, planeta ou lugar pode haver crase. Ex.1: O Marinheiro forma a terra (terra está contrastando ao mar). Ex.2: Voltei à terra natal (o local de nascimento). Ex.3: A espaçonave voltará à Terra em um mês (oplaneta). 24Curso Técnico de Administração deEmpresas ▪ Antes da palavra “distância” Não se usa a crase, a menos que esteja determinada. Ex.1: Via-se o barco à distância de quinhentos metros (a uma distância determinada). Ex.2: Olhava-nos a distância. CRASE COM NÚMEROS Situações envolvendo numerais devem ser analisadas dentro do contexto. Por exemplo, se quero informar que depois de 100 metros tem uma lombada, o certo é “lombada a 100 metros” ou “lombada à 100 metros”? No caso do exemplo acima, o certo é “lombada a 100 metros”, porque o “a” que se encontra na frente do número é uma simples preposição. Agora veja essas outras situações do uso da crase antes de números: Ex.1: Li da página 1 à 10. Ex.2: Caminhou da rua Augusta à 7 deSetembro. Nestes exemplos a crase ocorre porque o “a” craseado se refere aí a um substantivo feminino subentendido, que não se repete por questão de estilo. Estas frases poderiam ser reescritas assim: Ex.1: Li da página 1 à página 10. Ex.2: Caminhou da rua Augusta à rua 7 deSetembro. Você sabia? A palavra “crase” vem do grego e quer dizer “fusão, mistura, união”; no caso, designa a fusão da preposição a com o artigo a – ou com o a inicial de aquela/aquele/aquilo. Portanto, só se usa “à” diante de palavras femininas que admitam o artigo definido feminino. 25Curso Técnico de Administração deEmpresas ▪ Antes da palavra “distância” Não se usa a crase, a menos que esteja determinada. Ex.1: Via-se o barco à distância de quinhentos metros (a uma distância determinada). Ex.2: Olhava-nos a distância. CRASE COM NÚMEROS Situações envolvendo numerais devem ser analisadas dentro do contexto. Por exemplo, se quero informar que depois de 100 metros tem uma lombada, o certo é “lombada a 100 metros” ou “lombada à 100 metros”? No caso do exemplo acima, o certo é “lombada a 100 metros”, porque o “a” que se encontra na frente do número é uma simples preposição. Agora veja essas outras situações do uso da crase antes de números: Ex.1: Li da página 1 à 10. Ex.2: Caminhou da rua Augusta à 7 deSetembro. Nestes exemplos a crase ocorre porque o “a” craseado se refere aí a um substantivo feminino subentendido, que não se repete por questão de estilo. Estas frases poderiam ser reescritas assim: Ex.1: Li da página 1 à página 10. Ex.2: Caminhou da rua Augusta à rua 7 deSetembro. Além do fato de numeral cardinal não ter gênero (exceto um, dois e os terminados em –entos: uma, duas, duzentas etc.), ele não admite a anteposição de artigo. Consequentemente, nada de crase com números. Vale lembrar que na frase “chegou às 10 horas” o às se refere ao substantivo feminino horas, embora esteja imediatamente antes do numeral. 26Curso Técnico de Administração deEmpresas Lembra da dica dos topônimos? Quando você quer indicar um intervalo entre dois valores, pense assim: DA com À – crase há; se vai DE, crase para quê? Veja os exemplos: Ex.1: Contar de 1 a 10 (sem crase). Ex.2: Abrimos de segunda a sexta (sem crase). Ex.3: Estudei aqui da 1ª à 4ª série (com crase). 27Curso Técnico de Administração deEmpresas Este recurso se aplica tanto a números quanto a substantivos: quando se faz uso de dois desses elementos ligando-os por de – a, não se deve crasear o segundo elemento com da ou do, o segundo inicia com à (ou ao, se masculino). É uma questão de coerência: havendo determinação no 1º substantivo ou numeral ordinal, deve haver no segundo. O que não pode acontecer é a mistura, por exemplo: de 2ª à 6ª. Para finalizar, veja mais exemplos. ✓ Trabalhamos de 3ª à sábado. ✓ A exposição ficará aberta ao público de hoje adomingo. ✓ Ainda há vagas para alunos de 5ª a 8ª série. ✓ Só sabe contar de 1 a 10. ✓ Os eletrodomésticos estão em todas as casas, de norte a sul do país. ✓ As inscrições poderão ser feitas de 1º de maio a 15 de junho. ✓ Todas as alunas da 1ª à 4ª série foram dispensadas. ✓ Molhou-se dos pés à cabeça. ✓ A ceia será servida da meia-noite à umahora. ✓ Trabalho desta segunda à quinta-feira próxima. ✓ O jantar estava perfeito da entrada à sobremesa. ✓ Tudo parece estar em constante subida – da mensalidade escolar à consulta médica, do aparelho de som à geladeira. Classes Gramaticais Classe de palavras ou classe gramatical é uma denominação dada a categoria que se classifica uma palavra, categoria essa que determinada a partir da estrurura sintática e morfológica. Existem dez classes gramaticais, divididas em variáveis e invariáveis. As classes variáveis, que são flexíveis, ou seja, podem ser masculino ou feminino, plural ou singular... Elas são: substantivo,adjetivo, numeral, pronome, verbo e artigo. As classes invariáveis, que não são flexíveis, não sofrem modificações. Elas são: advérbio, conjunção, interjeição e proposição, posposição e circumposição. 28Curso Técnico de Administração deEmpresas Artigo Adjetivo belo, alto, maravilhoso, chato Numeral dois, centésimo, terço, meio, dobro Pronome esse, nada, que, eu, qual, você Verbo amar, vender, partir, cantar, fazer Advérbio ontem, talvez, não aqui, muito, bem Conjunção e, mas, entretanto, ou, conforme, que Preposição a, até, após, sobre, para, sem, de,em Interjeição ah!, oh!, ei!, psiu!, ufa!, bah!, ui! Conceitos Iniciais Exemplos pedra, alegria, Isabel,mesa a, o, um, uma 29Curso Técnico de Administração deEmpresas Veja o quadro abaixo: Classes Gramaticais Substantivo 1.SUBSTANTIVO • Podem ser classificados em: • primitivo e derivado • simples e composto • concreto e abstrato • próprio e comum • coletivos É a palavra que dá nome a pessoas, animais, lugares, coisas e seres vivos. a. Primitivo: palavras que não derivam de outras. • Ex. flor, pedra, jardim b. Derivado: palavras que derivam de outras. • Ex. floricultura, pedreira, jardineiro. c. Simples: tem apenas um radical. • Ex. água, couve, sol d. Composto: tem dois ou mais radicais. • Ex. água-de-cheiro, couve-flor, lança-perfume, girassol e. Concreto: é aquele que indica seres de existência real, que existem por simesmos. • Ex. casa, cadeira, irmão, peão 30Curso Técnico de Administração deEmpresas f. Abstrato: é aquele que indica seres com existência dependentede outros seres. • Ex. solidão, vida, aventura, justiça, amor,trabalho g. Próprio: é aquele que dá nome a um ser da mesma espécie, sendo grafado sempre com letra maiúscula. • Ex. Gustavo, Davi, Letícia, Isabel, Porto Alegre, Brasil, Rio Grandedo Sul h. Comum: é aquele que dá nome a todos os seres de maneirageral. • Ex. lobo, pizza, trem, máscara, livro i. Coletivo: é o que, embora no singular, representa um conjunto de seres da mesma espécie. • Ex. biblioteca: de livros – constelação: de estrelas – elenco: de atores – enxame: de abelhas • Leia o texto, procurando identificar e sublinhar os substantivos O fotógrafo Paulo é um fotógrafo e precisa tirar uma foto de um João-de- barro para completar seu álbum de fotografias. Por isso, resolveu fazer uma viagem pelo campo. Abriu seu guarda-roupa, e colocou na mochila: seu diário, seu lápis, seu cantil e um porta-chaves. Achou que também era útil levar comida e encheu o porta- malas do carro com: pastel, chá de erva-doce, pão de ló, bom-bocado e grão-de-bico. Quando chegou ao campo, resolveu tirar uma foto da paisagem para iniciar seu trabalho. Foi então que percebeu que esqueceu a máquina fotográfica. 31Curso Técnico de Administração deEmpresas O artigo classifica-se em: • Definido: o, a, os, as Ex. O verde da floresta; A erva do chimarrão; O olhar do cão. • Indefinido: um, uma, uns, umas Ex. Vi uma estrela; Preciso de uns enfeites. 2.ARTIGO 3. ADJETIVO 4. NUMERAL É a palavra que indica a quantidade exata de seres ou a posição que o ser ocupa em uma série. Os numerais podem ser classificados como: cardinal, coletivo, ordinal, multiplicativo, fracionário e romano. Ex. dois, dezena, duplo, primeiro, um terço, meio, C (100). 32Curso Técnico de Administração deEmpresas É a palavra que acompanha e determina o substantivo de modo definido ou indefinido. • Ex. Cidade antiga; Vestido deslumbrante; Revista moderna; Estrada perigosa É a palavra que atribui uma característica, qualidade ou estado aos seres. É a palavra que indica a quantidade exata de seres ou a posição que o ser ocupa em uma série. CLASSIFICAÇÃO DOS PRONOMES: Pronomes pessoais: indicam as pessoas do discurso (pessoas gramaticais). Dividem-se em retos, oblíquos e de tratamento. a. Pronomes pessoais retos são: eu, tu, ele (ela), nós, vós, eles (elas). Ex. Tu és inteligente. Você é inteligente. b. Pronomes pessoais oblíquos: funcionam como complemento do verbo. Ex. me, mim, te, ti, o, a, lhe, se, ele, ela, si, nos, nós, vos, vós, os, as, lhes, eles, elas. *Pronomes pessoais oblíquos tônicos usados com preposição. Ex. Eles falaram de ti. Nós cremos em ti. Tudo isso foi feito por ela. Pronomes pessoais oblíquos átonos acompanham as formas verbais. • Ex. Encontrei-a no zoológico. Diga-me com quem andas... Proteja-se que os raios vêm aí. c. Pronomes Pessoais de Tratamento: indicam cerimônia ou respeito pela pessoa com quem se fala. Essas formas se referem à 2ª pessoa do discurso (tu, vós). Ex. Vossa Majestade cumpriu seus compromissos. 5. PRONOME 33Curso Técnico de Administração deEmpresas São as palavras que representam os nomes dos seres ou os determina, tomando-os como pessoas do discurso (o indivíduo que fala, o indivíduo com que se fala e o indivíduo de que se fala). Ex. O aluno cumprimentou o mestre. = Ele cumprimentou-o. Um exemplo de quando usar Vossa Reverendíssima é se dirigindo ao papa ou um padre. 1. Você - tratamento familiar 2. O senhor (Sr.), a senhora (Srª.) – tratamento de respeito 3. Vossa Senhoria (V.Sª.) – tratamento comercial 4. Vossa Excelência (V.Ex.ª) – tratamento para altas autoridades 5. Vossa Eminência (V.Em.ª) – tratamento para cardeais 6. Vossa Santidade (V.S.) – tratamento para o papa 7. Vossa Alteza (V.A) – tratamento para príncipes e duques 8. Vossa Majestade (V.M.) – tratamento para reis 9. Vossa Reverendíssima (V.Rev.ª) – tratamento para sacerdotes Pronome Possessivo: É a palavra que indica relação de posse da pessoa do discurso sobre os seres em geral. Os principais pronomes possessivos são: Meu, meus, minha, minhas, teu, teus, tua, tuas, seu, seus, sua, suas, nosso, nossos, nossa, nossas, vosso, vossos, vossa, vossas. Ex. Dorme o teu sono sossegado e puro. Os principais pronomes pessoais de tratamento são: 34Curso Técnico de Administração deEmpresas Pronome Demonstrativo: É a palavra que indica a posição das pessoas ou dos objetos. Os principais pronomes demonstrativos são: • Este, estes, esta, estas, isto (presente) • Esse, esses, essa, essas, isso (passado recente) •Aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo (passado distante) Ex. Essa fruta é deliciosa. É a palavra que indica a 3ª pessoa do discurso (sobre quem se fala) de modo indeterminado. Os pronomes indefinidos são: 35Curso Técnico de Administração deEmpresas Pronome Indefinido: Variáveis Invariáveis • Algum, alguma, alguns, algumas; • Nenhum,nenhuma,nenhuns, nenhumas; • Todo, toda, todos, todas. • Certo, certa, certos,certas; • Outro, outra, outras, outros; • Vários,várias; • Qualquer,quaisquer; • Muito,muita, muitos, muitas; • Pouco,pouca,poucos, poucas; • Tanto,tantos,tanta,tantas; • Quanto, quantos, quanta, quantas. • Algo • Alguém • Ninguém • Nada • Tudo • Cada • Outrem • Quem 36Curso Técnico de Administração deEmpresas Pronome Interrogativo: É aquele que introduz uma fase interrogativa. Os principais pronomes interrogativos são: Variáveis Invariáveis Qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas Ex. Quem trouxe o livro? Quantos mortos? Que dia é amanhã? Quem, que Pronome Relativo: É aquele que representa um nome, já citado, e com o qual se relaciona. Os principais pronomes relativos são: Variáveis Invariáveis O qual, a qual, os quais, as quais, Cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, Quanta, quantos, quantas. Ex. Algumas das 450 espécies as quais estão na mira da Marinha. Ex. Algumas das 450 espécies que estão na mira da Marinha. Que, quem, onde 6. VERBO a. Ação: Eu me embrulho em roupa. Estado: Ela é bonita. Fenômeno da natureza: chove, neva, venta b. Os verbos podem ser: • 1ª conjugação: amar, tirar, adorar, detestar • 2ª conjugação: comer, vender, perder • 3ª conjugação: sentir, partir, produzir c. Os verbos podem estar no tempo: • Presente: amo, tiro, adoro, detesto • Passado: amei, tirei, adorei, detestei• Futuro: amarei, tirarei, adorarei, detestarei Os modos podem ser no modo: • Indicativo: Eu detesto esta roupa. • Imperativo: Tire essa roupa! • Subjuntivo: Se eu gostasse dessa roupa eu a compraria. 1 - terminados em “Ar” 2 - terminado em “Er” 3 - Terminados em “Ir” 37Curso Técnico de Administração deEmpresas É a palavra que indica ação, estado, estado e fenômeno da natureza. O verbo varia em pessoa, número, tempo, modo e voz. 7. ADVÉRBIO É a palavra que modifica o sentido do verbo, do adjetivo ou do próprioadvérbio, exprimindo uma circunstância. Classificação dos advérbios: TEMPO – ontem, hoje, amanhã, já, logo, cedo, tarde, outrora, breve,nunca, sempre, jamais. LUGAR – aqui, lá, ali, acolá, abaixo, acima, perto, longe, distante, além,aquém, adiante, atrás, fora, dentro. MODO – Bem, mal, devagar, depressa, assim, melhor, pior, (e quase todos terminados em mente): educadamente, raramente, comumente. INTENSIDADE – muito, pouco, bastante, assaz, mais, menos, tão, demais, demasiado, quão, quanto, tanto. DÚVIDA – talvez, porventura, acaso, quiçá, provavelmente AFIRMAÇÃO – sim, certamente, realmente, deveras, indubitavelmente. NEGAÇÃO – não, nunca, jamais, tampouco. Ex. Mariana chegou cedo. (advérbio indica tempo) Por causa de seu talento, ele é muito respeitado pelos colegas.(adv.intensidade) 38Curso Técnico de Administração deEmpresas É a palavra que modifica o sentido do verbo, do adjetivo ou do próprio advérbio, exprimindo uma circunstância. 8. CONJUNÇÃO As conjunções podem ser divididas em: coordenativas que ligam elementos independentes, ou seja, unem orações ou termos de idêntica função gramatical. E subordinativas, as quais conectam duas orações, sendo que uma delas é fundamental para a construção do sentido completo da outra. COORDENATIVAS ADITIVAS: indicam uma relação de soma, adição. São elas: e, nem, mas também, como também, além de (disso, disto, aquilo), quanto (depois de tanto)etc. • Ex. Não estivemos lá nem nos interessamos por saber de nada. ADVERSATIVAS: Indicam uma relação de oposição bem como de contraste ou compensação entre as unidades ligadas. Também pode gerar um sentido de consequência a algo dito anteriormente. São elas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, senão, não obstante, etc. (Antes dos nexos adversativos a vírgula é obrigatória). • Ex. O carro bateu, mas ninguém se feriu. ALTERNATIVAS: Como o seu nome indica, expressam uma relação de alternância, seja por incompatibilidade dos termos ligados ou por equivalência dos mesmos. São elas: ou, ora, já, já que, quer, seja, etc. 1. Ex. Ou ela, ou eu. EXPLICATIVAS: expressam a relação de explicação, razão ou motivo. São elas: que, porque, porquanto, pois (antes do verbo). Ex. Ele não entra porque está sem tempo. CONCLUSIVAS: Indicam relação de conclusão. São elas: pois (depois do verbo), logo, portanto, então, por isso, por conseguinte, por isto, assim, etc. • Ex. Ele bateu o carro, pois estava bêbado. 39Curso Técnico de Administração deEmpresas É a palavra que une duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. SUBORDINADAS As conjunções subordinativas ligam uma oração de nível sintático inferior (oração subordinada) a uma de nível sintático superior (oração principal). Uma vez que uma oração é um membro sintático de outra, esta oração ode exercer funções diversas, correspondendo um tipo específico de conjunção para cada umadelas. 40Curso Técnico de Administração deEmpresas CAUSAL: indica uma oração subordinada denotadora de causal. São elas: porque, pois, porquanto, como, pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, que, entre outros. • Ex. Como o frio era grande, aproximou-se da lareira. • Porque o tempo não melhorou, adiamos a viagem. COMPARATIVA: são aquelas que iniciam uma oração que encerra o segundo integrante de uma comparação, de um confronto. São elas: que (mais, menos, maior, menor, melhor, pior), do que, (tal) qual, (tanto) quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem (dependendo da frase, pode expressar semelhança ou grau de superioridade),etc. • Ex. Era mais alta que baixa. • O menino está tão confuso quanto o irmão. CONCESSIVA: inicia uma oração subordinada concessiva em que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração principal, mas incapaz de impedi-la. São elas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que, em que, que, e, etc. • Ex. Embora tenhamos feito uma boa proposta, não foi aceita. • Ana estava nervosa, ainda que tentamos acalmá-la. CONDICIONAL: inicia uma oração subordinada condicional em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou não o fato principal. São elas: se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc. • Ex. Seria mais poeta, se fosse menos político. • Quando arrumarem o quarto, podem jogar bola. CONFORMATIVA: inicia uma oração subordinada conformativa quando se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração principal. São elas: conforme, como, segundo, consoante, etc. • Ex. Conforme o combinado, sairemos para jantar. • A meta só dá certo, segundo o planejamento. Hipótese Condição 41Curso Técnico de Administração deEmpresas FINAL: Inicia uma oração subordinada final quando indica finalidade daoração principal. São elas: para que, a fim de que, porque (para que), que. • Ex. Aqui vai o livro para que o leia. • Chegue mais cedo a fim de que possamos conversar. • Estamos batalhando para que tudo saia bem. PROPORCIONAL: Inicia uma oração subordinada proporcional quando se menciona um fato realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração principal. São elas: à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais... (mais), quanto mais (tanto mais), quanto mais... (menos), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (menos), tanto menos... (mais). • Ex. À medida que o tempo passa, amadurecemos. • Quanto mais ele ganha, mais gasta. TEMPORAL: inicia uma oração subordinada temporal quando indica circunstância de tempo. São elas: quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que (desde que), etc. • Ex. Implicou comigo assim que me viu. • Quando chegares, telefona para tua mãe. 42Curso Técnico de Administração deEmpresas 9. PREPOSIÇÃO É a palavra que relaciona dois termos entre si, de tal forma que o segundo completa ou explica o sentido do primeiro. • Ex. Ele caminhava com Joana. (indica companhia) • Ele caminhava sem Joana. (indica ausência) • Ele caminhava contra Joana. (indica oposição) Preposições: A, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante,por (per), sem, sob, sobre, trás. 10. INTERJEIÇÃO É a palavra invariável que expressa uma emoção, apelo ou estado de espírito.As interjeições geralmente vêm seguidas de ponto de exclamação. • Ex. Ah, férias! • Bah, que massa! 43Curso Técnico de Administração deEmpresas O emprego dos porquês POR QUE, POR QUÊ, PORQUE e PORQUÊ 44Curso Técnico de Administração deEmpresas Por que: geralmente é usado no início da oração. Ex.: Por que você saiu mais cedo? No sentido de o motivo pelo qual. Não sabemos por que ela está aborrecida. Pelo qual motivo, pelos quais Ex. Esta foi a razão por que não estive presente. Porque: geralmente é usado como conjunção coordenativa explicativa (pois). Ex.: Não te atrases, porque este é o último trem. *Conjunção subordinativa causal (para que). Ex.: A cobrança do pedágio foi reduzida porque houvereclamações. Porquê: geralmente é empregado como substantivo, precedido de artigo ou pronome. Equivale a “motivo”, “causa”, “razão”. Ex.: Indaguei o porquê de seu mau humor. Por quê: geralmente é usado no final da oração, ao lado do ponto de interrogação. Ex.: Você não saiu mais cedo.Por quê? 45Curso Técnico de Administração deEmpresas Formação de Palavras 46Curso Técnico de Administração deEmpresas Derivação e Composição 47Curso Técnico de Administração deEmpresas TIPO CONCEITO EXEMPLOS 1.Prefixal ou Prefixação Acréscimo de um prefixo à palavra primitiva re/ler prefixo 2.Sufixal ou Sufixação Acréscimo de um sufixo à palavra primitiva. leal/dade sufixo 3.Parassintética ou Parassíntese Junção simultânea de prefixo e sufixo à palavra primitiva. a / noite / cer Prefixo Radical Sufixo 4. Regressiva ou Deverbal Nota ação, será palavra derivada e o verbo palavra primitiva; mas, se o nome denota algum objeto ou substância, verificar-se-á o contrário. venda é derivado de vender. Ação de dança/dançar canto/cantar denotam ação||palavras palavras derivadas||primitivas Derivação Consiste em derivar uma palavra nova (derivada) de outra já existente (primitiva). Realiza-se por uma dessas formas: 48Curso Técnico de Administração deEmpresas TIPO CONCEITO EXEMPLOS 1.Por Justaposição Ocorre quando a palavra composta conserva a mesma pronúncia que as palavras primitivas possuíam separadamente. Não há perda de elementos. meio-dia girassol pontapé malmequer cor-de-rosa mandachuva passatempo hidroelétrica 2.Por Aglutinação Ocorre quando a palavra composta não conserva a mesma pronúncia das palavras primitivas. Há perda de elementos. aguardente (água+ardente) planalto (plano+alto) embora (em+boa+hora) Fidalgo (filho+de+algo) Lobisomem (lobo+homem) Pernalta (perna+alta) Cabisbaixo (cabeça+baixo) Petróleo (pedra+óleo) Hidrelétrica (hidro+elétrica) Composição É a formação de palavras pela união de dois ou mais radicais ou duas ou mais palavras. A composição pode efetuar-se de duas maneiras: Bônus . 49Curso Técnico de Administração deEmpresas Como fazer uma carta de apresentação para emprego Uma apresentação adequada é capaz de aumentar as chances de que seu currículo se destaque em um processo de seleção. Por isso, o ideal é que você sempre envie uma carta de apresentação para complementar sua candidatura. Este é um documento sucinto, que serve para que você se apresente formalmente à empresa. A carta de apresentação é seu primeiro contato com a empresa em que você está se candidatando a um emprego e, por isso, ela deve ser elaborada cuidadosamente para garantir uma boa primeira impressão. Faça uma breve apresentação de você e de suas experiências, resumindo sua carreira profissional e citando seus pontos fortes. A carta de apresentação deve ser elaborada quando o candidato interessado em uma vaga envia o currículo via e-mail ou quando as empresas destinam um espaço para o candidato se apresentar na área do chamado “Trabalhe conosco” ou em sites de empregos. Além disso, tem a função de ajudar no marketing pessoal, uma vez que mostra resumidamente quem é você, destaca algumas experiências e qualidades que podem fazer a diferença na entrevista. 50Curso Técnico de Administração deEmpresas A carta de apresentação tem relevância muito variada nas empresas, algumas ignoram totalmente e para outras pode ser decisiva em uma contratação. Há pessoas que têm muita experiência e dificuldade para selecionar o que destacar em três parágrafos. Outras estão no início da carreira e aí, entusiasmo não falta, mas falta experiência. É preciso equilibrar as informações que serão incluídas nessa carta. Acima de quatro parágrafos vai deixar sua carta muito longa. O ideal seriam três parágrafos. Em caso de não saber o nome do recrutador, coloque: “prezado recrutador, selecionador ou empregador” no início da carta. No título do e-mail com a carta de apresentação, o ideal é que seja colocado o nome da vaga à qual está se candidatando. E no caso do envio do currículo para futuras vagas, o indicado seria colocar “Assunto: Currículo – Área de Recursos Humanos”. Como organizar uma carta de apresentação 51Curso Técnico de Administração deEmpresas Uma boa carta de apresentação deve começar com sua apresentação pessoal. Em seguida, ela deve apresentar suas características profissionais e pessoais, de forma que chame a atenção do recrutador. Ao final, lembre-se de colocar seu nome, telefone para contato e um endereço de e-mail. Como escrever uma carta de apresentação Primeiro, se você estiver pensando se vale a pena escrever uma carta de apresentação porque empregadores automaticamente ignoram qualquer coisa que leve mais de dois minutos para ler, está errado – e é provavelmente por isso que não conseguiu aquela entrevista que tanto queria. Seu currículo é cheio de fatos, detalha com clareza sua experiência e como você agregaria valor ao papel. Sua carta de apresentação, por outro lado, é onde você adiciona cor à experiência. É onde pode exibir sua personalidade e mostrar ao empregador que é mais que um punhado de notas e experiência de trabalho. Como seu currículo, uma carta de apresentação precisa tratar de maneira muito específica a descrição do trabalho para qual você está se candidatando. Ajuda ter uma cópia dessa descrição e destacar os critérios-chave para o empregador. No entanto, enquanto seu currículo precisa ser conciso e pontual, a carta de apresentação é sua oportunidade para incluir todas as coisas que você gostaria de ter em seu currículo, aquele conteúdo que você relutantemente deletou para garantir que não estava muito longo. 52Curso Técnico de Administração deEmpresas Aqui está um exemplo do que incluir: Quem, O quê e Por quê Abra a carta explicando de maneira clara quem você é, o que faz e por que está se candidatando para aquela vaga. Quais suas conquistas e por que você acredita ser o candidato adequado Em seguida, é hora de adicionar cor à experiência. Esse é o corpo de sua carta. Precisa ser um conteúdo cativante e direto – você realmente precisa se vender. Não tenha vergonha de deixar o leitor saber em que você se distingue, quais são suas conquistas pessoais e no que você é realmente bom. Os critérios destacados na descrição da vaga vão comandar a estrutura aqui. É importante conectar sua experiência com o que o empregador está buscando. 53Curso Técnico de Administração deEmpresas O futuro Faz sentido terminar sua carta de apresentação com ambições sobre o futuro. Aqui, eu reiteraria por que esse papel em particular lhe entusiasma e por que você merece uma entrevista. Deixe que saibam que você está ansiosamente esperando para saber mais sobre a oportunidade e deixe seus contatos. Uma vez que tenha enviado a carta de apresentação, é sempre bom fazer um follow up com uma ligação, uma semana depois. Dicas para uma carta de apresentação Confira algumas dicas para elaborar uma carta de apresentação impressionante: Jamais deixe de enviar uma carta de apresentação quando ela for solicitada ou em casos de indicação para a vaga; Lembre-se de assinar sua carta, deixando seu telefone e um e-mail para contato; Caso você saiba o nome do recrutador ou do departamento que receberá seu currículo, coloque no início da carta; Lembre-se de colocar o nome da empresa na carta; Na hora de falar de suas qualidades e características, cite apenas aquelas que podem ser úteis para a vaga em questão; Revise sua carta várias vezes, eliminando erros gramaticais e vocabulário informal; Utilize papel branco. 54Curso Técnico de Administração deEmpresas 55Curso Técnico de Administração deEmpresas Para quem ainda não tem experiência profissional Para quem não tem experiência profissional anterior é importante incluir ações de destaque na vida escolar, projetos que possam mostrar sua iniciativa, alguma habilidade que se sinta à vontade para exercer. Por exemplo: ser tesoureira da festa de formatura; arrecadação de roupas de frio para campanha do agasalho, gincanas de conhecimento (matemática, história, português) que tenha participado com alguma expressão, mesmo que internamente na escola.Trabalho voluntário em ONGs e instituições com inserção em movimentos sociais também são bem vistos no mundo corporativo, porque demonstram iniciativa e uma experiência de relacionamento em equipe. Em caso de indicação de alguém, deve mencionar isso logo no início do e-mail, por exemplo: “Conforme indicação do fulano de tal”. Se o amigo pedir para não falar no nome dele, o candidato pode citar no e-mail que gostaria de se candidatar a uma possível oportunidade na área, e no título do e-mail coloca a área em questão: “vaga na área de marketing”, por exemplo Envie a sua carta junto com o seu currículo, aproveite da melhor maneira as dicas apresentadas. Boa sorte! Considerações finais 56Curso Técnico de Administração deEmpresas Segundo o Barão de Itararé (1895-1971) “o português é uma. língua muito difícil. Tanto que calça é uma coisa que se bota, e bota é uma coisa que se calça”. Apesar do tom bem-humorado dessa frase, ela retrata a realidade de que nossa língua é complexa. Portanto, siga com determinação os seus estudos, pois com maior conhecimento do Português você poderá ser comunicar melhor, e com isso melhorar suas relações interpessoais, o que vai favorecer seus resultados profissionais. Bons estudos e até a próxima!
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