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CAPACITAÇÃO ONLINE USO DA GLIRICÍDIA NA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES Samuel Figueirêdo de Souza Médico Veterinário, DSc. - Produção Animal MÓDULO I IMPLANTAÇÃO E MANEJO EM ÁREAS ADENSADAS E CULTIVOS CONSORCIADOS MÓDULO I “GLIRICÍDIA” • O QUE É? • DE ONDE VEIO? • PARA QUE SERVE? GLIRICÍDIA (Gliricídia sepium sp.) Fo to : S am ue l So uz a MÓDULO I INFORMAÇÕES GERAIS • Originária da América Central • Difundida por Honduras, Costa Rica, México, Guatemala e Brasil • Leguminosa arbórea de porte pequeno a médio • Atinge até 15 m de altura e caule com 40 cm de diâmetro • Vegeta em locais com precipitações de 500 mm a 1500 mm anuais • Tolera grande variedade de solos com média a baixa fertilidade MÓDULO I INFORMAÇÕES GERAIS • Capacidade de produzir até 70 kg de matéria verde/planta/ano • Produz até 40 toneladas de MV e 10 toneladas de MS/ha (40 mil plantas/ha) • Apresenta elevados teores de proteína (23,0%) e cálcio (1,7%) • Múltiplas funções: ✔ Produção de forragem ✔ Fixação de N ✔ Sombreamento ✔ Cerca Viva ✔ Tutor vivo ✔ Descompactação solo ✔ Reposição de MO no solo MÓDULO I PROPAGAÇÃO • Sementes • Mudas • Estacotes • Estacas Fo to : R af ae l D an ta s MÓDULO I PROPAGAÇÃO Sementes ✔ Utilização ✔ Vantagens ✔ Desvantagens ✔ Custo x Benefício x Disponibilidade Fo to : S am ue l S ou za MÓDULO I PROPAGAÇÃO Mudas ✔ Utilização ✔ Vantagens ✔ Desvantagens ✔ Custo x Benefício Fo to : P au lo M ot a MÓDULO I PROPAGAÇÃO Estacotes ✔ Aplicações ✔ Vantagens ✔ Desvantagens Fo to : S am ue l S ou za Fo to : R af ae l D an ta s MÓDULO I PROPAGAÇÃO Estacas ✔ Aplicações ✔ Vantagens ✔ Cuidados Fo to : R af ae l D an ta s Fo to : R af ae l D an ta s COMO PRODUZIR MUDAS DE GLIRICÍDIA Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=yv8HUagtV_w Fonte: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1116675/1/gliricidiacompleta.pdf Cartilha e-Rural Produção de Sementes ❖ As plantas produzem sementes entre os 2 e 3 anos de idade, deixando-as se desenvolverem sem a realização de podas, permitindo assim a floração e produção das vargens com as sementes. ❖ Observa-se que em algumas regiões, essa floração não ocorre ou ocorre sem a produção das vargens. Esse fenômeno tem sido atribuído a fatores como ausência de agentes polinizadores ou mesmo a variações/mutações genéticas. Fo to : S am ue l S ou za Fo to : S am ue l S ou za Produção de Sementes ❖ As vargens devem ser colhidas no início do seu amarelecimento, evitando que amadureçam e se abram, lançando as sementes e inviabilizando as coletas. ❖ Uma técnica bem simples é o armazenamento das sementes em sacos de ráfia (permitindo respiração e evitando umidade), enquanto realizam-se as colheitas. ❖ Em seguida, espalha-se as vargens sobre uma lona com exposição ao sol, provocando a abertura natural das vargens, liberando as sementes para posterior colheita manual. Fot o: S am ue l S ou za Produção de Sementes ❖ Em caso de grandes volumes, sugere-se a mecanização do processo de separação das sementes, utilizando-se uma debulhadora de feijão que pode ser mecânica ou elétrica. ❖ Esse equipamento realiza a separação sem danificar as sementes, gerando como coproduto as vargens trituradas que podem ser utilizadas como insumo para adubação orgânica. Fo to : H on ór io B ar bo sa Viabilidade das Sementes ❖ A viabilidade das sementes dependerá, principalmente, da idade e das condições de armazenamento que deve ser realizado em recipiente que não permita o contato das sementes com ar, umidade e luz. Fo to : S am ue l S ou za Viabilidade das Sementes ❖ Se possível, armazenar em câmara fria ou geladeira (cerca de 6ºC), fazendo com que haja uma desaceleração do metabolismo, prolongando, assim, a sua vida útil e preservando as taxas de germinação dessas sementes. 1 a 3 meses 4 a 6 meses 7 a 9 meses 10 a 12 meses * Envelhecimento da semente ao longo do tempo (armazenamento inadequado) Fo to : S am ue l S ou za Rendimento das Sementes ❖ Recomenda-se colocar duas (02) sementes para produção de mudas, o que garante, praticamente, 100% de chances de termos uma planta se desenvolvendo por recipiente, sem haver a necessidade de replantio. ❖ Caso a disponibilidade de sementes seja baixa ou o custo seja muito elevado, recomenda-se colocar apenas uma (01) semente por recipiente para a produção das mudas. Nesse caso, provavelmente haverá a necessidade de replantio, o que dependerá da taxa de germinação das sementes utilizadas. 1,0 kg de sementes = 10.000 sementes 10.000 sementes = 5.000 mudas Rendimento das Sementes ✔ Definir o objetivo/finalidade da gliricídia na propriedade ✔ Decidir o sistema de produção (adensado/consorciado) ✔ Escolher e medir a área para implantação ✔ Calcular a quantidade necessária de mudas para a área ✔ Providenciar os insumos necessários (sementes, recipientes, substratos) É muito importante fazer um bom planejamento antes da implantação, determinando alguns fatores essenciais para melhor execução do processo: 10.000 mudas * Exemplos: 1,0 hectare (adensado 1,0 m x 1,0 m) 1,0 hectare (adensado 1,0 m x 0,5 m) 20.000 mudas 1,0 hectare (consorciado 1,0 m x 1,0 m x 10 m) 1.800 mudas 1,0 hectare (consorciado 1,0 m x 0,5 m x 10 m) 3.600 mudas 1,0 hectare (consorciado 5,0 m x 0,5 m x 10 m) 7.200 mudas Rendimento das Sementes Terra Preta Esterco Argila Produção das Mudas ✔ SUBSTRATO: Para 100 kg de substrato, misture 50 kg de terra preta, 25 kg de esterco de curral curtido e 25 kg de argila. * Obs.: essa quantidade é suficiente para produção de 250 mudas, utilizando copos de 500 ml como recipiente. Fo to : G en iv al d e Je su s Fo to : G en iv al d e Je su s Fo to : Í ta lo V id al Produção das Mudas ✔ É importante misturar bem os componentes do substrato e, em seguida, peneirar o material para retirar “corpos estranhos” antes de encher os recipientes. No enchimento dos copos, deve-se evitar compactação para não prejudicar a germinação das sementes. * Obs.: pode-se adicionar super simples na proporção de 2 kg de SS, para cada 100 kg de substrato, acelerando o crescimento das mudas e prevenindo carências nutricionais. Fo to : S am ue l S ou za Fo to : S am ue l S ou za Fo to : S am ue l S ou za Produção das Mudas ✔ RECIPIENTES: Sugere-se utilizar copos plásticos de 500 ml, pelo baixo custo, facilidade de uso e possível reutilização. Fazer um furo no fundo dos copos com auxílio de furadeira comum. * Obs.: tubetes e sacos plásticos também podem ser utilizados, mas podem implicar em maior custo, dificuldade de aquisição e poluição ambiental. Fo to : P ab lo M el o Fo to : P ab lo M el o Produção das Mudas ✔ PREPARO: Recomenda-se colocar duas (02) sementes por recipiente e posterior seleção de plantas sem pragas ou sinais de doenças para plantio. * Obs.: as sementes devem ser enterradas com 2 cm de profundidade e, em seguida, cobertas por terra sem compactação. Maiores profundidades e/ou compactação podem prejudicar a germinação. Fo to : E va nd ro M un iz Fo to : E va nd ro M un iz Produção das Mudas ✔ CUIDADOS: Preparar local com sombra (artificial ou natural) pouco densa, em terreno de baixa declividade e com fácil acesso à fonte de água para realizar a irrigação, seguindo as seguintes etapas: ✔ Colocar os copos ou sacos em local sombreado e manter úmido ✔ Após a germinação, molhar as mudas diariamente (não encharcar) ✔ Realizar limpeza/retirada de plantas invasoras semanalmente ✔ Fazer o transplante para o local definitivo com cerca de 30-45 dias Sombra Natural (Cajueiro) Sombra Artificial (Estufa) Fo to : S am ue l S ou za Fo to : S am uel S ou za Produção das Mudas ✔ IMPORTANTE: Iniciar o preparo das mudas cerca de 60 dias antes do início da estação chuvosa, para que o plantio coincida com a estação chuvosa. Esse tempo também permitirá que mudas replantadas estejam suficientemente desenvolvidas. Fo to : S am ue l S ou za Fo to : S am ue l S ou za Fo to : R af ae l D an ta s Preparo da Área ✔ ARAÇÃO: A aração é feita para movimentar o solo, facilitando a germinação das sementes e o crescimento das raízes das planta. Além disso, a aração também auxilia na redução das plantas daninhas, no controle de pragas e prevenção de doenças do solo. * Obs.: regular o arado para a profundidade de 20cm e, em seguida, passar em toda a área onde será realizado o plantio. Fo to : C id o O ku bo Fo to : C id o O ku bo Preparo da Área ✔ GRADAGEM: A técnica de gradagem costuma ser realizada depois da aração e subsolagem. Serve para quebrar os torrões deixando a terra mais uniforme e a superfície plana. * Obs.: a gradagem deve ser realizada uma única vez para a implantação da gliricídia na área, pois a sua utilização anualmente prejudica os solo. Fo to : C id o O ku bo Fo to : C id o O ku bo Preparo da Área ✔ SULCAMENTO: Abrir sulcos rasos com uma distância de um metro, o que pode ser feito com um sulcador do tipo “bico de pato”. Fo to : S am ue l S ou za Fo to : S am ue l S ou za Preparo da Área ✔ SULCAMENTO: A gliricídia também pode ser plantada sem preparo do solo, realizando apenas uma limpeza da área seguida do sulcamento para o plantio. * Obs.: deve-se conferir a distância dos sulcos na primeira passada da máquina para realização de regulagem, caso seja necessário. Fo to : G en iv al d e Je su s Preparo da Área ✔ CAVAÇÃO: Na ausência de sulcador, o plantio também pode ser realizado em covas, por meio de procedimento manual (cavador boca de jegue) ou mecânico (perfuratriz para cerca). Em ambos, deve-se realizar a limpeza da área. * Obs.: deve-se levar em consideração o tipo de solo, pois podem ser inviáveis em locais muito compactados ou com afloramento de rochas. Fo to : S am ue l S ou za Fo to : S am ue l S ou za Para cada 100 kg de adubo: • 78 kg de esterco de curral • 16 kg de superfosfato simples • 06 kg de cloreto de potássio Preparo da Área ⮚ ADUBAÇÃO: O adubo a ser colocado na área será de acordo com o resultado da análise da fertilidade do solo, mas caso não seja possível realizar uma análise, recomendamos uma mistura padrão. Distribuir a mistura no fundo dos sulcos na quantidade de 1,5 kg para cada 10 m de sulco. * Obs.: NÃO realizar adubação nitrogenada, pois a gliricídia é capaz de fixar nitrogênio captado do ar. Corre-se o risco de inibir essa habilidade se tal suplementação for realizada. Fo to : S am ue l S ou za Plantio na Área ⮚ O plantio direto da semente direto na área deve ser realizado utilizando duas ou três sementes por cova. As sementes devem ser enterradas com 2 centímetros de profundidade e, em seguida, cobertas por terra sem compactação. Maiores profundidades e/ou compactação podem prejudicar a germinação. Fo to : a da pt ad o po r R af ae l D an ta s Plantio na Área ✔ O transplante da muda para a área definitiva deve ser realizado com 30 a 45 dias após o plantio. Importante verificar se o caule encontra-se resistente e o enraizamento bem desenvolvido. ✔ Deve-se retirar a muda do copo com cuidado para não desfazer o “torrão” e não danificar o enraizamento (recipiente facilita bastante). Fo to s: S am ue l S ou za Plantio na Área ✔ Ao colocar na cova, deve-se cobrir todo o torrão de terra da muda e comprimir para garantir uma melhor fixação no solo, evitando “tombamento” após o transplante. * É importante realizar o transplante no início da estação chuvosa, aumentando as chances de desenvolvimento da planta (exceto em áreas irrigadas). Fo to s: S am ue l S ou za Sistemas de Produção ✔ Os sistemas de produção utilizando a gliricídia são determinados, basicamente, pelo espaçamento e combinações com outras culturas, que serão definidos de acordo com o objetivo/necessidade de cada propriedade. Fo to : E va nd ro M un iz Sistemas de Produção ✔ O uso da gliricídia como componente na dieta dos animais destacou-se dentre os sistemas implantados, sendo imprescindível em áreas onde há escassez em volume ou qualidade de alimentos para ruminantes. Nesses casos, recomenda-se sua produção de maneira adensada sob as formas de banco de proteína e sua conservação mediante ensilagem e/ou fenação. Fo to : E va nd ro M un iz Sistemas de Produção ✔ A gliricídia também vem sendo amplamente utilizada em consórcio com outras culturas, realizando, principalmente, fixação biológica de nitrogênio, mas também, produzindo biomassa para adubação verde, fornecimento de sombreamento e alimento para animais a pasto, melhorando a qualidade química dos solos e recuperando áreas degradadas. Fo to : S am ue l S ou za Sistema Adensado ✔ Consiste no plantio exclusivo da gliricídia em uma determinada área com o máximo de aproveitamento desse espaço para produção de biomassa que, prioritariamente, será utilizado para alimentação de ruminantes. Gliricídia Adensada: Período chuvoso Fo to : E va nd ro M un iz Gliricídia Adensada: período de estiagem Sistema Adensado ✔ A gliricídia possui boa capacidade adaptativa em regiões com baixa pluviosidade, pois possui sistema radicular profundo que proporciona reciclagem dos nutrientes presentes no subsolo, assim como é capaz de absorver água das camadas mais profundas. Fo to : S am ue l S ou za Sistema Adensado ✔ A gliricídia utilizada em banco de proteína pode produzir de 3,0 toneladas a 4,5 toneladas de matéria seca por hectare a cada três meses, e pode suplementar de 20 a 30 Unidades Animal (450 kg de peso vivo), pelo período de 30 dias. Densidades testadas: • 10.000 plantas/ha – 1,0 m x 1,0 m • 20.000 plantas/ha – 1,0 m x 0,5 m • 30.000 plantas/ha – 1,0 m x 0,33 m • 40.000 plantas/ha – 1,0 m x 0,25 m Im ag em : J os é R an ge l Plantas/ha VERDE t/ha MS t/ha PB % FDN % FDA % 10.000 17,2 b 4,17 b 21,8 41,8 29,2 20.000 21,4 a 5,04 a 22,2 42,4 29,0 30.000 21,2 a 4,93 a 21,8 42,1 29,9 40.000 19,4 a 4,63 a 21,8 41,8 29,4 Sistema Adensado Tabela 1. Produtividade de massa verde e seca e composição químico-bromatológica da gliricídia. * Obs. 1: deve-se levar em consideração o custo de produção e de implantação da área (maiores densidades = mais mudas = mais mão-de-obra = maiores custos! * Obs. 2: é importante compreender a pluviosidade da região para que maiores adensamentos não provoque redução na produtividade por competição hídrica. Consórcio: Gliricídia x Palma Forrageira Sistema Consorciado ✔ Consiste no plantio da gliricídia em consórcio com uma ou mais culturas simultaneamente, promovendo a ciclagem de nutrientes, buscando redução dos custos de produção, melhoria na produtividade da(s) cultura(a) consorciada(s) e agregando valores biológicos/ecológicos ao Sistema. Fo to : S am ue l S ou za Sistema Consorciado ✔ O consórcio deve ser realizado de acordo com o objetivo de cada propriedade, levando-se em consideração recomendações técnicas para exploração de cada cultura. ✔ Os espaçamentos entre a gliricídia e as culturas consorciadas devem levar em consideração o tamanho da área, mecanização utilizada e, principalmente, as práticas de manejo da cultura consorciada. Sistema Consorciado * Obs.: um consórcio mal planejado pode ser prejudicial ao Sistema, acarretando prejuízos e “depreciação da solução tecnológica”. Im ag em : J os é R an ge l Sistema Consorciado ✔ As linhas de gliricídia nos consórcios podem ser simples, duplas outriplas, mas tem-se utilizado linhas duplas na maioria dos sistemas pelos resultados obtidos associados à redução dos custos e facilidade nas práticas de manejo nas áreas. Linhas Simples Linhas Duplas Imagens: José Rangel Sistema Consorciado ✔ Propriedades de Agricultura Familiar possuem por suas características vocação para integração de culturas por produzirem diferentes vegetais (grãos e raízes) e diferentes espécies de animais. Trata-se da busca pela sustentabilidade por meio da diversificação em pequenas áreas e com limitação de recursos para investimento e infraestrutura. Consórcio: Gliricídia x Milho x Girassol Fo to : S am ue l S ou za Sistema Consorciado ✔ Esses consórcios tornam-se mais eficientes após a introdução da gliricídia nos sistemas, pois permitem a integração da leguminosa com duas ou mais culturas, aumentando a eficiência de uso de pequenas áreas, elevando a produtividade e promovendo a redução dos custos com adubação nitrogenada e alimentação para os animais. Consórcio: Gliricídia x Mandioca Fo to : S am ue l S ou za Sistema Consorciado ✔ Dentre as combinações da gliricídia com diferentes culturas, destaca-se o consórcio com a palma forrageira que é imprescindível para produção de ruminantes em regiões de Semiárido, pela tolerância à baixa pluviosidade. ✔ São ainda fontes de alimento que se complementam, do ponto de vista nutricional, onde a palma é fonte de energia, água e sais minerais, e a gliricídia por ser rica em proteína e fibras com boa digestibilidade. Consórcio: Gliricídia x Palma Forrageira Sistema Consorciado Fo to : S am ue l S ou za Sistema Consorciado ✔ Observou-se ainda haver uma importante simbiose, onde a gliricídia promove a cobertura e adubação do solo (serrapilheira) e fornece sombreamento e barreira de vento, protegendo a palma dos efeitos da incidência solar e dos ventos quentes, que juntos provocam a desidratação (palma murcha). Consórcio: Gliricídia x Palma Forrageira Serrapilheira: Folhas secas ricas em N Fo to : S am ue l S ou za Fo to : S am ue l S ou za Sistema Consorciado ✔ Sistema onde a gliricídia é explorada em consórcio com coco e bovinos de corte em pastejo rotacionado, recuperando-se ou formando pastagens com o método de plantio direto (plantando o milho + adubo + sementes capim). ✔ Dessa forma, evita-se a degradação dos solos e permite uma renovação das pastagens com a implantação de espécies de gramíneas mais adaptadas, com maior valor nutritivo e mais indicadas para alimentação de bovinos de corte. Consórcio: Gliricídia x Coqueiro x Pastagem Fo to : S am ue l S ou za Sistema Consorciado ✔ É importante ressaltar que nesse sistema de integração os animais terá oferta de sombra dos coqueiros nas pastagens, promovendo o “bem-estar animal” e, consequentemente, aumento da conversão alimentar, permitindo maiores ganhos de peso dos animais na área. Fo to : S am ue l S ou za Sistema Consorciado ✔ Essas estratégias buscam maior sustentabilidade dos pontos de vista econômico, por reduzir os custos de produção, e ambiental por fazer uso da terra com cobertura e preservação dos solos e também reduzir a necessidade de insumos químicos e de controle de pragas por tratar-se de um sistema integrado com várias culturas em constante simbiose. Depois Antes Foto: Samuel Souza Foto: Samuel Souza Sistema Consorciado ✔ Sistema que utiliza a gliricídia consorciada com o capim para oferta de forragem para bovinos e substitui o nitrogênio mineral na fertilização da pastagem. ✔ Neste sistema, deve ser plantada em fileiras simples ou duplas, com espaçamento de 1,5 metro entre fileiras, formando alamedas de 5 e 8 metros. Consórcio: Gliricídia x Pastagem Fo to : J os é R an ge l Sistema Consorciado ✔ Animais entram no segundo ano em pastejo rotacionado, devendo-se a partir desse momento ser decisão do produtor realizar ILPF completo (com milho), ou apenas com Pecuária-Floresta. ✔ Animais apresentam maiores ganhos de peso e os custos de produção são reduzidos pela substituição da adubação nitrogenada das pastagens, havendo ainda a produção do milho custeando renovação das pastagens. Fot o: J os é R an ge l Práticas de Manejo ✔ A gliricídia é uma cultura pouco exigente em manejo, sendo considerada bastante rústica e resistente às adversidades edafoclimáticas. ✔ Seu manejo está limitado à realização de adubação anual e cortes/podas a serem realizadas de acordo com os objetivos da exploração. Fo to : S am ue l S ou za Práticas de Manejo ✔ A adubação é realizada uma única vez por ano, sempre no início da estação chuvosa, utilizando 400 kg/ha de superfosfato simples e 100 kg/ha de cloreto de potássio em cobertura, aplicando ao longo das filas de plantas. * Obs.: não deve-se utilizar adubos químicos nitrogenados, ou mesmo esterco de animais, pois esse elemento é sintetizado pela planta. Qualquer suplementação desse composto poderá inibir essa habilidade. Fot o: Ít al o V id al Fo to : Í ta lo V id al Práticas de Manejo ✔ A primeira poda/colheita ocorre pelo menos um ano após o plantio, colhendo folhas e ramos tenros acima de 50 cm do solo. Os galhos mais grossos podem ser aproveitados como material propagativo ou são deixados na superfície do solo para reciclagem. * Obs.: a primeira produção apresenta menores volumes e pode parecer “passado do ponto ideal” para o corte. Isso ocorre, propositadamente, oportunizando um maior desenvolvimento das raízes das plantas, antes da sequência de podas. Fo to s: S am ue l S ou za Práticas de Manejo ✔ Do segundo corte em diante, pode-se realizar a poda de acordo com o desenvolvimento da planta (1,50 m de altura) ou a cada 90 dias nas estações chuvosas ou 120 dias nas secas. ✔ Se irrigada, a legumineira pode ser colhida na estação seca com a mesma frequência da estação chuvosa ou até com maior assiduidade, dependendo do seu desenvolvimento. ✔ É importante ajustar essa prática de acordo com a disponibilidade de mão-de-obra na propriedade, pois o material deve ser processado e armazenado após a colheita. Fo to : S am ue l S ou za Uso da Gliricídia ✔ A utilização da gliricídia para alimentação animal pode ser realizada através do pastejo direto, fornecimento in natura, sob a forma de feno ou de silagem. ✔ O pastejo direto pode ocorrer de duas formas: 1) Área adensada (banco de proteína), onde os animais passam poucas horas, consumindo a gliricídia direto da planta; 2) Área consorciada (Sistema de IPF - Integração Pecuária Floresta), onde os animais consomem a gliricídia em pastejo rotacionado. Ovinos em Banco de Proteína Fo to : E va nd ro M un iz Uso da Gliricídia FENAÇÃO: ✔ O processo de fenação consiste na retirada de grande quantidade de água da planta, ficando com apenas 15% de umidade. ✔ Para um feno de qualidade, deve-se utilizar forragem com elevado valor nutritivo e realizar a secagem de forma rápida, buscando o mínimo de perdas de nutrientes. Fo to : S am ue l S ou za Uso da Gliricídia ✔ FENAÇÃO: O material a ser conservado são as partes comestíveis da planta (folhas com ramos finos), podendo ou não serem triturados em máquina forrageira (partículas com 2 a 3 cm). ✔ Uma característica importante para a obtenção de feno de alto valor nutritivo consiste na observação da proporção folha: colmo, devido a uma interação positiva entre a porcentagem de folha no feno com a digestibilidade e o seu consumo. Fo to : S am ue l S ou za Uso da Gliricídia ✔ O processo de fenação pode ser feito espalhando o material triturado sobre uma lona e deixando secar ao sol por 2 dias. Deve-se realizar em dias de sol forte e revirar o material de 3 a 4 vezes por dia, evitando acúmulo de umidade. ✔ Durante a noite,deve-se cobrir o material com outra lona para evitar que o orvalho devolva umidade ao material em processo de secagem. Fo to : S am ue l S ou za Uso da Gliricídia ✔ O processo estará finalizado quando o material atingir o “ponto de crepitação”, ou seja, quando ao apertar com as mãos, o material fizer estalos e quebrar facilmente. Obs.: o sucesso da fenação está na desidratação correta e uniforme do material, além do armazenamento em local arejado e protegido de umidade. Fo to : S am ue l S ou za Uso da Gliricídia ENSILAGEM: ✔ Consiste no processo de conservação, onde a forrageira é submetida ao corte da planta no campo, trituração e compactação com o uso de tratores ou pessoas pisando. ✔ No processo de ensilagem, a planta é transformada em silagem pela ação fermentativa de bactérias, dentro do silo. F ot os : S am ue l S ou za Uso da Gliricídia ENSILAGEM: ✔ Na ensilagem da gliricídia, as folhas e extremidades dos ramos são triturados e colocados sob pressão (compactação para retirada do ar), em tambores de 200 L e hermeticamente fechados após o enchimento. Silos do tipo trincheira ou de superfície, também, podem ser utilizados quando o volume de material for suficiente e o rebanho possua consumo diário elevado. * Observação: o sucesso da ensilagem está numa boa compactação para retirada do máximo possível de ar, mantendo uma boa vedação para impedir entrada de ar durante a fase de fermentação anaeróbica (por período mínimo de 30 dias). Fo to : S am ue l S ou za Considerações Finais ⮚ Diversidade de sistemas para diferentes finalidades e realidades de uso ⮚ Informações e tecnologias validadas e disponíveis ⮚ Resgate de potencialidades de arranjos produtivos locais ⮚ Necessita desenvolvimento de equipamentos para plantio e colheita ⮚ Carência de material propagativo validado para comercialização ⮚ Diminuição da dependência de insumos externos ⮚ Necessidade de avaliação do custo/benefício de cada caso PARABÉNS! VOCÊ CONCLUIU O MÓDULO I Número do slide 1 Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23 Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Número do slide 27 Número do slide 28 Número do slide 29 Número do slide 30 Número do slide 31 Número do slide 32 Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35 Número do slide 36 Número do slide 37 Número do slide 38 Número do slide 39 Número do slide 40 Número do slide 41 Número do slide 42 Número do slide 43 Número do slide 44 Número do slide 45 Número do slide 46 Número do slide 47 Número do slide 48 Número do slide 49 Número do slide 50 Número do slide 51 Número do slide 52 Número do slide 53 Número do slide 54 Número do slide 55 Número do slide 56 Número do slide 57 Número do slide 58 Número do slide 59 Número do slide 60 Número do slide 61 Número do slide 62 Número do slide 63 Número do slide 64 Número do slide 65 Número do slide 66 Número do slide 67 Número do slide 68 Número do slide 69 Número do slide 70