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@meddeboa – Raquel F. – Clínica Integrada – 6º período Nódulos Benignos e Câncer de Mama Conceitos importantes: Tumor benigno não são considerados cancerígenos: suas células têm aparecia próxima do normal. Elas crescem lentamente e não invadem os tecidos vizinhos, nem se espalham. Tumor maligno é canceroso. Caso suas células não sejam controladas, podem crescer e invadir tecidos e órgãos vizinhos, eventualmente se espalhando para outras partes do corpo. Fibroadenoma - Tipo de tumor benigno mais comum em pacientes mulheres jovens, com menos de 35 anos ou mulheres que já passaram por cirurgia de mama. Não possui potencial evolutivo para vir a se tornar um CA de mama e nem indicam aumento de risco para desenvolvê-lo futuramente. - Neoplasia mais frequente da glândula mamária, precedida pelo carcinoma. - Manifestações clínicas: desconforto e dor em algumas pacientes. Podem relatar que o nódulo cresce consideravelmente, principalmente no período menstrual. - Exame Físico: Aparece como um tumor único ou múltiplo, móvel, facilmente palpável, com tamanho médio de 2 a 3 cm, bem delimitado, apresentando massa e contornos bem definidos, sem aderência aos tecidos que o circundam. Maior ocorrência no quadrante súpero-lateral. - Diagnóstico: US: evidencia imagem nodular circunscrita, ovalada, hipoecóide, com margens bem definidas e com maior eixo paralelo à pele. Mamografia acima dos 40 anos: presenta-se como imagem nodular circunscrita, ovalada, de média densidade e eventualmente com calcificações grosseiras, com aspecto de “pipoca”, aspecto que tipifica o achado mamográfico como BIRADS 2 OBS: NÃO PEDIR MAMOGRAFIA ABAIXO DOS 40 ANOS! Biópsia: é feita uma punção aspirativa com agulha filha. Observa-se nos esfregaços grupos celulares epiteliais em dedo de luva, formando agrupamentos arborecentes e numerosos núcleos desnudos, muitas células ductais coesas em monocamadas e fragmentos de células estromais. - Diagnóstico diferencial: pseudonódulos das alterações funcionais benignas, como o cisto mamário e o carcinoma circunscrito. - Tratamento: A indicação cirúrgica é baseada na idade da paciente e nas dimensões do nódulo. O tratamento cirúrgico ocorre em tumores com diâmetros maiores que 2cm. Se não estiver causando desconforto, pode ser acompanhado clinicamente, sem a necessidade de remoção. No entanto, se o tamanho e a localização causar à paciente dor e sensibilidade nas mamas, é indicada a cirurgia para retirada do nódulo. @meddeboa – Raquel F. – Clínica Integrada – 6º período - Acompanhamento: Em pacientes de 25- 34 anos: clínico, com controle clínico e/ou ecográfico semestral, sendo indicada exérese nos casos de crescimento progressivo e ansiedade da paciente. Em pacientes acima de 35 anos: sempre cirurgia. Cistos mamários - São originados no ducto terminal da unidade lobular, definidos como estruturas com diâmetro maior que 3mm, com comportamento biológico lábil, podendo aumentar ou desaparecer, independente de medidas terapêuticas. - Manifestações clínicas: início súbito e dor, em mulheres com idade mais elevada. - Por que ocorre a formação de cistos? A ativação constante do estroma pelos esteróides sexuais levaria à síntese crônica de colágeno e fibrose, que, ao obstruir os ductos e dútulos mamários, induziria à formação de microscistos e depois macrocistos. - Fatores agravantes: menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade, oligoparidade ou primiparidade tardia e amamentação curta ou ausente. OBS: durante a lactação, os cistos podem ser formados por conteúdo lácteo, as galactoceles. - Diagnóstico: Mamografia obrigatória aos 40 anos. US é o método mais sensível, com precisão de até 100% detectando lesões a partir de 2mm. Us ainda distingue os cistos em complicados (com conteúdo espesso) ou complexos (com septações espessas e/ou vegetações intracísticas). Biópsia excisional indicada em caso de recidivas locais (+ de 3x) Tumor Filóide - É um tumor móvel, lobulado e indolor. É raro e 80% deles benigno. - Apresenta alta tendência de recidiva local e pode sofrer degeneração maligna sarcomatosa. - Como vou saber se é benigno ou maligno? Pelo componente estromal a contagem mitótica, atipias celulares e comprometimento das margens. Tumor filóide x fibroadenoma: Crescimento rápido Crescimento lento Capacidade de atingir grandes volumes, por vezes ocupando a mama inteira Menor, aumenta um pouco mais em casos de menstruação Consistência elástica Consistência fibroelástica Adenopatia axilar é incomum, mas de natureza inflamatória Adenopatia axilar é comum - Diagnóstico: clínico e mamografia é inespecífica. PAAF e a biópsia percutânea com agulha grossa apresentam baixo valor preditivo. A agulha grosa pode diferenciar o tumor filóide do carcinoma, mas, com frequência, não discrimina a variedade benigna da maligna, sendo necessária a avaliação anátomo- patológica de todo tumor. - Diagnóstico diferencial: fibroadenoma juvenil, que também atinge grandes dimensões, mas apresenta consistência fibroelástica. - Tratamento: tumorectomia com a retirada de 1 a 2 cm de tecido mamário peritumoral macroscopicalmente normal, para garantir margens cirúrgicas livres e diminuir a taxa de recorrência. Mastectomia total ou adenomastectomia com reconstrução plástica imediata. OBS: A linfadenectomia axilar é desnecessária, uma vez que, quando a maligno, a disseminação faz-se por via hematogênica. Nesse caso não tem resposta com radio, quimio ou hormonioterapia. @meddeboa – Raquel F. – Clínica Integrada – 6º período Papiloma É uma neoplasia epitelial benigna que se desenvolve no lúmen de grandes e médios ductos subareolares, não formando massa palpável. - Frequente entre os 30 e 50 anos. Em acima de 50 anos, deve-se afastar o diagnóstico de carcinoma papilífero e o ductal. - Manifestação clínica: descarga papilar hemorrágica, espontânea, uniductal e unilateral. Fluxo pode ser intermitente, com períodos de remissão, em função de necrose e eliminação de parte do papiloma junto com a secreção, entretanto, ao se regenerar, volta a produzir a manifestação. - Exame físico: Fazer a pesquisa do “ponto-gatilho”, que consiste na pressão dos pontos cardinais do complexo aréolo-papilar com dedo indicador, com o intuito de identificar qual ducto está comprometido. Esse ducto pode estar dilatado pela obstrução que o papiloma provoca. - Diagnóstico: Mamografia: realizada em função da faixa etária, pois é o papiloma é + prevalente entre os 40 – 50 anos. Citologia do fluxo: apresenta utilidade se há dúvida quando à natureza hemática da secreção, pode identificar hemácias no esfregaço. -Tratamento: exérese seletiva do ducto (microductectomia). Após identificar o “ponto gatilho”, é caracterizado e dissecado distalmente. Quando não identifica, us pode ser útil. Câncer de Mama É a neoplasia maligna mais frequentemente diagnosticada e a principal causa de morte por câncer em mulheres. Fatores de risco: Gerais Fatores Hormonais Fatores reprodutivos Fatores genéticos Idade Avançada Sexo feminino Raça branca Peso e gordura corporal em mulheres na pós menopausa Doença Benigna de mama Tecido mamário denso Níveis mais altos de estrogênio endógeno Terapia hormonal na menopausa Contraceptivos: estrogênio-progesterona Andrógenos Via da insulina e fatores relacionados Menarca precoce Menopausa posterior: parar de menstruar após os 55 anos Nuliparidade: não ter tido filhos Aumento da idade na prima gravidez a termo: primeira gestação após os 30 anos. História pessoal de CA de mama História familiar e mutações genéticas (especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2) Uso de álcool e tabagismo Exposição à radiação ionizante terapêuticas Fatores de proteção / redução de risco: - Amamentação: até os 6º meses de forma exclusiva e, se possível, até os 2 anos. - Praticar atividadefísica - Controle da alimentação: baixo teor de gordura. Atenção em mulheres pós menopausa. - Baixo consumo de bebidas alcoólicas. - Ter feito reposição hormonal pós menopausa, principalmente por mais de 5 anos (o risco elevado de elevado de desenvolver a doença diminui progressivamente após suspensão da TRH) - Ter feito uso de contraceptivos orais por tempo prolongado Sinais e sintomas: →A maioria desses pacientes se apresenta devido a uma mamografia anormal. Mulheres sem acesso a mamografias de rastreamento e mulheres mais jovens (- de 40 anos) que podem não se submeter a mamografias de rastreamento de rotina podem apresentar uma mama ou massa axilar com ou sem alterações cutâneas. - Nódulo: geralmente indolor. Lesão única, dura e imóvel dominante com bordas irregulares. - Pele da mama avermelhada – eritema; retraída ou com espessamento; parecida com casta de laranja – ondulação da pele sobrejacente (peau d´orange) - Adenopatia axilar: sinais de doença + avançadas (pequenos nódulos nas axilas) - Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos. @meddeboa – Raquel F. – Clínica Integrada – 6º período Diagnóstico: - Mamografia: A recomendação brasileira segue a orientação da OMS: recomenda que a mamografia de rastreamento seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada 2 anos. Por que a mamografia de rastreamento não é indicada para mulheres com menos de 50 anos? Porque as mamas são mais firmes e com menos gordura (densas), o que torno o exame limitado para identificar as alterações. - US identificou cisto simples = lesão será avaliada como benigna possível BI-RADS 2, não precisa de biópsia US identificou cisto não simples ou complexo = lesão dever ser biopsiada se houver suspeita de BI- RADS 4; EX: existe massa no cisto. US identificou lesão sólida com características sugestivas de fibroadenoma = pode ser avaliado como BI-RADS 3, repetir em 6 meses. US identificou lesão sólida e indeterminada = mamografia e biópsia, se necessário. Us não conseguiu detectar massa = mamografia seguida de biópsia. - Biópsia/PAAF: somente após o histopatológico que é confirmado o câncer de mama. Se o líquido não sanguíneo for aspirado e a massa desaparecer: l[liquido descartado e paciente refaz de 2 a 4 meses depois Se aspiração de fluido com sangue ou massa persistente após a aspiração = requer biópsia ou excisão cirurgia da massa. SISTEMA TNM: Descreve a extensão anatômica da doença e está baseada na avaliação de 3 componentes: 1. T: Extensão do tumor primário 2. N: ausência ou presença e a extensão de metástase em linfonodos regionais 3. M: ausência ou presença de metástase à distância. - Estadiamento: o tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença. - Tratamento: envolve terapia clínica (quimio, hormonioterapia e radioterapia) e cirúrgica (retirada conservadora do tumor ou retirada de toda mama) Bibliografia: 1, Nódulos benignos da mama: uma revisão diagnóstica diferencias e conduta. https://www.scielo.br/j/rbgo/a/WNYzrcNtfVfCYWhRnCpT45m/?format=pdf&lang=pt 2, Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva Câncer de mama: é preciso falar disso. / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – 4. ed. Rio de Janeiro: Inca,2016.16p.: il. Color 3, Projeto Diretrizes. Diagnóstico e tratamento de Câncer de Mama. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. – Agosto 2001. https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/cancer-de-mama-diagnostico-e-tratamento.pdf
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