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01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5o… 1/15 No âmbito da saúde da família, é imprescindível ao pro�ssional de saúde obter conhecimentos para agir a favor da melhoria contínua da qualidade da assistência, o que inclui planejamento, manejo e avaliação das ações de saúde. Dentro desse contexto, há muitos aspectos que podemos explorar, um deles é a tecnologia em sistemas de saúde. Estudar esse assunto contribui para que o pro�ssional trabalhe com diversas informações, dentre elas, sua realocação em um sistema versátil e ágil como estratégia inteligente e e�caz ao acesso dos demais pro�ssionais que compõem a rede de cuidado da pessoa/família envolvida. Assim, devemos nos atentar e manter a intencionalidade de um trabalho cujas políticas públicas estejam integradas. Para tanto, devemos mediar tais tecnologias com o cuidar efetivo e humanizado da pessoa/família, uma vez ser ela o foco dessas ações. Além disso, buscar ferramentas que prezam colocar o indivíduo em destaque, como protagonista, respeitando suas singularidades e necessidades familiares e sociais. Neste roteiro, você irá conhecer conceitos relevantes para o desenvolvimento do trabalho na saúde da família, como a tecnologia está inserida na saúde pública, vantagens de um trabalho com o sistema informatizado e em rede e como registrar as informações coletadas dos pacientes através desse sistema. Além disso, é importante conhecer o modo de abordagem ao paciente e como realizar tais projetos em equipe. Caro(a) estudante, ao ler este roteiro, você irá: conhecer o sistema e-SUS, tecnologia desenvolvida para facilitar a troca de informação entre os diferentes pro�ssionais de saúde e níveis de atenção; compreender o método de atenção à saúde, o qual direciona e estimula o pro�ssional no registro de condições e queixas dos pacientes orientadas por problemas; explorar a prática de tornar o paciente protagonista da sua história, estimulando-o a tomadas de decisões autônomas; Avaliação de Ações em Saúde Roteiro deRoteiro de EstudosEstudos Autora: Ma. Débora Comin Revisora: Dra. Teresa Schimidt 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5o… 2/15 exercitar o trabalho em equipe para uma melhor assistência ao indivíduo orientado por seus problemas; familiarizar-se e praticar o conceito de escolher, sabiamente, as verdadeiras necessidades do usuário e sua família, respeitando o contexto inserido e as condições disponíveis. Introdução As tecnologias estão incorporadas nos diversos segmentos humanos. Assim, as utilizamos para nos locomover, na produção de alimentos, nos modos de comunicação. Hoje em dia, observamos que é indispensável o desenvolvimento de tecnologia para melhorar a vida humana. No que tange ao setor da saúde, podemos observar novas tecnologias sendo incorporadas para atender ao cuidado com o usuário do sistema público. Elas são de suma importância no tocante ao suporte ao atendimento, à gestão e ao cruzamento de dados. Atualmente, os dados fornecidos pelo DATASUS permitem guiar a equipe, mostrando as diversas estatísticas para um melhor conhecimento do território abordado pela estratégia de saúde da família, dando munição para a prevenção e a promoção da saúde, ou seja, para praticar a prevenção primária. Ademais, para complementar tais ações, a criação de sistemas de gestão permite edi�car as informações pertinentes aos usuários, dando conforto à equipe ao registrar informações que subsidiem relatos para o acompanhamento longitudinal do paciente. Nesse contexto, destacamos que a tecnologia em saúde está incorporada em ações da saúde e que necessitamos compreender o processo de como seguem essas ações. Também, não podemos nos esquecer de mencionar que, em conjunto com tais tecnologias, devemos, sempre, prezar o indivíduo, não deixando de destacar, nessa rede de conhecimento, as ferramentas que necessitam ser incorporadas para manter o indivíduo como responsável das tomadas de decisões. Sistema de Informação na Saúde (SIAB) Os sistemas de informação são ferramentas importantes para o planejamento de ações da equipe. Para utilizar essas informações, precisamos conhecer os sistemas disponíveis, como estão estruturados e sua aplicabilidade. O SIAB é um sistema de informação utilizado por muitos municípios; ele gera relatórios para as unidades básicas de saúde, facilitando o acompanhamento das ações e o desempenho, traduzindo, em parte, a qualidade do trabalho exercido, subsidiando decisões dos gestores municipais. Tal sistema apresenta, como desvantagem, a informatização precária, visto que parte dos dados não é disponibilizada. 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5o… 3/15 Segundo o Ministério da Saúde, podemos observar a relevância do SIAB para o funcionamento da saúde da família e da comunidade: A disponibilização da base de dados do SIAB na internet faz parte das ações estratégicas da política de�nida pelo Ministério da Saúde com o objetivo de fornecer informações que subsidiem a tomada de decisão pelos gestores do SUS, e a instrumentalização pelas instâncias de Controle Social, publicizando, assim, os dados para o uso de todos os atores envolvidos na consolidação do SUS. (BRASIL, 2020, on-line). Todavia, uma nova proposta vem sendo inserida pelo Ministério da Saúde por meio do novo sistema de tecnologia conhecido como e-SUS AB. Para que ocorra uma implementação de qualidade, uma reformulação articulada com outros sistemas de atenção tem sido exigida. Assim, o foco está ancorado no favorecimento de um melhor atendimento à população pela equipe de saúde. Antes de tudo, devemos conhecer os conceitos que orientam o e-SUS na atenção básica e o funcionamento das ferramentas do sistema. Uma maneira de reestruturar a organização das informações consistiu na implantação do e-SUS AB. Esse é um projeto para quali�car a gestão e estar alinhado à informação, sendo fundamental para ampliar o cuidado de forma satisfatória. Diante de tais competências, esse sistema de informação busca concretizar a interação do Sistema Único de Saúde (SUS) eletrônico, objetivando aprimorar a administração das informações coletadas de modo a dar suporte a gestores, pro�ssionais de saúde e municípios. Dessa forma, a contribuição do e-SUS AB permite individualizar o registro das informações, possibilitando o acompanhamento dos atendimentos; a integração de diversos sistemas de informações; a agilidade no trabalho por diminuir a necessidade de recoleta de informações; a informatização das unidades de saúde; a introdução de tecnologias para otimizar a gestão do cuidado e, também, utilizar as informações geradas no cuidado em saúde para integrar os diversos serviços de saúde (BRASIL, 2020). Vale lembrar que, com a proposta doutrinária de universalidade do SUS, ainda que o indivíduo não tenha o Cartão Nacional de Saúde (CNS), ele pode e deve ser atendido nos estabelecimentos de saúde. Assim, para que o registro seja efetuado, o pro�ssional de saúde pode utilizar as duas formas de cadastro no sistema, que são: Coleta de Dados Simpli�cada (CDS) ou Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC). No e-SUS AB, ainda é possível marcar uma opção referente ao paciente não ter CNS, além de, também, realizar o acompanhamento dele. 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5o… 4/15 Método SOAP Quando coletamos informações de pessoas sobre seu estado de saúde, traduzimos essas queixas em sinais e sintomas utilizando termos técnicos. Assim, podemos estabelecer uma provável hipótese diagnóstica para orientar o cuidado em saúde. Para quetal fato seja realizado, são exigidos do pro�ssional de saúde conhecimento técnico, habilidade e atitude. Dessa forma, quando falamos em registro orientado por problemas, entrelaçamos essas três esferas de conhecimento (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019). Esse modelo de assistência tem sido empregado em diversos sistemas de atenção primária no mundo, e, com a tecnologia dos sistemas de informatização dos prontuários, essa prática tem sido expandida. Diante da multipro�ssionalidade que caracteriza as equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, pode-se denominá-lo SOAP e buscar que todas as categorias pro�ssionais se apropriem desse formato de registro, incorporando-o em sua prática; ou seja, é mais do que anotar ou organizar as informações com excelência, é uma ferramenta de trabalho que proporciona raciocínio clínico apurado e cuidado quali�cado e continuado pela equipe (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019). Para entender como essa tecnologia está disponível on-line para acesso de municípios e pro�ssionais de saúde, devemos ter sua composição básica em mente. O Registro Clínico Orientado por LIVRO Cultura, saúde e doença Autor: Cecil G. Helman Editora: Grupo A Ano: 2009 Comentário: O livro aborda as interações complexas entre saúde, doença e cultura, enfatizando o papel da antropologia médica e a prática dos cuidados de saúde, utilizando exemplos da vida real e estudos de caso. O título tem temática atualizada, apresentada de maneira didática e prática, trazendo estudos de casos e discussões. Disponível na Minha Biblioteca. 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5o… 5/15 Problemas (RCOP) possui quatro áreas fundamentais para registro das informações clínicas, respectivamente: base de dados da pessoa, lista de problemas, notas de evolução clínica (notas SOAP) e folha de acompanhamento (BRASIL, 2020). Dentro do contexto do Registro Clínico Orientado por Problemas, há o método SOAP, que tem, como objetivo, organizar, com mais facilidade, o acesso às informações dos pacientes para uma efetiva tomada de decisões. Por meio desse método, é possível obter uma descrição sistemática das evidências registradas, o que permite apoiar a avaliação diagnóstica e os planos terapêuticos durante o acompanhamento longitudinal do paciente. Com isso, conhecendo e entendendo o SOAP, podemos esclarecer que cada letra da sigla possui um destino no atendimento ao usuário de saúde. Então, vamos conhecer cada passo a ser seguido: (S) subjetivo: é o motivo da consulta. Refere-se às queixas dos pacientes e a outras informações relacionadas a eles que podem ser relatadas por parentes ou acompanhantes. Devem ser levados em consideração diagnósticos relatados, antecedentes familiares e sociais, antecedentes pessoais, expectativas, medos e angústias; (O) dados objetivos: devem ser orientados pela queixa. É a observação do pro�ssional quanto à aparência, ao afeto, ao humor, à cognição do paciente, além de sinais vitais, exame físico e achados de exames complementares; (A) avaliação: refere-se à lista de problemas da consulta e à impressão diagnóstica pelo pro�ssional. São as conclusões sobre a situação do paciente, a re�exão sobre o diagnóstico, levando em consideração os achados subjetivos e objetivos. É a inferência do pro�ssional sobre o caso; (P) planos: são decisões tomadas, manejos terapêuticos, exames solicitados, encaminhamentos realizados, orientações e recomendações, aspectos a serem vistos e revistos na próxima consulta. Acima, mencionamos sobre classi�car as queixas dos pacientes orientados por seus problemas e, assim, construir uma lista de problemas. Existem muitas de�nições para problema, no entanto, iremos utilizar duas que são mais aceitas atualmente no contexto do RCOP: Um Problema Clínico é tudo aquilo que requeira um diagnóstico e manejo posterior, ou aquilo que inter�ra com a qualidade de vida, de acordo com a percepção da própria pessoa [...] também pode ser de�nido como “Problema Clínico é qualquer problema �siológico, psicológico ou social que seja de interesse do pro�ssional e/ou da pessoa que está sendo cuidada”. (DEMARZO; OLIVEIRA; GONÇALVES, 2012, p. 5). A World Organization of National Colleges, Academies and Academic Associations of General Practitioners/Family Physicians (WONCA) desenvolveu um sistema de classi�cação de problemas próprios da APS, o qual pode ser utilizado por pro�ssionais de todas as áreas, incluindo os da Estratégia Saúde da Família (ESF), chamado Classi�cação Internacional de Atenção Primária (CIAP) (WONCA, 2009). 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5o… 6/15 Na atenção primária, no atendimento ao paciente, o diagnóstico etiológico não é o elemento mais importante. Diante disso, o CIAP prioriza a sistematização da pessoa incluindo seu contexto social, e não apenas a doença. A ESF, em seus diversos contextos, utiliza o CIAP para conhecer a forma mais adequada das demandas dos pacientes e registrar, de forma �dedigna, suas enfermidades. Com essa forma de trabalho, o planejamento de atividades torna-se mais efetivo tanto nas unidades de saúde quanto no desenvolvimento pro�ssional, resultando no objetivo da assistência em saúde (SBMFC, 2020). Assim, o trabalhador social pode assinalar os problemas que geram a pobreza em uma família, o agente comunitário de saúde registrar as carências de sua habitação; a enfermeira fazer constar o re tardo de crescimento de um dos �lhos dessa família, o médico atender a mãe por dependência ao tabaco e DPOC, o farmacêutico anotar as di�culdades para o seguimento do tratamento medicamentoso. O conjunto de problemas de saúde mencionado pode ser tabulado com a CIAP, tanto do ponto de vista do paciente (motivo da consulta) quanto do ponto de vista do pro�ssional (problema atendido). (WONCA, 2009, p.11-12). Segundo Gusso, Lopes e Dias (2019), o CIAP é formado por sete componentes, respectivamente: queixas e sintomas; componentes de procedimentos diagnósticos e preventivos; componentes de medicações e tratamentos com procedimentos terapêuticos; resultado de exames; componentes administrativos; acompanhamento de motivo de consulta; componentes diagnósticos e doenças, incluindo infecciosas, neoplasia, lesões, anomalias congênitas, dentre outras. O sistema de Classi�cação Internacional de Atenção Primária – Segunda Edição (CIAP2) é uma ferramenta adequada à Atenção Básica (AB) que permite classi�car questões relacionadas às PESSOAS e não a doenças. Permite classi�car não só os problemas diagnosticados pelos pro�ssionais de saúde, mas os motivos da consulta e as respostas propostas pela equipe seguindo a sistematização SOAP, de Lawrence Weed (Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano) (USO…,2021, on-line). Dessa maneira, podemos veri�car os sintomas relatados pelos usuários de saúde por meio do CIAP- 2, ampliando a forma de classi�car das queixas deles, entendendo o adoecimento e as expectativas, classi�cando o real motivo da consulta, e não apenas o inserindo, obrigatoriamente, em uma caixa de diagnóstico. 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5o… 7/15 Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) A consulta é o elemento primordial para entender as enfermidades e o contexto social do indivíduo. Essa atividade pode ser realizada através de diferentes modelos de abordagem. Assim, existem a abordagem hospitalar centrada no médico e a abordagem ambulatorial/domiciliar centrada no paciente, que leva em consideração mais do que apenas a doença que o trouxe ao encontro clínico. Dessa maneira, o paciente é o “especialista em si mesmo”, que conhece seu próprio contexto, estilo de vida, possibilidades, crenças individuais e familiares sobre saúdee doença, além de saber sobre consultas prévias. Já o pro�ssional de saúde é o “especialista” em prevenir, atenuar, tratar ou reabilitar as enfermidades apresentadas pelo paciente. Para que esse encontro tenha um resultado positivo, é necessário que esses dois especialistas se entendam. Então, o Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) é um dos métodos de comunicação utilizados para a realização da abordagem biopsicossocial. Além disso, pode-se a�rmar que é um caminho para a clínica ampliada. Ele é formado por quatro componentes: LIVRO Rouquayrol: epidemiologia e saúde Autores: Maria Zélia Rouquayrol e Marcelo Gurgel Editora: MedBook Ano: 2017 Comentário: A obra aborda os avanços do sistema único de saúde no Brasil, além de trazer a metodologia qualitativa e as correntes do pensamento, o sistema de informação em saúde, as determinantes sociais da saúde, a saúde da mulher e as ciências sociais e humanas em saúde coletiva. O título tem temática atualizada e renovada, com linguagem didática e acessível. Disponível na Minha Biblioteca. 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5o… 8/15 Explorando a saúde, a doença e a experiência da doença. Entendendo a pessoa como um todo: o indivíduo, a família e o contexto. Elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas. Intensi�cando a relação entre a pessoa e o pro�ssional de saúde. (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019). O primeiro componente desse método tem, como objetivo, demonstrar ao pro�ssional de saúde a noção de que se tenha um olhar mais amplo para a de�nição de doença. É comum, no atendimento ao indivíduo, priorizarmos a doença que se apresenta nas alterações celulares e �siológicas, no entanto, não devemos tratar doenças, mas sim pessoas. Assim, temos de entender como se apresentam os conceitos de saúde e doença e como ele experiência estar doente, valorizar os sentimentos ante uma enfermidade, com a sensibilidade de compreender os medos e as angústias explanados pelo paciente. Nesse sentido, deve-se dar espaço ao paciente para que nos conte sua história e suas expectativas. O segundo componente tem, como �nalidade, aproximar o paciente, deixá-lo confortável para compartilhar as informações que fazem parte de seu cotidiano, con�ando ao pro�ssional de saúde sua experiência com a doença no contexto da sua vida. Isso inclui conhecer os seus familiares, o seu trabalho, as suas crenças e toda a sua rede de apoio. Já o terceiro componente traz um importante elo entre pro�ssional e paciente, porque, nessa etapa, as decisões são tomadas em conjunto, respeitando o ponto de vista do paciente, aceitando o que é possível clinicamente, mas de acordo com as possibilidades da pessoa. Aqui, são vistas as principais prioridades na resolução dos problemas e como estes podem ser solucionados, sem interferir na autonomia do paciente. Por �m, o quarto componente deve ser explorado em muitos aspectos nos atendimentos, já que se trata de exercer a empatia. O efeito “curativo” não está apenas em caixas de medicamentos, dietas e exercícios físicos, ou seja, podemos exercer efeito terapêutico em nossos atendimentos – sermos solícitos a questionamentos, dispostos a escutar, conduzirmos sentimentos negativos com generosidade, melhorarmos a comunicação entre a família, darmos suporte e aconselhamento quando necessário. 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5o… 9/15 Trabalho Interdisciplinar Segundo o Dicionário Michaelis (2020), interdisciplinaridade refere-se a duas ou mais áreas de conhecimento ou de estudo. Dessa forma, podemos estabelecer que, para que uma tarefa seja desempenhada, é necessária a troca de conhecimentos em diversos campos do saber. Dessa forma, o trabalho em equipe gera o produto �nal, que é resultado de um esforço em conjunto. Logo, todos os envolvidos no cuidado em saúde devem estar despidos de vaidades individuais. A ética e o respeito devem prevalecer. A equipe não deve temer o compartilhamento de saberes e a oportunidade de aprender junto para alcançar o melhor resultado nas diversas propostas terapêuticas negociadas com a pessoa (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019). Para que sejam colhidos bons frutos do trabalho na atenção primária, além dos recursos tecnológicos já mencionados, que são instrumentos para facilitar o manejo do cuidado, é indispensável um bom relacionamento interpessoal entre os membros da equipe, de modo que possa prevalecer o senso comum da troca de saberes cujo principal bene�ciado é o paciente. Além da equipe de saúde alocada nas unidades básicas, contamos com um alicerce na construção do cuidado. O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) tem, como �nalidade, aperfeiçoar a gestão da saúde. Diante desse aspecto, o trabalho interdisciplinar não cabe apenas às unidades de saúde, mas também deve abranger o NASF. LIVRO Gestão em saúde Autores: Gonzalo Vecina Neto e Ana Maria Malik Editora: GEN Ano: 2016 Comentário: O livro aborda temas relevantes sobre gestão, processos, organização e funcionamento dos serviços da assistência à saúde, bem como estudos de casos. A obra apresenta conteúdo atual e relevante para a temática estudada nesta unidade. Disponível na Minha Biblioteca. 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5… 10/15 O NASF-AB trabalha sob a lógica da interdisciplinaridade, do apoio à organização da clínica e do cuidado em saúde, a partir da integração e cooperação com as equipes de APS. As ações realizadas pelos pro�ssionais junto às pessoas acontecem nas unidades de atenção primária à saúde, nos espaços das academias de saúde, nos domicílios e na comunidade, como por exemplo, nas escolas. A respon sabilidade sanitária do NASF-AB é complementar à das equipes de APS (BRASIL, 2018, p. 7). Dessa maneira, reforça-se a necessidade de um trabalho integrado, visando a garantia da qualidade da assistência e uma melhor gestão da saúde. LIVRO Saúde da Família na Atenção Primária Autores: Daniela Resende Archanjo, Léa Resende Archanjo e Lincoln Luciano da Silva Ano: 2013 Comentário: a leitura da parte três desse livro, “Gerência e Trabalho em Equipe da Atenção Primária”, tem o intuito de que você, aluno, tenha conhecimento dos aspectos organizacionais nos diversos processos de trabalho na atenção primária e de como esse modelo in�uencia na tomada de decisões perante os pacientes. Disponível na Biblioteca Virtual. 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5… 11/15 Choosing Wisely Na contemporaneidade, o mundo tornou-se tecnológico, e essa inovação não é diferente no campo da saúde. Atualmente, pode-se perceber o arsenal de exames para detectar patologias diversas nos pacientes. Com isso, há dois pontos de vista a serem esclarecidos, por um lado, a tecnologia trouxe avanços cientí�cos que validam a detecção de doenças, no entanto, por outro, o abuso de tais métodos acarreta em um risco à população. Não é difícil observar que condutas sejam baseadas em procedimentos diagnósticos, como exames de sangue, tomogra�as computadorizadas e ressonâncias magnéticas. Nesse contexto, o pro�ssional de saúde não pode perder o foco de que trata pessoas, e não exames. Dessa forma, uma maneira precisa para alcançar sucesso no acompanhamento dos pacientes é, primariamente, ouvi-los. A queixa trazida pelo usuário do sistema de saúde é rica em informações que podem remeter ao seu problema de saúde. Assim, deve-se saber seu contexto social, sua vida cotidiana e sua vida familiar. A saúde da família e comunidade é um elo importante para que ocorra esse desfecho. De acordo com Laguardia et al. (2016, p. 5), LIVRO Epidemiologia& Saúde - Fundamentos, Métodos e Aplicações Autor: Naomar de Almeida Filho Editora: GEN Ano: 2011 Comentário: A obra visa a explorar a epidemiologia mediante a articulação dos aspectos teórico-metodológicos dela e as etapas de produção do conhecimento sistemático e validado, além dos aspectos tecnológicos e da aplicação do conhecimento. O título traz esse conteúdo atualizado e de maneira didática. Disponível na Minha Biblioteca. 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5… 12/15 por �m, a Iniciativa Choosing Wisely articula as responsabilidades pro�ssionais dos médicos, que incluem um compromisso com a melhoria da formação acadêmica e, consequentemente, da qualidade do cuidado em saúde, e ainda o aprimoramento da comunicação entre médicos e pacientes, bem como a defesa de uma distribuição justa e de custo reduzido dos recursos restritos na saúde, promovendo assim a prestação de cuidado mais seguro e e�caz. Nesse sentido, um novo termo foi inserido no âmbito da saúde para que os pro�ssionais se sensibilizem sobre os muitos exames e procedimentos invasivos que vêm, constantemente, sendo solicitados para o diagnóstico de doenças. O termo Choosing Wisely (escolher com sabedoria, traduzido do inglês) refere-se a promover conversas entre a equipe de saúde, tomando decisões partilhadas com seus pacientes no momento de escolher procedimentos e exames. Assim, a equipe oportuniza o esclarecimento de possíveis riscos dessas intervenções aos pacientes, promovendo a prevenção de possíveis danos (CHOOSING WISELY, 2020). É notório que, em algumas situações, é necessário o uso de exames e métodos de imagem para diagnóstico de doenças, no entanto, não podemos esquecer que a semiologia, o exame físico e o diálogo com o paciente podem oferecer mais pistas sobre seu diagnóstico do que máquinas. Ademais, a equipe de saúde detém conhecimento para avaliar a real necessidade de exames e procedimentos, e, quando estes se justi�cam, devem ser explanados os perigos que remetem aos pacientes. Pode-se citar, como exemplo, seu João, um senhor de 60 anos, com cirurgia prévia no joelho direito e muita dor ao caminhar. Ele é acompanhado pelo �sioterapeuta no NASF, mas, a cada dois meses, quer realizar uma tomogra�a computadorizada. Tal pro�ssional deve orientá-lo sobre os possíveis danos da irradiação que, somados ao longo do tempo, podem desencadear alterações celulares em outros órgãos. Com esse olhar, surgiu uma nova proposta visando a identi�cação de exames e procedimentos usados comumente, cuja necessidade deveria ser questionada e discutida. Assim, o trabalho em equipe permite tais discussões sobre as melhores formas de manejo do paciente, de modo que as decisões devem ter a participação do próprio envolvido, o doente. Isso garante que exames e procedimentos desnecessários sejam desencorajados pelos pro�ssionais da saúde, orientando os pacientes sobre a verdadeira necessidade desses métodos. [...] no caso da Iniciativa Choosing Wisely, a condição inicial para a de�nição dos procedimentos desnecessários é envolver uma equipe multidisciplinar que inclua especialistas, tanto de uma área especí�ca quanto de outras áreas, e associações de pacientes, buscando assim garantir o reconhecimento pelos pares e a identi�cação desses procedimentos como legítimos, livres de con�ito de interesses e incorporando diversas perspectivas (LAGUARDIA et al., 2016, p. 5). Com base nesse contexto, foram criados materiais explicativos destinados aos pacientes com uma lista de recomendações de exames e tratamentos que podem ser desnecessários. Isso inclui os pacientes nas discussões com pro�ssionais de saúde com a intenção de surgirem indagações sobre 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5… 13/15 quais exames e procedimentos são adequados para eles. É importante salientar que muitos exames são pedidos pela pressão exercida pelo paciente em seu atendimento, seja ambulatorial ou hospitalar. Assim sendo, o intuito dessa ação para o pro�ssional de saúde é priorizar o necessário, pois é função deste esclarecer as dúvidas dos pacientes e orientá-los sobre o fato de que há outras formas mais e�cazes para a saúde, como cuidados com a alimentação, a vacinação, o descarte de lixo, o acúmulo de água, além da prática de exercícios físicos. Dessa forma, estamos utilizando, no campo da promoção em saúde à prevenção primária, a verdadeira forma de retardar ou evitar doenças e, ainda, estamos praticando a prevenção quaternária, que é a prevenção de iatrogenias. Conclusão Neste material, concluímos que o modo operacional do sistema e-SUS promove melhor gestão no cuidado aos usuários de saúde, garantindo à equipe uma melhor forma de organização das informações pelas notas de evolução do método SOAP. No tocante a esse aspecto, as informações estão disponíveis aos pro�ssionais de saúde em uma rede on-line, que pode ser acessada para uma clínica ampliada. LIVRO Vigilância em saúde Autora: Aline do Amaral Zils Costa Editora: Grupo A Ano: 2019 Comentário: O livro visa a explicar as bases conceituais da vigilância em saúde no Brasil, além de apresentar como distinguir as modalidades da vigilância em saúde, bem como analisar o monitoramento e a gestão dos principais programas de saúde. Disponível na Minha Biblioteca. 01/02/2022 10:03 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=vViy1DZso9gdA0ioiy1pDg%3d%3d&l=GAOsLffrnpNcybLyH2krgw%3d%3d&cd=DusThrpJ5… 14/15 É sabido que a tecnologia proporcionou benefícios nos modos de organização, porém os recursos humanos são indispensáveis. Assim, a relação pro�ssional-paciente deve ser intensi�cada, garantindo um convívio amistoso para que os pro�ssionais possam explorar, com mais ênfase, a história dos usuários, para isso, contamos com o MCCP. Ainda, observamos que nossa conduta deve ser pautada em um novo conceito com o mínimo de intervenções desnecessárias para poupar possíveis danos aos pacientes. Por �m, todos esses fundamentos são construídos com uma base sólida chamada trabalho em equipe. Referências ALMEIDA FILHO, N. de. Epidemiologia & saúde: fundamentos, métodos e aplicações. São Paulo: GEN, 2011. ARCHANJO, D. R.; ARCHANJO, L. R.; SILVA, L. L. da. Saúde da família na atenção primária. Curitiba: Intersaberes, 2013. p. 394. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Atenção Básica e-SUS. Capítulo introdutório: base conceitual do sistema. Brasília, [2020]. Disponível em: http://aps.saude.gov.br/ape/esus/manual_3_2/introdutorio#_z337ya. Acesso em: 10 fev. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. 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