Buscar

Saúde da Familia - Politica Nacional de Atenção Basica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

WBA0126_v2.0
SAÚDE DA FAMÍLIA 
APRENDIZAGEM EM FOCO
2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Mariana S. C. Vianna
Leitura crítica: Marcia Cristina A. Thomaz
Olá! Nessa disciplina você terá a oportunidade de refletir sobre 
a construção do Sistema Único de Saúde e da Atenção Básica no 
Brasil, compreendendo suas diretrizes e políticas de saúde e o 
papel da Estratégia de Saúde da Família nesse contexto. Para isso, 
você será convidado a refletir sobre as responsabilidades das 
equipes de saúde no território e no processo de territorialização, 
compreendendo as diferenças entre esses conceitos e 
entendendo como isso interfere no cuidado à saúde da população. 
Além disso, será discutido o papel das equipes de Saúde da 
Família no combate às Doenças Crônicas Não Transmissíveis e as 
principais políticas públicas de saúde voltadas a esse problema, 
incluindo o impacto dessas doenças no perfil epidemiológico 
e na morbimortalidade da população brasileira. Também será 
abordado o conceito de Vigilância em Saúde e suas relações e 
implicações com a Atenção Básica no país, e como essas relações 
podem afetar a saúde das pessoas.
Com essa disciplina, espera-se que você amplie os seus 
conhecimentos sobre a complexidade do cuidado a ser ofertado 
nesse nível de atenção e compreenda o papel do profissional de 
saúde não apenas na Estratégia de Saúde da Família, mas em todo 
o Sistema Único de Saúde, permitindo momentos de reflexão e de 
discussão da prática profissional.
Bons estudos! 
3
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira 
direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática 
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar 
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática 
profissional. Vem conosco!
TEMA 1
Política Nacional de Atenção 
Básica 
______________________________________________________________
Autoria: Mariana S. C. Vianna
Leitura crítica: Marcia Cristina A. Thomaz
5
DIRETO AO PONTO
Para uma melhor compreensão sobre a Política Nacional de 
Atenção Básica, você deve lembrar-se dos seguintes pontos:
• A Estratégia de Saúde da Família (ESF) foi proposta para 
efetivar um modelo de atenção à saúde baseado na 
integralidade, universalidade e equidade, princípios básicos 
do Sistema Único de Saúde (SUS).
• Iniciou em 1994, com a criação do Programa de Saúde da 
Família.
• A ESF está inserida em um contexto maior, que é a Política 
Nacional de Atenção Básica (PNAB).
• A PNAB está na sua terceira edição. Cada uma das edições 
apresenta suas particularidades, principalmente em 
relação à composição e cadastramento das equipes e o 
financiamento delas.
• As equipes de Atenção Básica (eAB) ou equipes de Saúde 
da Família (eSF) são compostas por profissionais de várias 
categorias. Pela última edição da PNAB, a equipe mínima 
deve contar com um médico, um enfermeiro, um auxiliar ou 
um técnico de enfermagem e um agente comunitário. Nessa 
nova portaria não existe mais a necessidade de ter pelo 
menos quatro agentes comunitários por equipe.
Para ter êxito no cumprimento dos objetivos da Atenção Básica, 
as equipes de saúde devem planejar o seu trabalho de acordo 
com algumas estratégias importantes e necessárias, que se 
complementam e fazem parte do processo de trabalho das 
equipes. Essas estratégias são:
6
• Territorialização: etapa constante das ações da equipe de 
saúde. Deve ser capaz de traduzir as diferentes realidades 
do território, indo além de um simples recorte geográfico. 
Faz parte da atribuição de todos os profissionais da equipe 
e é importante que seja capaz de destacar as informações 
mais relevantes sobre a população daquela área de 
abrangência, para que se priorizem as ações de saúde a 
serem desenvolvidas.
• Cuidado integral: o trabalho das equipes na Atenção Básica 
busca garantir a integralidade de cada indivíduo e cada 
família, conforme as necessidades de saúde que forem 
identificadas. Esse olhar ampliado deve ocorrer inclusive 
quando o usuário do sistema de saúde utiliza outros 
pontos de atenção da rede. Busca-se garantir, também, o 
papel da Atenção Básica como coordenadora do cuidado 
e ordenadora da Rede de Atenção à Saúde. Uma das 
ferramentas mais emblemáticas do cuidado integral na 
Atenção Básica é a visita domiciliar, que pode ser realizada 
por todas as categorias profissionais da equipe e pode 
acontecer com objetivos diversos: ampliar o acesso ao 
serviço de saúde, conhecer melhor a realidade onde o 
paciente mora e entender melhor a sua dinâmica familiar.
• Organização da agenda de trabalho: a equipe deve planejar 
a oferta de serviços para a população adscrita de forma 
a garantir um equilíbrio entre as ações programadas e a 
demanda espontânea. Ações programadas são aquelas 
rotineiras, que ocorrem de maneira planejada e antecipada, 
como uma consulta de pré-natal. Demanda espontânea 
é aquele atendimento necessário, mas que não foi 
previamente agendado, como uma adolescente com atraso 
menstrual ou uma gestante com queixa urinária. Uma 
agenda de serviços bem organizada e planejada é capaz de 
7
garantir uma maior resolutividade para as necessidades de 
saúde da população.
• Trabalho em saúde: para complementar as demais 
estratégias, você deve considerar que o trabalho em saúde 
traz muitas subjetividades, já que o cuidado acontece no 
encontro entre duas pessoas. Esse encontro pode acontecer 
entre o profissional e o usuário, o profissional e a família 
e também entre o profissional e outro profissional, pois 
discussões de caso e reuniões de equipe para planejamento 
das ações também é uma forma de ofertar cuidado para a 
população.
A figura a seguir mostra como essas etapas se complementam:
Figura 1 - Processo de trabalho na Atenção Básica
Fonte: elaborada pela autora.
8
Para concluir, lembre-se que você, como profissional de saúde, é 
um agente transformador de práticas. Você é ator importante na 
consolidação do Sistema Único de Saúde!
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2436, de 21 de 
setembro de 2017. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/
bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html. Acesso em: 13 
out. 2020.
MERHY, E. E. Em busca do tempo perdido: a micropolítica do 
trabalho vivo em saúde. In: MERHY, E. E. ONOCKO, R. Agir em 
saúde: um desafio para o público. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 2007. 
p. 71-112. 
PARA SABER MAIS
Você deve ter percebido que alguns autores usam o termo 
“Atenção Primária” e outros autores utilizam o termo “Atenção 
Básica”. Qual a diferença entre os dois termos? Os dois termos são 
traduções e interpretações do termo em inglês, “Primary Health 
Care”. Em uma tradução literal, seria “Cuidados Primários de 
Saúde”. 
O movimento da Reforma Sanitária Brasileira preferiu usar o 
termo “Atenção Básica”, pois interpretava que o termo “Atenção 
Primária” não englobava os ideais do movimento da Reforma 
sobre um sistema de saúde universal e democrático (GIOVANELLA, 
2018). Mesmo em outros países, o termo “Primary Health Care” 
tem significados e interpretações distintas, podendo representar 
estratégias e sistemas de saúde diferentes. Mas o termo “Atenção 
9
Básica” também tem suas críticas. Para muitos pesquisadores, a 
expressão “básica” pode reduzir a potência esperada para esse 
modelo assistencial, no qual o “básico” poderia ser interpretado 
como menos complexo, menos importante e menos necessário.
Embora a Declaração de Alma-Ata de 1978 já fizesse referência 
ao “Primary Health Care” como um modelo de atenção à saúde 
baseado no acesso universal, nos determinantes sociais de 
saúde e na participação popular para a tomada de decisões, a 
implantação de sistemas de saúde pela América Latina acabou 
por ser muito variada e, por vezes, distante desses conceitos. 
Esses elementos estão enraizados na organização do Sistema 
Único de Saúde (SUS), por isso o termo “Atenção Básica” foi 
utilizado de maneira preferencial, por remeter a um sistema de 
saúde diferente deoutros países latino-americanos (mais fiel à 
Declaração de Alma-Ata) e de acordo com os princípios do SUS 
(GIOVANELLA, 2018).
A última versão da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) de 
2017 considera os dois termos como sendo equivalentes – como 
muitos pesquisadores também costumam referenciar. Para o 
Ministério da Saúde, os dois termos são condizentes com as 
diretrizes e princípios listados nessa política (BRASIL, 2017).
Algumas mudanças ocorridas no Ministério da Saúde, posteriores 
à publicação da última edição da PNAB, alteraram o status 
do então Departamento de Atenção Básica para Secretaria 
de Atenção Primária, preferindo utilizar esse termo em suas 
publicações oficiais.
Nesse material você verá o termo “Atenção Básica”, pois é esse 
o termo utilizado na PNAB vigente. Mas agora você já sabe que 
os dois termos estão corretos e podem ser utilizados como 
sinônimos, sem problema!
10
Lorem ipsum dolor sit amet
Autoria: Nome do autor da disciplina
Leitura crítica: Nome do autor da disciplina
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2436, de 21 de 
setembro de 2017. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/
bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html. Acesso em: 13 
out. 2020.
GIOVANELLA, L. Atenção básica ou atenção primária à saúde? 
Cad. Saúde Pública, 2018; 34(8):e00029818. Disponível em: 
http://cadernos.ensp.fiocruz.br/static/arquivo/1678-4464-csp-34-
08-e00029818.pdf. Acesso em: 8 jul. 2020.
TEORIA EM PRÁTICA
Você faz parte de uma equipe de Saúde da Família (SF) em uma 
grande UBS. A população é de 8000 pessoas, com predomínio de 
pessoas na faixa etária entre 30 e 59 anos. Sua equipe é composta 
por um enfermeiro, dois técnicos de enfermagem, um médico 
generalista com carga horária de 20h/sem, um ginecologista e 
um pediatra, ambos com carga horária de 10h/sem. Dois ACS 
completam a equipe, sendo responsáveis pelo cadastramento 
dessa população.
Uma moça de 19 anos procura a UBS para agendar consulta 
com o ginecologista. Após a recepcionista agendar a consulta 
para daqui a dois meses, a paciente questiona se não é possível 
antecipar o atendimento, pois o caso dela era urgente. Ao ser 
questionada pela recepcionista sobre qual seria o seu problema, a 
moça fica constrangida e diz que vai esperar a data da consulta. 
Reflita sobre essa situação: você faria alguma coisa diferente? Qual 
seria a sua proposta para o planejamento dessa equipe de saúde?
11
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo 
professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no 
ambiente de aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicação 1
Esse relatório foi lançado em comemoração aos 30 anos de 
criação do SUS, que teve como objetivo apresentar as conquistas 
e desafios desse sistema de saúde, de forma a apoiar a tomada 
de decisão. O capítulo selecionado destaca as estratégias, ações 
e inovações dentro do SUS que fortalecem a Atenção Básica/
Atenção Primária à Saúde. Para acessar o documento, busque pela 
referência na internet.
OPAS. Organização Pan-Americana de Saúde. Atenção Primária 
Forte: estratégia central para a sustentabilidade do Sistema Único 
de Saúde. In: Relatório 30 anos de SUS, que SUS para 2030? p. 
117-138. Brasília: OPAS, 2018.
Indicação 2
Nesse artigo os autores analisam as últimas políticas públicas 
relacionadas ao SUS e à Atenção Básica, apontando as fortalezas 
e fragilidades dessas políticas. Para acessar o documento, busque 
pela referência na internet.
Indicações de leitura
12
GIOVANELLA, L.; FRANCO, C. M.; ALMEIDA, P. F. Política Nacional 
de Atenção Básica: para onde vamos? Ciência & Saúde Coletiva. 
25(4):1475-1581, 2020. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes 
neste Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em 
Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, 
além de questões de interpretação com embasamento no 
cabeçalho da questão.
1. Assinale a alternativa que contempla as principais estratégias 
utilizadas no processo de trabalho da Atenção Básica. 
a. Territorialização, cuidado integral e organização da agenda 
de serviços.
b. Cadastro da população, agendamento de consultas e 
realização de visitas domiciliares.
c. Cuidado centrado na pessoa, participação da comunidade e 
agendamentos.
d. Reuniões de equipe, visitas domiciliares e integralidade. 
e. Universalidade, equidade e ordenação da rede. 
13
2. Como podemos definir o conceito de Trabalho em Saúde, 
conforme apresentado? 
a. É todo trabalho que acontece em um serviço de saúde.
b. É o trabalho executado em hospitais por médicos e 
enfermeiros.
c. É a subjetividade presente no encontro entre profissional e 
usuário do serviço de saúde. 
d. É a relação entre o empregador e o profissional de saúde.
e. É o elemento que define o agendamento de serviços 
oferecidos à população. 
GABARITO
Questão 1 - Resposta A
Resolução: Essa alternativa apresenta três estratégias que 
podem ser utilizadas por equipes de saúde para atender as 
diretrizes da Atenção Básica. 
Questão 2 - Resposta C
Resolução: A expressão “Trabalho em Saúde”, dentro 
do contexto apresentado, refere-se à singularidade e 
subjetividade que existe no encontro entre sujeitos, no caso 
um profissional de saúde e um usuário. Esse encontro é 
também uma forma de cuidado. 
TEMA 2
Doenças Crônicas Não 
Transmissíveis 
______________________________________________________________
Autoria: Mariana S. C. Vianna
Leitura crítica: Marcia Cristina A. Thomaz
15
DIRETO AO PONTO
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis englobam as doenças 
cardiovasculares, as neoplasias, as doenças respiratórias 
crônicas e o diabetes mellitus. São um problema de saúde 
pública relevante, pois juntas contribuem para a maior parte da 
mortalidade da população brasileira.
O aumento da incidência dessas doenças nas últimas décadas 
pode ser explicado pela mudança do perfil demográfico da 
população brasileira (aumento da expectativa de vida), e pelos 
hábitos pouco saudáveis da população, como consumo de cigarro 
e álcool, sedentarismo e obesidade, uma vez que as DCNT atingem 
pessoas mais velhas. 
O controle das DCNT requer ações de promoção da saúde, 
de forma a se alcançar hábitos de vida saudáveis. Já está bem 
comprovado que a maior parte dessas doenças é evitável 
eliminando os fatores de risco como obesidade, sedentarismo 
e tabagismo. Além de evitar que gerações futuras desenvolvam 
essas doenças, o sistema de saúde também deve se organizar de 
maneira a proteger a população que já é portadora de DCNT, bem 
como evitar as complicações que elas podem causar.
O papel da Atenção Básica (AB) é fundamental para se alcançar 
os resultados esperados para cada extremo desse cuidado. São 
as equipes de Saúde da Família que estão mais próximas da vida 
cotidiana das pessoas, tendo mais ferramentas para atuar nesse 
processo saúde-doença.
Nas últimas décadas, diversas políticas públicas de saúde foram 
implantadas com o objetivo de reduzir as DCNT e o seu impacto 
16
sobre a qualidade da vida das pessoas e a mortalidade. Além do 
aumento da cobertura de AB no país, destacam-se também:
• Política Nacional de Promoção da Saúde (2006).
• Criação das Redes de Assistência à Saúde (2010).
• Plano de Ações estratégicas para o enfrentamento das DCNT 
(2011).
• Elaboração das Linhas de Cuidado para as redes prioritárias 
(2011).
Além dessas políticas públicas, também foram ampliadas as 
discussões sobre as mudanças de processo de trabalho dos 
serviços de saúde necessárias para o cuidado em rede e integral. 
Na lógica das RAS, o papel da AB como coordenadora do cuidado 
e ordenadora da rede fica mais evidente e mais fortalecido, 
assumindo o seu protagonismo defendido nas Políticas Nacionais 
de Atenção Básica. 
As mudanças no processo de trabalho,ou seja, nas formas de 
ofertar cuidado, são essenciais para efetivar a mudança de modelo 
assistencial defendida na criação do Sistema Único de Saúde 
(SUS). Para isso, a lógica de cuidado em RAS propõe migrar de um 
modelo de atenção à saúde fragmentado e fortemente centrado 
na consulta médica para um modelo de atenção poliárquico 
e multiprofissional, com uma integração efetiva dos diversos 
pontos de atenção à saúde e com a AB coordenando esse cuidado 
(MENDES, 2011).
Essas mudanças ainda estão em consolidação, ou seja, essa 
transição de modelo não ocorreu de forma homogênea pelas 
diferentes realidades que equipes e municípios brasileiros 
apresentam pelo Brasil. Essa heterogeneidade também está 
17
presente no portador de uma condição crônica, o que confere 
um desafio adicional quando se fala de DCNT: cada indivíduo 
é singular, e o seu cuidado também deve ser visto de maneira 
singular (MALTA, MERHY, 2010). Mais do que uma “receita de 
bolo”, o profissional de saúde de uma equipe de Saúde da Família 
deve estar preparado para as singularidades que cada encontro 
com o usuário do serviço, sua família e sua comunidade podem 
oferecer. Se cada indivíduo é único, o encontro entre sujeitos é 
único também.
A figura a seguir representa o modelo de atenção à saúde em 
redes, proposto para o SUS:
Figura 1 – Rede de Atenção à Saúde
Fonte: elaborada pela autora.
18
Referências bibliográficas
MALTA, D. C.; MERHY, E. E. O percurso da linha do cuidado sob a 
perspectiva das doenças crônicas não transmissíveis. Interface 
- Comunic., Saude, Educ., v. 14, n. 34, p. 593-605, jul./set. 2010. 
Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-
32832010000300010&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 9 
jul. 2020.
MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização 
Pan-Americana de Saúde, 2011. Disponível em: https://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/redes_de_atencao_saude.pdf. 
Acesso em: 13 out. 2020. 
PARA SABER MAIS
O Projeto Terapêutico Singular, ou PTS, é um conjunto de 
propostas terapêuticas para um sujeito ou um coletivo, de 
maneira articulada, resultado de acordos firmados entre uma 
equipe multiprofissional e o sujeito em questão (BRASIL, 2008). É 
uma proposta terapêutica que vem sendo discutida e elaborada 
junto com a construção do SUS e que vem sendo utilizada há mais 
tempo pelos serviços de saúde mental, no contexto do movimento 
antimanicomial (OLIVEIRA, 2008).
Nos últimos anos o PTS vem sendo incluído nos processos de 
trabalho das equipes de Saúde da Família e nas equipes dos 
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), estimulado por 
políticas de saúde indutoras de novas práticas de cuidado, como a 
Política Nacional de Humanização e as Redes de Atenção à Saúde. 
Como característica principal, o PTS pode ser entendido como 
um processo de construção coletiva entre equipe e o usuário 
19
portador de algum agravo de saúde, da proposta de cuidado para 
essa doença. Isso pressupõe uma singularização desse cuidado e 
uma coparticipação e corresponsabilização de todos os autores 
envolvidos (OLIVEIRA, 2008).
Em outras palavras, no PTS o usuário se torna um membro ativo 
no seu plano de cuidados, e não um elemento passivo que não 
contribui com o seu ponto de vista, seus medos, suas dificuldades 
e angústias em relação à sua doença. Em se tratando de DCNT, 
centrar o cuidado no sujeito é essencial para se obter uma melhor 
adesão ao tratamento e a adoção de hábitos de vida saudáveis.
O PTS pode ser dividido em quatro momentos (BRASIL, 2008):
1. Diagnóstico: avaliação singular do indivíduo, considerando 
seu contexto pessoal e familiar, incluindo seus anseios e 
angústias.
2. Definição de metas: que devem ser planejadas em curto, 
médio e longo prazos, negociadas e pactuadas com o 
sujeito.
3. Divisão de responsabilidades: qual o papel de cada ator 
envolvido.
4. Reavaliação: momento de se avaliar os resultados e 
repactuar novo plano de cuidado. 
Para se obter êxito na elaboração do PTS, a equipe de saúde 
deve promover o encontro entre a equipe e o usuário do serviço, 
garantindo o vínculo necessário para se manter a coprodução do 
cuidado junto com o usuário, e não pelo usuário (OLIVEIRA, 2008). 
Também favorece na construção do PTS territórios de abrangência 
e equipes de referência bem definidos, espaço para reuniões 
de equipe e discussão de caso e envolvimento de todos os 
20
profissionais de saúde, de forma a ampliar os olhares, os saberes 
e, assim, o cuidado ao indivíduo e comunidade.
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Clínica ampliada, equipe de 
referência e projeto terapêutico singular. 2. ed. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2007. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/publicacoes/clinica_ampliada_2ed.pdf. Acesso em: 13 out. 
2020.
OLIVEIRA, G. N. O projeto terapêutico singular. In: CAMPOS, G. 
W. S.; GUERRERO, A. V. P. orgs. Manual de práticas de atenção 
básica: saúde ampliada e compartilhada. São Paulo: Aderaldo 
& Rothschild, 2008. Disponível em: http://andromeda.ensp.fiocruz.
br/teias/sites/default/files/biblioteca_home/manual_das_praticas_
de_atencao_basica%5B1%5D.pdf. Acesso em: 13 out. 2020.
TEORIA EM PRÁTICA
Dona Catarina procura a unidade de saúde angustiada e aflita. 
Está preocupada com seu marido, Seu João, que não acordou 
bem. Refere que o marido não conseguiu levantar da cama, 
estava falando enrolado e com o olhar perdido. Você procura 
informações sobre Seu João, já que faz pouco tempo que está 
nessa equipe e ainda não conhece todos os pacientes. Descobre 
que João é hipertenso, diabético e resistente ao tratamento e em 
mudar seus hábitos de vida; ele não gostava de aplicar a insulina 
e não abriu mão de comer massas. Seu último atendimento 
havia sido há mais de seis meses, já que nem a visita do agente 
comunitário Seu João gostava de receber.
21
Ao realizar a visita domiciliar, você identifica que Seu João 
apresenta pressão arterial de 200x120 mmHg, confusão mental e 
hemiplegia à esquerda. Você também descobre que Seu João não 
estava fazendo uso das medicações há mais de seis meses. Qual 
a proposta de cuidado você poderia sugerir para Seu João para 
evitar que essa situação acontecesse?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo 
professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no 
ambiente de aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicação 1
Este artigo reflete sobre as dificuldades na construção das Regiões 
e Redes de Atenção à Saúde no SUS. Discute os elementos 
necessários para a sua consolidação e as mudanças necessárias 
nos serviços de saúde para o sucesso de sua implantação, 
para que se alcance os princípios básicos do SUS. O artigo está 
disponível na Scielo, para acessar o documento, busque pela 
referência na internet.
VIANA, A. L. D’A. et al. Regionalização e Redes de Saúde. Ciênc. 
saúde coletiva [online]. 2018, vol. 23, n. 6, p. 1791-1798.
Indicação 2
Esse artigo avalia os resultados alcançados pelo plano de ações 
estratégicas para o enfrentamento das DCNT no Brasil, no período 
Indicações de leitura
22
entre 2011 e 2015. Você encontra esse artigo também na Scielo, 
para acessar o documento, busque pela referência na internet.
MALTA, D. C. et al. Avanços do plano de ações estratégicas para o 
enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil, 
2011-2015. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 25(2):373-390, abr.-
jun. 2016. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes 
neste Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em 
Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, 
além de questões de interpretação com embasamento no 
cabeçalho da questão.
1. As Doenças Crônicas Não Transmissíveis são a principal causa 
de mortalidade no Brasil. O motivo disso se deve à: 
a. Diminuiçãoda mortalidade infantil e aumento da 
expectativa de vida.
b. Urbanização das cidades e estresse.
c. Dificuldade em realizar o diagnóstico e definir o tratamento.
d. Possuem um processo saúde-doença complexo e dependem 
da mudança de hábitos de vida para serem combatidas.
e. Diminuição no acesso a planos de saúde privados. 
23
2. São considerados fatores de risco para as Doenças 
Crônicas Não Transmissíveis:
a. Sedentarismo, tabagismo e alimentação inadequada,
b. Leite artificial na primeira infância, consumo de doces e de 
carne vermelha.
c. Tabagismo, uso de medicações de uso contínuo e estresse.
d. Alcoolismo, obesidade e uso de suplementos vitamínicos.
e. Hipertensão arterial, sedentarismo e consumo de carne 
vermelha. 
GABARITO
Questão 1 - Resposta D
Resolução: As DCNT são a principal causa de morte no país 
em grande parte pela dificuldade em se modificar hábitos 
de vida que não são saudáveis, como o sedentarismo, 
tabagismo e obesidade. Só o tratamento medicamentoso não 
é suficiente para evitar suas complicações. 
Questão 2 - Resposta A
Resolução: Os fatores de risco para as DCNT já são 
conhecidos e bem estabelecidos. Eliminar esses fatores 
diminui consideravelmente as DCNT. Entre os fatores 
de risco, destacam-se o sedentarismo, o tabagismo, a 
alimentação inadequada, a obesidade e o consumo abusivo 
de álcool. 
TEMA 3
Território na Atenção Básica
______________________________________________________________
Autoria: Mariana S. C. Vianna
Leitura crítica: Marcia Cristina A. Thomaz
25
DIRETO AO PONTO
Entende-se por território como o espaço, geográfico e social, onde 
acontece a vida das pessoas e a forma como se organizam e se 
relacionam (GODIN;, MONKEN, 2017). As diferentes formas de 
ocupação desse espaço, as suas características sociais, culturais 
e políticas se relacionam com as condições de saúde dessas 
pessoas, tanto de forma positiva como de forma negativa.
Uma população que vive e convive com um território onde 
existem políticas públicas saudáveis, como saneamento básico, 
coleta de lixo, acesso à água potável, boas condições de moradia 
e de trabalho, tem mais condições de viver de maneira saudável. 
Por outro lado, uma população que não tem acesso a qualquer 
uma dessas políticas vai apresentar necessidades de saúde e 
necessidades de cuidado diferentes.
Conhecer a forma como o território influencia na saúde das 
pessoas é importante para que políticas de saúde sejam (re)
pensadas e para que os serviços de saúde consigam se organizar 
para ofertar o cuidado que aquela população precisa. A definição 
de prioridades e de estratégias para programar as ações de 
saúde dependem da análise dos dados e das informações que 
o território traz. Mas para isso, é necessário que as equipes de 
saúde estejam preparadas para analisar e avaliar o território.
A Política Nacional de Atenção Básica PNAB (BRASIL, 2017) define 
como uma das suas diretrizes a territorialização. O processo de 
territorialização é uma estratégia para se reconhecer o território, 
compreendendo as suas relações sociais e políticas, e a forma 
como essas relações impactam na saúde da população (GODIN;, 
MONKEN, 2017).
26
As equipes de Saúde da Família ou de Atenção Básica dispõem de 
várias ferramentas para se apropriarem do território e realizarem 
um diagnóstico da situação de saúde de uma determinada 
população. Podem ser utilizados dados demográficos, 
epidemiológicos, do cadastro da população, dos relatos das 
lideranças comunitárias e dados sanitários, como acesso a 
saneamento básico ou à água potável. A principal forma de se 
organizar esses dados é realizando o mapeamento do território – 
uma das etapas da territorialização. 
O mapeamento pode ser realizado de diferentes maneiras 
dependendo, sobretudo, dos recursos materiais que cada equipe 
tiver à sua disposição. Mas mais importante do que a forma de 
registrar graficamente esse mapeamento é a capacidade de 
análise da situação de saúde que a equipe deve ter, com base 
nesse mapeamento.
Um dos maiores desafios impostos para as equipes de saúde é 
conseguirem traduzir o território e, assim, produzir saúde. É na 
intersecção entre a Atenção Básica e o território que as equipes 
produzem o cuidado de saúde.
27
Figura 1 - Produção de cuidado pela Atenção Básica
Fonte: elaborada pela autora.
28
Para que o processo de territorialização garanta acesso, equidade 
e integralidade do cuidado, as equipes devem considerar possíveis 
barreiras para isso. É importante que a territorialização considere 
as vulnerabilidades do território, meios de locomoção das pessoas 
para chegarem até a unidade de saúde e até aspectos culturais 
da população, que podem prejudicar a execução das ações de 
saúde. As equipes devem buscar que a territorialização inclua a 
população.
O sucesso no cuidado à saúde no território pelo qual as equipes 
da Atenção Básica são responsáveis depende de um bom 
planejamento de saúde. As equipes devem ter autonomia para 
planejar as suas ações, existindo vários métodos para isso. Além 
disso, o planejamento deve ser realizado em conjunto com a 
população, por meio de lideranças comunitárias os conselhos 
locais e conselho municipal de saúde. Assim, também se estará 
garantindo a participação popular, outra diretriz do SUS e da AB. 
Apesar dos desafios que cada território apresenta, as equipes de 
saúde devem tentar levar em consideração todos esses aspectos 
para realizar o que é esperado para esse nível de atenção à saúde.
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2436, de 21 de setembro 
de 2017. Brasília, 2017. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.
br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html. Acesso em: 
13 out. 2020.
GONDIM, G. M. de M.; MONKEN, M. Território e territorialização. 
In: GONDIM, G. M. de M.; CHRISTÓFARO, M. A. C.; MIYASHIRO, G. 
M. (Org.). Técnico de vigilância em saúde: contexto e identidade, 
v. 1. Rio de Janeiro: EPSJV, 2017. p. 21-44. Disponível em: http://
29
www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/livro1.pdf. Acesso em: 13 
out. 2020. 
PARA SABER MAIS
O conceito de necessidades de saúde possui diversas definições, a 
depender do momento histórico e social em que está situado. Na 
perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente para 
que se garantam os seus princípios na prática, é importante que 
os profissionais de saúde consigam compreender esse conceito, 
mesmo que seja complexo (CECÍLIO, 2009). 
De uma maneira ampliada, as necessidades de saúde de uma 
população são social e historicamente determinadas, ou seja, a 
sua compreensão depende do que se considera saúde e do que 
se considera doença – e isso muda conforme o tempo. Desde 
o início da história da humanidade busca-se definir o que é ser 
saudável e a partir de quando (e do quê) nos tornamos doentes. O 
SUS considera saúde mais do que ausência de doença, seguindo 
o conceito da Organização Mundial da Saúde de que saúde é o 
completo bem-estar físico, social e psicológico. Entretanto, os 
serviços de saúde podem legitimar determinadas necessidades 
e não considerar outras, a depender do entendimento que as 
equipes de cada serviço podem ter sobre o tema (EGRY; OLIVEIRA, 
2008). 
Todo ser humano tem necessidades. No contexto da saúde, essas 
necessidades podem ser classificadas em (CECÍLIO, 2009): ter boas 
condições de vida, ter acesso às tecnologias de saúde, ter um 
bom vínculo afetivo e efetivo com uma equipe e/ou profissional 
de saúde e necessidade de ter um grau crescente de autonomia. 
Cecílio (2009) defende que as equipes de saúde devem incorporar 
30
essas necessidades na organização das ações de saúde das 
equipes na Atenção Básica, principalmente para que se garantam 
os princípios de equidade e integralidade.
Orientar o cuidado para as necessidades de saúde de uma 
população, no contexto do seu território, é uma forma de se 
diminuir as desigualdades de saúde existentes, aplicando o 
princípio da equidade na prática. Ao se definir as prioridadesde atendimento e a organização da agenda de uma equipe, por 
exemplo, o cuidado ofertado poderá ser planejado conforme a 
necessidade daquela população.
Esse planejamento é realizado por diferentes atores, por vezes 
com interesses distintos (CECÍLIO, 2009), o que impõe às equipes 
de saúde um papel ativo no reconhecimento das necessidades 
de saúde existentes no seu território e na tomada de decisões. 
Os serviços de saúde nem sempre estão orientados para as 
necessidades de saúde da população, por diferentes motivos, o 
que se configura em um dos desafios para se alcançar a equidade 
e a integralidade do cuidado.
Referências bibliográficas
EGRY, E. Y.; OLIVEIRA, M. A. de C. Marcos teóricos e conceituais de 
necessidades. In: EGRY, E. Y. (org.). As necessidades em saúde na 
perspectiva da Atenção Básica: guia para pesquisadores. São 
Paulo: Dedone, 2008, p. 25-29. Disponível em: https://edisciplinas.
usp.br/pluginfile.php/308426/mod_resource/content/1/
LivroNecessidadesEmikoPORT_v2.pdf. Acesso em: 13 out. 2020.
CECILIO, L. C. de O. As necessidades de saúde como conceito 
estruturante na luta pela integralidade e equidade na atenção 
em saúde. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. (orgs.). Os sentidos 
31
da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. 8. ed. Rio 
de Janeiro: UERJ, IMS: Abrasco, 2009, p. 117-130. Disponível em: 
https://www.cepesc.org.br/wp-content/uploads/2013/08/Livro-
completo.pdf. Acesso em: 13 out. 2020.
TEORIA EM PRÁTICA
Parte da sua equipe de saúde está reunida para discutir o 
planejamento das ações da sua unidade de saúde. Estão 
presentes você, o médico de família e o coordenador da unidade. 
O mapa do território foi atualizado há um ano, e o cadastro 
atualizado das famílias, realizado pelos agentes comunitários, não 
está disponível para consulta na reunião. Pela sua vivência nessa 
unidade, você acredita que um dos principais problemas de saúde 
é a gravidez na adolescência. O coordenador da unidade sugere 
organizar a agenda para os próximos seis meses em consultas 
agendadas (70% da oferta), grupos para hipertensos e diabéticos 
(20% da oferta) e acolhimento à demanda espontânea (10% da 
oferta). O médico de família acredita que é necessário mais tempo 
para grupos e atendimento à demanda espontânea e assim o 
coordenador reduz a oferta de consultas agendadas. Rapidamente 
a reunião se encerra, com as atividades programadas para os 
próximos seis meses. O que você acha dessa forma de planejar?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo 
professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no 
ambiente de aprendizagem.
32
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicação 1
Este artigo relaciona as desigualdades na saúde com o processo 
de regionalização, relacionando as políticas de saúde do SUS com 
o território e o cuidado em redes. Você pode encontrar esse artigo 
na Scielo, busque pela referência na internet.
VIANA, A. L. D’A.; IOZZI, F. L. Enfrentando desigualdades na saúde: 
impasses e dilemas do processo de regionalização no Brasil. Cad. 
Saúde Pública 2019; 35 Sup 2:e00022519.
Indicação 2
O planejamento na área da saúde requer alguns conceitos e 
métodos específicos. Esse capítulo aborda o tema em uma 
linguagem agradável, oferecendo uma introdução sobre o 
assunto. Para realizar a leitura, acesse a plataforma EBSCOhost na 
Biblioteca Virtual da Kroton e busque pelo título da obra. 
PAIM, J. S. Planejamento em Saúde para não especialistas. In: 
CAMPOS, G. W. S. de et al. Tratado de Saúde Coletiva. 2. ed. Rio 
de Janeiro: Fiocruz, 2009, p. 767-782. 
Indicações de leitura
33
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes 
neste Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em 
Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, 
além de questões de interpretação com embasamento no 
cabeçalho da questão.
1. O território pode ser definido como um espaço geográfico e 
social. A equipe de saúde deve: 
a. Cadastrar toda a população e usar somente esses dados 
para a territorialização.
b. Analisar as informações do território a partir da 
territorialização e planejar as ações de saúde em conjunto 
com a população. 
c. Conhecer o território utilizando programas específicos para 
geoprocessamento.
d. Planejar as ações de saúde com base nos dados do censo 
demográfico.
e. Fazer o mapa do território a cada quatro anos, conforme o 
Plano Plurianual. 
34
2. Sobre o conceito de necessidades de saúde, é correto 
afirmar que: 
a. São as doenças mais comuns na população, como 
hipertensão e diabetes.
b. São as reivindicações populares, discutidas nas reuniões do 
Conselho Municipal de Saúde.
c. Podem apresentar diferentes entendimentos e 
compreensões, por serem social e historicamente situadas.
d. Podem ser definidas com base na Política Nacional de 
Atenção Básica.
e. São o direito da população em ter uma equipe de referência. 
GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: O território fornece dados e informações 
variadas, que permitem realizar o diagnóstico de saúde da 
população e, assim, planejar as ações de saúde. Atendendo 
a um princípio do SUS, esse planejamento deve ser realizado 
em conjunto com a população. 
Questão 2 - Resposta C
Resolução: Assim como o conceito do processo saúde-
doença, o conceito de necessidades de saúde pode mudar 
conforme o momento histórico e conforme os valores e 
princípios de uma sociedade. 
TEMA 4
Vigilância na Atenção Básica 
______________________________________________________________
Autoria: Mariana S. C. Vianna
Leitura crítica: Marcia Cristina A. Thomaz
36
DIRETO AO PONTO
Se olharmos para a história da humanidade vamos encontrar 
a ocorrência de várias doenças e várias epidemias que 
influenciaram no percurso das civilizações. A prática de procurar 
combatê-las e diminuir o seu impacto na vida das pessoas 
também é antiga, mudando conforme a humanidade avançava no 
conhecimento da transmissão e controle das doenças.
Assim como o entendimento das formas de transmissão de 
doenças foi mudando ao longo do tempo, o conceito de Vigilância 
em Saúde também foi construído com o tempo. No Brasil, as 
práticas sanitárias e de controle de saúde pública só foram 
implantadas no século XX, diferentemente dos países da Europa 
que começaram a ter essa vigilância das doenças no século XVIII. 
Mesmo que a saúde pública brasileira tenha sido influenciada 
pelas experiências europeias, o conceito de Vigilância em Saúde 
no Brasil é resultado do movimento da Reforma Sanitária 
Brasileira e da criação do Sistema Único de Saúde (SUS). 
A Resolução 588/2018 do Conselho Nacional de Saúde (Conass) 
define a Política Nacional de Vigilância em Saúde, englobando 
as ações de Vigilância Epidemiológica, Sanitária, do Trabalhador 
e Ambiental. Nessa política, Vigilância em Saúde consiste no 
processo de coleta e produção de dados e informações de saúde, 
com o objetivo de apoiar o planejamento e a organização das 
ações de saúde no âmbito do SUS, garantindo a prevenção e 
controle de riscos, agravos e doenças (BRASIL, 2018a). Articula-
se com o trabalho das equipes da Atenção Básica (AB) por 
compartilharem os princípios do SUS e por utilizarem estratégias 
de atuação sobre o território semelhantes. 
37
Para a prática da vigilância na AB, a equipe de saúde deve 
atuar de maneira proativa, assumindo o seu protagonismo de 
coordenadora do cuidado e ordenadora da rede, em busca de um 
cuidado integral. A Figura 1 traz as atitudes mais importantes para 
essa prática de vigilância.
A Vigilância em Saúde engloba várias ações estratégicas e 
específicas para cada uma das vigilâncias que fazem parte dessa 
política. A Vigilância Epidemiológica consiste no processo contínuo 
de coleta, análise, interpretação e divulgação de informações 
sobre a ocorrência e distribuição de doenças e de agravosda 
população, atuando com base nas notificações de doenças e 
agravos compulsórios da investigação epidemiológica e da Rede 
de Frio de imunobiológicos.
A Vigilância Sanitária é responsável por controlar e fiscalizar 
procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde 
das pessoas, como alimentos, medicamentos, imunobiológicos, 
hemoderivados e o cadastro e licenciamento de estabelecimentos 
sanitários (como serviços de saúde, supermercados, restaurantes, 
salões de beleza).
A Vigilância em Saúde do Trabalhador atua na detecção e análise 
dos fatores determinantes e condicionantes dos agravos à saúde 
relacionados aos processos e ambientes de trabalho, por meio de 
notificações de acidentes de trabalho, exposição de trabalhadores 
a material biológico e a agrotóxicos, atenção à saúde do 
trabalhador pelos Cerests (Centro de Referência em Saúde do 
Trabalhador) e a fiscalização de ambientes de trabalho.
A Vigilância Ambiental atua nos fatores ambientais de risco 
à saúde da população, como análise da qualidade da água, 
contaminantes químicos e físicos, e saúde ambiental dos riscos 
associados a desastres.
38
Figura 1 - Atitudes da AB para garantir a Vigilância em Saúde 
Fonte: elaborada pela autora.
Pela abrangência das suas ações, a relação da Vigilância em 
Saúde com o cotidiano das equipes da AB é constante. O trabalho 
das equipes de saúde deve se organizar com base em algumas 
atitudes fundamentais para atingir os objetivos propostos na PNVS 
e na Política Nacional de Atenção Básica: conhecer o território, 
extraindo e analisando dados e informações; identificar e intervir 
nos problemas de saúde, como em casos de surtos ou epidemias; 
avaliar a situação de saúde e os seus resultados; e integrar as 
ações – de cuidado à saúde e de maneira intersetoria.
Referências bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. 
Resolução MS/CNS nº 588, de 12 de julho de 2018. Disponível 
em http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2018/Reso588.pdf. 
Acesso em: 27 jul. 2020.
39
GONDIM, G. M. de M.; CHRISTÓFARO, M. A. C.; MIYASHIRO, G. M. 
(Org.). Técnico de vigilância em saúde: contexto e identidade. Rio 
de Janeiro: EPSJV, 2017. Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz.
br/sites/default/files/livro1.pdf. Acesso em: 13 out. 2020. 
PARA SABER MAIS
Alguns conceitos utilizados nas ações de Vigilância em Saúde 
podem parecer sinônimos, mas possuem significados específicos, 
sendo comum causarem confusão. É importante saber diferenciá-
los, para melhor compreensão e para sua correta utilização.
• Agravo: “qualquer dano à integridade física ou metal da 
pessoa, provocado por circunstâncias nocivas (acidentes, 
intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas) ou 
lesões decorrentes de violências interpessoais (agressões e 
maus-tratos e lesão autoprovocada” (BRASIL, 2018, p. 10).
• Doença: “enfermidade ou estado clínico, independente de 
origem ou de fonte, que representa – ou possa representar – 
um dano significativo para a pessoa” (BRASIL, 2018, p. 10).
• Epidemia: situação na qual uma doença atinge um grande 
número de pessoas em uma larga área geográfica.
• Endemia: presença contínua de uma doença (ou um agente 
infeccioso) em uma determinada região.
• Surto: aumento acima do esperado na ocorrência de 
eventos ou doença, em uma área ou entre um grupo 
específico de pessoas, em determinado período (BRASIL, 
2018).
40
• Incidência: número de casos novos de uma doença. Para se 
calcular o seu coeficiente (ou taxa), deve-se dividir o número 
de casos novos em determinado tempo e em determinada 
população pela população do mesmo local e no mesmo 
tempo.
• Prevalência: número de casos existentes de uma 
determinada doença ou agravo. Um coeficiente de 
prevalência é a relação entre casos existentes em 
determinada população e a população total, no mesmo lugar 
e tempo.
• Mortalidade: é a relação entre o número de óbitos por uma 
doença ou agravo e a população total, no mesmo lugar e 
período.
• Letalidade: é a relação entre o número de óbitos por uma 
doença ou agravo e o número de casos confirmados da 
mesma doença ou agravo, no mesmo lugar e período.
O cálculo das taxas (ou coeficientes) citado pode e deve ser 
realizado pelas equipes de saúde da AB, dentro das suas 
atividades de planejamento e análise do território.
Referências bibliográficas
BRASIL, Ministério da Saúde. Guia para investigações de surtos 
ou epidemias. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
BONITA, R. et al. Epidemiologia básica. Tradução e revisão 
científica Juraci A. Cesar. 2. ed. São Paulo: Santos. 2010. 
Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4338958/
mod_resource/content/3/BONITA%20et%20al%20-%20
cap%C3%ADtulo%201.pdf. Acesso em: 13 out. 2020.
41
TEORIA EM PRÁTICA
Um dos colegas da sua equipe de saúde traz um problema 
para discussão na reunião semanal. As ruas do bairro estão 
apresentando muito sujeira e descarte inadequado de materiais, 
que estão se transformando em criadouros para o mosquito Aedes 
aegypt. Ao ouvir isso, uma outra colega traz a sua impressão de 
que o atendimento de pacientes para atendimento em demanda 
espontânea aumentou, com muitos deles apresentando queixas 
de sintomas comuns à dengue. No entanto, não existe um registro 
adequado dos locais de residência dos pacientes com esses 
sintomas. Qual a sua proposta de intervenção para os problemas 
que os seus colegas apresentaram?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo 
professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no 
ambiente de aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicação 1
Este artigo analisa as principais arboviroses emergentes no 
cenário epidemiológico brasileiro. Também avalia as suas 
características clínicas os seus impactos na morbidade e 
mortalidade nas doenças causadas por esses vírus. 
Para realizar a leitura, acesse a base da Scielo e busque por esta 
referência:
Indicações de leitura
42
DONALISIO, M. R.; FREITAS, A. R. R.; VON ZUBEN, A. P. B. 
Arboviroses emergentes no Brasil: desafios para a clínica e 
implicações para a saúde pública. Rev. Saúde Pública. 2017; 
51:30.
Indicação 2
Essa nota traz algumas reflexões a respeito das fragilidades que o 
SUS e a Vigilância em Saúde encontram e as incertezas presentes 
na pandemia do Covid-19. Você encontra esse texto na base da 
Scielo:
GONDIM, G. M. M. Decifra-me ou te devoro: enigmas da Vigilância 
em Saúde na pandemia Covid-19. Trabalho, Educação e Saúde, v. 
18, n. 3, 2020. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes 
neste Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em 
Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, 
além de questões de interpretação com embasamento no 
cabeçalho da questão.
43
1. Sobre o conceito de Vigilância em Saúde, é correto afirmar que: 
a. Consiste no cadastro da população para que se tenha 
informações de saúde.
b. Consiste na coleta e produção de dados e informações de 
saúde, para apoiar o planejamento e as ações de saúde em 
todas as esferas do SUS.
c. Consiste na elaboração de legislações específicas para 
consumo de produtos.
d. Consiste na formulação do Plano Anual de Saúde.
e. Consiste nas informações demográficas do território. 
2. Doenças e agravos de notificação compulsória são: 
a. As doenças que não têm cura ou tratamento.
b. As causas externas de morbidade e mortalidade.
c. Doenças transmissíveis, agravos como acidentes e violência, 
eventos de saúde pública e eventos adversos pós-vacinação.
d. As que existem em uma epidemia.
e. Apenas as doenças altamente contagiosas. 
44
GABARITO
Questão 1 - Resposta B
Resolução: A Vigilância em Saúde é o conjunto de ações 
que envolve a coleta e produção de dados e informações de 
saúde, utilizando dados demográficos, epidemiológicos e 
sanitáriospara um melhor planejamento das ações de saúde. 
Questão 2 - Resposta C
Resolução: As doenças e agravos de notificação compulsória 
são as doenças transmissíveis, agravos como acidentes e 
violência, eventos de saúde pública e eventos adversos pós-
vacinação, e são determinadas por vários fatores, como 
acordos internacionais, ao seu potencial de disseminação ou 
à sua vulnerabilidade. 
BONS ESTUDOS!
	Apresentação da disciplina
	Introdução
	TEMA 1
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 2
	Direto ao ponto
	TEMA 3
	Direto ao ponto
	TEMA 4
	Direto ao ponto
	Botão TEMA 5: 
	TEMA 2: 
	Botão 158: 
	Botão TEMA4: 
	Inicio 2: 
	Botão TEMA 6: 
	TEMA 3: 
	Botão 159: 
	Botão TEMA5: 
	Inicio 3: 
	Botão TEMA 7: 
	TEMA 4: 
	Botão 160: 
	Botão TEMA6: 
	Inicio 4: 
	Botão TEMA 8: 
	TEMA 5: 
	Botão 161: 
	Botão TEMA7: 
	Inicio 5:

Continue navegando