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Proteção ao Meio Ambiente Ocupacional - Tratamento e Destinação de Resíduos - PÓS

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TRATAMENTO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS
PROTEÇÃO AO MEIO 
AMBIENTE OCUPACIONAL
PROF.A NATÁLIA CAVALINI PAGANINI
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional: 
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Felipe Veiga da Fonseca
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Luana Ramos Rocha
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta Paião
Márcio Alexandre Júnior Lara
Marcus Vinicius Pellegrini
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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UNIDADE
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................5
1 - CONCEITUAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ................................................................................6
1.1. AS QUESTÕES AMBIENTAIS NO BRASIL ......................................................................................................... 7
2 - O SURGIMENTO DOS ESTUDOS DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE ......................................................... 10
3 - ESTUDOS DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE COMO FORMA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL ............. 12
3.1. AIA - AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL ................................................................................................. 12
3.2. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA) .................. 13
3.3. PROJETO BÁSICO AMBIENTAL-PBA ............................................................................................................... 14
3.4. PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL - PCA ..................................................................................................... 14
3.5. PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS - PRAD .................................................................... 15
3.6. RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL - RCA ............................................................................................ 15
3.7. ANÁLISE DE RISCO ........................................................................................................................................... 15
CONCEITOS DO MEIO AMBIENTE E OS 
PROGRAMAS DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
PROF.A NATÁLIA CAVALINI PAGANINI
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE OCUPACIONAL -
TRATAMENTO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS
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3.8. RELATÓRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO - RAS ............................................................................................ 15
3.9. TERMO DE REFERÊNCIA - TR ........................................................................................................................ 16
4 - O LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO UM ESTUDO DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE ................... 17
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................. 19
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INTRODUÇÃO
O meio ambiente pode ter diversos conceitos, que são identi� cados pelos componentes 
que fazem parte dele. É o meio ambiente o responsável por oferecer aos seres vivos condições 
essenciais de sobrevivência e evolução. No meio ambiente estão envolvidos elementos vivos e não 
vivos que existem no planeta Terra, ou em alguma região dele, e que afetam outros ecossistemas 
existentes, e a vida dos seres humanos. 
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o meio ambiente é o conjunto 
de elementos físicos, químicos, biológicos e sociais que podem causar efeitos diretos ou indiretos 
sobre os seres vivos e as atividades humanas.
O meio ambiente é a reunião das unidades ecológicas que funcionam num processo 
natural. Essas unidades são: a vegetação, animais, micro-organismos, solo, rochas e a atmosfera. 
Também fazem parte do meio ambiente os recursos naturais, como a água e o ar, e os fenômenos 
físicos do clima, como energia, radiação, descarga elétrica e magnetismo.
A interação do homem com o meio ambiente evoluiu ao longo dos milhares de anos e 
começou a ser desenhada de maneira natural ainda na pré-história. O homem era parte integrante 
da natureza. Nômade, caçador e coletor. Não possuía conhecimento para transformar o ambiente 
onde vivia (ALBANUS; ZOUVI, 2012).
A sociedade humana não se sustenta sem um clima ameno, água potável, ar puro, e solo 
fértil para produzir sua alimentação. Não existe economia sem um meio ambiente estável.
Ao longo dos anos as questões voltadas ao meio ambiente têm ganhado atenção. As 
variações de clima, que se intensi� cam de forma rápida, os desastres ambientais, e os níveis cada 
vez mais altos de poluição são temas comuns nos jornais e meios de comunicação. Cada vez mais 
é possível sentir as mudanças da natureza.
Muitos são os estudos que apontam que as modi� cações ambientais provocadas pela 
ação antrópica, alterando signi� cativamente os ambientes naturais, poluindo o meio ambiente, 
esgotando recursos naturais, aumentam os riscos de exposição a doenças e atuam de forma 
negativa na qualidade de vida da população.
As mudanças ambientais que vêm ocorrendo ao longo dos séculos XIX e XX, oriundas 
do processo de ocupação dos espaços e da intensa urbanização, que ocorrem em escala global, 
revelam taxas incompatíveis da capacidade de suporte do meio ambiente.
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 1 - CONCEITUAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO 
MEIO AMBIENTE
A ideia de ambiente é uma interpretação que pode aparecer em diferentes versões, 
variando de acordo com o lugar e tempo – ou, mais notadamente, de acordo com a civilização 
e a época. Os antigos povos gregos, por exemplo, compreendiam meio ambiente de uma forma 
holística e orgânica: homem e natureza eram duas ideias complementares, na verdade indistintas. 
O meio ambiente era visto como um todo no qual cada uma das partes (inclusive o 
homem) se articulava com as demais. A concepção moderna, por outro lado, distingue o meio 
ambiente natural do meio ambiente não natural ou humano. A natureza é pensada como algo 
externo ao homem, portanto separada dele e dos assuntos humanos (TILIO NETO, 2010).
 Analisando a concepção moderna de distinção entre homem e natureza torna possível 
pensar em dois tipos de ambiente: o natural e o produzido. O primeiroé o ambiente que resulta 
dos processos internos da natureza, físicos e químicos, nos quais a presença do homem não 
interfere diretamente. Já o segundo é aquele ocupado pela ação humana, que necessariamente 
altera o ambiente natural (TILIO NETO, 2010).
Dividindo os principais ambientes, o qual chamamos produzido, iremos encontrar o 
ambiente urbano e o rural, e seu modo de produção atualmente predominante, o capitalismo. Essa 
forma moderna de organizar as ideias (e, por conseguinte, de interpretar o mundo) possibilita 
que a natureza seja vista como um recurso à disposição do homem.
Assim, Caldas (2015) traz que meio ambiente é a circunvizinhança onde uma empresa 
opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, � ora, fauna, seres humanos e suas interações, 
ou seja, é o ambiente sobre o qual as atividades de uma empresa geram impactos e consomem 
recursos naturais.
Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que atende às necessidades do presente, 
sem comprometer o atendimento às necessidades das futuras gerações.
Recurso natural é qualquer tipo de recurso disponível do meio ambiente que pode ser 
utilizado pelo ser humano. Existem dois tipos de recursos naturais:
• Renováveis – são os recursos que, depois de serem usados pelo ser humano, podem ser 
recolocados na natureza. Exemplos: árvores, vegetais, entre outros. 
• Não renováveis – recursos que não podem ser recolocados na natureza após sua 
utilização pelo ser humano e, portanto, devem ser usados com cautela. Exemplos: 
minerais, petróleo, entre outros.
Aspecto ambiental é o que a empresa faz e que pode ter algum tipo de interação com o 
meio ambiente, e essa interação pode ser adversa ou bené� ca. Nesse momento, a empresa precisa 
considerar as interações com o meio ambiente em relação aos seus produtos e serviços, bem 
como as atividades decorrentes para realizá-los.
Impacto Ambiental, é o resultado da interação da empresa com o meio ambiente, ou seja, 
o resultado do aspecto ambiental. Trata-se de qualquer modi� cação do meio ambiente, adversa 
ou bené� ca, resultante da manifestação do aspecto ambiental.
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O planeta terra é constituído por complexas relações – algumas ocorrem a todo momento, 
outras demandam um tempo que nem é possível estimar. Todas essas relações foram responsáveis 
por moldar a forma como os seres vivos estão atualmente organizados e distribuídos. A 
interdependência entre meio ambiente e seres vivos é tamanha que ora vemos espécies reduzirem 
a população por falta de recursos naturais e, em outros momentos, paisagens sendo modi� cadas 
pelo medo de vida dos organismos. Dessa forma, não há como compreender os seres vivos sem 
entender os � uxos de matéria e energia do ambiente, assim como não é possível compreender o 
meio ambiente sem a ação das espécies na modi� cação das paisagens e a respectiva in� uência na 
disponibilidade de alimentos.
 1.1. As Questões Ambientais no Brasil
Foi em 1822 que o Brasil conquistou a independência, não somente o Brasil, como grande 
parte dos países das Américas se desgarraram de suas metrópoles. Todavia não foi nessa época 
que o colonialismo foi extinto, ainda no � nal do século XIX, o sistema retornou com outro nome: 
neocolonialismo. Isso aconteceu, porque depois da Revolução Industrial, os países da Europa 
precisavam encontrar lugares de onde pudessem retirar matéria-prima barata para industrializar 
(CURI, 2013).
Foi nessa época que países da Ásia e África se tornaram colônias de nações europeias, 
como é o caso de Tailândia e Moçambique, por exemplo. Preservação Ambiental estava longe 
de ser uma preocupação dos colonizadores. O objetivo deles era explorar e retirar todo tipo de 
riqueza que a natureza pudesse oferecer (CURI, 2013).
No Brasil, as questões ambientais começaram a ser abordadas a partir da década de 1930, 
com a emissão dos primeiros documentos legais ambientais: o Decreto n. 1713 (que criou o Parque 
Nacionais de Itatiaia, no Rio de Janeiro) e o Decreto-Lei n. 25 (que estabeleceu o Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional). (CALDAS, 2015)
F igura 1 - Monumento localizado na entrada do Parque Nacional de Itatiaia. Fonte: ICMBIO (2018).
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No ano de 1973 foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema), e sua primeira 
contribuição se deu em 1975, com a criação do Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras 
(Slap). Com isso, o governo poderia requisitar o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) das 
empresas com atividades potencialmente poluidoras.
A avaliação dos impactos ambientais foi alçada à esfera federal em 1981 por meio da 
Lei n.6.938, a qual estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e deu origem ao 
Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Daí surgiu também o Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (Conama), um colegiado que representa órgãos federais, estaduais e municipais, 
sociedade civil e setor empresarial. Entre suas atribuições, o Conama estabelece normas, critérios 
e padrões relacionados ao controle da qualidade do meio ambiente (CALDAS, 2015).
A legislação ambiental brasileira ganhou maior ímpeto com a nova Constituição da 
República Federativa do Brasil, em 1988, na qual foi dedicado um capítulo para as questões 
ambientais. Obviamente, para cumprir as medidas ambientais de� nidas ao longo da história, os 
países precisariam envolver a sociedade e as empresas.
É evidente que se as nações pudessem desfrutar de um crescimento econômico 
sustentável, capaz de perdurar inde� nidamente ao longo do tempo, estariam todos voando em 
céu de brigadeiro, e boa parte da população estaria desfrutando de uma qualidade de vida quase 
impensável. Entretanto, como a história e a realidade nos têm mostrado, não é bem isso o que 
acontece (BARDINI, 2015).
De fato, além dos entraves advindos de questões como distribuição de riquezas, das relações 
desiguais entre capital e trabalho, das disputas políticas pelo poder, há um ponto primordial que é 
parte integrante de qualquer pensamento que se ocupe com os desenvolvimentistas da economia: 
os recursos naturais. 
Esta é uma percepção real. Pois, se o mundo todo clama por progresso material e se, com 
algumas exceções, todos entendem que o aumento do consumo é a condição geral para a nossa 
satisfação, temos que pensar em aumento da produção de bens. É um raciocínio lógico e até certo 
ponto simplista, ao qual o senso comum chegaria. 
A Pirâmide de Necessidades
O psicólogo americano Abraham H. Maslow, na década de 50, desenvolveu a Pirâ-
mide de necessidades, ou também conhecida como Pirâmide de Maslow. A teoria 
se baseia na ideia de que cada ser humano precisa satisfazer suas necessidades. 
É um esquema que apresenta uma divisão hierárquica em que as necessidades 
consideradas de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades 
de nível mais alto. Segundo a pirâmide, cada indivíduo tem de realizar uma “esca-
lada” hierárquica de necessidades para atingir a sua plena autorrealização.
Ao observar os níveis da pirâmide é fácil perceber que o primeiro patamar, ou seja, 
as primeiras necessidades a serem satisfeitas são necessidade fi siológicas. Ne-
cessidades como: saciedade da sede e da fome, o processo de respiração, sono, 
digestão, entre outros, estão diretamente ligados ao meio ambiente e aos recur-
sos que buscamos no mesmo, essenciais a nossa sobrevivência.
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Fi gura 2 - Pirâmide de Maslow. Fonte: Marcus Marque (2016).
Um alto padrão de consumo e necessidades requer aumentoda utilização de recursos 
naturais, e na medida que se percebe a deterioração evidente do meio ambiente, isso passa a ser 
um problema e o provável principal entrave ao crescimento econômico.
Vários pensadores da teoria econômica abordaram aspectos dos recursos naturais 
relacionados à capacidade de produção. Karl Marx fez a analise de que a destruição do meio 
ambiente é uma das razões para que o sistema capitalista não se sustente. A partir da década 
de 1960, as consequências da exploração do meio ambiente começaram a surgir de forma mais 
incisiva. Nessa época o crescimento da consciência ecológica foi manifestado por alguns grupos 
da sociedade.
Nesse período, boa parte dos economistas entendiam o crescimento econômico como 
uma alternativa viável, o ambientalismo começou a ser discutido e várias ideias sobre uma 
economia viável começaram a aparecer.
Daí em diante, a preocupação e o temor com a destruição do meio ambiente ganharam 
espaço na mídia mundial, e passaram a fazer parte das discussões entre especialistas de diferentes 
áreas do conhecimento a respeito do que passou a se chamar de desenvolvimento sustentável. 
Tragédia dos comuns
Era uma vez um grupo de pastores que dividia uma mesma terra para cuidar de 
seus rebanhos. Para que não houvesse confusão, eles chegaram a um acordo 
sobre quantidade máxima de animais que cada um deles poderia ter. Se não extra-
polassem esse número, os pastores, seus fi lhos e netos, poderiam alimentar seus 
animais para sempre naquela região. Entretanto um desses pastores era ganan-
cioso e resolveu quebrar o trato. Ele pensou da seguinte forma: “Ah, não vai fazer 
muita diferença se eu acrescentar só um animal ao meu rebanho”. O problema é 
que ele não foi o único que pensou assim. 
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Todos os pastores achavam que os outros cumpririam o combinado. Adivinha o 
que aconteceu? O problema da superlotação esgotou os recursos da terra – era 
animal demais para pouco capim. No fi m, todos os pastores não tinham mais o 
que dar de comer a seus animais.
Como todo uso em excesso de algo fi nito conduz inexoravelmente ao seu esgota-
mento, todos os criadores de ovelhas, todos os pescadores e todos os moradores 
do prédio em que a água não é individualizada - mesmo àqueles que não fi zeram 
uso excessivo do bem comum -, acabarão perdendo, com o esgotamento dos re-
cursos. 
2 - O SURGIMENTO DOS ESTUDOS DE 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE
Na década de 70, a atuação pública federal e estadual no controle de proteção ao meio 
ambiente possuía caráter corretivo, com sua abrangência restrito aos grandes centros urbanizados 
e industriais, com exceção dos investimentos federais na criação de espaços protegidos como 
estações ecológicas e áreas de interesse turístico. Mundialmente surgiam novas ideias sobre meio 
ambiente, desenvolvimento e planejamento, e então a partir daí a política interna brasileira na 
questão ambiental assume, a partir de então, uma condição mais preventiva.
No estado de São Paulo, a Lei nº 898 de dezembro de 1975 foi destaque – disciplinou 
o uso do solo para a proteção de mananciais, cursos e reservatórios de água - e a Lei nº 1172 
de 17 de novembro de 1976 – delimitou as áreas de proteção relativas aos mananciais, cursos e 
reservatórios de água protegidos pela Lei 898/75. Infelizmente, mesmo criando leis mais duras 
para atuar preventivamente, o estado de São Paulo teve vários de seus mananciais de água 
degradados.
Associadamente, foram tomadas iniciativas para separar áreas residenciais de áreas que 
deveriam ser destinadas à ocupação por indústrias. Nesse sentido, foram publicadas leis estaduais 
contendo diretrizes para o zoneamento e a localização de indústrias na região metropolitana de 
São Paulo para harmonizar o desenvolvimento industrial com a melhoria de condição de vida da 
população e com a preservação do meio ambiente. 
Com a edição da Lei Federal nº 6766/79, denominada Lei de Parcelamento do Solo 
Urbano e, na instância estadual de São Paulo, por meio da Lei nº 6.803 de 02 de julho de 1980, 
que � xou diretrizes para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição, e na qual aparece 
a primeira menção formal à avaliação de impacto ambiental no Brasil, mantendo a atuação, de 
caráter mais preventivo relativo planejamento territorial.
As críticas feitas ao planejamento territorial, da forma em que era desenvolvido, 
mostraram que existiam diversos problemas comuns à política anterior, que tinha foco apenas 
no controle, reativo, da poluição industrial. Esses problemas eram basicamente: 
◆ A aplicação da restrição de porções afetava somente algumas áreas restritas do território 
(apenas zonas urbanas).
◆ Não existiam instrumentos para garantir a participação pública na formulação dos 
planos de uso do solo.
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◆ O controle ambiental � cava apenas sobre projetos da iniciativa privada, de modo que as 
grandes obras de infraestrutura do governo desenvolviam-se sem a sistemática do controle 
ambiental (apesar dos Estudos de Avaliação Ambiental- EAAs, exigidos pelo Banco 
Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento - BIRD e Banco Interamericano 
de Desenvolvimento - BID nos � nanciamentos de projetos como: as usinas hidrelétricas 
de Sobradinho, na Bahia, e de Tucuruí, no Pará; e o terminal porto-ferroviário Ponta da 
Madeira, no Maranhão, ponto de exportação do minério extraído pela Companhia do 
Vale do Rio Doce (CVRD), na Serra do Carajás). 
O Brasil não possuía legislação própria voltada aos estudos de proteção do meio ambiente, 
então os documentos que passaram a ser elaborados seguiam os padrões das normas das agências 
internacionais.
Em 31 de agosto de 1981, foi promulgada a Lei nº 6938, que estabeleceu a Política Nacional 
de Meio Ambiente, trazendo diversas diretrizes, entre elas:
• Instituiu a Avaliação do Impacto Ambiental e o Licenciamento Ambiental como 
instrumentos de execução da Política Nacional de Meio Ambiente, em nível federal.
• Criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente, o SISNAMA, uma estrutura político-
administrativa composta por um conjunto articulado de órgãos, entidades, regras e práticas 
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. 
• Criou o Conselho Nacional do Meio Ambiente, o CONAMA, órgão colegiado de caráter 
deliberativo e consultivo que, entre outras responsabilidades, delibera sobre normas e padrões para 
um ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. O CONAMA 
constitui-se num mecanismo formal de participação da sociedade e de cooperação entre governo e 
sociedade, propiciando o debate de temas ambientais relevantes entre representantes da União, dos 
estados e municípios, da iniciativa privada e de organizações da sociedade civil. 
• Instituiu o princípio da responsabilidade objetiva do poluidor (independentemente de 
haver ou não culpa, o poluidor identi� cado obriga-se a reparar o dano causado ao meio ambiente).
• Incluiu as iniciativas governamentais (as que cabiam) no rol das atividades que deviam 
se submeter aos princípios da legislação ambiental. A Constituição Federal, promulgada em 05 de 
outubro de 1988, assumiu a relevância da questão ambiental no País, dedicando ao meio ambiente 
o Capítulo VI, Art. 225, que de� ne os direitos e deveres do Poder Público e da coletividade em 
relação à conservação do meio ambiente como bem de uso comum. No Parágrafo 1º, Inciso IV do 
Art. 225, a avaliação de impacto ambiental foi recepcionada pela Constituição Federal, devendo 
assim ser exigida pelo Poder Público (como “estudo prévio de impacto ambiental”), para instalação 
de obra ou atividade potencialmente causadora de signi� cativa degradaçãodo meio ambiente. 
A Lei Nº 6766/79 - Parcelamento do Solo Urbano consolidou o papel da Avaliação de 
Impacto Ambiental como o instrumento de execução da Política Nacional de Meio Ambiente, 
para a coleta e organização de dados, e como procedimento para considerar os efeitos de projetos 
de desenvolvimento sobre a qualidade ambiental e a produtividade dos recursos naturais, em 
associação ao licenciamento das atividades utilizadoras dos recursos ambientais, consideradas 
efetiva ou potencialmente poluidoras, resguardando o caráter prévio da avaliação e vinculando-a 
ao processo decisório.
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3 - ESTUDOS DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 
COMO FORMA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
Os Estudos Ambientais são todos e quaisquer estudos que objetivem avaliar aspectos 
ambientais quanto à: localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou 
empreendimento, apresentado como recurso para a análise da licença requerida, tais como: 
relatórios ambientais, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, 
diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise 
preliminar de riscos.
Após a veri� cação dos órgãos ambientais competentes, sobre o potencial poluidor da 
atividade ou empreendimento, e o nível de que o mesmo tem de degradação ao meio ambiente, 
serão de� nidos os estudos ambientais pertinentes. Vale ressaltar que todos os estudos e programas 
desenvolvidos devem ser realizados por pro� ssionais legalmente habilitados.
Seguem os principais programas e estudos a serem realizados para a proteção do meio 
ambiente:
3.1. AIA - Avaliação de Impacto Ambiental 
A Avaliação de Impacto Ambiental foi vinculada ao processo de licenciamento ambiental 
por meio da resolução CONAMA nº 001/86, que estabelece os critérios básicos e as diretrizes 
gerais para uso e implementação de avaliação de impactos ambientais, e determina: 
➢ O conceito de impacto ambiental. 
➢ A subordinação da elaboração do EIA/RIMA ao sistema de Licenciamento Ambiental 
de atividades modi� cadoras do meio ambiente.
➢ Uma listagem, em caráter indicativo, de tipologias de atividades e empreendimento, 
que dependerão da elaboração do EIA/RIMA para obtenção de licença ambiental, 
especi� cando para algumas um valor ou limite de referência do porte ou capacidade 
produtiva. 
➢ A de� nição do escopo mínimo dos fatores e componentes ambientais que devem 
constar no desenvolvimento de EIA/RIMA exigidos. 
A elaboração dos Estudos de Impactos Ambientais consiste no desenvolvimento dos 
procedimentos referentes à sistemática de avaliação de impactos ambientais. As avaliações de 
impactos ambientais são, segundo Bolea (1984, p. 32): “estudos realizados para identi� car, prever 
e interpretar, assim como prevenir, as consequências ou efeitos ambientais que determinadas 
ações, planos, programas ou projetos podem causar à saúde, ao bem-estar humano e ao entorno”. 
Estes estudos incluem alternativas à ação ou projeto e pressupõem a participação do público, 
representando não um instrumento de decisão em si, mas um instrumento de conhecimento a 
serviço da decisão. A avaliação de impacto ambiental deve ser uma atividade contínua, antes e 
posterior à tomada de decisões, procedendo-se a sua revisão e atualização periodicamente, após 
o pleno funcionamento do projeto ou atividade. 1 Art. 1º, Resolução CONAMA nº 237/97. 2 Art. 
3º, Resolução CONAMA nº 237/97. 
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3. 2. Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Im-
pacto Ambiental (RIMA) 
O EIA é um documento de natureza técnica, que tem como � nalidade avaliar os impactos 
ambientais gerados por atividades e/ou empreendimentos potencialmente poluidores ou que 
possam causar degradação ambiental. Deverá contemplar a proposição de medidas mitigadoras 
e de controle ambiental, garantindo, assim, o uso sustentável dos recursos naturais. O estudo de 
impacto ambiental deverá abordar, no mínimo, os seguintes aspectos: 
➢ Diagnóstico ambiental da área de importância do projeto, contendo descrição dos 
recursos ambientais e suas interações, caracterizando as condições ambientais antes da 
implantação do projeto. Este diagnóstico deverá contemplar os meios físico, biótico e 
socioeconômico. 
➢ Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas intercorrências, por meio de 
identi� cação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis 
impactos relevantes (diretos e indiretos; imediatos e a médio e longo prazos; temporários 
e permanentes; seu grau de reversibilidade; a distribuição dos ônus e benefícios sociais). 
➢ Medidas mitigadoras - são aquelas destinadas a corrigir impactos negativos ou a reduzir 
sua magnitude. Identi� cados os impactos, deve-se pesquisar quais os mecanismos capazes 
de reduzi-los ou anulá-los. 
➢ Programas de acompanhamento e monitoramento, estabelecidos ainda durante o EIA, 
de modo que se possam comparar, durante a implantação e operação da atividade, os 
impactos previstos com os que efetivamente ocorreram. 
De acordo com o Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais, realizado 
pelo Ministério do Meio Ambiente em Brasília no ano de 2009, foram apresentadas as de� nições 
a seguir referente ao Relatório de Impacto Ambiental.
O Relatório de Impacto Ambiental - RIMA deve re� etir as conclusões do EIA e 
tem como objetivo informar à sociedade sobre os impactos, medidas mitigadoras 
e programas de monitoramento do empreendimento ou atividade. Para que esse 
objetivo seja atendido, o RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e de fácil 
compreensão. As informações devem ser apresentadas em linguagem acessível, 
acompanhadas de mapas, quadros, grá� cos etc., de modo a que as vantagens e 
desvantagens do projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua 
implantação, � quem claras. 
O RIMA deve apresentar, no mínimo, as seguintes informações: 
➢ Objetivos e justi� cativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as 
políticas setoriais, planos e programas governamentais; 
➢ Descrição do projeto, apresentando suas alternativas locacionais e tecnológicas 
e especi� cando, para cada uma delas, nas fases de construção e operação, a área 
de in� uência, a matéria-prima e mão-de-obra, as fontes de energia, processos 
e técnicas operacionais, prováveis e� uentes, emissões, resíduos e a oferta de 
empregos diretos e indiretos;
➢ Listagem sintética dos resultados do diagnóstico ambiental da área de 
in� uência do projeto; 
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➢ Descrição dos prováveis impactos nas suas diferentes fases de desenvolvimento 
(implantação e operação) e suas características; 
➢ Cenário futuro da qualidade ambiental na área de in� uência do 
empreendimento, comparando as diferentes situações da adoção do projeto e de 
suas alternativas, bem como a hipótese de sua não realização; 
➢ Descrição dos efeitos esperados após as medidas mitigadoras, identi� cando os 
impactos não corrigíveis e o grau de alteração esperado;
Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos negativos.
➢ O Ministério do Meio ambiente desenvolveu o esquema abaixo para 
exempli� car as etapas para elaboração dos estudos ambientais” (BRASIL, 2009a).
Fig ura 3 - Etapas para elaboração dos estudos ambientais. Fonte: Brasil (2009a).
3.3 . Projeto Básico Ambiental-PBA
Ainda de acordo com o Programa Nacional de Capacitação de gestores ambientais, foram 
abordas as de� nições a seguir referente a projetos, planos, relatórios e análises ambientais.
O Projeto BásicoAmbiental - PBA é determinado pela Resolução CONAMA nº 
006, de 16/09/87, e deverá apresentar um detalhamento de todos os programas e 
projetos ambientais previstos, ou seja, aqueles provenientes do EIA/RIMA, bem 
como os considerados pertinentes pelo órgão licenciador. Constitui-se em um 
dos documentos-base para a obtenção da Licença de Instalação-LI. Embora tenha 
sido concebido para empreendimentos do setor de energia, alguns órgãos têm 
solicitado a apresentação do PBA para os diversos tipos de empreendimentos” 
(BRASIL, 2009a).
3.4 . Plano de Controle Ambiental - PCA
O plano de Controle Ambiental - PCA é exigido pela Resolução CONAMA nº 
009/90 para a concessão da Licença de Instalação - LI de atividade de extração 
mineral de todas as classes. O PCA é uma exigência adicional ao EIA/RIMA, 
apresentado na fase anterior à concessão da Licença Prévia. No entanto, o Plano 
de Controle Ambiental tem sido exigido, também, para o licenciamento de 
outros tipos de atividades (BRASIL, 2009a).
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3.5 . Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD 
O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD foi concebido 
para a recomposição de áreas degradadas pela atividade de exploração de 
recursos minerais. No entanto, tem sido utilizado para os diversos tipos de 
empreendimentos, e geralmente, é previsto no escopo dos Estudos Ambientais. 
Recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma 
de utilização, de acordo com o plano preestabelecido para o uso ou capacidade 
produtiva dos recursos ambientais (BRASIL, 2009a).
3.6 . Relatório de Controle Ambiental - RCA 
O Relatório de Controle Ambiental - RCA é exigido pela Resolução CONAMA 
nº 010/90, na hipótese de dispensa do EIA/RIMA para a obtenção da Licença 
Prévia- LP de atividades de extração mineral da classe II. Deve ser elaborado 
de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo órgão ambiental competente. 
O RCA tem sido exigido por alguns órgãos de meio ambiente também para o 
licenciamento de outros tipos de atividade (BRASIL, 2009a).
3.7 . Análise de Risco
Análise de Risco consiste em uma metodologia para analisar as possíveis 
consequências negativas para a sociedade de atividades humanas ou das 
forças da natureza. A análise de riscos subsidia a “Gestão de Riscos”, que é um 
processo de avaliação; manutenção de medidas preventivas, de modo a manter 
a probabilidade de ocorrências de consequências negativas tão baixa quanto 
possível; e de tomada de decisão. 
Além disso, pertencem igualmente ao campo da gestão de riscos o planejamento 
das situações de emergência e a manutenção de um grau de prontidão para 
reagir nessas situações. Para tomar suas decisões, o gestor de riscos, seja um 
responsável político governamental ou um diretor de uma instalação industrial, 
utiliza todas as informações disponíveis resultantes dos estudos de impacto 
ambiental e de avaliações de riscos. De uma maneira geral, a Análise de Riscos 
tem por objetivo responder às seguintes perguntas relativas a uma determinada 
atividade ou empreendimento: 
O que pode acontecer de errado?
Com que frequência isto pode acontecer?
Quais são os efeitos e as consequências?
É necessário reduzir os riscos, e de que modo isto pode ser feito? (BRASIL, 2009a).
3.8 . Relatório Ambiental Simplificado - RAS
São estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, 
instalação e operação de novos empreendimentos habitacionais, incluindo as 
atividades de infraestrutura de saneamento básico, viária e energia, apresentados 
como subsídio para a concessão da licença requerida, que conterá, dentre outras, 
as informações relativas ao diagnóstico ambiental da região de inserção do 
empreendimento, sua caracterização, a identi� cação dos impactos ambientais 
e das medidas de controle, de mitigação e de compensação (BRASIL, 2009a).
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3.9 . Termo de Referência - TR 
Todos esses estudos e outros aqui não mencionados são aplicáveis a vários tipos 
de atividades e empreendimentos e, por esse motivo, o órgão ambiental elabora 
um Termo de Referência - TR, que orienta a elaboração do estudo especí� co de 
cada empreendimento, de acordo com suas especi� cidades e o local proposto 
para sua implantação. Portanto, o Termo de Referência é o instrumento 
orientador da elaboração de qualquer tipo de estudo ambiental (EIA/RIMA, 
PCA, RCA, PRAD, etc.).
Deve ser elaborado criteriosamente, utilizando-se de todas as informações 
disponíveis sobre o empreendimento e sobre o local onde será implantado, 
bem como da legislação pertinente. Tem por objetivo estabelecer diretrizes, 
conteúdo e abrangência do estudo exigido do empreendedor. Em alguns casos, 
o órgão ambiental licenciador solicita que o empreendedor elabore o Termo de 
Referência, reservando-se apenas o papel de julgá-lo e aprová-lo.
Abaixo segue um roteiro básico para elaboração dos estudos ambientais acima 
citados (BRASIL, 2009a).
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Quadr o 1 - Avaliação de Impacto Ambiental. Fonte: Brasil (2009a).
4 - O LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO UM ESTUDO 
DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE 
O licenciamento ambiental exigido para determinadas atividades ou empreendimentos, 
objetiva estabelecer mecanismos para o controle ambiental das intervenções setoriais que possam 
vir a comprometer a qualidade ambiental. 
Todavia sem o papel que Avaliação de Impacto Ambiental passou a exercer como 
instrumento de política ambiental, é possível que o licenciamento ambiental de atividades 
poluidoras talvez fosse reduzido a um simples registro de intervenções ambientais e uma 
preparação para recuperar danos causados por essas intervenções, identi� cados os responsáveis. 
Anexo 1 da Resolução CONAMA nº 237/97 - Atividades ou empreendimentos 
sujeitos ao licenciamento ambiental. Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/
port/conama/res/res97/res23797.html>.
Resolução CONAMA n 001/86. Lista Exemplifi cativa de Empreendimentos e Ati-
vidades que dependem de EIA/RIMA. Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/
port/conama/res/res86/res0186.html>.
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Dessa maneira, a avaliação de impactos vem como uma forma de antecipar prováveis 
danos ambientais, possibilitando medidas preventivas para garantir a qualidade ambiental. 
Para chegar a forma atual, o Licenciamento Ambiental passou por um processo de evolução 
bastante longo, desde as simples autorizações governamentais para o exercício de atividades que 
tem interferência com o meio ambiente, por exemplo, no âmbito federal, as autorizações para 
desmatamento, previstas no Código Florestal, de 1965 e as autorizações para caça e pesca em 
� orestas remanescentes.
Figura 4 - Etapas do processo de Licenciamento Ambiental. Fonte: JM Ecoengenharia (2017).
O processo de Licenciamento Ambiental como é hoje tornou-se obrigatório em todo 
o território nacional desde 1981, com a  Lei Federal n° 6.938/81  – Política Nacional do Meio 
Ambiente, prevendo os três tipos de licenças ordinárias da legislação ambiental atual, a Licença 
Prévia, a Licença de Instalação e Licença de Operação.
Alguns estados criaram e revisaram legislações especí� cas, como é o caso do Rio de 
Janeiro, foi editado o Decreto-Lei nº 134/1975, que tornou obrigatória a prévia autorização para 
operação ou funcionamento de instalação ou atividades real ou potencialmente poluidoras e oDecreto nº 1633 de 1977, que instituiu o Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras, 
prevendo os três tipos de licenças ordinárias da legislação ambiental atual, a Licença Prévia, a 
Licença de Instalação e Licença de Operação.
O estado de São Paulo, por meio da lei Estadual nº 997 de 1976 criou o Sistema de Prevenção 
e Controle da Poluição do Meio Ambiente, também com previsão de licenças para instalação 
e funcionamento. Esses licenciamentos aplicavam-se a fontes de poluição, que eram atividades 
basicamente industriais e certos projetos urbanos como aterros de resíduos e loteamentos. 
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Com a inclusão da Avaliação de Impacto Ambiental à legislação brasileira, esses sistemas 
de licenciamento preexistentes foram adaptados, principalmente, quanto ao campo de aplicação 
e quanto ao tipo de análise. Foi deixado de se avaliar apenas atividades poluidoras, e a Avaliação 
de Impactos Ambientais também passou a ser realizada em atividades que extraem recursos 
naturais e, que eventualmente podem causar algum tipo de degradação do meio. 
Figura 5 - Aspectos a serem avaliados durante o licenciamento ambiental. Fonte: Caruso Ambiental (2019).
As causas da deterioração da qualidade ambiental tiveram seu entendimento ampliado. A 
análise dos poluentes passou a abranger além das emissões dos poluentes, também os seus efeitos 
sobre a biota, os impactos sociais etc. Isso representa uma evolução quanto ao entendimento 
das causas da deterioração da qualidade ambiental. Ressalta-se o caráter preventivo embutido 
na associação da avaliação de impactos ao licenciamento ambiental, que signi� cou um avanço 
qualitativo na questão da gestão ambiental.
O sistema de licenciamento ambiental brasileiro é instrumento fundamental para a 
consolidação do uso consciente dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável em nosso 
país. 
5 - CONS IDERAÇÕES FINAIS
O meio ambiente deve ser compreendido como base para o alcance da efetivação dos 
direitos humanos, visto que o direito à vida e ao ambiente ecologicamente em equilíbrio são 
peças-chave para se ter qualidade de vida e dignidade humana.
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Os indivíduos precisam da natureza para se desenvolverem plenamente em sua condição 
de vida. E é partir do desenvolvimento econômico, pautado na busca pela preservação do 
meio natural, que o resultado social se torna ainda mais evidente, pois dessa relação ambiente-
economia-sociedade todos saem ganhando. Sem o meio ambiente não há vida.
As questões ambientais têm evoluído ao longo dos tempos junto com o desenvolvimento 
da raça humana em nosso planeta. A escassez dos recursos naturais, devido ao uso descontrolado 
e irracional, provocado pelo ritmo incessante do crescimento global faz aumentar a preocupação. 
A busca sem � m pelo prazer e conforto imediato trouxeram efeitos avassaladores para o meio 
ambiente, o qual se tornou a principal fonte de satisfação dos prazeres. 
Atividades e estudos de preservação e conservação ambiental se fazem necessários como 
estratégia de sobrevivência. O denominado “desenvolvimento sustentável” deve conciliar a atuação 
da economia com a preservação do equilíbrio ecológico. Para se alcançar o desenvolvimento 
sustentável, a proteção do meio ambiente deve integrar o processo de desenvolvimento e não 
pode ser considerada de forma isolada. 
Buscar mecanismos de proteção para a natureza é a forma mais sensata do ser humano se 
proteger. O grande desa� o da atualidade é harmonizar e descobrir um ponto de equilíbrio entre 
atividade econômica e utilização apropriada e coerente dos recursos naturais, preservando-os 
para as gerações atuais e futuras.
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UNIDADE
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................23
1 - UTILIZAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS E A ....................................................................................................24
GERAÇÃO DE POLUENTES ......................................................................................................................................24
2 - A LEI DA CONSERVAÇÃO DAS MASSAS E A POLUIÇÃO .................................................................................26
2.1. OS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS S A SUA IMPORTÂNCIA PARA A AVALIAÇÃO E CONTROLE DE 
POLUENTES ............................................................................................................................................................. 26
2.1.1. O CICLO DA ÁGUA ...........................................................................................................................................26
2.1.2. O CICLO DO CARBONO .................................................................................................................................. 27
2.1.3. CICLO DO OXIGÊNIO ......................................................................................................................................28
2.1.4. CICLO DO NITROGÊNIO .................................................................................................................................28
3 - A PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE E A QUALIDADE DO AR ...........................................................29
CRITÉRIOS E TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO E CONTROLE DE 
POLUENTES, A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE A 
QUALIDADE DO AR E A PRESERVAÇÃO DO 
MEIO AMBIENTE E QUALIDADE DA ÁGUA
PROF.A NATÁLIA CAVALINI PAGANINI
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DISCIPLINA:
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE OCUPACIONAL -
TRATAMENTO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS
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3.1. AS FONTES DE POLUIÇÃO DO AR E OS PRINCIPAIS POLUENTES   ........................................................... 31
3.2. A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA A QUALIDADE DO AR .............................................................................32
3.3. PRINCIPAIS IMPACTOS DA POLUIÇÃO DO AR E MEDIDAS BÁSICAS DE CONTROLE ..............................35
4 - A PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE E A QUALIDADE DA ÁGUA .......................................................35
4.1. AS FONTES DE POLUIÇÃO DA ÁGUA E OS PRINCIPAIS POLUENTES..........................................................36
4.2. A CLASSIFICAÇÃO DA ÁGUA E OS PRINCIPAIS INDICADORES DE POLUIÇÃO .......................................... 37
4.3. PRINCIPAIS IMPACTOS DA POLUIÇÃO DA ÁGUA E AS MEDIDAS BÁSICAS DE CONTROLE ....................38
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................................39
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INTRODUÇÃO
As atividades humanas, cada dia mais intensas devido ao acentuado crescimento 
populacional e ao desenvolvimento industrial, têm resultado na produção de resíduos, na 
forma de energia ou de matérias sólidas, líquidas ou gasosas, os quais são lançados no ambiente, 
causando a poluição. 
Do ponto de vista ecológico, poluição é qualquer alteração da composição e das 
características do meio que cause perturbações nos ecossistemas, ou ainda, como uma interferência 
danosa nos processos de transmissão de energia. Consiste em distúrbios ambientais, fatos ou 
fenômenos desfavoráveis, que direta ou indiretamente prejudicam o meio.
A relação entre as fontes poluidoras e a atmosfera vai de� nir o nível de qualidade do 
ar, que determina, por sua vez, o surgimento de efeitos adversos da poluição do ar sobre os 
receptores,que podem ser o homem, os animais, os materiais e as plantas.
Assim como o ar, a água é um recurso natural essencial para a manutenção da vida no 
planeta. As atividades antrópicas relacionadas ao descarte indevido de e� uentes, uso inadequado 
de substâncias químicas, extração de recursos e modi� cação de condições físico químicas tem 
culminado para uma redução na qualidade da água, poluindo-a de diferentes maneiras e graus, 
causando consequências negativas tanto para os demais componentes da biosfera quanto para a 
própria sociedade humana. 
Os recursos hídricos apresentem condições físicas e químicas adequadas para utilização 
dos microrganismos. Eles devem conter substâncias essenciais à vida e estar isentos de outras 
substancias que possam produzir efeitos prejudiciais. 
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1 - UTIL IZAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS E A 
GERAÇÃO DE POLUENTES
Os recursos naturais do nosso planeta diminuíram consideravelmente nas últimas 
décadas. Os processos de industrialização, urbanização, agricultura e pecuária, aliados a ações 
de extração desenfreada de recursos, queimadas, desmatamento, poluição da água, solo e ar, 
tem potencializado os impactos ambientais, afetando direta e indiretamente nosso ecossistema. 
Recursos denominados não-renováveis, aqueles limitados e oferecidos apenas pelo próprio 
planeta, estão desaparecendo.
Poluição é de� nida com a alteração indesejável nas características físicas, químicas ou 
biológicas das estruturas da Terra (atmosfera, litosfera ou hidrosfera) que ocasione ou possa 
ocasionar prejuízo à saúde, à sobrevivência ou às atividades dos seres humanos e outras espécies, 
ou ainda dani� car materiais. Em � nalidade, especialmente do ponto de vista legal do controle da 
poluição, acrescentamos que o conceito de poluição deve ser associado às alterações indesejáveis 
provocadas pelas atividades e intervenções humanas no ambiente (BRAGA et al, 2005).
A poluição e por consequência os poluentes, são os resíduos gerados pelas atividades 
humanas, causadores de alterações indesejáveis no meio, e impacto ambientais extremamente 
negativo. A poluição está ligada à concentração, ou quantidade de resíduos presentes no ar, na 
água ou no solo. Para que se possa exercer o controle da poluição de acordo com a legislação 
ambiental, de� nem-se padrões e indicadores (BRAGA et al, 2005).
Quanto maior a abundância de riquezas maiores são as consequências
Países ricos e desenvolvidos, com processos de industrialização mais vigorosos, 
são consequentemente maiores geradores de poluentes. Um dos maiores poluen-
tes gerados pelas atividades humanas são os resíduos sólidos, por exemplo. A 
fi gura a seguir mostra a quantidade de resíduos gerados de acordo com o desen-
volvimento das nações.
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Figura 1 – A geração de resíduos diante da riqueza das nações. Fonte: Senado federal (2015).
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2 - A LE I DA CONSERVAÇÃO DAS MASSAS E A 
POLUIÇÃO
A lei da física chamada de “Lei da conservação da massa” explica muitos dos problemas que 
enfrentamos, entre eles a poluição ambiental. Segundo essa lei, qualquer sistema, seja químico ou 
físico, nunca se cria e nem elimina matéria, apenas ocorre a transformação da mesma. Portanto, 
nada é criado, e sim transformado.
Dessa forma, tudo que existe provém de matéria preexistente, só que em outra 
con� guração. Então tudo o que se consome apenas perde a forma original, e adquire outra. Tudo 
se realiza com a matéria já existente no planeta, apenas com retirada de materiais do solo, do ar 
ou da água, o transporte e a utilização desse material para a elaboração do insumo desejado, sua 
utilização pela população, e ao � nal do ciclo, sua disposição na Terra em outro formato, podendo 
muitas vezes ser reaproveitado. (BRAGA et al, 2005)
A lei da conservação de massa explica grandes problemas ambientais, como o caso da 
poluição, seja ela da água, solo ou ar. A matéria não pode ser consumida até sua eliminação 
completa, o que implica na geração de resíduos de todas as atividades dos seres vivos. Resíduos 
são indesejáveis a quem os eliminou, mas nada impede que esses materiais sejam reincorporados 
ao meio, e futuramente sejam reutilizados (BRAGA et al, 2005).
A natureza realiza o seu processo de reciclagem por meio dos ciclos biogeoquímicos. 
Esses processos reciclam constantemente os elementos químicos da natureza, “bio” vem dos 
seres vivos, “geo” signi� ca o ambiente terrestre, e “químico” dos elementos químicos. Quando 
a quantidade de poluentes gerados pelas atividades humanas tem um padrão maior do que a 
capacidade de reciclagem/recuperação do meio o ambiente entra em desequilíbrio. 
2.1. Os Ciclos Biogeoquímicos s a sua Importância para a 
Avaliação e Controle de Poluentes
Os ciclos biogeoquímicos são processos naturais que por diversas formas reciclam 
quimicamente elementos do meio ambiente para os organismos, e depois, fazem o processo 
contrário, ou seja, trazem esses elementos dos organismos para o meio ambiente. Água, carbono, 
oxigênio e nitrogênio, são alguns dos elementos que passam por esses ciclos, agregando todos os 
componentes vivos e não vivos da Terra. A matéria é constantemente reaproveitada na natureza.
Os ciclos estão intimamente relacionados com processos geológicos, hidrológicos 
e biológicos. O estudo desses ciclos se torna cada vez mais importante para avaliar impactos 
ambientais, por meio deles é possível saber os efeitos que uma substância (poluente) terá direta e 
indiretamente no meio ambiente e nos seres vivos.
2.1.1. O ciclo da água
O ciclo da água na natureza é fundamental para a manutenção da vida do planeta Terra, 
visto que vai determinar a variação climática e interferir no nível dos rios, lagos, mares, oceanos.
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Figura 2 - Ciclo da água. Fonte: Brasil escola (2018).
2.1.2. O ciclo do carbono
As ações humanas retiram o carbono armazenado nos depósitos fósseis in� uenciando 
no ciclo global do carbono, uma vez que essa retirada é feita em velocidade superior à absorção 
do carbono pelo seu ciclo natural. O aumento das concentrações de CO2 na atmosfera são 
potencializados, especialmente pelo fato de que estes depósitos são queimados como combustíveis, 
acelerando ainda mais o processo.
Ao longo dos anos com a destruição das � orestas, a capacidade de absorção de carbono 
está sendo reduzida. Em contrapartida têm aumentado a concentração de dióxido de carbono 
devido a extração e queima de petróleo, gás e carvão.
Figura 3 - Ciclo do carbono. Fonte: Estudo Prático (2014).
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2.1.3. Cic lo do oxigênio
O ciclo realizado pelo oxigênio é essencial à vida, pois quase que a totalidade dos seres 
vivos o utilizam na respiração, com exceção dos seres anaeróbios, como é o caso de algumas 
bactérias, por exemplo. O oxigênio é um dos gases que compõe a camada de ozônio, que protege 
a Terra dos raios ultravioletas. 
As plantas terrestres usam o gás carbônico (CO2) do ar como combustível para a 
fotossíntese e liberam oxigênio (O2) para a atmosfera. As plantas aquáticas usam carbonatos 
dissolvidos na água e liberam o oxigênio. Acontece ao contrário comos animais que respiram O2 
e liberam CO2, como é o caso do ser humano.
Figura 4 - Ciclo do oxigênio. Fonte: 100 Pipocas (2011).
2.1.4. Cicl o do nitrogênio
O nitrogênio é indispensável ao bom desenvolvimento das plantas e por consequência dos 
animais que as consomem, sejam herbívoros ou carnívoros. Não existindo compostos nitrogenados 
su� cientes para o desenvolvimento das plantas, utilizam-se fertilizantes industrializados
O excesso de nitratos e amônios no solo pelo uso de fertilizantes e também pela atividade 
animal, polui corpos d’água por meio da lixiviação dos solos, provocando ainda o aumento de 
nutrientes e crescimento elevado das algas, gerando um desequilíbrio chamado de eutro� zação.
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Figura 5 - C iclo do nitrogênio. Fonte: Brasil Escola (2018).
3 - A PREOCUP AÇÃO COM O MEIO AMBIENTE E A 
QUALIDADE DO AR
O recurso ar é utilizado pela população humana sem ponderações, trata-se de um recurso 
disponível livremente sem que seu uso implique qualquer encargo ou esforço. As quantidades 
utilizadas são enormes. Além dos usos metabólicos naturais do ar pelo homem, pelos animais e 
pela vegetação, e dos benefícios dos fenômenos naturais meteorológicos mais conhecidos, o ar 
tem outras utilizações consideráveis: comunicação, transporte, combustão, processos industriais 
e, principalmente, a utilização do ar como receptor e transportador de resíduos da atividade 
humana. (DERISIO, 2012)
O uso primordial do recurso natural ar é manter a vida e o bem-estar. Todos os outros usos 
devem sujeitar-se à manutenção de uma qualidade que não degradará aguda ou cronicamente 
a saúde ou o bem-estar humano. Outros aspectos a serem controlados diz respeito a estética e 
impacto econômico da poluição do ar e seu controle (FERNANDES, 2017).
O resultado do uso impróprio e indiscriminado, sobretudo em áreas geográ� cas limitadas 
ou con� nadas, provoca o surgimento da poluição do ar. Se de� ne como poluição do ar a presença 
ou o lançamento, no ambiente atmosférico, de substâncias em concentrações su� cientes para 
interferir direta ou indiretamente na saúde, os chamados poluentes (DERISIO, 2012).
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Poluente é um material presente na atmosfera, a partir de fontes naturais ou da ação 
humana, atingindo uma concentração ou um nível tal, que se observa qualquer efeito adverso à 
saúde ou bem-estar do homem, vida das plantas e dos animais e ainda materiais de valor para a 
sociedade, resultando em alterações do equilíbrio ecológico e físico do planeta (FERNANDES, 
2017).
Analisando as últimas décadas é possível constatar um aumento signi� cativo nas 
concentrações atmosféricas de substâncias perigosas, decorrente de atividades urbanas e 
industriais. Os poluentes atmosféricos causam efeitos verdadeiramente adversos, principalmente 
em locais com elevado grau de urbanização e atividade industrial intensa (FERNANDES, 2017).
Além da quantidade e do teor dos poluentes lançados na atmosfera, alguns fatores 
ambientais podem in� uir no processo de poluição do ar, como:
◆ Fontes de emissão de poluentes; tipos e quantidades de resíduos; período de emissão.
◆ Características climáticas do ambiente, tais como a velocidade e direção dos ventos e a 
estabilidade atmosférica, as quais podem contribuir para uma maior ou menor dispersão, 
transformação ou remoção dos poluentes.
◆ Condições topográ� cas do meio, in� uindo na circulação do ar. 
A temperatura da atmosfera decresce com a altura, � cando as camadas mais frias de ar 
sobre as camadas mais quentes. Ocorre um movimento ascendente do ar, a partir da superfície 
da terra, com o ar mais quente (mais leve) subindo e o ar mais frio (mais pesado) descendo. Este 
fenômeno contribui para a dispersão do ar, no sentido vertical. 
Em algumas regiões, quando ocorrem condições meteorológicas fora do comum, 
acontece o fenômeno inverso, ou seja, a temperatura do ar passa a ser maior nas camadas 
superiores, existindo a “inversão térmica”. Nessas situações, o movimento vertical do ar é 
prejudicado, formando uma camada estável. Os poluentes lançados na atmosfera concentram-se 
nas proximidades da superfície da terra, podendo resultar em grave problema de poluição.
Figura 6 - In versão térmica. Fonte: Ecycle (2018)
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3.1. As Font es de Poluição do Ar e os Principais Poluentes   
As principais fontes de poluição estão relacionadas as indústrias, incluindo as fábricas e 
outros processos, tais como a queima de combustíveis derivados do petróleo, em fornos caldeiras 
e outros processos de combustão. Outro grande responsável pela poluição do ar se refere ao 
setor de transportes, compreendendo os veículos automotores de vários tipos e o tráfego aéreo. A 
incineração do lixo, perdas, por evaporação, em serviços petroquímicos; queima de combustíveis 
para aquecimento de edi� cações, queima da vegetação (queimadas), e consumo de cigarro 
também são fatores contribuintes. 
Quando determinada a concentração de um poluente na atmosfera, está sendo medido 
o grau de exposição dos receptores (ser humano, animais, plantas e materiais) como resultado 
� nal do processo de lançamento desse poluente na atmosfera por suas fontes de emissão e 
suas interações na atmosfera, do ponto de vista físico (diluição) e químico (reações químicas) 
(DERISIO, 2012).
Um ponto importante a frisar é que as condições meteorológicas são determinantes a 
diluição dos poluentes, mesmo mantidas as quantidades de emissões. Devido a isso, a qualidade 
do ar piora durante os meses de inverno, quando as condições meteorológicas são avessas a 
dispersão dos poluentes. A avaliação da qualidade do ar deve ser limitada a um número restrito 
de poluentes, de� nidos em função de sua importância e dos recursos materiais e humanos 
disponíveis (DERISIO, 2012).
Os principais poluentes atmosféricos são:
• Compostos de enxofre (SO2, SO3, H2S, sulfatos).
• Compostos de nitrogênio (NO, NO2, NH3, HNO3, nitratos).
• Compostos orgânicos de carbono (hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos, cetonas e ácidos 
orgânicos).
• Monóxido de carbono e dióxido de carbono.
• Compostos halogenados (HCL, HF, cloretos, � uoretos).
• Material particulado (mistura de compostos no estado sólido ou líquido).
O quadro a seguir mostra as fontes e principais características dos poluentes na atmosfera 
elencados pela CETESB.
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Tabela 1 - Fon tes e características dos principais poluentes atmosféricos. Fonte: Fat Blue Cat (2012).
3.2. A Legislação Brasileira Para a Qualidade do Ar
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou em 2005 os padrões de qualidade do 
ar (PQAr). Segundo a publicação, os padrões podem variam de acordo com a abordagem adotada 
para equilibrar fatores como: riscos à saúde, viabilidade técnica, considerações econômicas e 
outros fatores políticos e sociais, que podem sofrer alterações diante de aspectos como o nível de 
desenvolvimento e da capacidade nacional de gerenciar a qualidade do ar (BRASIL, s.d.).
As orientações feitas pela OMS recomendam que os governos, ao formularem suas 
políticas de qualidade do ar, considerem as diferenças e circunstâncias locais para estabelecerem 
padrões nacionais de qualidade do ar (BRASIL, s.d.).
No Brasil, os padrões de qualidade do ar são estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 
491/2018, que revogou e substituiu a Resolução CONAMAnº 3/1990. Segundo esta Resolução, 
o padrão de qualidade do ar é um dos instrumentos de gestão da qualidade do ar, determinado 
como valor de concentração de um poluente especí� co na atmosfera, associado a um intervalo 
de tempo de exposição, para que o meio ambiente e a saúde da população sejam preservados em 
relação aos riscos de danos causados pela poluição atmosférica (BRASIL, 2018).
 Os padrões nacionais de qualidade do ar são divididos em duas categorias (BRASIL, 
2018):
I - padrões de qualidade do ar intermediários - PI: padrões estabelecidos como 
valores temporários a serem cumpridos em etapas; e
II - padrão de qualidade do ar � nal - PF: valores guia de� nidos pela Organização 
Mundial da Saúde - OMS em 2005;
A Resolução CONAMA nº 491/2018 traz ainda em seu artigo 4º a aplicação dos 
padrões de qualidade do ar estabelecidos:
“Art. 4º Os Padrões de Qualidade do Ar de� nidos nesta Resolução serão adotados 
sequencialmente, em quatro etapas.
§ 1º A primeira etapa, que entra em vigor a partir da publicação desta Resolução, 
compreende os Padrões de Qualidade do Ar Intermediários PI-1.
§ 2º Para os poluentes Monóxido de Carbono - CO, Partículas Totais em 
Suspensão - PTS e Chumbo - Pb será adotado o padrão de qualidade do ar � nal, 
a partir da publicação desta Resolução.
§ 3º Os Padrões de Qualidade do Ar Intermediários e Final - PI-2, PI-3 e PF 
serão adotados, cada um, de forma subsequente, levando em consideração os 
Planos de Controle de Emissões Atmosféricas e os Relatórios de Avaliação da 
Qualidade do Ar, elaborados pelos órgãos estaduais e distrital de meio ambiente, 
conforme os artigos 5º e 6º, respectivamente.
§ 4º Caso não seja possível a migração para o padrão subsequente, prevalece o 
padrão já adotado.
§ 5º Caberá ao órgão ambiental competente o estabelecimento de critérios 
aplicáveis ao licenciamento ambiental, observando o padrão de qualidade do ar 
adotado localmente.
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 Os parâmetros regulamentados pela legislação ambiental são: partículas totais em 
suspensão (PTS), fumaça, partículas inaláveis (MP10 e MP2,5), dióxido de enxofre (SO2), monóxido 
de carbono (CO), ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2) e chumbo (PB). Segue a seguir os 
Anexos 1, 2 e 3 da Resolução CONAMA n° 491/2018 que determina os padrões de qualidade do 
ar, conteúdo mínimo para o relatório de avaliação de qualidade do ar e níveis de atenção, alerta e 
emergência para poluentes e suas concentrações, respectivamente.
Tabela 2 - Anex o 1 - Padrões de qualidade do ar. Fonte: Brasil (2018).
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Tabela 3 - Anexo II – Conteúdo mínimo para o relatório avaliação da qualidade do ar. Fonte: Brasil (2018).
Tabela 4 - Anexo I II - Níveis de atenção, alerta e emergência para poluentes e suas concentrações. Fonte: Brasil 
(2018).
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3.3. Principais I mpactos da Poluição do Ar e Medidas Bási-
cas de Controle
Entre os principais impactos que a poluição do ar causa podemos citar: danos a 
materiais, tais como corrosão do ferro, aço e mármore; deterioração da borracha, de produtos 
sintéticos e tecidos; sujeira de roupas, prédios e monumentos. Existem ainda danos vegetais 
como a descoloração de folhas e � ores, queda de folhas falhas na � oração e produção de frutos, 
malformação e até mesmo a morte de plantas. 
Na população animal, a poluição do ar é responsável pelo aumento do número de casos 
de doenças respiratórios, envelhecimento precoce, incidências de câncer de pele e muitas outras 
patologias. 
O controle da poluição atmosférica, principalmente nas grandes cidades ou centros 
industriais, torna-se necessário para garantir uma qualidade satisfatória ao ar. Entre as principais 
medidas de controle, destacam-se:  
• Localização adequada de industrias, com relação às residências e a outros usos sensíveis, 
exigindo-se um afastamento conveniente, em função do potencial de poluição da fonte.
• Instalação de equipamentos de retenção de poluentes, nas indústrias e outras fontes de 
poluição da fonte.
• Controle da emissão de gases a partir dos veículos, por meio de novas técnicas de 
fabricação que conduzam a uma menor produção de poluentes atmosféricos.
• Utilização maior do transporte coletivo, nas grandes cidades, em substituição ao 
transporte individual.
• Melhoria do sistema de transporte urbano, buscando-se um � uxo mais rápido dos 
veículos, o que resultará numa menor quantidade de poluentes lançados na atmosfera.
• Controle da queima do lixo e de outros materiais; nos incineradores de resíduos sólidos, 
devem ser instalados dispositivos de controle da emissão de poluentes.
4 - A PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE E A 
QUALIDADE DA ÁGUA
A água potável é um recurso natural � nito e sua quantidade diária disponível, diminui 
a cada dia com o crescimento da população mundial e com a degradação de nascentes. Diante 
disso, se faz necessário o desenvolvimento de ferramentas de avaliação e controle que orientem a 
gestão no sentido de diminuir os impactos relacionados aos recursos hídricos (LIRA; CANDIDO, 
2013).
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Segundo a ONU, o consumo da água dobrou em relação ao crescimento populacional 
no último século. Em função dos consideráveis progressos sociais e industriais obtidos 
pela humanidade na atualidade, pode-se enumerar, entre outros, os seguintes usos da água: 
abastecimento urbano, irrigação, piscicultura, geração de energia elétrica, controle de cheias, 
regularização de vazão, diluição de esgotos e preservação da � ora e fauna. Em consequência 
dos diversos usos dos recursos hídricos e do crescimento populacional, a escassez de água tem 
originado con� itos e problemas frequentes em muitas regiões do mundo (LIRA; CANDIDO, 
2013).
Os recursos hídricos atendem as diferentes necessidades humanas, ocupando 75% da 
superfície do nosso planeta. Antes esses recursos eram considerados um bem in� nito, somente 
com o passar dos anos é que começou a despertar a consciência dessa limitação. Do volume total 
de água no planeta, 97% são salgadas e estão nos oceanos e mares, e outros 2% estão armazenados 
nas geleiras, em lugares quase inacessíveis. Apenas 1% de toda água do planeta está disponível 
para o uso e desta, menos de 0,02% é água doce super� cial (LIRA; CANDIDO, 2013).
Em 2006, a Organização das Nações Unidas revelou que 15 milhões de crianças 
morrem todo ano por falta de água potável; 80% das doenças e 30% dos óbitos que ocorrem 
no mundo estão relacionados a água contaminada. 50% da taxa de doenças e morte nos países 
em desenvolvimento ocorrem por falta de água ou pela sua contaminação. Nestes países, para 
cada 1.000 litros de água utilizados, outros 10 mil são poluídos, 1,1 bilhão de pessoas em todo o 
mundo não têm acesso a água potável, e numa projeção para o ano de 2025 um total de 1,8 bilhão 
de pessoas de diversos países viverão em absoluta falta de água, o que equivale a mais de 30% da 
população mundial (LIRA; CANDIDO, 2013). 
É necessário criar instrumentos de gestão e políticas que venham preservar os recursos 
hídricos de forma mais efetiva e com maior agilidade, no sentido de prevenir uma crise maior 
quanto a falta da água em um futuro mais próximo.
4.1. As Fontes de Poluição da Água e os Principais Poluentes
A poluição da água possui duas fontes geradoras:
◆ PONTUAL: descarga de e� uentes a partir de indústrias e deestações de tratamento de 
esgoto. São bem localizadas, fáceis de identi� car e de monitorar.
◆ DIFUSA: escoamento super� cial urbano, escoamento super� cial de áreas agrícolas e 
deposição atmosférica. Espalham-se por toda a área, são difíceis de identi� car e tratar.
As principais fontes de poluição das águas super� ciais são:
• Esgoto doméstico.
• E� uentes industriais.
• Águas pluviais, carreando impurezas do solo ou contendo esgotos lançados nas galerias.
• Resíduos sólidos (lixo).
• Pesticidas.
• Fertilizantes.
• Detergentes.
• Precipitação de poluentes atmosféricos (sobre o solo ou a água).
• Alteração nas margens dos mananciais, provocando carreamento do solo, como 
consequências da erosão.
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As principais fontes de poluição das águas subterrâneas são:
• In� ltração de: 
◉ Esgotos a partir de sumidouros ou valas de in� ltração (fossas sépticas). 
◉ Esgotos depositados em lagoas de estabilização ou em outros sistemas de 
tratamento usando disposição no solo. 
◉ Esgotos aplicados no solo em sistemas de irrigação. 
◉ Águas contendo pesticidas, fertilizantes, detergentes e poluentes atmosféricos 
depositados no solo. 
◉ Outras impurezas presentes no solo.
◉ Águas super� ciais poluídas.
• Vazamento de tubulações ou depósitos subterrâneos.
• Percolação do chorume resultante de depósitos de lixo no solo.
• Resíduos de outras fontes: cemitérios, minas, depósitos de materiais radioativos.
4.2. A Classificaç ão da Água e os Principais Indicadores de 
Poluição
A Resolução CONAMA 357/2005 dispõe sobre a classi� cação dos corpos de água e 
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de 
lançamento de e� uentes, e dá outras providências. Ficam assim de� nidas:
I - Águas doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 %. 
II - Águas salobras: águas com salinidade superior a 0,5 % e inferior a 30 %.
III - Águas salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30 %.
As águas de� nidas como doces, salobras e salinas sofrem subclassi� cações de acordo com 
o uso para o que poderão ser destinadas. E os padrões de qualidade da água e de lançamento de 
e� uentes variam de acordo com essas classi� cações.
Os principais indicadores da poluição da água são:
◆ Matéria Orgânica - DBO, DQO e OD (mg/l).
◆ Sólidos - SS e RS (ml/l); turbidez (unt).
◆ Ácidos e Álcalis – pH.
◆ Bactérias - IC (coli/100 ml).
◆ Óleos e Gorduras - OG (mg/l).
◆ Nitratos - NO3 (mg/l).
◆ Fosfatos - PO4 (mg/l).
◆ Temperatura - T (°C).
◆ Metais – Metais (mg/l).
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A Resolução 357, de 17 de março de 2005, dispõe sobre a classifi cação dos cor-
pos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como esta-
belece as condições e padrões de lançamento de efl uentes, e dá outras providên-
cias. As seções II, III e IV do Capítulo III estabelecem as Condições e Padrões de 
Qualidade das águas doces, salinas e salobras respectivamente.
A Resolução no 430, de 13 de maio de 2011, dispõe sobre as condições e padrões 
de lançamento de efl uentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 
de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. As se-
ções II e III do capítulo II estabelecem as Condições e Padrões de Lançamento 
de Efl uentes e os Padrões para Efl uentes de Sistemas de Tratamento de Esgotos 
Sanitários.
4.3. Principais Im pactos da Poluição da Água e as Medidas 
Básicas de Controle
Os poluentes, quando presentes na água, podem resultar em danos ao homem, às outras 
formas de vida e ao próprio ambiente aquático, tais como:  transmissão de doenças ao homem, 
por meio dos microrganismos patogênicos; malefícios causados ao homem e animais aquáticos, 
pelos produtos químicos tóxicos; redução da quantidade de oxigênio dissolvido na água, como 
consequência da intensa atividade das bactérias aeróbicas no consumo da matéria orgânica, 
resultando na morte de peixes e de outros organismos aquáticos; inconvenientes relativos ao uso 
da água para banhos e outras práticas recreativas; prejuízos ao abastecimento industrial e aos 
outros usos da água; danos às propriedades marginais, com re� exos na agricultura e na irrigação, 
causando a desvalorização dessas áreas; proliferação excessiva de algas e de vegetação aquática, 
processo conhecido como eutro� zação (excesso de nutrientes na água).
Sendo a água um recurso natural indispensável ao homem, é imprescindível que a sua 
qualidade seja preservada, por meio de medidas de controle da poluição. O controle da poluição 
da água deve ser essencialmente preventivo, surgindo como medida mais e� caz a execução de 
sistemas sanitários de coleta e tratamento de esgotos domésticos e industriais.
Nas cidades, a construção de redes coletoras e de estações de tratamento de esgotos 
domésticos e industriais representa a melhor forma de evitar que esses resíduos alcancem os 
recursos hídricos de modo não-sanitário. Outras medidas devem ser adotadas visando ao 
controle da poluição da água:  
• Afastamento adequado entre sistemas de fossas e poços.
• Controle do chorume produzido em aterros de resíduos sólidos, evitando que os 
mesmos alcancem os recursos hídricos.
• Preservação das áreas vizinhas aos recursos hídricos super� ciais, por meio da adoção de 
faixas de proteção marginais, as quais devem ser mantidas com vegetação.
• Controle da aplicação de pesticidas e fertilizantes.
• Disciplinamento do uso do solo nas proximidades dos recursos hídricos, evitando-se as 
atividades que possam resultar na poluição da água.
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5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Do ponto de vista ecológico, poluição é qualquer alteração da composição e das 
características do meio que cause perturbações nos ecossistemas, ou ainda, como uma 
interferência danosa nos processos de transmissão de energia. Consiste em distúrbios ambientais 
consubstanciados em fatos ou fenômenos desfavoráveis, diretos ou indiretos. 
Os primeiros distúrbios compreendem ataques à saúde e aos bens, como a promoção de 
deslocamentos populacionais ou o desequilíbrio social, ou ainda, implicações na qualidade de 
vida, como a poluição sonora e estética, entre outros inconvenientes. Os distúrbios ambientais 
indiretos incluem intromissões nos sistemas biológicos naturais, como a diminuição da 
fotossíntese pela poluição atmosférica.
Atualmente existem leis que � scalizam e proíbem qualquer tipo de destinação incorreta de 
dejetos e poluentes em geral, mas ainda são muitas as situações em que isso acontece, a � scalização 
do nosso país é de� ciente, a condição socioeconômica de parcela da população é precária e a 
consciência ambiental de parte considerável da sociedade e dos governantes é inexistente.
Tem sido criado métodos para a melhora da qualidade do ar, e tratamento da água, 
legislação especí� ca, comitês, entre outras medidas. No entanto, o processo de mudança cultural 
é extremamente lento e gradual. Portanto, é necessário criar instrumentos de gestão e políticas 
que venham preservar os recursos naturais de forma mais efetiva e com maior agilidade, no 
sentido de prevenir um colapso maior quanto a falta da água e a contaminação total do ar em um 
futuro próximo.
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UNIDADE
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................42
1 - A PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE E QUALIDADE DO SOLO ...........................................................43
1.1. A

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