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HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO Aula 3- Os projetos de saneamento político e econômico: os primeiros governos civis e a pacificação dos militares (1894 – 1902). Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO Conteúdo Programático (1): Identificar as diferenças entre os dois primeiros governos civis dos governos militares; Relacionar os primeiros governos civis com o fortalecimento do princípio do “soldado profissional”: profissional obediente e político não-ativo; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO Conteúdo Programático (2): Identificar as principais características da “rotinização do poder” que marcou os primeiros governos civis; Relacionar os conflitos entre “jacobinos” e governos civis com o projeto de desmilitarização da política; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A REPÚBLICA (1/5) Algumas considerações a respeito do novo regime: O sistema jurídico implantado com a República permitia a existência de um Estado democrático; Entretanto, as elites dirigentes não permitiam o compartilhamento do Poder com novos grupos que, teoricamente, teriam assegurada sua participação no processo político; A elite dirigente / proprietária aspirava uma democracia liberal do ponto de vista ideológico, mas, na prática, restringia a representação política aos seus representantes; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A REPÚBLICA (2/5) O novo Estado republicano era ambíguo, contraditório, sendo, a um só tempo, oligárquico e liberal; Tal contradição explica-se por ser um país economicamente periférico, dependente do mercado exterior para seu desenvolvimento; Essa condição era responsável pela imposição, em seu passado histórico, de princípios liberais, políticos e econômicos, vigentes nas relações internacionais; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A REPÚBLICA (3/5) O capitalismo do século XIX vinculou-se ao liberalismo, ao laissez-faire; Tal vinculação baseava-se na crença no direito inalienável dos homens determinarem os limites da interferência do Estado nas relações econômicas e políticas; Tal princípio se constituiu no amparo ideológico e institucional das nações mais poderosas do período; Sendo adotado pelas nações mais fracas, reproduziu e instalou o sistema de desigualdade que já existia nas relações comerciais entre países; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A REPÚBLICA (4/5) As normas liberais que regiam o quadro político-econômico brasileiro não eram produto apenas de imposições externas; A elite proprietária, adepta da lógica do liberalismo econômico, soube reformular o princípio do Estado não intervencionista pela tomada de medidas de dirigismo econômico quando foi necessário defender seus interesses, como veremos ao estudar os mecanismos de defesa do café. A Constituição de 1891 foi elaborada nos moldes da Constituição norte-americana, criando, na teoria, um Estado democrático e a absorção de um liberalismo político e econômico; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A REPÚBLICA (5/5) O liberalismo já era uma doutrina perseguida por uma parte da elite ainda nos tempos coloniais; Mas, em termos de prática política, o sistema liberal não poderia se efetivar em todo o país: a inclusão dos diversos grupos sociais pressionaria os fundamentos da estrutura de poder necessários à manutenção do sistema produtivo monocultor-latifundiário; A proclamação da República pode ser entendida como uma fórmula de sobrevivência utilizada pela sociedade agrária que passa a monopolizar o uso do poder em nome da nação. Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO O GOVERNO PRUDENTE DE MORAIS 1/4 Primeiro presidente civil da República, assumiu o governo em 15.11.1894; No dia 16 fez publicar um manifesto em “O Paíz” onde creditava ao seu antecessor a pacificação e consolidação da República; Prudente José de Morais e Barros MODELO DE MOLDURA PARA IMAGEM COM ORIENTAÇÃO VERTICAL Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO O GOVERNO PRUDENTE DE MORAIS (2/4 ) Pela leitura desse manifesto, entende-se que o novo presidente considerava a República consolidada; Fiel ao princípio do “soldado profissional”, o novo presidente reduziu efetivos, promoveu oficiais contrários à participação do exército na política, além de outras medidas que desagradaram os jacobinos e geraram constantes conflitos entre forças armadas e civis; O general Jacques Ouriques, também contribuiu para a diminuição das agitações ao assumir a direção da Escola Militar da Praia Vermelha; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO O GOVERNO PRUDENTE DE MORAIS (3/4 ) A Escola Militar da Praia Vermelha havia sido um dos focos de apoio a Floriano Peixoto e, também, um foco de agitações político-militares; Foi fechada em 1904, devido à participação de seus alunos na Revolta da Vacina, que será estudada numa das próximas aulas; Durante o seu governo, pacificou o Rio Grande do Sul para acabar com a Revolução Federalista (1893 – 1895) e enfrentou a Guerra de Canudos (1896-1897); Em 1897 enfrentou um motim na Escola Militar da Praia Vermelha, inflamada pelos acontecimentos de Canudos e a política de Morais; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO O GOVERNO PRUDENTE DE MORAIS (4/4 ) Por conta das agitações político-militares sofreu um atentado em 5 de novembro de 1897 onde veio a falecer o seu ministro da Guerra, marechal Bittencourt; As ações tomadas no sentido de reduzir ou eliminar a participação militar na política e as duras derrotas sofridas pelo exército na campanha de Canudos valeram à Prudente de Morais sua identificação com os monarquistas, por parte de seus adversários políticos; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A REVOLUÇÃO FEDERALISTA (1/6) Presidente provisório do RGS e dirigente do Partido Republicano Rio Grandense; Apoiou o golpe de Deodoro e foi afastado com a queda do marechal; Demétrio Ribeiro era o sucessor natural, chefe de uma dissidência republicana; JÚLIO PRATES DE CASTILHO MODELO DE MOLDURA PARA IMAGEM COM ORIENTAÇÃO VERTICAL Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A REVOLUÇÃO FEDERALISTA (2/6) Sem muita força eleitoral, seu grupo une-se a alguns membros do Partido Liberal, que também estava sem força política e que fora liderado, no Império, por Gaspar Silveira Martins; Surge o Partido Federalista Brasileiro. Em consequência dessa composição partidária, o governo gaúcho é entregue a um triunvirato; O triunvirato se dissolve e assume o gen. Barreto Leite; Gaspar Silveira Martins retorna do exílio e assume o Partido Federalista Brasileiro, opondo-se ao governo do Estado e a Demétrio Ribeiro, que perdia a chefia desse Partido; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A REVOLUÇÃO FEDERALISTA (3/6) Inicialmente, Floriano permanece neutro entre os 2 grupos republicanos: o de Castilhos e de Ribeiro; Mas, quando Demétrio Ribeiro firma acordo com Gaspar Silveira Martins com vistas à eleição para o governo do RGS, Floriano dá seu apoio aos republicanos de Júlio de Castilhos; Essa decisão baseava-se no fato de Silveira Martins defender um plebiscito sobre a forma de governo para o país e também na necessidade de Floriano do apoio da grande bancada republicana que o RGS tinha no Congresso; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A REVOLUÇÃO FEDERALISTA (4/6) Com isso, o governo federal dispensava ao grupo republicano de Júlio de Castilhos um tratamento diverso do dispensado aos outros grupos de outros estados que apoiaram o golpe de Deodoro; Em 1892 os republicanos de Júlio de Castilhos retomam o poder no estado do RGS; A reação dos adversários federalistas (gasparistas) não demorou e tem início a guerra civil que ficou conhecida como Revolução Federalista e que só terminaria em 1895, no governo de Prudente de Morais; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A REVOLUÇÃO FEDERALISTA (5/6) Como já falado, Prudente de Morais tomou a iniciativa de pacificar o RGS, mesmo à revelia de Júlio de Castilhos; Os revoltosos federalistas negociam com o governo federal um armistício e um acordo pelo qual todos seriam anistiados e a Constituição do RGS seria revista para permitir a reeleição do presidente (governador) do estado; Castilhos rompe com o negociador do governo federal e afasta-se de Prudente de Morais mas, ele mesmo vai procurar restabelecer a ordem pública no RGS; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A REVOLUÇÃO FEDERALISTA (6/6) A pacificação é completada com a aprovação, pelo Congresso, da anistia geral aos federalistas; As relações entre o presidente da República e a política republicana rio-grandense, entretanto, se enfraqueceram. Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO RESUMO DO GOVERNO PRUDENTE DE MORAIS Prudente de Morais não conseguiu passar ao seu sucessor uma República pacificada; No Congresso, as bancadas estaduais se digladiavam para obter melhores benefícios do governo federal para seus estados; A situação econômica e financeira do país era de grave crises condições econômicas e financeiras; Campos Sales, presidente do estado de São Paulo, é eleito o novo presidente da República. Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO O GOVERNO CAMPOS SALES Tomou posse em 15.11.1898 e governou até 1902; Pode-se dizer que o governo Campos Sales ficou conhecido por 2 grandes iniciativas: A “Política dos Governadores; A renegociação de nossa dívida (“funding loan”); Manuel Ferraz de Campos Sales MODELO DE MOLDURA PARA IMAGEM COM ORIENTAÇÃO VERTICAL Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A POLÍTICA DOS GOVERNADORES (DOS ESTADOS) (1/5) Vereadores, deputados, senadores, vice-presidentes e presidentes da República tinham seus diplomas reconhecidos pelo Poder Legislativo, não pelo Poder Judiciário; Controlar a Comissão de Verificação de Poderes das Câmaras Municipais, Assembléias Legislativas Estaduais e Congresso Nacional significava dominar as eleições; Os desacordos entre estados e governo federal representavam uma ameaça constante de intervenção armada por este último, garantida pela Constituição; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A POLÍTICA DOS GOVERNADORES (2/5) A Política dos Governadores surge para evitar o perigo de um fracionamento do Congresso; Sales vai buscar apoio das bancadas de MG, SP e BA; O Regimento Interno do Congresso determinava que o mais velho dos diplomados assumisse interinamente a presidência da Câmara que, por sua vez, nomearia uma comissão que faria a lista de deputados presumivelmente legítimos; A proposta de mudança desse Regimento, alteraria um pouco as coisas; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A POLÍTICA DOS GOVERNADORES (3/5) Pela mudança, o presidente da Câmara seria o presidente interino na legislatura posterior “por estar identificado com os problemas do Congresso”; O ponto-chave da Política dos Governadores era que a representação parlamentar de cada estado no Congresso seria a do grupo regional dominante. Isto acabava com qualquer oposição política ao governo federal; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A POLÍTICA DOS GOVERNADORES (4/5) Por esse arranjo político, os presidentes de estado controlariam as eleições legislativas de modo a que só os candidatos de sua base de apoio chegassem ao Congresso Nacional; Em troca, o governo federal dava toda autonomia aos governos estaduais, incluindo ajudas financeiras; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO A POLÍTICA DOS GOVERNADORES (5/5) Dentro da Política dos Governadores é necessário identificar outros elementos que fizeram parte desse processo: Voto de cabresto /curral eleitoral; Coronelismo Degola Política do Café-com-Leite. Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO “FUNDING LOAN” (1/2) O governo republicano herdara do Império uma dívida externa que consumia grande parte da balança comercial do país; Ao longo da década de 1890 a situação se agrava com o aumento do déficit público causado, entre outras coisas, pelo “encilhamento”; Com constantes empréstimos internacionais, a dívida externa cresceu 30% entre 1890 e 1897; Em junho de 1898, ainda na gestão de Prudente de Morais, foi acertado o funding loan, um empréstimo no valor de nossa dívida; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO “FUNDING LOAN” (2/2) O governo brasileiro deu as receitas da alfândega do Rio de Janeiro e ficou proibido de contrair novos empréstimos até 1901; Comprometeu-se, ainda, a seguir um duro programa de austeridade econômica com a restrição interna de crédito e corte de gastos públicos; Tal “pacote econômico” foi muito impopular e comprometeu a credibilidade do governo junto à sociedade; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO RESUMO DO GOVERNO CAMPOS SALES (1/3) Promoveu a consolidação da Republica liberal-oligárquica; Reestruturou a economia que vinha em crise desde os últimos anos da Monarquia; Estabilizou as relações entre Legislativo e Executivo; A repressão às manifestações políticas dos militares continuou, principalmente com relação aos alunos da Escola Militar da Praia Vermelha, assim como o afastamento de oficiais que insistiam em participar da política de dentro da caserna; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO RESUMO DO GOVERNO CAMPOS SALES (2/3) Campos Sales entregou o governo ao seu sucessor, o também paulista Rodrigues Alves, certo de que a República navegava agora em águas mais tranquilas, começando a viver um período de relativa prosperidade trazida pela exportação do café; Entretanto, seu pacote econômico lhe trouxe muita rejeição, principalmente nas camadas mais baixas da população; Alguns autores contam que a população dos subúrbios acorreram às estações por onde o trem de Sales iria passar, rumo a SP, para vaiá-lo; Tema da Apresentação Saneamento Político e Econômico– Aula 3 HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO RESUMO DO GOVERNO CAMPOS SALES (3/3) Se a República estava mais estável, não quer dizer que estava livre de contestações por parte das camadas mais baixas da população, alijada do processo político; Essas contestações, fruto da falta de participação política e das dificuldades trazidas pelo pacote econômico de Campos Sales, explodiriam no governo seguinte, como veremos nas próximas aulas. Tema da Apresentação
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