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Resposta - Quinta lista de exercícios 1. Em um gráfico cuidadosamente legendado, trace a curva de oferta agregada dinâmica. Explique por que ela tem a inclinação apresentada no gráfico. A curva de oferta agregada dinâmica é devida da equação de Philips: 𝜋𝑡 = 𝜋𝑡−1 + ∅(𝑌𝑡 − �̅�𝑡) + 𝑣𝑡 A inclinação ascendente reflete a curva de Philips, quanto maior o hiato do produto (diferença entre o produto efetivo e o produto potencial) maior a inflação. Porém, o ajuste nos níveis de preços não é tão rápido, por isso a curva é positivamente inclinada. Quanto maior ∅, maior a rapidez dos ajustes nos preços por parte das empresas, mais inclinada a curva. Deslocamentos na curva acontecem quando ocorrem mudanças na inflação passada e no produto potencial e quando há choques de oferta: Um aumento em 𝜋𝑡−1 e em 𝑣𝑡 desloca a curva de OAD para cima; Um aumento no produto potencial desloca a curva para baixo. Inflação (𝜋) Produto (Y) OADt 2. Em um gráfico cuidadosamente legendado, trace a curva de demanda agregada dinâmica. Explique por que ela tem a inclinação apresentada no gráfico. A inflação da curva de demanda agregada dinâmica é negativa porque quando a inflação aumenta, o banco central reage a esse aumento (segue a sua política de regra monetária) aumentando a taxa de juros nominal mais que o aumento da inflação, de tal forma que a taxa de juros real também aumenta, diminuindo o investimento e o consumo, consequentemente a demanda de bens e serviços. Deslocamentos da curva DAD: – Aumentos em 𝜖𝑡 (mudanças na política fiscal e mudanças exógenas no investimento e consumo) desloca a curva para a direita. – Aumento da meta de inflação (mudança na política monetária), desloca a curva de DAD para direita. Bacen segue uma política monetária expansionista, diminuindo taxa de juros nominal e real, estimulando a demanda por bens e serviços. – Alteração no produto potencial desloca a curva para cima. Inflação (𝜋) Produto (Y) DADt 3. Um determinado banco central tem um novo dirigente que decide elevar de 2 para 3% a meta de inflação. Usando um gráfico do modelo dinâmico de DA-OA, demonstre o efeito dessa mudança. O que acontece com a taxa de juros nominal imediatamente após a mudança da política e no longo prazo? Explique. Logo após a mudança da meta de inflação, a taxa de juros nominal diminui (pois agora a inflação corrente é menor que a nova meta de inflação), reduzindo a taxa de juros real, aumentando consumo e investimento, consequentemente aumentando a demanda agregada por bens e serviços. Com a inflação corrente se aproximando da meta, as taxas de juros (real e nominal) vão aumentando até se estabilizar no nível de pleno emprego. Quando a economia alcançar o pleno emprego, a taxa de juros real será igual a taxa natural de juros (não altera, independentemente do valor da inflação estipulada como meta). 𝒓𝒕 = 𝝆 Já a taxa de juros nominal no longo prazo será maior com a nova meta de inflação, pois ela é igual a nova meta de inflação mais a taxa natural de juros. Assim, no longo prazo: 𝒊𝒕 = 𝝅 ∗𝒕+ 𝝆 𝒊𝒕 = 𝟑 + 𝝆 Antes era: 𝒊𝒕 = 𝟐 + 𝝆 F C B A OAD t-1,t 𝜋 Y DADt-1 π* = 2% π* = 3% Yp DADt, t+1, t+2... OAD t+1 OAD Final Explicando o gráfico: Inicialmente, no período t, quando o banco central aumenta a meta de inflação, ocorre um aumento no produto e na inflação, pois ele diminui a taxa de juros nominal. No período seguinte, t + 1, a curva de oferta agregada dinâmica desloca para cima, porque a inflação esperada aumenta, e o equilíbrio ocorre no ponto C. Ao longo do tempo, a curva de oferta agregada dinâmica vai se deslocando gradativamente para cima, pois há níveis de inflação esperada maiores. O equilíbrio de longo prazo ocorrerá no ponto F. 4. Um determinado banco central tem um novo dirigente que decide intensificar a resposta das taxas de juros à inflação. De que modo essa mudança na política altera a reação da economia a um choque na oferta? Apresente sua resposta sob a forma de um gráfico e uma explicação econômica mais intuitiva. Regra da política monetária: 𝑖𝑡 = 𝜋𝑡 + 𝜌 + 𝜃𝜋(𝜋𝑡 − 𝜋𝑡 ∗) + 𝜃𝑦(𝑌𝑡 − �̅�𝑡) Se o banco central decide intensificar a resposta das taxas de juros à inflação, o 𝜃𝜋 será maior, tornando a curva de DAD menos inclinada. A variabilidade na inflação será menor que a variabilidade no produto, ou seja, os dirigentes estão mais preocupados em manter a estabilidade da inflação do que do produto. Explicação econômica: como o banco central possui maior reação às pressões inflacionárias, um aumento da inflação, derivado do choque de oferta, fará com πt π* OAD t-1 𝜋 Y DADt-1,t,t+1... OAD t Yp Yt Choque de oferta, desloca a curva para cima que o banco central aumente muito a taxa de juros nominal, bem acima do aumento da inflação, aumentando também a taxa de juros real. Esse aumento na taxa de juros real provocará uma queda acentuada no investimento e consumo, diminuindo de forma mais acentuada a demanda agregada, provocando maior recessão. Assim, o impacto do choque de oferta será bem maior na produção (queda) do que na inflação (aumento). 5. Suponha que a regra para a política monetária apresente uma taxa de juros natural equivocada. Ou seja, o banco central segue a seguinte regra: 𝑖𝑡 = 𝜋𝑡 + 𝜌′ + 𝜃𝜋(𝜋𝑡 − 𝜋 ∗) + 𝜃𝑦(𝑌𝑡 − �̅�) em que ρ′ não é igual a ρ, a taxa natural de juros na equação da demanda de bens. O restante do modelo DA-OA é o mesmo que foi apresentado neste capítulo. Qual é a implicação desse equívoco nas tomadas de decisão do banco central? Quando o banco central trabalha equivocadamente com uma taxa natural de juros, ao estabelecer a taxa de juros nominal com base na equação da regra de política monetária, ela também será equivocada, com consequência na inflação. Exemplo de ρ′ maior que ρ: Nesse caso, o banco central irá estabelecer uma taxa de juros maior do que deveria ser, acarretando no curto prazo uma maior contração do produto e no longo prazo a inflação ficaria menor que a meta estabelecida. Exemplo de ρ′ menor que ρ: Nesse caso, o banco central irá estabelecer uma taxa de juros menor do que deveria ser, acarretando no curto prazo uma expansão do produto e no longo prazo a inflação ficaria maior que a meta estabelecida. Observação: no longo prazo o produto efetivo se iguala ao produto potencial, porém, a inflação não ficará igual a meta. 6. “Se um determinado banco central deseja alcançar taxas de juros nominais mais baixas, é preciso aumentar a taxa de juros nominal.” Explique de que modo essa afirmativa faz sentido. Taxas de juros nominais mais baixas são alcançadas com metas inflacionárias mais baixas. Porém, quando o banco central reduz a sua meta de inflação, num primeiro momento, as taxas de juros nominais aumentam, em resposta a regra de política monetária. 𝑖𝑡 = 𝜋𝑡 + 𝜌 + 𝜃𝜋(𝜋𝑡 − 𝜋 ∗) + 𝜃𝑦(𝑌𝑡 − �̅�) Tal fato acarreta uma diminuição da demanda devido à queda do investimento e consumo, diminuindo a inflação. Porém, a oferta agregada se ajusta a nova inflação se deslocando gradualmente para baixo. No final, a inflação se estabiliza na meta, o produto no nível de pleno emprego, a taxa de juros real no nível da taxa natural de juros e a taxa de juros nominal em um nível mais baixo Gráfico: ver slides e livro. 7. Até agora só foram analisados casos de choque temporário na demanda por bens e serviços. Suponha, no entanto, que a demanda agregada aumentasse permanentemente. a. O que aconteceria com a economia ao longo do tempo? Em particular, a taxa de inflação retornariaa sua meta no longo prazo? Por que sim ou por que não? (Dica: Para responder essas questões elabore um gráfico do modelo dinâmico de OA e DA). b. De que modo o banco central poderia alterar sua regra para a política a fim de lidar com essa questão? Com a diminuição da meta de inflação, esse termo fica positivo, aumentando it. Letra a: Porém, em algum período no tempo (longo prazo), devido a política restritiva no banco central (taxa de juros cada vez maiores), o produto se aproximará do produto potencial, porém, com uma inflação bem maior que a meta. Letra b: O banco central poderia aumentar a sua meta de inflação ou aumentar a sua reação aos desvios da inflação em relação à meta. Entretanto, o governo também poderia promover uma diminuição dos seus gastos e/ou aumento dos impostos. Como a inflação passada é sempre maior, a curva de OAD se deslocará sucessivamente. OAD t-1,t 𝜋 Y DADt-1 π* DADt, t+1,final OAD t+1 OAD t+2 Yp 8. Suponha que um determinado banco central não satisfaça o princípio de Taylor; ou seja, ϴπ é menor do que zero. Use um gráfico para analisar o impacto de um choque na oferta. Essa análise contradiz ou reforça o princípio de Taylor como diretriz para o desenho da política monetária? Reforça o princípio de Taylor, pois a inflação será sempre maior. 9. Suponha que as expectativas de inflação da população estejam sujeitas a choques aleatórios. Ou seja, em vez de ser meramente adaptativa, a inflação esperada no período t, conforme vista no período t – 1, é igual a Et – 1πt = πt – 1 + ηt – 1, em que ηt – 1 corresponde a um choque aleatório. Esse choque é geralmente igual a zero, mas se desvia de zero quando algum evento que não seja a inflação passada faz com que a inflação esperada se modifique. De maneira análoga, Etπt + 1 =πt + ηt. a. Derive tanto a equação de demanda agregada dinâmica (DAD) quanto a equação de oferta agregada dinâmica (OAD) nesse modelo ligeiramente mais geral. b. Suponha que a economia passe por um pânico inflacionário. Ou seja, no período t, por alguma razão, as pessoas passam a acreditar que a inflação no período t + 1 vai ser mais alta, de modo tal que ηt seja maior do que zero (para esse período apenas). O que acontece com as curvas DAD e OAD no período t? O que acontece com a produção, a inflação, a taxa de juros nominal e a taxa de juros real nesse período? Explique. πt+ πt π* OAD t-1 𝜋 Y DADt-1, t, t+1,... Yt-1 Yt+1 Yt OAD t OAD t+1 c. O que acontece com as curvas DAD e OAD no período t + 1? O que acontece com a produção, a inflação, a taxa de juros nominal e a taxa de juros real nesse período? Explique. d. O que acontece com a economia em períodos subsequentes? e. Em que sentido os pânicos inflacionários podem ser profecias autorrealizáveis? Letra a: Etπt + 1 =πt + ηt Et – 1πt = πt – 1 + ηt – 1 Oferta agregada dinâmica: 𝜋𝑡 = 𝐸𝑡−1𝜋𝑡 + ∅(𝑌𝑡 − �̅�𝑡) + 𝑣𝑡 𝜋𝑡 = 𝜋𝑡−1 + 𝜂𝑡−1 + ∅(𝑌𝑡 − �̅�𝑡) + 𝑣𝑡 Demanda agregada dinâmica 𝑌𝑡 = �̅�𝑡 − 𝛼(𝑟𝑡 − 𝜌) + 𝜖𝑡 𝑟𝑡 = 𝑖𝑡 − 𝐸𝑡𝜋𝑡+1 𝐸𝑡𝜋𝑡+1 = 𝜋𝑡 + ηt Então: 𝑟𝑡 = 𝑖𝑡 − (𝜋𝑡 + ηt) 𝑖𝑡 = 𝜋𝑡 + 𝜌 + 𝜃𝜋(𝜋𝑡 − 𝜋𝑡 ∗) + 𝜃𝑦(𝑌𝑡 − �̅�𝑡) Então: 𝑌𝑡 = �̅�𝑡 − 𝛼𝜃𝜋 (1 + 𝛼𝜃𝑦) (𝜋𝑡 − 𝜋𝑡 ∗) + 1 (1 + 𝛼𝜃𝑦) 𝜖𝑡 + 𝛼 (1 + 𝛼𝜃𝑦) 𝜂𝑡 Corresponde a um choque aleatório na inflação. Um aumento aleatório na expectativa inflacionária, aumenta o produto demandado porque a taxa de juros real diminui. Gráfico para as respostas das letras b, c e d. Letra b No período t, a curva de demanda agregada dinâmica desloca para cima, porque a taxa de juros real diminui, aumentando investimento e consumo, aumentando o produto e a inflação. Nesse período não ocorre nada com a curva de oferta agregada dinâmica, pois o efeito de um pânico inflacionário no período t é defasado na curva de oferta. Letra c No período t + 1, a curva de demanda agregada dinâmica volta a sua posição inicial. Já a curva de oferta agregada dinâmica desloca para cima, pois tanto a inflação passada quanto o choque aleatório defasado aumentaram. A produção é menor que o produto potencial e a inflação, taxa de juros nominal e real aumentam. Letra d A curva de oferta agregada dinâmica vai se deslocando para baixo até alcançar o equilíbrio inicial no ponto A (equilíbrio de longo prazo). D C B A OAD t-1,t 𝜋 Y DADt-1, t+1, t+2,... π* Yp DADt πt Yt OAD t+1 OAD t+2 πt+1 Yt+1 Letra e Os pânicos inflacionários podem ser profecias autorrealizáveis porque realmente provoca inflação. 10. Considerando que um determinado Banco Central se preocupa mais em manter a inflação próxima à meta, o que ocorre com o produto, taxa de juros nominal e real e inflação quando ocorre um choque adverso na oferta que dure um período de tempo. Para responder essa questão, dê um exemplo de choque adverso na oferta, explique todo o ajustamento da economia, de curto para o longo prazo, por meio do instrumental gráfico, e dê uma explicação mais intuitiva em termos econômicos. Resposta igual a resposta da questão 4. 11. O que mudaria se o Banco Central se preocupasse mais em manter o produto próximo ao nível de pleno emprego? Regra da política monetária: 𝑖𝑡 = 𝜋𝑡 + 𝜌 + 𝜃𝜋(𝜋𝑡 − 𝜋𝑡 ∗) + 𝜃𝑦(𝑌𝑡 − �̅�𝑡) Se o banco central se preocupasse mais em manter o produto próximo ao nível de pleno emprego, o 𝜃𝑦 será maior, tornando a curva de DAD mais inclinada. A variabilidade na inflação será maior que a variabilidade no produto. πt π* OAD t-1 𝜋 Y DADt-1,t,t+1... OAD t Yp Yt Choque de oferta, desloca a curva para cima Explicação econômica: como o banco central possui maior reação ao hiato do produto, um aumento da inflação, derivado do choque de oferta, fará com que o banco central aumente pouco a taxa de juros nominal, provocando um aumento também menor na taxa de juros real. Esse aumento na taxa de juros real provocará uma queda pequena no investimento e consumo, diminuindo de forma mais branda a demanda agregada, provocando menor recessão. Assim, o impacto do choque de oferta será bem menor na produção (queda) do que na inflação (aumento). 12. Explique quais são os pressupostos teóricos em que se apoia o regime de metas de inflação, as características e o papel da política fiscal e da política monetária. Explique com base no texto do CARVALHO et al (2007). Pressuposto teórico: Taxa natural de desemprego, Curva de Phillips, viés inflacionário. No longo prazo, a política monetária não afeta as variáveis reais, só o nível de preços. Características: Credibilidade => independência do Banco central Transparência e prestação de contas da condução da política monetária => reduzir incertezas => expectativas racionais Escolha de uma meta pontual e/ou uma banda; Escolha do período de tempo no qual a meta é esperada ser alcançada; Definição do índice de preços (cheio ou núcleo de inflação). Papel da política fiscal e da política monetária: A política monetária deve ser usada para controlar os preços. Política fiscal deve submeter-se à política monetária => garantir superávits primários => dar condições para garantir o pagamento da dívida e certificar que não irá pressionar a inflação 13. Segundo artigo da colunista Laura Carvalho (Folha de São Paulo, 09/05/2019): “As estimativas realizadas pela LCA Consultores são que a taxa de juros real está em terreno neutro há três trimestres. Ou seja, os juros não estariam baixos o suficiente para estimular a economia, ao contrário do que afirmao BC”. Com base nesta citação, o BC estaria trabalhando com uma taxa de juros real neutra equivocada. Qual a possível consequência desse equivoco para a economia? Se o banco central trabalha com uma taxa natural de juros equivocada, no caso, maior do que a verdadeira, ele fixará a taxa de juros nominal acima da ideal, o que não estimularia o consumo e o investimento o suficiente para estimular a produção. 𝑖𝑡 = 𝜋𝑡 + 𝜌′ + 𝜃𝜋(𝜋𝑡 − 𝜋 ∗) + 𝜃𝑦(𝑌𝑡 − �̅�) Sendo 𝜌′ > 𝜌
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