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Intubação Orotraqueal - Via Aérea Avançada

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Nathalia de Tarso 
Intubação Orotraqueal 
 
Definição 
↣ Intubação orotraqueal, ou IOT, é um procedimento 
privativo do médico que visa estabelecer o controle 
definitivo da via aérea. 
↣ Através da introdução de um tubo na luz da traqueia 
percorrendo o trajeto das vias aéreas superiores (boca, 
laringe e traqueia) do paciente, utilizando o laringoscópio 
ou videolaringoscópio para visualização da laringe e 
cordas vocais. Este instrumento possui lâminas curvas 
ou retas para introdução na boca para passagem do tubo 
(MACHADO, 2021). 
↣ O tubo orotraqueal será conectado ao sistema de 
ventilação mecânica e é mantido na traqueia pela 
insuflação do balonete (cuff) e fixação externa adequada. 
Indicação 
Quando há falha nos mecanismos de proteção das vias 
aéreas (ou falha prenunciada), falha na oxigenação ou 
ventilação, com refratariedade ou contraindicação às 
medidas não invasivas. 
Exemplos: 
o IRpA e PCR; 
o Glasgow ≤ 8/Rebaixamento do nível de 
consciência (visando proteção contra aspiração de 
sangue e vômitos); 
o Comprometimento iminente ou potencial de vias 
aéreas (lesão por inalação, fraturas faciais, 
convulsões persistentes); 
o Anestesia e cirurgias. 
 
 
Observação: Em caso de urgência, está indicada a 
sequência rápida de intubação, com intuito é minimizar o 
potencial risco de aspiração do conteúdo gástrico. 
 
Contraindicação 
↣ Doenças glóticas e supraglóticas que evitam o 
posicionamento correto do tubo endotraqueal através da 
glote ou que podem ser exacerbadas pela inserção do 
tubo, obstrução das vias aéreas por corpo estranho. 
 
Complicações do Procedimento 
↣ Trauma nos dentes, lábios, gengivas, laringe, epiglote 
e traqueia, subluxação da mandíbula e sangramento nasal; 
↣ Alterações reflexas como arritmias e laringoespasmo; 
↣ Intubação seletiva; 
↣ Posicionamento do balonete netre as coirdas vocais; 
↣ Intubação esofágica; 
↣ Necrose da parede traqueal por pressão do tubo ou 
cuffI; 
↣ Infecção hospitalar / Pneunomia. 
Materiais do procedimento 
o Luva, avental, gorro, máscara e óculos de proteção; 
o Bolsa-máscara-válvula (BMV - Ambu®) com 
reservatório de oxigênio; 
o Cânulas de Guedel; 
o Laringoscópio com tamanho de lâmina adequado (nº 
4 ou 5 adulto); 
o Fio-guia de metal; 
o Seringa de 10 ml para insuflação do balonete; 
o Medicamentos para anestesia tópica, analgesia, 
sedação e bloqueio neuromuscular (BNM); 
o Tubo orotraqueal (TOT) de tamanho adequado; 
o Conjunto completo para aspiração; 
o Material para fixação do tubo; 
o Capnógrafo; 
o Presença da caixa de via aérea difícil (que contém 
TOT de tamanhos acima e abaixo do ideal 
selecionado, máscara laríngea, bougie e material de 
cricotireoidostomia de urgência); 
Caráter eletivo x Caráter de emergência 
↣ Modo Eletivo fica reservada para pacientes 
submetidos a cirurgia, sendo uma decisão de 
anestesistas e endoscopistas. 
↣ Caso de emergências como PCR, insuficiência 
respiratória, hipoventilação, choque, coma, pós-
operatório e politraumatismo (MACHADO, 2021). 
Nathalia de Tarso 
o Presença da unidade móvel de emergência (carrinho 
de RCP) 
 
Técnica de Laringoscopia (HUBERT, 2017) 
↣ A parte crítica do procedimento de intubação é a 
localização da epiglote. 
↣ Deve-se inserir o laringoscópio pela primeira vez sem 
que o mesmo transpasse a epiglote, pelo lado direito da 
rima bucal levando a língua para a esquerda. 
↣ Nos casos de imobilização cervical, a elevação da 
cabeça e a flexão da espinha cervical não são permitidas. 
Pode-se abrir o colar cervical e requisitar que um 
assistente estabilize o pescoço durante o procedimento. 
↣ Atentar para a saturação de oxigênio durante o 
procedimento. Interromper o procedimento e voltar a 
ventilar com bolsa-valva-máscara quando a saturação 
estiver em queda progressiva, principalmente se abaixo 
de 80%. 
↣ O laringoscopista pode orientar um assistente à 
realizar manobra de compressão externa (BURP – 
Compressão da cricoide, elevação e tração para a direita) 
 
Drogas Utilizadas x Proposta Terapêutica (BAFI, 
2019) 
1. Analgesia 
Fentanil 
↣ Dose utiliza de 2-3 μg/kg, devendo ser infundido em 
30 segundos) 
↣ Considerado o opióide mais forte disponível para uso 
médico em seres humanos, 100 vezes mais potente que a 
morfina. Possui efeitos analgésicos e sedativos por isso 
é amplamente utilizado no tratamento de dor e anestesia 
severas. 
2. Sedação 
Propofol 
↣ Dose utiliza 1 a 3 mg/kg devendo ser infundido em 10 
segundos. 
↣ É um agente anestésico intravenoso de curta ação, 
sendo adequado para indução e manutenção de anestesia 
geral em procedimentos cirúrgicos. 
↣ Utilizado para anestesia geral de curta duração com 
rápido início de ação de, aproximadamente, 30 segundos. 
 
 
Midazolam 
↣ Dose utilizada de 0,1 a 0,3 mg/kg devendo ser 
infundido em bolus. Não é a droga de primeira escolha. 
↣ É um benzodiazepínico imidazólico hipnótico-sedativo, 
utilizado para sedação antes de procedimentos médicos 
diagnóticos e cirúrgicos. 
↣ Possui efeito depressor no SNC com rápido início de 
ação e poucos efeitos adversos. 
Etomidato 
↣ Dose utilizada de 0,3 mg/kg, em bolus; 
↣ É um hipnótico intravenoso de ação curta, indicado 
para a indução da anestesia geral que pode mantida sem 
a associação com anestésicos inalatórios (anestesia 
inteiramente intravenosa), ou com a participação destes 
em proporções bastante limitadas. 
↣ Indicado para intervenções de curta duração (menos 
de 10 minutos), e quando se deseja recuperação rápida 
com boas condições de orientação, deambulação e 
equilíbrio. 
↣ Vantagem: Menor indução de instabilidade 
hemodinâmica 
↣ Contraindicação: Sepse grave/choque séptico pela 
potencial indução de insuficiência adrenal e pacientes 
com insuficiência adrenal. 
 
3. Bloqueador neuromuscular 
Rocurônio 
↣ Dose utilizada de 0,6- 1,2 mg/kg, devendo ser 
infundida em bolus. 
↣ Dose maiores (>1,2mg/kg) tem início de ação mais 
rápido, porém efeito mais prolongado. 
↣ Contra indicação: doença neuromuscular. 
↣ Indicação: uso conjunto com a anestesia geral para 
facilitar a intubação traqueal em procedimentos de rotina 
e indução de sequência rápida de anestesia, bem como 
para relaxar a musculatura esquelética durante as 
cirúrgicas. Indicado para pacientes na UTI visando 
facilitar a intubação e a respiração artificial. 
 
Succinilcolina 
↣ Dose utilizada de 1 mg/kg, em bolus; 
↣ Contraindicada em hipercalemia, acidose metabólica 
grave e doença neuromuscular. 
 
 
https://consultaremedios.com.br/sistema-nervoso-central/anestesicos/c
Nathalia de Tarso 
Descrição do Procedimento (BAFI, 2019) 
Etapas/Ação Tempo Estimado 
Preparação 10 min antes da intubação 
Pré-oxigenação 5 min antes da intubação 
Pré-medicação 
Indução e paralisia 
3 min antes da intubação 
 
Intubação 45 s após indução 
Manejo pós-intubação 60 s após indução 
 
1. Preparação 
o Reconhecer antecipadamente uma potencial via 
aérea difícil. 
o Garantir a monitorização adequada com oximetria, 
monitor cardíaco e de pressão arterial e acessos 
venosos pérvios. 
o Capnografia deve estar disponível para o manejo 
pós-intubação. 
o Testar os equipamentos: fio-guia introduzido pela 
luz do tubo orotraqueal até sua extremidade, sem 
ultrapassá-la e devidamente ancorado, balonete do 
cuff pérvio e lâmpada do laringoscópio funcionante. 
o Planejar medicamentos e doses: analgésico, 
sedativo e BNM; 
o Ajustar a cabeceira da cama; pode-se elevar ou 
manter a zero grau; a melhor posição será quando a 
ponta do nariz do paciente estiver na mesma altura 
que o apêndice xifoide do médico que fará o 
procedimento. 
o Preparação para o posicionamento adequado do 
paciente (posição olfativa ideal): envolve a 
colocação de coxim occipital associado à 
hiperextensão da cabeça para que seja possível o 
alinhamento dos eixos oral, laríngeo e faríngeo 
(figura 1) 
2. Pré-oxigenação 
o Oferecer oxigênio a 100% com o Ambu®, 
permitindo a ventilação espontânea do paciente 
caso possível, ou ventilação manual se o paciente 
permanecerhipoxêmico. 
o O tempo de duração ideal é de 5 min ou o mais 
próximo dependendo das condições do paciente. 
o Visa garantir a máxima troca do volume residual 
funcional por oxigênio, servindo como reservatório 
durante o período de apneia. 
3. Pré-medicação 
o Medicação analgésica (fentanil). Deve-se infundir 
lentamente para evitar efeitos colaterais (síndrome 
do tórax rígido e hipotensão). 
o Pode ser iniciada durante a fase de pré-oxigenação. 
4. Indução e paralisia 
o A escolha por uma das medicações sedativas e 
bloqueadores neuromusculares deve levar em conta 
o perfil de efeitos colaterais, início de ação e 
duração de efeito, ajustados às condições clínicas do 
paciente. 
o O bloqueador neuromuscular deve ser utilizado 
assim que houver a perda de consciência. 
5. Intubação 
o Garantir o correto alinhamento dos eixos e 
proceder a intubação. 
o Colocar o laringoscópio pelo lado direito da 
abertura oral; aprofundar a lâmina, de modo a 
rebater a língua para a esquerda; avançar a lâmina 
até a valécula; após visualizar a epiglote, elevar e 
empurrar o laringoscópio no sentido craniocaudal; 
visualizar a rima glótica. 
o As tentativas não devem exceder a duração de 20 a 
30 segundos ou saturação de oxigênio inferior a 
90%. 
o Caso não haja sucesso, manter a 
ventilação com o Ambu e oxigênio 
suplementar até nova tentativa com 
segurança. 
o Nos casos de falha, considerar o uso dos 
dispositivos de resgate (máscara laríngea, 
bougie, cricotirioidostomia). 
 
Nathalia de Tarso 
o Introduzir o tubo orotraqueal previamente 
preparado com o fio-guia, a ser retirado assim que 
o tubo for introduzido além da rima glótica. 
6. Manejo pós-intubação 
o Insuflar o balonete até o escape aéreo terminar. 
o Confirmar a intubação orotraqueal através de: 
 Visualização da passagem do tubo pela glote 
 Capnografia 
 Névoa na parede do tubo 
 Ausculta torácica 
 Radiografia de tórax 
o Posicionar o tubo na cavidade oral de modo 
centralizado. 
o Fixar o tubo orotraqueal. 
o Aspirar secreções e determinar a pressão do 
balonete mantendo a menor pressão que evite fuga 
de ar verificada à ausculta (máximo 18 – 20mmHg). 
o O paciente que permanecer sob efeito do 
bloqueador neuromuscular, deve obrigatoriamente 
permanecer sedado. Após este período, avaliar a 
não necessidade de sedação (protocolo de sedação). 
 
Responsabilidades Profissionais 
Médico: 
o Indicar e verificar o material necessário, 
o Avaliar indícios de via aérea difícil; 
o Determinar as medicações e respectivas 
dosagens a serem usadas e 
o Realizar a intubação de acordo com a técnica 
recomendada. 
o Revisar o checklist de intubação, junto com 
fisioterapeuta e enfermagem. 
Enfermagem: 
o Organizar e manter o material de intubação, 
o Disponibilizá-lo para o procedimento, 
o Realizar a checagem e higienização após cada 
uso, 
o Solicitar ou providenciar a reposição dos 
dispositivos e medicações utilizados. 
o Prestar assistência durante o procedimento. 
o Revisar o checklist de intubação, junto com 
médico e fisioterapeuta. 
 
 
Fisioterapia: 
o Prestar assistência e preparar os dispositivos e 
equipamentos de oxigenação e ventilação assistida 
o Prestar assistência durante o procedimento; 
o Ajustar o ventilador com os parâmetros decididos 
em conjunto com o médico. 
o Revisar o checklist de intubação, junto com médico 
e enfermagem. 
 
Indicadores do Procedimento 
o PCR durante procedimento. 
o Óbito durante o procedimento 
o Trauma de boca, faringe, laringe ou traqueia durante 
o procedimento. 
 
Referências Bibliográficas 
BAFI, AT. PROTOCOLO DE INTUBAÇÃO 
OROTRAQUEAL UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA. 
Hospital São Paulo SPDM – Associação Paulista para o 
Desenvolvimento da Medicina Hospital Universitário da 
UNIFESP Sistema de Gestão da Qualidade, 2019. 
Hubert, FC. PROTOCOLO DE INTUBAÇÃO DE VIAS 
AÉREAS. Complexo Hospitalar do Trabalhador. Centro de 
Estudos e Pesquisas em Terapia Intensiva - CEPETI. 
Governo do Estado do Paraná, 2017. 
MACHADO, MZ. IOT, Você sabe o que é?, 2021. MA 
Hospitalar. disponível em: 
https://mahospitalar.com.br/noticia/iot-voce-sabe-o-que-
e. Acesso em: 26 jun. 2022. 
 
https://mahospitalar.com.br/noticia/iot-voce-sabe-o-que-e
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