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CONTROLE DE INFECCAO EM UTI

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1 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................ ......................................................... 2 
UNIDADE 2 – INFECÇÕES HOSPITALARES ................ ........................................... 4 
2.1 HISTÓRIA DAS INFECÇÕES HOSPITALARES ............................................................... 4 
2.2 DEFINIÇÃO ........................................................................................................... 6 
UNIDADE 3 – FATORES DE RISCO PARA INFECÇÕES HOSPITA LARES ............ 7 
3.1 CATETERIZAÇÃO VESICAL .................................................................................... 12 
3.2 VENTILAÇÃO INVASIVA ......................................................................................... 13 
3.3 CATETERIZAÇÃO VENOSA CENTRAL ...................................................................... 15 
UNIDADE 4 – PATÓGENOS ............................. ....................................................... 17 
UNIDADE 5 – O CONTROLE DAS INFECÇÕES .............. ....................................... 20 
5.1 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) ................................ 20 
5.2 CONTROLE BACTERIOLÓGICO NA UTI ................................................................... 23 
UNIDADE 6 – PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DE INF ECÇÕES NA 
UTI ............................................................................................................................ 27 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 31 
GLOSSÁRIO BÁSICO .................................. ............................................................ 36 
CLASSIFICAÇÃO DAS INFECÇÕES SEGUNDO O CDC ......... .............................. 40 
ANEXOS ................................................................................................................... 60 
 
 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
A infecção é, por unanimidade e comprovada em vários estudos, uma das 
causas mais frequentes dos altos índices de morbidade e mortalidade nas Unidades 
de Terapia Intensiva (UTI). Devido a sua importância, este módulo dedica-se às 
infecções em UTI e seu controle. 
Segundo Gomes (2008) e todos os demais pesquisadores que darão 
embasamento ao conteúdo exposto, o paciente crítico tratado em UTI fica exposto a 
uma série de riscos que podem contribuir para agravar ainda mais o seu já 
comprometido estado geral. 
A infecção, seja ela endógena ou adquirida, figura como uma das mais 
sérias ameaças ao doente, causando, por isso, constante preocupação à equipe que 
lhe presta assistência. 
Pois bem, o módulo está dividido em cinco unidades. Inicialmente será 
apresentada uma retrospectiva histórica das infecções hospitalares, definições, 
conceitos e tipos de infecções. 
A próxima unidade contempla os fatores de risco para estas infecções, com 
ênfase na cateterização vesical, ventilação invasiva e cateterização venosa central. 
Os patógenos terão um momento próprio, assim como o controle das infecções onde 
falaremos de estratégias, medidas preventivas e de controle e o controle 
bacteriológico em si. 
Evidentemente que atenção especial será dada à Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH) e o papel do enfermeiro na prevenção das infecções. 
Completamos o módulo com um glossário básico, a íntegra da portaria MS 
2.616/98, que regulamenta as ações de controle de infecção hospitalar no país, em 
substituição a Portaria MS 930/92 e várias tabelas em anexo com o código para 
infecções e critérios para diagnóstico, segundo manual da ANVISA. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
3
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
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UNIDADE 2 – INFECÇÕES HOSPITALARES 
 
2.1 História das infecções hospitalares 
É fato não somente noticiado em jornais e periódicos científicos, que ao 
longo de todos os períodos históricos, a medicina vem se desenvolvendo de forma 
gradativa, de acordo com as características da sociedade, economia da época e do 
local. 
Quanto aos fatos e descobertas que mais contribuíram na prevenção de 
doenças infecciosas, elas se situam com força no século XIX. Um dos mais 
importantes acontecimentos naquele século foi a descoberta da causa e 
consequência da febre puerperal, já conhecida por Hipócrates, mas que se tornou 
grave no século XVIII, quando foram criados os hospitais urbanos, onde as 
gestantes eram internadas antes, durante e após o parto (RODRIGUES, 1997). 
Philipp Semmelweis foi quem primeiro percebeu a relação entre o grupo de 
pacientes e infecção. No hospital onde atuava, implementou a separação de serviço 
de obstetrícia das demais unidades, numa tentativa de erradicar ou diminuir as 
infecções. Esta medida não surtiu o efeito esperado e, então, em 1847, estabeleceu 
compulsoriamente a lavagem de mãos para todos os integrantes da equipe de 
saúde. Com esta medida obteve resultados significativos em relação à medida 
anteriormente adotada refletindo-se na redução da mortalidade materna. 
(RODRIGUES, 1997; STARLING; TAVARES, 1998). 
Por esta mesma época, Joseph Lister (1827–1912) passou a utilizar o ácido 
fênico, pulverizando-o no ar e, depois, procurou utilizá-lo para melhor desinfecção 
das mãos; instrumentais e campos cirúrgicos. Lister utilizava esta prática mesmo 
após Charles Chamberland ter criado a autoclave para esterilização por calor úmido 
sob pressão, muito utilizada nos laboratórios de microbiologia; e Pasteur ter 
demonstrado que a esterilização pelo calor era superior à desinfecção química dos 
instrumentos cirúrgicos (RODRIGUES, 1997; STARLING; TAVARES, 1998). 
Mesmo com essas técnicas, as infecções hospitalares nas salas de cirurgia 
não conseguiam sercontroladas devido a não lavagem das mãos dos cirurgiões. 
Foi, então, que a enfermeira do hospital, Miss Caroline Hampton solicitou a 
confecção de dois pares de luvas, à “Goodyear Rubber Company” sendo 
prontamente atendida. As luvas já eram utilizadas em cirurgia com a finalidade de 
 
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proteger os médicos, todavia, para a proteção dos pacientes, como passaram a ser 
usadas a partir de 1890, foi uma conduta inovadora (RODRIGUES, 1997). 
No século XX, Alexander Fleming descobriu a penicilina a partir dos efeitos 
de fungos. E na primeira metade do século XX até os anos 40, na era pré-penicilina, 
as infecções hospitalares eram causadas, predominantemente, por Streptococcus 
pyogenes e pneumoniae. Com a introdução inovadora das sulfonamidas e da 
penicilina após a II Guerra Mundial, as infecções graves por estreptococos e 
estafilococos passaram a ser tratáveis e curáveis. Mesmo com o uso das 
medicações anti-infecciosas, aumentava-se cada vez mais o número de casos da 
resistência ao tratamento e da mortalidade. Em decorrência destes fatos, por meio 
da “American Hospital Association”, recomendou-se a criação das “Comissões de 
Controle de Infecção Hospitalar”. Em 1962, criou-se a figura do enfermeiro, 
exclusivamente para o controle de infecção hospitalar no Reino Unido e, a cada 10 
anos, realiza-se a “International Conference on Nasocomial Infection” organizada 
pelo “Center for Disease Control and Prevention” (RODRIGUES, 1997). 
No Brasil, os primeiros relatos de infecção hospitalar, embora não se 
utilizassem estes termos, surgiram a partir de 1956, referindo-se à esterilização do 
material hospitalar e ao uso indiscriminado e inadequado de antibióticos. A primeira 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) surgiu em 1963, no Hospital 
Ernesto Dornelles, no Rio Grande do Sul. As primeiras comissões multidisciplinares 
foram criadas na década de 1970, em hospitais públicos e privados, principalmente 
ligados a escolas médicas. Em 1983, o Ministério da Saúde promulgou a Portaria nº 
196 de 24 de junho, determinando que todos os hospitais do país deveriam manter 
CCIH. Já em 1985, foi publicado o “Manual de Controle de Infecção Hospitalar”, na 
tentativa de delinear as medidas básicas, adaptando-se para a realidade nacional. 
No ano de 1987, a Portaria nº 232, do Ministério da Saúde, publicada no 
Diário Oficial da União, de 6 de abril de 1988, criava o Programa Nacional de 
Controle de Infecção Hospitalar, que em 1990 viria a se transformar em divisão de 
Controle de Infecção Hospitalar. Em 27 de agosto de 1992, o Ministério da Saúde 
expede, na forma de anexos, normas para o controle de infecções hospitalares, 
revogando a portaria 196, de 24 de junho de 1983 e edita a atual Portaria Nº 930 
(LACERDA, 1995). 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
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Mesmo que breve e sucintamente, cremos ter expostos os fatos mais 
relevantes que contam a trajetória do controle de infecções desde que despertou o 
interesse e preocupação dos médicos e que hoje encontram na CCIH um forte 
aliado para erradicar e combater a problemática das infecções hospitalares. 
 
2.2 Definição 
O Center for Disease Control (CDC) define uma infecção hospitalar como 
qualquer infecção adquirida durante a hospitalização, que não esteve presente nem 
se incubou por ocasião da internação e não esteve relacionado com uma 
hospitalização anterior. 
Em outra definição, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 
classifica a infecção hospitalar como aquela que é adquirida após a admissão do 
paciente na Unidade Hospitalar e, que se manifesta durante a internação ou após a 
alta, quando esta pode ser relacionada com a internação ou procedimentos 
hospitalares. 
De acordo com David (1998), a infecção é caracterizada pelo aparecimento, 
após 48 horas de internação, considerando precoces as infecções que surgem nas 
primeiras noventa e seis horas, e tardias quando está em processo de colonização 
microbiana por patógenos hospitalares. 
 
 
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UNIDADE 3 – FATORES DE RISCO PARA INFECÇÕES 
HOSPITALARES 
 
Segundo Sarria et al (1994), para que a infecção hospitalar exista, é 
necessário que haja a relação entre um microrganismo capaz de produzi-la, um 
vetor de transmissão e um hospedeiro susceptível. 
De acordo com Pereira et al. (2000), a associação de doenças, 
procedimentos invasivos e fatores iatrogênicos por parte da equipe fazem com que 
os pacientes sejam mais acometidos de infecções. A resposta imunológica do 
paciente em terapia intensiva frente ao processo infeccioso é deficiente. A sua 
imunidade, os mecanismos de defesa estão comprometidos tanto pela doença 
motivadora da hospitalização quanto pelas intervenções necessárias para o 
diagnóstico e tratamento. 
Para David (1998), as principais causas das infecções são as condições 
clínicas do paciente, doenças de base, números elevados de procedimentos 
invasivos e falhas nas medidas e controle e prevenções das infecções. Infecções 
urinárias, pneumonias, feridas cirúrgicas, e os métodos invasivos, como os 
cateteres, a ventilação mecânica e cateteres intravasculares são responsáveis por 
grande número das infecções. 
Os fatores predisponentes à infecção hospitalar estão ligados à própria 
situação de saúde e doença, ou a métodos invasivos e ambientais aos quais o 
paciente está exposto. Os fatores relacionados a problemas de saúde estão ligados 
à terapia com esteroides, transplante renal, transplante de medula óssea, fatores de 
imunodepressão, choque e queimaduras. 
Entre os fatores de risco devido ao uso de métodos invasivos de diagnóstico 
e tratamento, os mais citados são: uso de cateteres, uso de ventilação invasiva, uso 
de nutrição parenteral, uso indiscriminado de antibióticos, uso de histamina e 
betabloqueadores (DAVID, 1998; SALOOJEE; STEENHOFF, 2000 apud LICHY; 
MARQUES, 2002). Somando-se a estes fatores, os autores abaixo também citados 
por Lichy e marques (2002), Kollef et al. (1999), acrescentam a resistência aos 
antibióticos como um fator contribuinte para o aumento da infecção hospitalar, 
somando-se a isto, Schultz et al. (2001) consideram o fator idade como um 
predisponente à infecção. Pittet; Mourouga; Perneger (1999); Nogueras et al, (2001); 
 
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Boyle; Henly; Larson (2001), afirmam que a lavagem das mãos é um dos mais 
importantes aspectos que elevam os índices de infecção hospitalar. Já Sharbaugh 
(2001), cita que os equipamentos são vetores de transmissão que propaga a 
infecção. 
Vejamos alguns fatores e/ou situaçõespredisponentes: 
a) Infecção urinária : consideram-se infecções urinárias as infecções 
nosocomiais, ou seja, adquiridas no ambiente hospitalar. É uma das doenças mais 
frequentes na UTI, acometem 2% dos pacientes internados, sendo responsáveis por 
35% a 45% das infecções hospitalares. Aproximadamente 80% dos pacientes que 
contraem infecção urinária fazem uso de cateteres urinários, mesmo com emprego 
de técnica adequada de inserção do cateter vesical e uso de sistema de drenagem 
fechado, a colonização da urina na bexiga irá ocorrer em torno de 50% dos 
pacientes após 10 a 14 dias de cateterização (ANVISA 2000). 
Segundo Lichy e Marques (2002), o índice de mortalidade em decorrência 
do uso de cateter vesical é de 3,03%, índice este associado a permanência do 
paciente por mais de 10 dias na UTI. 
A maioria das infecções urinárias é causada por bactérias, porém fungos e 
vírus, agentes mais raros, aparecem em situações especiais. As enterobactérias 
(Escherichia coli, Staphylococcus saprophiticus, Proteus sp, Klebsiella sp) são os 
microrganismos mais comum na UTI e podem atingir o trato urinário por via 
retrógrada (ascendente), hematogênica ou linfática. A manipulação urológica através 
do cateterismo, endoscópios ou cirurgia podem levar os microrganismos para o 
interior do trato urinário e, neste caso, a fisiopatogenia e a flora responsável são 
muito diferentes (LOPES; TAVARES, 2005). 
Segundo Angelino (2010), grande parte das infecções urinárias é 
assintomática, os sintomas mais frequentes são dores pélvicas ou hipogástrica, dor 
no flanco, disúria, náusea, vômito e febre. 
b) Pneumonia : é a infecção hospitalar que mais comumente acomete 
pacientes internados em UTI, podendo ser de origem comunitária ou nosocomial, 
associada à ventilação mecânica. É definida como infecção do trato respiratório 
inferior, com envolvimento do parênquima pulmonar, adquirida em ambiente 
hospitalar, após 48 a 72 horas de hospitalização (CARRILHO, 2004). 
 
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Segundo o mesmo autor acima, é considerada precoce quando ocorre até o 
quarto dia e, tardia, quando tem início a partir do quinto dia. Essa classificação tem 
grande importância para a diferenciação do agente etiológico e para a decisão 
quanto à terapêutica a ser instituída. Quando se faz o diagnóstico de pneumonia 
simplesmente com base em critérios clínicos, pode ocorrer grande probabilidade de 
risco, da utilização inadequada de antimicrobianos, devido a esse fato, faz-se 
necessário a realização de técnicas mais sensíveis e específicas, tais como as 
culturas quantitativas para uma precisão no diagnóstico. 
De acordo com David (1998), a pneumonia nosocomial aumenta a 
mortalidade (36% a 80%), principalmente quando é bacteriêmica, a pneumonia 
nosocomial, em geral no paciente adulto, ocorre em 7 a 90/1000 e 7 a 46/1000 
internações, respectivamente, e tem mortalidade de 6% a 58%. 
Segundo Angelino (2010), a pneumonia associada à ventilação mecânica é 
consequência da falta de equilíbrio entre os mecanismos de defesa do indivíduo e o 
agente microbiano, devido ao tamanho do inoculo ou virulência do microrganismo. 
Há quatro vias relacionadas à patogênese da pneumonia associada à 
ventilação mecânica: 
i. Aspiração do conteúdo orofaríngeo. 
ii. Contaminação do equipamento respiratório. 
iii. Transmissão de uma pessoa para outra. 
iv. A disseminação hematogênica. 
 
A pneumonia associada à ventilação mecânica também pode ser adquirida 
através de outros focos extrapulmonares como infecções pélvicas, feridas cirúrgicas 
e infecções a partir de cateteres vasculares (ANGELINO 2010). 
Segundo Fortuna et al. (2002), as manifestações clínicas associada à 
ventilação mecânica podem ser: dispneia, astenia, febre, tosse, expectoração, 
emagrecimento, hemoptise e dor torácica. 
c) Ferida cirúrgica : pode ser classificada em superficial, profunda e de 
órgão ou cavidade, conforme definição. 
c.1) Superficial: é aquela que ocorre nos primeiros trinta dias do pós-
operatório e envolve unicamente pele e/ou tecido celular subcutâneo. 
 
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c.2) Profunda: apresenta-se dentro dos primeiros trinta dias e, em caso de 
colocação de prótese, pode manifestar-se até um ano após o procedimento, 
podendo envolver tecidos moles e mais profundos, fáscia e músculos. 
c.3) Cavidade ou órgão: inclui qualquer sítio anatômico relacionado com o 
procedimento, exceto a área da incisão cirúrgica. 
A infecção da ferida operatória é um risco inerente ao ato cirúrgico, sendo 
também sua complicação mais comum. Quase toda infecção de ferida cirúrgica é 
adquirida durante o ato cirúrgico, e a manifestação da infecção da ferida operatória 
se dá, em média, quatro a seis dias após o procedimento, observando-se edema, 
eritema e dor no sítio da incisão com drenagem de secreção de aspecto purulento 
(MAIA, 2009). 
d) Métodos invasivos: cateteres são indispensáveis na prática da medicina 
moderna, particularmente em UTI, sendo, no entanto, importante fonte de infecção 
da corrente sanguínea primária, causa mais frequente de morbimortalidade (LICHY; 
MARQUES, 2002). 
A etiologia da infecção por cateteres é proveniente da via de acesso, pelo 
tempo de permanência do cateter, pelas mãos dos trabalhadores da saúde, pela 
flora da pele ou pela contaminação de uma outra parte anatômica. A colonização do 
sítio de inserção ou do canhão são as principais fontes. 
De acordo com os mesmos autores, a troca dos cateteres periféricos a cada 
48-72 horas, se faz necessária, pois reduz o risco de colonização e flebite. Para os 
cateteres centrais, esta troca rotineira não é benéfica à troca do sistema de infusão, 
devendo ser realizada a cada 72 horas, exceto quando forem feito a infusão de 
sangue e derivados, emulsões lipídicas e outras soluções que favoreçam 
crescimento microbiano, quando os cateteres são inseridos usando mecanismos 
para segurança do profissional e do paciente como máscara, gorro, luvas estéreis, a 
diferença de casos é significante. 
e) Ventilação mecânica: é a administração de oxigênio em pacientes 
impossibilitados de respirar ou quando essa atividade é realizada de forma exaustiva 
pelo mesmo. É um método usual na UTI, sendo utilizada em pacientes com 
insuficiência respiratória ou qualquer etiologia, dando suporte ao tratamento da 
patologia-base pelo tempo que for necessário para reversão do quadro, portanto não 
 
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constitui um procedimento curativo, pode ser classificada em ventilação invasiva e 
não invasiva (SMELTZER; BARE, 2005). 
Para Lichy e Marques (2002), os pacientes submetidos a este procedimento 
estão de 6 a 21 vezes mais propensos a desenvolverem algum tipo de patologia 
respiratória. A ocorrência de infecção pulmonar faz aumentar o índice de 
morbimortalidade independente da patologia do paciente. Para pacientes sob 
ventilação invasiva, o risco de desenvolver infecçãocresce em 1% a cada dia de 
internação. 
A ventilação mecânica invasiva trata-se de um procedimento que traz 
significativas repercussões sobre os vários órgãos e sistemas do paciente submetido 
à mesma, bem como está diretamente relacionada a complicações frequentes, 
algumas podendo ser potencialmente fatais, as sinusites, bronqueolites, 
broncopneumonias, traqueobronquite e pneumonia, são as complicações mais 
comumente relacionadas à ventilação mecânica (CINTRA, 2008 apud JÚLIO, 2013). 
f) Baixa imunidade : a terapia nutricional é peça fundamental nos cuidados 
dispensados ao paciente crítico, devido às evidências científicas que comprovam 
que o estado nutricional interfere diretamente na sua evolução clínica. 
A desnutrição progressiva de muitos pacientes sob cuidados intensivos, 
secundária a suspensão da dieta sólida e ao aumento das demandas metabólicas 
decorrentes de fatores como lesões teciduais, déficits de perfusão, febre e 
taquicardia resultam em diminuição da massa muscular e é predisponente para a 
aquisição de infecções hospitalares (SANTOS et al., 2010). 
Segundo Ferreira (2007), o paciente crítico, após a agressão, sofre uma 
série de alterações hormonais visando manter a homeostase hemodinâmica. 
Fatores inerentes ao tratamento, como ventilação mecânica, uso de sedativos e 
fármacos vasoativos, tornam o suporte nutricional um desafio aos profissionais 
envolvidos. A via de administração da terapia nutricional, o tipo e a quantidade de 
dieta ofertada devem ser criteriosamente avaliados para diminuir o aparecimento de 
complicações. 
 
 
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3.1 Cateterização vesical 
Estudos apresentados por Lichy e Marques (2002) mostraram que quanto à 
incidência de infecção associada ao uso de sonda vesical, a taxa média é de 20% 
nos pacientes com cateterização por mais de uma semana. O índice de mortalidade 
em decorrência do uso de cateter vesical é de 3,03, índice este associado à 
permanência do paciente por mais de 10 dias (MACHADO; OLIVEIRA; SILVA 
JUNIOR, 1998). A presença de cateter vesical no paciente significa possibilidade de 
infecção hospitalar com bacteriúria de até 5% por dia de sondagem, e as infecções 
do trato urinário representam a segunda maior causa de infecções hospitalares em 
UTI’s da Europa, e a primeira causa nos Estados Unidos (LEONI et al., 2001 apud 
LICHY; MARQUES, 2002). 
Os cuidados com os procedimentos de enfermagem devem ser otimizados, 
sendo estabelecidas regras quanto ao uso de antibióticos para o melhor controle da 
infecção do trato urinário. Segundo Fernandes; Barata, (2002 apud LICHY; 
MARQUES, 2002), Silva; Pereira; Wey (1998), o sistema fechado é o mais 
recomendado para prevenir a infecção urinária relacionada ao cateter. O risco de 
infecção relacionada à cateterização reduz de 97% para até 8%, quando se 
emprega sistemas fechados de drenagem. Para Garibald (1987) e Stamm (1992 
apud LICHY; MARQUES, 2002), dos pacientes que utilizam o sistema aberto, 100% 
podem adquirir infecção após 4 dias de uso, enquanto que quando utilizado o 
sistema fechado a porcentagem é de 50% após 7 a 10 dias de cateterização. 
Embora o uso do sistema fechado seja mais recomendado para a redução 
da infecção urinária, Leoni et al. (2001 apud LICHY; MARQUES, 2002) realizaram 
um estudo sobre o índice de infecções relacionado ao tipo de cateter, comparando o 
uso do sistema fechado com o sistema aberto de duas entradas. Os resultados 
demonstraram que não houve significância entre os dois sistemas no que diz 
respeito ao aumento do índice de infecção, não justificando a sua utilização em 
pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva. 
Na comparação das sondas de látex com as de silicone não foi observada 
diferença significativa, todavia, sondas impregnadas com liga de prata apresentam 
menor incidência de bacteriúria quando comparadas com sondas de látex, silicone, 
hidrogel e até mesmo com óxido de prata. Entretanto, as sondagens de curta 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
13
duração não são influenciadas pelo tipo de material empregado (BARATA; 
FERNANDES, 2002 apud LICHY; MARQUES, 2002). 
De acordo com Barata; Fernandes (2002); Leoni et al. (2001), não foi 
comprovada vantagem de antissépticos para a limpeza do meato uretral prévia à 
sondagem. A aplicação de soluções antissépticas no meato uretral não reduz o risco 
de infecção e a limpeza vigorosa do meato pode aumentar sua ocorrência, sendo 
suficiente a manutenção da higiene local. A irrigação e instilação de antissépticos ou 
antimicrobianos, além de não prevenir infecção, expõe o paciente aos efeitos 
nocivos das drogas e à pressão seletiva dos microrganismos resistentes. Por outro 
lado, Silva; Pereira; Wey (1998) afirmam que deve ser utilizada técnica asséptica, 
realizando higiene íntima duas vezes ao dia com polivinilpirrolidona-iodo degermante 
(PVP-I) e realizar antissepsia com PVP-I solução aquosa. 
Deve-se evitar a abertura deste sistema e, quando for manipulado, deve-se 
lavar as mãos e utilizar luvas de procedimento. O refluxo da urina é associado com 
infecção, por isso o saco coletor deve ser adequadamente posicionado em nível 
inferior ao corpo do paciente. A adição de clorexidina ou de peróxido de hidrogênio 
no saco coletor não reduz a incidência de infecção, ele deve ser trocado apenas 
quando clinicamente indicado ou de acordo com as recomendações do fabricante. A 
sonda deve ser trocada apenas quando necessário, não existindo vantagens na sua 
troca periódica (BARATA; FERNANDES, 2002; GARIBALD, 1987 apud LICHY; 
MARQUES, 2002). 
 
3.2 Ventilação invasiva 
Apesar de todo o avanço tecnológico presente nas unidades de tratamento 
intensivo, a infecção pulmonar continua sendo a maior causa de morbi-mortalidade 
entre os pacientes que estão em ventilação mecânica. 
Os pacientes submetidos a este procedimento estão de 6 a 21 vezes mais 
propensos a desenvolverem pneumonia. A ocorrência de infecção pulmonar faz 
aumentar o índice de morbimortalidade, independente da patologia do paciente. 
Para pacientes sob ventilação invasiva, o risco de desenvolver infecção cresce em 
1% a cada dia de internação (MOHAMMED; HIJAZI, 2000 apud LICHY; MARQUES, 
2002). 
 
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De acordo com David (1998), a pneumonia associada à ventilação invasiva 
tem incidência de 13% a 80% (2,6 a 6,2) dos casos por 100 dias de ventilação 
invasiva, também aumentado o número de internação de sete a nove dias. Ainda, a 
mortalidade é de 20% a 75% dos pacientes sob ventilação invasiva. 
Entretanto, Mohammed; Hijazi (2000 apud LICHY; MARQUES, 2002) 
relatam que 27- 51% desenvolvem pneumonia com risco de mortalidade, e que a 
percentagem de mortes que não teriam ocorrido na ausência de infecção é de 33% 
a 50%. 
Os principais fatores de risco associados à ventilação invasiva são: duração 
do tratamento, reintubação, intubação emergencial, sonda nasogástrica, mudançafrequente de ventilador, traqueostomia, posição supina do paciente, transporte do 
paciente para fora da UTI, pressão do balonete ou cânula, tratamento anterior com 
antibiótico, cirurgia abdominal ou torácica, terapia inalatória, monitoração da pressão 
intracraniana, broncoscopia, entubação nasotraqueal e aspiração de secreções 
(MOHAMMED; HIJAZI, 2000 apud LICHY; MARQUES, 2002). 
Nesse contexto, a educação dos profissionais de saúde é de fundamental 
importância para a redução dos índices de infecção associado ao uso da ventilação 
invasiva. Estes profissionais devem seguir as recomendações das CCIHs. Alguns 
aspectos devem ser observados pela equipe de enfermagem, contribuindo assim na 
redução da infecção, citando: não trocar os circuitos do aparelho frequentemente, a 
troca a cada 24 ou 48 horas está mais associada à infecção do que a cada 7 dias; 
lavar as mãos e utilizar precauções em relação às secreções; desinfetar e esterilizar 
os nebulizadores; manter o paciente em decúbito de 30 a 40º; usar máscara no 
contato com secreções (MOHAMMED; HIJAZI, 2000; GIROU, 2001 apud LICHY; 
MARQUES, 2002). 
No entanto, Echer; Onzi; Hoefel (1990) relacionam outras medidas a serem 
atendidas pelo pessoal de enfermagem, como, por exemplo, realizar higiene oral 3 
vezes ao dia, trocar conjunto de cânula de traqueostomia e cânula interna, trocar 
cadarço e curativo da traqueostomia ou da sonda endotraqueal, aspirar o paciente 
sempre que necessário, trocar sistema de aspiração a cada 6h e trocar solução 
salina estéril a cada 24h. 
 
 
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3.3 Cateterização venosa central 
O uso de cateter venoso central (CVC) é a causa mais frequente de morbi-
mortalidade nas UTI’s de todo o mundo e a mais importante complicação da nutrição 
parenteral (COOPERSMITH, 2002 apud LICHY; MARQUES, 2002). 
A etiologia da infecção por cateteres é proveniente da via de acesso, pelo 
tempo de permanência do cateter, pelas mãos dos trabalhadores da saúde, pela 
flora da pele ou pela contaminação de uma outra parte anatômica. A colonização do 
sítio de inserção ou do canhão, são as principais fontes. O principal agente 
envolvido é o Staphylococcus epidermidis, mas o S. aureus e Candida sp, também 
aparecem como um agente importante. Estes microrganismos podem originar-se da 
contaminação a partir da flora cutânea, durante a inserção ou por migração ao longo 
do cateter e também das mãos da equipe ao contaminar o canhão (FERNANDES; 
BARATA, 2002 apud LICHY; MARQUES, 2002). Segundo os mesmos autores, veia 
subclávia tem um maior risco de infecção do que as veias jugular e femoral, mas de 
acordo com os autores Diener; Coutinho; Zocolli (1996), a inserção do cateter na 
veia jugular interna aumenta o risco de bacteremia relacionado ao acesso venoso 
central. 
A prática de técnicas assépticas apropriadas deve ser promulgada pelas 
organizações para o melhor controle da infecção, utilizando-se o máximo de 
precauções de barreira, prática esta que necessita do acompanhamento e incentivo 
da educação continuada. Estudos demonstram que a reciclagem dos enfermeiros de 
UTI sobre os cuidados com o CVC, reduzem drasticamente a incidência de infecção 
(FERNANDES; BARATA 2002; COOPERSMITH, 2002 apud LICHY; MARQUES, 
2002). 
Os cateteres periféricos devem ser trocados a cada 48-72 horas, pois isto 
reduz o risco de colonização e flebite. Entretanto, para os cateteres centrais, esta 
troca rotineira não é benéfica. A troca do sistema de infusão deve ser realizada a 
cada 72 horas, exceto quando forem administrados sangue e derivados, emulsões 
lipídicas e outras soluções que favoreçam crescimento microbiano (SALOOJEE; 
STEENHOFF, 2001; FERNANDES; BARATA, 2002 apud LICHY; MARQUES, 2002). 
Coopersmith (2002); Pearson (1997); Maki (1992); Gantz (1985 apud LICHY; 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
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MARQUES, 2002) relatam que quando os cateteres são inseridos usando-se 
máscara, gorro, luvas estéreis, a diferença de casos é significante. 
Outra medida imprescindível quanto à prevenção de infecção associada ao 
uso de cateter venoso central é a limpeza e a antissepsia da pele no sítio de 
inserção do cateter, usando-se um efetivo antisséptico. Entretanto, os autores 
diferem quanto ao antisséptico mais adequado. Segundo Coopersmith (2002 apud 
LICHY; MARQUES, 2002), a fórmula com a composição de glunato de clorexidine 
com álcool de isopropril foi aprovado recentemente pelo Food & Drug Administration 
(FDA) na preparação da técnica na passagem do cateter, a combinação da rápida 
ação do álcool com a persistente ação do clorexidine produz um melhor efeito. 
Para Krzywda (2002 apud LICHY; MARQUES, 2002), a solução adequada 
como antimicrobiano inclui a tintura de iodo, polvidine iodado, álcool ou clorexidine, 
como agentes isolados ou em conjunto. Chaiyakunapruk (2002 apud LICHY; 
MARQUES, 2002) constatou em pesquisa que clorexidina deve ser o agente de 
escolha para os pacientes graves. Já Saloojee; Steenhoff (2001); Fernandes; Barata 
(2002), enfatizam o uso de clorexidine a 2% como sendo mais efetivo do que o 
polvidine a 10% e o álcool a 70% quando comparados quanto a incidência de 
bacteremia. A comparação da clorexidina aquosa com a alcoólica demonstrou 
vantagens desta última formulação, por combinar os benefícios da rápida ação 
germicida do álcool com a excelente ação residual da clorexidina. A aplicação de 
solventes orgânicos, como acetona ou éter, é contra indicada por aumentar a 
inflamação local e causar desconforto ao paciente (LICHY; MARQUES, 2002). 
 
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17
UNIDADE 4 – PATÓGENOS 
 
A sepse é uma causa importante de hospitalização, e a principal causa de 
morte em Unidades de Terapia Intensiva, tratando-se de uma síndrome de resposta 
inflamatória, motivada por um agente agressor, associada à infecção sistêmica. 
Os sinais e sintomas se apresentam de forma diversificada, sobretudo em 
pacientes graves cujas doenças são complexas e com frequência já estão em uso 
de antimicrobianos (BOECHAT; BOECHAT, 2010). 
Reafirmando o que já falamos, agora em palavras mais simples: as 
infecções tendem a se disseminar através de vários mecanismos, como as mãos, 
secreção salivar, fluidos corpóreos, ar e materiais contaminados, como por exemplo, 
equipamentos e instrumentos utilizados em procedimentos médicos. Muitos destes 
procedimentos são invasivos e nem sempre as técnicas são realizadas de modo a 
evitar a contaminação, elevando assim o risco de infecção do paciente (MACIEL; 
CÂNDIDO, 2010). 
De acordo com David (1998), os patógenos mais comuns encontrados e 
envolvidos nas infecções do pacientes atendido na UTI são Escherichia coli, 
Pseudomonas aeruginosa; Staphylococcus aureus; Enterococcus spp. 
Vejamos um pouco mais sobre alguns deles: 
a) Escherichia coli: são microrganismos procariotas, unicelulares. Foi 
descrita pela primeira vez em 1885 por Theodor Escherich, um bacteriologista 
alemão,que a designou como bacterium coli commune. O nome “Escherichia coli”, 
refere-se a um grupo de bactérias constituído por diferentes estirpes que têm em 
comum várias características (gênero: Escherichia; espécie: coli) (VELOSO, 2006 
apud JÚLIO, 2013). 
É um microrganismo relativamente pequeno e simples. A sua dimensão 
típica é de 0,5 µm de diâmetro e 1,5 µm de comprimento, apresentando uma forma 
de bastonete. 
b) Pseudomonas aeruginosa: é um importante patógeno humano que está 
frequentemente associado a infecções dentro da UTI acometendo, principalmente, 
pacientes imunossuprimidos, pertence à família Pseudomonadaceae e apresenta-se 
na forma de bastonetes de 0,5 a 0,8 µm de largura por 1,5 a 3,0 µm de 
comprimento. É um bacilo Gram negativo, aeróbio, não-esporulado, não-fermentador 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
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18
de glicose e móvel devido à presença de um flagelo polar, elas podem se 
visualizadas ao microscópio como isoladas, aos pares ou em cadeias curtas 
(FERREIRA; LALA, 2010). 
Em 1862, Luke descreveu pela primeira vez o microrganismo com a 
observação de pus de cor azul esverdeada presente em algumas infecções 
purulentas, sendo a principal causa de infecções na UTI. As fontes de maior 
contaminação são os aparelhos de respiração, sistemas de hemodiálise, pias e 
artefatos de limpeza. A taxa de colonização em paciente que utiliza o mecanismo 
artificial de respiração pode exceder 50%, sendo a causa mais importante de óbito 
dentro da UTI. 
Está diretamente ligada a infecções do trato urinário, peritonites em 
pacientes submetidos à diálise peritoneal. A disseminação desta bactéria é facilitada 
pela sua natureza ubíqua, o controle da infecções por pseudomonas aeruginosa 
exige o uso prudente de antimicrobianos e a prática da higienização das mãos 
diária, as técnicas das limpezas do ambiente e dos equipamentos médicos 
(FERREIRA; LALA, 2010). 
c) Staphylococcus aureus: é um importante patógeno devido à sua 
virulência, resistência aos antimicrobianos e associação a várias doenças, incluindo 
enfermidades sistêmicas potencialmente fatais, infecções cutâneas, infecções 
oportunistas e intoxicação alimentar, se tornando ao longo dos anos cada vez mais 
frequente nas infecções na UTI (CRUVINEL; SILVEIRA; SOARES, 2011). 
São encontradas nas regiões da nasofaringe, fossas nasais, podendo causar 
infecções simples na pele até uma infecção de caráter mais grave profunda em 
pacientes debilitados por doenças crônicas, traumas físicos, queimaduras e 
imunossupressoras. Esta é uma das razões pelas quais as infecções estafilocócicas 
severas são mais frequentemente adquiridas na UTI. Indivíduos que carregam o 
staphylococcus aureus e não apresentam sintomatologia são conhecidos como 
portadores são ou assintomáticos, sendo considerada uma das principais fontes de 
transmissão tanto da infecção nosocomial, quanto da comunidade (CRUVINEL; 
SILVEIRA; SOARES, 2011). 
No Brasil, o número de infecções hospitalares causadas por Staphylococcus 
aureus corresponde de 40% a 80%, principalmente na UTI (VILELA 2009). 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
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d) Enterococcus: são bactérias comensal presentes na microbiótica do 
homem, porém podem comportar-se como agente infeccioso principalmente em 
pacientes cujos fatores de riscos estão presentes. São patógenos oportunistas 
reconhecidos como causa importante de infecção na UTI. A terapêutica desta 
infecção tem se mostrando limitada, uma vez que os Enterococcus vêm adquirindo 
resistência a vários antimicrobianos (FURTADO et al., 2005). 
De acordo com Vrajac (2005), as principais espécies de enterococos que 
causam infecções no homem são Enterococcus faecalis (80 a 90%) e Enterococcus 
faecium (5 a 15%). A aquisição da infecção por enterococcus geralmente ocorre a 
partir da microbiota endógena após manipulação do trato gastrointestinal, por 
transmissão cruzada através das mãos dos profissionais de saúde e através de 
equipamentos/artigos médicos (termômetros, estetoscópios) e superfícies (mesa, 
maçaneta, telefone, bandeja de medicação) contaminadas que servem como fontes 
de transmissão. 
e) Klebsiella: as espécies de Klebsiella spp. podem causar vários tipos de 
infecções, principalmente hospitalares, e têm merecido destaque pelos seus 
variados e emergentes mecanismos de resistência, tanto por isso se destaca entre 
os patógenos causadores de infecções na UTI. Os fatores de riscos mais 
importantes encontrados são: ventilação mecânica, escores clínicos e cirurgia 
cardíaca. Este microrganismo aumenta drasticamente no ambiente hospitalar e 
causa infecções em diferentes órgãos e sistemas como no trato urinário e Sistema 
Nervoso Central (ALMEIDA, 2005). 
São encontradas em locais como água, solo, plantas e esgoto, sua 
colonização em seres humanos provavelmente ocorre por contato com as diversas 
fontes ambientais e também pode ser encontrada colonizando a orofaringe e fezes 
de pessoas sadias. Já no organismo de pessoas imunocomprometidas esta bactéria 
encontra um ambiente propício para seu crescimento, levando aos quadros de 
infecções graves (OLIVEIRA et al., 2011). 
 
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UNIDADE 5 – O CONTROLE DAS INFECÇÕES 
 
Vilela (2009) e vários outros autores reforçam que um terço das infecções 
hospitalares poderia ser evitado com programas de controle de infecção efetivos, 
contendo quatro itens principais: 
i. Programa de vigilância. 
ii. Um profissional de controle de infecção hospitalar para cada 250 leitos. 
iii. Pelo menos um epidemiologista treinado. 
iv. Treinamento para cirurgiões sobre risco de infecção em sítio cirúrgico. 
Igualmente, Pereira et al. (2000) asseveram que a UTI é o local onde se 
concentram pacientes clínicos ou cirúrgicos da mais alta complexidade, 
necessitando de monitorização e suporte ventilatório e controle de suas funções 
vitais pelo alto grau de complexidade que o paciente pode apresentar, logo, este 
perfil de paciente apresenta doenças ou condições clínicas predisponentes a 
infecções. 
Muitos deles já chegam à UTI com algum tipo de infecção de origem 
comunitária isto é, já presente ou incubada na época da admissão hospitalar, ou 
nosocomial, definida pelo aparecimento após quarenta e oito (48) horas de 
internação e, a absoluta maioria, é submetida a procedimentos invasivos ou 
imunossupressivos com finalidades diagnóstica e terapêutica (PEREIRA et al., 
2000). 
As condições em que chegam e as infecções que podem levar a óbito ou 
restabelecimento tardio da saúde nos levam à Comissão de Controle de Infecção 
Hospitalar (CCIH). 
 
5.1 Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CC IH) 
A infecção hospitalar no Brasil constitui-se em um problema de saúde 
pública, necessitando de intervenções do setor público para a definição de 
parâmetros de controle. A criação das Comissões de Controle de Infecções 
Hospitalares (CCIH) foi um marco, já que as mesmas passaram a desempenhar 
dentro dasinstituições as funções de controle dos processos e de educação da 
comunidade hospitalar no que diz respeito às infecções (SANTOS et al., 2008). 
 
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Apesar da formação multidisciplinar das CCIHs, grande parte da 
responsabilidade, tanto da prevenção quanto do controle das infecções, é assumida 
pelos enfermeiros tornando-se um desafio para estes profissionais. Alguns aspectos 
constituem-se como pontos essenciais para o trabalho do enfermeiro da CCIH e, 
entre esses, destacam-se a promoção de debates, a realização de treinamentos e a 
divulgação de informações para a equipe. Com o desenvolvimento destas ações, 
espera-se uma mudança de comportamento dos profissionais da área da saúde no 
que tange o controle das infecções hospitalares (PEREIRA et al., 2005). 
Além do conhecimento das tecnologias disponíveis para a identificação, o 
controle e o tratamento das infecções hospitalares, a equipe multidisciplinar da CCIH 
necessita de informações claras sobre a população atendida pelo serviço, os 
principais microrganismos identificados, os setores com maiores taxas de infecções 
hospitalares, entre outros, possibilitando o planejamento de ações mais efetivas. 
Silva e Santos (2001) nos lembram que uma das primeiras medidas de 
controle das infecções hospitalares foi a criação, na década de 1950, de Comissões 
de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), sob a recomendação da Associação de 
Hospitais Americanos – American Hospital Association, que tinha por objetivo prover 
os hospitais americanos de um sistema que lhes permitisse apurar as causas das 
infecções nosocomiais e dotá-los de instrumentos necessários contra possíveis 
ações legais movidas pelos pacientes. O entusiasmo pela vigilância epidemiológica 
das infecções hospitalares adentrou as décadas seguintes com a implementação de 
novas medidas, objetivando prevenção e controle das infecções em âmbito 
hospitalar. 
A portaria 2.616, de 12 de maio de 1998, do Ministério da Saúde (MS), 
conceitua a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), como um órgão 
de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de 
controle de infecção hospitalar. Ainda segundo o MS, a CCIH deverá elaborar, 
implementar, manter e avaliar o programa de controle de infecção hospitalar, 
adequado às características e necessidades da instituição. 
Segundo Moura et al. (2008), até esta data, o Programa de Prevenção e 
Controle das infecções hospitalares do Governo Federal, apresentava-se com 
capacidade limitada para modificar os indicadores de infecção hospitalar nos 
 
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serviços de saúde pública do país e não contribuiu muito para mudanças de atitude 
dos profissionais de saúde que, simplesmente, realizavam os procedimentos de 
assistência aos pacientes sem atentarem para os devidos cuidados protocolados 
pelos órgãos de controle. Felizmente isto vem mudando. 
Boszczowaki (2007) exemplifica medidas de controle iniciais para a infecção 
hospitalar, em destaque citando a importância do reforço de boas práticas de 
assistência, o que inclui higiene das mãos e adequação técnica em relação à 
inserção e manutenção de dispositivos invasivos. 
Estudos de Oliveira et al. (2010) apontam que as infecções hospitalares em 
UTI estão associadas, primariamente, à gravidade clínica dos pacientes e 
procedimentos invasivos, como o uso de cateter venoso central, sonda vesical de 
demora e ventilação mecânica, uso de imunossupressores, período de internação 
prolongado, o próprio ambiente de UTI, prescrição de antimicrobianos, que favorece 
a seleção natural de microrganismos, e a colonização por microrganismos 
resistentes. 
Vimos anteriormente que as infecções hospitalares que ocorrem em UTIs 
geralmente são causadas por microrganismos multirresistentes a antimicrobianos, 
sendo que os mais frequentes as Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus 
resistente à meticilina, Acinetobacter baumannii, Klebsiella pneumonia e Escherichia 
coli , agentes estes destacados em estudos de Lima, Andrade e Haas (2007) e 
Oliveira; Kovner e Silva (2010). 
Os dados sobre infecção hospitalar no Brasil são pouco divulgados, com 
destaque para aqueles que dizem respeito aos recém-nascidos. Muitos hospitais, 
principalmente os privados, não relatam esses índices, essencialmente por se tratar 
de um tema delicado. No entendimento de Oliveira (2013), a infecção hospitalar é 
um assunto que deveria ser mais explorado, e o controle de infecções em neonatos 
necessita de atenção especial, não somente pelo fato destes serem mais suscetíveis 
às infecções nosocomiais, como também para que se possa desenvolver métodos 
de prevenção e controle mais efetivos. 
Enfim, de acordo com a ANVISA (2012), o enfermeiro é o profissional mais 
requisitado na CCIH pelas tarefas que lhe são específicas. Além da vigilância 
epidemiológica teremos: 
 
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23
- elaboração de normas e rotinas e supervisão do uso dos germicidas 
hospitalares; 
- supervisão do serviço de higiene e limpeza hospitalares; 
- elaboração de normas e rotinas para procedimentos hospitalares, como por 
exemplo, curativos; e, 
- controle dos egressos hospitalares. 
Com relação à responsabilidade da CCIH sobre os ambulatórios de um 
hospital, se estes forem do próprio hospital, a própria comissão de controle de 
infecção é atuante sobre eles; caso os ambulatórios sejam particulares (cedidos), 
será necessário fazer um contrato para a atuação da comissão. 
Algumas estratégias para o combate às infecções passam pelos estudos 
proporcionados pela Epidemiologia e Vigilância, que seriam: 
� conhecimento da própria realidade; 
� identificação de fatores de risco; 
� controle de surtos (uso de estudo caso controle); 
� verificação da eficácia das medidas adotadas. 
 
5.2 Controle bacteriológico na UTI 
Voltemos um pouco aos microrganismos... 
Em geral, os microrganismos conhecidos como Gram-negativos são menos 
sensíveis aos antibióticos que os Gram-positivos. São bacilos Gram-negativos: 
pseudomonas aeruginosa (microrganismo oportunista, facilmente encontrado na 
água de umidificadores, alimentos, respiradores), Klebsiella sp, Shigella sp, 
Escherichia sp e Proteus sp (bacilos intestinais, frequentemente presentes na 
porção uretral anterior e levados, pelo cateterismo, até a bexiga). 
Dentre os microrganismos Gram-positivos destacam-se Staphylococcus 
aureus (responsável por lesões supurativas) e Streptococcus pyogenes. O fato de 
que infecções por Gram-negativos predominam em áreas de cuidados intensivos 
parece estar diretamente ligado à presença de pacientes com falências de múltiplos 
órgãos, que os tornam altamente vulneráveis (GOMES, 2008). 
 
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Para o controle bacteriológico, recomenda-se hoje a organização de 
unidades com áreas de internação individualizadas (“boxes” fechados), com 
pequena mobilização da equipe entre um e outro paciente. 
A autoinfecção pode ser minimizada por um cuidado de enfermagem 
meticuloso, desenvolvido por um pessoal em número adequado e altamente 
treinado, além de estar motivado a efetuar com atenção as atividades planejadas. 
Por exemplo, cuidados com cateteres nunca devem ser realizados logo após o 
manuseio de áreas contaminadas, como as colostomias; o uso de termômetros 
retais, como rotina, não deve ser estabelecido, pois está diretamente associado com 
o aumento das infecções por Gram-negativos. 
Gomes (2008) lista uma série de fatores importantes que se bem cuidados 
ajudam a evitar a infecção. Vejamos: 
a) Fatores ambientais: 
As fontes ambientais de infecção devem ser controladas: uma cuidadosa 
limpeza da área de cuidados intensivos é necessária, a cada dia. Isto inclui uma total 
troca de equipamentos e material, quando um paciente deixa a Unidade. 
As limpezas de superfícies com sabão e água removem cerca de 80% dos 
organismos; desinfetantes removem de 90 a 95% (uma solução de hipoclorito de 
sódio a 1% é um bom desinfetante). 
Os visitantes devem ter uma área para sua recepção na Unidade, dotada de 
recursos para uma perfeita higienização das mãos; não há necessidade de se 
impedir a presença de visitantes para prevenir infecções. 
b) Sistemas de ventilação: 
Embora a instalação de sistemas de ventilação ou condicionadores de ar 
seja recomendada para o conforto dos pacientes e equipes de trabalho, 
provavelmente não contribui para a prevenção de infecção. 
Contudo, desde que presentes, recomenda-se que tenham sistemas de 
exaustão externa e que não recirculem o ar. 
c) Respiradores: 
Os respiradores (ventiladores) e seus circuitos (umidificadores e tubulações) 
também são fontes de infecções e merecem atenção especial. Há alguns métodos 
satisfatórios para a esterilização dos acessórios de respiradores. A exposição dos 
 
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mesmos à autoclavagem é o melhor método, mas nem sempre aplicável. O uso de 
esterilização a óxido de etileno tem sido amplamente preconizado, mas é às vezes 
impraticável. Para se considerar o tempo gasto no processo de esterilização a óxido 
de etileno, cada respirador deve ter, pelo menos, três conjuntos de acessórios 
(umidificador e circuitos-paciente). 
Os acessórios dos respiradores devem ser trocados diariamente, e somente 
água destilada esterilizada deve ser usada nos umidificadores. Uma alternativa na 
prevenção de infecção causada pelos respiradores é o uso de filtros de bactérias 
nos circuitos inspiratórios e expiratórios. 
Durante um uso prolongado, recomenda-se a troca do respirador a cada 
semana. Testes bacteriológicos devem ser feitos periodicamente com a água dos 
umidificadores e nebulizadores. 
d) Soluções/preparados: 
As soluções antissépticas utilizadas nas áreas de cuidados intensivos e 
outros preparados (lubrificantes, anestésicos tópicos, cremes) devem ser 
acondicionados em pequena quantidade e desprezados após o uso. Cada paciente 
deve ter o seu conjunto de soluções antissépticas. A xylocaína geleia a 2%, usada 
em procedimentos invasivos (cateterismo vesical, entubação endotraqueal) deve ser 
nova e aberta com o uso de material esterilizado (agulha, por exemplo). 
e) Aspirações endotraqueais: 
As aspirações de traqueostomias e tubos endotraqueais implicam técnica 
asséptica (sondas de aspiração). O sistema de aspiração deve ser trocado 
diariamente por um outro esterilizado. 
f) Infusões e cateteres: 
A administração de soluções e drogas através de cateteres (centrais ou 
periféricos) tem sido causa frequente do aparecimento de infecções sistêmicas em 
pacientes de áreas críticas. A frequente manipulação do cateter propicia a maior 
facilidade de contaminação; não é recomendável a administração de quaisquer tipos 
de drogas através da borracha do equipo de soro. O uso de torneira de 3 vias deve 
ser enfatizado para a administração concomitante de mais de uma solução; não 
deve ser mantida fechada, se não usada, porque funciona como um espaço morto, 
cheio de líquido, onde os microrganismos podem proliferar. 
 
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Para uma maior segurança, os equipos utilizados nas infusões devem ser 
trocados a cada troca das soluções. O cateter é mantido livre de sujidades e 
qualquer umidade. 
O meio de minimizar o aparecimento de infecções através dos cateteres é o 
estabelecimento de protocolos para a sua colocação e sua manipulação, baseados 
em cuidados de assepsia, frequente observação e remoção imediata dos mesmos a 
qualquer sinal de anormalidade (sinais de irritação venosa ou flebite, presença de 
secreção, hiperemia local). 
g) Drenos e coletores de urina: 
Os drenos devem ser acoplados a sistemas de drenagem fechados (frascos 
e extensões), trocados diariamente e esterilizados. 
Os coletores de urina devem se constituir, também, em sistema de 
drenagem fechado. Os coletores providos de válvulas antirrefluxo podem ser 
trocados a cada semana, se convenientemente manipulados (coletores e extensões 
não devem entrar em contato com o chão). 
h) Técnicas de isolamento: 
Precauções devem ser tomadas quando na Unidade há o aparecimento de 
doenças que exigem isolamento. Ao lado do isolamento físico, faz-se um isolamento 
técnico, com medidas seguras nos cuidados de enfermagem dispensados aos 
pacientes. 
i) Comadres, papagaios, recipientes para a medida d e líquidos 
drenados e bacias: 
Devem ser de uso individualizado e conservados limpos na unidade do 
paciente, devidamente protegidos. 
 
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UNIDADE 6 – PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO 
DE INFECÇÕES NA UTI 
 
Considerando-se que ao enfermeiro cabe a administração da Unidade, além 
da sua atuação no planejamento, direção, execução de cuidado de enfermagem e 
treinamento de pessoal, e que ele é o profissional que mantém contato direto e 
permanente com o paciente, torna-se elemento de vital importância na prevenção e 
controle de infecções (GOMES, 2008). 
Desse modo e nessa direção, a atuação do profissional de enfermagem, 
deve começar já na fase de planejamento da Unidade e estender-se à prática das 
suas atividades diárias. 
O enfermeiro, ao estabelecer normas e critérios para a implantação do 
serviço de enfermagem, deve estar conscientizado do grave problema das 
infecções. Exigem-se dele conhecimentos científicos e preparo técnico adequado, 
que lhe garantam um suporte seguro para a determinação do trabalho a ser 
desenvolvido. 
Uma das suas funções abrange a elaboração de rotinas e do manual de 
procedimentos técnicos que,com base nos recursos existentes, devem visar ao 
atendimento das necessidades do paciente. 
Assim, deve-se considerar que, através da padronização das técnicas, dos 
procedimentos referentes ao preparo, desinfecção e esterilização de material e 
equipamento, da determinação do fluxo de lixo, de roupa, de alimentos, de material 
limpo e contaminado e de objetos, além das técnicas sobre a limpeza da Unidade, 
estará atuando, indiretamente, no combate às infecções. As rotinas quanto à 
circulação de pessoal, pacientes e visitas devem ser consideradas com igual 
importância. 
A participação do profissional de enfermagem na seleção do material e 
equipamento a ser adquirido e na indicação de produtos químicos de maior eficácia, 
assim como a sua atuação posterior no controle de qualidade dos mesmos são 
também atividades relacionadas com a prevenção e o controle de infecções. 
A determinação quantitativa do pessoal da equipe de enfermagem – que é 
função do enfermeiro – deve visar, principalmente, à garantia de um padrão seguro 
de atendimento. A proporção adequada, funcionário/número de leitos, pode evitar 
 
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que a sobrecarga de trabalho venha acarretar a diminuição da qualidade da 
assistência, com consequente aparecimento de infecções cruzadas. 
Após a organização do serviço e formulação teórica sobre o funcionamento 
da unidade, deve ser dada especial atenção ao programa de treinamento de 
pessoal, a fim de que os procedimentos a serem executados assegurem um cuidado 
eficaz, com o mínimo de riscos de contaminação para o paciente. 
Além do treinamento em serviço, imprescindível para o desenvolvimento de 
qualquer atividade na UTI, a supervisão constante dos cuidados prestados e a 
avaliação periódica da assistência de enfermagem constituem fortes subsídios para 
a prevenção e controle de infecções, considerando-se que as taxas de infecções 
também dependem da atuação dessa equipe. 
A maior ou menor incidência de infecções constitui um índice de qualidade 
hospitalar, já que reflete o estado do paciente, as condições de diagnóstico, o critério 
terapêutico e os padrões de atendimento da instituição. 
A atuação do enfermeiro referente ao cuidado direto com o paciente inclui, 
ainda: 
a) determinação de isolamento para casos de grande contaminação; 
b) colheita de secreções e pontas de cateteres para cultura, sempre que 
exista a suspeita de processos infecciosos; 
c) padronização de impressos que facilitem a verificação dos agentes 
causais de infecções de cada paciente; e, 
d) elaboração de mapas de medicamentos para o controle individual do uso 
de antimicrobianos (GOMES, 2008). 
Baseando-se, pois, à assistência de enfermagem no atendimento às 
necessidades básicas do paciente e sendo uma delas a de segurança, o enfermeiro 
deve tentar suprir tal necessidade, procurando não ser ele o agente transmissor de 
infecções, e sim atuar como primeira linha de defesa no combate às mesmas. 
A prevenção da infecção cruzada deve ser um componente contínuo e 
integral do trabalho desenvolvido na UTI. A infecção pode ser controlada pela 
vigilância constante e pela avaliação diária das condições de trabalho junto ao 
paciente crítico. 
 
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Ainda sobre a participação do enfermeiro na prevenção de infecções, 
Carvalho e Marques (1999) nos lembram que os problemas, ditos universais, no 
controle de infecções ocorrem tanto em países desenvolvidos quanto nos demais e 
compreende número inadequado de pessoal, recursos financeiros inadequados, 
relutância dos funcionários do hospital em modificar condutas e uso excessivo de 
agentes antimicrobianos. 
Por outro lado, os problemas mais agudos nos países em desenvolvimento 
são água contaminada, falta de materiais descartáveis (agulhas e equipamentos), 
falta de controle de sangue e seus derivados, suporte microbiológico inadequado, 
falta de medicação, manutenção inadequada dos equipamentos hospitalares, 
educação continuada ineficiente, barreiras culturais e sociais e interferência 
governamental. 
As principais patologias de base que favorecem a ocorrência da infecção 
hospitalar por afetar os mecanismos de defesa são: grande queimado; acloridria 
gástrica; desnutrição; deficiências imunológicas; bem como o uso de alguns 
medicamentos e os extremos de idade (CARVALHO; MARQUES, 1999). 
Também favorecem o desenvolvimento das infecções os procedimentos 
invasivos terapêuticos ou para diagnósticos, podendo veicular agentes infecciosos 
no momento de sua realização ou durante a sua permanência (FERNANDES et al., 
2000). 
Segundo Moura e Gir (2007), é de vital importância sanar quaisquer dúvidas 
a respeito da propagação de bactérias multirresistentes como uma forma de adesão 
dos profissionais de saúde às medidas de controle e prevenção de bactérias 
multirresistentes. 
No entendimento de Machado (2001 apud BATISTA; HONÓRIO JUNIOR, 
2012), todos os profissionais de saúde devem ter por objetivo a prevenção da 
infecção hospitalar e que para tanto, o conhecimento dos meios de transmissão e 
lavagem das mãos constitui algumas das medidas de prevenção e controle da 
infecção hospitalar. 
De acordo com Cardoso e Silva (2004), deste o início da enfermagem 
moderna com Florence Nightingale, em 1863, surgiu uma preocupação com a 
qualidade da assistência aos pacientes internados e do ambiente de internação. 
 
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Florence propôs diminuir os riscos para infecção, e para que sua ideia tomasse 
forma, ela descreveu manuscritos onde relatou suas experiências na Guerra da 
Criméia onde diminuiu o risco de infecção hospitalar, experiência que constituíram a 
base do conhecimento para a criação de seus inúmeros princípios e adoção de 
pesquisa epidemiológica das doenças infecciosas antecipando o período 
bacteriológico. Os fundamentos de Florence Nightingale até hoje são observadas 
para o controle das infecções hospitalares (LACERDA; EGRY, 1997). 
Turrini (2002); Aguiar et al. (2008) e Santos et al. (2008) afirmam que para o 
controle da infecção hospitalar (CIH), é importante a atuação efetiva da Comissão de 
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) setor que emprega uma equipe de 
multiprofissionais, e que a enfermagem pode ser inserida contribuindo de forma ativa 
no controle e prevenção da infecção hospitalar, além de favorecer uma qualidade na 
assistência ao paciente. 
As infecções hospitalares são multifatoriais, e toda a dificuldade de como 
reduzi-las, consiste na falta de informação e atualização dos profissionais de saúde 
sobre a infecção hospitalar e de como intervir em situações de surto e de como 
manter sob controle as infecções dentro de uma instituição de saúde, a prevenção e 
controle deve ser resultado de um trabalho de equipe (AZAMBUJA; PIRES; VAZ, 
2004; PEREIRA et al., 2005). 
Enfim, a enfermagem pode atuar na CCIH contribuindo para a elaboração de 
medidas eficazes parao controle e prevenção da infecção hospitalar e na vigilância 
destas medidas, por se tratar de uma categoria que por mais tempo acompanha a 
evolução do paciente e que também contribui com sua visão holística do mesmo 
identificando os pontos fracos inerentes ao tratamento ou atendimento. 
A partir da observância das medidas de controle e prevenção das infecções 
hospitalares e de biossegurança e com adoção de protocolos elaborados por cada 
setor do hospital, a enfermagem pode direcionar sua atenção para melhorar estes 
protocolos de assistência e de acordo com suas observações e vivenciam diárias, 
cooperando desta forma para elevar a qualidade e eficiência dos serviços prestados 
pela equipe de enfermagem (BATISTA; HONÓRIO JUNIOR, 2012). 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
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REFERÊNCIAS 
 
REFERÊNCIAS BÁSICAS 
 
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