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A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA COMO EXPRESSÃO DO RACISMO INSTITUCIONAL CONTRA MULHERES NEGRAS

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VIII CONGRESSO PARAIBANO EM SAÚDE DA MULHER – 2020 – ISSN 2675-6730 81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA COMO EXPRESSÃO DO RACISMO INSTITUCIONAL CONTRA MULHERES NEGRAS 
Maria Joyce da Silva 1 Cassia Kelle da Silva² Valeria da Silva Brito² João Paulo da Silva Brito³ 
 
INTRODUÇÃO: O sistema público de saúde do Brasil tem o princípio da igualdade de acesso, assim como a constituição brasileira que elenca em seu artigo quinto que todos são 
iguais perante a lei, no entanto, existem muitas desigualdades na prática. São poucos estudos que consideram a cor como um possível fator que aumenta a vulnerabilidade à perda 
de saúde. Nesse sentido questiona-se, quais as principais características do racismo institucionalizado no atendimento obstétrico a mulher negra? É possível então supor que 
existam diferenças no atendimento às mulheres negras quando comparado a mulheres brancas. OBJETIVO: Compreender às evidencias e danos causados pelo racismo institucional 
no atendimento a parturiente, as características, fatores associados e principais prejuízos para parturiente. MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, de caráter exploratório 
e descritivo, de abordagem qualitativa, pesquisa de caráter bibliográfico. Foram obtidas as informações a partir de base de dados LILACS, SCILEO e PUBmed. RESULTADOS: Siqueira 
et al. (2018 ) apontaram em seu estudo que 11,1% de mulheres negras não receberam anestesia no parto normal, enquanto a taxa para mulheres brancas foi de apenas 5,1, quanto 
a orientação sobre a importância do aleitamento materno 62,5% da mulheres negras receberam enquanto 77,7% das mulheres brancas foram orientadas. 27,0% das mulheres 
negras tiveram um acompanhante no parto, enquanto 46,2% das mulheres brancas exerceram o mesmo direito. Lopes (2005) destaca em seu estudo que essas disparidades ou 
iniquidades em saúde devem ir muito além da comparação de dados estatísticos. Assis (2018) ressalta que é oportuno pontuar que as relações sociais no Brasil são permeadas 
pelo chamado viés racial implícito. DISCUSSÃO: Os estudos apontam que as relações de classe são racializadas e relações raciais são dependentes da classe social inclusive no 
sistema de saúde, há de se destacar também que as desigualdades étnico-raciais, no âmbito da saúde, têm sido pouco investigadas. Pesquisas realizadas nos últimos anos mostraram 
que existem diferenças importantes na mortalidade materna entre mulheres brancas, pardas e negras, é notório que as mulheres negras correm maior risco de atendimento pré- 
natal e em sala de parto inadequado e com menor número de consultas do que o preconizado pelo Ministério da Saúde. CONCLUSÃO: Foi possível considerar que a questão do 
racismo institucional ainda é um dos desafios a serem superados na atenção à saúde da mulher negra, pois ainda há enraizado a cultura de que a mulher negra é mais forte sendo 
por vezes o atendimento negligenciado, não sendo efetivo o atendimento humanizado, assim sendo, a educação em saúde deve ser ministrada regularmente à população e aos 
profissionais de saúde, considerando a diversidade do país. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Violência obstétrica, Racismo institucional, Sala de Parto. 
 
1 Acadêmica de Bacharelado em Nutrição (Centro Universitário UniFacisa). Atualmente é professora do Ensino Fundamental 1, na Escola Jose Cosme Irmão. Lattes: ORCID: 
https://orcid.org/0000-0002-9334-857X (AUTORA). 
2 Bacharel em Enfermagem (Centro Universitário UniFacisa). Pós-graduada em Saúde Coletiva (Faculdade Dom Alberto). Atualmente é enfermeira da atenção primaria e socorrista no SAMU 
(Aroeiras-PB). Lattes: http://lattes.cnpq.br/3876572205008885. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5237-9572. (ORIENTADORA). 
2 Bacharel em Enfermagem (Centro Universitário UNIFACISA-CG). Lattes: http://lattes.cnpq.br/8958733554887004. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4870-2370. (CO-AUTORA). 
3 Graduado em bacharelado em Fisioterapia (Centro Universitário Unifacisa), tecnologia em Estética e Cosmética (Universidade Cruzeiro do Sul), licenciatura em Pedagogia (Universidade 
Maurício de Nassau) e licenciatura em Letras com habilitação em Português e Inglês (Universidade Cruzeiro do Sul). Pós-graduado em Fisioterapia Home Care / Atendimento Domiciliar 
(Faculdade Dom Alberto) e em Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia (Faculdade Dom Alberto). Atualmente é professor na Escola Cidadã Integral Estadual de Ensino Fundamental e Médio 
Deputado Carlos Pessoa Filho (Aroeiras-PB) Lattes: http://lattes.cnpq.br/4142721320503394. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1492-8144. (ORIENTADOR).
https://orcid.org/0000-0002-9334-857X
http://lattes.cnpq.br/3876572205008885
https://orcid.org/0000-0002-5237-9572
http://lattes.cnpq.br/8958733554887004
https://orcid.org/0000-0003-4870-2370
http://lattes.cnpq.br/4142721320503394
https://orcid.org/0000-0003-1492-8144

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