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Tratado de Nutrição em Gerontologia Maria de Lourdes do Nascimento da Silva Maria de Fátima Nunes Marucci Manuela de Almeida Roediger ORGANIZADORAS Copyright © Editora Manole Ltda., 2014, de acordo com contrato com as organizadoras. Editor gestor: Walter Luiz Coutinho Editora: Ana Maria Silva Hosaka Produção editorial: Marília Courbassier Paris, Rodrigo de Oliveira Silva e Amanda Fabbro Capa: Ricardo Yoshiaki Nitta Rodrigues Conversão digital: Mariana Tiemi Kavashita Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer processo, sem a permissão expressa dos editores. É proibida a reprodução por xerox. A Editora Manole é filiada à ABDR – Associação de Direitos Reprográficos. Edição digital – 2017 ISBN eletrônico: 978-85-204-5338-4 Editora Manole Ltda. Av. Ceci, 672 – Tamboré 06460-120 – Barueri – SP – Brasil Tel.: (11) 4196-6000 – Fax: (11) 4196-6021 www.manole.com.br info@manole.com.br Agradecimentos A Deus, por sua presença constante em todos os momentos de nossas vidas, nos auxiliando nessa trajetória e nos proporcionando condições para finalizar este livro. Às nossas famílias, esposos e filhos, pelo amor, carinho e apoio em todos os momentos que precisamos. Aos colaboradores deste livro e à editora Manole, que proporcionaram conhecimentos para a concretização desta obra. A todos os amigos, pelo incentivo durante a realização deste livro. Ao departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP) e da Universidade Nove de Julho (Uninove) e ao serviço de Nutrição e Dietética do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE/IAMSPE), pelos ensinamentos proporcionados e pelo apoio prestado. E a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, acreditaram no sonho dessas pesquisadoras e que muito contribuíram para que ele fosse possível. Dedicatória Dedicamos este livro à Profa. Livre-docente Maria de Fátima Nunes Marucci, uma das precursoras da Nutrição em Gerontologia no Brasil que, com muito amor, dedicação, compreensão, humanidade e sabedoria, contribuiu para essa ciência e para direcionar o caminho de vida de seus alunos para o sucesso profissional e acadêmico, transcendendo o papel de um educador para um verdadeiro mestre. Maria de Lourdes do Nascimento da Silva Manuela de Almeida Roediger Organizadoras Maria de Lourdes do Nascimento da Silva Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo; doutorado e mestrado em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP); especialização em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo e especialização em Administração Hospitalar pelo Centro Universitário Adventista. Coordenadora do Programa de Atendimento Nutricional Ambulatorial do Serviço de Nutrição e Dietética, membro da Comissão de Pós-Graduação, da Comissão de Ensino e Pesquisa Multidisciplinar e supervisora responsável pela Equipe Interdisciplinar de Gerontologia e pelo Aprimoramento em Atendimento Interdisciplinar em Gerontologia e Geriatria do Serviço de Geriatria do HSPE/IAMSPE. Docente da Universidade Nove de Julho (Uninove), membro do Grupo de Estudos de Nutrição na Terceira Idade (Genuti) e coordenadora do Grupo Interdisciplinar de Desenvolvimento em Estudos Avançados e Longevidade (Ideal). Maria de Fátima Nunes Marucci Nutricionista, mestre, doutora e livre-docente em Nutrição em Saúde Pública, pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Professora do Departamento de Nutrição da FSP/USP. Pesquisadora do Estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (Sabe). Especialista (1987) em Gerontologia Social, pela Sociedade Brasileira de Geriatra e Gerontologia (SBGG). Coordenadora do Grupo de Estudos de Nutrição para Idosos (Genuti). Manuela de Almeida Roediger Nutricionista. Mestre, doutora e pós-doutoranda em Ciências, área de concentração Nutrição em Saúde Pública, pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Pesquisadora visitante na University College London (UCL), na Inglaterra. Pesquisadora do Estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (Sabe). Pesquisadora responsável pelo pré-teste e treinamento das equipes de campo do Estudo Longitudinal da Saúde e Bem Estar dos Idosos Brasileiros (Elsi-Brasil). Pesquisadora do Estudo de Levantamento Censitário das Instituições de Longa Permanência para pessoas idosas (ILPIs) do Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Saúde Pública e Envelhecimento (FSP/USP), e do Grupo de Estudos de Nutrição para idosos (Genuti). Colaboradores Alessandro Gonçalves Campolina Médico (Unifesp), especialista em Geriatria (SBGG), especialista em Nutrologia (Abran), mestre em Ciências (Unifesp), doutor em Saúde Pública (USP). Pesquisador do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo da Faculdade de Medicina da USP (Icesp/FMUSP). Coordenador do Laboratório de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Centro de Investigação Translacional em Oncologia do Icesp/FMUSP. Alessandra Rischitelli Bragança Silva Fonoaudióloga (Faculdade de Franca) com aperfeiçoamento em Fonoaudiologia Hospitalar (IAMSPE). Nutricionista (UniFMU) e pós- graduada em Nutrição Clínica (IAMSPE). Mestre em Gerontologia (Unicamp). Experiência profissional em atendimento clínico. Doutoranda em Nutrição (Unifesp). Aline Rodrigues Barbosa Licenciatura plena em Educação Física (UFRRJ); mestre e doutora em Nutrição Humana Aplicada (USP); professora Associada da Universidade Federal de Santa Catarina; orientadora (mestrado e doutorado) nos Programas de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF/UFSC) e em Nutrição (PPGN/UFSC). Pesquisadora visitante na University of Leeds (2013) e na Universidade do Porto (2015). Alyne Rangifo Odontóloga (Centro Universitário do Pará). Especialista em Odontologia Hospitalar (Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa). Amanda Lobo Pires Nutricionista e especialista em Nutrição Clínica (Centro Universitário São Camilo). Mestre em Endocrinologia Clínica (Unifesp). Nutricionista Clínica da GastroLife Obesidade e Gastroenterologia. Docente do Centro Integrado de Nutrição (CIN). Gerente de Treinamento da Danone Nutrição Especializada. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Ana Maria Dianezi Gambardella Nutricionista. Mestre e doutora em Saúde Pública (USP). Professora Associada do Departamento de Nutrição da FSP/USP. Ana Paula Camargo Nutricionista formada pela Universidade de Guarulhos. Especialista em Nutrição Clínica Pediátrica (Instituto da Criança/USP.) Pós-Graduação Sensu Lato em Nutrição Clínica (Ganep). Especialista em Fitoterapia pela Conbrafito. Pós-Graduada em Nutrição Clínica e Estética (IPGS). Atualmente atua como Nutricionista do Ambulatório do IAMSPE (Instituto de Assistência Medica do Servidor Público) e em consultório particular. Ana Paula França Nutricionista (USP), especialista em Saúde da Mulher no Climatério (FSP/USP), mestre e doutora em Nutrição Humana Aplicada (FCF/FEA/FSP). Andrea Affonso Barreto Montandon Especialização em Odontogeriatria. Mestre e doutora em Odontologia. Professora assistente do Departamento de Odontologia Social, disciplinas de Clínica Integrada e Odontogeriatria da Unesp de Araraquara. Diretora da mesma instituição. Bruna Zillesg Borges dos Santos Nutricionista (FMU). Aprimoranda de Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP). Bianca de Almeida Pititto Médica do Departamento de Medicina Preventiva (Unifesp), mestre em Endocrinologia (Unifesp); PhD e pós-doutora (FSP/USP). Vice-coordenadora do Departamento de Epidemiologia da Sociedade Brasileira de Diabetes. Cintia Missue Kitano Yamamoto Fonoaudióloga. Especialista em Distúrbios da Comunicação (Unifesp), mestre em Saúde Pública (FSP/USP). Professora convidada no Departamento de Pós-Graduação na Universidade Nove de Julho. Fonoaudióloga da Prefeitura Municipal de São Paulo. Cláudia Sebba Tosta de Souza Nutricionista (Univás), bacharel em Direito (FDSM); especialista em TerapêuticaNutricional (Unifal-MG) e mestre em Ciências pelo Programa de Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP). Cristiane de Melo Martinez Farmacêutica (Unicastelo), especialista em Farmacologia (Unisantos), especialista em Administração Hospitalar (Unaerp), farmacêutica no Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes”. Cristiane da Silva Luiz Terapeuta ocupacional. Docente do Centro Universitário São Camilo e terapeuta ocupacional do Programa Acompanhante de Idosos da Associação Saúde da Família e Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (ASF- SMS/SP). Daiana Aparecida Quintiliano Scarpelli Dourado Nutricionista (Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná), especialista em Nutrição Clínica (UFPR). Mestre e doutora em Ciências (FSP/USP). Nutricionista responsável pelo Setor de Dietas e Ambientes Alimentares do Instituto de Nutrición y Tecnologia de los Alimentos, Universidad de Chile. Debora Santos Coca de Moraes Nutricionista (SC), especialista em Nutrição Clínica (SC) e mestranda em Neurociências (Unifep). Professora do curso de Nutrição da Uninove. Nutricionista e pesquisadora do Ambulatório de Neurologia do Comportamento (Unifesp). Débora Helena Silveira Dias Nutricionista (Universidade Presbiteriana Mackenzie); aprimoranda em Nutrição e Gerontologia (IAMSPE-SP); especialista em Nutrição Aplicada a Gastronomia (NutriNew Escola/ANERJ); pesquisadora do projeto PROADI- SUS (Ministério da Saúde). Débora da Silva Brandão Santos Enfermeira (Univas), especialista em Saúde da Família (Unimontes) e em Educação em Saúde para trabalhadores de Enfermagem (Fiocruz), mestranda em Ciências da Saúde (IAMSPE). Enfermeira da Saúde da Família na Prefeitura Municipal de Borda da Mata-MG, docente no curso de Enfermagem e supervisora de estágio pela Asmec/Unisepe-Ouro Fino-MG. Denise Rodrigues Bueno Profissional de Educação Física e mestre em Fisioterapia (Unesp); doutoranda do programa de pós-graduação em Nutrição em Saúde Pública(FSP/USP). Professora colaboradora do grupo de pesquisa Celapam, Unesp Presidente Prudente. Denise Tiberio Odontóloga (Unesp). Especialista de Periodontia (Umesp). Especialista em Odontogeriatria (CRO) e em Gerontologia (Centro Universitário São Camilo). Mestre e doutora em Ciências da Saúde (Unifesp). Coordenadora do curso de especialização em Odontogeriatria da APCD – Central. Dolores Milaré Pereira Nutricionista (Centro Universitário São Camilo). Aprimoranda de Nutrição em Geriatria e Gerontologia (HSPE/IAMSPE), pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional (VP Consultoria). Atua no Ambulatório do HSPE/IAMSPE. Elci Almeida Fernandes Especialista em Gerontologia e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Mestre em Nutrição Humana Aplicada (FSP/USP. Nutricionista clínica e ambulatorial na Divisão de Nutrição e Dietética do HC/FMUSP. Coordenadora dos cursos de especialização de Nutrição em Gerontologia e Atualização em Gerontologia do SGHC/FMUSP. Especialista em Nutrição Clínica (Asbarn), em Nutrição Enteral e Parenteral (SBNPE), em Saúde Pública no Idoso (FSP/USP) e em Fisiologia do Exercício (UGF/RJ). Membro do Grupo de Estudos de Nutrição em Idosos pela FSP/USP (Genuti). Docente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CBES). Eliana Bonilha Nutricionista, mestre em Ciências da Saúde (Unifesp), nutricionista na Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, professora no curso de Nutrição na Universidade Nove de Julho. Eliane dos Santos Nascimento Nutricionista (USJT). Especialista em Saúde Pública (Universidade de Ribeirão Preto). Diretora Técnica do Serviço de Nutrição e Dietética e Coordenadora Administrativa da EMTN-Hospital Ipiranga. Elza Cristina Silva Nutricionista. Especialista em Obesidade e Emagrecimento: Abordagem Multidisciplinar (Unifesp). Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (HSPE/IAMSPE-SP) e especialização em Fitoterapia pela AVM-Faculdade Integrada. Erika Christiane Toassa Nutricionista (Universidade Guarulhos), mestre em Nutrição Humana Aplicada (Pronut/USP) e doutora em Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP). Nutricionista do Projeto Envelhecer Sorrindo da Faculdade de Odontologia da USP, nutricionista do Ambulatório de Cirurgia Bariátrica do Hospital Santa Helena, membro da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). Esther Tanikawa Nutricionista (Centro Universitário São Camilo - Cusc), especialista em Nutrição Clínica (Cusc) e aprimorada em Atendimento Interdisciplinar em Geriatria e Gerontologia (IAMSPE/HSPE). Nutricionista clínica da Unidade de Terapia Intensiva do HSPE, e do Programa de Atendimento Domiciliar da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Bragança Paulista. Frances Aparecida Illes Pereira Nutricionista (UMC), mestre em Gerontologia (Unicamp), professora do curso de Nutrição da Faculdade de Mauá (Uniesp). Fernanda Souza de Mello Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica e Terapia Nutricional (Ganep) e em Nutrição Enteral e Parenteral (SBNPE), nutricionista do Hospital do Servidor Público Estadual e Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha. Fernanda Lima Nutricionista e especialista em Nutrição Clínica (Centro Universitário São Camilo – Cusc), mestre em Ciências da Saúde (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual – IAMSPE). Nutricionista clínica da cirurgia geral e oncológica do HSPE. Fernanda Nascimento Pereira Nutricionista, mestre e doutoranda em Ciências (FSP/USP). Gisele Ferreira Camargo Mestre em Gerontologia (Unicamp). Especialista em Fonoaudiologia no Setor da Saúde (HSPE). Fonoaudióloga (Centro Universitário São Camilo). Fonoaudióloga do Programa Envelhecer Sorrindo (Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia da USP). Experiência em fonoaudiologia hospitalar e clínica e no trabalho com idosos usuários de prótese dentária desde 2004. Ministrante de cursos com os temas Envelhecimento, Fonoaudiologia, Prótese dentária e Trabalho multiprofissional. Gláucia Akiko Kamikado Pivi Nutricionista coordenadora do Serviço de Nutrição da Neurologia do Comportamento (Unifesp). Especialista em Nutrição Clínica (Ganep). Mestre e doutora em Neurociências (Unifesp). Docente da Universidade Nove de Julho. Pós-doutoranda em Ciências da Saúde (Universidade da Beira Interior – UBI-Portugal). Gláucia Rodrigues Nutricionista especialista em Geriatria e Gerontologia, mestranda em Ciências da Saúde (IAMSPE), nutricionista clínica em Geriatria e UTI no hospital Samaritano de São Paulo. Graziela Luppi Farmacêutica (Centro Universitário São Camilo). Especialista em Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica (Instituto Racine) e em Farmacologia Clínica (IPH); aprimoramento em Farmácia Hospitalar (HSPE). Farmacêutica do Hospital Municipal Prof. Dr. Alípio Corrêa Neto (Autarquia Hospitalar Municipal de São Paulo-SP). Docente do Instituto Racine. Greisse Viero da Silva Leal Nutricionista (UFPel), mestre e doutora em Saúde Pública (FSP/USP). Professora do Departamento de Alimentos e Nutrição da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Haládia Pessotti de Campos Simião Médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos (FCMS - Fundação Lusíada). Especialista em Endocrinologia e Metabologia (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e em Nutrologia (Abran). Endocrinologista responsável pela equipe de cirurgia bariátrica da Prevent Sênior e endocrinologista da clínica Cipe (Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento). Igor Conterato Gomes Profissional de Educação Física, mestre em Fisioterapia (Unesp) e doutorando em Saúde Pública, área de concentração em Epidemiologia. Professor pesquisador em tempo integral do curso de Educação Física da Faculdade Maurício de Nassau (Natal-RN). Ingrid Chaves Correia Nutricionista (Universidade São Judas Tadeu), mestre em Ciências. Especialista em Nutrição em Saúde Pública (Unifesp) e em Docência do Ensino Superior (Uninove). Professora do curso de graduação em Nutrição da Uninove. JaquelineBotelho da Ponte Nutricionista, mestre e doutora em Engenharia Biomédica (UMC), especialista em Docência Universitária (Uninove), aperfeiçoamento em Geriatria e Gerontologia (HSPE/IAMSPE). Docente do curso de Nutrição da Uninove. Nutricionista e pesquisadora do Ambulatório de Neurologia do Comportamento (Unifesp). Janete da Silva Enfermeira (UniABC), especialista (Unaerp) e licenciada (Uniararas) em Saúde da Família. Docente da graduação em Enfermagem da Universidade Anhanguera de Santo André. Jéssica Rodrigues de Oliveira Nutricionista, mestre e doutora em Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP). Juliana Duarte Leandro Fisioterapeuta (Unicid), especialista em Terapia Intensiva (FMUSP), em Fisioterapia Respiratória (Unifesp) e em Formação em Ensino a Distância (Unip); mestre e doutora em Engenharia Biomédica (UMC). Professora adjunta e pesquisadora do curso de Fisioterapia (da Unip). Juliana Magalhães da Cunha Rêgo Nutricionista (UECE), especialista em Nutrição Clínica (UGF-RJ) e em Nutrição e Exercício Físico (UECE); mestre em Ciências – área de concentração Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP); doutoranda em Ciências Médicas (UFC) e vinculada ao Laboratório da Biologia da Cicatrização, Ontogenia e Nutrição de Tecidos (Labiconte) da Faculdade de Medicina (UFC). Docente do curso de Nutrição do Centro Universitário Estácio do Ceará e de cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica na São Camilo Educação (Crato/CE) e nas Faculdades Inta (Sobral/CE). Karen Danielle Oliveira Bacharel em Nutrição (Unis/MG); pós-graduada em Nutrição Clínica e Estética (Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde). Leila Ali Hassan Kassab Crisóstomo Nutricionista e especialista em Nutrição Clínica (Centro Universitário São Camilo). Mestranda em Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP). Lígia Ortolani dos Santos Nutricionista (UNG), especialista e aprimoranda em Nutrição Hospitalar no Hospital de Retaguarda (HC/FMUSP), mestre em Ciências (FSP/USP). Gerente em Saúde do Centro de Especialidades Médicas de Guarulhos São João (Cemeg São João). Lilian Chika Kato Nutricionista (UMC), especialista em Nutrição Clínica (Sban e Uniban). Nutricionista clínica do Ambulatório de Neurologia e do Comportamento (Unifesp). Pesquisadora no setor de Nutrição em Neurologia do Envelhecimento (Unifesp). Nutricionista de EMTN (Equipe Multidisciplinar em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral) do Hospital Nipo Brasileiro. Líria Núbia Alvarenga Nutricionista (USP), especialista em Nutrição Clínica (Ganep), em Atendimento Interdisciplinar em Geriatria e Gerontologia (IAMSPE), em Gestão de Saúde (FGV). Nutricionista clínica do Centro Paulista de Oncologia (CPO). Luciana Silva Ferreira Nutricionista, mestre em Saúde Pública e doutora em Ciências (FSP/USP), na área de concentração Nutrição. Especialista em Nutrição Clínica pela Asbran. Professora adjunta da Escola de Nutrição da UFRJ. Luiza Antoniazzi Gomes de Gouveia Nutricionista (Cusc), pós-graduada em Nutrição Hospitalar em Cardiologia (InCor/FMUSP), mestre em Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP), doutoranda em Cardiologia (InCor/FMUSP). Professora e pesquisadora da Universidade Paulista (Unip). Margrethe Silva Andreassen Nutricionista clínica do Hospital Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos. Especialista em Nutrição nas Doenças crônicas não transmissíveis (Hospital Israelita Albert Einstein), em Obesidade e Emagrecimento (Unifesp) e em Nutrição Clínica (Abran). Mariana Frigo de Moraes Nutricionista (Cusc), especialista em Nutrição Clínica (ICR-HC/FMUSP) e em Terapia Nutricional (SBNPE); mestranda em Ciências da Saúde (IAMSPE). Coordenadora da área de nutrição clínica (HSPE/FMO), membro da EMTN (HSPE-FMO) e docente da pós-graduação de Nutrição Humana aplicada a Terapia Nutricional (IMeN). Marianne Aparecida Pinheiro da Rocha Nutricionista (Universidade Presbiteriana Mackenzie). Mestre em Ciências (FSP/USP). Mariela Besse Terapeuta ocupacional (Puccamp), especialista em Gerontologia (Unifesp) e em Gerontologia (SBGG), mestre em Ciências (Unifesp). Afiliada à disciplina de Geriatria e Gerontologia da Unifesp e membro da diretoria da SBGG-SP (2009-2016). Maria Carolina Gonçalves Dias Mestre em Nutrição Humana (USP), especialista em Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE), em Nutrição Clínica (Asbran) e em Administração Hospitalar (Instituto de Pesquisas Hospitalares). Nutricionista chefe da Divisão de Nutrição e Dietética do Instituto Central do HC/FMUSP. Coordenadora administrativa da equipe multiprofissional de Terapia Nutricional do Hospital das Clínicas (EMTN-HC). Marília Cristina Prado Louvison Médica sanitarista, doutora em Saúde Pública. Docente da Faculdade de Saúde Pública da USP; presidente da Associação Paulista de Saúde Publica; pesquisadora do Estudo Sabe e na área de envelhecimento, política e gestão. Maristela Bassi Strufaldi Nutricionista (Cusc), especialista em Atendimento Multidisciplinar Gerontológico e Geriátrico (IAMSPE) e em Saúde da Mulher no Climatério (USP); mestranda em Endocrinologia Clínica (Unifesp). Educadora em Diabetes (IDF/SBD/ADJ) e membro do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (2013-2015). Maristela Ferreira Catão Carvalho Farmacêutica (Unicastelo), especialista e mestre em Saúde Pública (USP). Docente do Instituto Racine. Diretora técnica da Assistência Farmacêutica do Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes”. Maria Lucia Lebrão Médica (Unesp) e administradora hospitalar (FSP/USP). Mestre e doutora em Saúde Pública (FSP/USP). Coordenadora do Estudo Sabe. Professora titular sênior do Departamento de Epidemiologia (FSP/USP). Marisa Accioly Rodrigues Domingues Assistente social (PUC-PR). Mestre e doutora em Saúde Pública (FSP/USP). Especialista em Gerontologia (SBGG). Professora do curso de bacharelado em Gerontologia da Each/USP. Maura Márcia Boccato Corá Gomes Pós-graduada em Nutrição Ortomolecular e em Saúde Pública. Nutricionista na Prefeitura Municipal de São Paulo/SMS e em consultório particular. Membro do Grupo de Estudos de Nutrição para Idosos (Genuti). Maureen Lemos Gregson Nutricionista e especialista em Nutrição Clínica (Cusc). Docente do Cusc, em Dietoterapia. Atuou como gerente de nutrição em instituição hospitalar e geriátrica por mais de 25 anos. Nádia Rosana Fernandes de Oliveira Nutricionista (Unifra-RS), mestre em Extensão Rural (UFSM-RS), doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP). Nelson Carvas Junior Professor de Educação Física (Unip), especialista em Fisiologia do Exercício (Unifesp), mestrando em Ciências da Saúde (IAMSPE). Professor dos cursos de Fisioterapia, Educação Física, Enfermagem, Biomedicina e Psicologia da Universidade Ibirapuera. Renata Rebello Mendes Nutricionista (Cusc), mestre e doutora em Nutrição Experimental (FCF/USP). Docente do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Revisora da Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Nutricionista da Confederação Brasileira de Atletismo. Roberta Vieira Farac Especialista em Odontogeriatria (Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas) e mestre em Endodontia (Unesp). Delegada do CRO-SP. Vice-diretora e diretora de Odontogeriatria da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD). Roseli Rodrigues da Silva Nutricionista (FSP/USP). Nutricionista do Hospital do Servidor Público Estadual/IAMSPE, tendo atuado em produção de alimentação hospitalar, dietoterapia a internados, equipes de atenção ambulatorial a pacientes crônicos e a grupos de gestantes (preparação ao parto psicoprofilático); atualmente está no apoio técnico à gestão do SND, elaboração de projetos básicos e supervisão de contratos de alimentação. Rosemeire Aparecida Pagliuso Nutricionista (USC). Especialista em Administração de Serviços de Alimentação (USC), em Nutrição Clínica (Cusc), em Gerontologia e Geriatria (Hospital do Servidor Público Municipal-SP), em Vigilância Sanitáriade Alimentos (FSP/USP). Pós-graduada em Gestão de Negócios em Serviços de Alimentação (Centro Universitário Senac). Nutricionista do Hospital do Servidor Público Estadual/IAMSPE, atualmente coordenadora de Gastronomia Hospitalar e no apoio ao Gerenciamento de Contratos de Alimentação. Rosmary Tatiane Arias Buse Médica especialista em Geriatria (SBGG), assistente e preceptora do Serviço de Geriatria e Gerontologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e do Serviço de Cuidados Paliativos da mesma instituição Membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seção São Paulo no biênio 2014-2016. Rita Maria Monteiro Goulart Nutricionista (UMC), doutora em Saúde Pública (FSP/USP). Professora pesquisadora do curso de Nutrição e mestre em Ciências do Envelhecimento (USJT, São Paulo). Membro da ABGG, da Comissão de Avaliadores CFN. Professora no curso de Nutrição da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Rita de Cássia de Aquino Nutricionista (FSP-USP), especialista em Saúde Pública (FSP/USP), mestre em Nutrição Humana Aplicada (USP), doutora em Saúde Pública (USP). Professora e pesquisadora do curso de Nutrição da USJT, São Paulo, e orientadora pelo Programa Interdisciplinar de Mestrado em Ciências do Envelhecimento da mesma universidade. Sandra Roberta Gomes Ferreira Vivolo Médica (Puccamp), especialista em Endocrinologia. Mestre e doutora em Endocrinologia Clínica. Professora titular do Departamento de Epidemiologia da FSP/USP. Tarciana Nobre de Menezes Nutricionista (UECE). Doutora em Saúde Pública (USP). Professora do Departamento de Fisioterapia e do mestrado em Saúde Pública da UEPB. Thaís Bento Lima da Silva Gerontóloga (USP). Especialista em Neurociências (Faculdade de Medicina do ABC). Mestre e doutoranda em Neurologia (FMUSP). Membro do Grupo de Pesquisa em Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Universidade de São Paulo. Coordenadora do Grupo de Apoio da Associação Brasileira de Doença de Alzheimer e Desordens Relacionadas (Unidade Arquidiocesano – Santa Cruz). Presidente da Associação Brasileira de Gerontologia, gestão de 2013-2015. Teresa Freitas do Amaral Licenciatura e doutoramento em Ciências da Nutrição (FCNAUP). Professora associada na FCNAUP, regente das unidades curriculares de Avaliação do Estado Nutricional e de Epidemiologia. Investigadora na Unidade de Integração de Sistemas Automatizados (Uispa/Inegi, polo Feup/Laeta). Integra a direção da Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica. Valéria Maria Caselato Nutricionista (USC), especialista em Geriatria (Unicamp) e em Nutrição Clínica (Ganep); mestre e doutora em Alimentação e Nutrição (Unicamp). Professora do Instituto de Nutrição Josué de Castro, da UFRJ; membro do Laboratório Multidisciplinar de Pesquisas em Envelhecimento (Lampe/UFRJ) e do Grupo de Estudos de Nutrição na Terceira Idade (Genuti). Valmari Cristina Aranha Psicóloga do Serviço de Geriatria do ICHC/FM-USP. Mestre em Saúde Pública (FSP-USP). Especialista em Psicanálise (PUCCOGEAE), em Neuropsicologia (Cepsic-HCFMUSP), em Psicologia Hospitalar (Fundap- HC/FM-USP) e em Gerontologia (SBGG). Vanessa Averof Honorato de Almeida Nutricionista (UAM), especialista em Fisiologia do Exercício (Unifesp), aprimorada em Treinamento Personalizado (Unifesp), com complementação profissional em Nutrição Pediátrica pelo Hospital Infantil Darcy Vargas (HIDV). Professora da Uninove. Vanessa Vieira Pereira Fisioterapeuta (Unisa), aprimorada/especializada em Atendimento Multidisciplinar Gerontológico e Geriátrico em Fisioterapia (IAMSPE), pós- graduada em Hidroterapia (Nederlands Paramedisch Instituut, Holanda), mestre em Ciências da Saúde (IAMSPE). Professora do curso de Fisioterapia e Educação Física da Unip e do curso de Fisioterapia da Universidade Ibirapuera. Sumário Prefácio Apresentação Parte 1 – Aspectos introdutórios 1 Origem e história da nutrição em gerontologia Cláudia Sebba Tosta de Souza, Manuela de Almeida Roediger, Maria de Lourdes do Nascimento da Silva e Maria de Fátima Nunes Marucci 2 Epidemiologia do envelhecimento Maria Lúcia Lebrão 3 Panorama mundial e brasileiro da alimentação e nutrição de idosos Aline Rodrigues Barbosa, Luciana Silva Ferreira, Manuela de Almeida Roediger, Tarciana Nobre de Menezes, Teresa Freitas do Amaral e Valéria Maria Caselato 4 Políticas públicas de atenção à saúde do idoso Marília Cristina Prado Louvison Parte 2 – Processo do cuidado nutricional 5 Alterações orgânicas, fisiológicas e metabólicas do processo de envelhecimento e seus reflexos na nutrição do idoso Ana Paula França e Gláucia Akiko Kamikado Pivi 6 Avaliação nutricional de idosos Manuela de Almeida Roediger, Maria de Lourdes do Nascimento da Silva e Maria de Fátima Nunes Marucci 7 Recomendações dietéticas e de nutrientes para idosos Renata Rebello Mendes e Juliana Magalhães da Cunha Rêgo 8 Condutas dietéticas para idoso saudável Elci Almeida Fernandes 9 Condutas dietéticas para idoso desportista Vanessa Averof Honorato de Almeida e Ingrid Chaves Correia 10 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema cardiovascular Daiana Aparecida Quintiliano Scarpelli Dourado e Luiza Antoniazzi Gomes de Gouveia 11 Condutas dietéticas para idoso com doenças endócrino-metabólicas Bianca de Almeida Pititto, Maura Márcia Boccato Corá Gomes e Sandra Roberta Gomes Ferreira Vívolo 12 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema digestivo Eliane dos Santos Nascimento e Fernanda Lima 13 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema imunológico Jaqueline Botelho da Ponte 14 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema muscoloesquelético Esther Tanikawa e Gláucia Rodrigues 15 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema respiratório Dolores Milaré Pereira 16 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema neurocognitivo Gláucia Akiko Kamikado Pivi, Lilian Chika Kato e Ana Paula França 17 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema renal Debora Santos Coca de Moraes e Karen Danielle Oliveira 18 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema dermatológico Frances Aparecida Illes Pereira 19 Condutas dietéticas para idoso com doenças neoplásticas Maria Carolina Gonçalves Dias e Líria Núbia Alvarenga 20 Condutas dietéticas para idoso cirúrgico Amanda Lobo Pires 21 Condutas dietéticas para idoso em cuidados paliativos Elci Almeida Fernandes e Maristela Bassi Strufaldi 22 Interação medicamento-nutriente em idoso Maria de Fátima Nunes Marucci, Maura Marcia Boccato Corá Gomes, Nádia Rosana Fernandes de Oliveira e Bruna Zillesg Borges dos Santos 23 Alimentação via enteral e parenteral para idoso Mariana Frigo de Moraes Parte 3 – Atuação do nutricionista no atendimento ao idoso em diferentes cenários 24 Atendimento ao idoso em unidade básica de saúde Lígia Ortolani dos Santos e Eliana Bonilha 25 Atendimento ao idoso em consultório Erika Christiane Toassa e Greisse Viero da Silva Leal 26 Atendimento ao idoso em ambulatório Elza Cristina Silva, Rita Maria Monteiro Goulart e Rita de Cássia de Aquino 27 Atendimento ao idoso em unidade de internação Débora Helena Silveira Dias e Fernanda Souza de Mello 28 Atendimento ao idoso em instituições de longa permanência Maureen Lemos Gregson 29 Atendimento ao idoso em assistência domiciliar Leila Ali Hassan Kassab Crisóstomo e Marianne Aparecida Pinheiro da Rocha Parte 4 – Interdisciplinaridade na assistência nutricional 30 Atuação do assistente social Marisa Accioly Rodrigues Domingues e Thaís Bento Lima da Silva 31 Atuação do profissional de educação física Denise Rodrigues Bueno e Igor Conterato Gomes 32 Atuação do enfermeiro Débora da Silva Brandão Santos e Janete da Silva 33 Atuação do farmacêutico Maristela Ferreira Catão Carvalho, Graziela Luppi e Cristiane de Melo Martinez 34 Atuação do fisioterapeuta Vanessa Vieira Pereira e Juliana Duarte Leandro 35 Atuação do fonoaudiólogo Alessandra Rischitelli Bragança Silva, Cintia Missue Kitano Yamamoto e GiseleFerreira Camargo 36 Atuação do médico geriatra Alessandro Gonçalves Campolina e Haládia Pessotti de Campos Simião 37 Atuação do odontólogo Denise Tiberio, Andrea Affonso Barreto Montandon, Roberta Vieira Farac e Alyne Rangifo 38 Atuação do psicólogo Valmari Cristina Aranha 39 Atuação do terapeuta ocupacional Mariela Besse e Cristiane da Silva Luiz Parte 5 – Tópicos especiais 40 Instalação e adaptação da unidade de alimentação e nutrição na prestação de serviços à população idosa Roseli Rodrigues da Silva e Rosemeire Aparecida Pagliuso 41 Ensino e pesquisa em nutrição em gerontologia Maria de Lourdes do Nascimento da Silva, Maria de Fátima Nunes Marucci e Manuela de Almeida Roediger 42 Estratégias de educação nutricional para idosos Ana Maria Dianezi Gambardella, Fernanda Nascimento Pereira e Jéssica Rodrigues de Oliveira 43 Perspectivas da nutrigenômica em envelhecimento Dolores Milaré Pereira e Ana Paula Camargo 44 Fragilidade e envelhecimento Rosmary Tatiane Arias Buse 45 Alimentação e nutrição do idoso indígena Elza Cristina Silva e Margrethe Silva Andreassen 46 Principais desafios e perspectivas sobre saúde e nutrição da população idosa brasileira Maria de Fátima Nunes Marucci, Maria de Lourdes do Nascimento da Silva e Manuela de Almeida Roediger Prefácio O Brasil conta, hoje, com cerca de 26 milhões de pessoas idosas (≥ 60 anos), ultrapassando 13,6% da população e colocando o país entre os países estruturalmente envelhecidos. Mais que isso, o Brasil está, gradativamente, tornando-se superenvelhecido, pois nesse grupo, o que mais expressivamente cresce é o de idosos longevos (≥ 80 anos). Em 2013, a esperança de vida ao nascer era de 70 anos para os homens e 79 anos para as mulheres e, ao atingir 60 anos, essa esperança passa a ser de 18,5 anos para os homens e 24,5 anos para as mulheres, sendo que ainda é possível expandir esse indicador. Com o progressivo envelhecimento da população observou-se o aumento da prevalência de doenças e agravos crônicos não transmissíveis, sendo a população idosa a mais exposta a essas condições, acrescido do fato de que a presença de multimorbidades é observada em quase 60% das pessoas idosas. Soma-se a isso a heterogeneidade do envelhecimento em todo o país, caracterizado, ainda, por importantes desigualdades gerando demandas desiguais entre os diferentes grupos sociais. São as condições do curso de vida individual que, em um determinado contexto socioeconômico e cultural, determinam “como uma pessoa idosa fica velha”. Tal transformação populacional ocorreu de forma muito rápida, em menos de uma geração e, rapidamente, nos colocou diante de novas demandas até então desconhecidas ou pouco valorizadas. Desde a publicação da Política Nacional do Idoso, em 1994, orienta-se a adequação dos cursos de graduação, de diferentes áreas, a introduzir em seus planos pedagógicos conteúdos relativos à geriatria e gerontologia de forma a capacitar a futura força de trabalho a adquirir conhecimentos específicos relacionados às novas demandas assistenciais. Infelizmente, para a maioria dos cursos, isso não ocorreu como proposto ou desejado, tendo, como consequência, uma força de trabalho ainda carente de conhecimento específico e necessário. O conhecimento na área de gerontologia tem se expandido muito nas últimas décadas e o avanço tecnológico permite a rápida disseminação de informações. No entanto, embora as informações sejam múltiplas, rápidas e fáceis de serem acessadas, não são, ainda, acompanhadas por um mecanismo adequado de qualificação. Assim, informações adequadas e inadequadas são igualmente disseminadas. Uma das grandes preocupações na atualidade é o alcance das idades mais longevas em boas condições físicas, funcionais e mentais. Nesse caminho, os aspectos nutricionais adquiriram uma importância fundamental dada a compreensão de ser esse um dos pilares fundamentais no alcance dessa meta. Assim, o presente livro nasceu do esforço colaborativo de diferentes profissionais da área de gerontologia reunindo as informações atualizadas, com base em evidências e avanços científicos de destaque na literatura, adaptados e adequados à realidade de nossa população idosa. Na primeira parte, poderemos compreender melhor como se deu o envelhecimento de nossa população e suas consequências, bem como as políticas públicas vigentes para atendê-las. Nesse cenário são contextualizados o histórico e o panorama mundial e nacional da nutrição em gerontologia. Na segunda parte há uma minuciosa construção do processo de cuidado nutricional que se inicia pela compreensão das modificações orgânicas, fisiológicas e metabólicas decorrentes do processo de envelhecimento e seu impacto nas condições de saúde da pessoa idosa; como avaliá-las, como interpretar seus resultados e, a partir daí, como propor um plano terapêutico adequado. Essa construção abrange as diversas áreas, desde a pessoa idosa saudável, desportista, até as mais fragilizadas, passando por problemas específicos de saúde que, na pessoa idosa, adquirem características especiais dado apresentarem manifestações atípicas, obscuras ou inexistentes quando comparados aos adultos jovens. Na terceira parte é possível compreender a atuação do nutricionista nos diferentes cenários assistenciais e as competências e habilidades exigidas em cada um que, juntamente da quarta parte do livro, em que se discute a interdisciplinaridade, permitem a compreensão de que o melhor cuidado à pessoa idosa não depende apenas do conhecimento de uma única área, mas da junção de múltiplos conhecimentos e esforços. É somente a partir dessa compreensão que será possível acreditar na construção de um cuidado qualificado e digno. A última parte do livro dedica-se aos tópicos denominados “especiais” que discutem desde o ensino e a pesquisa na área de nutrição em gerontologia até tópicos avançados como nutrigenômica. Assim, esta obra traz uma inestimável contribuição para a área de gerontologia e, em especial, para a área de nutrição, tornando-a referência para todos os profissionais interessados em colaborar na construção de um cuidado digno e qualificado à população idosa. Esse cuidado, na perspectiva da integralidade, consiste em uma resposta à necessidade da pessoa que precisa ser assistida e não à redução dessa pessoa a um aparelho ou sistema biológico que requer reparo. A integralidade está presente no encontro, na conversa, na atitude de todos os atores envolvidos na ação de cuidar que devem buscar reconhecer as necessidades das pessoas para além das demandas explícitas. Na área da saúde, a tendência é caminhar na direção das práticas de cuidado que enfatizem o gerenciamento da saúde mais do que o da doença e ocorram em redes de proteção integradas, formadas por um conjunto de serviços organizados capazes de prover um cuidado coordenado e contínuo à população sob sua responsabilidade. O cuidado integral pode não eliminar o sofrimento, mas pode eliminar seus motivos e as condições de sua produção, alterando as formas e o peso dos modos de viver de sujeitos, famílias e comunidades. Em síntese, “cuidar” é um fenômeno universal, presente na vida do ser humano desde a antiguidade e é responsável por sua sobrevivência devendo ser compreendido como o eixo da essência humana. A apropriação dos conteúdos apresentados neste livro por parte dos leitores interessados permitirá a construção de uma massa crítica qualificada que fará toda a diferença no cuidado da população idosa de hoje e do futuro. Boa leitura e bom aprendizado! Maria Lucia Lebrão Professora Titular Sênior do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP) Apresentação O processo de envelhecimento hoje é uma realidade mundial, inclusive no Brasil, sendo que a alimentação e a nutrição são condições básicas para a manutenção da saúde dos idosos em qualquer nível de atenção. Diante desse cenário, torna-se fundamental o estudo e a pesquisa de todos os aspectos que envolvem esse grupo populacional, para que sepossam elaborar estratégias de intervenções nutricionais efetivas e eficientes e assim contribuir para longevidade e envelhecimento bem-sucedidos. Baseado nessas considerações, este livro originou-se do desejo das organizadoras em suprir a ausência de um livro que pudesse contemplar a Nutrição e a Alimentação em Gerontologia e proporcionar aos profissionais de saúde e aos alunos aprendizagem atualizada e específica sobre essa ciência. Este livro representa a primeira iniciativa em reunir os mais diferentes temas da nutrição e alimentação do idoso, possibilitando oportunidade única para produção de conhecimento científico inovador na área de nutrição, gerontologia, geriatria, medicina e saúde pública. Maria de Lourdes do Nascimento da Silva Maria de Fátima Nunes Marucci Manuela de Almeida Roediger Algumas tabelas deste epub são muito extensas e podem dificultar a visualização dependendo do device utilizado. Nesses casos, por favor dê um toque duplo sobre a tabela para visualização em tela cheia e permitir o uso do zoom. Parte 1 Aspectos introdutórios 1 Origem e história da nutrição em gerontologia Cláudia Sebba Tosta de Souza Manuela de Almeida Roediger Maria de Lourdes do Nascimento da Silva Maria de Fátima Nunes Marucci INTRODUÇÃO A abordagem deste capítulo constitui grande desafio porque a gerontologia, juntamente com a nutrição, aborda o homem de maneira holística. A gerontologia, caracterizada como o estudo do envelhecimento humano, envolve as etapas da vida que participam desse processo; a nutrição, por sua vez, abrange a alimentação desse indivíduo, considerando seu contexto biológico, psicológico, social, cultural e econômico. Este capítulo tem como objetivo discutir questões relevantes para o estudo e o conhecimento da nutrição e da gerontologia. HISTÓRIA: ENVELHECIMENTO E ALIMENTAÇÃO A pesquisa em gerontologia é relativamente nova (Papaléo Netto e Ponte, 2005); no entanto, o interesse sobre o envelhecimento humano é antigo. Por volta de 2800-2700 a.C., encontrou-se um hieróglifo que representava um homem deitado com fraqueza muscular e perda óssea, e que significava “velho” ou “envelhecer”; uma das primeiras representações gráficas do envelhecer relacionado à debilidade. A preocupação com o envelhecimento no decorrer da história não tem abordado apenas questões biológicas, mas também aspectos sociais e culturais (Garcez Leme, 2005). A alimentação também tem sido abordada sob diferentes enfoques, considerando o biológico, o econômico, o social e o cultural. A história da alimentação inclui a abordagem dos alimentos desde a história da coleta, da caça, da agricultura até a indústria moderna. Ela demonstra hábitos e concepções de cada época, além de analisar aspectos de quando, como, onde e com quem se come (Carneiro, 2003). A relação entre alimentação, saúde e envelhecimento foi encontrada em antigos papiros, no Egito Antigo, com recomendações sobre a importância de se ingerir frutas e outros vegetais, além dos cuidados para não comer em exagero (Freixa e Chaves, 2008). Acreditava-se que os prazeres da mesa determinavam a saúde e a longevidade, sendo a inapetência considerada sinal de doença (Flandrin e Montanari, 1998). Os egípcios acreditavam que viver 110 anos seria a recompensa por uma vida equilibrada e virtuosa. Os hebreus valorizavam a prevenção, sendo o excesso de comida e bebida considerado prejudicial. Encontraram-se, também, no hinduísmo, em tratados escritos em 400 d.C., recomendações para se alcançar o rejuvenescimento e o prolongamento da vida. O equilíbrio como origem da saúde e longevidade também foi preconizado na China pelo Tao, que significa o caminho, o equilíbrio da dualidade da natureza, e que fundamentou a mais antiga filosofia de saúde e doença (2900 a.C.). Os chineses enfatizavam a prevenção de doenças, envolvendo dietas específicas e exercícios (Garcez Leme, 2005). Hipócrates (460-377 a.C.), considerado o pai da medicina, desenvolveu um tratado e escreveu sobre a importância da alimentação no enfrentamento das doenças. Na Grécia Clássica, a mitologia e o simbolismo atribuíam ao vinho regeneração e proximidade ao divino; atualmente, pesquisas associam a ele funções antioxidantes e prevenção de doenças cardiovasculares (Freixa e Chaves, 2008). A utilização de dietas como tratamento de doenças foi descrita por Celsus (10-37 d.C). Galeno (129-200 d.C.) já alertava que o idoso deveria realizar dietas especiais, ingerir vinho e ser ativo. Em 1200, para prolongar a vida, recomendava-se dieta controlada, repouso, exercícios e boa higiene. Paracelsus (1493-1541), médico alemão, ressaltou a influência da agressão de fatores externos no surgimento das doenças, evidenciando, entre outros, a nutrição como medida para retardar o envelhecimento e o aparecimento de doenças (Garcez Leme, 2005). Portanto, há tempos observa-se a busca por descobertas que abordem a nutrição e o prolongamento da vida, sendo essas investigações realizadas até os dias de hoje. GERONTOLOGIA E GERIATRIA: CONCEITOS E EVOLUÇÃO Caldas (2010a) descreve que apenas no século XIX o pensamento gerontológico se disseminou, com influência de Adolphe Quetelet, em 1842, enfatizando a necessidade de investigação das leis que acompanham o nascimento, crescimento e morte do homem, como também de Jean-Martin Charcot, em 1867, propondo padrões relacionados à etiologia e técnicas modernas para o envelhecimento. Carl Friedrich Canstatt contribuiu com grande produção científica em seus 43 anos de vida. Uma de suas obras, um tratado traduzido como “As Doenças da Idade Avançada e seu Tratamento”, de 1839, trouxe importantes contribuições científicas à geriatria, como: “O idoso morre gradualmente enquanto ainda vive”. Esse trabalho foi muito importante e estimulou estudantes e leitores a refletirem sobre os diversos problemas não resolvidos que atingem a população (Garcez Leme, 2005, p.23). A gerontologia é a ciência que estuda o envelhecimento e os fatores envolvidos nesse processo. Com o avançar da idade, ocorrem alterações estruturais e funcionais características de um envelhecimento normal, denominadas senescência, que nem sempre são decorrentes de morbidades. No entanto, o processo mórbido é denominado senilidade. Uma linha tênue separa esses dois conceitos, os quais têm sido discutidos por vários pesquisadores da área da gerontologia, que questionam a influência de fatores extrínsecos nessas alterações. Acredita-se que, a partir dos 30 anos de idade, perde-se 1% das funções orgânicas a cada ano. Essa perda pode se acentuar com o avançar da idade, provocando sobrecarga funcional. Entretanto, o declínio das funções orgânicas acontece de forma diferente para cada indivíduo, e relaciona-se a fatores extrínsecos que podem contribuir para o aparecimento de várias enfermidades que são mais graves em idosos, quando comparados aos adultos. Esses fatores extrínsecos são, todavia, passíveis de modificação (Papaléo Netto e Ponte, 2005). Em 1979, Butler já afirmava que o envelhecimento constituía um processo progressivo de autoproteção prejudicada e aumento da autodestruição, sendo o prejuízo da autoproteção relacionado à imunodeficiência e à perda de mecanismos químicos protetores e a autodestruição das células associada ao prejuízo do sistema imune e à perda da função reparadora das células (Roe, 1987b). De acordo com Caldas (2010b), a gerontologia constitui o estudo das mudanças ocorridas durante o envelhecimento, considerando seus determinantes biológicos, psicológicos e socioculturais. O envelhecimento humano ocorre após a maturação sexual e coexiste com o processo de desenvolvimento ao longo da vida. É um processo multifatorial em que cada indivíduo envelhece à sua própria maneira, o que ressalta a diferença entre a idade cronológica e o envelhecimento real do ser humano. A capacidade funcional é um fator importante nesse contexto, uma vez que o envelhecimento saudável está relacionado à independência e à autonomia do idoso, mesmo com a presença de uma ou mais doenças crônicas (Veras,2009). O envelhecimento pode ser considerado bem-sucedido quando envolve baixo risco de doenças e incapacidades, bom funcionamento físico e mental, participação ativa e capacidade de adaptar-se às mudanças ocorridas no contexto biológico, psicológico e social (Rowe e Kahn apud Caldas, 2010b). Prado e Sayd (2006) chamam a atenção para a menção do termo “biopsicossocial”, frequentemente utilizado para descrever aspectos do envelhecimento. Conceitos de envelhecimento encontrados na literatura abordam questões biológicas como a ocorrência desse processo após a maturação sexual e a diminuição da probabilidade de sobrevivência. Esses autores acrescentam ainda que a gerontologia aborda mais questões sobre a velhice e o envelhecimento do que sobre o envelhecimento desde seu início. O envelhecimento parece ser complexo demais para ser abrangido pela geriatria e gerontologia, sendo esses dois campos científicos precursores de uma insuficiência conceitual cujas competências ainda não são claras. Martins de Sá (2006) ressalta que o idoso e seu processo de envelhecimento formam o objeto da gerontologia. Essa ciência considera as múltiplas dimensões biológicas, psíquicas, sociais, culturais, éticas e políticas do homem, bem como o seu processo de envelhecimento, com características de um ser pluridimensional, uno e em transformação, o qual só pode ser explicado na sua integridade. A geriatria surgiu em 1909 como um novo ramo da Medicina. O interesse médico pelos temas geriátricos levou à criação de duas sociedades nos Estados Unidos: The American Geriatrics Society, em 1942, e The Gerontological Society, em 1945. Em 1950, foi fundada a International Society of Gerontology. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Geriatria foi fundada em 1961, posteriormente denominada Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (Garcez Leme, 2005). De acordo com o Dicionário de Termos Técnicos de Medicina e Saúde, a geriatria é o “setor da medicina que se ocupa das pessoas de terceira idade e de suas afecções, quer sejam estas da própria idade, ou sejam doenças correntes que apresentam aspectos particulares dos idosos”. A gerontologia, por sua vez, consiste no “estudo científico do processo e dos problemas do envelhecimento” (Rey, 1999, p.357). De acordo com Jacob Filho e Monaco (2009, p.10), a geriatria é o ramo da medicina que se ocupa com o processo de envelhecimento; a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de problemas de saúde nos indivíduos idosos; as condições socioeconômicas que afetam a atenção à saúde dos idosos. Esses autores conceituam a gerontologia como um termo mais amplo que significa estudo do idoso e dos fatores relacionados ao envelhecimento, tanto humano como dos demais seres vivos. Engloba, portanto, a Geriatria e faz interface com as diversas ciências que estudam a grande diversidade dos determinantes desta evolução. Assim, podemos falar em Gerontologia Social, Citogerontologia ou Epidemiologia Gerontológica. Caldas (2010b, p.19) acrescenta que a geriatria “é o estudo clínico da velhice e compreende a prevenção e o manejo das doenças do envelhecimento. É uma especialidade em Medicina e também em Enfermagem, Odontologia e Fisioterapia”. Papaléo Netto (2006) afirma que a ciência do envelhecimento é o centro das ramificações denominadas gerontologia social, gerontologia biomédica e geriatria. A gerontologia social aborda aspectos não orgânicos, como os antropológicos, legais, sociais, ambientais e econômicos. Os aspectos orgânicos são abordados pela geriatria e gerontologia biomédica, as quais se dividem de acordo com as especialidades. A geriatria abrange aspectos curativos e preventivos de atenção à saúde, relacionando-se com outras disciplinas da área médica e originando subespecialidades como psicogeriatria, cardiogeriatria, neuropsicogeriatria, entre outras. Ela mantém também conexão com outras áreas da saúde, como nutrição, enfermagem, fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia, odontologia, entre outras. A gerontologia biomédica possui enfoque nas questões moleculares e celulares, questionando como e por que se envelhece. Acredita-se que a exposição a fatores extrínsecos, também denominados estilo de vida, atua com maior ou menor intensidade sobre a base genética de cada indivíduo, ocasionando alterações funcionais, celulares e moleculares as quais se associam à predisposição a doenças. Ressalta-se a importância de se estudar o fenômeno do envelhecimento do ponto de vista interdisciplinar; essa é a característica que diferencia a gerontologia de outras áreas do conhecimento científico. A compreensão da interdisciplinaridade na gerontologia é essencial ao gerontólogo, o qual deve buscar ações compatíveis e eticamente aplicáveis nas ações de ensino, pesquisa e assistência (Martins de Sá, 2006). Prado e Sayd (2007, p.252) acrescentam que a gerontologia corresponde atualmente “a um conjunto de ciências, técnicas e saberes voltados, principalmente, para esse ainda nebuloso domínio que é a velhice”. A gerontologia pode ser considerada resultado das relações sociais e da realidade social. O crescimento acelerado da população idosa sugere o aumento de demandas nas áreas de prestação de serviços, pesquisa e políticas públicas, proporcionando o surgimento do profissional da área da gerontologia para que responda aos desafios do envelhecimento com “competência teórico-metodológica e ético-política”. Portanto, o currículo da gerontologia está associado à vida humana em sociedade e se refere ao envelhecimento e à vida do idoso nessa sociedade, sendo esse idoso o resultado do seu curso de vida (Martins de Sá, 2006, p.1474). De acordo com Kalache (2012, p.5), “o envelhecimento, além de ser uma transformação biológica, é também um destino social” que envolve a sociedade e o Estado, a fim de olharem com atenção para essa crescente população que envelhece. Sayeg (1994) já chamava a atenção para ações de planejamento de saúde que envolvessem a participação social, ressaltando a importância da participação do governo em âmbito local, regional, estadual e nacional, além da organização de equipes integradas imprescindíveis ao atendimento do idoso, como médicos, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudiólogos, entre outros. CIÊNCIA DA NUTRIÇÃO E GERONTOLOGIA A atuação do nutricionista na atenção à saúde da população geronte tem sido considerada essencial e deve ocorrer de maneira integrada (Camargos, 2010). As ciências modernas relacionadas à nutrição surgiram no século XIX, originadas dos avanços das Ciências Naturais e da Medicina (Carneiro, 2003). De acordo com Cervato-Mancuso et al. (2008), a prática do cuidado com a alimentação da população surgiu durante a Primeira Guerra Mundial, em virtude da preocupação dos Estados Unidos com a população que sofria com a fome e a falta de alimentos. As dietistas prestavam assistência alimentar para combater a desnutrição e promover a saúde dos indivíduos. No Brasil, o primeiro curso de nutricionistas foi criado em 1939 pelo professor Paula Souza, o qual já se interessava pelos assuntos relacionados à alimentação, desenvolvendo estudos dessa área em São Paulo. A importância da nutrição cresceu rapidamente. Atualmente, os nutricionistas realizam suas atividades profissionais em organizações estatais e internacionais em várias partes do mundo (Contreras e Gracia, 2011). Até o final da década de 1980, muitas pesquisas se destinavam à desnutrição infantil; no entanto, algumas mudanças levaram à discussão de outras questões relacionadas à área da nutrição. A redução das taxas de fecundidade e os avanços científicos e tecnológicos contribuíram para o aumento proporcional de idosos e a redução proporcional da população jovem, caracterizando a transição demográfica. Além disso, observaram-se alterações no perfil de morbimortalidade, com o aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e redução da prevalência das doenças infecciosas e parasitárias, o que se denominou transição epidemiológica. A transição nutricional, por sua vez, caracterizou-secomo o aumento da prevalência de excesso de peso e obesidade e redução da prevalência de subnutrição (Cervato-Mancuso et al., 2008). Portanto, essas transições têm contribuído para novas áreas de pesquisa com a finalidade de investigar esse contexto. Roe, diante do aumento da população idosa, já abordava o interesse em questões que envolvem modos de vida dos idosos, incluindo a alimentação, tema de grande discussão tanto na literatura como em programas de saúde. A saúde dos idosos tem sido atribuída à presença ou ausência da busca por comportamentos favoráveis à saúde durante as etapas da vida, associados a padrões de alimentação que favoreçam a qualidade da dieta e a saúde no decorrer da vida. Estes, agregados a fatores biológicos (genética), sociais (família, crenças religiosas, arranjos domiciliares) e econômicos (independência financeira), contribuem para a saúde física e mental desses indivíduos (Roe, 1987a). Todavia, Florentino (2004) acrescenta que, apesar do crescente aumento demográfico da população idosa, a influência de fatores sociais, econômicos e psicológicos no envelhecimento não é recente, sugerindo, portanto, que a humanidade nunca esteve preparada para enfrentar o envelhecimento. O processo de envelhecer inerente a todas as pessoas é normal e se associa a perdas em função do declínio do ritmo biológico, as quais se encontram diretamente relacionadas à alimentação. De acordo com Moriguti et al. (2008, p.292), “a alimentação precede a saúde”. Uma alimentação adequada é importante em qualquer grupo etário, mas com a devida atenção em relação aos idosos, uma vez que está relacionada a inúmeras doenças. A nutrição se destaca pela modulação das mudanças fisiológicas relacionadas à idade e ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Os idosos estão mais propensos a riscos nutricionais em momentos de estresse ou doença. O aumento de peso moderado com o envelhecimento pode ser considerado um efeito protetor. Deficiências na nutrição durante fase acelerada de crescimento (5 a 10 anos) podem estar associadas ao aumento da mortalidade por doença isquêmica do coração e diabetes. A alimentação deficiente também pode estar relacionada à disfunção imune e à queda da inibição do desenvolvimento de neoplasias. Ressalta-se ainda que a alimentação integra as práticas de saúde institucionais, como também individuais, e desempenha papel relevante ao longo da vida, mantendo estreita relação com o processo saúde-doença e influenciando a longevidade e as enfermidades associadas à idade, como doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes (Santos et al., 2010). A nutrição constitui um importante fator que contribui para a saúde e capacidade funcional dos idosos. O estado nutricional produz grande impacto no bem-estar físico e psicológico (Pirlich e Lochs, 2001). O acompanhamento dos idosos por meio da avaliação do estado nutricional com intervenção adequada, considerando a ingestão recomendada de nutrientes específicos para esse grupo etário, é de grande importância para a preservação e melhora do estado nutricional desses indivíduos (Marucci et al., 2011). O aconselhamento nutricional também constitui ferramenta importante no processo de educação nutricional, considerando as variações e diferenças no desenvolvimento de um indivíduo. Em relação ao idoso, torna-se importante salientar que a inteligência não declina substancialmente com o envelhecimento, sendo esse grupo capaz de aprender e mudar comportamentos. Deve-se levar em consideração, no entanto, possíveis mudanças sensoriais, auditivas e visuais (Martins, 2014). Essas questões serão discutidas em detalhes nos capítulos posteriores. A partir desse contexto e partindo do pressuposto de que os idosos podem ser portadores de problemas de saúde que envolvem abordagens psicológicas, nutricionais, sociais, entre outras, ressalta-se a importância da assistência interdisciplinar aos idosos (Papaléo Netto e Ponte, 2005). Essas questões são de grande relevância, gerando diversos rumos de pesquisa e investigação, entre elas, áreas que envolvem a gerontologia e a nutrição. A pesquisa sobre envelhecimento ganhou força a partir de 1980 (Prado e Sayd, 2006). No Brasil, os grupos de pesquisa destinados a estudar o processo de envelhecimento surgiram a partir de 1995 (Prado e Sayd, 2004). No entanto, há poucos grupos de pesquisa e pós-graduação stricto sensu voltados ao envelhecimento e, portanto, muito se tem a trilhar para que a geriatria e a gerontologia estabeleçam consolidação e dinamismo na pesquisa (Prado e Sayd, 2006). Moraes et al. (2010), ao analisarem o perfil das pesquisas financiadas pelo Ministério da Saúde na subagenda Saúde do Idoso, de acordo com fontes documentais da Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE/Decit), no período de 2002 a 2009, verificaram que os investimentos em pesquisa foram realizados, principalmente, nos setores do processo saúde-doença e avaliação tecnológica em saúde. A maioria dos projetos aprovados foram na Região Sudeste, observando-se, no entanto, um crescimento nas Regiões Norte e Nordeste. As autoras ressaltam ainda a importância de aumentar o financiamento de pesquisas, além de promover e fomentar a capacitação de recursos humanos e a divulgação dessas pesquisas em periódicos. Prado et al. (2011), em pesquisa que utilizou o Diretório dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq), observaram que o número total de grupos de pesquisa brasileiros dobrou a partir de 2000, e aqueles relativos a alimentos e nutrição triplicou entre 2000 e 2008. O crescimento de pesquisas relacionadas a questões como cultura, segurança alimentar e políticas de alimentação e nutrição é recente e complexo, e o estudo dos fenômenos alimentares reivindica a interdisciplinaridade. Barbieri et al. (2011), com o objetivo de analisar estudos realizados na área de gerontologia no Brasil, publicados após a criação do Estatuto do Idoso, no período de 2003 a 2008, selecionados de acordo com a base de dados Lilacs, verificaram grande crescimento nas publicações nesse período. Observou-se prioridade em pesquisas relacionadas ao processo saúde-doença quando comparadas àquelas direcionadas à promoção de saúde e qualidade de vida. Ressalta-se, no entanto, a importância da multiprofissionalidade, contribuindo para a qualidade das pesquisas em gerontologia. A importância do Estatuto do Idoso (Brasil, 2003) também tem sido abordada por outros autores. De acordo com Camargos (2010), o surgimento dessa lei faz com que o Estado e a sociedade olhem para os idosos com o objetivo de assegurar-lhes direitos e capacidades. O Estatuto do Idoso caracteriza-se como importante passo para realizar mudanças que favoreçam essa população. Nesse contexto, o nutricionista atua de forma fundamental e integrada. O Conselho Federal de Nutricionistas, no uso de suas atribuições, por meio do Código de Ética (Resolução CFN n. 334/2004), institui como função do nutricionista a contribuição para a saúde dos indivíduos e da coletividade, sendo responsável pela produção de conhecimento em alimentação e nutrição e pautando-se em princípios éticos para o exercício da profissão. Ressalta-se ainda a importância dos direitos e deveres nas relações interdisciplinares, mantendo sua identidade profissional, fornecendo informações sobre o estado nutricional de indivíduos que estejam sob sua responsabilidade e sendo solidário com outros profissionais (Brasil, 2004). Camargos (2009), ao analisar o Estatuto do Idoso, observou algumas das inserções do nutricionista nas questões relacionadas aos idosos, chamando a atenção para questões importantes como acesso e garantia do alimento à população idosa e direito à saúde com qualidade da prestação de serviços baseada na realidade da saúde do idoso. Ressalta ainda que a inclusão do nutricionista na atenção à saúde da pessoa idosa foi descrita no guia operacional das Redes Estaduais de Atenção à Saúde do Idoso(Brasil, 2002), realizado pelo Ministério da Saúde, o qual propõe como necessária a presença desse profissional e de serviços de nutrição e dietoterapia para o credenciamento de um Centro de Referência para Saúde do Idoso. O fornecimento de alimentos, a promoção de cuidados à saúde e profissionais com formação direcionada à saúde dos idosos, bem como o acesso aos serviços de saúde e a atenção especializada em limitações funcionais, são questões abordadas nesse estatuto. Evidencia-se, no entanto, que muito há de se caminhar para a concretização do contexto assistencial proposto. No Brasil, as políticas públicas de alimentação surgiram a partir da década de 1930 (Cervato-Mancuso et al., 2008). A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) foi sancionada em 1999 e suas diretrizes abordam a promoção de práticas alimentares saudáveis, prevenção e controle de doenças associadas à alimentação e nutrição, monitoramento da situação alimentar e nutricional, garantia da qualidade dos alimentos, além do desenvolvimento de pesquisa, recursos humanos e ações que garantam o acesso universal aos alimentos (Brasil, 2006). Segundo Camargos (2009), cabe aos nutricionistas a realização de discussões relacionadas às ações de saúde da pessoa idosa, sugerindo ainda a criação de uma política nacional de alimentação e nutrição direcionada a essa população, com a elaboração de protocolos e recomendações nutricionais exclusivas e a divulgação desses conhecimentos com propósitos informativos e educacionais. O conceito de “envelhecimento ativo”, utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no final da década de 1990, surgiu a partir do interesse pela melhora da qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem, com o intuito de abordar questões relacionadas à saúde e a outros fatores que envolvem esse contexto. Isso abrange ações que abordem modos de vida saudáveis em todas as etapas da vida, incluindo o acesso a alimentos que favoreçam a saúde (Brasil, 2007). O acesso a uma alimentação adequada pelos idosos integrou o plano de ação proposto durante a II Assembleia Mundial sobre o envelhecimento, realizada em Madri, em 2002, por meio de iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU). Essa assembleia aprovou a criação de dois documentos importantes: o “Plano de Ação Internacional de Madri sobre o Envelhecimento 2002”, o qual priorizou questões sobre os idosos e seu envelhecimento, a promoção de saúde e bem-estar para todo o ciclo de vida e a criação de contextos propícios e favoráveis, com a promoção de políticas orientadas para a família e a comunidade, como base para um envelhecimento seguro; e a “Declaração Política”, que apresentou, entre suas abordagens, o direito de desfrutar ao máximo da saúde física e mental, o acesso universal aos serviços de saúde e a plena participação dos idosos na sociedade. Essa assembleia também foi importante para avaliar os resultados da I Assembleia, realizada em 1982 (Pessini, 2002). No Brasil, em 1994, foi criado o Plano de Ação Governamental para o desenvolvimento da Política Nacional do Idoso, com a finalidade de assegurar direitos sociais aos idosos para a criação de condições que promovessem a sua autonomia, integração e participação na sociedade. Seus princípios englobam, além da participação na comunidade, a defesa de sua dignidade, bem-estar e direito à vida, considerando as diferenças econômicas, sociais e regionais (Brasil, 1994). Em 1999, foi criada a Portaria Ministerial n. 1395, que dispõe sobre a Política Nacional de Saúde do Idoso e determina aos órgãos e entidades do Ministério da Saúde a elaboração e readequação de planos e projetos com enfoque nos principais problemas que afetam a saúde do idoso, como a perda da capacidade funcional e das habilidades físicas e mentais, muito importantes nas atividades da vida diária. Essa política preconiza a recuperação, manutenção e promoção da autonomia e independência dos idosos. A alimentação adequada é um dos hábitos incentivados pela diretriz que aborda a promoção do envelhecimento saudável (Brasil, 1999). De acordo com Uchoa (2003), a realização de intervenções adequadas e direcionadas ao envelhecimento está relacionada ao conhecimento de como o idoso percebe seus problemas de saúde, como tenta solucioná-los e quais dificuldades existem nesse caminho. Observa-se, portanto, a preocupação em proporcionar à população um envelhecimento bem-sucedido, com o objetivo de propiciar bem-estar e qualidade de vida com olhar voltado à promoção da saúde. Ao nos referirmos à promoção de saúde em idosos, não poderíamos deixar de falar sobre a universidade da terceira idade, a qual promove a saúde e a qualidade em um vasto sentido, sendo a “saúde expressão da vida com qualidade”. A partir das possibilidades existentes nas universidades, existe a colaboração para o aumento da saúde física, mental e social dos idosos (Caldas, 2010c, p.127). A universidade da terceira idade surgiu no final da década de 1960, na França, com a finalidade de incentivar as relações sociais e preencher o tempo livre dos idosos, sem preocupações educacionais e assistenciais (Caldas, 2010c). Todavia, em 1973, em Toulouse, na França, surgiu a primeira universidade da terceira idade direcionada ao ensino e à pesquisa, sendo um centro de pesquisas gerontológicas, com desenvolvimento de pesquisas sobre o envelhecimento. No Brasil, a primeira Universidade da Terceira Idade foi instituída pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em 1982, com finalidades que abordavam o ensino, a pesquisa, a organização de programas com orientações médicas adequadas para manter a saúde física e mental, além da promoção de atividades socioculturais para os idosos (Anonymus, 1983). De acordo com Palma (apud Caldas, 2010c), os programas direcionados aos idosos nas universidades se expandiram na década de 1990, em modelos variados, mas com objetivos comuns, em busca de uma velhice bem-sucedida, com ações que promoviam a autoestima, a cidadania, estimulando a independência e autonomia, entre outros. A Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puccamp) iniciou, em 1990, o projeto denominado Universidade Aberta à Terceira Idade, com o objetivo de proporcionar a reinserção social do idoso (Guerrero, 1995). Nessa década, outras instituições também tiveram a iniciativa de desenvolver cursos e atividades destinadas aos idosos, como a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a Universidade São Judas Tadeu, entre outras (Cervato, 1999). A Universidade Aberta da Terceira Idade da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Unati/Uerj) é uma universidade para a terceira idade com princípio de socialização de conhecimentos que promovam a saúde e a qualidade de vida, formando novos sujeitos das práticas da saúde, mas que se encontra em contínua construção e dinamismo, com ações de ensino, pesquisa e extensão. Aborda desde atividades socioculturais, educativas e de integração e inserção social até projetos que abarcam saúde oral, educação em promoção de saúde, atenção hospitalar e atendimento domiciliar, desenvolvendo pesquisas sobre saúde e envelhecimento. Compreende ainda atividades de formação e capacitação de recursos humanos para estudantes, profissionais e público não idoso, além de produzir conhecimento por meio dos pesquisadores e estudantes de pós-graduação, desenvolvendo ainda atividades de extensão, comunicação, divulgação e participação na criação de políticas direcionadas aos idosos (Caldas, 2010c). Cachioni e Neri (2004) reconhecem como de fundamental importância a formação de recursos humanos em gerontologia, uma vez que, além de beneficiar os idosos, promovem mudanças nas concepções sociais sobre velhice. Portanto, a gerontologia educacional, considerada um novo campo interdisciplinar, busca a evolução na educação de idosos, a formação de recursos humanos e a mudança nas concepções da sociedade sobre o envelhecimento. Acredita-se que os programas de formação universitária destinados aos idosos devem surgir de um levantamentosobre as necessidades desse grupo, e os alunos se tornam parceiros na elaboração desses programas. A busca desses cursos está relacionada ao gosto por aprender, à concretização de sonhos e projetos adiados, à necessidade de se sentir ativo e integrado à comunidade. As universidades da terceira idade geram também a necessidade de formar professores de diversas áreas do conhecimento com competências específicas e com uma atuação que favoreça tanto os idosos como a sociedade em geral. Cervato (1999) já ressaltava a preocupação desses cursos com a promoção da saúde, evidenciando a importância da inclusão da nutrição entre os assuntos abordados, sendo a educação nutricional uma contribuição para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que frequentam as Universidades Abertas da Terceira Idade. Assim, as universidades da terceira idade parecem chamar a atenção para essa população que envelhece, com preocupações e abordagens que auxiliam na sua qualidade de vida e no seu bem-estar, além de se manterem atuantes e próximas a essas pessoas, oferecendo, assim, ações concretas direcionadas a elas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do cenário exposto, verificou-se que a gerontologia e a nutrição são ciências indissociáveis. A interdisciplinaridade característica da gerontologia destaca a nutrição como fundamental para o estudo do envelhecimento e de grande relevância para a formação de políticas públicas que atendam às necessidades tanto dos idosos como daqueles que, um dia, tornar-se-ão idosos. Estamos em constante mudança. Essas mudanças, no entanto, devem ser devidamente acompanhadas para que as necessidades sejam supridas e para que possamos colher os frutos que desejamos, como uma vida digna, com maior qualidade e menor desigualdade social, favorecendo o devido acesso aos alimentos, em qualidade e quantidade suficiente, de forma sustentável e respeitando as diversidades culturais durante o envelhecimento. O envelhecimento é inerente a todos e faz parte do desenvolvimento humano. Envelhecer com saúde demanda sabedoria e constitui o grande desafio proposto à ciência, à sociedade e ao Estado. O acesso à nutrição adequada, em todas as fases da vida, contribui para o bom desenvolvimento e agrega qualidade de vida aos anos vividos, proporcionando um envelhecimento ativo com independência, autonomia e felicidade, a qual é apontada por representantes da ONU como um anseio profundo e um objetivo humano, sendo as políticas públicas consideradas essenciais para esse fim. REFERÊNCIAS ANONYMUS. Fundação da Universidade da Terceira Idade de São Paulo. Geriatr. Síntese. v.1, n.1, p.1, 1983. BARBIERI, M.C. et al. A Produção do Conhecimento Científico em Gerontologia e Geriatria no Brasil. In: VII Encontro Internacional de Produção Científica do Cesumar. 2011, Maringá. Disponível em: http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2011/anais/mayara_caroline_barbieri.pdf. Acesso em: 23 abr. 2013. BRASIL. Lei n. 8842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. ______. Lei n. 10741, de 1o de outubro de 2003. 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