Buscar

Tratado de Nutricao em Gerontologia 1ed Silva_u

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 315 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 315 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 315 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Tratado de Nutrição em
Gerontologia
Maria de Lourdes do Nascimento da Silva
Maria de Fátima Nunes Marucci
Manuela de Almeida Roediger
ORGANIZADORAS
Copyright © Editora Manole Ltda., 2014, de acordo com contrato com as
organizadoras.
Editor gestor: Walter Luiz Coutinho
Editora: Ana Maria Silva Hosaka
Produção editorial: Marília Courbassier Paris, Rodrigo de Oliveira Silva e
Amanda Fabbro
Capa: Ricardo Yoshiaki Nitta Rodrigues
Conversão digital: Mariana Tiemi Kavashita
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer processo,
sem a permissão expressa dos editores.
É proibida a reprodução por xerox.
A Editora Manole é filiada à ABDR – Associação de Direitos Reprográficos.
Edição digital – 2017
ISBN eletrônico: 978-85-204-5338-4
Editora Manole Ltda.
Av. Ceci, 672 – Tamboré
06460-120 – Barueri – SP – Brasil
Tel.: (11) 4196-6000 – Fax: (11) 4196-6021
www.manole.com.br
info@manole.com.br
Agradecimentos
A Deus, por sua presença constante em todos os momentos de nossas vidas,
nos auxiliando nessa trajetória e nos proporcionando condições para finalizar
este livro.
Às nossas famílias, esposos e filhos, pelo amor, carinho e apoio em todos
os momentos que precisamos.
Aos colaboradores deste livro e à editora Manole, que proporcionaram
conhecimentos para a concretização desta obra.
A todos os amigos, pelo incentivo durante a realização deste livro.
Ao departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo (FSP/USP) e da Universidade Nove de Julho
(Uninove) e ao serviço de Nutrição e Dietética do Hospital do Servidor
Público Estadual (HSPE/IAMSPE), pelos ensinamentos proporcionados e
pelo apoio prestado.
E a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, acreditaram no sonho
dessas pesquisadoras e que muito contribuíram para que ele fosse possível.
Dedicatória
Dedicamos este livro à Profa. Livre-docente Maria de Fátima Nunes
Marucci, uma das precursoras da Nutrição em Gerontologia no Brasil que,
com muito amor, dedicação, compreensão, humanidade e sabedoria, contribuiu
para essa ciência e para direcionar o caminho de vida de seus alunos para o
sucesso profissional e acadêmico, transcendendo o papel de um educador para
um verdadeiro mestre.
Maria de Lourdes do Nascimento da Silva
Manuela de Almeida Roediger
Organizadoras
Maria de Lourdes do Nascimento da Silva
Nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo; doutorado e mestrado
em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São
Paulo (FSP/USP); especialização em Nutrição Clínica pelo Centro
Universitário São Camilo e especialização em Administração Hospitalar pelo
Centro Universitário Adventista. Coordenadora do Programa de Atendimento
Nutricional Ambulatorial do Serviço de Nutrição e Dietética, membro da
Comissão de Pós-Graduação, da Comissão de Ensino e Pesquisa
Multidisciplinar e supervisora responsável pela Equipe Interdisciplinar de
Gerontologia e pelo Aprimoramento em Atendimento Interdisciplinar em
Gerontologia e Geriatria do Serviço de Geriatria do HSPE/IAMSPE. Docente
da Universidade Nove de Julho (Uninove), membro do Grupo de Estudos de
Nutrição na Terceira Idade (Genuti) e coordenadora do Grupo Interdisciplinar
de Desenvolvimento em Estudos Avançados e Longevidade (Ideal).
Maria de Fátima Nunes Marucci
Nutricionista, mestre, doutora e livre-docente em Nutrição em Saúde
Pública, pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
(FSP/USP). Professora do Departamento de Nutrição da FSP/USP.
Pesquisadora do Estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (Sabe).
Especialista (1987) em Gerontologia Social, pela Sociedade Brasileira de
Geriatra e Gerontologia (SBGG). Coordenadora do Grupo de Estudos de
Nutrição para Idosos (Genuti).
Manuela de Almeida Roediger
Nutricionista. Mestre, doutora e pós-doutoranda em Ciências, área de
concentração Nutrição em Saúde Pública, pela Faculdade de Saúde Pública
da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Pesquisadora visitante na
University College London (UCL), na Inglaterra. Pesquisadora do Estudo
Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (Sabe). Pesquisadora responsável pelo
pré-teste e treinamento das equipes de campo do Estudo Longitudinal da
Saúde e Bem Estar dos Idosos Brasileiros (Elsi-Brasil). Pesquisadora do
Estudo de Levantamento Censitário das Instituições de Longa Permanência
para pessoas idosas (ILPIs) do Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
Saúde Pública e Envelhecimento (FSP/USP), e do Grupo de Estudos de
Nutrição para idosos (Genuti).
Colaboradores
Alessandro Gonçalves Campolina
Médico (Unifesp), especialista em Geriatria (SBGG), especialista em
Nutrologia (Abran), mestre em Ciências (Unifesp), doutor em Saúde Pública
(USP). Pesquisador do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo da
Faculdade de Medicina da USP (Icesp/FMUSP). Coordenador do Laboratório
de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Centro de Investigação
Translacional em Oncologia do Icesp/FMUSP.
Alessandra Rischitelli Bragança Silva
Fonoaudióloga (Faculdade de Franca) com aperfeiçoamento em
Fonoaudiologia Hospitalar (IAMSPE). Nutricionista (UniFMU) e pós-
graduada em Nutrição Clínica (IAMSPE). Mestre em Gerontologia (Unicamp).
Experiência profissional em atendimento clínico. Doutoranda em Nutrição
(Unifesp).
Aline Rodrigues Barbosa
Licenciatura plena em Educação Física (UFRRJ); mestre e doutora em
Nutrição Humana Aplicada (USP); professora Associada da Universidade
Federal de Santa Catarina; orientadora (mestrado e doutorado) nos Programas
de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF/UFSC) e em Nutrição
(PPGN/UFSC). Pesquisadora visitante na University of Leeds (2013) e na
Universidade do Porto (2015).
Alyne Rangifo
Odontóloga (Centro Universitário do Pará). Especialista em Odontologia
Hospitalar (Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa).
Amanda Lobo Pires
Nutricionista e especialista em Nutrição Clínica (Centro Universitário São
Camilo). Mestre em Endocrinologia Clínica (Unifesp). Nutricionista Clínica
da GastroLife Obesidade e Gastroenterologia. Docente do Centro Integrado de
Nutrição (CIN). Gerente de Treinamento da Danone Nutrição Especializada.
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
Ana Maria Dianezi Gambardella
Nutricionista. Mestre e doutora em Saúde Pública (USP). Professora
Associada do Departamento de Nutrição da FSP/USP.
Ana Paula Camargo
Nutricionista formada pela Universidade de Guarulhos. Especialista em
Nutrição Clínica Pediátrica (Instituto da Criança/USP.) Pós-Graduação Sensu
Lato em Nutrição Clínica (Ganep). Especialista em Fitoterapia pela
Conbrafito. Pós-Graduada em Nutrição Clínica e Estética (IPGS). Atualmente
atua como Nutricionista do Ambulatório do IAMSPE (Instituto de Assistência
Medica do Servidor Público) e em consultório particular.
Ana Paula França
Nutricionista (USP), especialista em Saúde da Mulher no Climatério
(FSP/USP), mestre e doutora em Nutrição Humana Aplicada (FCF/FEA/FSP).
Andrea Affonso Barreto Montandon
Especialização em Odontogeriatria. Mestre e doutora em Odontologia.
Professora assistente do Departamento de Odontologia Social, disciplinas de
Clínica Integrada e Odontogeriatria da Unesp de Araraquara. Diretora da
mesma instituição.
Bruna Zillesg Borges dos Santos
Nutricionista (FMU). Aprimoranda de Nutrição em Saúde Pública
(FSP/USP).
Bianca de Almeida Pititto
Médica do Departamento de Medicina Preventiva (Unifesp), mestre em
Endocrinologia (Unifesp); PhD e pós-doutora (FSP/USP). Vice-coordenadora
do Departamento de Epidemiologia da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Cintia Missue Kitano Yamamoto
Fonoaudióloga. Especialista em Distúrbios da Comunicação (Unifesp),
mestre em Saúde Pública (FSP/USP). Professora convidada no Departamento
de Pós-Graduação na Universidade Nove de Julho. Fonoaudióloga da
Prefeitura Municipal de São Paulo.
Cláudia Sebba Tosta de Souza
Nutricionista (Univás), bacharel em Direito (FDSM); especialista em
TerapêuticaNutricional (Unifal-MG) e mestre em Ciências pelo Programa de
Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP).
Cristiane de Melo Martinez
Farmacêutica (Unicastelo), especialista em Farmacologia (Unisantos),
especialista em Administração Hospitalar (Unaerp), farmacêutica no Instituto
Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes”.
Cristiane da Silva Luiz
Terapeuta ocupacional. Docente do Centro Universitário São Camilo e
terapeuta ocupacional do Programa Acompanhante de Idosos da Associação
Saúde da Família e Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (ASF-
SMS/SP).
Daiana Aparecida Quintiliano Scarpelli Dourado
Nutricionista (Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná),
especialista em Nutrição Clínica (UFPR). Mestre e doutora em Ciências
(FSP/USP). Nutricionista responsável pelo Setor de Dietas e Ambientes
Alimentares do Instituto de Nutrición y Tecnologia de los Alimentos,
Universidad de Chile.
Debora Santos Coca de Moraes
Nutricionista (SC), especialista em Nutrição Clínica (SC) e mestranda em
Neurociências (Unifep). Professora do curso de Nutrição da Uninove.
Nutricionista e pesquisadora do Ambulatório de Neurologia do
Comportamento (Unifesp).
Débora Helena Silveira Dias
Nutricionista (Universidade Presbiteriana Mackenzie); aprimoranda em
Nutrição e Gerontologia (IAMSPE-SP); especialista em Nutrição Aplicada a
Gastronomia (NutriNew Escola/ANERJ); pesquisadora do projeto PROADI-
SUS (Ministério da Saúde).
Débora da Silva Brandão Santos
Enfermeira (Univas), especialista em Saúde da Família (Unimontes) e em
Educação em Saúde para trabalhadores de Enfermagem (Fiocruz), mestranda
em Ciências da Saúde (IAMSPE). Enfermeira da Saúde da Família na
Prefeitura Municipal de Borda da Mata-MG, docente no curso de Enfermagem
e supervisora de estágio pela Asmec/Unisepe-Ouro Fino-MG.
Denise Rodrigues Bueno
Profissional de Educação Física e mestre em Fisioterapia (Unesp);
doutoranda do programa de pós-graduação em Nutrição em Saúde
Pública(FSP/USP). Professora colaboradora do grupo de pesquisa Celapam,
Unesp Presidente Prudente.
Denise Tiberio
Odontóloga (Unesp). Especialista de Periodontia (Umesp). Especialista em
Odontogeriatria (CRO) e em Gerontologia (Centro Universitário São Camilo).
Mestre e doutora em Ciências da Saúde (Unifesp). Coordenadora do curso de
especialização em Odontogeriatria da APCD – Central.
Dolores Milaré Pereira
Nutricionista (Centro Universitário São Camilo). Aprimoranda de Nutrição
em Geriatria e Gerontologia (HSPE/IAMSPE), pós-graduada em Nutrição
Clínica Funcional (VP Consultoria). Atua no Ambulatório do HSPE/IAMSPE.
Elci Almeida Fernandes
Especialista em Gerontologia e membro da diretoria da Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Mestre em Nutrição Humana
Aplicada (FSP/USP. Nutricionista clínica e ambulatorial na Divisão de
Nutrição e Dietética do HC/FMUSP. Coordenadora dos cursos de
especialização de Nutrição em Gerontologia e Atualização em Gerontologia
do SGHC/FMUSP. Especialista em Nutrição Clínica (Asbarn), em Nutrição
Enteral e Parenteral (SBNPE), em Saúde Pública no Idoso (FSP/USP) e em
Fisiologia do Exercício (UGF/RJ). Membro do Grupo de Estudos de Nutrição
em Idosos pela FSP/USP (Genuti). Docente do Centro Brasileiro de Estudos
de Saúde (CBES).
Eliana Bonilha
Nutricionista, mestre em Ciências da Saúde (Unifesp), nutricionista na
Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, professora no curso de Nutrição
na Universidade Nove de Julho.
Eliane dos Santos Nascimento
Nutricionista (USJT). Especialista em Saúde Pública (Universidade de
Ribeirão Preto). Diretora Técnica do Serviço de Nutrição e Dietética e
Coordenadora Administrativa da EMTN-Hospital Ipiranga.
Elza Cristina Silva
Nutricionista. Especialista em Obesidade e Emagrecimento: Abordagem
Multidisciplinar (Unifesp). Mestranda pelo Programa de Pós-graduação em
Ciências da Saúde (HSPE/IAMSPE-SP) e especialização em Fitoterapia pela
AVM-Faculdade Integrada.
Erika Christiane Toassa
Nutricionista (Universidade Guarulhos), mestre em Nutrição Humana
Aplicada (Pronut/USP) e doutora em Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP).
Nutricionista do Projeto Envelhecer Sorrindo da Faculdade de Odontologia da
USP, nutricionista do Ambulatório de Cirurgia Bariátrica do Hospital Santa
Helena, membro da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da
Síndrome Metabólica (Abeso).
Esther Tanikawa
Nutricionista (Centro Universitário São Camilo - Cusc), especialista em
Nutrição Clínica (Cusc) e aprimorada em Atendimento Interdisciplinar em
Geriatria e Gerontologia (IAMSPE/HSPE). Nutricionista clínica da Unidade
de Terapia Intensiva do HSPE, e do Programa de Atendimento Domiciliar da
Secretaria de Saúde da Prefeitura de Bragança Paulista.
Frances Aparecida Illes Pereira
Nutricionista (UMC), mestre em Gerontologia (Unicamp), professora do
curso de Nutrição da Faculdade de Mauá (Uniesp).
Fernanda Souza de Mello
Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica e Terapia Nutricional
(Ganep) e em Nutrição Enteral e Parenteral (SBNPE), nutricionista do
Hospital do Servidor Público Estadual e Hospital Municipal Dr. Fernando
Mauro Pires da Rocha.
Fernanda Lima
Nutricionista e especialista em Nutrição Clínica (Centro Universitário São
Camilo – Cusc), mestre em Ciências da Saúde (Instituto de Assistência
Médica ao Servidor Público Estadual – IAMSPE). Nutricionista clínica da
cirurgia geral e oncológica do HSPE.
Fernanda Nascimento Pereira
Nutricionista, mestre e doutoranda em Ciências (FSP/USP).
Gisele Ferreira Camargo
Mestre em Gerontologia (Unicamp). Especialista em Fonoaudiologia no
Setor da Saúde (HSPE). Fonoaudióloga (Centro Universitário São Camilo).
Fonoaudióloga do Programa Envelhecer Sorrindo (Departamento de Prótese
da Faculdade de Odontologia da USP). Experiência em fonoaudiologia
hospitalar e clínica e no trabalho com idosos usuários de prótese dentária
desde 2004. Ministrante de cursos com os temas Envelhecimento,
Fonoaudiologia, Prótese dentária e Trabalho multiprofissional.
Gláucia Akiko Kamikado Pivi
Nutricionista coordenadora do Serviço de Nutrição da Neurologia do
Comportamento (Unifesp). Especialista em Nutrição Clínica (Ganep). Mestre
e doutora em Neurociências (Unifesp). Docente da Universidade Nove de
Julho. Pós-doutoranda em Ciências da Saúde (Universidade da Beira Interior
– UBI-Portugal).
Gláucia Rodrigues
Nutricionista especialista em Geriatria e Gerontologia, mestranda em
Ciências da Saúde (IAMSPE), nutricionista clínica em Geriatria e UTI no
hospital Samaritano de São Paulo.
Graziela Luppi
Farmacêutica (Centro Universitário São Camilo). Especialista em Farmácia
Clínica e Atenção Farmacêutica (Instituto Racine) e em Farmacologia Clínica
(IPH); aprimoramento em Farmácia Hospitalar (HSPE). Farmacêutica do
Hospital Municipal Prof. Dr. Alípio Corrêa Neto (Autarquia Hospitalar
Municipal de São Paulo-SP). Docente do Instituto Racine.
Greisse Viero da Silva Leal
Nutricionista (UFPel), mestre e doutora em Saúde Pública (FSP/USP).
Professora do Departamento de Alimentos e Nutrição da Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM).
Haládia Pessotti de Campos Simião
Médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos (FCMS -
Fundação Lusíada). Especialista em Endocrinologia e Metabologia
(Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e em
Nutrologia (Abran). Endocrinologista responsável pela equipe de cirurgia
bariátrica da Prevent Sênior e endocrinologista da clínica Cipe (Centro
Integrado de Prevenção do Envelhecimento).
Igor Conterato Gomes
Profissional de Educação Física, mestre em Fisioterapia (Unesp) e
doutorando em Saúde Pública, área de concentração em Epidemiologia.
Professor pesquisador em tempo integral do curso de Educação Física da
Faculdade Maurício de Nassau (Natal-RN).
Ingrid Chaves Correia
Nutricionista (Universidade São Judas Tadeu), mestre em Ciências.
Especialista em Nutrição em Saúde Pública (Unifesp) e em Docência do
Ensino Superior (Uninove). Professora do curso de graduação em Nutrição da
Uninove.
JaquelineBotelho da Ponte
Nutricionista, mestre e doutora em Engenharia Biomédica (UMC),
especialista em Docência Universitária (Uninove), aperfeiçoamento em
Geriatria e Gerontologia (HSPE/IAMSPE). Docente do curso de Nutrição da
Uninove. Nutricionista e pesquisadora do Ambulatório de Neurologia do
Comportamento (Unifesp).
Janete da Silva
Enfermeira (UniABC), especialista (Unaerp) e licenciada (Uniararas) em
Saúde da Família. Docente da graduação em Enfermagem da Universidade
Anhanguera de Santo André.
Jéssica Rodrigues de Oliveira
Nutricionista, mestre e doutora em Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP).
Juliana Duarte Leandro
Fisioterapeuta (Unicid), especialista em Terapia Intensiva (FMUSP), em
Fisioterapia Respiratória (Unifesp) e em Formação em Ensino a Distância
(Unip); mestre e doutora em Engenharia Biomédica (UMC). Professora adjunta
e pesquisadora do curso de Fisioterapia (da Unip).
Juliana Magalhães da Cunha Rêgo
Nutricionista (UECE), especialista em Nutrição Clínica (UGF-RJ) e em
Nutrição e Exercício Físico (UECE); mestre em Ciências – área de
concentração Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP); doutoranda em Ciências
Médicas (UFC) e vinculada ao Laboratório da Biologia da Cicatrização,
Ontogenia e Nutrição de Tecidos (Labiconte) da Faculdade de Medicina
(UFC). Docente do curso de Nutrição do Centro Universitário Estácio do
Ceará e de cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica na São Camilo
Educação (Crato/CE) e nas Faculdades Inta (Sobral/CE).
Karen Danielle Oliveira
Bacharel em Nutrição (Unis/MG); pós-graduada em Nutrição Clínica e
Estética (Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde).
Leila Ali Hassan Kassab Crisóstomo
Nutricionista e especialista em Nutrição Clínica (Centro Universitário São
Camilo). Mestranda em Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP).
Lígia Ortolani dos Santos
Nutricionista (UNG), especialista e aprimoranda em Nutrição Hospitalar no
Hospital de Retaguarda (HC/FMUSP), mestre em Ciências (FSP/USP).
Gerente em Saúde do Centro de Especialidades Médicas de Guarulhos São
João (Cemeg São João).
Lilian Chika Kato
Nutricionista (UMC), especialista em Nutrição Clínica (Sban e Uniban).
Nutricionista clínica do Ambulatório de Neurologia e do Comportamento
(Unifesp). Pesquisadora no setor de Nutrição em Neurologia do
Envelhecimento (Unifesp). Nutricionista de EMTN (Equipe Multidisciplinar
em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral) do Hospital Nipo Brasileiro.
Líria Núbia Alvarenga
Nutricionista (USP), especialista em Nutrição Clínica (Ganep), em
Atendimento Interdisciplinar em Geriatria e Gerontologia (IAMSPE), em
Gestão de Saúde (FGV). Nutricionista clínica do Centro Paulista de Oncologia
(CPO).
Luciana Silva Ferreira
Nutricionista, mestre em Saúde Pública e doutora em Ciências (FSP/USP),
na área de concentração Nutrição. Especialista em Nutrição Clínica pela
Asbran. Professora adjunta da Escola de Nutrição da UFRJ.
Luiza Antoniazzi Gomes de Gouveia
Nutricionista (Cusc), pós-graduada em Nutrição Hospitalar em Cardiologia
(InCor/FMUSP), mestre em Nutrição em Saúde Pública (FSP/USP),
doutoranda em Cardiologia (InCor/FMUSP). Professora e pesquisadora da
Universidade Paulista (Unip).
Margrethe Silva Andreassen
Nutricionista clínica do Hospital Irmandade da Santa Casa da Misericórdia
de Santos. Especialista em Nutrição nas Doenças crônicas não transmissíveis
(Hospital Israelita Albert Einstein), em Obesidade e Emagrecimento (Unifesp)
e em Nutrição Clínica (Abran).
Mariana Frigo de Moraes
Nutricionista (Cusc), especialista em Nutrição Clínica (ICR-HC/FMUSP) e
em Terapia Nutricional (SBNPE); mestranda em Ciências da Saúde
(IAMSPE). Coordenadora da área de nutrição clínica (HSPE/FMO), membro
da EMTN (HSPE-FMO) e docente da pós-graduação de Nutrição Humana
aplicada a Terapia Nutricional (IMeN).
Marianne Aparecida Pinheiro da Rocha
Nutricionista (Universidade Presbiteriana Mackenzie). Mestre em Ciências
(FSP/USP).
Mariela Besse
Terapeuta ocupacional (Puccamp), especialista em Gerontologia (Unifesp) e
em Gerontologia (SBGG), mestre em Ciências (Unifesp). Afiliada à disciplina
de Geriatria e Gerontologia da Unifesp e membro da diretoria da SBGG-SP
(2009-2016).
Maria Carolina Gonçalves Dias
Mestre em Nutrição Humana (USP), especialista em Nutrição Parenteral e
Enteral (SBNPE), em Nutrição Clínica (Asbran) e em Administração
Hospitalar (Instituto de Pesquisas Hospitalares). Nutricionista chefe da
Divisão de Nutrição e Dietética do Instituto Central do HC/FMUSP.
Coordenadora administrativa da equipe multiprofissional de Terapia
Nutricional do Hospital das Clínicas (EMTN-HC).
Marília Cristina Prado Louvison
Médica sanitarista, doutora em Saúde Pública. Docente da Faculdade de
Saúde Pública da USP; presidente da Associação Paulista de Saúde Publica;
pesquisadora do Estudo Sabe e na área de envelhecimento, política e gestão.
Maristela Bassi Strufaldi
Nutricionista (Cusc), especialista em Atendimento Multidisciplinar
Gerontológico e Geriátrico (IAMSPE) e em Saúde da Mulher no Climatério
(USP); mestranda em Endocrinologia Clínica (Unifesp). Educadora em
Diabetes (IDF/SBD/ADJ) e membro do Departamento de Nutrição da
Sociedade Brasileira de Diabetes (2013-2015).
Maristela Ferreira Catão Carvalho
Farmacêutica (Unicastelo), especialista e mestre em Saúde Pública (USP).
Docente do Instituto Racine. Diretora técnica da Assistência Farmacêutica do
Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes”.
Maria Lucia Lebrão
Médica (Unesp) e administradora hospitalar (FSP/USP). Mestre e doutora
em Saúde Pública (FSP/USP). Coordenadora do Estudo Sabe. Professora
titular sênior do Departamento de Epidemiologia (FSP/USP).
Marisa Accioly Rodrigues Domingues
Assistente social (PUC-PR). Mestre e doutora em Saúde Pública
(FSP/USP). Especialista em Gerontologia (SBGG). Professora do curso de
bacharelado em Gerontologia da Each/USP.
Maura Márcia Boccato Corá Gomes
Pós-graduada em Nutrição Ortomolecular e em Saúde Pública.
Nutricionista na Prefeitura Municipal de São Paulo/SMS e em consultório
particular. Membro do Grupo de Estudos de Nutrição para Idosos (Genuti).
Maureen Lemos Gregson
Nutricionista e especialista em Nutrição Clínica (Cusc). Docente do Cusc,
em Dietoterapia. Atuou como gerente de nutrição em instituição hospitalar e
geriátrica por mais de 25 anos.
Nádia Rosana Fernandes de Oliveira
Nutricionista (Unifra-RS), mestre em Extensão Rural (UFSM-RS),
doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Nutrição em Saúde Pública
(FSP/USP).
Nelson Carvas Junior
Professor de Educação Física (Unip), especialista em Fisiologia do
Exercício (Unifesp), mestrando em Ciências da Saúde (IAMSPE). Professor
dos cursos de Fisioterapia, Educação Física, Enfermagem, Biomedicina e
Psicologia da Universidade Ibirapuera.
Renata Rebello Mendes
Nutricionista (Cusc), mestre e doutora em Nutrição Experimental
(FCF/USP). Docente do Departamento de Nutrição da Universidade Federal
de Sergipe (UFS). Revisora da Revista Brasileira de Geriatria e
Gerontologia. Nutricionista da Confederação Brasileira de Atletismo.
Roberta Vieira Farac
Especialista em Odontogeriatria (Escola de Aperfeiçoamento Profissional
da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas) e mestre em Endodontia
(Unesp). Delegada do CRO-SP. Vice-diretora e diretora de Odontogeriatria da
Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD).
Roseli Rodrigues da Silva
Nutricionista (FSP/USP). Nutricionista do Hospital do Servidor Público
Estadual/IAMSPE, tendo atuado em produção de alimentação hospitalar,
dietoterapia a internados, equipes de atenção ambulatorial a pacientes
crônicos e a grupos de gestantes (preparação ao parto psicoprofilático);
atualmente está no apoio técnico à gestão do SND, elaboração de projetos
básicos e supervisão de contratos de alimentação.
Rosemeire Aparecida Pagliuso
Nutricionista (USC). Especialista em Administração de Serviços de
Alimentação (USC), em Nutrição Clínica (Cusc), em Gerontologia e Geriatria
(Hospital do Servidor Público Municipal-SP), em Vigilância Sanitáriade
Alimentos (FSP/USP). Pós-graduada em Gestão de Negócios em Serviços de
Alimentação (Centro Universitário Senac). Nutricionista do Hospital do
Servidor Público Estadual/IAMSPE, atualmente coordenadora de
Gastronomia Hospitalar e no apoio ao Gerenciamento de Contratos de
Alimentação.
Rosmary Tatiane Arias Buse
Médica especialista em Geriatria (SBGG), assistente e preceptora do
Serviço de Geriatria e Gerontologia do Hospital do Servidor Público Estadual
de São Paulo e do Serviço de Cuidados Paliativos da mesma instituição
Membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia –
Seção São Paulo no biênio 2014-2016.
Rita Maria Monteiro Goulart
Nutricionista (UMC), doutora em Saúde Pública (FSP/USP). Professora
pesquisadora do curso de Nutrição e mestre em Ciências do Envelhecimento
(USJT, São Paulo). Membro da ABGG, da Comissão de Avaliadores CFN.
Professora no curso de Nutrição da Universidade Municipal de São Caetano
do Sul (USCS).
Rita de Cássia de Aquino
Nutricionista (FSP-USP), especialista em Saúde Pública (FSP/USP), mestre
em Nutrição Humana Aplicada (USP), doutora em Saúde Pública (USP).
Professora e pesquisadora do curso de Nutrição da USJT, São Paulo, e
orientadora pelo Programa Interdisciplinar de Mestrado em Ciências do
Envelhecimento da mesma universidade.
Sandra Roberta Gomes Ferreira Vivolo
Médica (Puccamp), especialista em Endocrinologia. Mestre e doutora em
Endocrinologia Clínica. Professora titular do Departamento de Epidemiologia
da FSP/USP.
Tarciana Nobre de Menezes
Nutricionista (UECE). Doutora em Saúde Pública (USP). Professora do
Departamento de Fisioterapia e do mestrado em Saúde Pública da UEPB.
Thaís Bento Lima da Silva
Gerontóloga (USP). Especialista em Neurociências (Faculdade de Medicina
do ABC). Mestre e doutoranda em Neurologia (FMUSP). Membro do Grupo
de Pesquisa em Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Universidade
de São Paulo. Coordenadora do Grupo de Apoio da Associação Brasileira de
Doença de Alzheimer e Desordens Relacionadas (Unidade Arquidiocesano –
Santa Cruz). Presidente da Associação Brasileira de Gerontologia, gestão de
2013-2015.
Teresa Freitas do Amaral
Licenciatura e doutoramento em Ciências da Nutrição (FCNAUP).
Professora associada na FCNAUP, regente das unidades curriculares de
Avaliação do Estado Nutricional e de Epidemiologia. Investigadora na
Unidade de Integração de Sistemas Automatizados (Uispa/Inegi, polo
Feup/Laeta). Integra a direção da Associação Portuguesa de Nutrição Entérica
e Parentérica.
Valéria Maria Caselato
Nutricionista (USC), especialista em Geriatria (Unicamp) e em Nutrição
Clínica (Ganep); mestre e doutora em Alimentação e Nutrição (Unicamp).
Professora do Instituto de Nutrição Josué de Castro, da UFRJ; membro do
Laboratório Multidisciplinar de Pesquisas em Envelhecimento (Lampe/UFRJ)
e do Grupo de Estudos de Nutrição na Terceira Idade (Genuti).
Valmari Cristina Aranha
Psicóloga do Serviço de Geriatria do ICHC/FM-USP. Mestre em Saúde
Pública (FSP-USP). Especialista em Psicanálise (PUCCOGEAE), em
Neuropsicologia (Cepsic-HCFMUSP), em Psicologia Hospitalar (Fundap-
HC/FM-USP) e em Gerontologia (SBGG).
Vanessa Averof Honorato de Almeida
Nutricionista (UAM), especialista em Fisiologia do Exercício (Unifesp),
aprimorada em Treinamento Personalizado (Unifesp), com complementação
profissional em Nutrição Pediátrica pelo Hospital Infantil Darcy Vargas
(HIDV). Professora da Uninove.
Vanessa Vieira Pereira
Fisioterapeuta (Unisa), aprimorada/especializada em Atendimento
Multidisciplinar Gerontológico e Geriátrico em Fisioterapia (IAMSPE), pós-
graduada em Hidroterapia (Nederlands Paramedisch Instituut, Holanda),
mestre em Ciências da Saúde (IAMSPE). Professora do curso de Fisioterapia
e Educação Física da Unip e do curso de Fisioterapia da Universidade
Ibirapuera.
Sumário
Prefácio
Apresentação
Parte 1 – Aspectos introdutórios
1 Origem e história da nutrição em gerontologia
Cláudia Sebba Tosta de Souza, Manuela de Almeida Roediger, Maria de Lourdes do Nascimento da
Silva e Maria de Fátima Nunes Marucci
2 Epidemiologia do envelhecimento
Maria Lúcia Lebrão
3 Panorama mundial e brasileiro da alimentação e nutrição de idosos
Aline Rodrigues Barbosa, Luciana Silva Ferreira, Manuela de Almeida Roediger, Tarciana Nobre de
Menezes, Teresa Freitas do Amaral e Valéria Maria Caselato
4 Políticas públicas de atenção à saúde do idoso
Marília Cristina Prado Louvison
Parte 2 – Processo do cuidado nutricional
5 Alterações orgânicas, fisiológicas e metabólicas do processo de
envelhecimento e seus reflexos na nutrição do idoso
Ana Paula França e Gláucia Akiko Kamikado Pivi
6 Avaliação nutricional de idosos
Manuela de Almeida Roediger, Maria de Lourdes do Nascimento da Silva e Maria de Fátima Nunes
Marucci
7 Recomendações dietéticas e de nutrientes para idosos
Renata Rebello Mendes e Juliana Magalhães da Cunha Rêgo
8 Condutas dietéticas para idoso saudável
Elci Almeida Fernandes
9 Condutas dietéticas para idoso desportista
Vanessa Averof Honorato de Almeida e Ingrid Chaves Correia
10 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema
cardiovascular
Daiana Aparecida Quintiliano Scarpelli Dourado e Luiza Antoniazzi Gomes de Gouveia
11 Condutas dietéticas para idoso com doenças endócrino-metabólicas
Bianca de Almeida Pititto, Maura Márcia Boccato Corá Gomes e Sandra Roberta Gomes Ferreira
Vívolo
12 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema digestivo
Eliane dos Santos Nascimento e Fernanda Lima
13 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema imunológico
Jaqueline Botelho da Ponte
14 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema
muscoloesquelético
Esther Tanikawa e Gláucia Rodrigues
15 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema respiratório
Dolores Milaré Pereira
16 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema
neurocognitivo
Gláucia Akiko Kamikado Pivi, Lilian Chika Kato e Ana Paula França
17 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema renal
Debora Santos Coca de Moraes e Karen Danielle Oliveira
18 Condutas dietéticas para idoso com doenças do sistema
dermatológico
Frances Aparecida Illes Pereira
19 Condutas dietéticas para idoso com doenças neoplásticas
Maria Carolina Gonçalves Dias e Líria Núbia Alvarenga
20 Condutas dietéticas para idoso cirúrgico
Amanda Lobo Pires
21 Condutas dietéticas para idoso em cuidados paliativos
Elci Almeida Fernandes e Maristela Bassi Strufaldi
22 Interação medicamento-nutriente em idoso
Maria de Fátima Nunes Marucci, Maura Marcia Boccato Corá Gomes, Nádia Rosana Fernandes de
Oliveira e Bruna Zillesg Borges dos Santos
23 Alimentação via enteral e parenteral para idoso
Mariana Frigo de Moraes
Parte 3 – Atuação do nutricionista no atendimento ao idoso em diferentes
cenários
24 Atendimento ao idoso em unidade básica de saúde
Lígia Ortolani dos Santos e Eliana Bonilha
25 Atendimento ao idoso em consultório
Erika Christiane Toassa e Greisse Viero da Silva Leal
26 Atendimento ao idoso em ambulatório
Elza Cristina Silva, Rita Maria Monteiro Goulart e Rita de Cássia de Aquino
27 Atendimento ao idoso em unidade de internação
Débora Helena Silveira Dias e Fernanda Souza de Mello
28 Atendimento ao idoso em instituições de longa permanência
Maureen Lemos Gregson
29 Atendimento ao idoso em assistência domiciliar
Leila Ali Hassan Kassab Crisóstomo e Marianne Aparecida Pinheiro da Rocha
Parte 4 – Interdisciplinaridade na assistência nutricional
30 Atuação do assistente social
Marisa Accioly Rodrigues Domingues e Thaís Bento Lima da Silva
31 Atuação do profissional de educação física
Denise Rodrigues Bueno e Igor Conterato Gomes
32 Atuação do enfermeiro
Débora da Silva Brandão Santos e Janete da Silva
33 Atuação do farmacêutico
Maristela Ferreira Catão Carvalho, Graziela Luppi e Cristiane de Melo Martinez
34 Atuação do fisioterapeuta
Vanessa Vieira Pereira e Juliana Duarte Leandro
35 Atuação do fonoaudiólogo
Alessandra Rischitelli Bragança Silva, Cintia Missue Kitano Yamamoto e GiseleFerreira Camargo
36 Atuação do médico geriatra
Alessandro Gonçalves Campolina e Haládia Pessotti de Campos Simião
37 Atuação do odontólogo
Denise Tiberio, Andrea Affonso Barreto Montandon, Roberta Vieira Farac e Alyne Rangifo
38 Atuação do psicólogo
Valmari Cristina Aranha
39 Atuação do terapeuta ocupacional
Mariela Besse e Cristiane da Silva Luiz
Parte 5 – Tópicos especiais
40 Instalação e adaptação da unidade de alimentação e nutrição na
prestação de serviços à população idosa
Roseli Rodrigues da Silva e Rosemeire Aparecida Pagliuso
41 Ensino e pesquisa em nutrição em gerontologia
Maria de Lourdes do Nascimento da Silva, Maria de Fátima Nunes Marucci e Manuela de Almeida
Roediger
42 Estratégias de educação nutricional para idosos
Ana Maria Dianezi Gambardella, Fernanda Nascimento Pereira e Jéssica Rodrigues de Oliveira
43 Perspectivas da nutrigenômica em envelhecimento
Dolores Milaré Pereira e Ana Paula Camargo
44 Fragilidade e envelhecimento
Rosmary Tatiane Arias Buse
45 Alimentação e nutrição do idoso indígena
Elza Cristina Silva e Margrethe Silva Andreassen
46 Principais desafios e perspectivas sobre saúde e nutrição da
população idosa brasileira
Maria de Fátima Nunes Marucci, Maria de Lourdes do Nascimento da Silva e Manuela de Almeida
Roediger
Prefácio
O Brasil conta, hoje, com cerca de 26 milhões de pessoas idosas (≥ 60
anos), ultrapassando 13,6% da população e colocando o país entre os países
estruturalmente envelhecidos. Mais que isso, o Brasil está, gradativamente,
tornando-se superenvelhecido, pois nesse grupo, o que mais expressivamente
cresce é o de idosos longevos (≥ 80 anos). Em 2013, a esperança de vida ao
nascer era de 70 anos para os homens e 79 anos para as mulheres e, ao atingir
60 anos, essa esperança passa a ser de 18,5 anos para os homens e 24,5 anos
para as mulheres, sendo que ainda é possível expandir esse indicador.
Com o progressivo envelhecimento da população observou-se o aumento da
prevalência de doenças e agravos crônicos não transmissíveis, sendo a
população idosa a mais exposta a essas condições, acrescido do fato de que a
presença de multimorbidades é observada em quase 60% das pessoas idosas.
Soma-se a isso a heterogeneidade do envelhecimento em todo o país,
caracterizado, ainda, por importantes desigualdades gerando demandas
desiguais entre os diferentes grupos sociais. São as condições do curso de
vida individual que, em um determinado contexto socioeconômico e cultural,
determinam “como uma pessoa idosa fica velha”.
Tal transformação populacional ocorreu de forma muito rápida, em menos
de uma geração e, rapidamente, nos colocou diante de novas demandas até
então desconhecidas ou pouco valorizadas.
Desde a publicação da Política Nacional do Idoso, em 1994, orienta-se a
adequação dos cursos de graduação, de diferentes áreas, a introduzir em seus
planos pedagógicos conteúdos relativos à geriatria e gerontologia de forma a
capacitar a futura força de trabalho a adquirir conhecimentos específicos
relacionados às novas demandas assistenciais. Infelizmente, para a maioria
dos cursos, isso não ocorreu como proposto ou desejado, tendo, como
consequência, uma força de trabalho ainda carente de conhecimento específico
e necessário.
O conhecimento na área de gerontologia tem se expandido muito nas últimas
décadas e o avanço tecnológico permite a rápida disseminação de
informações. No entanto, embora as informações sejam múltiplas, rápidas e
fáceis de serem acessadas, não são, ainda, acompanhadas por um mecanismo
adequado de qualificação. Assim, informações adequadas e inadequadas são
igualmente disseminadas.
Uma das grandes preocupações na atualidade é o alcance das idades mais
longevas em boas condições físicas, funcionais e mentais. Nesse caminho, os
aspectos nutricionais adquiriram uma importância fundamental dada a
compreensão de ser esse um dos pilares fundamentais no alcance dessa meta.
Assim, o presente livro nasceu do esforço colaborativo de diferentes
profissionais da área de gerontologia reunindo as informações atualizadas,
com base em evidências e avanços científicos de destaque na literatura,
adaptados e adequados à realidade de nossa população idosa.
Na primeira parte, poderemos compreender melhor como se deu o
envelhecimento de nossa população e suas consequências, bem como as
políticas públicas vigentes para atendê-las. Nesse cenário são
contextualizados o histórico e o panorama mundial e nacional da nutrição em
gerontologia.
Na segunda parte há uma minuciosa construção do processo de cuidado
nutricional que se inicia pela compreensão das modificações orgânicas,
fisiológicas e metabólicas decorrentes do processo de envelhecimento e seu
impacto nas condições de saúde da pessoa idosa; como avaliá-las, como
interpretar seus resultados e, a partir daí, como propor um plano terapêutico
adequado. Essa construção abrange as diversas áreas, desde a pessoa idosa
saudável, desportista, até as mais fragilizadas, passando por problemas
específicos de saúde que, na pessoa idosa, adquirem características especiais
dado apresentarem manifestações atípicas, obscuras ou inexistentes quando
comparados aos adultos jovens.
Na terceira parte é possível compreender a atuação do nutricionista nos
diferentes cenários assistenciais e as competências e habilidades exigidas em
cada um que, juntamente da quarta parte do livro, em que se discute a
interdisciplinaridade, permitem a compreensão de que o melhor cuidado à
pessoa idosa não depende apenas do conhecimento de uma única área, mas da
junção de múltiplos conhecimentos e esforços. É somente a partir dessa
compreensão que será possível acreditar na construção de um cuidado
qualificado e digno.
A última parte do livro dedica-se aos tópicos denominados “especiais” que
discutem desde o ensino e a pesquisa na área de nutrição em gerontologia até
tópicos avançados como nutrigenômica.
Assim, esta obra traz uma inestimável contribuição para a área de
gerontologia e, em especial, para a área de nutrição, tornando-a referência
para todos os profissionais interessados em colaborar na construção de um
cuidado digno e qualificado à população idosa.
Esse cuidado, na perspectiva da integralidade, consiste em uma resposta à
necessidade da pessoa que precisa ser assistida e não à redução dessa pessoa
a um aparelho ou sistema biológico que requer reparo. A integralidade está
presente no encontro, na conversa, na atitude de todos os atores envolvidos na
ação de cuidar que devem buscar reconhecer as necessidades das pessoas
para além das demandas explícitas. Na área da saúde, a tendência é caminhar
na direção das práticas de cuidado que enfatizem o gerenciamento da saúde
mais do que o da doença e ocorram em redes de proteção integradas, formadas
por um conjunto de serviços organizados capazes de prover um cuidado
coordenado e contínuo à população sob sua responsabilidade.
O cuidado integral pode não eliminar o sofrimento, mas pode eliminar seus
motivos e as condições de sua produção, alterando as formas e o peso dos
modos de viver de sujeitos, famílias e comunidades.
Em síntese, “cuidar” é um fenômeno universal, presente na vida do ser
humano desde a antiguidade e é responsável por sua sobrevivência devendo
ser compreendido como o eixo da essência humana.
A apropriação dos conteúdos apresentados neste livro por parte dos leitores
interessados permitirá a construção de uma massa crítica qualificada que fará
toda a diferença no cuidado da população idosa de hoje e do futuro.
Boa leitura e bom aprendizado!
Maria Lucia Lebrão
Professora Titular Sênior do Departamento de Epidemiologia da Faculdade
de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP)
Apresentação
O processo de envelhecimento hoje é uma realidade mundial, inclusive no
Brasil, sendo que a alimentação e a nutrição são condições básicas para a
manutenção da saúde dos idosos em qualquer nível de atenção.
Diante desse cenário, torna-se fundamental o estudo e a pesquisa de todos
os aspectos que envolvem esse grupo populacional, para que sepossam
elaborar estratégias de intervenções nutricionais efetivas e eficientes e assim
contribuir para longevidade e envelhecimento bem-sucedidos.
Baseado nessas considerações, este livro originou-se do desejo das
organizadoras em suprir a ausência de um livro que pudesse contemplar a
Nutrição e a Alimentação em Gerontologia e proporcionar aos profissionais
de saúde e aos alunos aprendizagem atualizada e específica sobre essa
ciência.
Este livro representa a primeira iniciativa em reunir os mais diferentes
temas da nutrição e alimentação do idoso, possibilitando oportunidade única
para produção de conhecimento científico inovador na área de nutrição,
gerontologia, geriatria, medicina e saúde pública.
Maria de Lourdes do Nascimento da Silva
Maria de Fátima Nunes Marucci
Manuela de Almeida Roediger
Algumas tabelas deste epub são muito extensas e
podem dificultar a visualização dependendo do
device utilizado. Nesses casos, por favor dê um
toque duplo sobre a tabela para visualização em tela
cheia e permitir o uso do zoom.
Parte 1
Aspectos introdutórios
1
Origem e história da nutrição em
gerontologia
Cláudia Sebba Tosta de Souza
Manuela de Almeida Roediger
Maria de Lourdes do Nascimento da Silva
Maria de Fátima Nunes Marucci
INTRODUÇÃO
A abordagem deste capítulo constitui grande desafio porque a gerontologia,
juntamente com a nutrição, aborda o homem de maneira holística. A
gerontologia, caracterizada como o estudo do envelhecimento humano,
envolve as etapas da vida que participam desse processo; a nutrição, por sua
vez, abrange a alimentação desse indivíduo, considerando seu contexto
biológico, psicológico, social, cultural e econômico. Este capítulo tem como
objetivo discutir questões relevantes para o estudo e o conhecimento da
nutrição e da gerontologia.
HISTÓRIA: ENVELHECIMENTO E ALIMENTAÇÃO
A pesquisa em gerontologia é relativamente nova (Papaléo Netto e Ponte,
2005); no entanto, o interesse sobre o envelhecimento humano é antigo. Por
volta de 2800-2700 a.C., encontrou-se um hieróglifo que representava um
homem deitado com fraqueza muscular e perda óssea, e que significava
“velho” ou “envelhecer”; uma das primeiras representações gráficas do
envelhecer relacionado à debilidade. A preocupação com o envelhecimento no
decorrer da história não tem abordado apenas questões biológicas, mas
também aspectos sociais e culturais (Garcez Leme, 2005).
A alimentação também tem sido abordada sob diferentes enfoques,
considerando o biológico, o econômico, o social e o cultural. A história da
alimentação inclui a abordagem dos alimentos desde a história da coleta, da
caça, da agricultura até a indústria moderna. Ela demonstra hábitos e
concepções de cada época, além de analisar aspectos de quando, como, onde e
com quem se come (Carneiro, 2003).
A relação entre alimentação, saúde e envelhecimento foi encontrada em
antigos papiros, no Egito Antigo, com recomendações sobre a importância de
se ingerir frutas e outros vegetais, além dos cuidados para não comer em
exagero (Freixa e Chaves, 2008). Acreditava-se que os prazeres da mesa
determinavam a saúde e a longevidade, sendo a inapetência considerada sinal
de doença (Flandrin e Montanari, 1998). Os egípcios acreditavam que viver
110 anos seria a recompensa por uma vida equilibrada e virtuosa. Os hebreus
valorizavam a prevenção, sendo o excesso de comida e bebida considerado
prejudicial. Encontraram-se, também, no hinduísmo, em tratados escritos em
400 d.C., recomendações para se alcançar o rejuvenescimento e o
prolongamento da vida. O equilíbrio como origem da saúde e longevidade
também foi preconizado na China pelo Tao, que significa o caminho, o
equilíbrio da dualidade da natureza, e que fundamentou a mais antiga filosofia
de saúde e doença (2900 a.C.). Os chineses enfatizavam a prevenção de
doenças, envolvendo dietas específicas e exercícios (Garcez Leme, 2005).
Hipócrates (460-377 a.C.), considerado o pai da medicina, desenvolveu um
tratado e escreveu sobre a importância da alimentação no enfrentamento das
doenças. Na Grécia Clássica, a mitologia e o simbolismo atribuíam ao vinho
regeneração e proximidade ao divino; atualmente, pesquisas associam a ele
funções antioxidantes e prevenção de doenças cardiovasculares (Freixa e
Chaves, 2008).
A utilização de dietas como tratamento de doenças foi descrita por Celsus
(10-37 d.C). Galeno (129-200 d.C.) já alertava que o idoso deveria realizar
dietas especiais, ingerir vinho e ser ativo. Em 1200, para prolongar a vida,
recomendava-se dieta controlada, repouso, exercícios e boa higiene.
Paracelsus (1493-1541), médico alemão, ressaltou a influência da agressão de
fatores externos no surgimento das doenças, evidenciando, entre outros, a
nutrição como medida para retardar o envelhecimento e o aparecimento de
doenças (Garcez Leme, 2005).
Portanto, há tempos observa-se a busca por descobertas que abordem a
nutrição e o prolongamento da vida, sendo essas investigações realizadas até
os dias de hoje.
GERONTOLOGIA E GERIATRIA: CONCEITOS E EVOLUÇÃO
Caldas (2010a) descreve que apenas no século XIX o pensamento
gerontológico se disseminou, com influência de Adolphe Quetelet, em 1842,
enfatizando a necessidade de investigação das leis que acompanham o
nascimento, crescimento e morte do homem, como também de Jean-Martin
Charcot, em 1867, propondo padrões relacionados à etiologia e técnicas
modernas para o envelhecimento.
Carl Friedrich Canstatt contribuiu com grande produção científica em seus
43 anos de vida. Uma de suas obras, um tratado traduzido como “As Doenças
da Idade Avançada e seu Tratamento”, de 1839, trouxe importantes
contribuições científicas à geriatria, como: “O idoso morre gradualmente
enquanto ainda vive”. Esse trabalho foi muito importante e estimulou
estudantes e leitores a refletirem sobre os diversos problemas não resolvidos
que atingem a população (Garcez Leme, 2005, p.23).
A gerontologia é a ciência que estuda o envelhecimento e os fatores
envolvidos nesse processo. Com o avançar da idade, ocorrem alterações
estruturais e funcionais características de um envelhecimento normal,
denominadas senescência, que nem sempre são decorrentes de morbidades. No
entanto, o processo mórbido é denominado senilidade. Uma linha tênue separa
esses dois conceitos, os quais têm sido discutidos por vários pesquisadores da
área da gerontologia, que questionam a influência de fatores extrínsecos nessas
alterações. Acredita-se que, a partir dos 30 anos de idade, perde-se 1% das
funções orgânicas a cada ano. Essa perda pode se acentuar com o avançar da
idade, provocando sobrecarga funcional. Entretanto, o declínio das funções
orgânicas acontece de forma diferente para cada indivíduo, e relaciona-se a
fatores extrínsecos que podem contribuir para o aparecimento de várias
enfermidades que são mais graves em idosos, quando comparados aos adultos.
Esses fatores extrínsecos são, todavia, passíveis de modificação (Papaléo
Netto e Ponte, 2005).
Em 1979, Butler já afirmava que o envelhecimento constituía um processo
progressivo de autoproteção prejudicada e aumento da autodestruição, sendo o
prejuízo da autoproteção relacionado à imunodeficiência e à perda de
mecanismos químicos protetores e a autodestruição das células associada ao
prejuízo do sistema imune e à perda da função reparadora das células (Roe,
1987b).
De acordo com Caldas (2010b), a gerontologia constitui o estudo das
mudanças ocorridas durante o envelhecimento, considerando seus
determinantes biológicos, psicológicos e socioculturais. O envelhecimento
humano ocorre após a maturação sexual e coexiste com o processo de
desenvolvimento ao longo da vida. É um processo multifatorial em que cada
indivíduo envelhece à sua própria maneira, o que ressalta a diferença entre a
idade cronológica e o envelhecimento real do ser humano.
A capacidade funcional é um fator importante nesse contexto, uma vez que o
envelhecimento saudável está relacionado à independência e à autonomia do
idoso, mesmo com a presença de uma ou mais doenças crônicas (Veras,2009).
O envelhecimento pode ser considerado bem-sucedido quando envolve baixo
risco de doenças e incapacidades, bom funcionamento físico e mental,
participação ativa e capacidade de adaptar-se às mudanças ocorridas no
contexto biológico, psicológico e social (Rowe e Kahn apud Caldas, 2010b).
Prado e Sayd (2006) chamam a atenção para a menção do termo
“biopsicossocial”, frequentemente utilizado para descrever aspectos do
envelhecimento. Conceitos de envelhecimento encontrados na literatura
abordam questões biológicas como a ocorrência desse processo após a
maturação sexual e a diminuição da probabilidade de sobrevivência. Esses
autores acrescentam ainda que a gerontologia aborda mais questões sobre a
velhice e o envelhecimento do que sobre o envelhecimento desde seu início. O
envelhecimento parece ser complexo demais para ser abrangido pela geriatria
e gerontologia, sendo esses dois campos científicos precursores de uma
insuficiência conceitual cujas competências ainda não são claras.
Martins de Sá (2006) ressalta que o idoso e seu processo de
envelhecimento formam o objeto da gerontologia. Essa ciência considera as
múltiplas dimensões biológicas, psíquicas, sociais, culturais, éticas e políticas
do homem, bem como o seu processo de envelhecimento, com características
de um ser pluridimensional, uno e em transformação, o qual só pode ser
explicado na sua integridade.
A geriatria surgiu em 1909 como um novo ramo da Medicina. O interesse
médico pelos temas geriátricos levou à criação de duas sociedades nos
Estados Unidos: The American Geriatrics Society, em 1942, e The
Gerontological Society, em 1945. Em 1950, foi fundada a International Society
of Gerontology. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Geriatria foi fundada em
1961, posteriormente denominada Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia (Garcez Leme, 2005).
De acordo com o Dicionário de Termos Técnicos de Medicina e Saúde, a
geriatria é o “setor da medicina que se ocupa das pessoas de terceira idade e
de suas afecções, quer sejam estas da própria idade, ou sejam doenças
correntes que apresentam aspectos particulares dos idosos”. A gerontologia,
por sua vez, consiste no “estudo científico do processo e dos problemas do
envelhecimento” (Rey, 1999, p.357).
De acordo com Jacob Filho e Monaco (2009, p.10), a geriatria
é o ramo da medicina que se ocupa com o processo de envelhecimento; a prevenção, o diagnóstico e
o tratamento de problemas de saúde nos indivíduos idosos; as condições socioeconômicas que afetam a
atenção à saúde dos idosos.
Esses autores conceituam a gerontologia como
um termo mais amplo que significa estudo do idoso e dos fatores relacionados ao envelhecimento,
tanto humano como dos demais seres vivos. Engloba, portanto, a Geriatria e faz interface com as
diversas ciências que estudam a grande diversidade dos determinantes desta evolução. Assim, podemos
falar em Gerontologia Social, Citogerontologia ou Epidemiologia Gerontológica.
Caldas (2010b, p.19) acrescenta que a geriatria “é o estudo clínico da
velhice e compreende a prevenção e o manejo das doenças do envelhecimento.
É uma especialidade em Medicina e também em Enfermagem, Odontologia e
Fisioterapia”.
Papaléo Netto (2006) afirma que a ciência do envelhecimento é o centro das
ramificações denominadas gerontologia social, gerontologia biomédica e
geriatria. A gerontologia social aborda aspectos não orgânicos, como os
antropológicos, legais, sociais, ambientais e econômicos. Os aspectos
orgânicos são abordados pela geriatria e gerontologia biomédica, as quais se
dividem de acordo com as especialidades. A geriatria abrange aspectos
curativos e preventivos de atenção à saúde, relacionando-se com outras
disciplinas da área médica e originando subespecialidades como
psicogeriatria, cardiogeriatria, neuropsicogeriatria, entre outras. Ela mantém
também conexão com outras áreas da saúde, como nutrição, enfermagem,
fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia, odontologia, entre outras. A
gerontologia biomédica possui enfoque nas questões moleculares e celulares,
questionando como e por que se envelhece. Acredita-se que a exposição a
fatores extrínsecos, também denominados estilo de vida, atua com maior ou
menor intensidade sobre a base genética de cada indivíduo, ocasionando
alterações funcionais, celulares e moleculares as quais se associam à
predisposição a doenças. Ressalta-se a importância de se estudar o fenômeno
do envelhecimento do ponto de vista interdisciplinar; essa é a característica
que diferencia a gerontologia de outras áreas do conhecimento científico.
A compreensão da interdisciplinaridade na gerontologia é essencial ao
gerontólogo, o qual deve buscar ações compatíveis e eticamente aplicáveis
nas ações de ensino, pesquisa e assistência (Martins de Sá, 2006).
Prado e Sayd (2007, p.252) acrescentam que a gerontologia corresponde
atualmente “a um conjunto de ciências, técnicas e saberes voltados,
principalmente, para esse ainda nebuloso domínio que é a velhice”.
A gerontologia pode ser considerada resultado das relações sociais e da
realidade social. O crescimento acelerado da população idosa sugere o
aumento de demandas nas áreas de prestação de serviços, pesquisa e políticas
públicas, proporcionando o surgimento do profissional da área da
gerontologia para que responda aos desafios do envelhecimento com
“competência teórico-metodológica e ético-política”. Portanto, o currículo da
gerontologia está associado à vida humana em sociedade e se refere ao
envelhecimento e à vida do idoso nessa sociedade, sendo esse idoso o
resultado do seu curso de vida (Martins de Sá, 2006, p.1474).
De acordo com Kalache (2012, p.5), “o envelhecimento, além de ser uma
transformação biológica, é também um destino social” que envolve a
sociedade e o Estado, a fim de olharem com atenção para essa crescente
população que envelhece.
Sayeg (1994) já chamava a atenção para ações de planejamento de saúde
que envolvessem a participação social, ressaltando a importância da
participação do governo em âmbito local, regional, estadual e nacional, além
da organização de equipes integradas imprescindíveis ao atendimento do
idoso, como médicos, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudiólogos, entre
outros.
CIÊNCIA DA NUTRIÇÃO E GERONTOLOGIA
A atuação do nutricionista na atenção à saúde da população geronte tem
sido considerada essencial e deve ocorrer de maneira integrada (Camargos,
2010).
As ciências modernas relacionadas à nutrição surgiram no século XIX,
originadas dos avanços das Ciências Naturais e da Medicina (Carneiro,
2003).
De acordo com Cervato-Mancuso et al. (2008), a prática do cuidado com a
alimentação da população surgiu durante a Primeira Guerra Mundial, em
virtude da preocupação dos Estados Unidos com a população que sofria com a
fome e a falta de alimentos. As dietistas prestavam assistência alimentar para
combater a desnutrição e promover a saúde dos indivíduos. No Brasil, o
primeiro curso de nutricionistas foi criado em 1939 pelo professor Paula
Souza, o qual já se interessava pelos assuntos relacionados à alimentação,
desenvolvendo estudos dessa área em São Paulo.
A importância da nutrição cresceu rapidamente. Atualmente, os
nutricionistas realizam suas atividades profissionais em organizações estatais
e internacionais em várias partes do mundo (Contreras e Gracia, 2011).
Até o final da década de 1980, muitas pesquisas se destinavam à
desnutrição infantil; no entanto, algumas mudanças levaram à discussão de
outras questões relacionadas à área da nutrição. A redução das taxas de
fecundidade e os avanços científicos e tecnológicos contribuíram para o
aumento proporcional de idosos e a redução proporcional da população
jovem, caracterizando a transição demográfica. Além disso, observaram-se
alterações no perfil de morbimortalidade, com o aumento da prevalência de
doenças crônicas não transmissíveis e redução da prevalência das doenças
infecciosas e parasitárias, o que se denominou transição epidemiológica. A
transição nutricional, por sua vez, caracterizou-secomo o aumento da
prevalência de excesso de peso e obesidade e redução da prevalência de
subnutrição (Cervato-Mancuso et al., 2008). Portanto, essas transições têm
contribuído para novas áreas de pesquisa com a finalidade de investigar esse
contexto.
Roe, diante do aumento da população idosa, já abordava o interesse em
questões que envolvem modos de vida dos idosos, incluindo a alimentação,
tema de grande discussão tanto na literatura como em programas de saúde. A
saúde dos idosos tem sido atribuída à presença ou ausência da busca por
comportamentos favoráveis à saúde durante as etapas da vida, associados a
padrões de alimentação que favoreçam a qualidade da dieta e a saúde no
decorrer da vida. Estes, agregados a fatores biológicos (genética), sociais
(família, crenças religiosas, arranjos domiciliares) e econômicos
(independência financeira), contribuem para a saúde física e mental desses
indivíduos (Roe, 1987a).
Todavia, Florentino (2004) acrescenta que, apesar do crescente aumento
demográfico da população idosa, a influência de fatores sociais, econômicos e
psicológicos no envelhecimento não é recente, sugerindo, portanto, que a
humanidade nunca esteve preparada para enfrentar o envelhecimento. O
processo de envelhecer inerente a todas as pessoas é normal e se associa a
perdas em função do declínio do ritmo biológico, as quais se encontram
diretamente relacionadas à alimentação.
De acordo com Moriguti et al. (2008, p.292), “a alimentação precede a
saúde”. Uma alimentação adequada é importante em qualquer grupo etário,
mas com a devida atenção em relação aos idosos, uma vez que está
relacionada a inúmeras doenças. A nutrição se destaca pela modulação das
mudanças fisiológicas relacionadas à idade e ao desenvolvimento de doenças
crônicas não transmissíveis. Os idosos estão mais propensos a riscos
nutricionais em momentos de estresse ou doença. O aumento de peso
moderado com o envelhecimento pode ser considerado um efeito protetor.
Deficiências na nutrição durante fase acelerada de crescimento (5 a 10 anos)
podem estar associadas ao aumento da mortalidade por doença isquêmica do
coração e diabetes. A alimentação deficiente também pode estar relacionada à
disfunção imune e à queda da inibição do desenvolvimento de neoplasias.
Ressalta-se ainda que a alimentação integra as práticas de saúde
institucionais, como também individuais, e desempenha papel relevante ao
longo da vida, mantendo estreita relação com o processo saúde-doença e
influenciando a longevidade e as enfermidades associadas à idade, como
doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes (Santos et al., 2010).
A nutrição constitui um importante fator que contribui para a saúde e
capacidade funcional dos idosos. O estado nutricional produz grande impacto
no bem-estar físico e psicológico (Pirlich e Lochs, 2001). O acompanhamento
dos idosos por meio da avaliação do estado nutricional com intervenção
adequada, considerando a ingestão recomendada de nutrientes específicos
para esse grupo etário, é de grande importância para a preservação e melhora
do estado nutricional desses indivíduos (Marucci et al., 2011). O
aconselhamento nutricional também constitui ferramenta importante no
processo de educação nutricional, considerando as variações e diferenças no
desenvolvimento de um indivíduo. Em relação ao idoso, torna-se importante
salientar que a inteligência não declina substancialmente com o
envelhecimento, sendo esse grupo capaz de aprender e mudar comportamentos.
Deve-se levar em consideração, no entanto, possíveis mudanças sensoriais,
auditivas e visuais (Martins, 2014). Essas questões serão discutidas em
detalhes nos capítulos posteriores.
A partir desse contexto e partindo do pressuposto de que os idosos podem
ser portadores de problemas de saúde que envolvem abordagens psicológicas,
nutricionais, sociais, entre outras, ressalta-se a importância da assistência
interdisciplinar aos idosos (Papaléo Netto e Ponte, 2005).
Essas questões são de grande relevância, gerando diversos rumos de
pesquisa e investigação, entre elas, áreas que envolvem a gerontologia e a
nutrição.
A pesquisa sobre envelhecimento ganhou força a partir de 1980 (Prado e
Sayd, 2006). No Brasil, os grupos de pesquisa destinados a estudar o processo
de envelhecimento surgiram a partir de 1995 (Prado e Sayd, 2004). No
entanto, há poucos grupos de pesquisa e pós-graduação stricto sensu voltados
ao envelhecimento e, portanto, muito se tem a trilhar para que a geriatria e a
gerontologia estabeleçam consolidação e dinamismo na pesquisa (Prado e
Sayd, 2006).
Moraes et al. (2010), ao analisarem o perfil das pesquisas financiadas pelo
Ministério da Saúde na subagenda Saúde do Idoso, de acordo com fontes
documentais da Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde da
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE/Decit), no
período de 2002 a 2009, verificaram que os investimentos em pesquisa foram
realizados, principalmente, nos setores do processo saúde-doença e avaliação
tecnológica em saúde. A maioria dos projetos aprovados foram na Região
Sudeste, observando-se, no entanto, um crescimento nas Regiões Norte e
Nordeste. As autoras ressaltam ainda a importância de aumentar o
financiamento de pesquisas, além de promover e fomentar a capacitação de
recursos humanos e a divulgação dessas pesquisas em periódicos.
Prado et al. (2011), em pesquisa que utilizou o Diretório dos Grupos de
Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq),
observaram que o número total de grupos de pesquisa brasileiros dobrou a
partir de 2000, e aqueles relativos a alimentos e nutrição triplicou entre 2000
e 2008. O crescimento de pesquisas relacionadas a questões como cultura,
segurança alimentar e políticas de alimentação e nutrição é recente e
complexo, e o estudo dos fenômenos alimentares reivindica a
interdisciplinaridade.
Barbieri et al. (2011), com o objetivo de analisar estudos realizados na área
de gerontologia no Brasil, publicados após a criação do Estatuto do Idoso, no
período de 2003 a 2008, selecionados de acordo com a base de dados Lilacs,
verificaram grande crescimento nas publicações nesse período. Observou-se
prioridade em pesquisas relacionadas ao processo saúde-doença quando
comparadas àquelas direcionadas à promoção de saúde e qualidade de vida.
Ressalta-se, no entanto, a importância da multiprofissionalidade, contribuindo
para a qualidade das pesquisas em gerontologia.
A importância do Estatuto do Idoso (Brasil, 2003) também tem sido
abordada por outros autores. De acordo com Camargos (2010), o surgimento
dessa lei faz com que o Estado e a sociedade olhem para os idosos com o
objetivo de assegurar-lhes direitos e capacidades. O Estatuto do Idoso
caracteriza-se como importante passo para realizar mudanças que favoreçam
essa população. Nesse contexto, o nutricionista atua de forma fundamental e
integrada.
O Conselho Federal de Nutricionistas, no uso de suas atribuições, por meio
do Código de Ética (Resolução CFN n. 334/2004), institui como função do
nutricionista a contribuição para a saúde dos indivíduos e da coletividade,
sendo responsável pela produção de conhecimento em alimentação e nutrição
e pautando-se em princípios éticos para o exercício da profissão. Ressalta-se
ainda a importância dos direitos e deveres nas relações interdisciplinares,
mantendo sua identidade profissional, fornecendo informações sobre o estado
nutricional de indivíduos que estejam sob sua responsabilidade e sendo
solidário com outros profissionais (Brasil, 2004).
Camargos (2009), ao analisar o Estatuto do Idoso, observou algumas das
inserções do nutricionista nas questões relacionadas aos idosos, chamando a
atenção para questões importantes como acesso e garantia do alimento à
população idosa e direito à saúde com qualidade da prestação de serviços
baseada na realidade da saúde do idoso. Ressalta ainda que a inclusão do
nutricionista na atenção à saúde da pessoa idosa foi descrita no guia
operacional das Redes Estaduais de Atenção à Saúde do Idoso(Brasil, 2002),
realizado pelo Ministério da Saúde, o qual propõe como necessária a
presença desse profissional e de serviços de nutrição e dietoterapia para o
credenciamento de um Centro de Referência para Saúde do Idoso. O
fornecimento de alimentos, a promoção de cuidados à saúde e profissionais
com formação direcionada à saúde dos idosos, bem como o acesso aos
serviços de saúde e a atenção especializada em limitações funcionais, são
questões abordadas nesse estatuto. Evidencia-se, no entanto, que muito há de
se caminhar para a concretização do contexto assistencial proposto.
No Brasil, as políticas públicas de alimentação surgiram a partir da década
de 1930 (Cervato-Mancuso et al., 2008). A Política Nacional de Alimentação
e Nutrição (PNAN) foi sancionada em 1999 e suas diretrizes abordam a
promoção de práticas alimentares saudáveis, prevenção e controle de doenças
associadas à alimentação e nutrição, monitoramento da situação alimentar e
nutricional, garantia da qualidade dos alimentos, além do desenvolvimento de
pesquisa, recursos humanos e ações que garantam o acesso universal aos
alimentos (Brasil, 2006).
Segundo Camargos (2009), cabe aos nutricionistas a realização de
discussões relacionadas às ações de saúde da pessoa idosa, sugerindo ainda a
criação de uma política nacional de alimentação e nutrição direcionada a essa
população, com a elaboração de protocolos e recomendações nutricionais
exclusivas e a divulgação desses conhecimentos com propósitos informativos
e educacionais.
O conceito de “envelhecimento ativo”, utilizado pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) no final da década de 1990, surgiu a partir do interesse pela
melhora da qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem, com o
intuito de abordar questões relacionadas à saúde e a outros fatores que
envolvem esse contexto. Isso abrange ações que abordem modos de vida
saudáveis em todas as etapas da vida, incluindo o acesso a alimentos que
favoreçam a saúde (Brasil, 2007).
O acesso a uma alimentação adequada pelos idosos integrou o plano de
ação proposto durante a II Assembleia Mundial sobre o envelhecimento,
realizada em Madri, em 2002, por meio de iniciativa da Organização das
Nações Unidas (ONU). Essa assembleia aprovou a criação de dois
documentos importantes: o “Plano de Ação Internacional de Madri sobre o
Envelhecimento 2002”, o qual priorizou questões sobre os idosos e seu
envelhecimento, a promoção de saúde e bem-estar para todo o ciclo de vida e
a criação de contextos propícios e favoráveis, com a promoção de políticas
orientadas para a família e a comunidade, como base para um envelhecimento
seguro; e a “Declaração Política”, que apresentou, entre suas abordagens, o
direito de desfrutar ao máximo da saúde física e mental, o acesso universal
aos serviços de saúde e a plena participação dos idosos na sociedade. Essa
assembleia também foi importante para avaliar os resultados da I Assembleia,
realizada em 1982 (Pessini, 2002).
No Brasil, em 1994, foi criado o Plano de Ação Governamental para o
desenvolvimento da Política Nacional do Idoso, com a finalidade de assegurar
direitos sociais aos idosos para a criação de condições que promovessem a
sua autonomia, integração e participação na sociedade. Seus princípios
englobam, além da participação na comunidade, a defesa de sua dignidade,
bem-estar e direito à vida, considerando as diferenças econômicas, sociais e
regionais (Brasil, 1994).
Em 1999, foi criada a Portaria Ministerial n. 1395, que dispõe sobre a
Política Nacional de Saúde do Idoso e determina aos órgãos e entidades do
Ministério da Saúde a elaboração e readequação de planos e projetos com
enfoque nos principais problemas que afetam a saúde do idoso, como a perda
da capacidade funcional e das habilidades físicas e mentais, muito importantes
nas atividades da vida diária. Essa política preconiza a recuperação,
manutenção e promoção da autonomia e independência dos idosos. A
alimentação adequada é um dos hábitos incentivados pela diretriz que aborda
a promoção do envelhecimento saudável (Brasil, 1999).
De acordo com Uchoa (2003), a realização de intervenções adequadas e
direcionadas ao envelhecimento está relacionada ao conhecimento de como o
idoso percebe seus problemas de saúde, como tenta solucioná-los e quais
dificuldades existem nesse caminho. Observa-se, portanto, a preocupação em
proporcionar à população um envelhecimento bem-sucedido, com o objetivo
de propiciar bem-estar e qualidade de vida com olhar voltado à promoção da
saúde.
Ao nos referirmos à promoção de saúde em idosos, não poderíamos deixar
de falar sobre a universidade da terceira idade, a qual promove a saúde e a
qualidade em um vasto sentido, sendo a “saúde expressão da vida com
qualidade”. A partir das possibilidades existentes nas universidades, existe a
colaboração para o aumento da saúde física, mental e social dos idosos
(Caldas, 2010c, p.127).
A universidade da terceira idade surgiu no final da década de 1960, na
França, com a finalidade de incentivar as relações sociais e preencher o tempo
livre dos idosos, sem preocupações educacionais e assistenciais (Caldas,
2010c). Todavia, em 1973, em Toulouse, na França, surgiu a primeira
universidade da terceira idade direcionada ao ensino e à pesquisa, sendo um
centro de pesquisas gerontológicas, com desenvolvimento de pesquisas sobre
o envelhecimento.
No Brasil, a primeira Universidade da Terceira Idade foi instituída pela
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em 1982, com
finalidades que abordavam o ensino, a pesquisa, a organização de programas
com orientações médicas adequadas para manter a saúde física e mental, além
da promoção de atividades socioculturais para os idosos (Anonymus, 1983).
De acordo com Palma (apud Caldas, 2010c), os programas direcionados
aos idosos nas universidades se expandiram na década de 1990, em modelos
variados, mas com objetivos comuns, em busca de uma velhice bem-sucedida,
com ações que promoviam a autoestima, a cidadania, estimulando a
independência e autonomia, entre outros.
A Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puccamp) iniciou, em
1990, o projeto denominado Universidade Aberta à Terceira Idade, com o
objetivo de proporcionar a reinserção social do idoso (Guerrero, 1995).
Nessa década, outras instituições também tiveram a iniciativa de desenvolver
cursos e atividades destinadas aos idosos, como a Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP), a Universidade São Judas Tadeu, entre
outras (Cervato, 1999).
A Universidade Aberta da Terceira Idade da Universidade Estadual do Rio
de Janeiro (Unati/Uerj) é uma universidade para a terceira idade com
princípio de socialização de conhecimentos que promovam a saúde e a
qualidade de vida, formando novos sujeitos das práticas da saúde, mas que se
encontra em contínua construção e dinamismo, com ações de ensino, pesquisa
e extensão. Aborda desde atividades socioculturais, educativas e de
integração e inserção social até projetos que abarcam saúde oral, educação em
promoção de saúde, atenção hospitalar e atendimento domiciliar,
desenvolvendo pesquisas sobre saúde e envelhecimento. Compreende ainda
atividades de formação e capacitação de recursos humanos para estudantes,
profissionais e público não idoso, além de produzir conhecimento por meio
dos pesquisadores e estudantes de pós-graduação, desenvolvendo ainda
atividades de extensão, comunicação, divulgação e participação na criação de
políticas direcionadas aos idosos (Caldas, 2010c).
Cachioni e Neri (2004) reconhecem como de fundamental importância a
formação de recursos humanos em gerontologia, uma vez que, além de
beneficiar os idosos, promovem mudanças nas concepções sociais sobre
velhice. Portanto, a gerontologia educacional, considerada um novo campo
interdisciplinar, busca a evolução na educação de idosos, a formação de
recursos humanos e a mudança nas concepções da sociedade sobre o
envelhecimento. Acredita-se que os programas de formação universitária
destinados aos idosos devem surgir de um levantamentosobre as necessidades
desse grupo, e os alunos se tornam parceiros na elaboração desses programas.
A busca desses cursos está relacionada ao gosto por aprender, à concretização
de sonhos e projetos adiados, à necessidade de se sentir ativo e integrado à
comunidade. As universidades da terceira idade geram também a necessidade
de formar professores de diversas áreas do conhecimento com competências
específicas e com uma atuação que favoreça tanto os idosos como a sociedade
em geral.
Cervato (1999) já ressaltava a preocupação desses cursos com a promoção
da saúde, evidenciando a importância da inclusão da nutrição entre os
assuntos abordados, sendo a educação nutricional uma contribuição para a
melhoria da qualidade de vida das pessoas que frequentam as Universidades
Abertas da Terceira Idade.
Assim, as universidades da terceira idade parecem chamar a atenção para
essa população que envelhece, com preocupações e abordagens que auxiliam
na sua qualidade de vida e no seu bem-estar, além de se manterem atuantes e
próximas a essas pessoas, oferecendo, assim, ações concretas direcionadas a
elas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do cenário exposto, verificou-se que a gerontologia e a nutrição são
ciências indissociáveis. A interdisciplinaridade característica da gerontologia
destaca a nutrição como fundamental para o estudo do envelhecimento e de
grande relevância para a formação de políticas públicas que atendam às
necessidades tanto dos idosos como daqueles que, um dia, tornar-se-ão
idosos.
Estamos em constante mudança. Essas mudanças, no entanto, devem ser
devidamente acompanhadas para que as necessidades sejam supridas e para
que possamos colher os frutos que desejamos, como uma vida digna, com
maior qualidade e menor desigualdade social, favorecendo o devido acesso
aos alimentos, em qualidade e quantidade suficiente, de forma sustentável e
respeitando as diversidades culturais durante o envelhecimento.
O envelhecimento é inerente a todos e faz parte do desenvolvimento
humano. Envelhecer com saúde demanda sabedoria e constitui o grande
desafio proposto à ciência, à sociedade e ao Estado. O acesso à nutrição
adequada, em todas as fases da vida, contribui para o bom desenvolvimento e
agrega qualidade de vida aos anos vividos, proporcionando um
envelhecimento ativo com independência, autonomia e felicidade, a qual é
apontada por representantes da ONU como um anseio profundo e um objetivo
humano, sendo as políticas públicas consideradas essenciais para esse fim.
REFERÊNCIAS
ANONYMUS. Fundação da Universidade da Terceira Idade de São Paulo. Geriatr. Síntese. v.1, n.1, p.1,
1983.
BARBIERI, M.C. et al. A Produção do Conhecimento Científico em Gerontologia e Geriatria no Brasil.
In: VII Encontro Internacional de Produção Científica do Cesumar. 2011, Maringá. Disponível em:
http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2011/anais/mayara_caroline_barbieri.pdf. Acesso em: 23 abr.
2013.
BRASIL. Lei n. 8842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o
Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências.
______. Lei n. 10741, de 1o de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras
providências.
BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Resolução n. 334/2004. Dispõe sobre o
Código de Ética do Nutricionista e dá outras providências.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n. 1395, de 10 de dezembro de 1999. Aprova a
Política Nacional de Saúde do Idoso.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE. Redes
Estaduais de Atenção à Saúde do Idoso: Guia Operacional e Portarias Relacionadas. Brasília:
Ministério da Saúde, 2002.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. DEPARTAMENTO
DE ATENÇÃO BÁSICA. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília: MS, 2006.
______. Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.
CACHIONI, M.; NERI, A.L. Educação e Gerontologia: Desafios e Oportunidades. Revista Brasileira de
Ciências do Envelhecimento Humano, v.1, n.1, p.99-115, 2004.
CALDAS, C.P. O Desenvolvimento Histórico e Teórico da Gerontologia. In: VERAS, R.; LOURENÇO,
R. (Orgs.). Formação Humana em Geriatria e Gerontologia: uma Perspectiva Interdisciplinar. Rio
de Janeiro: DOC, 2010a.
______. Introdução à Gerontologia. In: VERAS, R.; LOURENÇO, R. (Orgs.). Formação Humana em
Geriatria e Gerontologia: uma Perspectiva Interdisciplinar. Rio de Janeiro: DOC, 2010b.
______. Promoção de Saúde na UNATI. In: VERAS, R.; LOURENÇO, R. (Orgs.) Formação Humana
em Geriatria e Gerontologia: uma Perspectiva Interdisciplinar. Rio de Janeiro: DOC, 2010c.
CAMARGOS, C.N. Panorama de Interiores: o Profissional Nutricionista e o Estatuto do Idoso. Revista
Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v.12, n.3, p.489-95, 2009.
______. Da Política e do Envelhecimento: o Profissional Nutricionista, seu Código de Ética e o Estatuto
do Idoso. In: NÓBREGA O.T.; PAULA R.S. (Orgs.). Nutrição e Longevidade. Brasília: Universa, 2010;
p.9-18.
CARNEIRO, H. Comida e Sociedade: uma História da Alimentação. 5.ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2003.
CERVATO, A.M. Intervenção Nutricional Educativa: Promovendo a Saúde de Adultos Idosos em
Universidades Abertas à Terceira Idade. 1999. Tese (Doutorado). Faculdade de Saúde Pública,
Universidade de São Paulo, São Paulo.
CERVATO-MANCUSO, A.M. et al. Nutrição e alimentação em saúde pública. In: ROCHAR, A.A.;
CESAR, C.L.G. (Orgs.). Saúde Pública: Bases Conceituais. São Paulo: Atheneu, 2008.
CONTRERAS, J.; GRACIA, M. Alimentação, Sociedade e Cultura. Trad. M. Fonseca e B.A. Guidalli.
Rio de Janeiro: Fiocruz, 2011.
FLANDRIN, J.L.; MONTANARI, M. História da Alimentação. Trad. L.V. Machado e G.J.F. Teixeira.
São Paulo: Estação Liberdade, 1998.
FLORENTINO, A.M. Influência dos fatores econômicos, sociais e psicológicos no estado nutricional do
idosos. In: FRANK, A.A.; SOARES, E.A. Nutrição no Envelhecer. São Paulo: Atheneu, 2004.
FREIXA, D.; CHAVES, G. Gastronomia no Brasil e no Mundo. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2008.
GARCEZ LEME, L.E. A Gerontologia e o Problema do Envelhecimento. Visão histórica. In: PAPALÉO
NETTO M. Gerontologia: a Velhice e o Envelhecimento em Visão Globalizada. São Paulo: Atheneu,
2005.
GUERRERO, P. A Universidade para a Terceira Idade e a Experiência do Envelhecimento.
Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1995.
JACOB FILHO, W.; MONACO, T. Envelhecer com saúde: o desafio para o século XXI. In: AMARAL,
J.R.G. (Org.). Geriatria: Principais Temas. 1.ed. São Paulo: CBBE, 2009.
KALACHE, A. Prefácio. In: BERZINS, M.V.; BORGES, M.C. (Orgs.). Políticas Públicas para um
País que Envelhece. São Paulo: Martinari, 2012.
LIMA-COSTA, M.F.; VERAS, R. Saúde pública e envelhecimento. Cadernos de Saúde Pública, v.19,
n.13, p.700-01, 2003.
LUFT, L. O Tempo é um Rio que Corre. 1.ed. Rio de Janeiro: Record, 2014.
MARTINS, C. Aconselhamento Nutricional. In: CUPPARI, L. (Coord.). Guia de Nutrição Clínica no
Adulto. 3.ed. Barueri: Manole, 2014.
MARTINS DE SÁ, J.L. A formação de recursos humanos em gerontologia: fundamentos epistemológicos
e conceituais. In: FREITAS, E.V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006.
MARUCCI, M.F.N.; PINOTTI-ALVES, R.; GOMES, M.M.B.C. Nutrição em gerontologia. In: SILVA,
S.M.C.S.; MURA, J.D.P. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. 2.ed. São Paulo: Roca,
2011.
MORAES, L.F.S.; CAMARGO, E.B.; BENEDETTI, T.R.B. Saúde do Idoso no Brasil: Investimentos em
Pesquisa entre os Anos 2002-2009. Geriatria & Gerontologia, v.4, n.4, p.186-93, 2010.
MORIGUTI, J.C. et al. Nutrição no Idoso. In: DUTRA-DE-OLIVEIRA, J.E.; SÉRGIO MARCHINI, J.
Ciências Nutricionais: Aprendendo a Aprender. 2.ed. São Paulo: Sarvier, 2008.
MORIN, E. Complexidade e Transdisciplinaridade: a Reforma da Universidade e do Ensino
Fundamental. Natal: EDUFRN, 1999.
PAPALÉO NETTO, M. O estudo da velhice: histórico, definição do campo e termos básicos. In:
FREITAS, E.V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Continue navegando